Você está na página 1de 7

Instituto de Ciências Sociais

Departamento de Sociologia

Programa da Unidade Curricular


Sociologia do Crime

Licenciatura em Criminologia
1.º ano

Regime: Obrigatória

Docente
Professora Doutora Manuela Ivone Cunha (micunha@ics.uminho.pt)
I. Apresentação e Objetivos

A UC Sociologia do Crime visa proporcionar uma formação elementar sobre as


principais orientações teórico-metodológicas dos estudos sociais do crime, tanto nas suas
formulações clássicas como nos seus desenvolvimentos contemporâneos.

Competências a adquirir pelos estudantes:

1. Compreender o conceito de crime, distinguindo a conceptualização


jurídico-legal da definição sociológica, e situá-lo em relação com
noções outras na sua órbita;
2. Identificar os níveis de abordagem em que se centram os estudos
sociais do crime e a sua especificidade
3. Compreender os fundamentos das principais teorias sociológicas e
situá-las em diferentes paradigmas
4. Identificar as relações genealógicas entre diferentes teorias
contemporâneas e diferentes teorias clássicas
5. Aplicar os quadros teóricos dos estudos sociais do crime a fenómenos
criminais das sociedades contemporâneas

II. Prática Pedagógica e Modelo de Aprendizagem

O modelo de ensino e de aprendizagem baseia-se em aulas teórico-práticas, que


combinam práticas de ensino expositivo com atividades propostas aos discentes.
Para além da bibliografia geral constante deste programa, será indicada bibliografia
específica para cada um dos pontos e temas tratados ao longo do semestre.
Todos os materiais de apoio à UC serão depositados na plataforma de e-learning,
devendo os alunos assegurar-se, logo no início do semestre, de que conseguem aceder à
mesma sem problemas. Deverão, igualmente, proceder ao carregamento atempado da sua
fotografia no local de identificação respetivo.
Os alunos devem proceder à consulta regular da plataforma, uma vez que será através
desta que receberão as instruções de funcionamento da UC ao longo de todo o semestre letivo.

III. Avaliação da Aprendizagem

A avaliação será composta pelos seguintes elementos:


1. Elaboração em grupo de uma ficha de trabalho prático (5 valores)
2. Exercício escrito individual (15 valores)

A qualidade da participação em sala de aula poderá acrescentar 1 valor à nota final.

1
A avaliação contínua exige uma frequência às aulas teórico-práticas igual ou superior a
2/3 das sessões efetivamente ministradas, sendo exceção os estudantes que reúnam condições
para regime especial de frequência.
A aprovação na modalidade de avaliação contínua exige uma média final dos diferentes
elementos de avaliação não inferior a 9,5 valores.
Os estudantes que não tenham obtido aprovação no quadro da avaliação contínua, se
tiverem assistido a pelo menos 2/3 das aulas, podem submeter-se a avaliação por exame na
época de recurso.
Os estudantes que se encontrem enquadrados pelos regimes especiais de frequência
podem submeter-se igualmente a avaliação por exame.

V. Conteúdos Programáticos

1. O crime enquanto facto social e objeto sociológico. As noções de crime, desvio,


marginalidade e dano social. Normas, regras e leis.
2. As interrogações dos estudos sociais do crime e a sua especificidade. Os diferentes
paradigmas: causas, processos, riscos

3. Métodos, técnicas e fontes de informação sobre o crime


4. Alinhamentos teóricos: perspetivas clássicas e respetivos desenvolvimentos recentes
- Teorias da anomia e da “tensão” socialmente condicionada (de Durkheim, Merton,
Cloward e Ohlin a Messner e Rosenfeld, Agnew e Young);
- Escola de Chicago, cultura e subculturas (de Shaw e McKay, Cohen, e Sutherland, a
Sampson e Lauritsen;
-A questão do “controlo” (de Matza e Hirschi e Gottfredson a Currie)
- Interacionismo e teorias da rotulagem (de Becker, Lemert e Goffman a Braithwaite);
- Teorias do conflito, criminologia crítica e radical e a crítica da crítica (de Sellin, Bonger
e Vold a Chambliss, Taylor e Hillyard;
-As perspetivas situacionais do risco e da neo-prevenção. Teoria das escolhas racionais e
das atividades rotineiras (Cornish, Clarke, Felson, Coleman)
- Perspetivas de género e da interseccionalidade

2
VII. Bibliografia

Geral:

Cunha, Manuela P. da (2019), Criminalidade e e Segurança [Crime and Security], Lisboa:


Fundação Francisco Manuel dos Santos.
https://www.ffms.pt/publicacoes/detalhe/4006/criminalidade-e-seguranca

Cunha, Manuela (ed.) Do crime e do castigo: temas e debates contemporâneos, Lisboa,


Mundos Sociais: 113-128

Figueiredo Dias, Jorge; Costa Andrade, Manuel (1984). Criminologia - O homem delinquente
e a sociedade criminógena. Coimbra: Coimbra Editora.

Kuhn, André; Cândido Agra (2010) Somos Todos Criminosos? Pequena Introdução à
Criminologia e ao Direito das Sanções, Alfragide: Casa das Letras

Machado, Helena (2008). Manual de Sociologia do Crime. Porto: Afrontamento.

McLaughin, Eugene; John Muncie (2013). Criminology: Essential readings. Buckingham:


Sage & Open University press.

Moyer, Imogene L. (2001). Criminological theories: Traditional and non-traditional voices


and themes. Thousand Oaks: Sage Publications.

Newburn, Tim (2013). Criminology. Routledge.

Noaks, Lesley; Wincup, Emma (2004). Criminological research: Understanding qualitative


methods. Thousand Oaks: Sage Publications.

Reiner, Robert (2016) Crime. The Mystery of the Common-Sense Concept, Cambridge: Polity
Press.

Walklate, Sandra (2003). Understanding criminology. Current theoretical debates.


Buckingham: Open University Press.

Específica:

Agnew, R. (2006) Pressure into Crime. An Overview of General Strain Theory, Los Angeles:
Roxbury.

Becker, Howard (1963). Outsiders - Studies in the sociology of deviance. New York: Free
Press.

Bourgois, Philippe: 1995, In Search of Respect. Selling Crack in El Barrio, Cambridge,


Cambridge University Press.

3
Bursik, R. J. 2000, “The systemic theory of neighborhood crime rates”, in Simpson, S. (ed),
Of Crime and Criminality, Thousand Oaks, CA: Pine Forge Press.

Carlen, Pat; Worrall, Anne (1987), Gender, crime and justice, Philadelphia, Milton Keynes,
Open University.

Carrabine, Eammon et al. (2009). Criminology: A sociological introduction. Londres:


Routledge.

Chambliss, William (1999). Power, politics and crime. Oxford: Westview Press.

Clarke, Ron; Felson, Marcus (eds.): 1993, Routine Activity and Rational Choice, New
Brunswick, Transaction.

Cloward, Richard; Ohlin, Loyd (1960). Delinquecy and opportunity. A theory of delinquent
gangs. New York: Free Press.

Cornish, Derek: Clarke, Ron: 1986, The Reasoning Criminal: Rational Choice Perspectives
on Offending, Nova Iorque, Springer-Verlag.

Crown, Iain; Semmens, Natascha (2008). Researching criminology. New York: McGraw-Hill.

Cunha, Manuela P. da Cunha, Manuela P. da: 2007, “O género do tráfico”, in Actas do III
Congresso de Antropologia, Associação Portuguesa de Antropologia: pp. 1-8.
http://hdl.handle.net/1822/8376

Cunha, Manuela (ed.) Do crime e do castigo: temas e debates contemporâneos, Lisboa,


Mundos Sociais: 113-128

Durkheim, Émile (1970) [1895]. A divisão do trabalho social, 1.ºvol. Lisboa: Presença.

Durkheim, Émile (1992) [1897]. O suicídio, Lisboa: Presença.

Gottfredson, Michael; Hirshi, Travis (1990). A general theory of crime. Stanford: Stanford
University Press.

Hillyard et al (eds.) (2004), Beyond Criminology: Taking Harm Seriously, London: Pluto
Press.

Karstedt, Susanne; Bussman, Kai (Eds.) (2000). Social dynamics of crime and control: New
theories for a world in transition. Oxford: Hart.

Lemert, Edwin (1951), Social pathology, New York: McGraw-Hill.

Lemert, Edwin (1967). Human deviance, social problems and social control. Englewood
Cliffs: Prentice-Hall.

Little, Craig (1989). Deviance and control - Theory, research and social policy. New York:
Peacock Publishers.

4
Maguire, Mike et al. (2002). The Oxford handbook of criminology. Oxford University Press.

McCartney, Carole, (2006), Forensic Identification and Criminal Justice, Cullompton,


Willan.

Merton, Robert (1938). Social structure and anomie. American Sociological Review, 3, 672-
682.
Messner, S; Rosenfeld, R. (2001) Crime and the American Dream, Belmont,CA: Wadsworth.

Park, Robert (1967). On social control and collective behaviour. Chicago: The University of
Chicago Press.

Park, Robert et al. (1968). The city. Chicago: The University of Chicago Press.

Parsons, Talcott (1951). Towards a general theory of action. Harvard: Harvard University
Press.

Parsons, Talcott (1982). El sistema social. Madrid: Alianza Editorial.

Quinney, Richard (1977). Class, state and crime. New York: Mckay.

Sampson, Robert J.; Lauritsen, Janet L.: 1997, «Racial and Ethnic Disparities in Crime and
Criminal Justice in the United States» in M. Tonry (ed.), Ethnicity, Crime and Immigration,
Chicago, University of Chicago Press: pp. 311-376.

Sellin, Thorsten (1938). Culture conflict and crime. New York: Social Science Research
Council.

Shaw, Clifford; Mckay, Henry (1969). Juvenile delinquency and urban areas: A study of
rates of delinquency in relation to differential characteristics of local communities in
American cities. Chicago: The University of Chicago Press.

Sutherland, Edwin (1939). Principles of criminology. Philadelphia: J. B. Lippincott Company.

Tappan, Paul (1947). Who is criminal?. American Sociological Review, 12(1), 96-102.

Taylor, Ian et al. (1973). The new criminology: For a social theory of deviance. London:
Kegan Paul.

Taylor, Ian: 1997, «The Political Economy of Crime», in M. Maguire, R. Morgan; R. Reiner
(eds.), The Oxford Handbook of Criminology, Oxford, Clarendon Press: pp. 265-303.

Turk, Austin (1969). Criminality and legal order. Chicago: Rand McNally.

Vold, George (1958). Theorethical criminology. New York: Oxford University Press.

Wacquant, Loic (2000). As prisões da miséria. Oeiras: Celta.

5
Williams, Robin e Johnson, Paul (2008), Genetic Policing: The Use of DNA in Criminal
Investigations, Cullompton, Willan Publishing.
Wirth, Louis (1928). The ghetto. Chicago: The University of Chicago Press.

Young, Jock: 1999, The Exclusive Society. Social Exclusion, Crime and Difference in Late
Modernity, Londres, Sage.

Ver ainda: Dossier sobre “Perspetivas feministas em comportamento desviante” (2013,


Revista Ex Aequo):
http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0874-
556020130002&lng=pt&nrm=iso

Você também pode gostar