1) O documento resume o livro "A arte de tocar cravo" do compositor François Couperin, que apresenta orientações técnicas e estilísticas para a execução no instrumento.
2) Couperin detalha a posição correta do corpo e das mãos, exercícios preliminares, ornamentos e dedilhado.
3) O método inclui oito prelúdios compostos para ajudar no aperfeiçoamento técnico.
1) O documento resume o livro "A arte de tocar cravo" do compositor François Couperin, que apresenta orientações técnicas e estilísticas para a execução no instrumento.
2) Couperin detalha a posição correta do corpo e das mãos, exercícios preliminares, ornamentos e dedilhado.
3) O método inclui oito prelúdios compostos para ajudar no aperfeiçoamento técnico.
1) O documento resume o livro "A arte de tocar cravo" do compositor François Couperin, que apresenta orientações técnicas e estilísticas para a execução no instrumento.
2) Couperin detalha a posição correta do corpo e das mãos, exercícios preliminares, ornamentos e dedilhado.
3) O método inclui oito prelúdios compostos para ajudar no aperfeiçoamento técnico.
Prática Instrumental I Prof. Dr.ª Luciana Câmara Aluno: Gílson Celerino da Silva Filho
L’art de toucher le clavecín
Uma breve resenha sobre o tradado de François Couperin
* 21/03/1668, Paris † 28/07/1733, idem.
O presente resumo tem objetivo elencar, de forma resumida,
os principais pontos e aspectos do livro “A arte de tocar cravo”, do compositor, cravista e organista francês François Couperin.
Trata-se de um método didático para o cravo, escrito em
primeira pessoa do singular, no qual o autor indica os principais aspectos que ele julga fundamentais para aqueles que se propõem ao bom toque do instrumento e também propõe oito prelúdios que devem auxiliar no aperfeiçoamento da técnica, no aprendizado da realização de ornamentos e no dedilhado de trechos mais exigentes.
No prefácio, Couperin apresenta o seu trabalho, esclarecendo
que a proposta do seu método tem um viés inteiramente prático que visa ao bom toque do cravo, não tendo nenhuma relação com a tablatura (pelo texto, depreende-se que esse termo se refere à notação musical, à partitura). Ele o confirma, ao fazer um paralelo com a linguagem falada, contrapondo a gramática (a tablatura) e a declamação (a música praticada, executada).
O autor apresenta, em seguida, o plano do método, listando
os seguintes pontos programáticos:
- a posição do corpo e das mãos;
- os ornamentos que servem à execução,
- pequenos exercícios preliminares [...];
- algumas observações sobre [...] um bom dedilhado [...]
- oito prelúdios diversificados [...].
Couperin informa em seguida o que o teria motivado de maneira
mais direita a publicar o método em questão: ele acreditava que cravistas importantes de Paris, da província e até do exterior poderiam precisar de orientações mais específicas para a execução de composições suas contidas nos seus Primeiro e Segundo Livros de Peças. Sobre o dedilhado, Couperin diz que o indicará para aqueles trechos que suscitam mais dúvidas, mas que esses exemplos também servirão para outras ocasiões. Segundo Couperin, a idade ideal para as crianças começarem a aprender cravo é entre seis e sete anos, pois quanto mais cedo se inicia, mais as mãos podem se ajustar à forma correta. Em seguida, o autor fala da importância da posição do corpo, desde a altura da cadeira para que cotovelos, pulsos e dedos possam estar bem nivelados, passando pela colocação dos pés, pela distância ideal do teclado, pela posição em relação ao centro do teclado até às expressões faciais exageradas. Couperin critica o pulso muito alto e indica a utilização de uma haste flexível por parte do professor para corrigir esse defeito. Ele desaconselha a marcação de pulso/compasso por meio de movimentos com a cabeça, pés ou quaisquer outros membros. Outro aspecto que o autor destaca é que, inicialmente, se deve utilizar uma Espineta ou apenas um dos teclados de um cravo, que tenha os seus plectros suavemente regulados, de sorte que a criança possa desenvolver um toque mais, flexível e leve, evitando o uso de força, o que propiciaria mãos mal colocadas e um toque mais duro. Couperin diz, também, que uma sonoridade mais doce será alcançada ao manter-se os dedos o mais próximo possível em contato com as teclas. Em relação a pessoas que se iniciam no estudo do cravo mais tardiamente ou que tenham sido mal orientadas e, portanto, tenham os nervos mais enrijecidos, ele sugere que recorram a exercícios de alongamento antes de se sentarem ao cravo.
Quanto aos ornamentos mais usuais, dentre os quais trinados,
mordentes e apogiaturas, Couperin cita alguns exercícios desenvolvidos por ele para uma execução correta dessas figuras.
No que tange ao dedilhado, o autor diz que necessitaria de um
volume inteiro para discorrer sobre o assunto, mas não se abstém de dar algumas indicações de caráter mais geral. Ele ressalta que, não obstante seja natural que algumas pessoas tenham mais facilidade para realizar ornamentos com certos dedos, é muito aconselhável exercitar também aqueles menos hábeis.
Couperin sugere que as crianças deveriam aprender peças ao cravo,
inicialmente, de cor, sem que precisassem aprender a ler partitura antes, pois desta forma poderiam reservar toda a concentração ao toque no teclado e não teriam de desviar a visão para a leitura.
Por último, o autor orienta aqueles que almejam um elevado grau
de perfeição ao cravo a não realizarem exercícios árduos com as suas mãos e braços.
Numa nova seção, Couperin se dedica a explanar melhor sobre o
dedilhado e a sua relação com os ornamentos. Rebatendo a ideia de que o som do cravo, pelas impossibilidades dinâmicas desse instrumento, não pudesse ter alma, isto é, transmitir maiores sensações/sentimentos, introduzindo e explicando a aspiração e a suspensão como dois artifícios determinantes para causar no ouvinte a impressão de dinâmicas possíveis, por exemplo, em instrumentos e arco.
Em seguida, o autor explica mais detalhadamente alguns
ornamentos como o mordente, o mordente duplo, a apogiatura e o trinado dando exemplos práticos e indicando os dedilhados mais adequados e também contrapondo a maneira antiga com a nova de tocar. Na sequência, são apresentados pequenos exercícios, que consistem nas mais diversas progressões, indo desde terças até oitavas, ascendentes e descendentes para ambas as mãos. Por último, Couperin fala de baterias e arpejos e da sua utilização nas sonatas, citando algumas particularidades e incompatibilidades do instrumento com certos tipos de composição.
Couperin encaminha-se para o final, fazendo uma referência à
prática do acompanhamento (baixo contínuo) ao cravo. Ele aconselha que o aluno, antes enveredar por esse caminho, deveria dedicar-se ao estudo técnico de suas peças, a fim de evitar um enrijecimento das mãos.
A partir daí são apresentados trechos do seu Primeiro Livro de Peças
considerados difíceis de dedilhar, trazendo indicações e observações.
Por último, apresenta os Oito Prelúdios, compostos nas mesmas
tonalidades que as sua Peças.. Couperin indica os quatro primeiros prelúdios para alunos de todas as idades (exceto os muito jovens). Sobre os prelúdios, Couperin alude ao fato de que, embora escritos metricamente por questões de ordem prática, devem ser tocados em estilo livre, natural, sem se ater excessivamente à métrica, a não ser que tenha sido indicado por ele com o termo mesuré.