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“Improvisation Games for Classical Musicians”

Improvisação e Criatividade

Ano letivo 2020/2021

Carolina Sofia Santos

Aluno nº 41075
Introdução

Vou apresentar um pequeno resumo dos primeiros seis capítulos do livro “Improvisation
Games for Classical Musicians” Jeffrey Agrell. Este livro progrediu a partir da
experiência de Agrell, como trompista clássico. As técnicas descritas neste livro foram
extraídas do seu número de anos de ensino no curso de improvisação para trompistas. O
autor afirma que nunca improvisou na trompa durante muitos anos, no entanto, tocava
guitarra nos estilos folclórico e jazz desde os 15 anos de idade, o que enriqueceu a sua
experiência de improvisação teatral durante os seus anos de faculdade.

Jeffrey, apresenta a dicotomia entre os caminhos de aquisição de habilidade típicos da


maioria dos músicos clássicos e aqueles que pertencem ao improvisador. Tais habilidades
adquiridas por este último não são separadas do que a música clássica exige, mas
conduzem a uma maior sensação de liberdade para entrar na música, e são um processo
que permite ao intérprete tornar-se mais "criativo" em vez de "recreativo". Os seus
argumentos estão todos fundamentado e no processo de conduzir esse ponto,
ocasionalmente envolve-se na hipersimplificação da experiência clássica.

Segundo Agrell, embora a nossa visão nos permita o acesso imediato à música, no final
de contas, ela atrasa-nos porque só podemos tocar tão depressa quanto podemos ler. Os
músicos “clássicos” memorizam frequentemente o que é benéfico e aumenta a capacidade
de tocar uma partitura, mas continua a ler a partir de uma partitura na mente e não requer
o conhecimento profundo que um improvisador precisa para fazer um certo tipo de
escolhas instantâneas de uma nota para a outra.

Discussão

O primeiro capítulo: “Introduction: Why improvise?” começa com uma questão “Porque
é que os músicos “clássicos” não improvisam? Porque é que os músicos jazz ficam com
a diversão toda? E porque é que os músicos clássicos desenvolvem uma técnica incrível?”
Agrell desenvolve esta questão e comenta que no ensino “clássico” não encoraja os
músicos a improvisar, nem falam sobre isso. Menciona o professor de improvisação de
violoncelo que está a escrever um livro sobre a Improvisação e os Músicos Clássicos, que
responde a estas questões:
▪ Afirma que não temos tempo para aprender 400 anos de repertório e quando o
tentamos fazer, até o tempo que gastamos a dormir e a comer podem parecer
distrações muito irritantes;
▪ Os standards das atuações são impossíveis de alcançar, pelo menos uma parte dele
por causa das espectativas criadas pelas gravações de estúdio.
▪ O conceito da propriedade dos compositores é tão bem desenvolvido, e por vezes
até parece crime considerar uma pequena variação ou elaboração que ainda não
exista numa peça.

Abrange um pequeno parágrafo sobre o seu curso de “Improvisação para Músicos


clássicos”, que procura que os músicos clássicos encontrem um sistema educacional que
permita explorar outro lado da música que dê asas ao uso da imaginação e a arriscar mais,
experimentar e descobrir novas formas para criar e desenvolver ideias.

“Who Should use this Book?” É com esta questão que começa o segundo capítulo e são
nomeadas algumas pessoas que deviam ler o livro e usá-lo:

▪ Os instrumentistas - este método oferece aos músicos a oportunidade de poder


aproveitar os benefícios da improvisação sem precisar de aprender o estilo
jazzístico e o seu repertório;
▪ Professores de música – Os exercícios escritos foram baseados no ensino clássico
para que todos os professores possam experienciar este tipo de improvisação
juntamente com os seus alunos mesmo que os professores não tenham tido
oportunidade para improvisar antes;
▪ Estudantes de música – Estudar improvisação pode ajudar a adquirir um melhor
desempenho nas performances e aumenta o conhecimento do músico;
▪ Bandas, orquestras e coros – os diretores destes grupos podem descobrir novas
rotinas de ensaio, novas formas de envolver a criatividade dos estudantes
mantendo-os motivados;
▪ Grupos de música de câmara – os exercícios são adaptados para serem executados
em vários níveis de dificuldade o que ajuda a desenvolver ao seu tempo;
▪ Músicos terapêuticos – estudar improvisação oferece novas capacidades diárias e
a atitude precisa num músico terapêutico;
▪ Pianistas – os pianistas podem usar quase todos os exercícios no livro e
improvisação é uma nova forma de solo e música de câmara;

Há muitas dúvidas de que os músicos clássicos podem crescer consideravelmente ao


sentirem-se parte do processo criativo. O autor fornece um conjunto exaustivo de
exercícios de como iniciar o processo de improvisar. Estes exercícios são concebidos para
desenvolver a audição, melódica, técnica. São criados para que quase todos os músicos
possam trabalhar em simultâneo. Alguns jogos apenas encorajam a espontaneidade;
outros requerem memória para a afinação dos intervalos ou apurar capacidades
harmónicas, exploram ainda uma base estrutural para a improvisação. Muitos exercícios
são aliciantes para músicos menos experientes, enquanto outros são mais sofisticados no
que toca à dificuldade.

Nos capítulos seguintes o autor dá alguns conselhos, como por exemplo trabalhar com
alguém, isso vai inspirar ambos e permitir que a evolução seja mais fácil. Se isso não for
praticável é possível usar um metrónomo ou algum programa para preencher os
exercícios, sendo recomendável manter um bloco de notas para anotar todo o tipo de
novas ideias ou composições que surgem depois da prática.

Jeffrew mostra que os instrumentistas os músicos podem aprender a improvisar passo a


passo, dando as seguintes sugestões: exercícios de imitação auditiva, limitar o número de
tempos em cada compasso. Começar com ritmos simples, escalas maiores e à medida que
a capacidade da imitação se desenvolve todos os outros padrões tornam-se mais
desafiadores, como passagens mais longas, tempos mais rápidos, outro tipos de escala.

É defendido que os compositores ouvem música de uma forma distinta de todos, a


experiência de escrever obras permite que estes consigam interpretar auditivamente as
melodias, harmonias, formas, timbres e ritmos. Os músicos que improvisam são
considerados compositores, afirmando que a improvisação é simplesmente uma
composição rápida, e é necessária essa capacidade para uma análise eficaz e instantânea
para o momento de improvisação.

Ao longo do livro Agrell divide algumas seções para organizar os exercícios:

▪ Criar ideias;
▪ Criar melodias;
▪ Forma – cada peça tem a sua forma o que facilita os músicos e o próprio público
a entender a peça.
▪ Expressão - Ideias de prática de improvisação: Configurar sequências melódicas,
para os fins dramáticos, usar uma ampla variedade de dinâmicas e timbre e
aproveitar o poder das notas "erradas", dissonantes que criam tensão se resolvem
acrescentam um leve toque de drama muito apreciado. O nosso instrumento é
capaz de sons muito diferentes comparados com o que nos é ensinado e que se
pode encontrar em vários livros e métodos.

Conclusão

Ao ler os primeiros seis capítulos deste livro apercebemo-nos da imagem que Jeffrew
Agrell tem sobre os músicos clássicos, de que estes de alguma forma estão com a mente
fechada para uma nova aventura que é a da improvisação. São mais de 500 exercícios
muito acessíveis a todos os interessados em melhorar ou começar a improvisar.
Normalmente estamos habituados a atuar numa certa variedade de estilos e gêneros
musicais e a improvisação adiciona novos vocabulários no nosso percurso. Para concluir,
aprender a executar improvisação contemporânea clássica abre novas portas para um
mundo de sensações, flexibilidade e compreensão.

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