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missão Você sabe distinguir um fato de uma opinião? Durante esta Missão, você
lerá uma reportagem que traz o depoimento de diversos especialistas sobre o

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tema “educação”. Fique atento aos fatos e às opiniões reportados e prepare-se
para mais esta Missão.

D14 – Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

aquecendo
Veja orientação no Manual do Professor.

Leitura 1 Reportagem

Como deve ser o ensino no século XXI? Sua escola valoriza a criatividade, o autoconhecimento e a
empatia? Você consegue diferenciar um fato de uma opinião? Nesta Missão, leia o trecho da reportagem
“Escola para a vida: como deve ser o ensino no século 21?” para descobrir o que pensam os especialistas
sobre esses assuntos.

https://www.revistaplaneta.com.br/escola-para-a-vida-como-deve-ser-o-ensino-no-seculo-21

Escola para a vida: como deve ser o ensino no século 21? 


Mais do que alunos prontos para gabaritar provas e destacar-se em rankings,
que cidadãos queremos formar? Os tempos mudaram, a neurociência aponta
os caminhos da aprendizagem e o ensino precisa ser repensado para fazer o
mundo melhor.

Para educar as crianças de qualquer geração, é preciso mirar o mundo em que elas
viverão quando forem jovens e adultos produtivos. Diante das intensas e profundas
transformações vividas nas últimas décadas, entretanto, fica bem difícil imaginar qual
será a realidade de 2040 ou 2050. Para se ter uma medida das mudanças, cerca de 85%
das profissões de 2030 ainda nem foram inventadas, segundo estudo do Instituto para
o Futuro (IFTF). Apenas uma coisa fica clara: a realidade presente e a do futuro, mesmo
próximo, já não tem nada a ver com a do século passado. Apesar dessa certeza incon-
testável, as escolas ainda continuam seguindo a mesma lógica de ensino e passando
os mesmos conteúdos de, pelo menos, 50 anos atrás. 
“A educação básica é feita para preparar as pessoas para a vida e, atualmente,
ela prepara para uma vida que não existe mais. É como querer instalar um aplicativo
moderno num celular velhinho; ele trava. O sistema educacional hoje está travado”,
resume Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare, dedicado a contribuir para que a
educação faça mais sentido aos estudantes. Ela ressalta que a única coisa do século 21

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que tem na escola, hoje, são os próprios alunos. E que, além de pensar no mercado
de trabalho, é preciso preparar as pessoinhas em formação para construir um mundo
melhor. “Precisamos instrumentalizá-los para que sejam capazes de fazer transforma-
ções positivas no seu entorno.”
Nesse ambiente tão incerto da atualidade, o desenvolvimento do intelecto e o acú-
mulo de conhecimento – focos principais do ensino convencional – vão perdendo a
relevância, já que essas áreas são cada vez mais dominadas pelas máquinas. Para poder
encarar os desafios e se adaptar às mudanças, cabe aos seres humanos potencializar o
que há de mais humano em si mesmos: criatividade, autoconhecimento, autonomia,
pensamento crítico, capacidade de resolver problemas, de ter iniciativa, flexibilidade,
empatia, entre outras coisas mais.
Apesar dessas constatações, as instituições de ensino de hoje – sejam elas públicas
ou particulares – mais se assemelham a uma linha de montagem de estudantes para
obterem boas notas no boletim ou em exames de ingresso nas faculdades. Sendo assim,
sobra pouco espaço ou quase nenhum tempo para se dedicar a desenvolver qualquer
uma dessas “competências”, como estão sendo chamadas as habilidades pessoais que
prometem fazer (e já fazem) uma diferença positiva na vida das pessoas.
Mas como ensinar isso na escola? Essa é a resposta que o mundo inteiro busca,
mesmo os países com ótimos resultados no Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (Pisa). Esse sistema que compara o desempenho escolar de alunos de mais
de 80 nacionalidades se resume a provas de matemática, ciências e leitura. Uma análise
bem restrita diante da proposta de “educação integral”, que trabalha, além do aspecto
intelectual, o social, o emocional, o cultural e o físico ao mesmo tempo. E que aos
poucos vai se tornando um consenso mundial da direção a ser seguida pelas escolas
para entrarem, de fato, no século 21.

Dar a mão à palmatória


Para o educador e pedagogo espanhol Antoni Zabala, referência mundial na área
[...], o conteúdo do que é ensinado deve mudar radicalmente. “Seguimos atados a
conteúdos históricos e outros pré-históricos. As matérias tradicionais morreram ou
deveriam morrer, necessitamos de outros conteúdos de aprendizagem.”. A afirmação,
em geral, faz muita gente arregalar os olhos. Diminuir o volume teórico das aulas parece
estar atrelado à queda da qualidade de ensino. Mas Zabala não ameniza seu parecer e
sugere uma reflexão: “Você gostaria de ir a um dentista que usa métodos de 40 anos
atrás? Temos ou não temos que mudar? Temos que continuar ensinando o mesmo da
mesma maneira?” [...]

MESQUITA, Renata Valério de. Escola para a vida: como deve ser o ensino no século 21. 27/03/2019. Revista Planeta. Disponível em:
<https://www.revistaplaneta.com.br/escola-para-a-vida-como-deve-ser-o-ensino-no-seculo-21/>. Acesso em: 24 mar. 2020. 

1. Que informação presente na linha fina complementa o assunto apresentado na manchete?

( ) Os alunos devem estar prontos para gabaritar provas.


( ) É preciso formar cidadãos que se destacam em rankings.
( X) O ensino precisa ser repensado para fazer o mundo melhor.

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2. De acordo com as informações apresentadas no primeiro parágrafo da reportagem, marque (V)
para verdadeira ou (F) para falsa.

( F) Não há necessidade de considerar o futuro para educar uma criança.


( F) É fácil imaginar qual será a realidade do mundo de 2040 ou de 2050.
( V) Segundo o IFTF, cerca de 85% das profissões de 2030 não existem ainda.
( F) Existe uma relação clara de proximidade entre a realidade do presente e a do passado.
( V) Conteúdos de cinquenta anos atrás continuam sendo ensinados nas escolas.

3. De quem é a voz que afirma que a educação atual não acompanhou os avanços do século XXI?
Assinale a alternativa correta.

( ) Da repórter da revista Planeta.


( X ) Da diretora do Instituto Inspirare.
( ) Do educador e pedagogo Antoni Zabala.

4. De acordo com Anna Penido, há uma diferença entre a forma como o ensino acontece e como ele
deveria acontecer.

a) Segundo ela, como as escolas preparam os alunos atualmente?

Resposta: as escolas preparam os alunos ensinando os mesmos conteúdos de muito tempo atrás, preparando-os para uma

vida que não existe mais.

b) E como as escolas deveriam prepará-los?

Resposta: as escolas deveriam preparar os alunos para que eles possam construir um mundo melhor, sendo capazes de

fazer transformações positivas na sociedade em que vivem.

5. A respeito das opiniões manifestadas na reportagem, assinale a alternativa correta.

(A) A opinião da autora é diferente da opinião do educador.


(B) A opinião da diretora e a opinião do educador são diferentes.
(C) A autora discorda da opinião da diretora.
(D) Os três defendem o mesmo ponto de vista.
Resposta: alternativa D.

baú do conhecimento

A reportagem apresenta
JULIA TIM/SHUTTERSTOCK

manchete, linha fina (subtítu-


lo), lide (resumo das principais
informações da reportagem) e
corpo do texto (parte em que
se apresenta a informação pro-
priamente dita).

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Valendo!

Prepare-se!

Ý Lembre-se de que, enquanto o fato corresponde a algo que realmente aconteceu, a opinião
consiste em apresentar aquilo que alguém pensa a respeito de um fato.

Veja orientações no Manual do Professor.


1. Na reportagem “Escola para a vida: como deve ser o ensino no século 21?”, assinale a alternativa
em que se apresenta apenas um fato.

(A) “Os tempos mudaram, a neurociência aponta os caminhos da aprendizagem e o ensino precisa
ser repensado para fazer o mundo melhor.”
(B) “Para educar as crianças de qualquer geração, é preciso mirar o mundo em que elas viverão
quando forem jovens e adultos produtivos.”
(C) “Diante das intensas e profundas transformações vividas nas últimas décadas, entretanto, fica
bem difícil imaginar qual será a realidade de 2040 ou 2050.”
(D) “Para se ter uma medida das mudanças, cerca de 85% das profissões de 2030 ainda nem
foram inventadas, segundo estudo do Instituto para o Futuro (IFTF).”
Resposta: alternativa D.

2. A alternativa em que se identifica uma opinião apresentada na reportagem é:

(A) “Apenas uma coisa fica clara: a realidade presente e a do futuro, mesmo próximo, já não tem
nada a ver com a do século passado.”
(B) “[...] as escolas ainda continuam seguindo a mesma lógica de ensino e passando os mesmos
conteúdos de, pelo menos, 50 anos atrás.”
(C) “Nesse ambiente tão incerto da atualidade, o desenvolvimento do intelecto e o acúmulo de
conhecimento – focos principais do ensino convencional – vão perdendo a relevância [...]”
(D) “Mas como ensinar isso na escola? Essa é a resposta que o mundo inteiro busca, mesmo os
países com ótimos resultados no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).”
Resposta: alternativa C.

3. O pedagogo espanhol Antoni Zabala defende a ideia de que o conteúdo ensinado nas escolas:

(A) continue sendo abordado da mesma maneira.


(B) deve ser modificado completamente.
(C) atende às necessidades de aprendizagem do século XXI.
(D) está atrelado à qualidade do ensino na atualidade.
Resposta: alternativa B.

4. Das reportagens lidas até agora, qual você considera que apresentou mais e melhores recursos
para expor o assunto?

Resposta pessoal. Pode ser que a maioria cite a que traz dados/números de pesquisa, contudo, o aluno pode citar qualquer uma

das reportagens e é importante que se promova uma conversa com a turma, possibilitando que todos possam argumentar

sobre suas escolhas.

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