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FICHAMENTO 4

Data: 10/05/2021
Título do artigo/livro: Psicologia e pedagogia da criança

Referência: MERLEAU-PONTY, M. Psicossociologia da criança. In:______. Psicologia e


pedagogia da criança. São Paulo: Martins Fontes. p. 241-298, 2006.

Resumo: A relação do corpo da criança, em Merleau-Ponty, se dá na existência da unidade


do corpo, compreendendo que vai além de vivências palpáveis e percepções, o que implica
em um “esquema corporal”, e isto inclui a compreensão que a criança possui de seu corpo
no ambiente a qual está, e a porção que envolve os elementos sensórios do mundo
exterior.
Nesta relação espaço e corpo da criança, o autor, conceitua o psiquismo, com base
na psicologia acadêmica, como algo singular de cada indivíduo, algo que não está passível
de compreensão e que também se coloca em um lugar insociável. Isto posto, o autor abre
um questionamento a respeito de qual forma, então, a criança poderia se anunciar ao corpo
do outro. Neste sentindo, Merleau-Ponty realiza um desdobramento no saber psíquico e no
saber corporal, onde, o psiquismo, antes incomunicável, transparece nos sentidos
corporais.
Dessa forma, compreende-se que a criança pode, pela cinestesia compreender as
próprias sensações internas e externas, no entanto, o acesso para se conhecer o outro
continua bloqueado. Merleau-Ponty, aponta um caminho possível para provável
conhecimento, a medida em que a criança observa o outro e entende suas manifestações,
ela mesma projeta no outro o que capta com seus próprios sentidos corporais. Essa
experiência que a criança obtém com o outro se divide em quatro raízes, onde se tem o
próprio corpo do ponto de vista biológico como um instrumento; a imagem que a criança
tem de si mesmo; a imagem que a criança tem do outro; e a ligação afetiva que o outro tem
de si mesmo.
Nesta logicidade, ocorre o que Merleau-Ponty caracterizou como fenômeno da
imitação, onde se tem a criança realizando alguma ação por ver outra pessoa fazer, ainda
assim, não se percebe o outro como tal, pois, este fenômeno exige que a criança decifre e
interprete o percebido, partindo do pressuposto de que ela já tenha uma imagem perceptiva
de si mesma. Logo, como uma forma de perceber o outro o autor busca reconstruir a
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caracterização de psiquismo, como sendo uma concepção de conduta, se por meio do
psiquismo não se pode alcançar o outro, então por meio de suas ações pode-se percebê-lo,
pois, nessas há um sentido; e a caracterização de cinestesia, como sendo um esquema
corporal, envolvendo a relação entre o corpo da criança e seu ambiente. A medida em que
a criança apreende os sentidos sensoriais de seu respectivo corpo, este, busca estabelecer
relações proporcionais ao meio. Uma vez que o esquema corporal não é mais tido como um
copilado de fenômenos individuais, mas sim como um corpo a se relacionar com o meio o
qual está. Sendo assim, a criança, por meio de seu esquema corporal pode interpretar o
outro por sua imagem e, sua noção própria de corpo pode ser transmitida a esse outro.

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