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Colégio da Polícia Militar – Eraldo Tinoco

Êlisa Batista; Giovana Café; Ian Lima; Lara Caiene; Otávio


Terassi; Renan Castro; Tainá Mercês.
3° H – Noturno

Resumo do livro – O nascimento da tragédia

Vitória da Conquista – Ba
07 de Abril de 2022
IDENTIFICAÇÃO

Instituição: Colégio da Polícia Militar


Alunos: Êlisa Batista; Giovana Café; Ian Lima; Lara Caiene;
Otávio Terassi; Renan Castro; Tainá Mercês.
Série/Turma: 3°/H – Noturno
Componente curricular: Filosofia
Professor(a): Rosemeire Amaral
° Capítulo 21:
Para sair do orgiasmo não há, para um povo, senão um caminho,
o caminho do budismo indiano, o qual, para ser suportável em seu
anseio do nada, necessita daqueles raros estados extáticos, com
sua elevação acima do espaço, do tempo e do indivíduo, por seu
turno, exigem uma filosofia que ensine a superar, através de uma
representação, o indescritível prazer dos estados intermediários.
Uma vez que os favoritos dos deuses morrem cedo, isso vale em
todas as coisas, porém não menos certo é que, depois, eles vivem
eternamente com os deuses. A tragédia absorve em seu íntimo o
mais alto orgiasmo musical, de modo que é ela que, tanto entre os
gregos quanto entre nós, leva diretamente a música à sua
perfeição;
A tragédia interpõe, entre o valimento universal de sua música e o
ouvinte dionisiacamente suscetível, um símile sublime, o mito, e
desperta naquele a aparência, como se a música fosse unicamente
o mais elevado meio de representação para vivificar o mundo
plástico do mito. O mito nos protege da música, assim como, de
outro lado, lhe dá a suprema liberdade.
Por isso a música, como um presente que é oferecido em
contrapartida, confere ao mito trágico uma significatividade
metafísica tão impressiva e convincente que a palavra e a imagem,
sem aquela ajuda única, jamais conseguiriam atingir: e, em
especial, por seu intermédio sobrevém ao espectador trágico
justamente aquele seguro pressentimento de um prazer supremo.
No fundo, a relação da música com o drama é precisamente a
inversa: a música é a autêntica Idéia do mundo, o drama é somente
um reflexo, uma silhueta isolada desta Idéia. Aquela identidade
entre a linha melódica e a figura vivente, entre a harmonia e as
relações de caráter daquela figura, é, em um sentido oposto ao que
poderia parecer-nos ao contemplarmos a tragédia musical,
verdadeira. Mesmo se movermos a figura de maneira mais visível,
se a vi vificarmos e a iluminarmos de dentro para fora, ela
continuará sendo sempre tão-somente a aparência, de onde não há
nenhum ponto que conduza à verdadeira realidade, ao coração do
mundo.
° Capítulo 22:
Com o renascimento da tragédia, voltou a nascer também o ouvinte
estético, cujo lugar costumava ser nas salas de teatro, com
pretensões meio morais e meio doutas. desde sempre sobrevinha
em todas as artes artificializadas, uma depravação impetuosamente
rápida dessas tendências, de modo que, por exemplo, a tendência a
empregar o teatro como uma instituição para a formação moral do
povo, que no tempo de Schiller foi tomada a sério, e que já é
contada entre as incríveis antiguidades de uma cultura superada.
Enquanto isso a crítica chegava ao domínio no teatro e no concerto,
utilizando uma crítica estética como meio de aglutinação de uma
sociabilidade vaidosa, dissipada e egoísta.
Que o amigo atento se represente, segundo as suas experiências, o
efeito de uma verdadeira tragédia musical, deste efeito, por ambos
os lados, que esse amigo saberá agora explicar-se as suas próprias
experiências. Ele há de lembrar-se, efetivamente, de que, à vista do
mito movendo-se à sua frente, sentia-se elevado a uma espécie de
onisciência, como se agora a força visiva de seus olhos não fosse
meramente uma força superficial, porém capaz de penetrar no
interior, a justificação do mundo da individuatio alcançada naquela
contemplação, justificação que constitui o cimo e a suma da arte
apolínea. Ele contempla o mundo transfigurado da cena e, no
entanto, o nega. Ele enxerga mais e com mais profundidade do que
nunca e, no entanto, deseja estar cego. Ele leva o mundo da
aparência ao limite em que este se nega a si mesmo e procura
refugiar-se de novo no regaço das verdadeiras e únicas realidades,
onde então, como !solda, parece entoar assim o seu canto de cisne
metafísico: Na torrente arqueante
Do mar do deleite,
No sonido bramante
Das ondas olorosas,
No todo bafejante
Do alento do universo,
Afogar-se, afundar-se,
Inconsciente - supremo prazer

° Capítulo 23:
Nietzsche relaciona o “moderno” a um homem abstrato, sem mitos,
educação, costumes e leis abstratas. Uma errância descontrolada,
uma cultura sem lugares primitivos, fixos e sagrados, destinada ao
esgotamento. Fazendo o possível para se alimentar, seguindo a
ideia de Sócrates de destruir o mito que absorve todo e qualquer
tipo de cultura. Tornando-se então um homem sem a garantia de
pertencimento com a religião ou seu crescer a cerca de
representações místicas.

° Capítulo 24:
° Capítulo 25:
Música e mito trágico são de igual maneira expressão da aptidão
dionisíaca de um povo e inseparáveis uma do outro. Ambos
procedem de um domínio artístico situado para além do apolíneo;
ambos transfiguram uma região em cujos prazenteiros acordes se
perdem encantadoramente tanto a dissonância como a imagem
terrível do mundo; ambos jogam com o espinho do desprazer,
confiando em suas artes mágicas sobremaneira poderosas; ambos
justificam com tal jogo a própria existência do “pior dos mundos”.
Aqui o dionisíaco, medido com o apolíneo, se mostra como a
potência artística eterna e originária que chama a existência em
geral o mundo todo da aparência: no centro do qual se faz
necessária uma nova ilusão transfiguradora para manter firme em
vida o ânimo da individualização. Se pudéssemos imaginar uma
encarnação da dissonância – e que outra coisa é o homem? – tal
dissonância precisaria, a fim de poder viver, de uma ilusão
magnifica que cobrisse com véu de beleza a sua própria essência.
Eis o verdadeiro desígnio artístico de Apolo: sob o seu nome
reunimos todas aquelas inumeráveis ilusões da bela aparência que,
a cada instante, tornam de algum modo a existência digna de ser
vivida e impelem a viver o momento seguinte.
No entanto, daquele fundamento de toda existência, do substrato
dionisíaco do mundo, só é dado penetrar na consciência do
indivíduo humano exatamente aquele tanto que pode ser de novo
subjugado pela força transfiguradora apolínea, de tal modo que
esses dois impulsos artísticos são obrigados a desdobrar suas
forças em rigorosa proporção reciproca, segundo a lei da eterna
justiça. Lá onde os poderes dionisíacos se erguem tão
impetuosamente, como nós o estamos vivenciando, lá também
Apolo, envolto em uma nuvem, já deve ter descido até nós e uma
próxima geração, sem dúvida, contemplará seus soberbos efeitos
de beleza.
Mas que esse efeito é necessário, aí está algo que, por intuição,
cada um o perceberia, contanto que alguma vez, fosse mesmo um
sonho, se sentisse transportado a uma existência vetero-helênica;
passeando sob altas colunas jônicas, alçando o olhar para um
horizonte recortado por linhas puras e nobres, tendo junto a si, em
mármore luminoso, reflexos de sua figura transfigurada e, em redor
de si, homens marchando solenemente ou movendo-se
delicadamente, como vozes soando harmonicamente e com ritmada
linguagem gestual – não teria ele, diante essa ininterrupta afluição
de beleza, de levantar as mãos para Apolo, exclamando; “Bem
aventurado o povo dos helenos! Quão grande deve ter sido entre
vós Dionísio, se o deus Delos considera necessárias tais mágicas
para curar vossa folia ditirâmbica!”. – Mas a alguém nesse estado
de ânimo, um velho ateniense, erguendo o olhar para ele com o
sublime olhar de Ésquilo, replicaria: “Mas dize também isto, ó
singular forasteiro, quanto precisou sofrer este povo para poder
tornar-se tão belo! Agora, porém, acompanha-me a tragédia e
sacrifica comigo no templo de ambas as divindades!”.

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