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Q
ue destino teria a beleza hoje em dia? Seria o de Gustav von
Aschembach em Morte em Veneza (1971), de Luchino Visconti?
Quanto mais ele procura a beleza, mais se aproxima da morte. Seria
essa impossibilidade o destino do esteta hoje em dia? Seria uma recusa
desesperada da mediocridade como no suicídio de Mishima?2 Ou seria,
antes, o puro prazer de voyeur perplexo, imobilizado como no poema
“Sob o duplo incêndio”, de Carlito Azevedo, epígrafe deste livro?
1
Uma versão anterior deste ensaio foi publicada em Literatura e Filosofia, organi-
zado por Evando Nascimento e outros, Editora da UFJF, 2004.
2
“A atmosfera de compromisso desse tempo deve-se ao fato de que aquele que
se esforça por viver e morrer na beleza se destina a uma morte que terá toda a
aparência da ignomínia, ao passo que aquele que só aspira a uma vida e a uma
morte, que são, na realidade, repugnantes, passa dias felizes” (Yukio Mishima
apud GALARD, J., 1997, p. 14).
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Explorei o simulacro — essa outra categoria que tensionada com o sublime é
fundamental para a compreensão dos rumos da cultura e da arte contemporâneas
— como base para uma estética do artifício, tanto no contexto do imaginário
neobarroco (LOPES, 1999, p. 92-94) quanto no camp (LOPES, 2002, p. 104-111).
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Neste sentido, estaríamos na contramão da posição de Lyotard (1993, p. 33): “Não
há objeto sublime. E, se há uma demanda de sublime ou de absoluto no campo
estético, cabe-lhe permanecer insatisfeita. Quando o comércio se apodera do su-
blime, transforma-o em ridículo. E já não existe estética do sublime, pois o sublime
é um sentimento que extrai seu poder amargo da nulidade da aesthesis”.
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Para um resgate diferenciado do monumental, como categoria histórica contin-
gente e instável, ver HUYSSEN, 2003, p. 40.
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É comum o uso de metáforas eróticas na literatura mística e de metáforas sacras
na literatura erótica.
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Referências
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