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NIETZSCHIANA
RESUMO
INTRODUÇÃO
A relação entre literatura e filosofia é uma constante que não pode ser
negada. Ainda no século XIX já era possível observar, dentre tantos outros, nas
obras de Nietzsche e no século XX nas de Sartre e Camus características e traços
que também nos permitiram considerá-los, além de filósofos, grandes literatos. Do
mesmo modo, não obstante, nos deparemos com poetas que conduziram seus
textos pela via filosófica, como Dostoievisk, Shakespeare, Carlos Drummond de
Andrade, Clarice Lispector eCecília Meireles, sobre quem versaremos ao longo
deste trabalho. Dito isto, ressaltamos os primeiros, filósofos poetas, perceberam a
necessidade da arte para a condução da vida, os últimos, poetas filósofos, fizeram
da filosofia uma ferramenta para auto reflexão. Estando ambos os grupos mediados
pela arte, e fundamentados na existência humana.
Em seu artigo Literatura e filosofia: Grande Sertão: veredas, Luiz Costa
Lima evidencia essa relação, ao afirmar que “A Literatura é objeto de conhecimento
filosófico porque é uma forma simbólica, porque há um domínio do simbólico, a que
se atém o pensamento – ponto de convergência da filosofia com a linguagem: o
domínio do sentido das proposições [...]” (LIMA, 2002, p. 204). Diante do exposto,
podemos dizer que a filosofia seria, pois, o discurso sobre outros campos, um
espaço de reflexão sobre as mais diversas questões.
1
Especialista em Letramento... cibercultura na educação básica, pela UEG – Universidade Estadual de Goiás,
campus Campos Belos.
2
Mestre em História pela PUC-GO. Professor dos cursos de Letras e Pedagogia da UEG – Universidade
Estadual de Goiás, campus Campos Belos e Professor da Rede Municipal de Ensino de Campos Belos.
3
Mestra em Estudos Literários pela Universidade federal de Goiás (UFG). Professora de Literatura Brasileira III
na Universidade Estadual de Goiás, campus Campos Belos.
Com o intuito de evidenciar a relação entre literatura e filosofia,
colocaremos em cena a relação entre os traçados filosóficos de Nietzsche e a
poesia trágica de Cecília Meireles. O primeiro algoz contumaz das falsas tábuas de
valores engendrados pela história humana, em especial pelo ideal ascético, para ele
personificado no ideal cristão, é sinônimo de decadência, pois a negação do mundo
terreno em função de uma existência divina não pode ser justificada como assinala
Nietzsche na terceira dissertação de Genealogia da Moral. A segunda, portadora de
uma sensibilidade incrível, que fez de sua poesia ora espaço revelador de sua
fragilidade, ora um lugar que lhe conferia a força humana. A partir dos elementos
mais simples e corriqueiros, valendo-se de linguagem elaborada e metafórica Cecília
deu vida a versos incomparáveis, suaves e ásperos, líricos e trágicos.
Nietzsche e a tragédia
[...] esse ódio ao que é humano, mais ainda ao que animal, mais
ainda ao que é matéria, esse horror aos sentidos, à razão mesma, o
medo da felicidade e da beleza, o anseio de afastar-se do que seja
aparência, mudança, morte, devir, desejo, anseio – tudo isso
significa, ousemos compreendê-lo, uma vontade de nada, uma
aversão à vida, uma revolta contra os mais fundamentais
pressupostos da vida [...] (2009, p. 139-140).
Cecilia e o trágico
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências Bibliográficas
LIMA, Luiz Costa (org.) Literatura e filosofia: (Grande Sertão: veredas). In: Teoria da
literatura em suas fontes. vol. 1. seleção, introdução e revisão técnica Luiz Costa
Lima. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2002.