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TNPC_CP Edição 2022/2023

Tendências Normalização/ Prática Contabilística


PGCF

Cláudia Pereira
2022/2023

Processo de Normalização
Contabilística

Conceito

 Por “normalização contabilística” deve entender-se o ato de


elaborar normas de tratamento contabilístico das transações
económicas, propostas às empresas com o objetivo de
uniformizar os respetivos tratamentos em tal domínio;

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Processo de Normalização
Contabilística

Exemplo:

 o POC – Plano Oficial de Contabilidade e o SNC – Sistema


de Normalização Contabilística, são os produtos do esforço
desenvolvido no domínio da normalização contabilística
nacional;

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Processo de Normalização
Contabilística
Evolução

 1977 – DL 47/77. Aprovação da primeira versão do POC


(POC/77), que reflete influência acentuada da normalização
contabilística francesa;
 1986 – Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia;

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Processo de Normalização
Contabilística
Evolução

 1989 – Revisão do POC para transpor a IV Diretiva da União


Europeia (EU) (POC/89 - cap. 1 a 12).
 Esta Diretiva foi emitida em 1978 que regulava as contas
anuais das sociedades. O objetivo era o de promover a
coordenação das disposições nacionais dos diversos Estados-
Membros (EM), nomeadamente conteúdo e estrutura das
contas anuais e Relatórios de gestão.

5 TNPC- Cáudia Pereira

Processo de Normalização
Contabilística
Evolução
 1991 – Publicação do DL 238/91, para implementar a VII
Diretiva da União Europeia, e adiciona ao POC dois novos
capítulos (cap. 13 e 14) que tratam da consolidação de contas.
Esta Diretiva foi emitida em 1983 e regula a divulgação da
informação sobre contas consolidadas.
 As revisões de 1989 e 1991 são resultado da harmonização
imposta pela UE sobre a normalização contabilística. Mas
manifestam-se pouco eficazes por serem muito genéricas cada
EM aplica de forma diferente.

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Processo de Normalização
Contabilística

Evolução
 2002 – Regulamento 1606/2002 , de 19 de julho, obrigação
da adoção das IFRS/IAS na elaboração das contas
consolidadas das empresas cotadas.
 2003 – DL n.º 79/2003 de 23 abril tornou obrigatória a
elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa
 2005 – DL n.º 35/2005, de 17 de fevereiro nº 12 as empresas
não sendo cotadas em bolsa podem optar pela adoção das
IAS e IFRS nas contas consolidadas ou individuais.

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Processo de Normalização
Contabilística

Evolução

 2010 – Publicação do DL 158/2009 em


13 de julho, da responsabilidade da Comissão de
Normalização Contabilística (CNC).
 Este DL revoga o POC e aprova o SNC.
 2015 – Alterações introduzidas pelo DL 98/2015 de 2 de
junho que transpôs a Diretiva 2013/34/EU, a qual revoga
as IV e VII Diretivas.

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Processo de Normalização
Contabilística

Justificação

 O POC era incapaz de dar resposta normativa às necessidades


das entidades/empresas com maiores exigências qualitativas
do relato financeiro;
 Precisava de revisão técnica no que respeitava,
nomeadamente, a aspetos conceptuais, critérios de
valorimetria, estrutura de contas de custos e proveitos,
conceito de resultados;
 Em alguns aspetos inconsistente com as normas do IASB.
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Processo de Normalização
Contabilística

A CNC apresentou várias razões económicas para o


surgimento do SNC:
 continuar a existir investimentos estrangeiros
 internacionalização de empresas portuguesas (cotação em
diversos mercados de capitais)
 Globalização dos mercados e liberalização do comércio.

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Processo de Normalização
Contabilística
Caracterização do SNC:
É o conjunto de normas de contabilidade e de relato financeiro
Assente mais em princípios orientadores do que em regras
explícitas
Está em sintonia com as normas do IASB adotadas pela EU e
é coerente com as Diretivas Comunitárias
É um modelo flexível que se adapta às diferentes necessidades
de relato financeiro de cada empresa.

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Processo de Normalização
Contabilística
 SNC é composto por sete elementos:
 Bases para a Apresentação das Demonstrações Financeiras
 Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF)
 Código de Contas (CC)
 Normas Contabilísticas de Relato Financeiro (NCRF)
 Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades
(NCRF-PE)
 Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Setor
Não Lucrativo (ESNL)
 Normas Interpretativas (NI)
 Estrutura Conceptual (EC).
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Processo de Normalização
Contabilística
 Com a Diretiva 2013/34/EU passam a existir quatro
categorias diferenciadas de Entidades Económicas mas
subordinadas a um única estrutura concetual:

1º nível – Grandes entidades;


2º nível – Médias entidades;
3º nível – Pequenas entidades;
4º nível – Microentidades.
 As necessidades de informação são diferentes para cada
nível, sendo exigida menos informação às microentidades
“Think small first”

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Processo de Normalização
Contabilística
 Conjunto completo de DF aplicável aos 1º e 2º níveis
compreende:
 Balanço;
 Demonstração dos Resultados por Naturezas;
 Demonstração das Alterações do Capital Próprio;
 Demonstração dos Fluxos de Caixa;
 Anexo.
 As Pequenas Entidades estão dispensadas de apresentar
Demonstração das Alterações do Capital Próprio e a
Demonstração dos Fluxos de Caixa.
 As Microentidades estão ainda dispensadas de apresentar o
Anexo.
 Os Modelos das DF são mais simplificados
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NCRF-PE
 Classificação das entidades (a partir de 01/01/2016; DL
98/2015)
NC-ME NCRF-PE NCRF NCRF-ESNL
Limite Microenti Pequenas Médias Grandes
dades entidades entidades entidades

Total Balanço 350 000 4 000 000 20 000 000 > 20 000 000
Vol. Negócios 700 000 8 000 000 40 000 000 > 40 000 000 > 150 000
Número de
empregados
10 50 250 > 250
durante o
período
Nota: (>
que dois
dos três
limites)

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Bases para a apresentação das DF

 Pretendem assegurar a comparabilidade quer intra-entidade,


quer com outras entidades.
 O objetivo das DF’s é proporcionar informação acerca da
posição financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa de
uma entidade que seja útil a uma vasta gama de utentes na
tomada de decisões económicas.

 As DF’s devem apresentar, de forma apropriada, a posição


financeira, o desempenho e os fluxos de caixa duma entidade.

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Bases para a apresentação das DF

 A apresentação apropriada implica:

 Selecionar e adotar políticas contabilísticas de acordo com


as NCRF;
 Proporcionar informação relevante, fiável, comparável e
compreensível;
 Efetuar divulgações adicionais se o cumprimento das NCRF
não for suficiente para a compreensão das DF’s.

17 TNPC- Cáudia Pereira

Bases para a apresentação das DF


 1ª Continuidade: o órgão de gestão deve avaliar a
capacidade da entidade de prosseguir a sua actividade,
devendo ser divulgadas as incertezas materiais relativamente
a acontecimentos que ponham em causa a continuidade.
 2ª Regime do acréscimo (exceção DFCX): reconhecer os
acontecimentos quando ocorrem e não quando caixa ou
equivalentes de caixa são pagos ou recebidos.
 3ª Consistência da apresentação: a apresentação e
classificação das rubricas devem ser consistentes de um
período para o outro, exceto se outra apresentação for
considerada mais apropriada após alteração significativa das
operações ou revisão das DF’s ou uma NCRF estabelecer
uma alteração.
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Bases para a apresentação das DF

 4ª Materialidade e agregação: separar as rubricas que são


materialmente relevantes. Consideram-se os itens materiais se a
sua omissão ou agregação influenciar as decisões económicas dos
utentes;
 5ª Compensação: não deve existir, exceto quando for exigido ou
permitido por uma NCRF como:
 deduções de obsolescência nos inventários;
 deduções de dívidas duvidosas nas contas a receber;
 rédito considerando descontos comerciais e rappel;
 mensuração de ativos líquidos de deduções de valorização.

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Bases para a apresentação das DF

 6ª Informação comparativa: valores comparativos pelo menos


com o período anterior. Quando houver alterações face ao período
anterior é preciso proceder à reclassificação da informação,
devendo ser divulgada a natureza, quantia e razão.
 Se for impraticável a reclassificação deve ser divulgada a razão e
a natureza dos ajustamentos que teriam sido efetuados.

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Bases para a apresentação das DF


 7ª Mensuração
As rubricas reconhecidas nas demonstrações financeiras são
mensuradas ao custo de aquisição ou ao custo de produção, exceto
se uma NCRF dispuser diferentemente.
 Considera-se custo de aquisição o preço a pagar e as despesas
acessórias, uma vez deduzidas as reduções acessórias.
 Considera-se custo de produção o custo de aquisição das
matérias-primas e dos consumíveis, os custos diretamente
atribuíveis ao produto em questão, bem como os custos gerais
fixos e variáveis indiretamente atribuíveis aos produtos em
questão, na medida em que digam respeito ao período de
produção. Não são incluídos no custo de produção os custos de
distribuição.
21 TNPC- Cáudia Pereira

Processo de Normalização
Contabilística
 Quando determinado facto não estiver previsto no SNC deve
aplicar-se supletivamente e pela ordem indicada:
 IAS/IFRS adotadas pela EU ao abrigo do Regulamento
1606/2002.
 IAS/IFRS do IASB e respetivas NI.
 Existem IAS/IFRS que não foram transpostas para NCRF.
 Ex: IFRS 2 – Pagamentos com base em ações (implica ações cotadas
em bolsa, logo a obrigação da adoção das NIC); NIC 29 – Relato
financeiro em economias hiperinflacionárias (não é o caso da
economia portuguesa.

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Processo de Normalização
Contabilística

 Exercício:
 Indique V/F nas seguintes afirmações:
 O SNC é um conjunto de normas contabilísticas
específicas a cada empresa.
 O SNC é uma adaptação das IFRS à realidade portuguesa.
 O SNC é composto pelos Modelos das DF, CC e NCRF.

23 TNPC- Cáudia Pereira

Processo de Normalização
Contabilística

 Exercício:

 Em Portugal, a adoção de um plano de contabilidade


aplicável a um conjunto de empresas aconteceu em 1978.
 A adesão à Comunidade Económica Europeia e a
globalização da Economia impulsionaram a normalização
nacional.
 O regulamento comunitário 1606/2002 estabelece a
obrigatoriedade de adoção das IFRS a todas as empresas
situadas num dos EM.
 O SNC é obrigatório para todas as empresas nacionais

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Processo de Normalização
Contabilística
 Exercício:
A VII Diretiva visava uniformizar as práticas contabilísticas relativamente:
 a) ao conjunto de empresas cotadas na bolsa
 b) à informação a incluir no anexo pelas empresas individuais
 c) à consolidação de contas de grupos económicos, nomeadamente os
métodos a aplicar.
 d) Todas as afirmações estão corretas

A IV e a VII Diretivas comunitárias foram:


 a) transpostas para a normalização nacional
 b) conhecidas pelas empresas nacionais
 c) irrelevantes para as empresas nacionais
 d) nenhuma das afirmações está correta

25 TNPC- Cáudia Pereira

c Processo de Normalização
a
c Contabilística
 Exercício:
A Diretiva 2013/34/EU estabelece para as micro-entidades :
 a) estrutura conceptual específica;
 b) necessidade de preparar a mesma quantidade de
informação financeira
 c) uma norma contabilística própria.
 d) Todas as afirmações estão corretas.

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Harmonização Contabilística

Mas
Harmonização Contabilística Normalização Contabilística

Comparabilidade práticas Elaboração e adoção


contabilísticas das normas

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Harmonização contabilística
Pode-se constituir dois grupos, consoante a influência
dominante é de raiz:

 Anglo-saxónica, onde  Continental europeu, onde o


prevalece na preparação do Relato Financeiro tem de
relato financeiro. obedecer:
 a auto- regulação  a disposições legais como o
 Elevada independência da CSC e forte dependência da
Fiscalidade lei Fiscal
 Acionistas como principais  Estado e Banca como
destinatários da informação principais destinatários da
financeira informação financeira
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Harmonização Contabilística

Mas
Justificação

 Permitir a comparabilidade dos desempenhos das empresas


situadas em países diferentes.
 Exemplo: BCP exercício de 2001

29 TNPC- Cáudia Pereira

Harmonização Contabilística

 As disparidades devem-se ao diferente tratamento


contabilístico preconizado nomeadamente para:
 as despesas de investigação e Desenvolvimento (I&D) e
 os Gastos de Instalação e Expansão, que no normativo
português (POC) poderiam ser capitalizados (classe 4 -
ativos fixos) e amortizados ao longo de vários anos e no
normativo americano tinham de se registados, de imediato,
como gasto do exercício, afetando de modo negativo o
resultado do período.

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Harmonização Contabilística

 Bradshaw et al. (2004) mostram que as empresas norte-


americanas investem mais em empresas situadas noutros países
com normativos contabilísticos mais semelhante ao americano
(GAAP- General Accepted Accounting Principles).
 Isto porque o normativo americano é considerado o que
melhor qualidade confere à informação financeira:
 Demonstração dos Resultados com todos os custos
imputados ao período, evidenciando o verdadeiro
desempenho das empresas.
 Balanço com a posição financeira mais apropriada pois os
Ativos não estão impolados (AFT) nem os Passivos
subavaliados (Fundos de pensões)
31 TNPC- Cáudia Pereira

Harmonização Contabilística

 Bradshaw et al. (2004) usam a seguinte Metodologia:


 criação de um rácio de conformidade com as GAAP, onde no
numerador surgem as políticas contabilísticas adoptadas
idênticas às do GAAP e em denominador 13, pois são 13
políticas analisadas (Ex: Goodwill, despesas de I&D, Fundo de
Pensões, Amortizações e Depreciações, Mensuração de
Inventários, etc.)
 Hipoteses: Normativo parecido; normativo com maior qualidade
(pag. 800) Bradshaw.pdf
 Amostra: 10 anos, empresas com informação disponível ao
longo de todo o período considerado (pag. 803)

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Harmonização Contabilística

Missão do IASB:
responsável pela produção das Normas Internacionais de
Relato Financeiro (NIRF) (ou IFRS – International
Financial Reporting Standards).
“The goal of the IFRS Foundation and the IASB is to
develop, in the public interest, a single set of high-quality,
understandable, enforceable and globally accepted
financial reporting standards based upon clearly
articulated principles.”

33 TNPC- Cáudia Pereira

Harmonização Contabilística

 Dado que as IFRS baseiam-se mais em princípios do que em


normas surge a necessidade de:
 Sólida Estrutura Conceptual;
 Normas interpretativas dada a insuficiência do número e
abrangência das Normas. Nobes2006.pdf

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Harmonização Contabilística
 Preocupações:
 Diferentes versões das IFRS (pag.236)
 Lacunas: (pag.237)
 Demasiadas escolhas (opções) (Cost or Fair value Properties,
Plants, Equipment; FIFO ou custo médio) (pag.238)
 Diferentes interpretações da norma “The existence of the
IASB's International Financial Reporting Interpretations
Committee (IFRIC) and its predecessor is evidence of the
potential for different interpretations of standards.” (pag 214)
 Ex: NCRF 10 Antes da alteração de 2016, a entidade podia optar
por capitalizar juros empréstimo contraídos para a qualificação
de um Ativo, em vez de “Shall be”

35 TNPC- Cáudia Pereira

Harmonização Contabilística
 Preocupações:
 Critérios vagos:“The IASB's preference for principles-based
rather than rules based standards (Schipper, 2003; Nobes, 2005)
means that it tries to avoid detailed prescription.” (pag. 240).

 Demasiadas estimativas, que dependem do gestor (manipulação


de resultados) como vida útil de um intangível. (pag. 241)
(planeamento fiscal, tradição.

 Fair Value (requer existência de mercado, especulação) (pag.


241).

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Harmonização Contabilística
 Porém:
 As IFRS indicam procedimentos conservadores apelando regra
geral à utilização do custo histórico na mensuração inicial e à
opção pelo justo valor na mensuração subsequente, (Barker and
McGeachun, 2015).

37 TNPC- Cáudia Pereira

Afirmação das Normas


Internacionais do IASB

Acontecimentos decisivos para a afirmação das Normas


Internacionais do IASB
 Adoção pela EU através do regulamento 1606/2002;
 Aceitação à cotação pela SEC das ações das entidades que
adotam as Normas Internacionais do IASB a partir de 2008 e a
recomendação para a utilização destas pelas empresas norte-
americanas (a partir de 2014)
 Convergência normativa entre FASB e IASB

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Convergência IASB/FASB
 Diferentes filosofias normativas:
 As normas do FASB são tematicamente mais específicas;
 São mais detalhadas e especializadas, daí o elevado número
de normas emitidas (163 Statement of Financial Accounting
Standards (SFAS) do FASB contra 42 IAS/IFRS do IASB);
Por exemplo:
 Para o tema da IAS 12 (Impostos sobre o rendimento),
emitiu 7 normas (SFAS 31;37;96;100;103;108 e 109);
 Para o tema da IAS 17 (Locações), publicou 10 (SFAS
17;22;23;26;27;28;29;45;91 e 98);
Accounting Standards codification (asc)

TNPC- Cáudia Pereira


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Convergência IASB/FASB

 Este Projeto de Convergência tem sido encorajado pela Security


Exchange Comission (SEC) entidade reguladora das Bolsas nos
EUA (New York Stock Exchange- NYSE e NASDAQ);
 A adoção das normas do IASB pela UE teve significativo
impacto nos EUA;
 Com o acordo entre os dois organismos, deverá ser cada vez
maior o número de IFRS aceites pela SEC sem reconciliação.
 As empresas estrangeiras estão cotadas nos mercados norte-
americanos sem serem obrigadas a reexpressar as suas DF de
acordo com as normas do FASB;
 A SEC planeava idêntico tratamento para as empresas norte- -
americanas, a partir de 2016;

TNPC- Cáudia Pereira


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Convergência IASB/FASB
 Em outubro de 2002, o FASB emitiu o Memorandum of
Understanding denominado “The Norwalk Agreement”.
 Neste acordo, FASB e IASB afirmam unir esforços para
eliminarem as diferenças existentes entre os seus
normativos.
 Isto significa manter os dois normativos mas promover a
convergência ao nível da prática contabilística-
Harmonização Contabilística.

41 TNPC- Cáudia Pereira

Convergência IASB/FASB
 Em 27.02.2006 FASB e IASB subscreveram o designado
Memorando de Entendimento (MoU 2006):
 Reafirmaram o seu empenhamento no projeto de
convergência e reajustaram o conteúdo e calendarização das
fases seguintes, de acordo com as seguintes linhas de
orientação:
 Desenvolvimento de normas comuns;
 Em vez de tentarem eliminar atuais diferenças será mais
produtivo desenvolver novas normas comuns;
 Ambos os organismos devem procurar substituir as
normas mais deficientes por normas sólidas.

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Harmonização Contabilística

 Exercício :
 Indique qual a resposta correta:
 Uma das tendências da normalização contabilística internacional
consiste em:
 a) Evitar a utilização do justo valor como base de mensuração;
 b) Recorrer à melhor estimativa quando necessário para
determinar os montantes a reconhecer;
 c) Estabelecer critérios específicos para a mensuração dos
diferentes elementos que constituem as DF;
 d) Nenhumas da afirmações anteriores está correta.

43 TNPC- Cáudia Pereira

Harmonização Contabilística

 Exercício :
 Indique qual a resposta correta:
 A harmonização contabilística internacional é o processo:
 a) de adoção de normas visando o desenvolvimento de um
único quadro de contas;
 b) de criação de normas e práticas contabilísticas homogéneas;
 c) que visa aumentar a comparabilidade das práticas
contabilísticas;
 d) que visa incrementar o uso do Justo Valor a nível
internacional.

44 TNPC- Cáudia Pereira

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Harmonização Contabilística

 Exercício :
 Indique se as afirmações são verdadeiras ou falsas:
 A Missão do IASB consiste em criar muitas normas aplicáveis
internacionalmente.
 A estrutura conceptual e as normas de interpretação no sistema
normativo internacional apresentam uma importância pouco
significativa.
 O processo de convergência das normas FASB/IASB apesar
de ser de elevada importância está longe de estar concluído.
 De acordo com os MoU entre FASB/IASB, a convergência
das normas contabilísticas deverá ser feita pela alteração das
normas existentes.
45 TNPC- Cáudia Pereira

Estrutura Conceptual

Cap I- Finalidade e objetivos gerais da informação financeira

(a) ajudar os preparadores das demonstrações financeiras na aplicação das


Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF) e no tratamento de
tópicos que ainda tenham de constituir assunto de uma dessas Normas;

(b) ajudar a formar opinião sobre a aderência das demonstrações financeiras às


NCRF;

(c) ajudar os utentes na interpretação da informação contida nas demonstrações


financeiras preparadas; e

(d) proporcionar aos que estejam interessados no trabalho da entidade reguladora


informação acerca da sua abordagem à formulação das NCRF.
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Estrutura Conceptual

Conjunto completo de demonstrações financeiras


As seguintes DF constituem um conjunto completo (item 2.14 do SNC):
 Balanço;
 Demonstração dos resultados;
 Demonstração que mostre :
 Todas as alterações no capital próprio;

 Alterações no capital próprio que não sejam as provenientes de


transações de capital com detentores e distribuições a detentores;
 Demonstração dos fluxos de caixa; e
 Anexo com as políticas contabilísticas e notas explicativas.

47 TNPC- Cáudia Pereira

Estrutura Conceptual

Objetivo das demonstrações financeiras


Posição financeira, desempenho e alterações na posição
financeira

Notas às demonstrações financeiras

 Imagem Verdadeira e Apropriada

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Estrutura Conceptual

 Cap. II- Características Qualitativas

 Relevância (materialidade)

 Fiabilidade (No SNC incorpora as subcaracterísticas da representação


fidedigna, a substância sobre a forma, a neutralidade, a prudência, a
plenitude)

 Comparabilidade

 Compreensibilidade

49 TNPC- Cáudia Pereira

Estrutura Conceptual

 Cap. II- Características Qualitativas


 A prudência é a precaução quando a entidade tem de fazer julgamentos em
ambiente de incerteza.

 A incerteza não deve tornar a informação financeira inútil

 Quanto a incerteza é considerável, a informação mais útil deve ser ligeiramente


menos relevante mas prudente.

 As Normas internacionais de contabilidade apresentam muitos aspetos


característicos de prudência: mensuração inicial pelo custo, na mensuração
subsequente opção pela atualização dos ativos não correntes (Barker, 2015; ler
abstract)

50 TNPC- Cáudia Pereira

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Estrutura Conceptual

 Cap. III- Entidade de Relato

 Como pressupostos subjacentes são referidos:

 a Continuidade e o

 Regime do Acréscimo.

 Barker and Teixeira, 2018:

“Accrual accounting provides a better basis for assessing past and


future performance than cash-based information”

51 TNPC- Cáudia Pereira

Estrutura Conceptual
 Cap. IV- Definição dos elementos da DF

Elementos
das DF’s

Alter. na Posição
Desempenho
Posição Financeira Financeira
(Demonstração
(Balanço) (Dem. dos fluxos de
dos resultados)
caixa)

Ativos
Rendimentos
Passivos Não definidos
Gastos
Capital Próprio

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Estrutura Conceptual
Posição financeira

Recurso económico controlado pela entidade como


Ativo resultado de acontecimentos passados e do qual se
espera que fluam para a entidade benefícios
económicos futuros.

Obrigação presente da entidade proveniente de


Passivo acontecimentos passados, da liquidação da qual se
espera um exfluxo de recursos da entidade
incorporando benefícios económicos.

Capital Interesse residual nos Ativos da empresa depois


Próprio de deduzir todos os seus passivos.

53 TNPC- Cáudia Pereira

Estrutura Conceptual
Identificação de Passivos
Tipo Definição
Provisões É um passivo de tempestividade ou quantia incerta
Contingência É uma obrigação possível que provenha de acontecimentos
passados e cuja existência somente será confirmada pela
ocorrência ou não de um ou mais acontecimentos futuros
incertos não totalmente sob controlo da entidade; ou

Uma obrigação presente que decorra de acontecimentos


o passados mas que não é reconhecida porque:
Não é provável que um exfluxo de recursos incorporando
benefícios económicos seja exigido para liquidar a obrigação;
ou
A quantia da obrigação não pode ser mensurada com
suficiente fiabilidade.
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Estrutura ConceptualSNC
Desempenho
Aumentos nos benefícios económicos durante o
Rendimentos período contabilístico na forma de influxos ou
melhoria de Ativos ou de diminuição de passivos que
resultem em aumentos no capital próprio, que não
sejam os relacionados com as contribuições dos
participantes no capital próprio.

Diminuições nos ativos ou aumento de passivos que


Gastos resultem em diminuições no capital próprio, que não
sejam as relacionadas com as distribuições aos
participantes no capital próprio

55 TNPC- Cáudia Pereira

Estrutura Conceptual
ceptua SNC
Cap. 5- Reconhecimento dos Elementos das DF’s :
• É o processo de incorporar o respectivo elemento no
balanço ou na demonstração dos resultados;
• Envolve a descrição do item por palavras e por uma
quantia monetária e a inclusão dessa quantia nos totais do
balanço ou da demonstração dos resultados;
Um item deve ser reconhecido
• Se for provável que qualquer benefício económico futuro
associado com o elemento fluirá de, ou para, a empresa;
• E o elemento tiver um custo ou um valor que possa ser
quantificado com fiabilidade.

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TNPC_CP Edição 2022/2023

Estrutura Conceptualual
do SNC
• Reconhecimento de Ativos
• um Ativo é reconhecido no balanço quando for
provável que os benefícios económicos futuros
associados ao Ativo fluam para a empresa; e
• o Ativo tenha um custo ou valor que pode ser
mensurado com fiabilidade.
• Reconhecimento de Passivos um passivo é reconhecido no
balanço quando for provável que da liquidação da obrigação
resulte a saída de recursos que incorporem benefícios
económicos; e
• valor de liquidação do passivo pode ser mensurado
com fiabilidade.
57 TNPC- Cáudia Pereira

Estrutura Conceptual

• Reconhecimento de Rendimentos um rendimento é


reconhecido na demonstração dos resultados quando tenha
surgido aumento dos benefícios económicos futuros
relacionados com aumentos de Ativos ou diminuições de
passivos; e
• o seu valor pode ser quantificado com fiabilidade.
• Reconhecimento dos Gastos
• um gasto é reconhecido quando tenha surgido
diminuição dos benefícios económicos futuros
relacionados com diminuições de Ativos ou aumentos
de passivos; e
• o seu valor pode ser quantificado com fiabilidade.
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TNPC_CP Edição 2022/2023

Estrutura Conceptual

Cap VI- Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras

 Como bases de mensuração, que podem ser utilizadas em graus


diferentes e em variadas combinações nas DF, conceptualizam-se:

 custo histórico;

 custo corrente;

 valor realizável (de liquidação);

 valor uso; e

 justo valor.
59 TNPC- Cáudia Pereira

Estrutura Conceptual

 Exercício 1:

Indique se são verdadeiras ou falsas as afirmações de acordo


com a Estrutura Conceptual do IASB:
1. O custo histórico não é base de mensuração dos Ativos
apenas dos Passivos
2. O Justo Valor e o valor realizável são as bases de
mensuração dos Ativos.
3. Na mensuração inicial dos AFT a base de mensuração
principal é o Custo Histórico

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TNPC_CP Edição 2022/2023

Estrutura Conceptual

 Exercício 2:
Q1: Os dois principais critérios de reconhecimento de Ativos e
Passivos são:
a) Propriedade legal e decorrência de acontecimentos passados
b) Propriedade legal e geração de Benefício Económicos
Futuros
c) Geração de Benefício Económicos Futuros mensuração com
fiabilidade
d) Nenhuma das anteriores.

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Estrutura Conceptual

 Q2: Segundo a EC do IASB, a informação financeira


deverá estar isenta de erros materiais e preconceitos.
Qual dos seguintes termos respeita a esta afirmação:
a) Mensuração
b) Relevância
c) Materialidade
d) Fiabilidade.

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