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No Dicionário Aurélio
Significado de cigano
No Dicionário Michaelis
cigano
ci.ga.no
adj sm1 Etnol Diz-se de ou povo nômade, originário do Noroeste da Índia, que
emigrou para a Europa Central e que, atualmente, encontra-se presente com
sua cultura e costumes em vários países do Ocidente. Dedica-se ao comércio
de cavalos, música, prática das artes divinatórias, artesanato, venda de
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miudezas etc.; calom, zíngaro. 2 coloq Que ou quem tem grande habilidade
para o comércio. 3 coloq Mercador ambulante que oferece miudezas em
domicílios. 4 coloq Que ou quem leva vida itinerante e/ou de boêmio. 5 Zool
Diz-se de ou carneiro treinado para guiar rebanhos. • sm Ling V romani. Etim: fr
ant cigain
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Durante o auge dos regimes comunistas, nossa gente, que vivia em países
desse sistema político, passou fome porque a mão de obra artesanal era
proibida e apenas a produção estatal era permitida (e é claro, ciganos não
eram admitidos nas industrias). Depois da queda do regime comunista, muitos
ciganos preferiram trabalhar no estrangeiro e os destinos preferidos foram:
Holanda, Reino Unido, França, Bélgica, Grécia, Itália, Espanha e Portugal.
Quantos somos no mundo? Eis uma pergunta difícil de ser respondida. Porque
os representantes oficiais procuram reduzir o número de ciganos que vivem em
seus países (escondendo a realidade e fugindo da responsabilidade social com
gente de nossa etnia).
E isso não ocorre somente por aqui, em 1997 “oficialmente” não havia ciganos
vivendo na Moldávia, enquanto ativistas ciganos citavam outra realidade. Com
uma população mundial estimada entre 8 a 12 milhões, o maior número vive no
centro e leste europeu. No Brasil calculamos que haja, pelo menos, 800.000,
assim distribuídos: grupo Rom (e subgrupos) +.- 350.000 – completamente
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Os mais idosos são e serão sempre os mais respeitados, pois com experiência
de vida são os sábios a serem sempre consultados.
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Nomadismo – quem já não ouviu dizer que: “cigano é igual ao vento não tem
parada!”, eis outro estereotipo sobre nossa realidade. As viagens e os
deslocamentos sempre ocuparam papéis funcionais e não tradicionais. Pois,
permitiam o exercício de nossas profissões (geralmente artesanais e bem
apreciadas, como utensílios domésticos de metal e de madeira, caixeiro
viajante, negociante de cavalos, feirante, artista). As viagens tinham, e ainda
tem uma função econômica. E ou ocorria o tal “nomadismo”, por conta de que
éramos expulsos do local.
Tradições: aqui sim, cabe uma generalização para todos os grupos. Através de
nossas tradições conseguimos manter nossa identidade (romanipen) no
decorrer dos séculos. Elas sempre foram transmitidas de forma oral entre avós,
pais e filhos. Portanto, é na vida familiar que nossas tradições tiveram e
continuam tendo força. Elas nos acompanham do nascimento à morte.
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Nascimento:
Casamento:
Uma tradição ainda muito bem preservada, entre os ciganos mulçumanos, tem
a ver com os fatos que ocorrem no dia que antecede o casamento: ocorre a
pintura da noiva com hena, nos dedos dos pés, das mãos e nas palmas (que
deve ser feita por mulher idosa e influente, que somente tenha se casado uma
vez e nunca tenha traído o marido). Esse ritual é acompanhado com a doação
de uma quantia de dinheiro dentro de um pano branco que é envolto nos pés e
mãos da moça. O pano branco amarrado com linha vermelha simboliza sua
integridade. Ao termino todos os mais velhos abençoam ao casal.
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Funeral:
Cultura Cigana:
Quando ouvirem falar sobre cultura cigana, será imprescindível lembrar que ela
não é universal, ao contrário, é bem diversificada. Contudo, com características
comuns a todos os grupos ciganos. Nossa cultura, tal como qualquer outra,
possui duas colunas principais: os valores espirituais e os materiais.
Valores Espirituais:
Ainda temos dentro deste tópico, nossas lendas, provérbios, poesias e as mais
importantes: músicas e danças.
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E assim ainda ocorre em todo o mundo, a música e a dança local são adotadas
pelos grupos ciganos e vão se transformando lentamente no estilo cigano. Na
Bulgária as canções e danças ciganas representam uma mistura das tradições
populares dos Balcãs. E ainda podemos citar como exemplo, agora já na
Europa ocidental, o flamenco espanhol, que na realidade é a música e a dança
cigana de Andaluzia.
E para finalizar, sem ter esgotado o tópico sobre nossos valores espirituais, cito
alguns valores muito nossos:
- o valor de Ser e não de Ter (ainda que atualmente vejamos alguns grupos em
outro posicionamento).
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E finalmente devo ressaltar que há uma arte e ofício em nós que mesmo a
tecnologia não irá ocupar o espaço. Refiro-me a leitura da verdade: “nossas
mãos são pedaços de um velho pergaminho, que no caminho para o céu o
Senhor resolveu rasgar...e o vento tratou de espalhar. E foi nas linhas tortas
das palmas de nossas mãos que o certo e o errado Ele escreveu”. Somente
compreenderemos a verdade quando unirmos nossas mãos!
Desde nossa chegada à Europa nos tornamos conhecidos pela pratica da arte
de falar sobre a sorte. Ao longo dos tempos cada grupo se utilizou de muitos
métodos, desde bolas de cristal, leituras de mão (embasada na quiromancia),
baralho, tarot, borras de café, Cabalá etc. Se por uma lado essa pratica pode
ser analisada como prestação de serviços de psicologia a preço popular, de
outra forma, também tem sido analisada como contravenção penal artigo 171,
estelionato: sendo definido como “obter para si ou para outro, vantagem ilícita,
em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício,
ardil ou qualquer outro meio fraudulento”.
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Bandeira da Índia, três listras horizontais laranja, branco e verde a roda azul
marinho com os 24 raios do Ashoka (que representam as 24 virtudes);
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E é por isso que nós, os ciganos, tememos por nossa língua que é muito
importante para nós, pois reforça a nossa identidade e não deve ser esquecida
entre os próprios ciganos e outros.
O que queremos:
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Sa e Rom si phrala!
Opre, Romalen, Shavalen!
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