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Grupo I Versão 1
Lê, atentamente, as questõ es que te sã o colocadas. Para responderes aos itens que se seguem, irá s ouvir
duas vezes um excerto intitulado “Entrevista a Gil Vicente”.
A) Não obstante ter sido um grande escritor, nunca escreveu poemas e, por esse motivo, não se considera um poeta. F
V
B) Gil Vicente não conhecia o castelhano falado na vizinha Espanha, embora algumas das suas personagens o falassem
C) Segundo Gil Vicente, o trabalho de um escritor assemelha-se ao de um ourives, visto que ambos visam produzir peças para F
realçar a preciosidade da beleza e harmonia femininas.
D) Embora antes do seu tempo tenha havido algumas representações teatrais, as obras de Gil Vicente são consideradas uma V
novidade não só em Portugal, mas também na Península Ibérica.
E) Não pertencia à Nobreza, mas considerava-se um homem da Corte, pois tinha a responsabilidade de organizar as festas F
palacianas.
F) Ao longo da conversa, é notória alguma falta de isenção por parte de quem questiona o autor. Quem conduz a entrevista não F
consegue esconder a sua admiração pessoal por Mestre Gil.
G) Conquanto fosse um religioso, admite que nunca se deixou influenciar, na sua escrita, pelos erros da Igreja, daí que, ainda hoje, V
continue a ser considerado moderno.
2. Seleciona, para responderes a cada item (2.1. a 2.6.), a única opção que permite obter uma afirmação adequada
ao sentido do texto.
2.1. O vocábulo “Deveras” l. 3 pode ser substituído por qualquer uma das seguintes opções, exceto por…
(A) De facto. (C) Efetivamente.
(B) Pouco. (D) Muito
2.2. “… acho que acreditei sempre no Homem e pouco nos homens ” (l. 35) Nesta passagem, Gil Vicente sugere que
(A) foi influenciado pelas ideias medievais.
(B) foi influenciado tanto pelas ideias renascentistas como pelas medievais.
(C) nenhuma das respostas anteriores.
(D) foi influenciado pelas ideias renascentistas.
2.3. Na frase “antes de mim, só havia uns autos litúrgicos, organizados pela Igreja” (l. 19) o sujeito é …
(A) uns autos litúrgicos. (C) subentendido.
(B) Igreja. (D) inexistente.
2.4. A passagem “como se jogasse sobre um grande tabuleiro” (l. 45) sugere que o dramaturgo…
(A) também gostava de jogar.
(B) considerava as suas personagens peças de um tabuleiro de Damas.
(C) considerava o seu ofício um desafio.
(D) considerava as suas personagens peças de um tabuleiro de Xadrez.
2.5. Seleciona a opção que corresponde à única afirmação falsa, de acordo com o sentido do texto.
(A) «seus» (l. 15) refere-se a «palavras». (C) «seu» (l. 34) refere-se a «Idade Média».
(B) «seus» (l. 28) refere-se a «línguas e dialetos». (D) «sua» (l. 44) refere-se a «D. Manuel».
2.6. Seleciona a opção que corresponde à única frase em podemos encontrar uma conjunção subordinativa
completiva. (1,5 pontos)
(A) “…Só me preocuparia se dissessem mentiras (C) “…o mesmo carinho com que um ourives de
a meu respeito…” (l. 2 ) talento trata os metais preciosos.”(l. 16)
(B) “…não sei se deva acreditar que o fui de (D) nenhuma das respostas anteriores.
facto.” (l.1 9)
Grupo II
Gil Vicente
Nascido pela década de 1460-70, Gil Vicente viveu num período de intensa centralizaçã o
do poder régio e na época á urea da Expansã o portuguesa. A sua produçã o literá ria […]
estende-se de 1502 a 1536, abrangendo, desta forma, parte do reinado de D. Manuel I e parte
do reinado de D. Joã o III.
5 Se as suas obras sã o, nos primeiros anos, de cariz fundamentalmente religioso e
representadas em momentos de maior reflexã o e fervor religioso, seja no Natal, nos Reis, na
Quaresma ou aquando da procissã o do Corpus Christi, tal facto nã o obstou a que o gérmen1 da
sua crítica e condenaçã o tanto moral como social estivesse já bem delineado no Sermão que
em 1506 expõ e em Abrantes à rainha D. Leonor. A partir de entã o, qualquer das suas peças,
10 quer de cariz religioso, quer de características profanas2, por altura de festas religiosas ou em
exortaçã o de determinados acontecimentos, como a chegada de uma armada da Índia, a
partida de uma expediçã o guerreira para o Norte de Á frica ou o nascimento de príncipes, o
casamento e a partida de princesas, os desponsó rios 3 e entradas de reis, qualquer das
representaçõ es, dizíamos, contém, com maior ou menor profundidade, um olhar crítico à s
diversas facetas da sociedade portuguesa sua contemporâ nea.
15
Ao privilegiar na sua atençã o esta ou aquela figura, estas ou aquelas camadas sociais, este
ou aquele problema de ordem espiritual ou socioeconó mica, pretende, utilizando
determinados utensílios mentais, atingir um objetivo bem concreto, e é precisamente no
sentido de captar esse mecanismo ou estratégia que traduz a sua perspetiva de observar ou
levantar problemas, que nos iremos deter sobre a obra de Gil Vicente. […]
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Que fatores de condenaçã o encontra Gil Vicente na sociedade do seu tempo? Como os traz
a lume, explícita ou implicitamente? Que posiçã o toma em relaçã o a eles? Por outro lado, que
soluçõ es encontra ou que vias de resoluçã o aponta para endireitar esse mundo que caminha à
sua volta, “de cara atrá s”?
Nã o poderemos esquecer que Gil Vicente é um indivíduo que nos surge ligado à Corte, à
25 família real, para que representa, um homem profundamente religioso que vive numa época de
grandes polémicas e agitaçã o de ordem espiritual […]. A época permite-lhe, portanto,
determinadas liberdades de expressã o, impondo-lhe, em contrapartida, uma tomada de
posiçã o no que respeita à obediência e ao respeito por funçõ es e instituiçõ es.
Para responderes a cada item (1.1. a 1.5.), seleciona a opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto.
1.1. A escrita de Gil Vicente coincidiu com uma época
(A) de esplendor ultramarino em que os reis procuravam controlar todos os poderes.
(B) de esplendor ultramarino em que os reis procuravam distribuir os poderes.
(C) inicial de expansã o ultramarina em que os reis procuravam controlar os poderes.
(D) inicial de expansã o ultramarina em que os reis procuravam distribuir os poderes.
1.3. A partir de 1506, a perspetiva crítica de Gil Vicente passou a estar presente
(A) nas suas obras de cariz religioso.
(B) nas suas obras de cariz religioso e de cariz profano.
(C) nas suas obras de cariz profano.
(D) quando abordava temas relacionados com a Expansã o portuguesa.
1.5. As palavras “que” em destaque na expressã o “Nã o poderemos esquecer que Gil Vicente é um indivíduo
que nos surge ligado à Corte” (linha 25)
(A) O primeiro que é um pronome relativo e o segundo que é também um pronome relativo.
(B) O primeiro que é uma conjunçã o subordinativa e o segundo que é um pronome relativo.
(C) O primeiro que é um pronome relativo e o segundo que é uma conjunçã o subordinativa.
(D) O primeiro que é uma conjunçã o subordinativa e o segundo que também é uma conjunçã o
subordinativa.
GRUPO III
TEXTO A
Lê o poema que se segue e responde às questões com frases completas:
As pessoas sensíveis
Ó vendilhõ es do templo
Ó construtores
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Das grandes está tuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoçã o e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem
Sophia de Mello Breyner, in Livro Sexto, 1962
TEXTO B
Na safra do apanhar
Escreve um texto expositivo, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, no qual apresente
linhas fundamentais de leitura do excerto da peça Auto da Barca do Inferno. O teu texto deve incluir uma parte
introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão. Organiza a informação da forma que
considerar mais pertinente, tratando os sete tópicos apresentados a seguir. Se não mencionares ou se não tratares
corretamente os dois primeiros tópicos, a tua resposta será classificada com zero pontos.
• Explicação do sentido dos versos «Ora mui muito m’espanto / não vos livrar o dinheiro.».
• Referência ao sentido da fala do Onzeneiro «Solamente pera o barqueiro, / não me deixaram nem tanto.».
• Explicação, com base no teu conhecimento da obra, da intenção de crítica social, feita através do Onzeneiro.
GRUPO III
1. Reescreve a frase, substituindo a expressã o sublinhada pela forma adequada do pronome pessoal.
Gil Vicente teria escrito as suas peças inspirando-se na sociedade portuguesa.
2. Na frase «Não poderemos esquecer que Gil Vicente é um indivíduo que nos surge ligado à Corte (…)»,
temos, respetivamente,
(A) Uma oraçã o subordinante, uma subordinada adjetiva relativa explicativa e uma oraçã o subordinada
adverbial consecutiva.
(B) Uma oraçã o subordinante, uma oraçã o subordinada substantiva completiva e uma oraçã o subordinada
adjetiva relativa explicativa.
(C) Uma oraçã o subordinante, uma oraçã o subordinada substantiva completiva e uma oraçã o subordinada
adjetiva relativa restritiva.
(D) Uma oraçã o subordinante, uma oraçã o subordinada substantiva relativa e uma oraçã o subordinada
adjetiva relativa explicativa.
5. Associa cada elemento da coluna A a um ú nico elemento da coluna B, identificando a função sintática de
cada constituinte sublinhado:
A B
Grupo IV
Escreve um texto de opinião, com um mínimo de 180 e um má ximo de 240 palavras, que pudesse ser
publicado num jornal escolar, em que defendas a afirmaçã o anterior.
Lembra-te de que deves escrever a introduçã o, o desenvolvimento e a conclusã o.
Apresenta, no mínimo, dois (2) argumentos que sustentem a tua posiçã o.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequê ncia delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos
ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer nú mero conta como uma ú nica palavra, independentemente dos algarismos que o constituam
(exemplo: /2018/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensã o indicados – um mínimo de 160 e um má ximo de 240 palavras –, há que atender ao seguinte:
– um desvio dos limites de extensã o requeridos implica uma desvalorizaçã o parcial (até dois pontos);
– um texto com extensã o inferior a 55 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.
Cotações
ITEM 1. 2. 5. 1. 2. 3. 4. 5. 1. 3. 4. 6.
3. 4. 2. 5. 30
PONTOS 4 4 4 4 4 5 5 5 5 10 3 3 4 3 4 3
FIM