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Q*5.4i " Ec.t> n4â yu. i c.

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1NL"rL'^
MAX MTRRUÂTI

§AGUNNÁ PARTE
os MECAt.tIsMos [, os sISTEMÂs EcoNórr,ttcos
mrnonuçÃo
OHffiffiRAFIA HffiffiIANA -. A ge.grafia tradiçionar eonsid"era o rendirnento resultado
dírecto do trabalho exercido sobre uma base geográfic" *;;*;;;
em géneros: o rendimento de *ma familia ãsqü:no ie-*iih"*"ã
T". VOI,UN{Ii
Çclm &s peças de caça abatidas. Mas numa ecoriomia de
ro*i*"ao,
o rendimento é o resultado de um traranço e tudo o qur ri *úr*"üt
a propósito de uma empresâ çomerciál ou de urna imfor*çAo
agrícola, será vago se íão for expresso ern termos contabilis_
?"radução d«
tlcos. H evidenie_ que o geógrafo não pode aceitar nem trahalhar
rífl,r,ENA nn *naú;o ["0Fas sebre balanços idênticos aos declarados ao fisco, devendo pro_
c çura.r apurar a realidade, mediante sondagens e çálculoj d*
CÂRLOS $"é-LMEIDÀ SAMT}.4ift aproximação, em surnâ, mediante um métodó crítiço.
Tomando agorâ um caso pal"ticular, note-se qu6 umâ explo-
ração agrícola nâo pode ser cómpreendid& sem o ãstudo
das iuas
receitas e das suas despesas.*._qqu a própria evotuçáo ãgrr"ãü
se exprime em termos çontabilisticos que'modifrearn o
e o activo. 0 activç cornpreende as receitas agrieolas, óüili",
aqto-
?.:;03- 254 -oonsumo, as receitas complernentares (por exeúplo,
as obtidas
mediante a realizaçâo de trabalhos por-conta A*'oúr"*, c"*o
o transporte de madeiras). O passivo compõa-se ae renaajpagâ§,
de salários- pagÕ§, de despesaj com materàl e edifÍcios, &;d;;:
tiraçÕes, dc eornpras de carburante, de gado c dç'alimentos
para c,. gado, de aquisiçÕes de ad"ubo e dç*se:nentes,
ae Aãspesás
de melhorarnenío, tais copg dragagem (ou a sua
l
de despesas côm o veterinário,
amortira,çaoi,
de- p-agaràenros de
dos impostos e dos seguros. "l;;i;i;iríil;:
Toda a transformação se traduz em temos financeiros" Assim,
e pir exemplo, se o dono
üDITGR.íÀ[, pR§SilNÇÀ e tr"IvÊ.ARIA §{,àí(TINS FON'r"n§ {g *u propriedade ,u.at pro.üiã
melhorar os seus carnpos, mediante
PÜRTUGAL a utilizado O* aAuúd a Ae"
Blt.&§Ir,
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pesa do adubo ri colocada no passivo, o superior renclimento de economia liberal, uln aumento geral da produção pode tra-
obt.id«l é insçrito no activo, devcndo haver no entanto o cuidado duzir-se numa diminuição de preços e consequente diminuição
de calcular: os acréscirnos ele rendimento possíveis nos ilnos das vendas: sô os proços diminuem numa rclação mais qus prc)-
porcional que o aumento da produçã<1, verifica-se que o rendi-
seguintes (o acréscirno vai atingir um ponto óptimo, dirninuindo
seguidamente, caso não sc utilize mais adubo). No passivo, rnento global de um dado produto diminui se a produção aumenta
e vice-versa" Outros mecanismos económicos destinam-sc a desen-
torna-sô ta:nbóm necessário incluir as despesa,s de mâo-de-obra
ut.ilizada na colocação do adubo, bem corno na ceifa e enÍ'arda-
volver um dadçr conjunto produtivo em condições naturais hostis:
mento de maior quantidade de csrcal obtirla. Há airtda a çontar ó este o caso dos direitos alfandegários que protegem a vinha
com as clespesas nccessárias pâra ,lumentar o celeiro ou pâra suíça ou as estufas aquecidas da Holanda, cujas uvas não teriam
construir silos, pelo que se tornâ necessário amortizar anual- qualquer possibilidade de concorrer com âs uvâs espanholas
(perfeitamente adaptadas ao meio rmbiente) se estas entrassem
A maior recolha de palha permitirá
mente estas úrltimas despesas.
criar maior número de animais, o que pode levar a substituir no livremente nos Países Baixos" Certos mecanismos económico-
activo o acróscirno r1o cercal pelo acróscimo da carne çu leite -políticos podenr ter o mesmo efeito: assim, os serviços húngaros
obtidos. Mas aumentar a manada é, por seu turno, comprar de planiÍicação introduziram no país a cultura do alg«:doeiro,
animais novos, ou manter parte clos que deveriam ser vendidos embora as condições de produção que ele aí encontravâ fossem
(mais um elemento a inserir no passivo). Por aqui se vê quc a muito difíceis.
transforn.raÇão se traduz numa alteração ao traianço (de que o Os mccanisrnr:s económicos e outros tipos de intervençã<:
cultivador fez ou não o cálculo), alteração quc podc diferir de tôm o seu lugar na geograÍia humana. Não se trata evidente-
ano parâ ano, obrigando-o por vezes a recorrcr ao créciito. E tam- mente de esc:rever uma ggogralia económica (e, por tal, nunca
bóm possível que a transÍormação rrão se revçle retrtável" çonsideraremos o estudo dos produtos em si), mas de apreciar
No entanto, a empr§l;â agricoia não é um eielnento isolarlo. a produção como elemetrto do todo geográfico. O sistema cie
Faz partc cle um todo ger:gráficcl que suporta as incidências da ploduçiro excrce sobrc toda a açtividacle humana uma tal influên-
transfirrn:açiÍo projectad.a. Esta influi el-ectivíuxen{.e ern outras cia quc é, por si só, urn vcrclacleiro nreio, além dç seu papel de
oclividacles: no comércio dos laçticínins ou da carne, na. indús- intermediário entre o nieio natural c o homenr.
tria das construçÕes, na da maquinaria agrícala e ainda sotrre O esclucnu cle .moclo cle vicla autónomo dc autosubsistência
a utilização eLe mais oü menos mão de oL,ra. Se a transforrna- compl.ica-so nreclial"rte a introtluçio dc proccssos que apresen-
tumos em três capíl.ulos, sob as geguintcs rubricits:
ção provoca um aurnento rlo nível de vida, vai trazer novos rendi-
merrtos aos co:nerciantes f'orteçeclores de bens dç çonsurno. Este l.n Mecanismos espontâncos ou dc cconomilr liberal.
movimeflto c1.e circulação :uonetária insigniíicants, nunl ponto de 2.o Mecanisuros impostos por grupos econdrnicos, quo por
vistâ mâcfo-econó.rrico, se se tratal de unra úlrica exploração, vezes sc constituern grâças ao liberalismo económico.
torna-se importanle desde que a transformação afecte grilnde 3.o Intervenções estacluais, para alérn tlas que visam fazor
número de explorações agrícnlas. Farte <1o novo circuitô rnonÊ- respeitar o liberalismo econóroiço.
tário, rcaliza-se nâ região, e pff.rts r1o extcrior {por cxemplo, a Após o estlrdo destes dilerentes processos, será o rnomentü
compra dc maquinaria agricola ou de bens de consumo produ- de distinguir a"s diversas formas de organização económica.
zidos no exterior, vai-se repercutir nas outras regiões). A inter-
dependência dos lenómenos económicos c,briga pois ao conhe"
cimento rlos meçanismos que influenciam a ecônorria, encarada
no seu conjr.rnto.
AlgurLs ciestes mecanisrrios afastinn-lros ,:ia gü6g121fis humana,
íundada no rncio, na meciicla em que podem f'a.zcr variar o rendi-
mentô na raz.ào inversa clos irreços" Por ex*tnplnr nlrm sisí.*ma

zCI4 205
de um bem sào constântes de todos os regimes económicos,
devendo ser estudadas independententente destes.

L Divisôo profissional do trabalho

Se, nurna sociedacle, um indivíduo ou uma famÍlia não rea-


I liza todos os trabalhos necessârios à sua subsistência, verifica-se
um sistema dc divisão do trabalho e, consequentemsnte, uma
economia de troca. Assim, quando numa aldeia prirnitiva um
OS MECANISMOS ECONÓMTCO§ ESPONTÂNEOS homem se torna exclusivamente ferreiro e troca os seus serviços
ou produtos por comida ou espécies monetárias que lhe permitam
adquirir géner<;s, o modo de vida cleixa de se concetrer sem inter-
Designam-se por mecanismos econórnicos espontâneos os venÇão de um rlecanismo ecr:nómiço de troca. Por maioria de
que desempenham um determinado papel na produção, no razão, as soçieclades evoluídas têm uRra estrutura proÍrssional
consumo e nas trocas, sern intervenção tlo Estado ou algum conlplexa, verificando-se a existência de proÍissões muito espe-
grupô econónrico dominante. De acordo com ostes mecâ- cializaclas, No seio das cmprcsas, a especializaçâo dos empre-
nismos supôe-se que produtores e consurnidores, Çompradores gados e dos operários é a regra, mas essa especialização pode,
e vendedores, reunem icdos os requisitos neccssários pâra que no en.tanto, abarçar toda a empresa (há emprcsas <1ue levam essa
a concorrência possa vigorar. Nem a oferta ncm a procura são especialização ao Írltimo gr'âu, como aquclas que pro«luzem apenÍr$
exclusivas de um pequeno grupo ou de monopólio de façto: é a um deternrinado núrmer<l tlc Iios de algodão r:u determinadr:
tecicio). 0 mesmo processo se veriÍica frequentemente em vários
condição clesignada por dupla pluralidade. Por outro lado,
cstárlios dc urna cadeia de produção; a Jãbrica de automóveis
considera-se inçxistcnte qualquer laço entre os vários vende-
compro ao construtor dc acessórios determinad<ls pr<ldutos, como,
dores ou entre os r,ários compradores, sendo os preços (ou as por exemplo, zr aparelhage:n eléctrica. No entanto, pode conli-
conclições de troca) livremente dçbatidos: isto designa-se por gurar-se uma evolr.rção em sentido invers<1, como â que lle verifica
atomicidade do mercado. Cada participante é livre de se retirar quando dada cnrprcsa cle construção automóvel compra ou
do mercado ou de rr$le participar. Nestas circunstânciasr o mcr- çonstrói uma fÍrbrica de aparclhagem eléctrica (mecanisrno que
cado desigrra-se por mercildo fluiclo. Por outro lado ainda, e na será estudado na p" 226, sob n designação de integraçao ou coll-
medida em que não há compartirnentos estanques, o resultado centração vertical). O n"resmo tipo de evolução so verifica se o
de todas as transacçÕes é conhecido: é a çaracteristiça «le trans- produtor agrícola passa da monoçultura à policulturâ, por â
parência do mercado. São evidentemente condiçôes ideais que primeira tcr esgotado as terras, por tcr surgido uma çrise na venda
nunçâ se verificam na prática, mas que a pedagogia obriga a ou ainda porque se tenha revelado nlenos rentável. A evolução
ter em consideraçào antes de fazer intervir elernentos que com- dos modos de vicla no sentido da especialização não é pois um
pliquem o esquema teórico. Todavia, os mecanismos liberais fcncirneno absolutarnente irrcversível.
teóricos desempenham, dentro de cerÍos limites, o seu papel Seja como for, a divisão do trabalho tern çfeitos que respei-
na vida real. Mesmo os regimcs económicos mais intervencio- tam, urls à sociologia e à tecnologia, e outros à própria estrutura
nistas são incapazes de os fazer desapareccr completamente, assi$- da economia. É um destes últirnos que vzunos tomar em consi-
lindcl-se ao seu aparecimento, sob a forma de mercado negro, deração: a criiição de uma cconomia de mercado, uma vez que
a par de um mercado legal dirigído. Além de que certos mecâ- foram jír examinados os seus efeilos sobre a composição da
nismos, como a incidência clas despesas de transporte no preço população (p. 103 e seguintes).

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r: ::aliriÍ-lri ::
II. Â Divisão espadal do trabalho e a intervenção rlos custos veuss,o ritmo de produçõo, na medida em que todo o atraso
de transport
é nuaceptÍvel'de retardar a utilização do produto noutros bens
Até agora, tomámos como sm quo ele é incorporadoo o decurso do tempo representa ainda
pres$uposto a realização das uma imobilização de capital. Entrê meios de transporte coücor-
trocas no próprio local da produção. Ora, um esquema econó-
mico assente no princípio da divisâo do trabalho fem de entrar rcntes, pode tornar-se conveniente, com base numa igualdade
em _consideraçâo com as diferentes localizações das empresâ.s de preços, escolher o mais rápido. Por vezes, prefere-se aquele
produtoras e com as distâncias sntre os diversos locais dã pro- que exige menores despesas de reguros. Para certas cargas dete-
rioráveis ou frágeis, çomo &s sedas e os instrumentos de precisão,
dução que podem ser suficientemente sxteflsas, para qre do
transporte resulte o aparecimento de modos de üda esfiecia]i os seguros pera trânsporte de aviâo são relativamente pouco
elovados. Mas a çoncorrêucia dos meios de transporte baseia-se,
zados, bem como incidências sobre o preço dos produtos. ,t pro-
duçâo de derivados alimentares, dç bens de produção e A* o,itiàs ncima de tud.o, nas diferenças de ternpo e de preço.
objectos leva a que se entrÊ Êm considera|ão O preço do transporte aumenta o preço de revenda da merca-
o elemenió doria, numa percentagem que varia com o meio de trausporte
trânsporte entre as diversas regiões, nas quais"ám tal produção é empregue, a distância e as quantidades transportadas. Â percen-
levada a cabo, Este transportç faz viver uma popülacão cuio
tagem dç aumento do preço é tanto maior quanto mais baixo
ruodo de vida é essenciaknente diferente do de oütràs calesoria"s:
camionistas, ferroviários, rnarítimos, pessoal aéreo, todís elas é o preço a que o produto é, inicialmente, vendido por unidade
divididas entre pes$oal navegante e pessoal flxo. paite do rendi- de peso. Designa-se por mercadorias ponder&das, as quc têm
mento da unidade económica considerada é, pois, encaminhado um valor relativamente baixo por tonelada (por exemplo, o
caÍvão, o calcário e os materiais de construçâo). Nestes casos,
tr &ra âs remunerações dos transportadores, bem çomo dos cons-
trutores dos. meios de transpolte. se o trânsporte muttipú;a a incidência das despesas de transporte é particulârmçnte &§en-
tuada, aumentando o prsço muito rapidaruente, sempre que são
cada vez mais os pontos de troca de uma meràdoria, vai, por
percorridas distânciae maiores. Pelo pontrário, mercadorias natu-
seu tul'I1ô, fazer acrescer ao preço de venda a que ela"poA"'o,
ralmente carâs, como os relógios ou as sedas, sâo menos sensíveis
adquirida, não apenas o preço do mesmo transpoite, maítambém
a fnargern de benefício dos intermediários. podemos supôr que ao pôrcurso de grandes distâncias. Com base num ponto de
expedição, é possível traçar ünhas de equipreços paÍa çada cate-
esses beneÍicios se organizam de acordo com as leis ecoàómicas
goria de mercadorias. Yeriflca-se então que entre dois ÇcntÍos
do liberalismo, mas é fácil prever as possibilidades que os esque_
mas de transporte tôm de sà afastarem deste liberalisrno teórico, susceptíveis de fornecer o mesmo produto, existe uma zona
verificando-se muitas vezes, num dado circuito comercial, a fixaj concorrençial onde, segundo a fixaçâo dos preços no momento
da partida dos produtos, se dá preferôncia a este ou àquele dos
çâo de tarifas de monopcilio (monopólio de um porto quê cons_ dois centros. E nomeadamente o caso do aço fornecido ao Sudeste
ponto_ de quase obrigatório, como eúUi*n ,*
[tui
Costa do Marfim; ^passagem da França pelas fábricas de Saint-Étienne e pelas fábricas italianas.
monopólio das organizaçôes de *rrri*z*rra- Às desigualdades dos preços provocadas em parte pelas dis-
mento e m"onopólio, para os líquidos intransportáveis a granel,
tâncias dos locais de consurno aos centros de produção, provocam
dos possuidores dos barcos cisternas, dos va§Oes tanques-e dos
camiôes cisternas). importantes fenómenos geográficos. Assim, no século XIX, a
rsvolução agrícola dos antigos Maciços francese§, estâve çondi-
F,ncarado do ponto de vista daquele que o utiliza, o tran§-
porte traduz-se numâ perda de têmpo e no pagamenio de um cionada pelo preço da cal. Ora, em 1867, na região do Limousin,
o prsço variava entre dois e cinco francos o qúntal: o sistsma
qr:ço,. O tempo tem um papel muiio importânú nos produtos dE cultura só tinha hipóteses de se modificar naquelas zonas em
ceterloràvels, uma vez que um lapso demasiadamente grande
qus o prêço da çal nâo ultrapassasse os três francos. A çriação
entre .q produçâo e o côfisumo obriga a recorrer a emba-iagens
frigorífieas que aumentam os custos.*Além de condicion;;,;;; de um novo meio de transporte, Íio assegura.r preços mais baixos,
pode estender a zona onde é posdvel roalizar transformações
208
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rentáveis. Este foi o caso do sur da Breta,ha, quando,
no inicio
do século XlX, a realização de um canal entrà Nuoi"i i ilr".t Alruns exemplc,s: a cultura da beterraba açucareira' cultivltla
só é possível por sc.tfarar irc
;'i;;;.'ffiiã;;;;;r;;"n,iu'iu', transporlc
permitiu a chegada g1 gul, que, enviada das regiáe, irfJii", c econonllco ocs(ru
situadas para lá do Maciço dã Armórica, ficava;;;-;';;;ô da mcrcadoria pontlcrada cujo um valor diverso'
inferior. que realizado .m grurrd., quantidades e que tern
cle harmonia com o teÁt'Ae açúcar, o
qual é medido antes de
Um outro exemplo do papel das desigualdades de preços
determinadas por diferentes'distânciÁ a p"rcorrer é-nos dado efectuado o pagamentã.-,1 ""*pta de matérias têxteis só pode
;;;;i;ràu fot intermérlio dô certos centros que medem a
pelo preço do leite nas regiões urbrnas.
Quarrto *ui" ui"riuàã
é o seu porrto de origem, mais elevad.o é o preço do leite liesco fi;t;;;;t, pàis esta é susceptível de fazcr variar o produto
(como o da seda em
que abastece as cidades. para cada ciclade, àxiste pois entregue: os centros cle condióionamento
ãir_ pu*tug** obrigatória tle,toda a matéria prima
tância.para lá da qual so rorna impossívcl u i-úiiuç*;*r; "*u constituem
Milão)'tipo. como a
leite. A eco'omia dess*s. regiÕes não pode pois pensar ;; ã.*t. Certos proõutos faCilmcnte deterioráveis'
;ú;;- distâncias têm de pâssar
tecer as cidades e necessita de procedôr à tiansÍbrmaçao ao carne, e que são provenieirtes de grandes
úie de armazenaruento, como os entreposto§ do.porto
i

em manteiga e em queijo. 1.)or centros


ã"'ü^à.it.; ;;ãçã" <la oveÍha pârâ âprovcitamento do seu
. .Âs despesas de transporte não são proporcionais unicarnente
à distância. Verilica-se o scu aumcnto seinpic quc existc leite é, na Franç4, mais rentávcl do que a criação que tenha em
ur, ponto ;t;t-; ãut",uao áu "ui,"t" ou da lã, áesde que o leite seja trans-
de
.ruptura do carregamento, ou seja, sempre que se mucla de i;;-d; e* qu"ijc, nut luut* dc Roquclort' A írrea desta criação
melo.de transporte ou se diversiíica enr vários conjuntos de recolha, cuja insta-
menores em funçãro clos centros
ri nois determinada-qii"*tiandt
p.rl.i? de transporte até ai utilizaclo (liagmentaçáo de um com- t criadores pos§am fornecer'
bóio de mercadorias cm vários combtliris menores). Assim, os i^í#dõ;ã;' J*t q
"
«rs
tipo de
combóios agrupados quc se clirigcrn aos grandcs.,",it.os a. õ"út"ri" agrícola'q;; ;; o'gúi'* tendn ern vista este
produtor isolado' situado
sumo agravâ.m mcnos os preços do que os cnvios individuais
óon-
;""d"ü;"ã; pode ser iniciado por um I
igualmente
separados. É este um dcrs fàcr,rcs clue vai iní'ruir ria .ããr.rtrããaã
e à.*rriuao longe cle * ""ntto çle recolha'.Só se revela
t-irn rnecanismc
;;;;il"í-nrrn elaclo cnqua<lramento rc-gional'
da indústria.
Reduzir as despesas dc ruptura de transporte ou suprimir i"..á*;""--t *r.-Jo nas clesi gu.ldacles dos preços.-dtr -transpgrte
. não pode pois ser est;dado ein abstracto' lras eln l'urtÇão de uma
e.stâ mesma ruptura traduz-se ,uura atcnuação
cros i,rconverrie *ils
da dispersão do consumo, cle onclc rcsuliam soluçÕes tCcnicas dada organizaçáo.
F.stes dados inlcrvêm na tlefinição dc
csplrço ccortómico' [:sta
como os ramais particular.cs, os transportes rodoviários poi
ahstracta adapta-sc a uln ceÍLo llunlcro de
noçocs:
camiÕes. com reboquc, a utilização cle sistemas dc clcsigrração
"-" (área
racionalizados, bombagem para cisteruas que substituern
manut"nôeo a" u'ii,ir.rf ícic de qu*' o iopornt..as unidaclcs ccontinr icas
o traris- das íábricas); . r r-..-..-^-ra ,r,
porte em barris, transporte em contentores e camiÕe,
a" gru"à. -: exploràçÕcs agrícolas ou(linhas
das
rcde de lsócronas tcmporais de transl>orte uc
curso. A geograÍia não deve tomar estas téc.icas ** -; etltre a sua resr-
quanto à comodidade quc proporcionarn, nras tão mercaJo.ias --' ou de transportc dcls. homens
só "o"riaã.uqã.I
sob tri;;; a partir de uma sórie cte pontos
do preço de revenda. " ;êr;* ; o loçal de trabaliio)
determinadosi
.. .9: e.nca-rgos provocados por Llm transporte isolado, a impos- ---rede dc linhas de cquiPrcç'rs;
dc rransportar ceiros proctutoi enr pequcnas quanri_ il
:lM.,.d- redçs tle distrihuiçlo c de recolha;
cades Íornam in<Iispensár,el, a qualquer produçaô Iocal, a sua
unlao com uma organização de vendas. O transporte não *- ,*po .f" f oüas,' àtier dizer, combinação das forças de i
designados lror
pois scr considerado de forma absÍ.racta, cleve otracçáo *'repulsão à-' t"*ut de çcrtos centro§'
olgo qr. u,i* n pólos e que podem ser empr§sas, zonas uronetárias' cidades admi- I

local da protlução ao local do consumo, "trr.,omas um circui{.o oue geograÍia humana'


passa por pontos organizados, de vcnda ou nistrativas ou un*a."iuis.'Vcr-se-á como' na
dc ar.maz.,ror-,*,rto. t. J.n"" a área dc expansão de uma cidaile: i
l

2t0 2lr
disiribuição das releÇões econórniças espaciais entre as Estas dispÕem de mírquinas cr-rja construçâo erige a imobilizaç|ir:
- ,; Í
untúades econórnica§, sejarn elas empre§a§ ou nações. cle importantes capilais, mas que, urna ve;u construÍrlas. pcrmi
tirão unt acréscimo da proclução. Assim, o invcstimcnto que
consiste em substituir âs contas rmlieadas üom umâ canetâ, por
IIL A intervenção dos capitais uma máquina dc calcular, pressupõcm a construçáo de uma
fábrica que prortuza a máquina de calcular, bem como a existênçia
- O capital é o conjunto de proelutos utilizados pelo linmem,
não para satisfação imediata de necessidades, m&s
elç uma Íirma que â Çompre e a utilize. A prodirlividade torna-se
rlara a nrndu- maior, o clue vai permitir à Íirnte compradora diminuir o ilreçô
ção de outros bens. Engroba forças naturais .r"*ríuàur-rüffi;; de revenda dos seus Produtos.
de água e animais de tiro), instrumentos, instala.çõe;;clmà.fáü- Iisle exemplo demonstra-nos que o investimento ittteressa a
cas e outros estaberecimentos, bem como maiérias prirnau-lr totlo um conjunto cle indivíduos e que a sua realização modiflca
transformad.ls. ery produtos intermediários. Tudo irt",'
.á,rrtit"rj a estrutura tia própria soçieciirde. PressuirÕe, por um lado, uintr
capital produtivo. Mas o capitar pocte não ."1rr***nta.-*ul, transÍbrmação da estrutura clc ernpregos por pat't* da Íirma que
' um virtual meio d,c produção, màis do que u.ma potenciali-
que
conlprou a mirquina ü, por outro lado, a criação de empregos sob
dade: é o câso dçr dinheiro. E, se, na maior parte Oni I'nrma de umâ novâ lábrica, desttnada à l'abricaçã<t da máquiua'
avlliary os capitais em dinheiro, acontecs que rnuitos uao
"u*"r,
ô
ü*r, A primeira transforrnaçiio vai trad.u;1ir-se lturna diminuiçiio dc
nalurais. efeótivos e a segunçla num auffeilto de efectivos, O problerna do
Os capitais sâo o resultado do trabalho do hsr.r, ou da equilíbrio efitre cs <lois mo'uiin*ntos cstá nÕ Çürrle da problernática
poupançâ ern sentido lato, quer dízer, da colocaÇão
"; ,i;;; dó plcno empr*üo. 11 É aigo dc partir:ularÍlente candette, na
fi1"S:"1::ra uma p'oduçãb fulura dc parre ,r;'p;rJ;çà;;;;:
saoa.. Keprescntam, por outras palavras, uma punçãà da produião-
meclida em qrie a introdução ckis métocÍos de contrôle clectriinicr:
(automatizaçâoi pressupÕe ttnla consiclcráveI dirninuição dos q*a-
unra imobilização de parte delà. Os trabahaàn."* qu*;;;;;; dros de pessoal, por parte dos ad.quirentes eias mirquirtas e nir
os bens de capital vivem «los berrs cle consumo pioctüzidos inversa ciiaçãi: de empregos elcslinados à coloc-ação i:ln funciorra"-
exc€sso por outros trabalhadores; estes berrs de cbnsumo

,*pr*- mento eie fábricas otrdc se pt'oduzcln tais máqrrinas. Os primeiros
sentânl avânÇos colocados à- disposição clos trabalhaaores investimentos trâueilt consigo r:utros. Torna-se, pois, necessárirr
produzem trens de capital. Umá sociedade qr.re !ú escola.s pa.ra fortnar pessoal especializad* e labeiratórios
nao disponia criar
de tais adiantamentos, níIo poderá nunÇ& cànstituir b"il de esturtro para posquisns téc,niças e científicas' $ aumçtrto bruseo
capital. Viverá pois o seu dià a dia senl conseguir eqrip*-**" J;
da procura vai t.urbóm agir sobre as fábricas qut íornoce:n as
Mas uma soçieilade que não consorne tudo aqülo qú-i;d* matóri as primas sem i*transl'crn :ac{as i ndispensávei s aos riovos lrro-
pode afectar o resurtado da poupança à criação
a" a.i*rrdinaáãu clutos (por o,remplo, certas categorias de eçüs üu isola<lores- que
bens de capital; designa-se- poi investim*nto, a af*ctaçáà'ãà entram na ci:nstrução das máeluinas electrtlnic;rs), obrigandc-es
poupança à. produção de deterunina«los bens dá
capitai, ' a llovos invcstimentos. O ciclo do investimen.to Ú por{anto aÇom-
o investimento tem como objectivo melhorar as possibilidndes panhado por ulll duplo iri*vintenlo.: a variaçiio da estrutura dç
da produ<;ão" euando .rma *úi.,laAe piin,iriv-,
h;; ;;ili;**
um pilão para csmagar o scu grão, consirói um moinrro.
empregos e umit circulaçãn monetária clue reprÇsül1ta a seqrrôtciit
adsuire dc in.vestimcntos qur.l são ntrs ccnsecluência dos outros'
y1n que.exigirá rnerros trabalho huLrano, por uniàadc O ntodo qtrc imestimen.to ê r.nrr lactor prot"i"rndo de transí*r-
]nrlru*".lto
oe grao molclo. 0 investimento âtrasa inicialmente a produção mação geográfica. Nçm tcdos os resultados da poutrrança s;Í*
(o tempo necessário à construção do moinhoj, iír, p.I*i;;; investidos. QLrando urna d.;rda hurguesia rlispencl* as suil§ Poil-
futuro, Froduzir mais por uniáade de tem»o. p{rnÇas eur bens ÍiuÍnptuáriôs niÍo produlivo'$, este poupança nã*
Utilizánros este exeinplo de uma so.i"Ji.t" primitiva, àstá a ser directamente inr'*stida,. Focle sê-lo apenas indirecl-a-
papel clo capital é be,r maior nas sociedacl** mas o
áo* noruà_;;;; men.te, no casô de o flornçceclor c{e bens sumptuários se deciçlir

2t2 il-)
i§sji
liiiii ,

investir os beneflícios que obteve. euando um nababo oriental


gastaf<rrtunasnoscabarésparisienses,sóseveriÍicaráinvesti- empréstimo não tem a confiança da empresa em causa' São
estas as causas mais frequentes.
mento se este for realizado pelos beneÍiciários das suas despesas:
há, em qualquer caso, fortes probabilidades de que o país oiiental
Vamos ocupar-nos essencialmente do crédito a longo prazo
(mais de dez anos). O cródito a curto prazo --de três a seis meses -
não aproveite com esses gastos. Verificou-se unicamente uma
transferência da poupança. Ao ir.vés, se uma dada poupanÇa i*- po, fim permitir aos industriais e aos cornerciantes a obten-
é transformada em acçÕes e obrigações de urna sociedadc inaui- çio àe fundos de maneio (nomeada-mente através do desconto):
trial produtiva, isso representa um investimento directo. Este permite lazer face a despesas sazonais s, no caso particular da
investimento vai provocar outros, na medida em que permite ,,. àgricultura, possibilita a compra de novos animais por parte
à sociedade obtei lucros que ela vai reinvestir. Designa-ss por I t dos criadores. Ir{as grandes transformaçÕes' como as que com-
põem um esforço de lnclustrialização, exigem o recurso a emprés-
multiplicador, o número pelo qual o primeiro investimento deve
-::
ser multiplicado, por forma a representar os invcstimentos totais ., ; timos a longo prazo.
que com ele é possível realizar. Assim, foi avalíado em l,60 o i: * tistes empiéstimos podem ser realizados por particulares,
pelo Estaclo ou por bancos de negócios' Pode aconteçer, como
multiplicador dos empréstimos cstaduais italianos à Caixa do i ;
ó o .,run c1a Alemanha, que os principais bancos sejam, simulta-
Meio-Dia. , 'i",
neaJnentc, bancos cle desCo,rtg e $ancos de negócios' Mas os dois
O investimento de unr clado capital envolve, frequentemente, L,"-?
rum risco, pois pode revelar-sc inlrutílero. Todo aquelo que i ,' tipos podem ser perfeitamente distirrtos, o que se verifica-na
investe se encontra perante um dilenra: invcstir, por- Íbrrna a -. ,'
Inglaterra. Neste último caso, os bancos de depósito 9 {e d-e3-
obter um juro medíocre, ntâs seguro, ou tçn1ar obter u.m iuro .' "l conto assumem poucos riscos, ganhando em estabilidade' No
mais elevado,- m_as problemáticõ c aleatório. É vulgarmiÀt. ; : primeiro .nso, os bancos corrcm riscos maiores' mas podem
mellos arriscado investrr num negócio de venda dc fanõaria aos ê igualmcnte ganhirr muito mais. O sistema bancário francês situa-
indígenas. do quc nunra plantação. No ctrtallto. a segunda cmprcsa. -ir nu* ponto i,terméclio cntre o da Alelnanha e o da Inglaterra:
se obliver sucesso, tcm mii.iores possibilida<tes de melhoiar o existem trn"trs de negócios, como o «Banque de Paris et des
nível de vida e, conseque,temente, o poder cle comprit d's índi- Pays Bas», e bancos dõ dcptisito e de dcsconto, como o «Créilit-
genas. A exploração dc cert,s bcns íbi muitas vezes retardader, -Lyonnais», settdo Íinanciado por estes últimos, e a longo prazo,
por ôs capitais temerem o risco que correriam (caso das explora_ um dctcrminaclo cartrpo de ncgócios'
ções petrolíleras no sahara). os riscos que os investime.tos Um ramo cla geogi'aÍia, a gcografia bancitria, particularmente
público.s ou privados clefrontam neste ou nãquele país são cicsi- represcntadlt ,ra obra de J. Lerbasse, <<ks Capitaux et la Région»,
guais: J. Dresch clemonstrou quc os capitais inglescs eram mais tcm por objecto o estudo da rcpartição das redes bancárias'
facilmente investidos nas colónias ingleias da África do cltre os Cada suçursil ,1" rm banco actua nrml pequeno c&t'ttiio' clesignado
capitais Íianceses nas colónias françesas do mesmo continentc. no Lyonnais, por «tombée». Parte dos capitais obtidos ó utili-
zada na regiío, mas a circulação dos capitais, retrlidacle ge.grá-
fica do n,,*üro iipo da circulação de produtos ali:.uentares ou das
O crédito e os bancos
matérias-primas, ultrapassa, evidentemente, o quadro regional'
Em resumo, a gecrg.afia clcls capitais tem por objectivo estudar'
Uma clada empresa pocle ini.cstir, utilizanclo a sua própria por um ltrdo, a recolha dos recursos monetirrios, e' por otltro,
poupançÍr: ó isto o autoÍinanciamerrto. Mas pode recorrei igiral- bs pc,ntos de impacto dos investinrentos, forrtes de trausformações
mente ao crédito. Muilas vezcs, uma emprósa não ir.rvcste-pois eçonótnicas.
ao emprcsário repugna. recorrer ao empréstimo, porque o iré-
,
A noção cle mercado <le capitais interessa, pois, à geograÍia
regional.'É raro uma região ter o seu próprio tnercado. d" !up]-
.l
dito não cstá oiganizatio .u aincla porqt,e o ,"sir,.,niÍrvcl pel,
taís, que englobe uma bolsa de valores e bancos regionais de
2t4 215
negócios" Muit,s dos bancos regiorrais rJe negdcios franceses Pelo contrário, utla b:rixa de preço§relal'ivamente ao ouro' lovl
foram a fechar as suas portas, perantã a crise econó- o-r-u OiUnriiçã" <lc despesa^s: lrâlva o co'l$Lttito e, particular-
'trrigacl*s
nrica cle 1929-1935. Posteriormentó, tentcru-se ressuscitá-los sob ilõ, ás i,vestirnentos. À alta de preÇos rla segunda metade
a for:na tímida das Soçiétés de Développement Regional. De doséculoXVIpa'receterirrcitadoaburguesiaàaquisiçãode
facto, a utilização de capitais é, maior: parte doi nstad,s, Í.erras.
'a
realizada a urn plano nacional ou mesmo inteinecional ; procedc- Mas mesmo que a moeda se mantenha estável, nem
por isst'l
-se à redistribuição das poup*nças locais. ou pt.iot deixnm tie variar de acorclo com mÊçanismos complexos'
À iei da oferta e cla procura, segundo a qual os preço§ sobem
q"-í4"- a- procura dô um prodúto eumenta relati'armenl.e às
IY. À ü*riiiiaua** desse produto que são.oferecida§ nü merüado'
moeda e os preços na economia liberal é

üma abstracção teórica, fundemrentalmsn'te correctâ, mâs rara§


Num sistcma liberal,- a
_moecía pocle ser quer cle metal pre- vezes realizada na sua pcrfcição matemática' De acordo corn
cir:so, qner urna nota de banco sõnvertível ou não enr mlial j*i, volun e de negócioi pode aumcntar sc a quantidade
precioso (rnoeda Íiduciária), çluer uma inscrição bancária do tipà "*i* " la,rçador no-"n,*rcado clir,inui. Àssim, entrou_r.nais
ãã"prããri"r
clo cheq*e (moeda escritr.u"al). Importa não coní'undir a nota iie ;i,,fi;ir; nos cofies clos vitiç,ltores franccses, após a má colheiia
bí,rco conv'crtívcl em ourr: I e o papel mot:da 11ç curso fcrrç;r,co, ;; iítr, <1o que após a hoa çolheita ele 1955' For çsta razão'
sío
não convertível, e resultanre de um* decisiio autoritáriá clo muiiu. í*r.* á, criícs de supeq,'rodução e de lalta cle venda
Ista<lo. clesastrotns p*t,t os p-rodulores' Mas pode perf*i-
Iàiii.-r*irr.nte
I)eixamos o estuelo da moeda e cros sçus nrccanismos aos tamentc flcoütecel qrte t.oclo o mccanismo da olerta e cta prr:cura
actue irnperfeitarnent.c, Çomo por exemplo. no tÍlsÜ de os
tratados <ls cconomia poiÍtica, :nas não pode,ros cl;ixar de rotar vende-
que o gcógralb não pode ignorar a influência que, rnesnlo sem áo*, .utor*m mal informaclos: quanclo um campoflôs vende
.interver-rçir* estitdual, tais mecanisrnos p'cLern **"..*a sobrc, a o ,e u gado no estábulo, arrisca-se a estar InütIÔ§ irrÍtrrnrado
sobre oi preços corretttes r1o ciue acluele clrte o vai vqind'er à
geograÍ'iii. feira"
EÍ'ectiva':errte, se â prod,ção cro metiil precioso aunlenta, Por outrà lada, os preÇos põde:m scr afectados pclo çfeito de
o seu valor, em relação aos bens dimiirui, ou. For <;utras pilla- suústituiçãui. SLrpunhnmás um tipo de cluciio, pouco propício
à
vras, os preços aumentann. Se a quanticlade de rnetal precioso durante muito temfo e produzido numa região de
diminui, os preços baixam. Foi assim qlrc os proços seituplica- montanha, onde c leitç é aburrdante uo vcríio c cscasso no Inverno.
"onu*rruçã,,
riun na scgundil :netacle clo sdculo XVI, enr cunscquência da Na estaçlilr má, * preço do ilueijo, dc acorcío corn â curvn l.edrir;*
descoberta de metais prccios.s ,a AmJrica Latina" T;uni;óm preÇo-quentidarl*,-tei:r lcndÔnçia pilra aÜlnentar ri'tuito' Mes *
a clescoherta do ouro cr"liforniano e clo ouro australian* rrn irnt"*iaot pocle substituí-1o pr:r urn qrieijo de oulra qualidade' pro-
do sóculo Xi;{, prol/ocou unt Étumelltrr gcral dos de goslÔ letcntcnte clitc'rcnrc. l'irhricado na pilirlicie" ondc a
i
,:,
-tIe&dos
prcço§. clução c1e leite é abunclante, in§smo durante o [nverttt-r. o quetlo

-.
Ol1, unta oscilação dos preçcs tcm consequôncias gcográficas. da moutanha, para encontrâr o seu lugar no niercado' tenr rle
uma alta favorece a tendônci* para a a.quisição qle bcrri e larnbórn ter obrigatoria:nente um preÇo re!ativatnerltü trlouco elovado, trão
pÍrra u,rn invcslirnento, por Íbrma il soüverter a rnoeda
e.m b*ns. muito siiperior ao clo qu*i3o ,io pianicie" () prudutor nrotttanhôs'
quan-
ainda quê, riimiuuill<lo nolavclmetrte durilnlc o lnverno' â
tirlade ii* tuu produção, não po<le, pois, man'ler o se.r"r rcndirnení.ct
através de umà elevação dos irreços. É o caso do qLreijo cie
Stinr-
t llc iircl., cert.s Irstados b;rsciam â Sua nroctla, nío no ourol ír-ta§
cnl_ lnoc(l;rs
cstrJngliiriri. rIuito e-cÍáveis, possuindo um stock dessa nro,:tla. -Nectairc, cuja produção ciiminui dç setc parár uí1l, entre o Veráo
q.Ê runcr(,\aa conto *rÍ.1:l rese!.vit ouro: ó o golcl cxchnngc standard. e o Inverno à cujo preço não chcga a dLrplicar'
11"?
216 Lt t
.
âumento <la procura'
-r^
--^^rtrâ quando
dlICÍtõÔ rm
SC

Á rl*stbidadt du proruro e d« alerta bismo pode mê§mo levar a um


;;;iÀ;"'um aumento do Preço! perfeitamentc.-c-:À. que a elasti-
Ds acordo com as leis teóricas da eçonomia liberal, as rela' Este último **"*frã ãenionstrarelaçao aos orçamentos dos
ções entre a oferta e a procura constituem um mecanismo regula- cidade pode e aru' A*-n'it-;;;
dor que funciona da seguinte forma" Se a procura &umenta, oB consumidores.a dos betrs facjlmente r ,i--^-+À armazenáveis' quer
preço$ aumentâm, de tal forma gue se torna mais remunerador Oferta llástica: ou retirados do mercado
produzir o bem solicitado: os fabricantes aumentâm a sua pro- dizer. aqusle, qt'" pua*ii t*iãàto*ua"s os bens cuja produção
dução e novos produtores aparecem, atraídos pelas condições sem grande difrcutoat' r*-t-t*pfo'
-rapidamente.'
Çomo a foto de uma
é susceptívet a" tai
favoráveis do mercado. Mas daí resulta um aumento da oferta de exempla'res
ilui,"uãiü*ã.1,u:-lilharesentram
"ttmi'T
estrela de cinçma também
que ss tradue, por.§su turno, numa diminuição do preço" Assim, "* Os-üóns"Oe capitul
é fácil e imediata'
móveis
preço ô produção estabilizam-se na proximidade de valores de
nesta-categoriu:^ produtos
equilíbrio. ^,*.r1ro; é oferta pouÇo elástica a dos
b'n" õujo ror'
Neste racioçínio, supôe-se que oferta e procura são perfeita-
mente elásticas, o que quer dizer que qualquer variação dos
rrffir;';;;'u'i'
necimento exija todo* riin*"ompttxo
"o*oã-á*
de produçâo que consuma'
a extracção do carvão que exrge
tempo e dinheiro: #t ;;;;i;:
preços actua sobre elas. Note-se, no entanto, que estâs condiçôes
minaó o recrutanento-dos
teóricas de elasticidade só são realizáveis em alguns tipos de a orospecção, a tst;;tur;;í;-à;1 -e a vinha, e o cale-
vivâ2, como
ot'$Illi;', mineirós. Também ,*r'iiã"t, a produzir'
tirs:ados bens não essenciais, que se destinam zeiro necessitam dei";ti"í;;; '*t"*'at começarem rapidamente de
a õfrpffióóir"rr, r.aco poder de compÍa e que são câpâzês enquânto as terras ffi;;i;;
podcm aumentar
de plantas
de reduzir as suas necessidades num caso de alta de preços. um ano para o ou,io. Assim, '' os preços e urodutos
[ntre os bçns não essenciais, iniegram-se aqueles que são facil- vivazes podem
*' aittot'çoes do mecanismo regu'
mente substituíveis. Assim, um fruto como a laranja, tem em "'iu'"*'ii'''
lador condurt*' pJ'' uJtlt' á'"ia'deiias
catástrofes'"
I-f::::::
os proprietânos
França condiçÕes de procura elástica (uma vasts procura que mente, quando p*i"tãt t're *a3
lucros'em novas planta'
3t;1ados'
engloba pessoâs monetariamente débeis, sendo no entântô um
"t
mostram tendência íoiu ln'"ttit os seus
alguns anos depots'
produto facilmente substituível pela maçã). çôes que ,ó .omtçu''ll,'io'tniu"to' 1-Pro.duzir provocanclo
Pro_cura pouco elásticaa dos bens de primeira necessidade nfãt'J*ia" ter rnudado'
A coniunturu "tonáhitá to',11't a importâncta
se demonstra
(o pão), ou, como tal considerados por influência do costume l*o;".'á';ll;;i;,ü;- ;;;ç"*l
ou da moda (o calçado). E igualmente pouco elástica â procura da'previsão no campo economlco' -.^-i variacões a longo prazo 'e
dos bens quc entram, em pequenas quantidades, na fabricação à distinçeo das-iàriaçots entrepara todos os produtos cula
de outros, como por exemplo, a platina, que é utilizada pela variações a curto ;t;;';';;ncia1'
"ô -gafé^
e o trabalho especializado
indÍrstria auton:óvel: um grande aumento do preço dà platina obtenção não é i;ffi'á' fo'matào aot trabalhadores)
torn pequena repercussão sobre o preço do automóvel, na medida (obtido mediante ;;-à;*;1"àu rnts elásiicos a longo
tu.lto-
em que cada veícnlo não gasta mais que alguns centigramas são pouco elásticof'nu'i-ptiioao
em parafusos platinados. São ainda pouco elásticas as procuras í,u,õt,:::::á::§#i:5ã."til*l*ri::ii:f, ü'ü:i":"iü:
de bens complenrentâres: a procur& dos tonéis é mais influenciada que no aà aumento dessas
pela quantidade de vinho do que pelo preço dos próprios tonéis Hff-T!ffi:'!#ü;"'ado
P"' t#;;i;; t:""ffi; t"ie não for suspectível
'"ntiãÀ
(pode; no entantô, surgir quanto a estes um efeito de substituição). quantidades' 9^o
produtor pode não proceder
o
Por último, há a considcrar os artigos de graude luxo, na medida de compensa, o tu*io-ãu colheita'
colheitu, utiiàIuiã"-ê
i"iediata diminuição da oÍ-erta'
d;'ü;;ú;;-ie'*ánão tem âo seu dispôr o§
em que os rendimentos dos scrls consumidores, suportam facil- a essa m§smo§
rnente uma elevação clos preços (por exemplo, o caviar)" O sno- Já no çaso da alta
219
-718
mpros. para procedêr a um imediato aumento
poderá, no efltanto, realizar tratamenios da uroducfin. unoa melhor exploraçâo. Pçlo contrário, nuta classe nir*r abts-
tações, quô um preço de v*nda mais baixo
O"p"rãf*rr"ü1ffi: tada, podc, me§:uo sem ter de recorrçr ao crédito, suplantar as
nãó fir* t.ràpr.*ílãr.
rrás"tolheiias e melhorar a produçã.o: çomo no Ça§o de uma
capitaliz*çâo de juros, a abâst-ânça provocs a âba§tença l deede
V" Papel económiço das desigualdades sociais qú o prbprietáiio não gaste mais do que ganha e des'de qut'
não enirern em acção mçcanismos intervencionistas.
. As desigualdades sociais, desiguardades d.e flortuna e racos
de. dependência pessoar, sâo factõ.ir-r*norn-i.àr'
o indivíduo rico pode dar rrabalho ao inúividuo pàlrq
i-ü"n,iàI,
em que possui meios pagar e para proairiir.
í_ -iíilffi;;
à"à;a_
.para
aquele que detém a iniciativa eçonôrnica. N"
*ntnntã;';_;i;;
contratos há-que deixam a iniciativa ao trabalhaà";:iü;;;*;;;;,
o côntrâto de arrendamento rural. pode mesmo acontecer
o possuidor nào procure obrer o máxúo q;'íÃír;i;;,I-i; $ue
çlo seu bem, mas deseje tão ,O o gill;o que possa
mais façil_
mente obter. Todo o^estudo geog.ãfi"o ariu, pio*ü.;;
da iniciativa das transformaço*s.,.{rsi*, a economia #ne
da Brie foi,
segundo. P. Brunet, transfoimada pelos r;ã;ir";-r;#'il1;;
proprictários. pelo contrário, u orgárirrçao
económica do Bour_
honnais deve muito.à classá por*"uiáorJ *, especialmente,
de Tracy,.proprietário do inrcio *o ,O*rfà a V.
XIX"
A rnlcratrva da classe possuidora ou cle uma classe que, por
qualquer molivo, tenha a confiança dos
Àun.ur, está na oriaem
de numerosos casos de etevação d; nív;l ã; ;iã. ;;t';";ffi,
a atitude rotineira de uma mesrna crasse, na administ.uçàá-aoi
seus rendimentos, é muitas vez_es factor
explicativo--á;-;;g;;:
ção de. regiões e países subdesenvolviJor, .ina" ninguem,"aiio
estrangeiras, capaz a. ioma, a iniçiativa de uma
11_lntidafes
uova exploração económica. -é
l?or isso, torna-se muitas vezes
necessário a intervençâo"do regime potíiico
nn propiia-o.gúã:
ção económica, Mas sairíamoã já rios pressupostos desta
siÇãg, que sâo os do liberalisdo *""onã*i*o. expo_
Uma classe rural pobre está, ;* ;;; de colheitas
_
fracas.
sujeita a usrrári os qu" faeem raiíritu*Loiã*iürã"
contra um juro tão elevado qu. o .u*ponês*íica ilffi ;:,ffi:;
impossibilidade de reernborso n*rt.s--ãàsos, "onà"nuao-í
êcontece muitas
vezes o usurário adquirir.
?
'
tegâ, pela impossibiiilad;;_ ;ffi:
mentô do ernpréstimo obtido. n m.imã
em que o eam_
ponês .19.1segue_ conservar o- §eu terreno, "ôã "*ro,
a despesa'"re*f*X_
rmpossibilira-o de investir e de uo*prri
*uteriar iue pilijã;;
220
221
.1'ê.&.-,Ei

,l:i,r'l ii

Um certo tabelamento é realizado com base numa ideia pré-


-estabelecida, que tanto pode ser o desejo de vencer a concor-
rência, como a comodidade do cálculo, ou ainda qualquer outra
intençâo. Uma das práticas mais conhecidas é o «dumping» que
consiste em baixar um preço para afastar um concorrente, ele-
vando-o logo que o concorrente abandonou a luta. No campo dos
transportes, o tabelamento dos preços por quiióntetro, igual em
2 todas as linhas e seja qual for o valor da exploração, pode favo-
recôr a descentralização das actividades, pois a pouca frequência
OS MECANISMOS IMPOSTOS dos ramais não vai agr&var o preÇo dos transportcs. Mas se se
POR GRIJI'OS ITCONÓMICOS pretender a aproximação de prcços de rcvenda reais, deve dimi-
Os mecauismos da e-cotlomia liberal são frequentemente per- nuir-se a tarifa quilométrica das linhas mais utilizadas, que pro-
turbados pelo prciprio funcionanrerrto «ro iib..*úrnln vocam menores encargos por tonelada-quilómctro. Beneficirun,
os preços e as ta.iÍas nem scmprs se estabelecern ,r..r,irorríü.
h;;;;i;
assim, aqueles que utilizanr esta linha, favorecendo-se a. concen-
corn os _prircípios clue acabaram de scr expostos tração industrial" Quando em 1946 foi nacionalizada a produção
c irrclicados. eléctrica da França e criada a Sociedade nacional E.D.F., houve
e atgumas acssas iarifa";ã; n^;,1";,
âfrj:r-o:r::rfr:lnr
r()rma a.neo poderem vari*r incessante:nente. outros ;; a tentação de estabelecer, através de um sistem.a de perequação,
da constituição de grupos eçondmicos pod.rnrn, q* ."r,ilàr, uma tarifa uniforme para todos os consumidores inclustriais de
,rbi;;;
o estabelecimenlo dos jrreços à lei da áupta muttlpi;.ià",i_,"ã, idêntica importância, o que concluziria a favorecer a criaÇão
que procuralr provocar a irrtervcnçào cstaclual. de indústrias consurnidoras, fosse clual fosse a su& situaçiro
geográfica, relativanrente às centrais elóçtricas. As fírhricas das
regiÕes montanhosas" onde era produzida a electricidade, corno
as dos Alpes, perdcriam assim a sua posiçiro vantajosa de proxi-
0s preços lixados, 'llabelamenüo
midade das centrais eléctricas. Renunciou-se pois à perequação,
adoptando-ss uma tarifia mais baixa no interior das regiÕes pro-
. Muitos dos ,preços não são livremcnte
teralirrente fixadas pclo
rliscutidos, mas unila_ dutoras. O problema do tabelamento da electricidade, que é
vendedor. realizado de acordo com os locais, os consumidores, a hora de
Os preços fixados são Íiequen[ertrcntc çstabslccidos
preç. de revenda, rnas re,.l seixprc assirn acontecc. p.rapdrs ei utilização (na medida em que os prorlutores de electricidade tôm
o prcço de urna vôzes, interesse em fazer desenvolver o consumo em horas mortas)
e*tiegue .o cromicírio e *r.rirào é um dos mais complicados que existe, e é lácil imaginar o número
'rerçadoria
cr:m base num ponto dc parti<la ii.birrírricl, sendo o lorrrecedor
que' §e a mercadoria veflr de rrais lcl,ge, de opções que se deparam a cada momcnto, no cálculo a efectuar,
supor:ta a incidência
da maior despesa lro tratispoÍte.
,Em,ruitos casos, o ilreÇo exílcto de rcv.,*da é <Iif'ícil de car_
cular. A constituição de gmpos económicos dominantes
QuanÍer çu51;1 y,.Cat. o tranrimrtc dc um urgà-à.
carvão entro l)ou.i e13paris? por outr,s p*la'ras,
preÇo, qual vai ser a quot.x no
"áÉi;i;
J; Os mccanismos da econornia liberal são perturbados sempre
.parte clas á"rp*un, gerais quc vai que grupos económicos d.ominantes e pouco numerosos se con-
cntraf IlcSle tlansportc, <1ull it
I,crct.ltngcllt ,lc- f rab;rlno doi
servrços ccntrais clc paris quc rcspcita ri
seguem constituir, suprimindo as condições de dupla multipli-
rn;rrrutcrrçíio dlr Iinhu cidade e concentrando a oferta ou a procura nas mãos de urn
Douai-Paris? u orricit não criar .À tán*ton,c*t*
preços.
arbitrário dos reduzid«r número de sujeitos eçonómicos.
Os carteles e os trusts constitu.em as duas formas principais
222
223
rtai&

que pÍovcicaJn â supressão das condiçÕes de dupla multiplicidade. produção que se destina a mallter os preços elevadcis. Isto veri-
Os carteles são alianças entre empresas independentes, ênquantcr íicou-se nomeadamente na extracção do rádio. Os compradores
os trusts sãr: constituidos peia fusão de várias empresas. podem contar com fornecimentos nrais regulares, eslando no
entanto a contraparticla no facto de os preços serern de uma
O cartel maneira geral, mais elevados do que seriam no caso de ausência
de uma tal aliança" Por outro lado, se, em princípio, o cartel
O cartel não é r-rma empresâ, mas um acordo a longo prazo não conduz à concçntração industrial, llrocura no cntanto afastar
entre várias empresas. T'em por objectivo a conquista pâra o os concorrcrltes que dele niro fazem parte. O «dumping» é muitas
grupo de um monopólio de facto sobre o mercado, conser.vantio vezcs utilizaclo com este objectivo. Importa ainda acrescentar
no entanto cada empresa a sua individualidade económica c que, so o nívcl de vida dos operários pode ser elevado graças à
jurídica. prosperidade do cartel, o desemprego resultante da eliminação
Os primciros carteles de que há noÍícia, agrupavam con:- dos concorrentes pode fazer baixar csse mesnlo nível cle vida.
panhias de seguros. Na Alemanh:1, organizararn-se a partir de o çartel. rcaliza facilmente entendimentos a propósito dos salá-
1873 os primeiros carteles industriais, tendo-se espalhado o tipo rios, mantendo-os por vezss, a um nível relativa:r"lente baixo.
a partir daí, por todas as uaçÕes desenvnlvidas. Tratava-se, fuucia- É, possível ainda um acordo dos industriais do grupo que afaste
mentalmente, de agrupar produtores, no sentido de evitar que a das suas empresrs os dirigentes sindicais operários susceptíveis
concorrência fizesse ba.ixar os preços, podendo o grupo aôtuar de organizarem movimentos reivindicativos.
no interior de um mercado nacional, aduaneiramente protegido, 0 Estado pode ser levaclo a controlar os cartcles, na medida
ou desenvolver a sua actividade à escala mundial. em que retire do seu funcionatnunto vantagens e inconvenientes:
O acordo pode irrcidir sobre o prcço (compromisso «ie não o cartel pode opôr-se, aberta ou disfarÇadametlte, à política social
vender abaixo de um dado preço mínimo), sobie a limitação cla e económica do governo. Os particlários do libcralismo económico
produçâo ou sobrc a repartição dos mercados. Este acorclo rnate- esforçam-se iguahnente por evitar a incidôncia <lesses çrrtendi-
rializa-se por yezss na criaçâo de um centro cle coordenação que mentos sobre os preÇos e por estabelecer uma legislação que
toma a forma de uma sociedade por acções, sendo os accionijtas permita a mariutenção da concorrência, consideracla colno garân-
as sociedades pârticipantes. Este gabinetc centrzú está dotado clc tia de um baixo nível de preços; de on<le resttlta em principio
n-laiores ou menores poderes de decisão: pode caber-lhe a distri- um elevaclo consumo.
buiçâo das encornendas pelas várias empresas (perdeudo neste
Çaso as empresas participantes a sua litrerdade comercial) ou O trust
até centralizar todas as vendas. fioi este o papel que na indústria
hulhifera alemã era desempenhado pelo cãrtel Rhein-Westfá- O lrust agrupa, sob uma direcção única, várias empresas
liesche K.ohlensyndikat (dissolvido após a Guerra de 1939-1945), que perdcrn, por complcto, â sua indcpendência. Aplica-se igual-
e cujos participantes se comprometiam a nãc negociar directá- mcntc o termo a uma cmllresa suficientemente poderosâ, capâz
mente. ()_ cartel comprava toda a produção dos co-signatários,
de dominar um mercado t.
procedendo em seguida à sua venda e repartind, os Iucroi obtidos. Iniciaimente, isto ó, cerc* de 1880, o trust era um âgrupa-
O funcionamento de um cartel não provoca, «a priorir», uma ]nento financeiro ao qual os accionistas das empresas participantes
concentraçâo industrial, mâs â.ntes facilita a gestão das empresas
{!e _o constituem, diminuindo os gastos de publicidade, iupri-
mindo as çoncessões de cródito aos compradores e eliminando
a.s consequências da concorrência. Um cartel pode ainda regula- 1 Na econolnia capitalista. Na economia soviética, a palavra tem um
rizar a produção, diminuindo os riscos cle soúreproduçâo, ünda scntido completiruentc diverso, signiÍicando o conjunto de empresas que se
«ledica à prorluçâo de bens análogos (trust da indristria de lnnificios, por
que por vezes se lhes note a tendência pâra a prática de uma sub- exemplo).

224 225

iti
entregâvam as âcções em troÇa de um certiÍicado de depósito.
minado bem que lhes é necessário ou que derive das suas especia-
Hste certificado dava direito à percepção de divideudos, rnâs
lizaçÕes. Assinr, o Air Liquide e o Ugine-Kuhlntalrn constituiram
não a direitos de voto ou de participação nas assembleias gerais. a socieçlade Oxysynthese. Igualrnente, entre duas sociedades
Os accionistas das sociedades participantes perdiam pois a sua diversas, pr:de ser criada uma rede de interligações Íinancciras
irclependênciâ, em benefício cla direcção geral que era r: trust c
[participaçÕes cruzâ"das). Na Alemanha, designa-se por Konzern
na qual pontificava o dirigente da empresa mais poderosa: assim
um grupo dc empresas de clirecção únict que conthina vários
aconteceu com J. D. Rockfeller, na indústria do petrtileo.
processôs de concentração.
Formas mais modernas de trusts substituiram-se ao primitivo
Às fusÕes industriais podetn realizar-se de acordo çoü cluas
agrupamento finançeiro. 0 processo da fusão sut:stitui as socie-
oricntaçÕes distintas, vulgarmente designadas por horizontal e
dades que decidern âgrupar-se, por ul'ua sociedade única, c,ujas por vertical. Diz-se quc há concentração horizotrtal, quando urna
acções são entregues aos antigos accionistas. No processo do
empresa se lunde com outra que produz os mesmos bens, comt:
<<holding», cada sociediicle manlém a sua individualidade jurí-
foi o caso da Shell e cla Royal-Dutch, ambas emprosas petrolí-
clica, mas a maioria das acçÕes de cada urna delas ó propried:rde
feras. Dír-se a concentrâção vertical ou integração, quando uma
de uma nova sociedade, o «holding» cu.jos clirectores dispõem empresa se funde com outri] que fabrica um produto comple-
da maioria cle votos nas assemblçias dc accionistas. mentar. As soçiedades Michelin e Cittoeu, a primeira, Íhbri-
O trust, seja qual for a Íbrma sob clue é coilstituídcl, realiza cante de pneus e a segundâ, de automóveis, cst*vam unidas
pois umlr fusão mais completa que a do cartel ; à concentração
em 1935" Também a Ford ir"rglesa aclcluiriu uma {irndição clesti-
come rcial, aÇrescenta a conccntração irnanceira e industrial.
nada a f«rrnecer-lhe o aço llecessário à construçIro dos seus
Pode ci:nduzir a uma rcdistriliuição geográfica da indúrstria, na vcículos.
meclida ern que é levado a çlinrinar as fhbricas mcnos rcntáveis
A partir rie 1964, as fusôes e associaçÕcs de empre§as fbrirm-se
e a ampliar ou autrentàr as rlais rentávcis. Oulras conscclr.iêrtcias
:nultiplicanc{«:. Ás razÕes desta progressiva concentração sã.o,
da sua constituição são se:nelhantes às do cartel. No cntanto, ao nrcsmo tcnlpo, comerciais e técnicil.s. () dcsâparecinretrlo de
eilquanto uln cartel só tem razào de ser sc concluzir a um verda- direitos alí'and.cgários, pela criação de enticladcs supranacionais.
deiro rnoncipdlio dos preços, urtr trust pode retirar vantagens da como a Comuniclade [:coniintica Íiurolleia, otl it suÍl rctiuçãrr.
coucentração, não alcançando no entânto, a dotnintção do mer- por acordos como os cluc resultarâJl1 das negociaçÕes Kcnrredy
çaclo. Assinr, it lloyal-Dutch-Shcll, quc resulta rlc uma fusão a sul"rrcssÍo dos r;ontingcnte s clc importação («llberdade d*r
de st.rciçilaclcs é tipicamcntc o trusl., que lro enlanto reprc$cnta lrocas»), o ilcscnvolvimento das tcr:rias económicas nco-liberais,
unictrmentc 10ii cla produçiro nrrrndial de petróleo (lig. l6). scgundo as quais a clcvaçrio d.o nivel de vida resultilria essencial-
Igualmcnte, a Cieneral lv{otors não tcm possilriliclade cle lixar rncnte do ablirimrcnto dos preços pt'ovocitc!o peio alargatnento
os preços do mercado auton"róvel, pois se deÍionta com Íirmas da concolrôr1cio a uln vasto inercado, todos e stes farctores levaranr
tão podcrosas como a liord. Nern por isso dcixa ds ser um nruít.l.s íirmas a J)rocurar lllrmentâr a sua llroriução, de florrnit a
trust. corrcsponcler iis solicitttçÕe s cie um mais \'asto l'nercildo" Atr
nrcsmo terrrpo, a procura de proclutos de grande siric, cl papel
cada vez mais iurpc,rtante da investigação cicntillca obriga as
Oulras formas de concentraçãn de socied*des empresas a aclquirir o que rlcsigrlant por «dinrçns:.itl europeia»,
ou rncsmo, d.imensiio Inundial. Na [ir.rrripa, as fir]1ias siderúrgicas
Ixiste numerosas outras formas de agrupalrento. lJnra socie-
1)rocuranl uma produçlio <iptima de maÍs clc scis milhÕcs de tone-
dadc pode criar fi1iiiis, rtras quais detém no entanlo, a maioria laclas anuais cle tço, cnquilnto as tÍtbricas cle automór'cis aslrir"anl
das acçõcs. Outras vezes, cluas ou maís socicdades agrupafil-se a ultrapassltr a harreira do nilhlio dc urricla.tlcs. Daqtri I'§§ultirnl
jrara a crinstituição de urna outra, destinada a produzir deter-
diversos tipos ttc acordos. conlo os acordos tóçniços para fabrico

226 /"t.
preponderante: existe umâ Çclm-
ou resultar de uma produção
tle acessórios comuns ou para elaboração comum de laborató-
panhia canadiana ,1,"'p"t*olãã" í
t-Tlt-Tl de 60/" da produção
rios de pesquisa. I)aí resultam tambóm diversas formas de parti- praticamente do nronopólio de
cipação de uma sociedade nos neg<icios das outrasn bem comcl mundial rlc amtant«i, tlispondo
fusÕes sob formas diversas (cornpra das instalaçÕes da firma A vendit dcstc nrincrel' que não sisrrifica*Que
pela B, em troça de cedência de acçôes da Íirma B à firma A, Um monopólio domirra o mercarlo' -o oue se esres aumcn-
p'"çot' na meal!^1;m
troca de acções que tem por obiectivo a instauração de uma ,.d;;h;;;ü1"r"'" tto'"tn'lpt"áo'"s escasseiaml .[xistc-Yal*:
politica comurl, ou ainda, criilção de uma nova sociedade com tarcm dcmasiado, os
preço que collseguc unr lucro clevado c' ao mcsmo
substituição das acçôcs antigas por acções novas). "tt"gittu' cluc o vcndcdor
Uma sociedade podc tariibém arlquirir acçÕes de outra socie- i.*pn, corresponrlc fif";;iu*; nao<Ie-produção
ulirapassar" A
dade que não tçnha qualquer relaçâo com â sua pri:duçãô, tendo nronopolista tcm interÃ" "* Btá'i"i-9Íli
económico' §e â procura
unicamente em vista a realização de um investimento. Assim, timitaçâo designa-se poi muttt"i'nnismofi*a'lo' Se' pelo contrário'
os lucros da companhia do canal. do Suez tbram investidos em é elâstica, vooiu ,"ifJ';;;;;;à
é praticamente senhor do mer-
diversas socieclades, por tal fbrma que a carteira de títuios que a prôcura é rígida, ""*-"àpãrià nratica vários preços'
daí resultou chegou a atingir utn valor sensivelmente igual ao çatlo. Por vczcs' â "nlf''*''*onopãlittitu
courpradàres" A diferenciação
da representada pelo canal e suas instalaçÕes. N«:s Estados Uniclos, de acordo com â cntegoria dos
têm-se multiplicado, nos últirnos arroü os conglomerados, gigan-
tescos grupos industriais e financeiros que agrutrlün empresâs
muito divcrsas.
Uma outra forma particular de colocação de capitais é a
soçiedadc de investitncntos. Lrstas sociedades, recentcülcnte sur-
gitlas e cujo estatut.o ó muitas r,çzes clcfiniclo pelos poclcres pú-
blicos, não devcm possuir mais cio quo uma pcqucna pcrÇciltagcm
das acçÕes das empresas, por [<lrrna a não influirem nas dcci-
sÕes dos conselhos cle administração. Têm unicirmente por fim
a colocação nrais rentável possível das somas que lhcs são con-
fiadas. 0 seu papel ó contparávei, neslc pr:nto, iro ilos bancos
de negócios, mas o §eu cstatuto ó basl.ante div*rso, sendo os
bancos muitas vczes accionistas destas socigdndes.

Fis. grupo de activídade mund'ial: as sociedades


Monopólios e oligopólios ! 'ó' 16 -'ào"giipo
'u -Um «I{oyal-Dutch-Shclb»'

A existôncia destes grupos torna msramcnte teórica, ern por «integradar>' cúre' Dor si'
ou por inter-
muilos casos, a hipótese d,a dupla atomicidade. Pocle aconteccr Uma sociedade desigrrada petrolífcras. O grupo
médio das suas filiadas, ,.áã1
Jú"^ioã^s actirlaades
partr-
que os conrpradores se.iul poLtco nurneroso$ ou se reduzarn,
compreendc, no total, 'u'l"oJ
*ti"'t 'r"iã fo:o-:Í*' nas quais a sua
m€smo, a urn úniço.-- nronopólit) ,t:, no ent&ttto, mais Íre- ã .,,r ."
-.
quente existir*m numerosos cr:mpraclores, a eles se conl.rapondc "ip,õr. r::l. gmh,*;,o:::ixtl,llliJ3';f Lll'E!ffi 1l i 1i
ur"ll pequeflo número de vendetlores oligoprilio ::::',:i1::"tliit3,àx',iffi";,';;;;-Áes*nd**"aváriosllstados'porinter-
um único vcndeclor ** monopóiio. 0- monopólio pode -, ctusermesmo,
consç- médio drs suas filiais' itãi"-'"tticais mostram os países dc
economra

marxista, aos quais oto'J u-uúao da Royal'Dutch'Shell'


quênciu d* u:na decisão çstaqlual (monopólio francôs dos tabacos) " "tL"iãt
,)g
228
dos preços leva à olaboraçâo de complicadas tábuas de tarifas e de penúria de mâo-de-obra, veriüca-ss uln âumÊnto dr:s §olârio§
f vr11g.* já o papel do tabelarnento na localizaçâo geogrâsca
(p. 223).
e vice-vsrse. Mas, âs forças opostas dos delegados sindicais dos
assalariados e dos patrões e empresários são factores guÊ entram
em linha de conta. Cada parte epega-se a uma posiçào, que corres-
pondc à sut ideia de salârio, dependendo muitas vezes a vitória
Grupos de pressão de uma das partes da solidarie<lade e coesâo do grupo que repre-
senta. Nâo está, no entanto, excluída a intervenção estadual.
Certos grupos procurarn não interyir directamente no mer-
3ado, m1s influir nas realidades económicas ou sociais pela uti-
lieação de meios estranhos aos mecanismos económicos ironria-
mente ditos: greves, boicotes, manifestaçôes, apelos à'opinião
pública, intervenções politicas... Estes grupos podern ser-com-
postos por produtores, assalariados ou çonsumidores. Os grupos
de consumidores são raros. Estes submetem-se ao melcado,
intervindo unicamente por intermédio do seu pod,er ae .ornpia.
- Os grupos de pressãb são numerosos. O livio Ae l. fraev"iuJ,
«Les groupes de préssion en Françe», inclui um índice de tre-
usntos-e $eis nomes, entre os quais se encontram os de organiza-
çôes tão díspares, corno o$ sindicatos operários, a associação
dos dadores de sangue, a União dos Franceses áa Argélia i u
Confederaçâo geral dos plantadores de beterraba.
última, que pode ser escolhida Çomo exemplo, tern por
^ Estq
fim.a defesa.dos interesses dos produtores, intervinào junto àos
poderes públicos para obter ceiias vantagens no mercâdo: pro-
t_ecç?,oaduaneira, compras por pârte do Estado com visfa à
{estilação, ou fixaçâo autoriiária- de preços remuneradores. Os
sindicatos operários são ouÍro dos grúpos de pressão çxistentes.
Procuram obter vantagens sociais, paiticular:nente em matéria
de. salários; actuam sobre o Estado, através de campanhas de
reivindicação e sobre os petrões, reçorrendo à greve, sempre
que estâ é autorizada.
_
Ora, a fixação de salários é uma realidade particularrnentc
sujeita a pressôes, sejim elas bsm deçlaradas bu tácitas, Os
salários são estabelecidos com base numa escala de remunera-
ções" Esta escala de remuneraçÕes traduz-se numa ideia que é,
e1n grande parte, resultaclo da situação económica e íocjal.
O mínimo vital que ela exprime ê eíectivamente um mínimo
social (não se trata, evidentemente, do mínimo abaix«: do qual
não será possivel sobreviver). os salários não são lixados mediante
a simples relação numérica da oferta e da procura. Esta intervém
âpenas em certa medida; em perioclos de prosperidade industrial

:30 23t
nacional por moeda estrangeira. fnconvertível em ouro, o papel-
-moeda naci«rnal torna-se também incouvertivel em moeda estian-
geira. A moeda nacional diz-se então sobre-avaliada"
O câmbio é fixado em função das trocas oficiais efectuadas
sob contrôle do Estado. Se a taxa de câmbio dcnota uma sobreava-
Iiação, os outros países recusam operaçÕes cle câmbio, excepto
se os preços internos do país cuja moeda está sobreavaliada sâo
suficientemente baixos. Acontece muitas yezes qus o paÍs de
mo9-dq mais fraca (sobreavaliada) consente na fixação de preços
artificialmente baixos, por forma a obter do importador dás suas
A INTERVENÇÃO DO ESTADO ntercadorias, divisas que lhe vão per-mitir a realização de compras
úteis à sua economia. Este tipo de actuação, virada à exportação,
pressupõe uma intervenção sobre os preços dos produtos a expor*
O Estado intervóm cada vee mais na vida econórnica, tar (mediante prémios à exportação, por exemplo) ou o mono-
mesmo quaryfo se afirma liberal: nos regimes *ui, iiúãiãii pólio comercial do Estado.
como os dos Estados U,idos ou da Alemanh"a, se i"i"rre*
írrà O estado intervém no domínio monetário, não apenas para
fazer respeitar o princÍpio cla concorrência, iniervóm d,
pestg-para limitar ou impulsionar a produção, para
*Jsm; fixar a taxa de câmbio ou pâra regular as quantidadôs de papel
introaurir moeda em circulação, mas também para actuar sobre o çrúdito.
nrodificaçõcs no nível dc vir.la. Por exemplo, aumentanclo a taxa de juro, o Estado torn.a mais
difícil o recurso ao cródito e, por consequência, os investimentos,
mas os produtores terão então terrdência para obter disponibili-
I. Intervenção no domínio rnonetário dades monetárias por: outra l'orma, v. g, procedeirdo à liquidaçiio
dos stocks. Daqui resuitará rur: abaixamento dos preço§, ná medida
() Estado intervóm no dominio rnonetário para impôr em que se vsl'ifica um aumento da oferta, O Estaclo pode ainda
aos
bancos emissores a manutenção de uma daclo reserva ,rÉ'
prcciosos ou de divisas. Mas pode basear também
;"i;i; actuar sobre a concessão dc cródito, controlando os bancos, on,
o valor d"
moeda na sua autoridacle, Íaienclo-a circular e tornando-a
ü; se necessário, nircíonalizando-os. E cle acorrlo com um critério
incon- de utiliclirde económica, a entidade estadual constrange, muitas
vertivet ern ouro. vezes, os bancos, à prática de taxas de juro diferenciais. For
Esta prática quç, lto.s prirneiros tempos da sua utilização intenrrédir: da actuação do Estado, o crédito torna-se então
revestiu cariLcter excepcioúI, se*cro utiiizada unicam.ot. '"* iustrumento cle uma política económica dirigista"
tempo.cle guerra, ou ern ou{ros momentos cte graviaaJe,
i;;";;:
-se hoje prática corrente. A moecla transforinou-r* *--í*p.f
moeda que o público é obrigaclo a aceitar e que não poAe II. À
trocado por ouro, aos balcões clos bancos. A quantfoaã; ;;
t*i criação de infra-estruÍuras como forma de intervenção
notas colocac{as em circ,lação vai influir no eítabele"imento A intervenção d«: Estado pode traduzir-se
tlos preços.
na criaçíio de
infra-estruturas 1, (estradas, portos, canalizaçÕes...), quer clirecta-
O uul:., .d5r papel moeda é muitas vezes estabeleciclo por mente, quor por intermédio das entidades locais (comunas e
"
lorma artificial, relativamertte às :noedas estrangeiras, u u* departamentos), quer por intermóclio de soçieilaCes privadas"
bio superior ao que seria obtido por um particülar só o mercado "á*-
cambial flutuasse livremente. naqui resulà quo os hancos muitas t Os estabelccinrcntos de ensiro e de invcstigaçân cicntíÍica podem tam-
vezes sc recusarn a proceder a operaçôcs de câlnbio de moeda bóm ser considerados como infra-estrutLlras, ainda qic de um tipo particulai.

»2 233
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Quando construção ó
realizaqla por intermédio cle uma pâra â fabricação de vinho de consumo farniliar ó favorecid.a,
empresa privada concessionária, esta pode ser remuneracla me-
uma vez que não é abrangida pelo imposto, em detrimento das
diante a cobrança ao público de uma taxa, calculada em face ',,'l.. l
regiôes especializadas na produçiro vinícola, São estas regiões,
do custo da obra: por exemplo, se se constrói uma ar.ito-estracla
colocadas em condições económicas marginais, ;is principais víti-
ou uma ponte, e essa construção é realizada por uma soçieclade mas dâ incidência dos impostos: por exernplo, as vinhas do
privada que seguidamente a explora por sua própria conta, essa ::. :: :

Minsrvois e do Lodévois. As regiÕes cuja produçãer é mais ren-


sociedade cobra uma portagorn (assim acontece nos Estados
Íável poclem, nô entanto, suportar a incidência da taxa, sofrendo
Unidos). O Estado pode tambeur arrendar uma obra a uma cleter- il:
emtrora uma dirninuição do poder de comprâ, A geograÍia humana
minada sociedade Qle a exlrlora. Se é o próprio Estado que il

de uma regiâo como o Minervois, depende, pois, estreitamente


mantém cls empreendimentos que corlstruiu, é frequente que as
da incidência de uma taxa de origem governa.rnental.
somas exigicÍes para a sua conservação não o sejam clirectúente,
Irediante_ uma portagem, mas por intermódio dc um imposto.
0 financiarnento da construção de estrad.as e da sua manuienção IV. A intervenção no nivet de vitla dos particulares
pr:de ser obtido pelo lançamento de urn imposto sotrre o iar-
burante ou sobre os veículos. Aqueles que útilizam as estrad.a§
Através do imposto, o Lstado intervém igualmente sobre i:
são pois objecto da incidência desse imposto, embora não o se.jam
nível de vida dos particulares. Uma taxa cle impostn progressiva
1a proporção exacta do uso que fazem da otrra construída pelo concluz a urna igualização dos rendimentos (co:rno por exempla,
Estado. A despesa p<.:de ser igualmente coberta por uma paicela
na Crã-Bretanha, nos anos que se seguira:n à Cuerra de 1939-
retirada do conjunto globai das receitas estadriais, não ie tor- -1945). O imposto pode, pois, ser urn instrumento rle mo<lifica-
nando necessária a específic:r criação de um inrposlo,
O Estado pocle ainda realizar urna escala cle tarifas que dife- ção das estruturas sociais.
O Estirclo intcrvóm tambónr, com vista à organização de esclue-
rem, de acordo oom os utentes, as distâncias... A inciciência
mas de auxílio Íinanceiro, colrlo a Sécurité Sociale ou as Alloca-
dessas tariftls, de qrre iá falamos a propósito <ie algumas emprgsas
tions Farniliales. A partir de tuxas exigidas indistintamentc aos
pode, no caso do Estario, ser instrunrcnto dc uma politica de
assalaria<los que uão tôm em conta nem o estado de saúdc ne:n
economia dírigida.
o número dos Íilhos, o l:staclo redistribui os fundos obtidos por
famílias que deles neÇcssitem para fazer face a doenças ou a urrl
elevado número cle filhos. Estas medidas favôrecem a natalidade
III. A incidência dos impostos nos preços dc revenda, como
atenuando as diferenças sociais.
forma de intervenção
Por vezes, o Estado fixa autoritariamerlte os salários. Mas
em casô de desemprego, os engajadores podem praticar os «salá-
Impostos e ta.\as actuanr t).o preço dos produtos. por cxemplo.
rios negros», mais baixos que os salários oficiais, tal como nos
os impostos que oneram as socicclacles privadas levam-nas a reper-
casos de falta de mão-de-obra se praticam salários mais altos dos
cuti*los nos preços de venda. TtLras cle circulação, conto as quc que os oficialmente estipulados.
incicíem em França sobrc os vcículos, (0, I I lratcos por litio,
Uma forma particular de intervenção sobre o poder de compra
no Íim.de, 1968), pndenr, llor iun lli<jo, clinrinuir o prcço ,1*
é a criação de senhas de racionamento^ Um sistema cle senhas
ar: agricuitor e, collscquetlterncnte, o iroder dc cornpra das ".rmpra
regibes que conferem o direito a urla dada quantidaile de um produto
vÍtícolas, e, por outro laclo, luntentar o l)reço clo prodr,rto, quer
substitui .1 procura através de espécies monetárias, e que depende
na ve-nda por grosso, quÇr nit vurda a rctalho" IvÍeciiante unra trio1!
dos rendimentos de cada um. Se a livre escoiha que um sistema
tica fiscal, o_Estado pode favoreccr ou clcsÍltvorccer a produção
monetário permite não pr:de ser realizada num sistemâ de senhas
e Çonsumo de certos bens. lJnra dada taxt i:odc ter iguirlnrentc de racionamenlo, este tem, no entanto, a vântâgem de atribuir
.irrcidênçia regional: no território lrancôs, a plantaçÍo ãe vinhas
a cada um quantidades de hens calculadas em função das suas
)34
235
necessidades. Sçnhas de bens de equipamento pcldem ser também licenças ele construção. o Estado pode orientar a impiantaçâo
disribuídas o que pennite a aquisiçâó de cert.s produtos a baixo de unidarles industriais de acordo üoln lun plano, e dirigir a loca-
preço. Podem, por exernplo, ser distribuidas aos agricultores lização dos investimentos. Em França, a politica de actuação
senhas quc dão direito a tractores, desde que a Adrriinistração regional realizada em 19"54 c 1955, deçidiu-se pela delirnitação
os julgue merecedores disso. Existem numerosas combinaçbes de zonas criticas, lavorecendo os investimentos uessâs zonâs e
possíveis de pagamentos com senhas e pagarnentos com clinhéiro. concedendo empréstimos e subsíclios às empresas que aí sç esta-
Estas senhas poclem traduzir uma cessiio gratuita (sendo o von- beleçessem. Mas a elahoraçiro de tarilas de transportes não favo'
dedor reembolsaclo pelo Estaclo) ou uma cessão contra a entrega receu âs regiÕes ]Trenos dcsenvolvidas e a recusa de licenças de
de dinheiro. A troca da senha pela merca<Íoria a qu* ,"sp.iTa construção foi arma relativamente pouco utilizada pelo Estado.
pode ser obrigatória ou í,acultativa e, nâ ausência áe s"nlra, o Na Inglaterra, onde a planificaçâo é mais activa do que eln
pro$ut"o pode ser adquirido rnediante o pagâmento de um próço França, a criação de zonas inclustriais atral'és de uma politica de
mais elevatlo. É o regime chamado cto düpü sector. licenciamento das construções foi verdadeiramente draconiana.
- Este tipo de sistema foi introduzido em quase todos os países
durante as últinurs guerras e no período de reconstrução que se
Por outro lado, as zonas industriais forirm implantadas por
intermédio clas «Tradirrg Estates», instaladas por sociedades sem
the seguiu. Mas nos países de -eçonomia fortementà dliigiaa, fim lucrativo e clotadiis de capitais públicos («Public Corpora-
este siste:na é uma constante. Obriga, no entanto, à criaçãó dó tions»). Os «Trading }:states» são terrenos prcparados (com vias
uma burocracia muito complexa que represçnta um pesado ferroviárias, corrente de diversas voltagens, edifícios já construí-
encargo para o Ilstado e se repercute em impostos elevados. dos) em que os industriais podem alugar iI preços a.cessíveís os
Por outro lado, este sislema pode realizar atribuiçties de bens lotes em que estão divididos. Muitas das cida<les frzrncesas imi-
que não corrcsporrdarn exactamente às necessidadcs de cada um tarâm o modelo inglês, sob a designação de <<zones indus-
_r:u as satisfaçam Çom um grande âtraso. As regulamentações trielles».
legais podern ta:nbém ser coniornadas pela crjaÇiío d-e um mercado A planilicação regional tern rnaior ou mçnor irrtervcnção na
negro ilegal. geografia humana, confor:r:e a região onde ó realizada. Entre
os empreendimentos curopeus mais espectacuiares, podem citar-
-se a secagern clo «polder» d.o nord.este da Holantla, onde o Esiaclo
V. Tipos de intervençâo quc tem em vista uma planificação criou, posteriormente, Iotes e construiu quintas que foram alu"-
gadas a longo prazo, a Çarnpollescs vinclos das regiões supetpo-
Através de algumas das mediclas indic..rdas, o E.staclo podc voad.a§, e â relorina agríria do sul da ltália, cujo resultado ó
proceder à.planificação da economia. Mas pocle utilizar igualnientc
ainda hoje muito discutido, Mesmo nos Estados que mantiveram
r:utros meir:s. A planificação é mais Íácil cluanclo a rnãiiir par"te uma estrutura capitalista, a intervenção esl.aclual gera fenómenos
dos investimentos é realizada pelo Estadó! Çomo acontece na geográÍicos que rrão eucontram suficientc explicação nas condi-
união soviótica e nas dcmocraiias popurares. Numa cconornia
çÕes rraturais.
onde existe um importante _seÇtor iapitalista, o Estado t{eVe
proÇurar agir sobre este, nrediante o contrôls ilo crédito e atravds
de_tariÍ'ms cliferenciais, bem como de outro tipo dc :necliclas mais
radicais.
À Nação, unidade económica
Os.organismos planifica<lores podem cri;rr emlrresas estaduais, A intervenção do Estado acentuou-se dç tal modo que hr:je
ou atrib"uir às empresas que corrcsFond.em ils solicitações oÍiciais, em dia uma nação é encarada como umâ unidade económic*"
um auxílio Íinanceiro, sob a formn de empróstimos a baixo juro, Constitui um n:ercado comercial defencliclo tr)or um sisterna
ou dc subvenções destinaclas ao pagarneni<, clo julo de emprés- acluaneiro, sendo o seu comór"cio corrl o exterior sinrultaneamente
timos por elas contraídos. Ivtecliâ'ie a recus;r óu concçssãb cle linritado por es$e sistema e i:clo mecanismo das trocas, A nação
236 237

',?Là:
é igu*lmentr um nre'cad.' I'inauce irr.,, rui rrtcclida em que r:s grandes
Çeria, mas que, ern tempos de guerra, pode revelar-se de impor-
tlancos e a bolsa procedem ir captação ,Jc poupanfas, esiencial- tância vitnl. Podem, por Íim, ser razÕes mr:netárias que estâo
msnte no plano nacional. na base do proteccionismo; impondo ao mercado nacir:nal o
consumo de ürn produto nacional, impede a saida de divisas e
de ouro. Por vezes, o proteccionismo tem também como objectivo
A protecção adusneira a.menutenÇão de um dado nivel cte vitla que a concorrência inter-
nacional faria baixar, através do abaixamento dos preços de
A protecção acluaneira é assegurada pela irrcidônç:i& r:le uma revenda: o nível de vida clo viticultor suíço dinrinr-tiria imediata-
tarifa sobre as mercadorias importad&s, mercadorias essas que ments se o Eeu vinho fosse vendido ao preço do mercado inter-
podem, em certos üasos, eslnr submctidas a u:n c,rntjrrgeúa- naçional. Os direitos allandegários permitem-lhe, no eutonto,
mento, ou llesmo â uma proitriçiro total. Dcsigrla-se por libera- ven«lê-lo mais caro no merçaclo interno suíço. Tarnbém o relo-
lização das trocas a supressiio dos contingeutiunentôs ou clas joeiro americano perceberia um salário mais baixo se os rclógios
proibiçôes. Esta liberalização não significa no entânto a supressfro americanos não estivessem aduaneit'amente protegiclos contra o§
dos direitos alfandegj"rios. relógios suíços. O sistema aduaneiro dos Hstados Unidos é, de
- Os. direitos- aduaneitos têrn por firn aumentar o preço do pro-
duto importado, para evitar que ele vá concorrer, no meriaclo
resto, tun dos mais proteccionistas di: ü]undo.
Êxistem vários graus de protecçâo aduaneira. Çertos E,sta-
intsrno, com produtos nacionais. No entanto, ccrtos países con- dos aspiram a urna quase âutarcia, conto loi o caso da Alemanha
seguem diminuir o preÇo dos produtos exportados, oÍ'erecendo I{itleriana e <la sua economia dc guerra (teve, no entanto, cle
&os exportâdores subve[ções que se destinarn a neutralizar os importar sempre do estrangeiro cert&s rRatérias-pritnas inclispen-
direitos aduaueiros que vão sobrecar,:egâr o produto no país sáveis, como os produtos tropicais). Âs dcmoçracias populares
de destino. Era esle osisterna ctos prod.utires e úopcus de açúcar e a União Soviótica têm um cornôrçio internacional relatrivamente
de beterraba qus Çollcorriam com o açúcar de cana nr:s mercaclos pouco intenso, quer por f;rlta de divisas estrangeiras, Euer eln
estrangeiros, N{as em 1902, uur acordo internacinnal suprirniu consequêucin das restriçÕes que os países capilalistas impÔem
sste processo. Esta prática perrnitiu runa extensão çonsicLerável às e4portaçõcs para as naçÕcs inarxistas, quer aincla pelo desejo
da cultura da beterraba açucareira. de equiparcm âs suas iudirstrilts. Assirn, um país como a Àle-
A escoia liberal recusava r: proteccionismo, na meclida ern manha do Leste dedica grande parte da sua fbrça produtiva à
que elc irnpedia a divisão do trabalho entre as nilçÕc$, pois que produção de nço, rrãn obstante a ausência cle rninório de íerro
segundo o§ - seus principios, cada rraçio <levia produzii aquilo e a raridade do coque no seu território nilcional.
gue podia fornecer a melhor preço relativo. Ora, o lrroteõcio- Outros países tôm, ao inr'ós" tarifas internacionais pouco elc-
nismo é muitas vezes irr<lispensável para pcrunif.ir o laitçamento vadas: a f)inamarca, o Bsnelux e, nâ grande lnaioria dos pro-
de urna indústria. I-lma Íabriça que não tem umâ clientela certa dutos, a Suíça, Em 1967, n nraior parte dos p*íses capitaliEtas
c v&i erlcarâr as despesas de urrra prirneira rnontage:n, procluz desenvolvidos negociou r:ma diminuiçâo comum dos direitos
inicialmente a um pÍeçc) muitc» elevado que pocle, no entanto, alfandegários, negociaçÕss ess&s que Íicaram eonhecidas pelo
vir a diminuir consideravelmeule. Uma plotecçao Ae «arranque)) nome de Kennedy-Rounci.
e pois útil: isto aÇonÍ"eceu nornead.amerrte em Marrocos, fogo
apól a proclamação da indepenrlôrrçia. Por ouÍro laelo, o Irrottc- O Contrôle dos câmbios
cionismo iao assegurar à indústria urn mercado nacional, pàrnrite-
-lhc criar Lovos empregos, favoreçendo il luta contra ,: desem- As trocas poclem ser restringidas quer pela pc;lítica rRonctá-
prêgo. Os países subc{eserrvolvidos tôm particular interes:;e nn ria, quer pela poiÍtica ad,uaneira" São tanto mais intensas quâiltc)
utilizaçâo d.este protecciorrisrno. O prr:teccionismo poclc *ini.la a moecla ó rnais façiltnente convertivçl cm divisas estrangeiras,
filvorecer u:na irrdústria c1ue, §em o auxílio estaclual, desapare- e tambóm rnais facilmentç transferÍvel. Designa-$§ por tr:ursÍ'eri-
2"18 ?39
bilidade de urna moeda a susceptibilidade de com ela realizar marroquinor por razões de
certos tipos de pagamentos (mas nãr: todcrs), mediante a sua .facilidade de pagamento, voltou-se,
cada.vez mais para zona Ír_11"gr9 qu. e*-tSSS foínecia i4%
compensação com a moeda estrangeira. Pelo çontrário, o contrôle I
das importações e absorvia 58 f{ das exportaç:ões marroquinasl
dos câmbios submele as operaçôes do comér'cio internacisnal
a um contrôle mais ou menos rígido. Á balança de pagamentos
Quando os câmbios são controlados, o comérçio internaci«:nal
Çncc,ntra-se limitado e reduz trocas, sob a fonna cle acordos de As relaçôes económicas de uma nação com todas as oul.ras
clearing (compensação das exportações com as impartações)" .
coloca o problema da contabilização ,Jos negócios .xternos áersa
Podem, nô entanto, reaiizar-se acordos de clearing múltiplos, a nação. Tratâ-se não apenas da balança comercial, balanço do
que tem pr«:cedido a [Jniãqr liuropeia de Fagamento (tJ.li.P.) ou, valor das mercadorias exportadas e importada*, *"u úo
opmo fez a Organização Europeia de Cooperação Econóynica junto formado pela balança dc pagamãntos, o quuf .*piiÁL "o*
(O.I:.C.8.) que instituiu um acordo muhilateral rJ.e clearing entre t-odas as transacções económicas entre resi<ieni* nó poi" ir*ui-
os países d"a Europa Ocidentai e a$ su&s zonâs tnonetárias (com- dentes em países estrangeiros. No activo, insçreve-se o pagamento
'preerrdendcl nomeacla;nenic qua,se tocla a {Jnion Française e a
das. mercadorias cxportadas, as despesas efectuada* ,o'píi, p"f",
, Cnrnmon',vealth, excluirLdo o Canadá). turistas estrangeiros, as i*portâncias cobradas pela' rnuiinrrá
,. ' .IJma vez instituíclo o contrôie dos ç,âmbios, nad.a irnpcclc que _
nacional_pelos transporles por ela realizaclos, as remessas de emi-
,um país estalielcça taxa.s de cârnbio dilerenciais, de acorclo corn grantes (por exemplo, os vares dos itarianos residentes ,a Amé-
', os prr:dutos e conl o sujeitr: econórniço importador ou exiror{ac1.or. rica, enviados aos membros da sua família que Íicaram na lteiiài,
' Podem assim, obter-se vantâjosâmente, matérias-primas ou hç:ns donativos de toda a espécie (por exemplo, pagamentos a títul.:
, de ecluipamento e alastar a Conçorrênçia de bens, cuja proclução de reparação, como os que a Alemanha enirega a Israel e sem
se' pretende rcservar às fábricas nricionais eru cuj«r consurlo se os quais este último não equilibraria o se, *rç.*amento), capitais
', julga demasiado oneroso 1larâ I,rs clisponibiÍidadcs nacionais. l"ima estrangeiros que são investidos no país, ;urós percóúidos na
, politica dr cârnbir:s cleste tipo foi um ilos instrumentos da'pianifi- estrângeiro e resultantes do investirnônto' ol*
r cação perorr.ista na Argenrina, até à revolução de 1955" rracionais
"apitaiscorrespoll*
nesses paises. No passivo, inscrevem-se elemeáteis
L existência de um contrôle de cârnbios eiiviciiu o ruundo rm dcntes, mas em serrlido itrverso,
uônâs monetárias. Assirn, â zolla do ester!ino engloba, nâio apei'ias o contrôle dos câmbi's facilita aparentemente a planiÍicação
os países que utiliziul a libra inglesa, nras tanibém toclas as ã$nas económica. Mas não conssgue evitar a saírla clandestina de capi-
monei.árias cla Comrnonwealth, baseadas na libra es{erlina (libras tais (tende mesmo a i,centivá-los), criando aind.a barreiras'às
ou rupias) e ainda moedas cstrangeiras que têrn corno [:;rse a iitrra, iniciativas industriais. conduz fundamentalmente a uma divisão
tal como â coroâ islarrdesa e a libra cgípcia. À zona do franco das economias em unidades nacionais.
compreencle, por seu tunlo, a Uniorr F'ranqaise, (excepto Oji-
bouti) bem como lr{arrocos que ó url Estado irrdependente.
§eja qual for a política aduaneira, a integraçüo de um país Nacionalismo e cosmopolitismo económicos
numa dada zona monetária, leva-o a ailmt:ntar o çonrércio cmm Às organizações económicas supranacionais
«:utros paises da mesma zona e a redLrzi-lo com aqr-reles ciue pcr-
tenccrn â outras zônas ffoníjtárrias. O e;tempio típiço é o cle lv[ar- IJma certa economia tencle à autarcia ôu ao cosmopolitismo,
rocos. C) tratado de Algecirns de I906 proclamou a iguairlncl.e d.e segundo o Fstado que llr.e serve cle base. A organizaçâo econój
condiçÕes comerciais pãra torias as naçÕcs no tcrritório mltrtro- mica das democracias populares é essencialrn*eut* áota.quiàa.
quino, çom rlireitos ad.uancir:os unifor:ncmçnte Íixados wit 12,5/o As trocas intensificam-se, no entanto, pela cooperação interna_
. ad valore:n (sobre o valor rio procluto). Ora, :r partir clo di;r em
lrglal dos paÍses marxistas (conserho de Assistência Económiça
que foi cria*lo ern }i'rança um contrôle de câmbios, o cornérçicr Mútua, desiguado por C.O.M.E.C.O.N.). Um Estado, Çomo â
240
/.q I
Ordcia, rspresentâ, ao inv6s, o máximo de cosmopolitismo econó- Uma união aduaneira coloca ssmpre um delicado problema,
mico, sendo a sua actividade predominantemente dirigida para namedida em que os signatários aceitam quÊ o mercaaà denenda
os mercados externos: a sua agriculturâ procura produzir pro- cada vez mais dc condiçôes externas à propria nação. É ;ileJi
dutos facilmente exportáveis, como o tabaco e &s uvas secâs, mu-lantc geral.da produtividade, se .oiocár em contacto activi-
procedendo-se à importaçâo de outros produtos agrícolas, como dades compel.itivas- Mas pode scr iguarmdnte desastrosa. Dara
o trigo. Após o tm da Segunda Guerra Mundial, a Europa Oci- empre§â.s que, trabalhando ern condiçÕes de boa rentabúidaàe
dental evoluiu para o cosmopolitismo económico, através da Orga- no mercado nacional, §s tôrnam margiuais üo seio a* u* ni*r-
nizaçflo da U.E,P., tendendo em seguida parâ â liberalização c&do comum. Foi este o ca§o verificaio'*p,i* rtfô, Ã;
das trocas ê pâra a convertibilidade clas moedas. §eis países da il;"
sãos do sul da ltália. Entregues à çoncorfôncia don produtos da
Huropa Ocidental (França, Alemanha, Itália, §élgica, Holanda indústria_ do norte, e incapazes de sç transfor*ar por fafi,
e Luxemburgo) organizarilm uma união aduaneira para produtos ãe
capitais locais, em hreve renunciaram à batalha ."onOmi.u, nío
siderúrgicos, a C.E.C.A. (Comunidade Europeia do Carvão e crescendo o número de empregos, proporcionalmente uo u.orrrrrià
do Aço), a que se seguiu a organização de uma união económica da população adulta" É ests uma das caus⧠*a inferioridade
geral, a C.E.E. (Comunidade Económica Europeia), vulgarmente
do Mcir:"Dia italiano, relativarnent€ ao norte. O mesmo proUf.*u
conhecida por Mercado Comum. Estas uniõesn inspiradas por se coloca quando um país de baixo nÍvel tecnológico se
um liberalismo económico moderado, organizam a livre concor- *il;i;
a rrma união aduaneira, intcgrada por países de alio nível tecno-
rência e prôcurâm impedir associaçÕes do tipo do cartel. Pro- lógico"
curam também estabelecer a livre conçorrência no mercaclo cla As dificuldades podem ser parciarmente superadas se a uniâo
mão-de-obra, permilindo a livre circulação dos trabalhadores, previr uma assistência económica com vista à ,e.rnrerrao--ão
dentro da zona da comunidade. Procuram, Íinalmente, dar a à modernização das activirlades afectadas pera criação ao merlaàã
cada um «ios Seis as condiçfies compctitivas, norneada:nente pela (como foi previsto pelos tratad.os quó instituiram a
harmonização dos encargos da produção. TTL-.
C_.8.C,,4,. e a C.E.E.). Quer isto dizer que, ülcslrro uma organiza-
Estas uniões provocam o aparecimento de mçrcados suprâ-
nacionais. Podem conduzir â uma selecção pela concorrência
ção economicarnente liberal, pode sér acompanh*ld* pã. u*
intervencionis,rr: planilicador que tenha em cônta as *árdm..
e traduzir-se em períodos de depressão, em fusÕes destinadas a particulares <le cada Estado
dar efiçácia às firmas. Arrastam, no entanto, consigo supressões e até as peculiaridades O* caJÀ
região.
de empregos, ettcerríLmonto tle fábriças e abandono d"e produçÕes
agricolas que se tornnram pouÇo rentáveis. Delas porle, pois,
resultar toda uma transformação da geograÍia humana dos países
participantes. A grande dificuldade é pois a manrtenção do
pleno emprego nesse conjunfo baseado na concorrência. O pro-
blema ó tanto mais difícil de resolver quanto a autoridade dos
organismos centrais da C.E.C.A. e da C.E.E, sobre os governo§
não é efectiva, podendo a política económiça destes supergovernôs
sntrar em contradição c«.:m as dos Estados e nâo tendo grandes
meios ds coação ao seu dispôr. Por exemplo, â superproduçiio
europeia de çarvão pode incitar a C.E.C.A. a limitar essa pro-
duçâo, enquanto um país membro pode desejar mantet a suâ
produção para evitar a redução do nível do emprego das suas
bacias hulhiferas, bem como para diminuir as importações de
carvâo que gravam a sua balança de pagamentos,

x42
243
basta como unidnde de produçâo; na §úça faltam indüstrias de
base como a siderurgia, asseütando todo o sistema económico
numa bass internacional. Um país pode pois integrar-se !o
cosmopolitismo capitalista, sem ser no entanto subdesenvolvido-
Da mesma forma, nâo se deve confundir entre suMesenvolvi-
mento e insuficieate produção de energia: por es§e critério, a
Dinamarca seria um país subdesenvolvido e o Iraque um pâí§
4 deeenvolvido. O que deve sçr tomado ern consideração é o c9efi-
çiente de utifizaçã.o de energia çer capit»», Mas este coeficiento
A§ FORMÀS DE ORGANIZAÇÃO ECONóMrCÀ nôo faz intervir a forma de utilização da energia. Um país pode
consumir muita energia e transformá-la mediânte máquinas anti-
Paíse desenyolyidos e paísos subdesenvolvidos quadas e de fraco rendimento. A Polónia e a França tôm aproxi-
úadamente o mesmo coeficiente de utilização de energia, mas á
CORRENTEMENTE se ouve falar na distinção entre países impossível compârar, quêr o seu nÍvel de vida, quo! o §§u grtu
desenvolvidoo o países subdesenVolüdos ou, como se dii, por delndustrializaiao. A Polónia utiliza muita da energia prsduzida
oüfemismo, países em vias de desenvolvimento. Efectivameúte, pela hulha em máguinas de pequeno rendimento.
poucos Estados existem (Argentina, Venezuela) quo se possam
' As característiás dos pafues desenvolvidos e dos países sub'
colocar numa categoria intermódia. desçnvolvidos estão ainda mal definidas. Os países desenvol-
O primeiro índice de subdeeenvolvimento de um país é-nos vidos são relativrunente industrializados. A produtividadc é ele-
dado pela debilidade do renúrnento (eer capita», ou, pôr outras vâda, os capitaio são abundante§, os níveis de instrução e de
palavras, pela miséria. Já se dísse que a miséria é velha çomo higiene são elevndos e a mortalidade é reduzida' Os países subde-
o mundo, enguanto a noção de subdesenvolvimçnto ó relativa- seívolvidos podem talvez caracterizar-se por um baixo grat.de
mente recente. Mas a miséria dos países subdesenvolvidc; é uma industrializaião---.frequentemente representada por um .úni9o
miséria perene ou mesmo em vias de agravamento, e tanto mais sector, como â extraçião petroUfera *, estando as pouca§ i"dlt
conscienciaüeada quanto é flagrante o contraste entre esses países trias óxistentes nes mãoe- de capitais estrangeiros. A produtivi-
e an naçÕes mais desenvolvidas. Ainda que a noção de rendimento dade é reduzida, os capitais esca§seiam, os níveis de instrução e
médio çer capita» seja imperfeita s dissimule as desigualdades de higiene são baixos e a mortalidade é elevada. Mas muito
sociais existentes no interior de cada Estado, pode no êntanto frequentemente, a natalidade ultrapa§sa'â, a. um tnl ritmo que o
ser utilizada çomo indice preliminar, Este rendimento é avaliado acréscimo da população é superior ao dos países desenvolvidos,
em dólares. Nos Estados Unidos, eleva-se a mais dç 3 mil dólaresn criando um pioblema de subalimentação cada vea mais grave.
no Canadrâ a mais de 2 mil e está compreendido entre mil e 2 mil Para dizer a- verdade, a mortalidade diminuiu recentêmente em
na maioria dos países da Europa Ocidental" Mas quando encon- larga escala, o que provoca um ainda maior acréscimo da popu'
tramos rendimentos médios da ordem dos duzentos dólares lação,
- bem como da subnutrição.
ânuais, podemos dizer que se nos depara um país subdesenvolvido. A insuficiência alimentar dos países subdesenvolvidos não
Em alguns países, o rendimçnto nâo chega mesmo a ultrapassar é devida à sua insufiçiência agrícola. A Grã-Bretanha tem menos
cem dólares por ano (por exemplo, a Birmânia). rscursos agrícolas que o Afeganistão, mas, na falta de alimento§,
§eria pouco exá,cto definir países desenvolvidos «como âque- ela tem com que os Çomprar. E um subempregü con§teiltê que
les que rea.lizaram a sua industrialização numa base nacional», está na base dà subalimentação. 0 trahalho que não ó utilizado
porque assim afastaríamos o Canadá, cuja industrialieação foi constitui uma riqueza escondida e inexplorada gu€ um esforço
em grande parte ünanciada por capitâis norte-americ&no§, e a de desenvolvimento mobiliuaria, dô uma ou de outra forma,
Suíça que não consütui um merçado nacional suficiente, nem se valorizando todo o país.

2& 245
A velha noção de um paÍs novo
à construção de vias de penetração e de porto§: é ssta a única
vem complicar a clistinção entre país desen_ forma de equipamento que dela resulta.
Yj:-^ry:1"
votvido 1J?
e país subdesenvolvidà é a de ;;i;";;;.."ü;ri É certo que ela forneçe a certos intermediários indígenas
rendirnentos que estes podem investir em eciuipamento rnais pro-
f*::::í:l"s:1:iffi.;f,i;"fi
;1:*
o::,f:n li,lJl'f;í#,ffiTf :
euronejai, qu", prú-"r";il;ãJ'í;.I-; "fi
ilff: dutivo. Mas ó montânte destes invcstimentos é pouco elevado e
tação, tem fatrta de inao_delobrir, ú..i*, pãrrd"i_i;;;';';r1"bré; a troca aumenta as necessidades cle produtos de consumo, quer
os capitais e os be,s de equiparnent" inoisi.i;: dizer, aumenta as despesas nãr: produtivas dos indígenas, em
É'*; f;Jrã; desfavor da poupança que pocleria ser investida'
:T"T:^:f:^lã::-TTu
j::*:l u,tg1í.:
de tuáo,.forn.";à;;;; d, ;Jji;, p;#; Todavia, à procura de um procluto, um prodttto agrícola, pcr
:,^Í.:, 1r'l
que lhes vendem,
consti t ;ilü;ü;íü
-ild;ffJü;;ffi.
ui,do ., ü ffi;;: exemplo, pode iransformar profundamente toda a eçonomia. Foi
Ioli9r" pôr ;%
A sua economia é muito aberta. É-suâ ;;;. ol"ro do Canadá, ou da o caío do amendoim no Senegal. Inicialrnente procurado como
Argentina, antes de 1914. objecto de troca, levou depois à intensificação, eluando cultivactro
Estes Estados distinguern-se, ao rnesmo tempo, em grandes extensões, da produção global do paÍs (quando não
-f dos paíscs
desenvolvidos e evol,ídú, u, J* ,"rpa Ocidental conduziu mesmo ao esgota.mento dos terrencls).
países subdesenvolvidos áa"o,',á -io*oe dos
'.,i A esta economia de troca, opÔe-se uma verd:ldeira economia
velha civitiãçao usrírotr,
Pérsia ou a China. F?rfln cm rernpos ocupadãs
p"i'ir,iig*u; de equipamento, pela qual se pretencle o aproveitamento das
pertencentes a velhas civilizaçries, inàígenas
qu. eraJn no entanto forçai proclutoras pela cr.rnstrução de fábricas, o melhoriunento
pouÇo evoluít1os e pouco nu.rne.ososl tentro-se
toi,iuào da'produção agrícola... Esta econotnia de equipamento pode
sua expulsão -ãrii."r*l
fá"ri^'; resultar do um investimento a longo prazc, sem quaisquer preo-
.(por exemplo, os índioi ao cunoa4.'f
mente mais difícil crassi{icar Estados como o cupaçôes planificadoras, ou de uma vontade gcrverneÍlental clue
Mexlco e o giÀsit
entre os paises novos, ou entre os países a* se- eip."ssa no sentido da planificação e da organização do
na medida em quÊ rêm elevadas_propoiç0.,
oiriit, .iuirrráçãã, esforço produtivo.
Oe popuúçãc, l"aieãrà.
Mas r:s países novos envellieceiarr, . o r.ôrnio 1á nao e"irole Eilsiem muitos graus de transição entre a sirnples troca e
aplicável. Uns tornaram-se países a*i*nuãtrlao, (o ôã*aai,* o equipamento:
outros começiiram a sua iridustrialização sern -* iimples troÇa num estabelecimento comercíal, como o$
terem,
alingido um nível de vida rao eievado tàmã a maioria no
entaúo, que a Companhia da Baía Fludson instaiou I1a terra dos esqu!
c1e
dos Listado
Europeus (por exemplo, a Ârgentina). *ór, s"* i"t a"ompanhada pela construção de vias de pene*
tração.
vias de penetração, rnas §em
---trocâ com Çônstrução de produção, como por exemplo,
Economia de trocn e eceinomia de equipamento transformação das formas locais de
a penetraçáo francesa no Yunnân, através da construção da via
. Uma distinçâo mais- útil ó a que se estabelece entre economia férrea Hanoi-Yunnanfou (l 910).
de troca e economia.de equipú"rto.-Fuiu-*e
de economia cle
* troca com transf«:rmaçã«: da economia agricola, Çomo suce'
tÍôca, sempre que os investimôntos vôm da extcri'r deu no Senegal, pelo cultivo do amendoirn'
,oH o-fo*i.i * investimentbs na agricultura, como na çulturii das olea-
de companhias industriajs. Não *. p."Ãio pois transformar
a ginosas cla região de SÍax, na viticultura no Teltr, ou nas planla-
economia do país, mas cle aí comprár o quc
ó ,ur**pti*f- à* ,J
vender nos mr;rcadns externôs e de aí ,.i.1*, ções coloniais.
* qr.t- r*;;i;
local possa contprâr, Daqui resulta urru-.utugn*çào *- investirnentos nas indústrias extractivas, como a explora-
vida. ltm caso exrremo é o da venJa oe"uüg;gioga;clo nível de ção do petróleo do Médio Oriente-
aã;;;dí:
gerlas em troç;r do marÍim. A economia
de troialevã uniru..ni* -* inriustrialização com vista à transform*ção dos recur§os
locais, ,ut"de, nu Áftica do Sul.
246
"o*o
1^'1

.1r'r:
Tomamos estes exemplos. de regiões cuja economia pode
qualificada como colonial, ainda q"u" ser sumo que cada indivíduo pode realizar. O leque de salários pode
u iuã ioa.p.rãêdi_ ilii ser muito fechado, oomo na Rússia de 1929 é na China a* ig70,
tica esteja assegurada.
euer isto aü.i q"", ncssas regiÕes, vivem ou muito aberto, Çomo na U.R.S.S., após 1945.
duas populações, uma àe origem ;;;"i;i" e ourra
indígena, dc O Plano dá prioridade à produção ãe bens de equiparnento,
níveis de vida diferentes, sendõ u.r"gun'áí-utilizaaa'peia
como mão-de-obra. Mt u própria Europa ;;*-tr; o que reduz ô consumo a valores que se situam cntrã iS e aA%
nos podleria ?orr"..i do produto nacional. Os organismós oficiais coorclen&m o piál
exemplos semelhantes. Em õertas. regiÕeJ, como^o
sul a, iüfir, dução e o consurno, e a iniciativa privada p«rde unicamente apre-
os .capitais externos nãr eram invãsucós e os
capitais locais sentar sugestôes a estes organismos. o comércio externo é cenira-
fugiam ao risco de um investimento nu p«iprl",.gií;l
trialização^só começou a processar_r* quurido üJ;: lizado pelo Estado em função da realização do Flano. a
urn-pfuno ;;;;_ é pois, o que forem os organismos esiaduais e o que ".onoáiu
na;nental favoreceu os investimentos nô Meio-Dia'ituri"oã. io.e* n,
uma maneira geral, todas as regiões onde n" próprios produtores.
não exlste um-dúo
tipo de homens de negócios" prãnir, ã'lnvestir u io"go^ pãÃ] . ]{or países cuja econonria tende para o socialismo, existe
alnda um scctor privado: pequcnas empresas privadas, indus-
ou em que o Estado não realizou investimentos, revelim
no seu processo de equipamento industrial.
àt.rs" tnals ou agricolas, coexistem com as unidades de produção de
tipo cooperativo ou estadual. A China ocupa um tiigar a'pariel
na medida em que a partir de 1958, começ,rü a insÍauiar o àrrru_
[con«lmia capitalista e economia marxista nrsmo, crrando comunâs, mas acabando por frear esse movi-
mento.
0 mundo encontra-se dividido em dois sistemas económicos- Em todo-s os países rnarxistas, as ernpresâs do Estado possusrr
.
autonomia financeira e a su& gestão baseia-se numa çontibilidade
,"-,:,:l:i: "apiralista e o sisrcma nrroiiio. Á*t"r-r"'"üfj'..*i idêntica à das empresas- dos países capitalistas. Mas os pr.çáu
:l1rrerelrepente, a países desenvolvidos e a países subdeseuvot- são frequentemente flxados pelo Estado. Existe, no *ntuoto, ,r*
vroos. Assrm, o sistemâ. marxista pôde aplicãr_se
diversas Çomo â Alemanha Orie'tal ã Vi.tnu*e
a regiÕes tão sec_tor de preços livres que pode ser autorizado, cômo o merbado
d;"No;ie. kolkhoziano, ou clandestinô.
A economia dos países marxistas "é uma economia planifi- sistemas económicos de tipo capitalista verificam-se enÍ países
cada, dirigida por uma comissão centrar-de pü"iri.àia,i'rrr-,
de nível rnuito diverso e com um giau de desen'olvimento eiünó-
yalia fe país para país, quant_o ao grau a" mico muito variado, que pode ir desde a economia de troca até
"uàtoiàtr;il-qr;';;
encontra, grâu esse que clepende do éstado erlt que se encontrava à economia perfleitamente industrializada. Entre outros, atrrangern
a ec,nnrnia no momento da implantação do sistema ;;rró,,rr";
marxista,.da antiguidade-dessa insrauráção e aas p.opiias também os países coloniais. À economia capitalista é caraire-
rizada por uma maior ctesigualdade social, relativamente aos
çÕes locais. A ideia final ó a da insrauração clo'coürüism" "á.ãi:
Çolectividacle poderia então Í'ornecer a cada um, ô países marxistas. o processo de capitalização dos juros aumenta
bens qrr. ,utiil ainda esta ctresigualdade, desde que-or pro"*urou dó gestão scjam
fizessem as suas necessidades). Até Iá, ; ;;tü.
socialista ou mesrno présociarista. a ã"ooíÁia
conrenta-se em ser racionais. Todavia, o desenvolv_imento- da tecnologá multipiie;
í*;;:;;
sociarista
na apropriação colectiva das fontes e meios dc prorlução. os empregos melhor remunerados, criando uma classe cte asiala-
tindo n_o entanto, a apropriação indiviàual ã;J;ü;;'ril;i;
,"r*;- riados rciativa:nente próspera. EfectivaÍnente, o níunero <le ope-
ou dos bens rários não especializados e cie agric,ltores Íe,de a dirninuir, Lrn
de consumo, irem como <ia casil * uu*, d.p*r.rdências.
Os trabalhadores são empregados ,,u, .n pr"rus estaduais favor do núrner. de operários ãspecializactros, de técnico, ô d*
ou nâs assalariados do sector terciáriei, o que se veriiica pri*cipaimenie
cooperativas, Çomo os kolkhoz (ver p. .l^+:y. A,
,ilil*çÕ;;;
estabelecidas de acordo_corn a qüantiàade e a quaiidade nos países mais desenvolvidos. A ecÀnomia capitalista esiá suieita
do'tràl a crises ciclicas de superprodução, que não potlem vcriÍicur_se
balho fornecido por c&da um, cànrrituem um limite pá., o ,nr- nas economias marxistas, um;1 vez que aí, uúa grande p€rceft_
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França, dc zonas ondc é favorecida a iurprantação
tngem do rendirnento nacional ó adstrita à produçâo de bens de de indústrias,
equipnmento. Enquanto num sistema marxista o desemprego é
bem como de zonas onde se ffl;;ile'u'ã***ntuut
uação iudus-
raro, resultando pnrticularmente dos cataclismos naturais ou trial);
políticos que destruam os meios de produçâo (inundações, revô- 3.o Países subdesenvolvidos, onde a politica
de equipamento
se choca, simultaneamente, com a insuficiência
luções), chega a tomar grandes proporçÕes tras economias capita-
e com os interesses oue presidern às econo:nú
Jú il;iilffi;;
listas, como aÇônteçeu durante a çrise de 1929-1935.
foram organizadas.
,í,; ;;"*"d;;
Nos últimos tempôs, a economia dos países capitalistas tem
evoluído muito, sendo caracterizada por urnâ coexistência das
formas capitalistas tradicionais e de processos sociâlistas" Entre
as primeiras, é importante citar a continuação, e mssmo, o acrés*
cimo de importância de certas sociedades, como os bancos, os
trusts e as alianças que visam o monopólio de façto. No entanto,
graças à introdução de um sistema ftscal diferencial, as grand,es
diferenças de nível de vida dentro da mesma nação tendem a
atenuar-se, como sucede na Çrã-Bretanha e nos PaÍses Escandi'
navo§. Â intervenção do Estado monifesta-se também através de
nacionalizaçÕe§, ou pela criação de sociedades de economia
mista. Dá-se o aparecimento de urna classe de tecnocratas que
assume âo mesmo tempo, o contrôle das empresas nacionalizadas
e das empresas privadas. O Hstado dedica cadfl vez mais atenção
ao pleneemento, intervém nos problemas :nonetárir:s, fiscaliza o
crédito e proÇura impedir as crises cíclicas e mânter o pleno
emprego.
Mas estas tendôncias não têm evoluÍdo uniformemente. Os
Estados Unidos continuam a conceder umâ enorme importância
à iniciativa privada, tolerando a existência de um elevado número
de desempregados. Por seu turno, os países da Europa, não obs-
{ente um certo progresso da empresa privada, utilizam proce§sos
de contrôle bem mais apertados. Certas alianças, coÍno & C.E.C.A.
e a C.E.E. mostram cômô âs tendências actuais procuram conciliar
o papel da iniciativa privada e o do contrôle estadual. Mas nâo
é por uma economia concorrencial, nem pür uma política de
fusões empresariais que se conse&ue a diminuição do desemprego.
Âs desigualdades da planiflcaçâo regional permitem opôr
entr: os países eapilalistas:
1.o Países, como a Grâ-Bretanha ou â Holanda, onde a
economia ó dirigida por organismos planificadores que tentâm
ateni:ar as desigualdades regionais;
2"u Países como a França e a Itália, oncle a actuação regional
do Estado visa, particularmente, dominar certas situaçôes de
criss localizada (plano do Mezeogiorno italiano e delimitação, na

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