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Textos Clássicos
A ATIVIDADE DO EMPRESÁRIO*

TULLIO A SCA RELLI


(Tradução de ERASMO VALLAL>ÃO A." N. FRANÇA)

I . A ati1·idade do empresária. 2. Ecominuca. 3. Diri~:ida à pmduçâo e ti tmm.


-1. Pmjis.wie.< liberm.<. 5. Atil·idade.<t1111'il111re.<. 6. Licitude. 7. Or~:wli:«çlio .

1. O art. 2.082t não se re fere simples- s ubs tânc ia, determina o âmbito no qual se
mente - já notamos- à uma atividade c aplicarão determinad as no rmas. A defin i-
à uma atividade autônoma , mas à uma ati- ção jurídica d e e mpresár io importa, po r
vidade econômica, dirigida à produção ou isso. o apelo a conceitos não defin idos no
à Troca de bens ou serviros. organi;:,ada. s iste ma c cujo alcance deve valorar-se em
exercida profissionalmenTe. relação à concepção soc ial corrente.
Ao fazer recurso aos mencionados ter- 2 . Com econômica, a li se fa z re ferên-
mos, o Código os considera na s ua corren- c ia à uma atividade c riadora de riqueza c,
te va loração social (menos exatamente se por isso, de bens (art. 8 1O do Código Ci-
costum a dizer: no se u s ig nifi cado econô- vil ) o u ainda. como res ulta do mes m o arti -
mi co). O an. 2.082 (ass im como, na legis- go. de serviços patrimo nialmcntc avaliáveis
lação ab-rogada. os arts. 3Q c 4!! d o Cód igo (c v. tb. art. 1. 174, CC). Também estes, em-
de Comérc io) cons titu i. na verdade. uma bora não cons tituindo co isas. constituem
norma qualificativa o u dclimitativa. que, em "'riquezas". porque vem comparati vamente
a ume nt ando de importância, na econo mia.
a produção de servi ços, sempre m ais nu-
• N. d o T.: o texto, a seguir. cons iste no Capí-
IUio V Il d o Cor.w di Dinllo Comme/Utlle (3' cd .. merosos.
Milão. Giuffrc. 1962. pp. 16 1- 185). A tradu~ão pro- É econô mi ca . c criadora de ri queza,
c uro u s er o q uanto possível literal e respeitar fie l-
não só. portanto, a atividade d o agric ultor
menti! o .:s tilo do autor. As no tas .:111 núm.:ros adbi -
co~ são do autor: as notas .:m mím.:ro> romanos. do
(às vezes economicame nt e qualificada
tradutor O traduto r agrad.:ce às contribuições dos como primária). mas também aquela (às ve-
Profs. Paula A . Forgioni c Franc1sco Satiro de So u ~:a zes economicam ente qualificada com o se-
Júnior para alguns trechos da tradução.
c undária ) d o industrial produto r c , bem as-
N. do E.: publicamos. na RDM 109. o Capítu-
lo VI - "O Em pr.:s~írio" (Ascan.:lli . ob . .: lot:. c it>.. s im (c, às veLes , a este res pei to se fala de
trad. F5bio Konder Comparato. pp. 145- 160). mo d o ge ral de se rviços ou de at iv idad e
I. Art. 2.082 d o CC I (Código C ivil It a liano): te rc iári a). aque la d e quem se interpõe na
" E empr.:sürio quem exerce pro fi ssio na lmente uma troca de hens porque , com a sua me lhor
atividade .:conõ mica org~uu wda. dirigida à produ-
~ào o u à troca de bens o u de ;crv1ços (arts. 230-bi.f.
di stribu ição. aumen ta- lhes a utilidade; aq ue-
:no. :n 1. 397. ~25. 1.:no. 1.368. 1.400. 1.51 o. la do conduto r. vo ltada ao trans porte . c
1.722. n ~. 1.824. 2. 135. 2. 195. 2.2:18 c 2.247)". aquela do seg urado r. voltada ao seguro (c.
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veremos, mesmo aquela do •·cspecu lador", dução de riqueza, assim como não é ··eco- A diferença entre ati vidade econômi- vador direto como ··pequeno empresário".
que assume, também ele, uma fun ção em nômica" a atividade de quem recebe os ren- ca e de mera frui ção res ulta evidente com- o u seja, como empresário, deva interpre-
relação à distribuição do risco); aquela vol- dimentos dos próprios investimentos. Mas parando a atividade de quem adm inistra o tar-se em rel ação àq ue le cu lti vador direto
tada a oferecer serviços (como a dos em- é econômica (se bem que, por outro lado, fundo com aque la de quem o dá em loca- que seja empresário no sentido do 2.082, e
presários de espetáculos) que. na valoração quando não for profissional, não será em- ção, de modo que o locatári o Ique será, en- não também àquele que produza somente
soc ia l, são patrimonialmcntc avaliáveis c presarial) a atividade de quem adquire im ó- tão, o sujeito da ati vidade C(;Onômica c, para o próprio cons umo). Quando is to não
aval iados, embora sat isfaçam necessidades veis para revendê-los. ou para locá- los (c. portanto, o c mprcsári oJ ) adminis trará em ocorre nos enco ntramos e m uma econom ia
recreativas atinentes ao nosso confo rto. por isso, de urna soc iedade constituída para no me c por conta pró pria o bem. (;Omo ins- que cu diria individualisticarncntc autár-
Sendo preciso, pode-se ainda recorrer revender o u loca r imóveis). trume nto para a produção de riqueza, cum - quica; o ciclo econômico se exaure no âm-
ao art. 2.195 11 (que, dentro em pouco, tere- É, por sua vez, econômica, no meu prindo em no me próprio os atos respecti - bito de um só s uje ito, enquanto o art. 2.082
mos ocas ião de ilustrar), porque. como tem entender. a atividade de gestão, quando e la vos, aos quais o proprict<írio, que se limita é voltado exatamente para uma disciplina
sido agudame nte observado. o elenco dos (como relativamente a um estabelecimento à fruição do foro convcn(; ionado, perma- do c ic lo econôm ico que interessa a vári os
empresários (;Omcrciais ali contido pres- (;Omerc ial admin istrado diretamente c não, nece estranho, não podendo por isso ser s uje itos.
supõe a qualidade de cmprcs<íri o dos mes- ao invés, con(;cdido em fruição a o utros que qualificado de empresário.~
Não é, porém, normalmente destina-
mos c. por isso, concorre para esclarecer a o administrem) utili za o bem qual instru- 3 . A ati vidade deve ser dirigida à pro- da ao consumo do próprio s ujei to a ati vi-
definição do art. 2.082. mento para a produção de nova riqueza c, dução ou à troca c me parece que se deva dade d o agricultor. também ela us ualme nte
portanto. 2 a exp loração do estabelecimen- interpre tar à produção pela troca o u para a destinada ao mercado, ainda quando não se
Óbvia, por essa razão, a distinção en-
to implica a qualificação de empresário troca (quer dizer, aos atos de troca prece- tra te de agricultura " indus triali zada": não
tre a atividade e mpresarial c as atividades
àque le o u àqueles em c uj o nome tem lugar didos de outros de troca dos mesmos bens o é. nem me nos normalmente. aq ue la do
não econô micas (mesmo quando possam
a exploração [pcnnancccndo, pois, questão o u serviços). c ulti vador direto ( isto é, daquele- v. art.
ser indiretamente re levantes para a criação 1
di stinta. a de verificar quando a explo ra- Não ocorre por isso, no meu entender, 1.647 v - que culti va o fund o prcvalcn-
da riqueza); e ntre estas, a atividade do c ien-
ção de um estabelec ime nto por parte de a figura do art. 2.082. no cultivador que tcmc ntc com o próprio trabalho c de pc!.-
ti sta pesquisador da verdade, do artista cria-
vários sujei tos, aos quai s o estabeleci me n- c ultive para o próprio co ns umo, o u em soas de s ua família), que da mesma forma
dor do belo c do pró prio inventor, voltada
to seja (;Omum , como na hipótese de esta- quem fabrique para o próprio consum o c, normalmen te d estinará ao mercado uma
à sol ução de um problema técni co (enquan-
belecimento em (;Omunhão hereditária. im- assim também (pois, seja como for, faltaria parte (de res to, não irre levante) da própria
to será em presarial ' a atividade voltada à
plique a ex is tênc ia de uma SO(;iedadc entre neste caso o requi s ito da profissional idade, produção (c se pense no horticultor, no no-
expl oração de uma in venção ou à re produ-
os mes mos s uj ei tos;' da respos ta a esta que mai s além in vocarem os), em quem- ricultor, c ass im por diante), podendo en-
ção de uma obra de arte. pois diz respei to à tão ser cons iderad o como empresário c,
questão dependerá. ou não. a admissibili- seja e mbo ra co ntrata nd o prestadores de
(;ri ação de produtos que, como tais, rc la(;iO- mais prec isamente (art. 2.083), como pe-
dade daquela que tem s ido dita um a comu- serviço de forma dire ta - cons trua uma
nam-sc ao d omíni o da econo mia), para não queno empresário."
nhão de empresa, em contraposição à so- casa para ne la habitar, o u estabeleça. no
falar das atividades políticas, religiosas, de
c iedade!. próprio porão, uma o fi ci na para fahri car os Na hipó tese de coexistência e ntre pro-
distribuição de bens de fo rma benéfica, c
Não é, por isso. contrari amente a que móveis da própria habitação, c assi m por dução para a troca c para o consumo pes-
assim por diante. soa l. a aplicabilidade do art. 2.0H2 ocorre
üs vezes tem s ido dito. de mera admini stra- diante (c note-se com o o problema possa
Não é econômica a atividade de mera se propor para a atividade ag ríco la c para independentemente da respecti va importân-
ção a atividade agrícola, obviamente produ-
fruição (a inda que impl iq ue uma atividade aque la industrial; não para aquela de tro- c ia das duas ativ idades, sempre que a se-
tora de nova riqueza c claramente coor·dc-
de administração, mesmo por meio de pre- nada (;Om o e mprego de capit ais c traba- ca). O titul ar da a ti vidade deve ser diverso gunda, v em s i considerada, aprcscnlc as
postos, porque. também neste seg undo ca- do destinatário último do produto. isto é . a carac terís ticas do art. 2.082.
lho, mesmo se lhe são óbvias as diferenças
so. não se verifica um a produção de rique- (pelo ciclo produtivo. pela prcvalcntc im - s ua atividade deve ser destinada a satisfa- Na verdade, não é a prevalência da
za). Não é, por essa razão, econô mica a ati- portância do elemento imobi liá ri o c, na nos- ;;er necessidades de outrem (c, por isso, at iv idade do art. 2.0H2 sohrc o utras. cvcn-
vidade do proprietário de muitos imóveis sa fase cu ltural. freqüentemente pela pró- creio que a re fe rê nc ia do 2.083 111 ao cu lti-
em administrá-los (mesmo at ravés de ade- pria estrutura da propriedade ou da produ- o' anc,ão~. os pcqucnos comcrc1antc> c aquclc> quc
quada organi zação) c receber-lhes os alu- ção) em relação i1ati vidade comercial c in - cxcrccm uma ati vidade profissional o rgan11ada prc-
4. Cas~ .. 6 de marçodc 1951 . n. 552. Foro 11 .. valcntcmcntc com o próprio trabalho c dos compo-
gueres, justamente porque, em subs tância. dustri al. 195 1. I. 1.043.
nente> da família (arts. 2.202. 2.214 c 2 221 )"
direcionada à fruição, não importando pro- 5. Cass .. :lO de .1unho de 1943. n. 1.646. Foro IV. Sit·. no orig1nal. "art . 1347"
11 . • Rcp. 1.9-13- 1.945. verbete " lmprcsa Agrícola".
2. Cass .. I O de outubro dc 1955. n. 2 .961 . 6. Ca!., .. 6dcmarçodc 1951.Fomll .. l95 1.1.
n. 5: c lembra lamhém. em >cdc rributnna. a dis tinta 1.043.
11. V. mais adinntc. na nota X. a tradução do Gm.l'l. Cil·tle. I 956. I. 476. rcfcnndo-sc ao voluntá- con~1dcração e ntre o rcnduncnto domuucal c aquclc
an 2. 195 do CCI no cxcrcic1o de uma atividade comercial. V Su . Ascarclli está \C referindo aqu1. na ver-
da clnprc>a agrícola.
dade. à fJrimeira arividadc (de produção para a rro-
I. C f. Ap Genova. 6 de junho de 1955. Fom 3. Cass .. li dc março de 195-l. n. 5'J4. Mom · 111 . Art 2.0l!:l do CCI: "São pcqucno~ cmprc- ca) c não à 'cgunda Cdc produção parn o con,umo
l'ml.. 1956. I. 508. (flrt! 'li-ih . 195-l . 236. ':lnos o~ c ultivadorcs d1rctos do fundo (art. 1.647). pcssoal). como fica claro na frase segui nte do tex to.
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TEXTOS CLÁSSICOS 207

tualmcnte cocxistcntes, mas a s ua simples presa ta mbé m a uma ati vidade dirigida ao dade econôm ica produtora de serviços para
ocorrê ncia que importa a aplicação da dis- consumo do próprio s uj e ito poderia di zer- mesma situação dos profi ssionais intelec-
o me rcado); o term o " pro fissão liberal" . tua is.
ci plina respectiva (q ue, por o utro lado, não se opo rtuno. que, e mbo ra pode nd o, me parece, ser limi-
exclui aquela própria de outras atividades Na verdade, quanto mais se estende a tado às profissões no mina is disciplinadas, Os que exercem profissões intelec tuais
exercidas de forma eventual}, e tornaremos ou às quais corrcspo ndam especiais ''lis- não são (dada a valoração soc ial ora recor-
noção de empresa, tant o mai s e la, na sua
o utras vezes a referir-n os a este critéri o. generalidade . arrisca to rnar-se inútil [c, no tas"v" (v. a rt. 2.229), é de interpretar-se com dada) inc luídos no concei to de empresário.
A produção e a troca não devem. po- fundo. é desta ex igência que partem quan- referência à va loração social da natureza De modo corresponde nte , não há exer-
rém. necessariame nt e ser d estinadas ao tos. no meu entender sem razão. querem intelectua l do serviço prestado que , deres- c ício de atividade empresarial, no sentido
mercado e m geral; pode ser s ufic iente que excl uir. como vimos. da noção de empresa to, encontra a sua expressão no próprio c do art. 2.082, na atividade de uma soc ieda-
sejam dirigidas somente a um ambiente res- aquel a agrícola o u, como vere mos. as pe- freqüe nte rec urso ao adje ti vo "liberal " para de e ntre profissionais , o u seja (enq uanto
trito (desde que não familiar), ou até so- quenas e mpresas, coordenando s ubstan- as pro fissões intelectuais. A es ta di versa possível dad as as leis prolissio nais), de um a
mente a um sujeito determinado (como uma cialmente , e ntão, a noção de empresa com valo ração social corrcspondem princípios sociedade (c cu acrescentaria, de pessoas,
ati vidade que se res uma em prod utos re- o realce do fe nô me no do crédito. que é pró- j~rícli cos diferentes daqueles gerais das a ti- porque um a sociedade de capi ta is, dada a
servados de forma exclusiva para um só prio da pura (grande c média) empresa co- VIdades empresariais c que se rcll c tc m na indiferença das pessoas dos sócios para a
adquirente}, o u a um mercado predetermi- mercial]. particular disciplina das várias profissões caracterização da sociedade, não poderia
nado. como ocorre com uma cooperati va (particularmente elaborada para aquelas tra- qualificar-se "entre profissionais") que
A noção geral de e mpresa. que vimos
de consumo (ex pressame nte de finida como dicio nais), em cujo âmbito é com freqüên- exerça uma ati vidade profissional; a hipó-
traçando, c que (como já resulta das refe-
empresa no Código) que se dedique exclu- cia reg ulado (ao inverso do quanto ocorre tese, todavia, é rara e ntre nós, embora fre-
rências hi stóricas com as quais iniciamos a
sivamente à aquisição de gêneros para os para as ati vidades econômicas e m geral) o qüente e m o utros países, com re lação a
obra) encontra a s ua jus ti fi cação no terre-
cooperados. acesso ao exercício, s ubmetendo-o a condi- quantos exercem as profissões tradi c io nais,
no da concorrê nc ia c naque le da disciplina
A atividade do e mpresári o é, além dis- publicística da economia, é j á vastíssima; ções rig~ros~s; em rel ação às quais vigcm mas não rara nas pro fissões ma is recen tes;
so, sempre diri gida ao mercado, ainda quan- normas, msp1radas na premissa de decoro freqüente (o que por vezes tem sido esque-
um seu ulterio r alargamento não faria se-
do - dada a pluralidade dos estabelec imen- da profissão, que impedem sistemas de con- c ido) no campo art ístico (c pense-se nos
não to rná- la tão ge nérica de maneira a pre-
tos que , veremos, podem pertencer a um corrência os quais, em oposição aos crité- co njuntos o rquestrai s ou teatrais, que ob-
judicar-lhe a utilidade normati va. A noção
mesmo empresário - , os produtos de um rios das pro fissões inte lectuais, se dizem jus- viamente devem ser e ncarados como dis-
de empresa terminari a, en tão. por não mais
estabelecimento sejam exclusivamente des- tamente comerc iais; em cuj o âmbito resulta tintos do empresário de espetác ul os públi-
ter relação com uma estrutura da socieda-
tinados para o utro estabelecime nto domes- imposs íve l não já um a organi zação, üs ve- cos que eventua lmente os contrate), o nde
de fundada na di visão do trabalho, e nquan-
mo empresário que. em seguida, os colo- zes ta mbém releva nte (porque a evolução da não é ra ro reconhecer socied ades simples
to é exatam ente esta estrutura, c a relevân-
que no me rcado. ou os transforme (ou uti- ati vidade profissiona l é exatamente no sen- para o exercício e m co mum da a ti v idade
c ia assumida pela espec iali zação nas di ver-
lize) para colocar no mercado os produtos
sas a ti vidades c pe la profissio nalid adc no
tido de uma mai or organização. como de uma art ísti t.:a Ic e nquanto a atividade pc nn anc-
assim obtidos. Ainda nesta hipótese. a ati- maior espec iali zação). mas aquela produção ça art ís ti ca e não se torne aqu e la de orga-
seu exercício, que dá luga r aos pro blemas
vidade do empresário é do mesmo modo
com os quais se liga a noção de empresa.
em massa que. pelo contrário. recordamos nização de espe tác ul os públicos, tratar-~e-
de mane ira definitiva dirigida ao mercado como conexa com os problemas suscitados <Í de atividade não empresarial, ao passo
c não ao consumo pessoa l. Po r isso, esta -1. Objeto da atividade devem ser coi- pela ati vidade empresarial. que, quand o a ati vidade estabe lecida fo r a
hipótese não pode ser in vocada para esten- sas (v. art. 8 10). ou serviços. de espetáculos públicos, scní uma a ti v i-
Artistas c in ventores, por sua vez, na
der a noção de em presário também a quem À ge neralidade , que é logica mente medida e m que coloquem de form a a utô- dade e mpresarial co mercial , deve nd o a
produza para o pró prio consumo pessoal. própria desta determinação. o art. 2.238" 1 no ma os próprios serviços rpois é obvia- sociedade, então (a rt. 2.249). ser const i-
Pode ocorre r (c e ncontra rem os um coloca um limite em re lação às prestações me nte não econôm ica a ati vidade artísti ca tuída seg und o um dos tipos das socie da-
proble ma aná logo tratando do inte nto lu- cu mpridas no cxcn.:íc io das profi ssões in- ou inven ti va corno ta l c, ao contrário, em des comerciais !.
crativo do empresário) que. na visão geral te lectuai s (po rque també m e las entram de verdade empresarial aq ue la. seja e mbo ra Naturalmente, a solução é opos ta para
que presidiu o Cód igo, a atividade de pro- maneira abstra ta no conceito de um a a ti vi- do próprio inventor. vo ltada ao desfrute da uma sociedade que. no exercício da s ua ati-
dução para o consumo do mesmo produto r invc nção7 ], poderão ser considerados na vidade , utili ze, além disso, do trabalho de
pudesse entrar na noção de e mpresa (c al - VI. An . 2.238 do CC I: "Se o exerc ÍCIO da l>ro- profissionais dos quai s o fereça coisas c ser-
g un s problemas que se coloca m para o fi s!>ào cons11111i clcmcn10 de uma a1iv1dad.: org;uu- V 11 Na Itália. como no Brasil. para o exercício viços, co mo , po r exemplo, através de ca-
cult ivador direto são independentes da alic- tada em forma de empresa. apli cam -~.: 1ambé m :1!, de algu mas profi ssõc~ (advogados. médicos ele.) é
d1spos1çõc> do Título 11 (ans. 2.0X2 c >S.).
sas de saúde o u casas de c ura,~ ass im como
nabilidadc na destinação do produto): mas. nccc~s:inn Inscrever-se na rcspccliva corporaçiio. Tal
" Em qualquer ta~o. se o qu.: exerce uma pro- ocorre rá a hipótese do empresário (art.
como quer que seja. dita tese não se tradu- Inscrição é fcil:t numa "lisaa" o u " rol" ("albo" o u
fi ssão unclcclual emprega s uhstnulos ou atl\ilaarc~ . "elenco").
~: iu no rmativamc ntc no art. 2.082. nem de aphcam-sc as dis posições da ~ Seções 11. 111 .: IV do 7 Ca•s .. 2 1 de dctcmhrn de 1956. n. -l.-196. &. Cf. lambém u ca'o examinado na Ap. Mi-
resto o a largamento da noção geral de em- Capilulo I do Título 11 (arls. 2.09-l c ss.)." Dinllfl fali . 1957. 11 . 70.
lào. l 3 dc janc irotlc 1953. Fflmtr.l. 1.696.
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2.238v 111 c ~) quando a atividade profissio- aquela diversa disciplina no acesso ao mer- aque le da "conexão" , tradi cionalmente ela- quais pode-se dizer a uxili ar uma atividade
nal (mesmo que prevalente) cons titua ele- cado e na produção c oferta de serv iços que borado a respeito dos atos de comé rcio. qua lquer de intermed iação.
mento (como, de novo, na hipó tese das recordamos acima. pelo qual se definem como come rc ia is tam-
Será, ass im, empresário- c empre-
casas de cura) de uma atividade (emprc- Porque, na realidade, a falta de orga- bém os atos conexos com um ato de co-
sário comercial - , quem. profissionalmen-
sarial 111). ni zação impediria seja como for (dado o mércio (e com referência quer aos atos ju-
te c com organi zação, age como comissá-
A classificação legal dos que exercem art. 2.082) a possibilidade de qualifi car ridicamente acessóri os, quer aos atos eco- ri o, corretor, expedidor, ou representante
profissões intelectuais entre os trabalhado- quem exerce a atividade como empresário, no micamente conexos).
co merc ial fcf. arts. 1.754, 1.73 1, 1.737 c
res autônomos induz, freqüentemente , a e é por isso que me p arece dever-se fazer O C ódigo de Comércio ab-rogado, to- 1.742 do Cód. Civ., c observada (art. 1.760)
reconhecer (assim, como veremos , ocorre referênci a à natureza da ati vidade para os davia , referia-se aos atos; o art. 2. 195, ao a di sciplina do correto r pro fiss io nal, inde-
de maneira geral com os trabalhado res au- fins de qualificação da atividade profissio- invés, às empresas. Ora, a ri gor, a a uxili a- pendentemente da geral disc iplina objet iva
tônomos) na falta de organi zação a razão nal intelectual. riedade de uma e mpresa com respeito a o u- da (a inda que ocasio nal) corre tagem ], em
da s ua exclusão do âmbito dos empresários. Pode existir, em a lgum caso. dúvida tra e mpresa comercial po de ver i ficar-se negócios de troca, c rédit o c seguro (c não
Isto, todavi a, me parece em contraste com concreta (c pense-se no farmacêuti co que apenas nos colaboradores do empresário dependendo da inscrição nas li s tas deter-
o art. 2.238,IX primeiro parágrafo, que faz vende "especialidade" c prepara " receitas" , que sejam, por s ua vez, empresários e, as- min ada pe la Lei de 2 1 de março de 1958
re ferência à aplicação das normas em tema sendo por isso o exercício das farm ácias s im, o art. 2 .195, n. 5, se ente ndido no seu - de assaz duvidosa oportunidade - cuja
de empresa só quando o exercíc io da pro- s ujeito a uma particular c complexa leg is- rigor litera l, tem1in ari a por compreender só falta d á lugar à sa nção do art. 665 d o Cód .
lissão constitua "elemento de uma ativida- lação especial) se se trate da prestação de os agentes de comércio. Na verdade , os pró- Pcn., mas não impede a aqu is ição d a quali-
de o rganizada em forma de empresa"; tra- serviços profissionais. ou de uma ativida- prios correto res, enquan to desenvolvam ficação de corretor) .
ta-se, portanto, de uma hipótese distinta de de produção c troca; enquanto esta s ub- uma ati vid ade no interesse dos não empre- De outra parte, como veremos, a am-
daquela da contratação de pessoal (para tais s ista (com os requi s itos da o rgani zação e sári os (como os correto res de imóvel) o u pla dicção do art. 2.195, n. I , permite in-
fins , ao invés, mencionando não somente da pro fi ss io nalidadc) ocorre a aplicabili- de empresários agríco las (co rno os corre- cluir diretamente neste número a lgum as
auxiliares, mas também s ubstitutos) e, as- dade do art. 2.082 (c, natura lmente, m es- tores na venda de produtos agrícolas) não hipó teses que, no Código de Comércio ab-
sim. da existência objetiva de uma organi- mo se a atividade de serviço profissional poderiam di zer-se au xi lia res de um empre- rogado (então, como é natural , sob o perfil
zação, que pode até ser relevante (e que, for prcvalcnte) c é esta a s ituação do far- sário comerc ial. do ato), não podiam ser s ubmetidas ao di-
como recordamos, tende a aumentar na macêutico. tt
Se, portanto, se quer dar um alcance reito comercial s e não sob o perfil da co-
atual evolução da profissão, aumentando 5 . O art. 2. 195x determina que são nexão.
efetivo ao art. 2. 195, n. 5, é preciso referir
ainda a impo rtâ ncia c a freqüên cia de es- empresários comerc iai s o utross im os em-
tudos nos quais cooperam numerosos pro- a aux iliaricdade d a empresa, c uj o exercí- A troca em relação à qual intervém o
presários (por isso correspondentes aos re-
fi ss ionais, em uma organização única na cio profiss ional faz adquirir a qualidade de inte rmediário não é , por isso, necessaria-
quis itos do art. 2.082) que desenvo lvam ati-
qual as várias atividades pessoais encon- empresário comerc ia l, não já à s ua concre- me nte aquela do art. 2.082, podendo tra-
vidades auxiliares daquelas mencionadas no
tram a sua coordenação) e impo rtar, sem- ta relação co m respeito a outra atividade tar-se també m de um a troca ocas io na l, o u
artigo, atividades auxiliares que, portanto.
pre, uma certa "despersonalização", perante empresaria l com erci a l, mas. com o aguda- de urna aq uis ição não des tin ada à revenda,
ta mbé m são de e mpresa. O c ritéri o reto ma
a qual podem, na verdade. também propor- mente o bservado. às características d a pró- o u de um a venda que não tenha s ido prece-
se problemas não di stantes daquel es que se pria atividade exerc id a ; es ta é cons iderada dida de uma aquis ição des tinada à reven-
11 . Cass .. 16 de o utubro de 1953. n. 3.403. co mo auxiliar c, assim . com o e mpresa co-
propõem com re lação aos empresári os, de da. E. na verdade, a profiss ionalidadc c a
Giu.1·t. Cinle. t953. 3.263 ; Trib. Torino. 16 de abril
modo especial naque les setores nos quais de 1953. Foro Pad .. 1953. 1.349 ; contra. Prct. Mi- me rcial, enq uanto diga respeito a um a fun - destinação à troca do art. 2.082 são rele-
não se enco ntra a sanção das normas de éti- lão. 20 de novembro de 195 1. R11•. di r. comm .. 1952. ção auxiliar em re lação a a tos que, por s ua van tes com referê nc ia à qu a lificação do
ca profi ssio nal. Não é. pois. uma pretensa 11 . 220. com nota contrárra de Romano Pavonr. vez, poderiam , dado o seu tipo. coordenar- s uje ito que cumpre o a to de troca; não po-
X. Art . 2 . 195 do CC I: "São s ujc rtos à ohriga- se com uma ati vidade de e mpresa Ic dize-
constante falta de organi zação que leva a dem ser relevantes com refe rê nc ia a quem
ção da inscrição no regis tro das empresas (arts 2 .188
excluir os que exercem profissões intelec- c ss.) os e rnpn.:sários que exercem: I) urna ati vrdade mos "em presa'' c não ·'empresa comercial" c umpre uma atividade auxil iar. que, de o u-
tuai s do â mbito dos empresários, mas um a ind ustrial drrig ida à produção de bens o u de servi- porque, considerados no seu tipo jurídico. tro modo, acabari a por ser diversamente
valoração social que a seguir se liga com ços (art. 2 . 135); 2) urna atrvidade inte rmediária na os vários atos po dem muito bem ser coor- qualificada em função do conhec imento o u
ci rculação dos bens: :n urna ati vidade de trans porte
de náveis o u, ao contrário, não coordenáve is não das caracte rísti cas que o a to de troca,
por te rra. por água o u por ar (arts. 1.678 e >~ .). -1)
urna ati vidade bancária (arts. 1.83-1 c ss.) ou de M.:- (c bas ta pensar nos atos de direito familiar no qual intervé m , apresent a e m re lação ao
V III. Sic. no original. "art 2.338"
9. Rcccntc rm:nte. Trib. Avellino. 13 de agosto guros (arts. 1.882 c s~ . ): 5) outras atr vidadcs auxilia- o u sucessório) com o exercíc io de uma em - exerc íc io de uma atividade.
de 1953. Fom it .. 1954. I. 689; Ap. Nápoles. 26 de res das precedent e~ (an s. 1.754 c s~. ). As drsposr- presa, mas não com aquele de uma empre-
çõc~ da le i que fale m re fe rê nc ra ir~ ati vidade~ c i~>
A a uxi li aricdade não deve, po r essa
J Unho de 1954. Fom Pad .. 1955. I. 198 . sa comerc ial ou não comerc ial]: ta is. exa-
10. Cass .. 18 de o utuhro de 195-1. n. 3.838. e mpresas comerciars se aplicam. se não previsto di- razão, referir-s e necessari amente a uma ul-
ve rs amente. a todas as atr vidadcs indicada!> no.:\ te tamente, os atos de troca de mercadorias, terior empresa. podend o desenvolver-se (de
,..om Pad.. 1955. I. 864.
IX. Su:. no orrginal. "art. 2.338'' artrgo c às empresas que as exercem" crédito, seg uro. transporte, com relação aos fo rma pro fi ss ional e de m odo organ izado)
210 REVISTA DE DI REI TO MERCANTIL-132
TEXTOS CLÁSSICOS
211

com relação a outros atos de troca, a inda !idade do corretor pe lo adimplemento do empresa da cooperati va remo ntar à qual i fi-
que estes não integrem, para o s ujei to que contrato, em uma e ntidade dos movimen- outros a tos (de troca) c não também ao de-
cação da at ividade d os cooperados. Sob
os c umpre, os ex tremos de uma ati vidade tos burs ísticos, to rna, precisamente para o sen volvi m ento da atividade de outrem. daí
es te aspecto, o art. 2.200 (menc ionando
empresarial. É por isso que podemos con- corretor de câmbio, assaz rel evante aquele coopera ti vas .civis e comerc iais) integra o decorre que a qual i fi cação (como comer-
s iderar e mpresári os comerciais também os problema do c rédit o (de o nde d ecorre a 2 ..195, n. 5, c tndt rc tamcntc conforta a pre- c ia l) d~ atividade auxiliar não pode provir
correto res de negócios imo biliários o u bur- s ujeição do corretor de câmbi o à pres tação tntssa da qual partimos acerca do caráter da qualt ficação da atividade auxiliada, mas
s ís ti cos, e mbo ra os atos de troca nos quais de cauções especiais), com o qual se coor- geralmente comerc ial da empresa aux iliar do critério geral que (salvo o quanto tere-
es tes inte rvêm sejam freqüe ntemente con- dena a disc iplina espec ial d o e mpresá rio {porque, na realidade, de outro modo seria mos ocasião de observar para o objeto "in-
cluídos por sujeitos que procedem de ma- comercial. adernais. impossível indi vid uar e mpresas dustrial'' do 2. J 95 n. I) q ual i fica como co-
ne ira ocas io na l e que não os fazem objeto O art. 2. 195, n. 5, cons idera as e mpre- cooperativas comerciai s). mercial toda ati vidade empresarial não aorí-
de uma própria empresa. co la (c é por isso que o Código mcncio;a a
sas auxil iares como e mpresas comerciais: Será, no me u ente nde r. empresári o
É, por isso, empresário (c antes, em- a inex iste nte cons ideração de e mpresas au- ati vidade auxiliar apenas em relação às em-
comerc ial (enqu anto a doutrina domi nante
presário come rcial) o corre tor de câmbi o presas com ercia is).
xi liares c ivis e ncontra a s ua jus tificação em o co ns idera e mpresári o c ivil. embora não
[considerado, por alguns, como corretor que ter se referido a aux iliariedadc do art. 2. 195. agrícola) também o intermediário na colo- 6. A ati vidade do art. 2.082 deve ter
s il encia o nome d o contraente (c f. art. 1.762) n. 5 , a qualquer a to coorde náve l com uma cação de serviços pessoais de trabalho s u- uma fina lidade lícita, pois, de o utro modo,
c por outros, ao in vés - no meu entender ati vidade de empresa, ato e m relação ao bordinad o (onde, a lé m disso, inte rvé m, tratar-se-á de uma atividade imputável, mas
de modo mais exato - como comissári o], c qu ~ l não é ma is ado távc l a qualifi cação de dado o relevo social na colocação do tra- não ma is de um a atividade empresarial. En-
esta qualificação não contras ta com a sua c ivil ou comercial, o que import a a im pos- balho, o Código - art. 2.098 c v., ainda tre as duas teses extremas'<• propostas (aque-
qualificação de o fi cial público, porque esta s ibi li dade de dis ting uir empresas aux ilia- art. 2. 127 - c a legis lação especial - L: la que nega c aquela que afirma a possibi li-
seg unda se acrescenta à primeira. dado o res civis o u comerciais; a qualificação das de 29 de abril de 1949. n. 264- de manei- dade de qualifi car como empresarial a ati-
exercíc io de particul ares funções que, toda- e mpresas aux iliares com o comerciais cst<í. ra que a hipó tese poderá licitamen te rcali - vidade decorrente de atos ilíc it os) pode-se
via, não excluem, mas an tes pressupõem, o po is, em harmonia com a geral qualifica- z~r-sc. só. n ~s seto res que escapa m à cspc- talvez ad mi tir uma tese intermediária dis-
profiss ional exercíc io da mediação em bol- ção como comerc iais das empresas que não c tal dt sc tpltna da colocação da mão-de- ting uindo a finalidade da atividade c a' lici-
sa, o u seja, na troca (para uma coexistência en tram no art. 2. 135.x1E is porque conside- o bra; isto po rque, como vimos, os requisi- tude do ato ind ividual, ou ainda o exercí-
da qualidade de oficial público com aquela ramos com o empresários comerc iais auxi- tos do art. 2.082 de vem ser referidos à a ti- cio da atividade. Não é empresário o con-
de preposto, o que coloca, embora em outro liares também os corretores de negóc ios vidade auxi liar c não ao ato de troca em traba ndis ta, mas é empresário quem com-
campo. um problema análogo. pense-se no agríco las. re lação ao qual esta se desenvolve (c dize- pre c revenda mercadoria ainda que con-
comandante de nav io e acronavc). 12
Mas o crité ri o não poderia aplicar-se mos "troca" sem acrescentar "ou de produ- tingc ncia~a16'' ou a preço diverso daquele
A tese di versa, recenteme nte cxpos- a uma cooperati va agríco la para a vend a ção' ' porque parece impossíve l imaoi nar cstabe lcctdo; as sanções ditadas quer para
ta,13 reportando-se à ausênc ia, no caso. de
dos prod utos dos agricu ltores assoc iados. uma ati vidade de intermedi ação rcla~iva­ os atos. quer para a a tividade, não excluem
c umprimento de o perações em nome pró- porque nas mútuas de ve nda devemos re- ment~ a. um me ro ato de produção). Em que esta seja empresarial, c que quem a
pri o (ausê nc ia que se e ncontraria e m todos substancta. pode-se dizer. são cons iderados
m ontar. com o veremos também sob o ut ros c umpre seja s ubmetido às respec ti vas con-
os au xi liares. a todos os quais, então, se com o serviços. no sentid o do a rt. 2.082.
as pectos, de modo direto à a ti vid ade dos scqüên~ias (p. ex .. no caso do cmprcsúrio
deveria negar a qualifi cação de e mpresá-
cooperados para fins da própria qualifica- també~1 aq ueles prestados para ag ili zar o comc rc tal, à falência) c a inda que os atos
ri os) esquece, prec isame nte, o n. 5. do art. ção da mútua. 1$ É, assi m, nes te campo. que c umpnm cnto de atos de troca. de ma ne ira através dos quais se desenvolveu a ativida-
2. 195, e a explícita sanção, no mesmo dis- que a respec ti va ati vidade, quando apresen-
podem os e ncontrar e mpresários auxiliares de (c que. a lém disso. poderão ora dar lu-
positivo. da comerc ialidade (c assi m. pre- te as características do art. 2.082. será con-
c ivis, dada. de um lado. como veremos. a gar a c réd itos de restituição, ora nem mcs-
viame nte, da quali ficação de e mpresári o) s iderada e mpresaria l c antes, dado o q uan-
do auxi li ar. 1 ~ Porque a normal rcsponsabi-
auxiliaricdadc da e mpresa cooperativa c, de n~o a ist~) sejam nul os: 17 de fato. a prescin-
o utro, a s ua qua lificação como civil, deven- to Ob!)crvado. e mpresari al comercial.
d ir de ta ts ato!>. a atividade pode ha ver ge-
d o-se para a quali ficação da at ividade de O rcsu!tad? ass im alcançado, como já rado débitos. para cuja disciplina se to;na
12. Cf. uma menção em Trib. Nápoles. 19 de notado. va t alem daquele resu ltante da
j ulho de 195 1. Ri1·. dir. comm .. 1952. 11. 40R. c a li. re leva nte a qualificação de empresário (co-
na nota de Asquim. c sob o Código ab-rogado. Trib X I. An. 2. 135 do CCI: "É o.:mpro.:s:ín o agrkob exegese do art. 2. 195. n. 5 (q ue, como re- mercial) d o s ujeito.
Roma. li de julho de 1931. Fnm it.. 1931. I. 1.1 05. q uem exerce uma att vtdadc dingida ao cultivo da cord a.m os no início deste parágrafo. se re-
com nota minha. V. al.!m disso. an . 4" L. Fal. terra. à silv1c tlltura. à criação de gado c a atividade;. fere literalmen te à auxiliaricdad c no exer-
13. Cass .. 19 de mmo de 1954. n. 1.599. Grusr. conexas. R.:putam-sc conexas as atividades dirigid:L\ cício de uma atividade comercial). Dado . _ 16. Trib Milão. 13 de Jancrro de 1949 c Ap.
Ctl'tle. 1955. I. 84. com nota minha contrária e nota à transformação ou à a lienação dos produtos agríco- M1lao. R do.: março de 1949, 1:om tt .. 1950. 1. 917.
las. quando entram no cxcrcíc1o normal da agncul-
que. pelas razões antes expostas. a ativida- corn nota de Fon111ggm i.
também cont rária de Weilcr. in Bmrm. /Jnr.m e 1itnlr
di Crediw. 1955. 11. 25. tura (an. 2.557. 5" parágrafo)". de auxiliar é empresaria l quando ocorram 16a. Conrrariamo.:ntc. Trib. Milão. w. na nota
14. V. também Trib. N:ípoks. 16 de março de 15. Cass .. li de outubro de 1954. n. 3.586. as c~~ac.tcrís ticas do art. 2.082, a inda que a precedente.
1954. Drr. fali .. 1954. 11. -163 Fnm rr. Mass .. 1954. 7 18. auxt lt an cdadc se refira ao cumprimento de 17. Cass .. 31 de Julho do.: 1954. n. 2.8 16. D i r
fali .. 195-1. 11. )98
212 REVISTA DE DIREITO MERCANTIL- 132 TEXTOS CLÁSSICOS 213

7. A atividade deve ser organi zada e por outro lado, eles não poderão de forma Para esta segunda tese milita uma ex i- en tre nós, de pequenos empresários ... o
veremos por isso como, em linha geral, ao unitária considerar-se corno grupo (como, gência de simplicidade; para a primeira, que que. se de um lado justifica a inclusão dos
empresário corrcsponda um estabelecimen- ao contrário, advém para as sociedades, que prefiro, além do relevo exegético do art. peq ue nos empresários na categoria dos
to (art. 2.555x 11 ) - ou melhor, veremos, ao por sua vez se reportam a um co ntrato plu- 2.080, c do próprio art. 2.083, a considera- empresários. de outro demonstra o realce
menos um estabelecimento. quando se ad- rilatcral, enquanto a parceria agrícola re- ção de que. através de uma excessiva am- que assume a inaplicabilidadc, ao pequeno
mita que a um só empresário possam cor- pousa sempre sobre um contrato necessa- plitude, a figura do empresário arriscaria empresário comercial, do estatuto objetivo
responder diversos estabelecimentos- que riamente de duas c somente de duas partes) perder ... os seus traços característicos. do empresário comercial ou, ao menos (c
é exatamente o complexo de bens organi- ao qual im putar (não imputando-a por isso Entre es tes, há exa tamen te, me pare- examinaremos em seu lugar a questão), das
zado para o exercício da empresa. aos indi víduos) a qualidade de empresário. ce, o de um a, ai nd a que singela, considera- mais importantes normas deste.
Mas a organização pode existir ainda Dúvidas têm surgido com relação à ção objetiva do se rviço prestado (e por isso Na menção à organização destacamos
independentemen te de um complexo de distinção entre empresários c trabalhado- aproximável ao ''bem produzido"). inde- como esta possa resultar não somente da
bens c, portanto, de um estabelecimento; res autônomos, superáveis todavia com o pendentemente das qualificações pessoais colaboração do trabalho de outrem, mas tam-
pode ser. na verd ade, de bens c do traba lho critéri o supramcncionado da existência ou do sujeito que o cumpre em caráter pessoal, bém do simples emprego de meios materiais.
de outrem, mas também só daqueles ou não de uma organi zação. dad a precisamente a existência da organi- Indubitavelmente, assim fazendo, alu-
deste: pode resultar da própria destinação A dú vida nasceu do fato de o Código zação, c é esta objeti va consideração que de-se, mais que à rigorosa existência de uma
de meios financeiros ao exercício da ativi- distinguir, como veremos, entre os crnpre- permitirá distinguir o empresário, mesmo verdadeira e própria organização, apesar de
dade. s<írios, os pequenos empresári os, caracte- pequeno, c ainda que produtor de serviços modesta. à re levância de fatores estranhos
rizados pela prevalência do trabalho pró- (porq ue a contraposição é, ao invés, ime- ao trabalho pessoal do sujeito (relevância
É justamen te ao requi sito da organ i- diata com relação ao peq ueno em presário
zação que é preciso referir-se para o fim de prio c de pessoas da família sobre o traba- que, além disso, quando prcvalcntc sobre o
lho de out rem e sobre os meios emprega- produtor de coisas), do trabalhador autô- dito trabalho. excluirá a "pequenez .. do em-
distinguir a ati vidade econômica do empre- nomo.
sário daquela do traba lhador autônomo. dos, de maneira que se pode indagar se en- presário); isto se co ncilia com o art. 2.083
tão a o rganização req uerida pelo art. 2.082 O problema tem, todavia, antes um c com a diversa valoração social de "em-
Incontroversa. naturalmente, é a dis- não possa tam bém ser aq uela microscópi- alca nce sistemático (embora não sendo des- presários" c ·'trabalhadores", c explica por-
tinção entre empresário c trabalhador su- ca do trabalhador autô nomo. provido de conseqüências normati vas; pen- que a dúvida sobre os limites inferiores da
bordi nado (mesmo se numa relação a bre- se-se, por exemplo, na disciplina dos sinais categoria do empresário tenha sido levan-
Todos os que distinguem o empresá-
víssimo termo), que, corno tal, embora exer- distin tivos) do que prático. Na verdade, tada com referência à atividade de presta-
ri o do trabalhador autônomo fazem alusão
cendo de modo óbvio uma at ividade, não é exatamente ao requisito da o rgan ização. no d iante da disc iplina dos pequenos empre- ção de servi ços (c. por isso, em relação ao
de qualquer modo juridicamente produtor art. 2.082, para daí dedu zir que, portan to, sários, em relação (como veremos) ao es- trabalhador autônomo) c não à atividade de
de bens c serviços destinados à troca. tatuto subjeti vo do empresário comercial. interposição na troca [porque é com certe-
a todo empresário corrcspondc um a orga-
Alguma dú vida pode surgir na hipóte- nização, devendo. por essa razão (com uma a d iferença entre pequeno empresário c tra- za (pequeno) empresário o vendedor ambu-
se de parceria agrícola, onde pode-se inda- valoração que deve dizer respeito às cir- balhador autônomo não é de grande rele- lante. o qual, conquanto pequeno, operará
gar se deva se r considerado empresário cunstânc ias do caso co ncreto c deve ser vo, enquant o que a recente adequação dos sempre por meio das mercadorias, objeto
(agrícola) apenas o propri etário ou se, ao mais funcio nal do que quant itativa), a coo- limites quantitativos do art. I!! L. Fai. dim i- de seu comércio. concorrendo ass im, na sua
invés. deva ser considerado (pequeno) em- peração dos colaboradores ou o recurso a nuiu. de outra parte, como no seu lugar te- atividade, a relevância de fatores , pelo me-
presário (agrícola) - antes que prestador bens concorrer com o trabalho pessoal (de remos ocasião de notar. o alcance prütico nos r.nanceiros que. embora modestos. são
de serviço, c prescindind o naturalmente, modo que a organi zação poderá referir-se das dúvidas que surgiam com respeito à todavia estran hos à sua ativ idade pessoal c
além disso, do diverso va lor da distinção a pessoas ou a meios materiais), embora não possibilidade de sujeição dos pequenos em- assu mem relevo diverso do que apresentam
na legislação especial, em cuj as normas fre- adquirindo este recurso aquela prevalência presários à falência l que. em seg uida à des- (v. ainda art. 5 14. n. 4. CPC) os modestos
qüentemente os pequenos empresários são que determina a presença de um médio ou valori zação, podia terminar por abranger. instrumento~ pessoais de trabalho do tra-
aproximados a trabal hadores -também o grande empresári o, ao invés de um peque- dada a redação originária do art. Iº L. Fal.. balhador autô nomo].
arrendatário: IX pode-se. na realidade, ad- no empresári o. Para tanto, se observa que c seg und o algumas dentre as teses propos- Emprego de meios materiais há ain-
mitir a ocorrência de uma atividade em pre- o próprio art. 2.083 faz referência à "pre- tas acerca da conciliação entre o art. Iº L. da, qua ndo se assumem responsabilidades
sari al quer em um quer no outro. enquan to. va lência"' do trabalho próprio c de pessoas Fal. c o art. 2.083 do CC. também sujeitos financeiras ; é empresário também quem
da fam ília, assim adm itindo, porém, o con- que não teriam podido ser considerados compra produtos, rccolocando-os no mer-
XII. Art . 2.555 do CCI: ""O cslabclccimenlo é curso do trabalho de outrem c a relevância como empresários (ainda que pequenos) a cado, podendo proceder ao pagamento den-
o complexo de bens organ1Latlo pelo emprcs(lrio (arl. dos meios empregados. teor do Código Civil]. tro de um prazo que lhe permite a prévia
2.082) para o exercício da empresa (arts. 177. ti. 178 Outros objetam que. colocada a figu- Se recordarmos os dados numéricos cobrança do preço da venda.
c 36:\)'".
18. Cass.. 30 de março de 1951. n 708. Fom ra do pequeno empresári o, entra nesta tam- indicados sub n. 2, da V lição. não tardare- É empresário também, no meu enten-
11. Ma.u .. 1951. 170. bém aq uela do trabalhador autônomo. mos a apreender o elevadíssimo número. der (se bem que a solução seja contestada,
21-1 REV ISTA DE DIREITO MERCANTIL-132 TEXTOS CLÁSS ICOS 215

porq ue se trata obviamente de um caso li- Às vezes, com relação a quem com- pela possibi lidade de cncon1rar uma con- minada po r categori as pré-capitalíslicas, de
mite), o cspcculador - sempre que profis- pra ou vende a descoberto para depois ven- trapartida, possi bi I idade i nccnti vada j usta- perceber uma compra para revender. não
sional - de bolsa, sobre mercadori as (ou der ou comprar em um momento sucessi- mente pela presença dos cspcculadorcs); conexa, todavia, àque la função de rcdislri-
ainda sobre títulos) que, com o inevitável vo, previsto como mais favorável, os títu- ofe rece. naturalmente, aq ueles perigos que buição do prod uto q ue é própria do comér-
emprego de significativos capitais ou ao los (ou as mercadorias) j á precedentemen- (não obstante a função que esta assume na cio tradic ional , c. assim, a .. descoberto". c
menos elevadas assunções de responsabi- te comprados ou revendidos. aproveitando- assun ção do risco) são próprios da espec u- ainda mais de uma venda a '"dcscobcn o··.
lidade, compra e revende mercadorias (ou se do fato de que os co ntratos de bolsa são lação. c aos quais se pretende prevenir por de onde a tendência a reconhecerem-se ope-
títulos, para tanto considerados exatamen- a termo, fala-se de cspec ulador sobre "di- meio de pcc ul iares med idas sobre contra- rações simuladas escondendo apos las. até
te como mercadorias, adquiridos com o in- fe renças·· (c é enfim esta a premissa da tese tos de bolsa qu e visa m a limitar a margem quando a lei (para tanto mai s sensível do
tento de revendê-l os, enquanto o poupador antes recordada, que nega a qual i fi cação de "'descoberta'· c a disciplinar o créd ito de que a doutrina) veio 1alhar ccrcc. com uma
se limita a uma ativid ade de investimen to c empresário ao cspccul ador de bolsa). bolsa. como recordaremos na Iição XVI. geral declaração de lici tude das o perações
dcsinvcstimcnto, sem porém desenvolver Na verd ade, um a aquisição ou um a Por isso se imaginou a existência de de bolsa (na França, em 1885; entre nós.
uma a1ividadc profissional, através de aqui- venda pode ser liquidada pela "diferença". con tratos diferenciais, isto é. concl uídosab em 1913). um a dúvida que, na realidade,
sições que visam a uma sucessiva reven- inirio com o acordo bilateral de serem li-
provinha não jü de um fenômeno ocorrente
isto é, substituindo à retirada c à entrega
de modo cfc1ivo. mas da dificuldade da dou-
da), assumindo enfim, eco no micamente. dos títulos o pagamento d o saldo passivo quidados com o pagamento da diferença
trina de perceber o mecani smo das ope ra-
como todo ·'cspcculador". uma função na (ou at ivo) entre a sua cotação do momen to cn1rc as cotações dos tÍiu los (objeto do con-
ções a dcscobcno. No meu entender. os di-
dist ribuição do ri sco.'~ A organi zação. a da aquis ição (ou da venda) e aquela do vcn- traio) no momento da conclusão c no mo-
tos cotllratos (salvo, tal vez. hipóteses ex-
re levância de fatores estranhos à ati vidade cirncnto da operação. Esta possibilidade é. mento do venc imento do con traio. ao invés
cepcionais) não existem; o que ex iste é a
pessoal c familiar, será dada precisamente na realidade, própria de todo mercado no da entrega dos títul os c do pagamento do
liqu idação por diferença no momcnlo do
pelo emprego de meios fi nanceiros, aber- qual a faculdade de adquirir c vender a mer- preço. A lese rcmonla à doutrina francesa vencimento de um co ntraio de compra c
tura de crédito, relações com financiadorcs cadori a torna economicamente fungívei s a do século XIX, no esforço de interpretar o vend a de títulos (concl uído a term o) mas o
c outros cspcculadorcs, e assim por diante. execução do contrato c a liquidação das Cód igo Penal Francês. que havia ming ido consentimento das panes a rcspci1o é ma-
d iferenças. o jogo de bolsa, atenu ando assim os provi- nifestado (q ualquer que tenha sido de in í-
19. Cf. Trib. N:lpol.:s. 19 de julho de 1951. Por sua vez, esta possibilidade pode mentos que, no sécul o XVIII. depois da cio o propósito individua l de cada parte)
1952. 11.408. com nota de Asquim :
R11·. di r. CtJ/11111 .• impelir os cspcculadores a vender bens em crise de Law, tinham s ido di lados ( 1724) no momento do venc imento c não no mo-
em sent ido contrário. Trib. Milão. 19 de setembro quantidade superior àquela de que d ispõem contra todas as operações a termo, provi- mento da conclusão d o contrato; porque.
de 1955. Gwr. it .. 1956. I. 2. 27. com nota favodvcl mentos rclomados em 1785 contra as ven-
de Bigiavi c Ba11ca Bor.m Tiwli di Crediw. 1955. 11. (venda assi m chamada "a descoberto") (c na realidade, se procede, no momento do
536. com nota favorável de Satta. A mbo~ autores pode, então, até acontecer que a massa dos das a termo c depois ai nda conlra todas as vencimento, a um con trato inverso àquele
fa1.cm referência à ausência. no cspcculador de bol- bens vendidos termine por superar realmen- operações a termo durante a Revolução inicialmente concluído, compensando, pois.
sa. de uma atividade de intermediação. esquecendo te a massa daqueles ex istentes) ou a com- Francesa; ela encontra sua explicação na os recíprocos débitos c crédit os, c chegan-
que o espcculador. por isso distinguível do poupa- prá- los independentemente da intenção de dificuldade, para um a doutrina ainda do- do por isso ao s imples pagamento do saldo.
dor. compra precisamente para revender c vende para
comprar. ou em seguida ~ uma compra efetuada para mantê-los na própria posse c alé m das pró-
revenda. assim deso.:nvolvo.:ndo uma into.:nncdiação prias disponibil idades financeiras (compra
na troca com uma atividade quo.:. por sua vez. não é assim chamada "a descoberto'"); em tais hi-
totahnente ··estéril"" - como às vetes apressadamente póteses, a concl usão de operações em sen-
se diz - mas também ela cconom"amcnte produti-
va. conco.:rnindo. de forma dclimuva. a uma d"tn- tido inverso passa a constitui r. eco no mica-
bt~~ção do nsco econôm1co. A Clrcunst5ncia de que mente, uma necessidade. c vem concebida
o especulador do.: bolsa oper;1 sobre co1sas (títulos) pelo cspcculador desde o mo me nto da ven-
que são outrossim normalmente objeto de investi- da ou da aquisição (c note-se ainda que.
mento. pode naturalmente tornar no caso concreto
mais difícil a distinção entre ··poupador'" c ··especula- assim como para todas as vend as de bolsa,
dor··- c um indício para a existéncia da especulação trata-se de vendas genéricas, onde não é
pode ser constitu ído pelo recurso ao crédito - c. exato falar de vendas a descoberto como
pois. aquela entre cspeculador ocasional c especula- de venda de coisa de outrem).
dor prolissional. mas não por isso pode-s..: excluir a
possibilidade. de resto não infrcqüentc. do.: uma ati- A presença de operações a descober-
VIdade prolissional de e; po.:culação sobre títulos. quo.: to é conatural a um mercado bursíslico que,
se descnvohe cxatamcnto.: através de atos de troca sem elas, resultaria menos eficiente para os
coordenados com ulteriores atos de troca em uma
atividade prolissional. integrando os extremos pro.:- próprios fins dos in vestimen tos ou dcsin-
vistos no an. 2.195. n. 2. vcstimcntos dos poupadores (faci litados

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