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Religião

Sincretismo Religioso em
ESTUDANTES do Centro
Universitário Adventista de
São Paulo, campus
Engenheiro Coelho

Adolfo Semo Suárez, professor do Centro Universitário Adventista de São


Paulo, Campus Engenheiro Coelho (Unasp), mestre em Teologia pelo Salt – Unasp,
mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo e doutorando
em Ciências da Religião pela Umesp.

Resumo: Os estudantes do Unasp manifestam um ‘sincretismo religioso’ cada


vez mais declarado, independente de sua filiação religiosa; este é um fenômeno
importante, pois, em sua maioria, estes jovens provêm de lares considerados
“tradicionais” quanto à religião, além de grande parte destes estudantes serem
membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Considerando esse fenômeno, o
objetivo desta pesquisa é compreender como o sincretismo religioso se manifesta
no Unasp e quais suas implicações.
Palavras-chave: Sincretismo, ensino religioso, jovens universitários

Religious Syncretism in STUDENTS of the


Adventist University Center of São Paulo, of
Engenheiro Coelho campus
Abstract: The students of Unasp present a declarated ‘religious syncretism’,
independing of their religious parents; this is an important phenomenon because
these youngers came from a ‘traditional religious homes’. Even so, a lot of numbers
of them are member of the Seventh Day Adventist Church. Considerating this
phenomenon, the main of this search is to comprehend the way that the ‘religious
syncretism’ is manifested at Unasp and its implications.
Keywords: Syncretism, religious teaching, university youngers

Introdução
Há sete anos estou envolvido com Ensino Re- espiritualidade, verdade. E ainda como coordenador do
ligioso no Ensino Superior do Centro Universitário Ensino Religioso no Unasp e responsável por algumas
Adventista de Ensino (Unasp), Campus Engenheiro dessas disciplinas, constato diariamente as mais variadas
Coelho; tempo suficiente para observar diversas rea- opiniões, tanto de cunho positivo quanto negativo, posto
ções e comentários quando o assunto é Deus, religião, que há estudantes – a maioria – que apreciam muito esse

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tipo de diálogo, e até esperam que ele aconteça numa que a religião e a religiosidade são componentes
instituição confessional; por outro lado, há alguns – um fundamentais da identidade humana.
número reduzido – que se mostram contrariados à temá- Por causa disso – e tendo como pressuposto a
tica, e especialmente à sua ampla discussão numa sala de necessidade humana pelo transcendente – o sistema
aula universitária. educacional adventista, do qual o Unasp faz parte, tem
Entretanto, desde o meu primeiro ano de experiência a intenção de praticar uma educação que não valorize
como professor universitário com matérias desse gênero, apenas a cognição, mas que também os aspectos físicos,
tenho percebido mudanças significativas. Com freqüencia sociais, emocionais e espirituais.
é possível perceber entre os estudantes reflexões do tipo: Ellen G. White – umas das pioneiras da IASD
“o que importa é amar a Deus”, ou “todas as religiões – descreve de maneira clara aquilo que os adventistas
são boas”, ou ainda “não creio que haja uma única igreja têm considerado como sendo o conceito e objetivo
e uma única religião”. Aparentemente, há disposição fundamental da educação. Ela afirma que
cada vez maior para a assimilação de diversos conceitos a verdadeira educação significa mais do que a preparação
religiosos, mesmo que conflitantes do ponto de vista das para a vida presente. Visa o ser todo, e todo o período
crenças pessoais. da existência possível ao homem. É o desenvolvimento
De fato, tenho observado um sincretismo religioso harmônico das faculdades físicas, intelectuais e
cada vez mais declarado nos jovens universitários que espirituais. Prepara o estudante para o gozo do serviço
estudam no Unasp, independentemente da sua filiação neste mundo, e para a aquela alegria mais elevada por
religiosa; esse é um fenômeno importante, pois, em um mais dilatado serviço no mundo vindouro (2003,
sua maioria, estes jovens provêm de lares considerados p. 13).
“conservadores” ou “tradicionais” quanto à religião, além Percebe-se, então, que a temática religiosa está
do fato de uma grande parte destes estudantes serem claramente presente nos conceitos educacionais da
membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). educação adventista, de maneira que – num sentido
Assim sendo, meu o objetivo é examinar como esse amplo – “salvação” e “educação” são palavras
sincretismo religioso está se manifestando no Unasp intercambiáveis em sua filosofia educacional.
– se de fato está acontecendo – e quais suas implicações. Restaurar no homem a imagem de seu Autor,
Para tanto, além da pesquisa bibliográfica, desenvolvi levá-lo de novo à perfeição em que fora criado,
uma pesquisa de campo com jovens estudantes dessa promover o desenvolvimento do corpo, espírito e
instituição. O trabalho está dividido em duas partes. A alma para que se possa realizar o propósito divino
primeira aborda a maneira como a temática religiosa da sua criação – tal deveria ser a obra da redenção.
tem sido tratada no Unasp. A segunda parte discorre Esse é o objetivo da educação, o grande objetivo da
sobre os resultados da pesquisa de campo. vida (White, 2003, p. 15 e 16).
Portanto, se a religião pode ser compreendida
Temática religiosa no Unasp como “a busca humana pelo transcendente” (Groome,
Conforme Pannenberg (apud Fraas, 1997, p. 42), 1985, p. 46), as instituições educacionais adventistas
embora não se possa demonstrar a realidade de Deus, entendem que
é possível falar explicitamente da “relação constitutiva a educação é essencialmente religiosa, e encontra sua
do ser humano com a temática religiosa”, que, com sua razão de ser quando visa, como resultado primário,
diversidade de símbolos, torna-se na “mais fantástica conduzir os estudantes a um relacionamento sadio
e pretensiosa tentativa de transubstanciar a natureza” com Deus, a fim de servi-Lo, assim como às pessoas,
(Alves, 1999, p. 24). Além disso, o ser humano está nesta Terra e no Reino de Deus, para usar a expressão
sempre à procura de significados religiosos, assim como escatológica (Suárez, 2005, p. 66 e 67).
tem consciência dos estímulos religiosos e da importância
Devido, então, à importância atribuída ao Ensino
deles para sua vida (Johnson, 1964, p. 52).
Religioso, o Unasp insere na grade curricular de todos os
Sobre a religião como aspecto universal da cultura,
cursos universitários uma disciplina semestral que permite
Marconi e Presotto afirmam que “todas as populações
a discussão da temática religiosa, pois o estudante
estudadas pelos antropólogos demonstraram possuir
um conjunto de crenças em poderes sobrenaturais de precisa ter a competência de refletir em suas decisões
alguma espécie” (2005, p. 151). Por sua vez, Merval e escolhas, assim como emitir julgamento crítico sobre
Rosa analisa que “a religião tem sido umas das mais tudo aquilo que vê ao seu redor – na pesquisa e no dia-
constantes preocupações da humanidade desde os a-dia – sempre fundamentado em argumentos sólidos e
seus primórdios” (1992, p. 41). Assim, pode-se pensar com espírito de aprendizado (Suárez, 2005, p. 83).

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Por esse motivo, essas aulas pretendem – mais do Sincretismo religioso no Unasp
que transmitir informações ou convencer – ensinar
Motivado pela compreensão de que a religião e a
o aluno na arte de pensar, criticar, refletir, pois “se
religiosidade são elementos presentes intensamente
a pedagogia se propõe a capacitar os seres humanos
na vida humana, decidi examinar como se processa a
para ir além de suas predisposições ‘inatas’, deve questão do sincretismo religioso no Unasp, Campus
transmitir ‘a caixa de ferramentas’ que a cultura tem Engenheiro Coelho, especialmente por se tratar de um
desenvolvido para fazê-lo” (Arroyo, 2002, p. 181). ambiente onde o Ensino Religioso está presente.
Essa “caixa de ferramentas” permite ao estudante Não é do escopo deste trabalho tratar de questões
lidar com os diversos questionamentos em vez conceituais, mas é necessário definir brevemente
de mecanicamente perder tempo com “fórmulas, a palavra sincretismo. De acordo com Ferretti, o
nomes e esquemas que rapidamente ficam obsoletos” sincretismo pode ser compreendido como junção,
(Suárez, 2005, p. 83). White endossa essa idéia ao fusão e mistura de práticas e conceitos, mas seu uso
afirmar que não é exclusivo ao campo da religião.1  Dentro das
os professores devem induzir os alunos a pensar, e a
limitações desta pesquisa, o sincretismo será entendido
entender claramente a verdade por si mesmos. Não
como a religiosidade que converge ou justapõe crenças
basta ao mestre explicar, ou ao aluno crer; cumpre
e práticas de diversas denominações.
suscitar o espírito de investigação, e o aluno ser Pesquisa de campo
atraído a enunciar a verdade em sua própria linguagem,
A pesquisa de campo consistiu num estudo
tornando assim evidente que lhe vê a força e faz a
quantitativo e descritivo. A coleta de dados se deu
aplicação. Por trabalhosos esforços, as verdades vitais
por meio de questionários escritos, contendo 25
devem assim ser gravadas no espírito. Talvez isto seja
questões objetivas e descritivas, objetivando uma
um processo lento; é, porém, mais valioso do que
análise dos dados. Devido à exigüidade do tempo, não
passar correndo sobre assuntos importantes, sem a
me foi possível – ainda – explorar todas as questões e
devida consideração (1994, p. 140).
possibilidades oferecidas pelo amplo questionário.
Além do mais, observo que no campo educacional Local da pesquisa
é cada vez mais freqüente o conceito de educação
A entrevista ocorreu no Campus Engenheiro
integral, ou Educação Holística, a qual considera ou
Coelho, município pertencente à região Metropolitana
valoriza
de Campinas. O mencionado campus conta com
todas as facetas da experiência humana, não só o aproximadamente 3 mil alunos, desde a Educação
intelecto racional e as responsabilidades de vocação e Básica até a pós-graduação, e oferece cursos nos três
cidadania, mas também os aspectos físicos, emocionais, períodos diários.
sociais, estéticos, criativos e espirituais inatos da Na atualidade, os cursos oferecidos no Ensino Superior
natureza do ser humano (Yus, 2002, p. 16). são: Administração, Ciências Contábeis, Comunicação
Ainda no entender de Yus, a educação integral Social, Direito, Educação Artística, Engenharia Civil,
possui oito características fundamentais: Considera a Letras, Pedagogia, Teologia e Tradutor e Intérprete, todos
globalidade da pessoa, desenvolve a espiritualidade, devidamente credenciados pelos MEC.
promove as inter-relações, busca o equilíbrio, facilita Informações gerais dos entrevistados
a cooperação, pretende alcançar a inclusão, busca a A pesquisa envolveu 126 estudantes de 5 turmas
experiência e deseja atingir a contextualização (Ibid, do primeiro ano, representando os cursos de Ciências
p. 21-25). Contábeis, Administração de Empresas (turmas A e
Portanto, pode-se argumentar que educar não B), Direito e Educação Artística, todos eles jovens com
é apenas transmitir informação, desenvolvendo idade entre 17 e 24 anos.
meramente a capacidade intelectual do indivíduo. O Como afirma N ovaes (2001, p. 183), não há
processo educacional é completo quando o estudante consenso sobre a definição de idade para a juventude.
aprende a aprender, aprende a fazer, aprende a viver junto Entretanto, de acordo com a maioria das análises
e aprende a ser (Asmann & Sung, 2000, p. 211), e creio demográficas e segundo a definição da Organização
que é no aprender a ser que se pode pensar a religião e Internacional da Juventude, é comum pensar a
a religiosidade humanas. juventude na faixa de 15 a 24 anos.

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Nossos 126 entrevistados foram contatados índice baixo de tendência ao sincretismo, ou mesmo
entre março e abril de 2006. Eles estão matriculados resistência a práticas sincréticas, como veremos adiante.
em cursos diurnos (Direito e Educação Artística) e Apenas dois entrevistados afirmaram não terem
noturnos (Ciências Contábeis e Administração de sido educados em alguma religião. Quanto às outras
Empresas). São 50,79% mulheres e 49,20% homens denominações, veja o quadro abaixo:
(64 e 62, respectivamente). A grande maioria (93,65%)
se declarou solteira; os outros são casados. Denominação Continua nela?
A religião dos entrevistados Congregação Cristã do Brasil = 7 Sim = 6 Não = 1
A filiação religiosa predominante é a adventista Assembléia = 5 Sim = 4 Não = 1
do sétimo dia (82 estudantes, ou 65,07%). A seguir Quadrangular = 2 Sim = 1 Não = 1
aparece o catolicismo (27 estudantes, ou 21,42%).
Católica/Adventista = 2 Sim = 1 Não = 1
Apenas 1 estudante se considera sem religião. As
outras denominações citadas são as seguintes: Católica/Evangélica = 1 Sim = Não = 1
Batista do 7º Dia = 1 Sim = Não = 1
Denominação Religiosa Alunos Porcentagem Batista/Quadrangular/Católica = 1 Sim = Não = 1
Evangélica = 1 Sim = Não = 1
Congregação Cristã do 7 5,55% Metodista Wesleyana = 1 Sim = 1 Não =
Brasil Espírita = 1 Sim = Não = 1
Assembléia de Deus 3 2,38%
Quadrangular 2 1,58% Justificativas para a permanência ou não na
Igreja Evangélica 1 0,79% religião da infância
Filadélfia
Igreja Pentecostal do 1 0,79% Considerei importante saber por que os estudantes
Evangelho Pleno decidiram permanecer ou abandonar a religião familiar
Metodista Wesleyana 1 0,79%
da infância. Obtive respostas interessantes, das quais
destaco apenas as dos católicos e adventistas, devido à
Espírita 1 0,79%
predominância desses dois grupos.
A predominância dos adventistas é com- Justificativas dos católicos
preensível, pois uma das propostas do Unasp é
Algumas das justificativas dos católicos para a
justamente atender os jovens da IASD, oferecen-
permanência na igreja foram as seguintes:
do-lhes oportunidade de formação superior num
ambiente cristão. 1. Comodidade, gosto e realização
E ducação religiosa na infância e sua - “Sinto-me bem e realizada.”
continuidade - “Faz com que eu me sinta bem.”
- “Pela coerência e bem-estar.”
Aqui temos dados importantes. 42 jovens foram - “Porque gosto dela e quero continuar nela e nada além
educados no catolicismo (33,33%), número bem de Deus vai mudar isso.”
maior dos que declararam ser atualmente católicos; em
relação ao número atual, houve uma perda de 15 fiéis 2. Identidade e envolvimento
(35,71%). Desses 42 estudantes, 24 continuam sendo - “Me identifico e gosto de participar.”
católicos (57,14%), enquanto que 18 se filiaram a outra - “Porque nessa religião que eu creio e a que mais me
denominação (42,86%), maiormente adventista. identifico.”
Por outro lado, 60 estudantes declararam terem - “Me encontro nela.”
sido educados no adventismo (47,61%); comparado
ao número atual, houve um crescimento de 26,82% 3. Tradição
no número atual de adventistas. Todos esses 60 - “Fui educada nos costumes dela e pretendo continuar
permaneceram na IASD. Esse número revela uma até o fim da minha vida.”
evasão zero daqueles que foram educados na infância - “Porque minha família segue e me educou nas crenças
na IASD, o que, no meu entender, pode significar da Igreja Católica.”
– senão ausência de sincretismo – pelo menos um - “Tradição e fé.”

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4. Princípios, doutrinas 3. Verdade, Igreja verdadeira
- “Gosto dos princípios.” - “Acredito que nesta religião está a verdade.”
- “Pela doutrina e ensinamentos em que acredito.” - “Porque para mim a minha religião é a mais certa!
5. Fidelidade É a que eu creio.”
- “Creio que essa seja a verdadeira igreja remanes-
- “Porque sou fiel a ela desde que nasci.” cente.”
De modo geral, percebi que o argumento principal - “Porque foi a que me auxiliou e auxilia na busca
para a permanência na igreja católica tem a ver com da verdade.”
‘sentir-se bem e gostar’, além da questão da própria - “Porque nela encontrei a verdade condizente com
tradição familiar. Apenas dois jovens fundamentaram a Bíblia.”
sua permanência na Igreja Católica sobre a questão dos - “Fui ensinado nesses passos e me acolhi nessa religião
princípios e ensinamentos. que pelo meu modo de ver que prega a verdade.”
Quanto à não permanência na religião familiar, - “Porque a minha mãe nos ensinou e vejo a verdade
algumas das justificativas foram: nela.”
1. Não estava feliz, realizada Percebe-se claramente que a justificativa para a
permanência na IASD se resume em três aspectos:
- “Não me sentia feliz e completa.”
doutrina, verdade e Bíblia. Apenas um entrevistado
2. Descoberta da “verdade”, princípios, a Bíblia afirmou permanecer nela porque “gosta”.
- “Descobri os erros e a verdade.” A permanência na religião da infância é um dado
- “Conheci a verdade e ela me libertou.” importante para esta pesquisa, e devemos questionar se
- “Conheci novos princípios com base nas Escrituras isso trata apenas de uma espécie de “herança religiosa”
Sagradas.” ou se os jovens assumem essa religião de maneira
- “Descobri coisas na Bíblia que eu não sabia.” crítica, por escolha pessoal deliberada.
- “Porque estudei as Escrituras Sagradas e descobri A religião da infância, inculcada de modo geral
toda a verdade sobre o que Deus espera de nós. E pelos pais, é preponderante e por demais influente na
porque ela não segue os mandamentos de Deus.” continuidade da prática religiosa, pois os pais
Como se pode observar nos depoimentos acima, desde a mais tenra infância, são as figuras que
o principal argumento para o abandono da religião ajudam a configurar o mundo interno e cada pessoa,
familiar católica tem a ver com a descoberta da determinam grande parte de nossos modelos de vida
“verdade”, em conexão com a Bíblia. e passam-nos os ideais de cultura no qual nascemos
e crescemos. Fica difícil separar-se desse mundo
Justificativas dos adventistas tão precocemente constituído e que será o alicerce
Algumas das justificativas dos adventistas para a para futuros desenvolvimentos; sobre esses modelos
permanência na igreja foram as seguintes: constrói-se a identidade (Knobel, 1992, p. 144).
1. Crenças e doutrinas Entretanto, a escolha feita pelos jovens em relação
- “Acredito nas crenças.” à religião dos pais não pode ser entendida como apenas
- “Creio que ao guardar todos os ensinamentos e o resultado da influência destes. Em seus estágios de fé
doutrinas estou agradando a Deus.” – que ele compreende como sentido da vida – James
- “Não se contradiz em nenhum momento; as dou- Fowler atribui à juventude a fé individuativo-reflexiva
trinas me fazem viver melhor e me prepara para (1992, p. 151), a qual
o Céu.” envolve a percepção de que não se pode mais crer
- “Acredito nos princípios e doutrinas nos quais fui “cegamente” nas autoridades, instituições, fórmulas,
criada.” pessoas ou conteúdos estabelecidos e reverenciados
2. Crença na Bíblia na adolescência e até agora aceitos não criticamente
(Farris, 2004, p. 6).
- “Acredito em Deus e no que está escrito na Bí-
blia.” Assim sendo, a juventude representa uma mudança
- “Porque eu acredito na Bíblia, creio que um dia Jesus considerável na avaliação de todos os aspectos da
voltará para nos levar para o Céu.” existência. Fowler afirma que

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conquanto os outros e seus julgamentos permaneçam 1. Não tem base bíblica;
importantes para a pessoa individuativo-reflexiva, as 2. Não respeitam os mandamentos da Bíblia;
expectativas, sugestões e conselhos deles serão submetidos 3. Não pregam a verdade do ponto de vista da
a um painel interno de especialistas que se reservam Bíblia,
o direito de escolha e estão preparados para assumir a 4. Suas doutrinas não condizem com o ensino da
responsabilidade por suas escolhas (1992, p. 151 e 152). Bíblia.
Dessa maneira, pode-se afirmar que a adoção da É evidente que há resistência por parte do
religião dos pais pode representar a definição ou encontro cristianismo mais conservador na aceitação de idéias
do sentido da vida; essa é uma tarefa pessoal e marca a e práticas diferentes às tradicionalmente aceitas. A
autonomia do jovem (Groome, 1985, p. 119 e 120). este respeito, Silas Guerreiro faz uma observação
importante:
O que pensam sobre o Espiritismo
Esta e as próximas questões foram inseridas em Estamos acostumados a pensar em religião como algo
razão do distanciamento que há entre as três crenças perene, ligado às tradições mais antigas e portador de
mencionadas nas perguntas e o cristianismo tradicional, a uma verdade ancestral que não pode ser modificada ou
qual pertence a maior parte dos entrevistados. A intenção colocada sob suspeita. Qualquer inovação e surgimento
de uma nova religião, principalmente se esta seguir
é compreender como os estudantes se relacionam com
padrões muito diferentes daquilo que consideramos
práticas bem diferentes das deles próprios.
comuns, levanta logo uma suspeita de que se trata de
Dentre os 126 estudantes entrevistados, 29
algo falso (2006, p. 13).
demonstraram claro respeito pelo espiritismo (23,01%),
embora alguns deles consideram-no errado. Por sua Parece-me que devido à predominância de uma
vez, 75 o consideram errado e até mesmo o condenam educação familiar nos moldes de um cristianismo
(59,52%), não demonstrando alguma simpatia sequer. mais conservador, fato este agora assimilado e tido
Houve um grupo de 21 estudantes que afirmou como critério pessoal, há dificuldade por parte dos
desconhecer ou preferiu não opinar a respeito jovens entrevistados em enxergar positivamente outras
(16,66%). Apenas 1 entrevistado afirmou “gostar religiões ou práticas religiosas que diferem da sua.
muito” do espiritismo. O que pensam sobre o Umbanda e o
Quanto aos que demonstraram respeito, destaco Candomblé
os seguintes depoimentos:
Dentre os 126 estudantes entrevistados, 21
- “Cada um tem o direito de crer no que quer”. demonstraram respeito e simpatia pela Umbanda e
- “Nada contra, pois creio que muitos espíritas são o Candomblé (16,66%), embora alguns deles achem
sinceros. Não critico nenhuma religião”. que essa prática seja errada. Por sua vez, 71 rejeitam
- “São bem educados, gostam de ajudar (coisa que os e mesmo condenam essas práticas (56,34%). Houve
evangélicos não fazem), mas acreditam na imorta- um grupo significativo de 34 estudantes que afirmou
lidade da alma”. desconhecer ou preferiu não opinar a respeito
- “A teoria e os fundamentos são bem interessantes, mas (26,98%). Creio que o menor índice de respeito ou
deve ser analisado de uma forma bem crítica”. simpatia pelo Umbanda e o Candomblé em relação ao
- “Vejo um ato de voluntariedade para com outras espiritismo deve-se à alta porcentagem de estudantes
pessoas, mas eu não aprovo o espiritismo”. que os desconhecem, estando, assim, incapacitados
- “Fantástico... o espiritismo mudou a minha vida”. para responder.
- “Muito interessante a maneira como abordam de- Quanto aos que rejeitam a Umbanda e o Candomblé
terminados assuntos”. – e até mesmo o condenam – é também significativo
- “Admiro o lema que eles têm de ajudar o próximo o número de estudantes que o associam a “forças
– fraternidade”. satânicas” ou “diabólicas” (18), número este maior do
que o apresentado em relação ao Espiritismo. Entretanto,
Quanto aos que rejeitam o espiritismo, e o
a maior rejeição acontece basicamente por três razões:
consideram errado – e até mesmo o condenam
– é significativo o número de estudantes que o 1. Não tem base bíblica;
associam às “forças satânicas” ou “diabólicas” (14). 2. Não pregam a verdade bíblica e
Entretanto, a maior rejeição acontece basicamente 3. Suas doutrinas não condizem com o ensino
por quatro razões: bíblico.

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Simpatia por alguma outra prática religiosa para termos pluralismo religioso. O segundo passo
além da sua é reconhecer que todas as religiões têm legitimidade,
Exatamente um terço dos estudantes (42) porque expressam as diferentes formas humanas de
demonstra simpatia por alguma outra prática religiosa aproximação do mistério fundante da vida (Sanchez,
além daquela que professa. Desse total, é maior 2006, p. 13).
o número de homens (24, contra 18 mulheres), o Além disso, o referido autor argumenta a respeito
que nos leva a pensar que há uma tendência maior da necessidade de que as diversas religiões demonstrem
para o sincretismo por parte dos homens; em abertura para o diálogo inter-religioso. Ele afirma o
contrapartida, há menos interesse sincrético por parte seguinte:
das mulheres. A abertura de uma religião para o diálogo inter-religioso
Um total de 83 estudantes não tem simpatia por e, como decorrência, para a convivência pacífica e para
alguma outra prática religiosa (65,87%), e apenas um cooperação é, atualmente, um dos critérios utilizados
não opinou a este respeito. na sociedade ocidental para reconhecer a legitimidade
Verificando as razões pelas quais os estudantes desta. Uma religião que não aceita dialogar e que é
têm simpatia por outras práticas religiosas além da intolerante em suas posições tem dificuldade para ser
sua, de modo geral afirmaram o seguinte: curiosidade, reconhecida. Num mundo plural, que não admite mais
interesse pelo estudo da Bíblia, admiração da fé, a posição hegemônica de uma ou outra religião e que
maneira como determinadas igrejas acreditam, certa defende a liberdade religiosa, a abertura para o diálogo
semelhança de princípios e liturgia (louvor, música). inter-religioso é fundamental para a consolidação do
Quanto às justificativas pelas quais não nutrem pluralismo religioso (Ibid, p. 59).
simpatia por outras igrejas ou práticas religiosas, cito
À luz desses argumentos, praticamente dois terços
a seguir algumas das respostas mais significativas:
dos jovens entrevistados estão na contramão do que
- “Tenho certeza que a minha está no caminho atualmente se considera como sendo a condição principal
certo”. para o diálogo entre as Igrejas cristãs, o ecumenismo,
- “A minha me satisfaz e condiz com a Bíblia”. pois “o pressuposto para existir o ecumenismo é a
- “Conheço a verdade a verdade da minha, o que faz aceitação, por parte das Igrejas cristãs, das demais”
com que eu não me atraia por outra”. (Ibid, p. 80).
- “Sei que estou no caminho certo e acho que
existem muitas coisas erradas em outras religi- Participação em várias Igrejas ou religiões
ões, não esclarecimentos e contradições ou nas Nesta questão novamente fica claro o forte
interpretações”. sentimento não sincrético de nossos entrevistados. 102
- “Estou satisfeito no meu estágio atual”. estudantes (80,95%) vêem problemas quando o assunto
- “Nenhuma outra me preenche”. é a sua participação em outras igrejas ou religiões. Para
- “Respeito os princípios religiosos da minha eles, participar de outras denominações é algo negativo
igreja”. e que não deve ser praticado. Apenas 21 estudantes são
- “Não consigo me identificar com nenhuma”. a favor do envolvimento com outras denominações
(16,66%). Um número bem pequeno, três jovens,
Percebi claramente que todos os que não
preferiu não opinar.
demonstram simpatia por outra prática religiosa, o
Da mesma maneira que na questão anterior,
fazem por se sentirem seguros quanto ao seu grupo
as mulheres demonstraram menos disposição ao
religioso, de maneira que preferem investir naquilo de
sincretismo (84,37% contra 77,41% dos homens).
que gostam e consideram certo, ao invés de aventurar-
Algumas das respostas mais significativas daqueles
se em práticas “erradas” e desconhecidas.
que são a favor da participação em outras igrejas são
Como afirma Wagner S anchez , o mundo
as seguintes:
atual se caracteriza como um verdadeiro “mosaico
religioso”, o que aponta para a necessidade de um - “Não vejo nada de errado. o importante não é a
pluralismo religioso. igreja e sim Deus. não temos que seguir as regras
Reconhecer o direito de as religiões expressarem- da igreja e sim a palavra de Deus.”
se livremente nesse mosaico é o primeiro passo - “As pessoas têm livre e espontânea escolha.”

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- “Acho legal, não vejo problema algum, desde que Creio que a resposta a esta pergunta revelou um
seu coração acredite em Deus.” aspecto fundamental: não se pode negar – ou pelo
- “O importante é que a pessoa busque a Deus, da menos ficar alheio – o impacto que as diversas práticas
maneira que ela achar melhor.” religiosas causaram na religiosidade destes jovens
- “Você tendo em mente o que é certo, pode participar universitários. Mesmo professando uma fé religiosa
de qualquer uma.” mais “conservadora” ou até “fundamentalista”, eles
- “Cada religião tem uma veracidade nas práticas; se admitem ter o hábito de tomar as coisas boas das
essa religião estiver de acordo com as minhas idéias, outras religiões, as quais passam a fazer parte de sua
não vejo nenhum problema.” prática religiosa pessoal: aspectos doutrinários, questões
De modo geral, o grupo acima defende a idéia de litúrgicas e até comportamentos.
que o que importa é que a religião fale de Deus; o resto Uma única religião verdadeira
não tem relevância. A última questão respondida pelos jovens
Dentre os que são contra a participação em outra universitários foi sobre a existência duma única igreja
denominação diferente da sua, selecionei os seguintes verdadeira, e, indiretamente, a defesa de uma verdade
depoimentos que sintetizam as justificativas mais religiosa. 79 estudantes (62,69%) afirmaram que existe
importantes: uma igreja verdadeira, e, conseqüentemente, uma única
- “Você nunca se sentirá completo, estará sempre à verdade religiosa. Em contrapartida, 45 (35,71%) disseram
procura de uma que se enquadre ao seu estilo de que não há uma única igreja verdadeira, e que, portanto,
vida, sendo que nós temos que nos adaptar ao que não se pode pensar em uma única verdade religiosa.
deus quer (seus princípios)”. Apenas cinco entrevistados não opinaram sobre o
- “Cada igreja tem um estilo, uma fé diferente, e não assunto.
tem nexo participar de várias”. Creio que – à semelhança da questão anterior
- “Deveríamos buscar uma fonte somente, com a qual – esta pergunta revelou um sincretismo latente,
nos identificarmos e crermos nela”. embora não explicitamente demonstrado. Em
- “Acho que cada pessoa deve seguir uma só religião, geral, imagina-se um número maior de estudantes
pois mesmo ensinando os mesmos princípios, que afirmassem a existência de uma única igreja
existem costumes diferentes, e se seguir uma não verdadeira e, conseqüentemente, uma única verdade
tem como cumprir os costumes das outras”. religiosa, pois, como já disseram, em sua maioria os
- “Acho que essa pessoa não tem personalidade e não estudantes do Unasp provêm de lares considerados
se centraliza em um ideal, por isso vai a todas as “conservadores” quanto à religião.
que melhor lhe convém”. Todavia, se compararmos este dado específico de
- “Eu vejo que não podemos servir a dois senhores, religião ou verdade única com uma pesquisa do gênero
pois se um é amado o outro é rejeitado”. feita com estudantes da PUC-SP, concluímos que há
- “Acontece uma mistura de crenças... acho que uma disparidade muito grande entre o pensamento de
pessoa tem que ter uma visão única”. universitários que estudam num ambiente confessional-
Podemos resumir que o grupo que se posiciona cristão (Unasp) e estudantes não necessariamente
contra a mistura com outras práticas religiosas usa comprometidos com uma educação confessional
como principal argumento o fato de que não é (PUC-SP). No caso da PUC-SP, pesquisa feita com
possível “servir a dois Senhores”, além de afirmar 4 mil estudantes revelou que apenas 16% concordam
que as religiões têm suas diferenças, o que tornaria que só há uma religião verdadeira. Além do mais, os
impraticável um sincretismo religioso. outros dados da mencionada pesquisa revelam que
estes estudantes demonstram intensa individualização,
A incorporação de “coisas boas” de outras
onde cada um elabora um sistema próprio de crenças
religiões
e subjetivação, pois a crença é uma experiência pessoal
Um total de 59 estudantes (46,82%) admitiram que (Ribeiro, 2004, p. 89).
suas prática religiosas sejam resultados da assimilação de
práticas advindas de outras denominações ou religiões, Considerações finais
enquanto que 62 (49,20%) disseram que sua religião é Como este trabalho está em construção, ainda estou
“pura”, não tendo a influência de outras religiões. Apenas refletindo sobre as implicações desta pesquisa, mas
cinco entrevistados não opinaram sobre o assunto. creio que devemos considerar as seguintes idéias como

ACTA Científica - Ciências Humanas 2º Semestre - 2006 39


importantes no contexto deste tema: dominam o ambiente em que os jovens entrevistados
convivem. O que me faz pensar nesta possibilidade é
• Com base nos dados levantados, não se pode
a compreensão de que no processo de aquisição da
negar o impacto que as diversas práticas religiosas
têm causado na religiosidade dos jovens universitários identidade, o adolescente normalmente assume quatro
entrevistados. Mesmo professando uma fé religiosa posicionamentos, sendo que um deles é o chamado
mais “conservadora”, o depoimento deles demonstra de moratório (Rappaport et all., p. 33). Neste caso, a
que há um claro processo de assimilação de “coisas pessoa “adia um pouco o compromisso para que se
boas das outras religiões”, seja na questão doutrinária, possa experimentar ideologias e carreiras alternativas”
litúrgica e mesmo comportamental. (Weiten, 2002, p. 328). A postura moratória atinge seu
• É possível que esse sincretismo seja favorecido auge nos dois primeiros anos da faculdade (Atkinson
pela abordagem das aulas de Ensino Religioso. Aliás, et all., 2002, p. 125). Talvez uma pesquisa qualitativa,
por ocasião das entrevistas, os alunos já haviam tido que envolvesse questões abertas, permitisse entender se
a influência da disciplina “Cosmovisão cristã”, a qual de fato esses jovens universitários crêem com firmeza
discute os argumentos filosóficos sobre a existência naquilo que professam, e se realmente compreendem
de Deus. Creio que debater esta idéia tem favorecido a as implicações de suas crenças, além de defendê-las
valorização do discurso a respeito de Deus. E como um com propriedade e racionalidade.
dos objetivos dessa matéria é estudar a pessoa de Deus • A despeito da manifestação sincrética por parte de
a partir da Revelação bíblica, mantém-se um equilíbrio um pouco mais de um terço dos entrevistados, o Unasp
entre a disposição para valorizar todas as denominações pode ainda ser considerado um ambiente educacional
– pois todas falam de Deus – e pautar a discussão da onde a maioria dos jovens estudantes prefere pensar
religião a partir daquilo que a Bíblia diz. em religião como algo perene, e na verdade religiosa
• Particularmente, creio que as aulas de ensino como algo que não pode ser modificado.
religioso possibilitam e encorajam a prática sincrética • Esta pesquisa também nos coloca diante de um
especialmente por parte dos estudantes de outras complexo dilema: a necessidade de manter abertura
filiações religiosas diferentes à IASD, pois percebo para o diálogo e a mudança, ao mesmo tempo em
que demonstram interesse em assimilar os conceitos que se mantém a identidade própria preservando as
religiosos apresentados e discutidos em sala de aula. características que definem a igreja ou movimento. Creio,
Na maioria das vezes os estudantes não abandonam então, que a melhor maneira de encarar esse desafio
sua filiação religiosa, mas demonstram simpatia pelos radica num processo educativo. Preston Williams afirma
temas e práticas religiosas aprendidas no Unasp. Não que as comunidades de fé devem aprender a educar
é raro conversar com estudantes que transitam entre seus membros para mudar, assim como também devem
duas ou três filiações: a da família, a dele próprio e a educá-los para a estabilidade (1960, p. 262). Portanto, os
adventista, devido ao seu contato acadêmico. líderes religiosos têm o desafio de ensinar compromisso
• Pode-se afirmar que os estudantes entrevistados e lealdade, seja para a manutenção das crenças ou para
no Unasp estão na contramão daquilo que se tem a mudança necessária.
considerado como sendo as duas características
Para mim, este trabalho se constituiu num grande
marcantes da religiosidade do jovem de hoje: afastamento
desafio. Mas a experiência foi extremamente positiva
das tradições formais e ênfase na subjetividade (Libânio,
e produtiva, especialmente pela possibilidade que ela
2002, p. 40). Todavia, como afirma Novaes, “também
oferece de pensar em alternativas para a prática do
os possíveis ‘fundamentalismos’, ou novas afirmações
ensino religioso em meio às salas universitárias cada
de pureza, devem ser pensados como novas alternativas
vez mais sincréticas.
religiosas colocadas no universo de possibilidades que
Tomei como desafio entrevistar esses mesmos
se apresenta para os jovens” (2001, p. 205).
estudantes no último ano da faculdade, a fim de ve-
• Existe a possibilidade de pensar de que a adoção
rificar mudanças consistentes em relação aos dados
da ideologia adventista seja um mero comodismo, pois
ora levantados, ou conferir se os resultados aqui
se torna mais fácil defender as mesmas crenças que
aferidos se mantêm. Assim, será possível verificar,

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Notas
Para aprofundamento do conceito de sincretismo, ver
 1 p. 87 a 93; CANEVACCI, Massimo. Sincretismos – uma
FERRETTI, Sérgio Figueiredo. Repensando o sincretismo: exploração das hibridações culturais. São Paulo: Studio
estudo sobre a Casa das Minas. São Paulo: EDUSP, 1995. Nobel, 1996. p. 13 a 17.

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