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DISPOSIÇÕES COMUNS AOS CRIMES CONTRA A HONRA (ART.

141)

Formas majoradas aplicáveis aos crimes de calúnia, difamação e injúria;

Essas hipóteses não se confundem com qualificadoras;


Levam em conta a condição ou qualidade especial do sujeito passivo; o modo, o meio de
execução e a motivação do crime.
Referidas causas permitem o aumento de pena em 1/3, porém, se o fato for cometido
mediante paga ou promessa de recompensa, o parágrafo único autoriza a
duplicação da pena.

Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial
de computadores, APLICA-SE EM TRIPLO A PENA (art. 141, §2º do CP, após a derrubada do veto
presidencial em 19 de abril de 2021).

a) Contra Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro;

Com relação ao 1º, em virtude da elevada função que ocupa, qualquer mácula à honra individual do
Presidente da República pode representar desprestígio na sua vida política e, por conseguinte, afetar as
diretrizes políticas da nação.

A majorante também se estende ao chefe de governo estrangeiro, que compreende


não somente o chefe de governo, mas também o chefe de estado, 1º ministro ou
Presidente do Conselho (posição contrária – Bitencourt – diz que a ampliação
interpretativa será impossível para majorar a pena, por violar o princípio da reserva legal,
algo inadmissível em um Estado Democrático de Direito).
A majorante incide para evitar a quebra das boas relações internacionais entre o Brasil e
o governo estrangeiro. Ou seja, por razões de política diplomática.

OBS: Se a calúnia e a difamação tiverem MOTIVAÇÃO POLÍTICA, aplica-se a Lei 7.170/84 (art. 26).
Constitui delito contra Segurança Nacional, caluniar ou difamar o Presidente da República,
Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do STF. Ausente essa motivação, aplicam-se as
disposições do CP.

b) Contra funcionário público, em razão de suas funções;

Trata-se da hipótese em que as ofensas irrogadas contra funcionário público se


relacionem ao exercício do cargo. Ex: Dizer que A, funcionário público, é corrupto;
Deve haver um liame entre a ofensa e a função pública. Ausente este, afasta-se a
incidência da majorante ➔ responde por qualquer dos crimes contra a honra na forma
simples;
Se a ofensa ocorrer após a demissão do funcionário ou se este já estiver aposentado,
não há aumento de pena. A lei expressamente se refere a “FUNCIONÁRIO
PÚBLICO”;
Quando a ofensa referir-se à vida particular do funcionário público, sem qualquer relação
com a função pública que desempenha, a majorante não existirá. Ex: A, funcionário
público, quando sai do serviço vai para o bar.

Deve-se observar que não se trata de ofensa praticada NA PRESENÇA do funcionário que
desempenha suas funções ou motivada por elas, pois neste caso, há crime mais grave de DESACATO
(art. 331). Neste, também é necessário que a ofensa diga respeito à função pública. CAPEZ: Ao
contrário da forma majorada dos crimes contra a honra, prescinde-se que a ofensa diga respeito
ao exercício da função pública.

Súmula 714 do STF: “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério


Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de
servidor público em razão do exercício de suas funções.”

c) Na presença de várias pessoas;


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d) Ou por meio que facilite a divulgação da ofensa;

Para ocorrer esta majorante não é necessário que a divulgação tenha efetivamente
ocorrido; basta o emprego de meio utilizado que tenha condições de facilitar a
divulgação, ou seja, criar o perigo da divulgação. O meio deve ser IDÔNEO;
Qualquer meio que facilite a divulgação, tais como cartazes, alto-falante, jornais, revistas,
internet.

e) Calúnia e difamação contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência, exceto


no caso de injúria;

Só ocorre na calúnia e na difamação;


Essa majorante não incide na injúria, pois tal incidência é afastada pelo princípio do ne
bis in idem, pois praticá-la contra pessoas idosas ou portadoras de deficiência já
constitui injúria qualificada.

f) Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa;

Normalmente é considerada agravante genérica. No homicídio, é qualificadora. Já nos crimes


contra honra, é CAUSA DE AUMENTO DE PENA (a pena é dobrada). Tem caráter pessoal
(motivo do crime - ligada ao agente e não ao fato), logo, não se comunica ao coautor ou
partícipe (art. 30 do CP).

Mandante e executor devem responder pelo aumento de pena - p/ a doutrina


majoritária. Em posição contrária, Fernando Capez diz que só o executor deve
responder pelo aumento de pena.

g) Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede


mundial de computadores, aplica-se EM TRIPLO a pena (art. 141, §2º do CP, após a
derrubada do veto presidencial em 19 de abril de 2021).

Conceito de rede social: Considera-se rede social todos os sítios da internet, plataformas digitais e
aplicativos de computador ou dispositivo eletrônico móvel voltados à interação pública e social, que
possibilitem a comunicação, a criação ou o compartilhamento de mensagens, de arquivos ou de
informações de qualquer natureza (Art. 2º, parágrafo único, da Resolução nº 305 do CNJ).

CAUSAS ESPECIAIS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE

Apesar da divergência doutrinária, prevalece o entendimento de que o art. 142 elenca causas
excludentes de ilicitude (Damásio), de maneira que haveria o fato típico difamação ou injúria, mas tal
fato não seria antijurídico. No entanto, ainda há mais duas correntes minoritárias: causa excludente de
punibilidade (Noronha) e causa de exclusão do elemento subjetivo do tipo, representado pelo
propósito de ofender - animus injuriandi vel diffamandi (Fragoso).

As excludentes aqui relacionadas somente se referem à DIFAMAÇÃO E INJÚRIA, não


abrangendo a calúnia;
É necessário que o agente tenha consciência de agir acobertado por uma excludente, ou
seja, com vontade pessoal de evitar um dano pessoal ou alheio.

a) Ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;

Trata-se da IMUNIDADE JUDICIÁRIA.

Aos litigantes e aos acusados, em geral, é constitucionalmente garantido o direito à ampla defesa, que
se consubstancia na autodefesa (defesa pessoal) e defesa técnica (efetuada por procurador). Nesse
contexto, as ofensas relacionadas à causa posta em discussão, embora típicas, não podem configurar
conduta antijurídica, sob pena de inibir a ampla defesa, funcionando como uma amarra jurídica do
exercício de um direito constitucionalmente assegurado
Requisitos:

1. Que a ofensa seja irrogada EM JUÍZO – pode ser verbal (ex: alegações em audiência) ou por
escrito (ex: contestação). Em processo judicial ou administrativo. Entretanto, não pode ser
proferida fora do processo ou da discussão da causa. Ex: No recinto do fórum ➔ nesse
caso, haverá crime.

2. A existência de NEXO entre a ofensa irrogada e a discussão da causa;

Deve haver conexão entre a expressão injuriosa ou difamatória irrogada e o objeto do


litígio, além do que aquela deve ser útil à realização da defesa. Caso contrário, não
haverá imunidade judiciária. Ex: As ofensas proferidas decorrentes de desentendimentos
pessoais anteriores entre as partes, servindo o processo para extravasar o ódio pessoal
➔ exclui a inviolabilidade.

3. Que a conduta tenha sido praticada pela parte ou procurador.

A lei taxativamente delimita a extensão da imunidade judiciária, fazendo expressa


referência à parte ou ao seu procurador;

Considera-se parte o autor, o réu, o litisconsorte, o Procurador é a pessoa legalmente habilitada para postular
interveniente, etc. em juízo em nome da parte.

Atualmente, o dispositivo que regula a imunidade do advogado quanto à difamação e à


injúria proferidas na discussão da causa é o art. 7, §2º da lei 8.906/94 – Estatuto da OAB.

Art. 7º. São direitos do advogado:


§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação
de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos
excessos que cometer. (Vide ADIN 1.127-8) Suspenso parcialmente quanto ao desacato.

OBS: Os demais sujeitos processuais tais como os juízes, serventuários da justiça, testemunhas,
peritos assistentes técnicos não são beneficiados pela imunidade judiciária. Contudo, qualquer ofensa
por eles proferida no transcurso do processo poderá ser acobertada pela causa excludente de
criminalidade do art. 142, III (o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou
informação que preste no cumprimento do dever de ofício), ou ainda, pelo art. 123, III (1ª parte), desde
que atuem no estrito cumprimento do dever legal.

OBS: Quando o membro do MP for parte, as ofensas irrogadas pela outra parte ou procurador contra
ele estão acobertadas pela imunidade. Contudo, quando o MP atua como custus legis, não estará
protegido pela imunidade judiciária (não é parte, logo, a ofensa proferida contra ele não é
acobertada pela imunidade penal). Porém, a Lei Orgânica do Ministério Público (Lei 8.625/93), em
seu art. 41, V, reconhece aos seus membros a inviolabilidade pelas opiniões externadas ou pelo teor
de suas manifestações processuais ou procedimentais, nos limites de sua independência funcional;

OBS: Com relação ao juiz, a jurisprudência majoritária afirma que a imunidade judiciária não acoberta
as ofensas irrogadas pela parte ou procurador contra o magistrado. Posição contrária – Bitencourt,
citando Heleno Fragoso; Rogério Greco. Pode constituir, ainda, desacato, se ocorrer em audiência
aberta, na sua presença; bem como injúria ou difamação qualificada, se se tratar de ofensa
escrita.

OBS: A imunidade do advogado é causa supralegal de exclusão de criminalidade, de acordo com o


Estatuto da OAB (Lei 8.906/97). Porém, só vale para a difamação e injúria.

OBS: O texto legal não diz que a injúria ou difamação deve ser dirigida somente contra a parte contrária
ou seu procurador, não excluindo a imunidade mesmo quando a ofensa é dirigida contra alguém
estranho à relação processual (testemunha, perito, litisconsorte, assistente), desde que haja conexão
com a causa em discussão.
b) A opinião desfavorável da crítica literária, artística, científica, salvo quando inequívoca a
intenção de injuriar ou difamar;

Aquele que expõe sua obra ao público está sujeito ao risco da crítica ➔ é o denominado
risco profissional;
O CP autoriza a crítica literária, artística ou científica, ainda que em termos severos;
Há, contudo, limites à liberdade de crítica e aquele que cometer excessos, deverá
responder por ele. Assim, o próprio dispositivo legal afasta a imunidade quando
inequívoca a intenção de injuriar ou difamar.

c) O conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação


que preste no cumprimento do dever de ofício;

Chamada Imunidade Funcional;


Os funcionários públicos, nas suas informações, pareceres, conclusões, despachos,
podem ser conduzidos ao uso de termos ou expressões de sentido ofensivo, mas que
são necessários para a fiel exposição dos fatos ou argumentos;
Trata-se de caso expresso de estrito cumprimento do dever legal. Ex: Delegado de
polícia, no relatório do IP, dá informações a respeito dos péssimos antecedentes
criminais do indiciado ou o chama de perigoso, cruel, mercenário.

Ressalve-se que o agente responderá pela difamação ou injúria se presente a intenção de ofender.
Até o magistrado pode responder se agir com excessos.

Com relação aos parlamentares, há imunidade penal, que abrange os crimes contra a honra, e a partir
da EC 35/2001, ampliou-se a imunidade para que, além da penal, se tornasse civil, o que significa que o
parlamentar não pode ser processado por perdas e danos materiais e morais, em virtude de suas
opiniões, palavras e votos, no exercício de suas funções.

A CF/88 ampliou a imunidade parlamentar para Deputados Estaduais e Vereadores; porém, no caso
destes últimos, devem estar nos limites do município para obter a imunidade.

d) Nos casos dos incisos I e III, responde pela difamação ou injúria quem lhe dá publicidade.

Dessa forma, ainda que as ofensas irrogadas em juízo, nas circunstâncias dos incisos I e III sejam
acobertadas pela causa de exclusão do crime, não constituindo difamação ou injúria, aquele que as
divulga por elas responderá criminalmente. Porém, para a configuração do crime é necessário que o
agente, ao divulgar as ofensas, deve fazê-la com animus de injuriar ou difamar.

RETRATAÇÃO

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica
isento de pena.

Prevê o art. 143 a possibilidade de o querelado ANTES DA SENTENÇA, retratar-se


cabalmente da calúnia e difamação, ficando isento de pena;
Retratar-se significa desdizer, retirar o que disse, demonstrando sincero arrependimento;
Só é possível nos crimes de CALÚNIA e DIFAMAÇÃO (há imputação de fatos,
interessando à vítima que sejam declarados inverídicos, a fim de reparar os
prejuízos sofridos), sendo inadmissível na injúria;
É causa extintiva de punibilidade. Porém, a extinção da punibilidade causada pela
retratação tem apenas efeitos penais, não obstando a propositura da ação civil de
reparação de danos. Extingue apenas poder de punir por parte do Estado;
Trata-se de ato unilateral, pois independe da aceitação do ofendido. Difere-se, pois,
do perdão do ofendido ➔ iniciada a ação penal, o ofendido/seu representante desistem
de seu prosseguimento. Este é bilateral, dependendo de aceitação do ofendido p/
produzir efeitos;
OBS: Art.143, Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a
difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido,
pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188/15) Se o ofendido
assim optar e o agressor não cumprir, não terá extinta sua punibilidade, pois é uma formalidade
essencial ao ato.
Trata-se de circunstância subjetiva, INCOMUNICÁVEL aos coautores e partícipes,
quando o crime é praticado em concurso de pessoas;
A retratação pode ser feita pelo próprio ofensor ou por seu procurador com poderes
especiais para esse fim;
Não há exigência de qualquer formalidade para a validade da retratação. É suficiente que
seja por escrito, nos autos; deve ser completa, cabal, isto é, abrangendo tudo que o
ofensor disse contra o ofendido, e incondicional;
A doutrina e a jurisprudência, de modo geral, sustentam que a retratação somente é
admissível nos crimes de ação penal privada, porque a lei se refere somente a
querelado. Assim, não cabe retratação nos crimes contra a honra de funcionário público,
no exercício de sua função, caso este opte pela ação penal pública condicionada à
representação (Bitencourt em sentido contrário). Também é incabível nos casos do art.
141, I e II do CP (crime contra Presidente da República e chefe de governo estrangeiro);
A retratação só é possível antes da sentença de 1ª instância (até esse momento, o
juiz pode modificá-la). Admite-se a retratação até a publicação da sentença
(quando é recebida no cartório pelo escrivão - e não na data de assinatura do juiz).

OBS: Negar o fato não é retratar-se, pois a retratação tem como pressuposto o reconhecimento de uma
afirmação falsa, inverídica.

PEDIDO DE EXPLICAÇÕES

Art. 144 – Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação e injúria, quem se julga
ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá
satisfatória, responde pelas ofensas.

Trata-se de medida concedida àquele que se julga ofendido em sua honra de ir a juízo e
solicitar esclarecimento do indivíduo acerca de situação, expressões ou frase equívoca,
que podem constituir eventual crime de calúnia, difamação ou injúria. Desse modo, a lei
autoriza que, na dúvida, a eventual vítima interpele o indivíduo a fim de que este
explicite, torne clara as imputações. Ex: Se a equivocidade da ofensa resulta do duplo
sentido da palavra.

O pedido de explicações é, assim, uma verdadeira medida cautelar preparatória e facultativa,


destinada a instruir a ação penal principal;

É cabível na ação penal privada e na ação penal pública condicionada à representação. No


caso desta última, o pedido de explicações deve ser proposto pela vítima e não pelo MP
(pois a ele compete autorizar a propositura de eventual ação penal pelo Parquet);

A lei não fixa prazo para pedir explicações, entretanto, como a decadência do direito de
queixa ou de representação ocorre em 6 meses, contados do dia em que souber quem é o autor
do fato, o pedido de explicações deve ser feito antes do decurso deste prazo;

Não há previsão do rito de pedido de explicações no CP nem no CPP, tendo sido adotado o
procedimento das notificações ou interpelações judiciais, previsto no CPC;

Não prestar explicações em juízo ou não prestá-las de forma satisfatória não enseja a
condenação do ofensor, mas tão somente o recebimento da inicial da acusação;

O juiz que recebeu o pedido de explicações é o competente para receber a inicial (prevenção -
CPP, art. 83). Este não poderá emitir nenhum juízo de valor com relação ao pedido de
explicações, além de não poder indeferir o pedido liminarmente;
Por ausência de previsão legal, o pedido de explicações não suspende e nem interrompe o
prazo decadencial para o oferecimento da queixa-crime ou representação.

AÇÃO PENAL

Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art.
140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141
deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do
§ 3o do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009)

➔ REGRA: Ação penal PRIVADA nos três crimes contra a honra. O ofendido ou seu
representante legal poderão exercer o direito de queixa dentro do prazo de 6 meses, contados
do dia em que vier a saber quem foi o autor do crime (CPP, art. 38). Tal prazo é decadencial,
computando-se o dia do começo e excluindo o dia final.

➔ EXCEÇÕES:

a) Injúria real (CP, art. 140, § 2º);

Se da violência resultam vias de fato ➔ A ação penal é de iniciativa privada,


pois as vias de fato são absorvidas pela injúria, que é mais grave;

Se da violência empregada resulta lesão leve ➔ Com a lei 9.099/95, passou a


ser condicionada a representação do ofendido;

Se da violência resultam lesões graves ou gravíssimas ➔ A ação penal é


pública incondicionada.

b) Se o crime for praticado contra o Presidente da República ou contra chefe de


governo estrangeiro ➔ A ação penal é pública condicionada à representação do
Ministro da Justiça;

c) Crime cometido contra funcionário público, no exercício de suas funções –


legitimidade concorrente;

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO (ex: se eu digo


que fulano, funcionário público, habitualmente se apropria do dinheiro
público - há estreita relação com a função por ele exercida) OU AÇÃO
PENAL PRIVADA (ex: se eu digo que fulano, funcionário público, é adúltero)
➔ súmula 714 do STF.

Súmula 714 STF – É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público,
condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em
razão do exercício de suas funções.

OBS: Se a ofensa não disser respeito ao exercício de suas funções. Não basta que a ofensa seja
irrogada contra funcionário público ou no seu lugar de trabalho, sendo necessário que o fato
imputado tenha vinculação com a sua especial condição funcional.

d) Injúria preconceituosa ➔ Ação penal pública condicionada à representação do


ofendido (CP, art. 145, parágrafo único).

OBS: Porém antes da Lei 12.033/09, era crime de ação penal privada.

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