1) Existe uma "zona livre para ofensas" nas interações humanas onde pequenas ofensas não configuram ilícitos jurídicos, apesar de poderem ser consideradas antiéticas.
2) Essa zona é maior em redes sociais onde usuários se expõem voluntariamente a comentários de terceiros.
3) No entanto, ofensas graves que atentem contra a honra podem caracterizar ilícitos civis mesmo em redes sociais.
1) Existe uma "zona livre para ofensas" nas interações humanas onde pequenas ofensas não configuram ilícitos jurídicos, apesar de poderem ser consideradas antiéticas.
2) Essa zona é maior em redes sociais onde usuários se expõem voluntariamente a comentários de terceiros.
3) No entanto, ofensas graves que atentem contra a honra podem caracterizar ilícitos civis mesmo em redes sociais.
1) Existe uma "zona livre para ofensas" nas interações humanas onde pequenas ofensas não configuram ilícitos jurídicos, apesar de poderem ser consideradas antiéticas.
2) Essa zona é maior em redes sociais onde usuários se expõem voluntariamente a comentários de terceiros.
3) No entanto, ofensas graves que atentem contra a honra podem caracterizar ilícitos civis mesmo em redes sociais.
Indaga-se: todas as ofensas desferidas a outrem caracterizam um ilícito civil e, portanto, dão ensejo à reparação civil? A resposta é não. Como defende ocoautor Carlos E. Elias de Oliveira (2020-U), em todas as relações interpessoais, há uma 'zona livre para ofensas, que pode ser maior ou menor a depender do grau de intimidade, do nível de formalidade e da existência de expressa recusa de um dos seus membros a participar desse ambiente de liberdade. de manifestação. Nem todas as ofensas são fatos jurídicos. Nem todas as ofensas passam pelo plano da existência dos fatos jurídicos. Háalgumas que ficam apenas no campo da moral e convém que assim continue. Algumas ofensas são enquadradas na jurisprudência como "meros aborreci mentos. Em poucas palavras: nem toda "falta de educação` é unm ilícito civil, embora possa ser um "ilícito moral (o que é irrelevante para o Direito). Adura tarefa do jurista édelimitar alinha divisória que separa ofensas juridicamente relevantes daquelas que só têm efeito no campo da moral. Não há respostas cartesianas para tal questão. Sobre o assunto, reportamo-nos ao supracitado artigo de Carlos E. Elias de Oliveira, o qual aprofunda a matéria. C4.16. Ofensas nas redes sociais38 As redes sociais, em geral, oferecem ambiente para uma "zona livre para ofensas" mais alar 8da. Rede social pode ser comparada a uma grande praça pertencente a uma empresa (como o eDook, o Instagram etc.) que convida qualquer interessado a inter-relacionar-se com os demais. ALCnando suas intimidades e opiniões com uma ampla publicidade a todos os presentes nessa praca. autoriza que seu perfil seja Quem cria pertilemuma rede social e visualizado uma zona livre para ofensas> por de torma indeterminada expòe-se voluntariamente a natureza, são mais formais, a mais pesSoas ampla. Àclaro que há redes sociais que, por exemplo do A z0na livre para ofensas aí é mais atrofiada diante do alto grau Outras redes, porém, como o Thwitter, o Facebook ou o Instagram, de formalidad tendem a o Linkedin. tormais, especialnmente quando ousuário abre suas pubicaçoes o n para acesso irrestrito aaqualquer ciente de que está em pessoa. Nessas hipóteses, o usuário tem de estar uma ZOna livre otensas mais vasta. A margem de tolerância amplia-se. para evs Um usuário que, por exenmplo, posta uma foto esperando receber elogios para a coPa forca rência ou para oseu novo look não pode, posteriormente, querer valer-se da e repressiva do Direito se recebe um comentário crítico e indesejado, como o de alguém aue chama de "feio" o ostentado traje. Ousuário ofendido pode valer-se de ferramentas disponiveis pela própria moral em reacão Pode bloquear oacesso do indivíduo às suas postagens. Ou pode eventualmente contra-atacar com outra ofensa às vestimentas desse desafeto. Essa troca de indelicadezas ("esse barraco), Dor mais triste que possa ser, não éum fato jurídico. Portanto, não pode atrair a força coercitiva repressiva do Direito. Estamos aí diante de movimentações dentro "zona livre para ofensa" Quando se trata de pessoas públicas, o espaço da "zona livre para ofensas" tende a ser bem maior, ainda mais quando lidam com assuntos polvorosos, como os relacionados a política a questöes sensíveis e polêmicas na sociedade. Fique claro, porém: apesar de nelas a zona livre para ofensas ser mais alargada, as redes sociais não são um faroeste. Nesse sentido, de modo exemplar, a civilista e juíza Marília de Avila e Silva Sampaio (2020) decidiu contra postagens feitas na rede social Twitter por conta de seu elevado conteúdo ofensivo e, para tanto, assim lecionou: E de se registrar, ainda. que oordenamento jurídico possui indisfarçável prestígio à liberdade de expressão, deixando, em regra, para controle a posteriori casos de abusoS, ainda mais no âmbito da Internet. Disso dá conta o art., 19 da Lei 12.965/15 - Marco Civil da Internet - MCI, que desobriga os provedores de aplicações de internet a retira rem conteúdos postados sem uma ordem judicial específica, com exceção dos casos de nudez (art. 22 da referida Lei). O STF acena nesse sentido ao proibir a censura prévia a biografias, conformeo julgamento da ADI 4815.(ELIAS, Carlos Eduardo. "Zona livre pard ofensa e as redes sociais". Disponível em www. Flaviotartuce.ady.br/artigos_convidados,. Analisando as postagens colacionadas pelo autor àhonra do autor e com verifica-se aque são, de fato, OIelis conteúdo homofóbico, caracterizando-se, se não com0 Como ilicito civil. A peSsoa que tem seu nome, sua honra ou Sua conteúdo veiculado na internet tem o direito de ter imagem violada p identificação dos responsáveis pela postagem, nos acessodoaos termos que dados necessa preconiza oart. 22 da Lei 12.965/15 - Marco Civil da Internet - MCI"