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Revolução industrial e Rumos do Capitalismo

O século XVIII foi marcado por uma série de invenções que foram responsáveis
por transformar os modos de produção. Essas transformações se originaram nas fabricas
de algodão da Inglaterra, entretanto, com o passar dos anos essas mudanças chegaram à
todo o sistema fabril. Segundo LANDES, houveram diversas inovações neste meio
fabril, mas o autor da destaque para três princípios: a substituição da habilidade e do
esforço humano pelas maquinas, que eram mais rápidas, precisas e incansáveis; a
substituição de fontes animadas de energia; a substituição de fontes animadas de energia
por fontes inanimadas de energia, ou seja, o uso de maquinas que convertem o calor em
trabalho; e o uso de novas matérias primas que eram mais abundantes, substituindo as
substancias vegetais e animais por substancias minerais.

Esses aperfeiçoamentos contribuíram para o avanço da revolução industrial, pois


trouxe um aumento na produtividade, assim gerando uma maior riqueza para os donos
das fabricas e uma maior renda per capita. Além disso, segundo LANDES, esses
avanços trouxeram melhoria nas condições de vida das pessoas, consequentemente, isso
está relacionado diretamente com o crescimento demográfico. Como foi falado em aula,
nessa época houve um aumento na expectativa de vida das pessoas, assim como o saber,
que agregava ainda mais nas produções tecnológicas e tudo que estava ao redor do
sistema fabril. Segundo LANDES dessa forma a Revolução Industrial inaugurou uma
nova era promissora, pois revoluciono a ordem social e modificou a maneira de pensar e
viver do homem.

Em seu texto, LANDES relata sobre a vida dos trabalhadores industriais, que
possuíam grandes cargas horarias e ansiavam pelo final de semana para poder desfrutar
dos seus poucos trocados gastos com festas e bares. Com a depressão do mercado, os
patrões aumentaram a vigilância sobre a mão-de-obra, assim como as cargas horarias
abusivas. Mesmo que, os trabalhadores ingleses conseguissem ter uma melhor dieta,
com a presença de carne e de pão branco, mesmo que, possuíssem calçados de couro, a
pobreza se fazia presente e isso não era bem visto. Segundo LANDES, em épocas
anteriores a pobreza era tratada como um mal inevitável, e os pobres um objeto de
responsabilidade para seus vizinhos. Mas nesse período a pobreza passou a ser vista
como pecado e os pobres como culpados por suas condições.
Se no texto de LANDES, em uma parte, fala sobre o cotidiano dos
trabalhadores, THOMPSON em seu texto vai trabalhar com a percepção do tempo, que
foi alterada e intensificada após a Revolução Industrial, entre 1300 e 1650. O autor
mostra que as tarefas cotidianas eram marcadas pelo tempo da natureza. As pessoas
confiavam mais no tempo da natureza do que na marcação do relógio, confiavam no
cocoricar do galo para levantar logo cedo e no pôr do sol para encerrar seus trabalhos.
Mas as cobranças por exatidão passaram a se fazer presente, pois o relógio passou a ser
mais difundido e aceito, segundo o autor, Newton foi um dos que contribuiu para essa
expansão do relógio.

A partir da metade do século XVIII o relógio passou a ser um item intimo das
pessoas. Segundo THOMPSON, a utilização do relógio começou a reger a vida das
pessoas, através dos sinos da igreja, sinos nas fábricas e relógio de pulso. Segundo o
autor, os relógios passaram a regular o ritmo de trabalho. O trabalhador passou a ter o
trabalho medido por horas, com jornadas de trabalho que chegavam a 16 horas diária.

O professor Ricardo Antunes em sua entrevista fala sobre a reestruturação do


capitalismo que se originou em 1973. A partir disso, desencadeou mudanças profundas
no capitalismo. As grandes fabricas tendem a aderir as novas tecnologias, como
computação, robótica, inteligência artificial e softwares. Com isso, segundo o professor
Ricardo Antunes, geraria empregos somente para a parte superior da classe
trabalhadora, para aqueles que dominam as tecnologias da informação. Já as camadas
inferiores da classe trabalhadora iriam ficar desamparadas, pois a essência da indústria
4.0 é aumentar a produtividade e diminuir o custo. Assim como no filme “Eu, Daniel
Blake”, as pessoas mais velhas que não foram criadas dentro dessas novas tecnologias,
vão ficar à margem da sociedade. Com dificuldades de se encaixar nesse novo mundo
tecnológico, essas pessoas não vão atender a demanda do mercado, e consequentemente
ficarão desempregadas.

Segundo o professor Ricardo Antunes, a classe trabalhadora não vai acabar,


porém ela pode ser levada pra uma condição de fragmentação e precarização, muito por
conta da expansão do proletariado de serviço. As lutas serão separadas e enfraquecidas
pelo sistema, enquanto o próprio sistema se fortalece. Segundo o professor, cabe ao
proletariado se unir nas lutar, com o objetivo de fortalecimento da classe. Criar órgãos
nacionais conectados com órgãos internacionais, para pensar quais modos de vida
buscar.
Fontes:

LANDES, David. A Revolução Industrial na Inglaterra. In: Prometeu Desacorrentado:


transformação tecnológica e desenvolvimento industrial na Europa ocidental desde 1750
até nossos dias. Rio de Janeiro: Campus, 2005, p. 43- 130.

THOMPSON, E. P. Tempo, disciplina do trabalho e capitalismo industrial e A venda de


esposas. In:__. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. 8ª
reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 267- 352.

Entrevista Professor Ricardo Antunes 2018

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