Agregar serviços e valor

Edição
para elevar a fasquia da
sustentabilidade
Pág. 48

Inteligência Artificial actualiza

linhas de produção
para Indústria 4.0
Pág. 72

Apoio

Esta revista faz parte integrante da edição 2048 do Jornal de Leiria, de 12.10. 2023 e da edição 4990 do Correio de Azeméis, de 17.10 .2023

Plano da capa.indd 1 04/10/2023 15:00:43

Plano da capa.indd 2 04/10/2023 15:00:11
 Editorial
Novos tempos, os mesmos
desafios

L
ançamos esta edição da revista Moldes e
Plásticos num curioso cenário. Embora o ano
de 2022 tenha sido marcado por uma nova
quebra nas transacções de moldes para os
mercados externos, os sinais parecem dar a entender
que o panorama está marcado por sinais positivos para
o sector. Pelo menos é o que indica o Instituto Nacional
de Estatística (INE), acerca do primeiro semestre de
2023.
Índice Ainda assim, o tempo continua a ser de cautela e
04 Exportação de moldes no distrito dá sinais de recuperação em 2023 de indefinição, com pressões para baixa de preços
12 Exportações de empresas de plásticos do distrito abrandam em 2022 e prolongamento dos prazos de pagamento e de
20 Opinião: Márcio Lopes, docente do Politécnico de Leiria conclusão de novas encomendas, isto, apesar de as
empresas nacionais enfrentarem, diariamente, a
22 Entrevista: Mário Campolargo, secretário de Estado da
subida do preço de matérias-primas essenciais, como
Digitalização e da Modernização Administrativa
o aço, a reboque da inflação e da habitual especulação
30 “Por cumprirem todas as exigências que o mercado lhes coloca, muitas vezes,
que se verifica, especialmente, em tempos difíceis.
as nossas empresas perdem as encomendas” França e Espanha, revela o INE, foram os mercados
38 Opinião: Mário Galvão, administrador da Unite Global Tooling Solutions SA que mais cresceram em 2022 e 2023, com a Alemanha
40 Politécnico de Leiria cria solução escalável de sensorização de máquinas de a manter-se como um dos principais parceiros das
injecção para máquinas antigas empresas nacionais.
46 Opinião: Helena Santos, CEO na HS Consultores Com a redução do volume de negócios e a concorrência
48 Agregar serviços e valor para elevar fasquia da sustentabilidade da China, os moldes portugueses procuraram novos
58 Opinião: Filipa Pereira, agente Oficial da Propriedade destinos e ensaiam mercados em continentes que, até
Industrial e especialista em Patentes da J. Pereira da Cruz agora, se tinham mantido abaixo da linha de radar,
como o africano e asiático, e retomaram o esforço de
60 Afinar procedimentos e mobilizar colaboradores para uma cultura verde
captação de novos clientes na América do Norte.
72 Startup de Leiria cria solução de Inteligência Artificial que actualiza chão de
Na frente interna, a ordem geral continua a ser
fábrica para Indústria 4.0
“fazer mais com menos”, num exercício de enorme
78 Mais do que a tecnologia a “imprevisibilidade” do mercado é o maior desafio esforço para empresas e colaboradores, num sector
para o sector tão competitivo e dependente de indústrias como
84 Better Plastics fez nascer mais de 20 produtos e tecnologias sustentáveis a automóvel, que está a passar por uma enorme
96 Resíduos plásticos ganham vida nova em produtos de diversos sectores revolução.
108 Opinião: Rui Tocha, economista, diretor-Geral do CENTIMFE e docente do As apostas passam agora pela diversificação de
Ensino Superior encomendas em novas áreas de actividade, nova
110 Análise: Maiores empresas de moldes do distrito retomam crescimento tecnologia e inovação, mesmo que a “inovação”
112 As 50 Maiores Empresas de Moldes do Distrito de Leiria passe por “fazer mais” com equipamentos antigos,
melhorados e actualizados com a ajuda da academia.
114 As 50 Maiores Empresas de Moldes do País
Nesta revista, damos vários exemplos deste trabalho
116 Análise: Seis maiores empresas de plástico
e publicamos uma entrevista com o secretário de
do distrito integram ranking nacional
Estado da Digitalização e da Modernização, Mário
118 As 50 Maiores Empresas de Plásticos do Distrito de Leiria Campolargo, onde o governante refere metas e
120 As 50 Maiores Empresas de Plásticos do Distrito de Leiria caminhos para uma indústria mais voltada para o valor
122 Metodologia Moldes e Plásticos do talento e capital humanos.
A indústria de moldes e plásticos mantém igualmente
Ficha técnica o foco na busca de novos modelos e fontes de
financiamento, de nichos de alta rentabilidade,
Edição: Jorlis - Edições e Publicações, Lda. Director: Francisco Pedro
Redacção: Alexandra Barata, Daniela Franco Sousa, Jacinto Silva Duro como a indústria aeronáutica, a redução do consumo
Tradução: JABA - Translations Serviços Comerciais: Carla Henriques, Lúcia Alves, Rui energético e, naturalmente, a sustentabilidade.
Pereira, Sofia Caçador Paginação: Isilda Trindade, Rita Carlos
Impressão: Lidergraf, Artes Gráficas, SA Tiragem: 15.000 N.º de Registo 109980
Distribuição: Jornal de Leiria, de 12.10.2023 e Correio de Azeméis, de 17.10.2023 Jacinto Silva Duro

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 3


Exportação de
moldes no distrito
dá sinais de
recuperação em 2023
Apesar de 2022 ter voltado a registar uma
quebra das vendas no mercado externo, os
primeiros seis meses deste ano apontam para
uma melhoria dos resultados das empresas, ao
contrário do que tem sucedido nos últimos anos.
Todavia, as indústrias perderam poder negocial,
pelo que estão a vender a preços mais baixos e a
receber mais tarde, e o preço do aço continua a
aumentar
4 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
RICARDO GRAÇA
Alexandra Barata
redaccao@jornaldeleiria.pt
Com quebras sucessivas nas exportações
desde 2019, as empresas de moldes do
distrito de Leiria tiveram piores resul-
tados em 2022 do que no ano anterior,
de acordo com os dados facultados ao
JORNAL DE LEIRIA pelo Instituto Na-
cional de Estatística (INE). As vendas no
mercado internacional diminuíram de
213,1 para 211,4 milhões de euros entre
2021 e 2022. Contudo, a avaliar pelos re-
sultados dos primeiros seis meses deste
ano, 2023 poderá ser um ano de retoma,
já que as exportações aumentaram de
97,3, no mesmo período em 2022, para
143,5 milhões de euros.
Cauteloso, Manuel Oliveira, secretário-
-geral da Cefamol – Associação Nacional
da Indústria de Moldes, diz que a retoma
é uma “incógnita”, pois o sector tem “al-
tos e baixos”. “Partimos de uma situação
muito baixa em relação aos últimos anos,
pelo que o crescimento no número de
negócios, no segundo semestre de 2022,
torna-se mais significativo nos primeiros
seis meses deste ano”, esclarece.
No entanto, o secretário-geral da Ce-
famol considera as condições de venda
“preocupantes”. “As empresas têm um
poder negocial mais restrito. Os preços
estão mais reduzidos e os prazos de

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pagamento mais longos”, revela. “Há
menos trabalho e isso repercute-se na
cadeia de fornecimento”, acrescenta.
Alemanha, Espanha e França man-
têm-se como os três principais destinos
das exportações das empresas de moldes
do distrito. Apesar de prosseguir na lide-
rança, o mercado germânico continua a
registar quebras no valor das encomen-
das desde 2021. Se neste ano, em rela-
ção ao anterior, o montante encaixado
diminuiu de 56,2 milhões de euros para
44,6 milhões, em 2022 a queda foi ainda
mais abrupta, ao passar para apenas 20,8
milhões de euros, ou seja, menos 23,8
milhões do que no ano anterior.

França e Espanha em alta

Em contrapartida, as exportações para
o mercado francês tiveram um peso fi-
nanceiro superior em 2022, em compa-
ração com o ano anterior, ao crescerem
de 24,6 para 26,6 milhões de euros. Os
resultados também melhoraram entre
o primeiro semestre do ano passado e
o período homólogo deste ano, ao pas-
sarem de 14 para 19,1 milhões de euros,
o que pode ser um indicador de que o
valor das exportações em França será
melhor no final de 2023 do que em 2022.
No ano passado, as indústrias de mol-
des do distrito também conseguiram
encomendas num valor superior em
Espanha, em relação a 2021, ao passa-
rem de 22 para 26,6 milhões de euros.
Além disso, entre Janeiro e Junho deste
ano, os resultados também melhoraram,
em comparação com o ano passado, ao
subirem de 12,4 para 23,1 milhões de eu-
ros, ou seja, quase o dobro das vendas.
Apesar de a Rússia ter invadido a Ucrâ-
nia em Fevereiro de 2022, as empresas
portuguesas continuam a manter rela-
ções comerciais com o país liderado por
Vladimir Putin. No entanto, a nível na-
cional, o valor das exportações reduziu
de 4,7 milhões de euros em 2021 para 2,2
milhões em 2022, enquanto no distrito
diminuíram de 1,6 para 1,4 milhões de
euros. Manuel Oliveira acredita que se-
ja, no entanto, um “número mínimo de
empresas”.
Os dados do INE permitem ainda cons-
tatar a entrada das empresas de moldes
de Leiria em novos mercados, no ano
passado. Desde Malta, ao Paquistão, à
Estónia, ao Japão e à Costa do Marfim.
Todavia, as vendas resultantes destes
contactos comerciais são pouco ex-
pressivas. Como tal, a melhoria dos re-
sultados das exportações entre os

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 5

primeiros seis meses do ano passado e
o mesmo período deste ano deve-se, so- Moldes - principais mercados de exportação do distrito
bretudo, ao crescimento nos mercados 2021-2022 (valores anuais em milhões de euros)
onde as indústrias já têm clientes.
Com um peso de 51,3% a nível nacio-
nal, as empresas de moldes do distrito Total
2021 2022
encaixaram, no ano passado, 211,4 mi- 2021
2022
lhões de euros dos 411,8 milhões que en- 213,1
traram nos cofres de todas as empresas 44,6 211,4
do sector em Portugal. Se se comparar
os primeiros seis meses do ano passado
com o período homólogo deste ano, a
nível nacional, verifica-se que o mon-
tante resultante das vendas também
24,6 26,6 26,6
aumentou de 186,3 para 278,7 milhões 22
20,8
de euros. Ou seja, mais 92,4 milhões de
euros, o que constitui um sinal de alento.
Alemanha, Espanha e França também
são os mercados para onde as indústrias
mais exportam a nível nacional, embora
Espanha tenha um peso mais significati-
vo do que França, ou seja, o inverso do Alemanha França Espanha
que acontece no distrito.

Importações sobem Moldes - principais mercados de exportação do distrito

Ao contrário do que tem sucedido desde 2022-2023 (valores do primeiro semestre em milhões de euros)
2019, as importações de equipamentos
e matéria-prima aumentaram. Em 2021,
o montante investido pelas empresas
2022 2023 2022 2023
de moldes do distrito no mercado inter- 97,3 143,5
nacional foi de 38,5 milhões de euros,
enquanto no ano passado foi de 50,2 27,1 26
milhões de euros. Já nos primeiros seis
meses de 2023 registou-se um abranda- 23,1
mento, em relação ao mesmo período do
19,1
ano passado, com o valor das compras
a diminuir de 24,9 para 22,8 milhões de
euros. Embora desconheça as causas 14
12,4
do aumento das importações, Manuel
Oliveira admite que possam estar a ser
utilizados no processo de produção,
devido ao crescimento da actividade.
A nível nacional, as importações das
indústrias de moldes dispararam de 73,4
para 114,3 milhões de euros entre 2021 Alemanha França Espanha
e 2022. Já entre Janeiro e Junho deste
ano e os mesmos meses do ano passado,
registou-se um abrandamento na com- Moldes - importações Moldes - importações do
pra de matérias-primas e equipamentos anuais do distrito distrito no primeiro semestre
de 24,9 para 22,8 milhões de euros. A (valores em milhões de euros) (valores em milhões de euros)
balança comercial continua, assim, a
apresentar um saldo positivo, tanto em
Portugal como no distrito, pois as expor- 2021
tações foram superiores às importações. 38,5 2022
Total Total
No distrito de Leiria, o saldo positivo 24,9
é de 172,9 milhões de euros em 2021 e
de 162,9 milhões de euros em 2022. Nos 2022 2023
primeiros seis meses de 2022, o saldo da 22,8
50,2
balança comercial foi de 72,4 milhões
de euros e, no período homólogo des-
te ano, foi de 120,7 milhões de euros. A
nível nacional, em 2021 registou-se um Fonte: INE

6 JORNAL DE LEIRIA 18 de Maio de 2023

saldo positivo de 326,6 milhões de euros
e no ano passado de 297,2 milhões de Moldes - dimensão das empresas do distrito
euros. Já entre Janeiro e Junho de 2022,
o saldo da balança comercial foi de 133,1
milhões de euros e, nos mesmos meses 29 2020 2021
Médias Total
deste ano, foi de 227,9 milhões de euros. 389 380
29 Empresas
Itália, Alemanha, Espanha e China fo-
ram os quatro países onde as indústrias 123
de moldes do distrito mais adquiriram Pequenas
equipamentos e matéria-prima, enquanto 112
a nível nacional a França surge em quar-
237
to lugar e a China em quinto. Todavia, Micro
as importações de França, da parte das 239
empresas da região, cresceram nos pri-
meiros seis meses deste ano, em relação
ao mesmo período do ano passado, de 945
mil euros para 1,6 milhões de euros. Moldes - dimensão das empresas do País
As importações para a China também
subiram, entre Janeiro e Junho de 2022 1
e os mesmos meses deste ano, ao pas- Grandes
1
sarem de 1,5 para 2,4 milhões de euros, 2020 2021
o que não sucedeu com os restantes Médias
48 730 Total
48 Empresas
714
principais fornecedores das empresas
do distrito. De notar ainda que Leiria foi 219
Pequenas
a única região do País que continuou a 207
importar produtos da Rússia, no ano 462
passado, no valor de 2835 euros. Ainda Micro
458
de acordo com o INE, nos primeiros seis
meses de 2023, não há registo de impor- Fonte: INE
tações deste país.

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12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 7

Distrito perde nove empresas
Entre 2020 e 2021, o distrito de Leiria
perdeu nove empresas de moldes, na
sequência do encerramento de 11 pe-
quenas empresas e do surgimento de
mais duas microempresas. O fecho das
nove indústrias corresponde a perto de
metade das que encerraram a nível na-
cional: 23. Esta situação afectou apenas
pequenas e micro empresas. No primeiro
caso, entre 2020 e 2021, fecharam 12 in-
dústrias (passaram de 219 para 207) e, no
segundo caso, quatro (passaram de 462
para 458). O número de grandes (um) e
médias empresas (48) mantiveram-se.
Os dados estatísticos do INE referentes
a 2022 e a 2023 identificam seis conce-
lhos onde são fabricados moldes para
exportação no distrito: Marinha Grande,
Leiria, Alcobaça, Porto de Mós, Batalha
e Pombal. No total, encaixaram 211,4
milhões de euros no ano passado, valor
que deverá ser superado este ano, se se
tiver em consideração que as vendas nos
primeiros seis meses deste ano atingiram
de 143,5 milhões de euros e, no mesmo
período do ano passado, foram de 97,3
milhões de euros.
As indústrias da Marinha Grande lide-
ram o distrito, com um encaixe de 114,3
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8 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
milhões de euros no mercado externo obter vendas, em 2022, de 62,6 milhões
em 2022. Os resultados do primeiro se- de euros. Tal como na Marinha Grande,
mestre deste ano deixam antever um ano os resultados melhoraram entre Janeiro
de 2023 melhor, ao aumentarem de 51,3 e Junho de 2023, em comparação com o
milhões de euros no mesmo período do período homólogo do ano passado, ao
ano passado para 71,7 milhões de euros. crescerem de 28,8 para 46,2 milhões de
Leiria posiciona-se no segundo lugar, ao euros.
“O mercado está melhor, mas temos
de ter em atenção condicionantes, como
o agravamento dos custos de produção”,
sublinha Manuel Oliveira. “O aço e os
componentes tiveram aumentos tre-
mendos, nos últimos anos”, assegura.
O mercado está “Estamos a comprar muito mais caro,
ao mesmo tempo que os preços de ven-
melhor, mas temos da reduziram e os prazos de pagamento
aumentaram”, garante.
de ter em atenção O concelho de Alcobaça vendeu 28,4
milhões de euros a outros países, no ano
condicionantes, passado, resultado que é expectável que
como o melhore no final deste ano, pois, em
comparação com os primeiros seis meses
agravamento dos do ano anterior, as vendas aumentaram
em 8,8 milhões de euros. Os restantes
custos de produção concelhos de Porto de Mós, Batalha e
Pombal não têm grande expressão nos
Manuel Oliveira resultados. Quanto à importação de
equipamentos e matérias-primas, o sal-
Cefamol do da balança comercial é positivo para
todas as indústrias de moldes do distrito.
 Abstract
Mould exports in the district show signs
of recovery in 2023
With successive drops in exports since
2019, mould companies in the Leiria
district had worse results in 2022 than
in the previous year, according to the
National Statistics Institute (INE).
Sales on the international market
fell from 213.1 to 211.4 million Euros
between 2021 and 2022. However,
judging from the results of the first
six months of this year, 2023 could
be a year of recovery, as exports have
increased from 97.3 in the same period
in 2022 to 143.5 million Euros.
Cautiously, Manuel Oliveira,
secretary general of Cefamol, says
that the recovery is “unknown”, as
the sector has ”ups and downs”.
”We started in a very low situation
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10 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
compared to recent years, so the amount resulting from sales has also
growth in the number of businesses increased from 186.3 to 278.7 million
in the second half of 2022 is especially Euros. In other words, 92.4 million
significant in the first six months of Euros more, which is an encouraging
this year,” he explains. However, he sign.
considers the sales conditions to be
”worrying”. ”There is less work and
companies have less negotiating
power. Prices are lower and payment
terms are longer”.
With a national weight of 51.3%, the
district’s mould companies earned
211.4 million Euros last year, out of
the 411.8 million which entered the
coffers of all companies in the sector
in Portugal. If you compare the first
six months of last year with the same
period this year, at a national level, the

Exportações
de empresas de
plásticos do distrito
abrandam em 2022
Presidente da Associação Portuguesa da
Indústria de Plásticos, Amaro Reis diz que a
invasão da Ucrânia pela Rússia provocou um
agravamento dos custos da matéria-prima, que
tinham baixado devido à pandemia, e conduziu
a um aumento do preço da energia. Estes dois
factores afectaram a competitividade das
empresas e reflectiu-se no volume de negócios
de algumas indústrias do sector
12 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
RICARDO GRAÇA
Alexandra Barata
redaccao@jornaldeleiria.pt
As empresas de plásticos do distrito re-
gistaram, no ano passado, um abranda-
mento nas exportações, em comparação
com 2021. Depois do aumento constante
da facturação nos últimos anos, as ven-
das para o mercado externo diminuíram
de 328,7 para 325,2 milhões de euros, de
acordo com os dados facultados pelo
Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
A nível nacional, a trajectória de cresci-
mento mantém-se.
Amaro Reis, presidente da Associação
Portuguesa da Indústria de Plásticos
(APIP), desvaloriza o facto de as empresas
do distrito terem perdido 3,5 milhões de
euros no mercado externo. “Esses valores
contam pouco”, observa. “Vínhamos de
anos de subida das exportações, porque
o custo das matérias-primas baixaram
muito na altura da Covid-19”, explica.
“Mas, no ano passado, a guerra [inva-
são da Ucrânia pela Rússia] fez disparar
os custos das matérias-primas e da ener-
gia, o que veio afectar a competitividade
dos preços e pode ter influenciado o vo-
lume negócios das empresas”, justifica
Amaro Reis. “Para o ano, é natural que as
famílias consumam ainda menos, devido
à inflação, o que vai afectar toda a cadeia

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de produção da indústria”, alerta.
Se compararmos os primeiros seis
meses de 2022 com o mesmo período
deste ano, verifica-se uma recuperação
no valor das vendas no exterior de 1,3 mi-
lhões de euros, ao aumentarem de 173,8
para 175,1 milhões de euros. O segundo
semestre será, assim, determinante para
perceber se o ano irá fechar com melho-
res resultados do que no ano passado, em
que o volume de negócios das indústrias
do distrito de Leiria sofreram uma per-
da de 3,5 milhões de euros no mercado
externo.
Em contrapartida, a nível nacional, as
empresas do sector contribuíram para
um incremento da facturação com as
exportações a subirem de 3,4 para 3,8
mil milhões de euros, entre 2021 e 2022.
Contudo, enquanto no primeiro semestre
do ano passado as indústrias já tinham
encaixado dois mil milhões de euros, no
período homólogo de 2023 ficaram-se
pelos 1,7 mil milhões de euros, ou seja,
menos 300 milhões de euros.

Espanha domina exportações

Espanha continua a ser o mercado ex-
terno mais importante, tanto para as
indústrias do distrito, como a nível na-
cional. Todavia, as empresas da região
perderam algum terreno no país vizinho,
ao reduzirem o volume de negócios de
143,5 para 140,9 milhões de euros, entre
o ano passado e o ano anterior. A com-
paração entre os resultados de Janeiro
a Junho de 2021 e o mesmo período de
2022 também não são animadores, pois
desceram de 76,2 para 62,6 milhões de
euros. O presidente da APIP acredita que
esse arrefecimento tem que ver com a
crise de consumo das famílias. No ano
passado, Espanha representou 43,3% dos
negócios no distrito de Leiria.
França mantém-se como o segundo
destino das exportações do distrito,
embora com uma importância bastan-
te menor do que Espanha. Entre 2021 e
2022, o montante resultante das vendas
no exterior aumentou ligeiramente, de
46,3 para 46,6 milhões de euros. Além
disso, enquanto no primeiro semestre
de 2022 permitiram um encaixe de 26,6
milhões de euros, no período homólogo
deste ano aumentaram para 42,1 milhões
de euros, o que pode ser encarado como
um sinal de melhoria dos resultados do
sector no final de 2023.
Em relação ao mercado germânico,
também se verificou algum abrandamen-
to no valor das exportações, pois em

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 13

2021 foram de 21,3 milhões de euros, en-
quanto no ano passado desceram para Plásticos - principais mercados de exportação do distrito
20,8 milhões de euros. No entanto, no 2021-2022 (valores anuais em milhões de euros)
primeiro semestre deste ano registou-
-se um incremento nas vendas a clien-
tes alemães para 11,9 milhões de euros,
2021 Total
enquanto entre Janeiro e Junho de 2022 2022
esse valor foi de 10,9 milhões de euros. 2021
2022
Vendas em Marrocos crescem 143,5 140,9
657,3
650,4
Marrocos continua a ser o quarto mer-
cado mais importante para as fábricas
de plástico do distrito, ao representar
vendas no montante de 18,7 milhões de
euros no ano passado, enquanto em 2021
foram de apenas 11,2 milhões de euros.
46,3 46,6
Os dados do INE indicam ainda que no
primeiro semestre do ano passado, este
mercado africano representou dez mi- 21,3 20,8
lhões de euros. Já no mesmo período
deste ano, as vendas decresceram para
8,9 milhões de euros. Espanha França Alemanha
A nível nacional, Espanha, França, Ale-
manha e Países Baixos são os principais
destinos das exportações das empresas Plásticos - principais mercados de exportação do distrito
de plástico, com o mercado espanhol a 2022-2023 (valores do primeiro semestre em milhões de euros)
destacar-se na liderança. Entre 2021 e o
ano passado, o montante resultante das
vendas neste país aumentou de 1,4 para 2022 2023 Total
1,5 mil milhões de euros. Mas se nos pri-
2022
meiros seis meses de 2022, a facturação 2023
resultante das relações comerciais com 347,6
Espanha resultou em 810 milhões de
76,2 350,3
euros, no período homólogo deste ano
desceu para 715,9 milhões de euros. 62,6
Entre o ano passado e o ano anterior,
as indústrias portuguesas continuaram
42,1
a aumentar as exportações para França,
de 424,9 (2021) para 515,8 milhões de 26,6
euros (2022), para a Alemanha, de 250,4
(2021) para 515,8 milhões de euros (2022),
10,9 11,9
e para os Países Baixos, de 196,6 (2021)
para 287,8 milhões de euros (2022). No
caso deste país, as vendas das empresas
do distrito são menos relevantes. Apesar Espanha França Alemanha
disso, cresceram de 4,8 (2021) para seis
milhões de euros (2022).
Plásticos - importações Plásticos - importações do
Importações aumentam anuais do distrito distrito no primeiro semestre
Quanto à importação de bens para o fa- (valores em milhões de euros) (valores em milhões de euros)
brico de plásticos no distrito, os dados
estatísticos do INE permitem concluir
que se verificou um acréscimo de 21,3 2021 2022
milhões de euros entre 2021 e 2022, já
205,4 Total 126,6 Total
que as empresas do sector investiram
205,4 milhões de euros há dois anos e 2023
2022
226,7 milhões de euros no ano passado. 116,5
Se nos reportarmos aos primeiros seis 226,7
meses de 2022 e deste ano, constatamos
um decréscimo nas importações de 126,6
para 116,5 milhões de euros.
Espanha (74,3 milhões de euros), Itá- Fonte: INE

14 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023

lia (25,4 milhões de euros), França (21,1
milhões de euros) e Países Baixos (19,8 Plásticos- dimensão das empresas do distrito
milhões de euros) foram os quatro países
aos quais as indústrias de plásticos mais
recorreram para adquirir bens necessá- 2 2020
Grandes
rios para o processo de fabrico. 2 209 Total 2021
A nível nacional, o valor investido em 20 Empresas 209
importações foi de 2,2 mil milhões de Médias
23
euros em 2021 e de 2,5 mil milhões de
71
euros no ano passado. Espanha, Países Pequenas
70
Baixos, Alemanha e os Estados Unidos
são os quatro principais fornecedores das 116
Micro
empresas portuguesas. 114
Amaro Reis calcula que as importa-
ções se reportem, sobretudo, à compra
de matéria-prima, pois “não há produ-
ção suficiente em Portugal e os preços Plásticos - dimensão das empresas do País
subiram muito”. Avança ainda com a
possibilidade de os bens importados po- 21 2020
derem incluir ainda maquinaria e algum Grandes
22 967 Total 2021
produto acabado. Empresas 960
Médias
98
Indústrias do distrito estáveis 104
De acordo com o INE, entre 2020 e 2021, 297
Pequenas
o distrito manteve o mesmo número de 296
empresas: 209. Todavia, houve pequenas
552
alterações na sua dimensão, à excepção Micro
539
de duas grandes indústrias (mais de 250
pessoas, um volume de negócios supe- Fonte: INE
rior a 50 milhões de euros e um

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12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 15

activo líquido superior a 43 milhões de
euros), localizadas na Marinha Grande
e em Pombal.
Neste período, três empresas aumen-
taram para média dimensão (menos
de 250 pessoas, facturação não excede
50 milhões de euros ou o balanço total
anual não ultrapassa 43 milhões de eu-
ros), pelo que há menos uma pequena
empresa (menos de 50 pessoas, volume
de negócios ou balanço total anual abaixo
dos dez milhões de euros) e menos duas
microempresas (menos de dez trabalha-
dores e facturação ou balanço total anual
não excede dois milhões de euros).
Em 2021, Leiria (85), Marinha Grande
(66) eram os dois concelhos do distrito
onde existiam mais indústrias dos plás-
ticos, seguidos de Alcobaça (17), Batalha
(13), Pombal (11) e Porto de Mós (sete).
Caldas da Rainha (três), Peniche (três),
Ansião (duas), Nazaré (uma) e Pedrógão
Grande (uma) são os concelhos onde ha-
via menos unidades empresas do sector.
O subsector da fabricação de artigos de
matérias plásticas prevalece no distrito
em número de indústrias, seguido da
fabricação de outros artigos em plásti-
cos e da fabricação de outros artigos de
plástico não especificados.
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16 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
Menos sete empresas
Em contrapartida, as empresas de
plásticos existentes no País diminuí-
ram entre 2020 e 2021 de 967 para 960.
Apesar disso, há dois anos passou a
No ano passado, existir mais uma grande empresa a
nível nacional e mais seis empresas
a guerra [invasão de média dimensão. No entanto, fe-
chou uma pequena empresa e 13 mi-
da Ucrânia pela croempresas.
Rússia] fez
O presidente da APIP calcula que as
novas empresas possivelmente são da
disparar os custos área do trading, reciclagem, gestão de
resíduos ou distribuição de matérias-
das matérias- -primas. “Não é fácil começar do zero
na área da produção”, comenta. Apro-
-primas e da veita ainda para acrescentar que “a
indústria tem estado comprometida
energia, o que na óptica da economia circular e da
redução do consumo energético”.
veio afectar a Defensor da criação de produtos e
competitividade de métodos mais sustentáveis, Amaro
Reis desafia as empresas do sector dos
dos preços e pode plásticos a aproveitarem os fundos de
projectos mobilizadores do Plano de
ter influenciado o Recuperação e Resiliência (PRR), para
as ajudar a “alinhar com as imposi-
volume negócioo ções” ligadas à descarbonização e à
sustentabilidade. “É um caminho que
Amaro Reis, APIP tem de ser feito por todos.”
 Abstract
The district’s plastics company exports
slowed down in 2022
Plastics companies in the district
saw a slowdown in exports last year
compared to 2021. After a steady
increase in turnover in recent years,
sales to foreign markets fell from
328.7 to 325.2 million Euros, according
to data provided by the National
Statistics Institute (INE). Nationally,
the growth trajectory continues.
Amaro Reis, President of the
Portuguese Association of the Plastics
Industry (APIP), dismisses the fact
that companies in the district have
lost 3.5 million Euros on the foreign
market. “These figures don’t say
much,” he observes. “We were coming
from years of rising exports, because
the cost of raw materials fell sharply
during COVID-19,” he explains.
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18 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
“But last year, the war [Russia’s
invasion of Ukraine] caused the
costs of raw materials and energy
to skyrocket, which affected the
competitiveness of prices and may
have influenced the volume of
business,” explains Amaro Reis. “Next
year, it’s natural that families will
consume even less, due to inflation,
which will affect the entire production
chain in the industry,” he warns.
If we compare the first six months
of 2022 with the same period this
year, the value of sales abroad has
recovered by 1.3 million Euros,
increasing from 173.8 to 175.1 million
Euros. The second half of the year will
therefore be decisive in determining
whether the year will end with
better results than last year, when
the turnover of the Leiria district’s
industries suffered a loss of 3.5 million
Euros on the foreign market.
And, nationally, companies in the
sector contributed to an increase
in export turnover from 3.4 to 3.8
billion Euros between 2021 and 2022.
However, while in the first half of last
year they had already collected two
billion Euros, this year’s accounts for
the homologous period closed with 1.7
billion Euros, or three million Euros
less.
Opinião
Os Moldes – o início de uma transformação
O
s territórios são
organismos vivos que, ao
longo do tempo, se vão
transformando consoante
a combinação de factores lhes são
internos e externos. Em linhas gerais,
os elementos transformadores podem
ser demográficos, económicos e
naturais. O concelho da Marinha
Grande, profícuo na sua história
económica, pode estar a atravessar
uma profunda transformação
Márcio Lopes decorrente das mudanças que têm
ocorrido na indústria do vidro, do
plástico e, agora, dos moldes. No
período 2018-2021, o sector diminuiu
as suas exportações em mais de 100
milhões de euros/ano. Apesar de o
volume de produção e de exportação
ter aumentado em 2022, os valores
registados estiveram ao nível de 2012
com cerca de 500 milhões de euros de
exportação. O primeiro molde para
plásticos exportado por Portugal foi
produzido pela empresa da Marinha
Grande Aníbal H. Abrantes no ano de
1957. Desde então, durante quase sete
décadas, a indústria de moldes de
injecção portuguesa foi conquistando
uma posição de excelência por ser
uma das mais competitivas ao nível
internacional. No entanto, podemos
estar no início de uma mudança
estrutural do sector, estimando-se
que cerca de 50% das empresas de
moldes possam fechar as portas ou
deslocalizarem-se para outros países.
O sector dos moldes em Portugal
enfrenta, hoje, problemas (ameaças)
de natureza estrutural e não
conjuntural conforme figura abaixo.
Desde a pandemia que muitas
Cartelização de Moldes
grandes grupos Portugal
empresariais
fornecedores
Podemos estar a de aço
vivenciar o início
de uma profunda Preços
transformação da chineses
tipologia empresarial
do eixo territorial
Leiria/ Marinha
Grande
20 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
empresas de moldes têm estado
financeiramente descapitalizadas
por falta de encomendas e, neste
exacto momento, a situação torna-
-se mais grave consoante o aumento
dos juros na zona euro. Mas o
problema fundamental do sector
é geoeconómico. A montante,
o sector está sujeito a grandes
grupos fornecedores de aço
(indiano) e, consequentemente,
a preços cartelizados que podem
corresponder a cerca de 25% do custo
de produção do molde. A jusante,
o sector enfrenta a emergência da
China como grande país produtor e
exportador de veículos eléctricos,
acompanhado pelo enfraquecimento
do mercado alemão e, em específico,
da Volkswagen. O sector dos
moldes português acaba por pagar a
elevada factura de ser dependente
da indústria automóvel (75% das
exportações) e de ter uma forte
concentração geográfica, onde cerca
de 51% das exportações tem como
destino a Alemanha, Espanha e
França. Se não bastassem todos esses
factores de fortes constrangimentos,
o sector ainda tem de competir num
mercado global com preços chineses
demasiado baixos. Há uma trágica
incerteza em relação ao futuro dos
moldes em Portugal. Podemos
estar a vivenciar o início de uma
profunda transformação da tipologia
empresarial do eixo territorial Leiria/
Marinha Grande como consequência
de uma nova centralização a favor do
Oriente.
Docente do Politécnico de Leiria
• Dependência do sector
automóvel (75%).
• Liderança chinesa na produção
e exportação de veículos
eléctricos.
• Indefinição de novos modelos
na indústria automóvel.
• Concentração geográfica das
exportações portuguesas de
moldes (51% para Alemanha,
Espanha e França).
Mário Campolargo secretário de Estado da
Digitalização e da Modernização Administrativa
sublinha o esforço no desenvolvimento de
cerca de três mil produtos-piloto em test beds,
investigação em pólos de inovação, 90 milhões
de euros em vales para startups e 20 milhões
para incubadoras e aceleradoras

Desafios da
região de Leiria
encontram-se em
linha com grande
parte dos do
restante País

e diminuição de perdas por desperdício.

Jacinto Silva Duro
jacinto.duro@jornaldeleiria.pt
De que modo a digitalização e a indús-
trias 4.0 e 5.0 poderão ser mais-valias pa-
ra os stakeholders nacionais da indústria
com grande incorporação tecnológica
– como os sectores dos moldes e plásti-
cos – no actual panorama concorrencial
pós-pandémico e de crise provocada pela
inflação, pela indefinição no sector auto-
móvel e pela agressão russa à Ucrânia?
A digitalização e a Indústria 4.0 e 5.0 re-
presentam uma aposta capaz e segura
não só relativamente ao panorama inter-
nacional que conhecemos, mas também
relativamente a cenários, premeditados
ou não, de futuro. A digitalização tem
permitido uma automação e monitoriza-
ção em tempo real dos processos de pro-
dução das nossas empresas. Isso significa
que temos um tecido empresarial capaz
de uma maior eficiência operacional e,
também, capaz de uma redução de custos
Acresce ainda o facto de que, através de
simulação computacional avançada,
conseguimos acelerar o processo de de-
senvolvimento de produtos e de reacção
ao mercado, por meio de testes virtuais.
Depois temos ainda exemplos como a
aplicação de tecnologias como a Internet
das Coisas (IoT) e de processos industriais
como a impressão 3D, directamente as-
sociados a esta “(r)evolução industrial”
que se encontra em curso, seja no sec-
tor automóvel, no sector dos moldes ou
noutros. E importa também salientar a
cooperação entre empresas, instituições
académicas e startups. Aliás, o Governo
já tem em marcha uma série de medidas
de incentivo a este tipo de parcerias de
inovação.
O que pode o secretário de Estado da
Digitalização e Modernização Adminis-
trativa fazer para ajudar os empresários
destes sectores que dizem não estar

22 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023

 DR

Perfil
Uma vida dedicada
às novas tecnologias
O secretário de Estado da Digitalização
e da Modernização Administrativa,
Mário Campolargo, nasceu na Gafanha
de Aquém, no concelho de Ílhavo,
em 1956. É licenciado em Engenharia
Electrotéccnica pela Universidade de
Coimbra, com Mestrado em Ciências
da Computação pelo Imperial College
de Londres, pós-graduação em Gestão
pela École Solvay da Universidade
Livre de Bruxelas e Diploma de
Estudos Europeus pela Universidade
Católica de Lovaina-a-Nova. Foi
investigador no Centro de Estudos
de Telecomunicações, em Aveiro,
durante 12 anos, tendo sido chefe da
divisão de Engenharia de Software,
representante português na União
Internacional de Telecomunicações
e liderado vários projectos
europeus. Em 2008, como director
de Tecnologias e Infra-estruturas
Emergentes, na Direcção-Geral
Redes de Comunicação, Conteúdo
e Tecnologia - DG Connect, foi
responsável pela área de Tecnologias
Futuras e Emergentes, Infra-
estruturas baseadas em TIC para a
Ciência, Cibersegurança e investigação
experimental para a “internet do
futuro”. Em 2012, passou a chefiar a
Direcção Net Futures da DG Connect,
com responsabilidades no domínio
da “internet do futuro”, incluindo
5G, Computação em nuvem (Cloud),
Internet das Coisas (IoT), Cidades
Inteligentes e iniciativas de inovação
empresarial como a Startup Europe.
De 2016 até 2022, foi director-geral
adjunto e director-geral na Direcção-
Geral de Informática (DIGIT) da
Comissão Europeia, responsável
pela coordenação estratégica e
operacional global da direcção-geral,
pela definição e implementação
da Estratégia Digital da Comissão
Europeia e pela transição dos serviços
da Comissão para teletrabalho
durante a pandemia, com
particular atenção à criação de uma
cultura digital e às questões de
cibersegurança.
Liderou também iniciativas europeias
na área da Interoperabilidade,
incluindo o Certificado Digital Covid,
e de Modernização das Administrações
Públicas Europeias.

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 23

a ser ouvidos na UE, relativamente à en-
trada de produtos que não respeitam as
regras europeias que lhes são impostas?
O Governo e a União Europeia têm apos-
tado no reforço dos regulamentos e re-
quisitos de certificação para produtos
específicos, seja ao nível da conformidade
com as normas técnicas europeias, seja
ao nível das certificações de qualidade e
segurança. Esta resposta para protecção
das pessoas e do tecido empresarial inclui
um trabalho de cooperação com diversos
organismos internacionais de forma a dar
contributos directos para a construção de
normas europeias, que fornecem direc-
trizes técnicas, práticas recomendadas
e especificações para diversos sectores
e actividades, incluindo a digitalização.
Assim, e para que esta evolução seja contí-
nua, o Governo irá continuar a cooperar e
a trabalhar em conjunto com associações
sectoriais e com a indústria em geral, de
forma a identificar eficazmente as neces-
sidades do sector e as propostas que cons-
truíram como respostas para as mesmas.
Quais as principais iniciativas que a sua
área governativa está a desenvolver pa-
ra apoiar as empresas dos sectores dos
moldes e plásticos?
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24 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
Estamos a investir Em primeiro lugar, quero começar por
dizer que o apoio da área da digitalização
num Portugal é transversal e abrange as diferentes tipo-
logias do sector empresarial e industrial,
com um bem como toda a administração pública
e todas as pessoas. Isto porque não faria
tecido sentido pensar a digitalização do País
empresarial como um todo, se estivéssemos focados
apenas em segmentos. Estamos a colocar
e industrial em prática diferentes medidas de políti-
cas públicas para criar um ambiente que
competitivo, favorece a experimentação e a testagem
de produtos inovadores, através das Test
com melhores Beds, que vão permitir o desenvolvimen-
to de cerca de três mil produtos-piloto.
salários, melhores A estas, acrescentamos a capacitação
empregos
de seis mil empresas até 2025, em vários
sectores e áreas temáticas, através dos 17
e criação de valor pólos de inovação digital, os Digital Inno-
vation Hubs, distribuídos pelo território e
acrescentado abrangendo, um investimento total de 82
milhões de euros. Existem também me-
didas que promovem a experimentação,
mas que também apoiam a adaptação dos
modelos de negócio das empresas ao di-
gital, através dos 90 milhões de euros em
vouchers para startups, e 20 milhões de
euros em vales para incubadoras e ace-
leradoras, entre as quais as aceleradoras
do comércio digital, que irão ter um pa-
pel fundamental em tornar as empresas

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mais digitais. Posso ainda referir os Bair-
ros Comerciais Digitais, que criarão áreas
comerciais digitais em centros urbanos,
suburbanos ou rurais, promovendo a
dinamização das localidades e a coesão
territorial. Não posso, igualmente, deixar
de mencionar os cerca de 100 milhões
de euros para a Inteligência Artificial
investidos nas Agendas Mobilizadoras,
um domínio onde as oportunidades são
muitas e, como tal, queremos que seja
uma aposta ganha no futuro. Estamos,
por isso, a investir num Portugal com um
tecido empresarial e industrial competiti-
vo, com melhores salários, melhores em-
pregos e criação de valor acrescentado.

Em que áreas da digitalização, moderni-

zação e de futuro gostaria de ver os em-
presários apostar, quando se candidatam
aos fundos do PRR e ao Portugal 2030?
Os fundos do Plano de Recuperação e Re-
siliência e do Portugal 2030 representam
oportunidades únicas para as empresas
investirem na área da digitalização. Em
primeiro lugar - e da qual já falamos aqui
-, através da aposta em tecnologias da In-
dústria 4.0, como a IoT, impressão 3D e
robótica avançada, de forma a aumentar
a eficiência, a flexibilidade e a qualidade
da produção. Depois, e esta talvez seja a
mais evidente, com o investimento em
tecnologias digitais, que inclui a imple-
mentação de sistemas de gestão integra-
dos, a automação de processos, a digitali-
zação de processos, a análise de dados e
a tão falada Inteligência Artificial. Outro
factor que não me canso de enfatizar é a
aposta na formação e na educação. Te-
mos já em curso uma série de projectos
de capacitação de trabalhadores, tanto
do sector público como do privado, co-
mo é o caso do Emprego + Digital e do
Upskill, porque consideramos a literacia
digital uma aposta essencial para a mo-
dernização da indústria nacional e para o
aumento das qualificações e da qualidade
de vida de muitas e muitos trabalhadores.
Gostaria também de salientar novamente
as actividades de inovação e de desenvol-
vimento, que resultam de parcerias com
as universidades e os centros de investi-
gação, e que promovem a inovação e a
competitividade, através da criação de
novos produtos e serviços. Outra área,
que se encontra sob a minha tutela, e que
tem particular destaque na aplicação de
fundos do PRR é a cibersegurança, hoje
considerada extremamente essencial.
Este investimento passa não só por pro-
jectos de segurança cibernética para

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 25

protecção de dados, sistemas e infra-es-
truturas das empresas e do Estado, mas
também pela aposta na formação em li-
teracia digital específica desta área, como
é o caso da C-Academy e da campanha
de comunicação #LerAntesClicarDepois.
Mas além de todas estas áreas que enu-
merei, existem muitas outras que dizem
respeito à digitalização e ao investimento
de fundos europeus nas empresas, que
vão desde a aposta na modernização do
sector da construção, com novas formas
de planeamento do nosso urbanismo e
ordenamento do território, passando
pela aposta em tecnologias verdes, co-
nectividade, saúde digital e turismo, até
às indústrias criativas.
A região de Leiria, tal como o resto de
Portugal, ambiciona ser uma espécie de
“Silicon Valley”. No que deveria a região
investir para atrair negócios e pessoas da
área tecnológica?
Acredito que os desafios da região de Lei-
ria encontram-se em linha com grande
parte dos do restante País no que diz res-
peito à área da digitalização. Em primeiro
lugar, é necessário garantir uma infra-es-
trutura de tecnologia que seja robusta e
isso inclui, como sabemos, conectividade
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26 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
É necessário e redes 5G. Esta é uma medida de elevada
importância para o Governo e, por isso,
garantir uma em breve teremos novidades relativas
à abertura dos concursos para a área da
infra-estrutura conectividade. Como já referi anterior-
mente, e como tenho vindo a comprovar
de tecnologia nos diversos roteiros que tenho feito pelo
território nacional, também as parcerias
que seja robusta entre o tecido empresarial e as universi-
e isso inclui,
dades e politécnicos são essenciais para
promover a pesquisa e a inovação, de
como sabemos, forma a atrair e a fixar novos talentos e a
fomentar o crescimento tecnológico do
conectividade território. Esta rede de parcerias e de ino-
vação deve também incluir o ecossistema
e redes 5G de startups da região. Só dessa forma será
possível garantir financiamento, apoio e
até mentoria a estas novas startups tec-
nológicas que estão a nascer e que tra-
zem inovação e novas formas de pensar
os processos. Temos, como exemplo de
sucesso, a aposta que foi feita na cons-
trução de uma rede nacional de test be-
ds, que desenvolvem projectos de teste
e experimentação de novos produtos ou
serviços digitais. Quero também salien-
tar, e dentro desta lógica de inovação e
empreendedorismo, a importância do
investimento em espaços de coworking,
incubadoras e aceleradoras, assim como
de clusters tecnológicos, onde empresas
tecnológicas e startups possam intera-
gir, colaborar, partilhar conhecimento
e atrair novos investidores.
Portugal deveria apostar mais no desen-
volvimento de hardware, como fez Tai-
wan nos anos 80, ou manter-se focado
nos serviços e software?
É verdade que Portugal também tem si-
do um exemplo na aposta e crescimento
significativo no sector de serviços de sof-
tware, como é o caso da Microsoft, com
um centro de pesquisa e desenvolvimen-
to de software e serviços. Mas também
temos como exemplo os nossos unicór-
nios, como é o caso da OutSystems, da
Farfetch, da Talkdesk, da Feedzai, da
Sword Health, da Remote e da Ancho-
rage. Desde a venda de marcas de luxo,
passando pela prevenção de fraudes e
até ao sector das cripto, são óptimos
exemplos de que o investimento do te-
cido empresarial nacional deve conti-
nuar a apostar em empresas de software
e desta tipologia de serviços. Contudo,
o investimento em hardware está a ser
feito. Basta vermos como Portugal tem
atraído algumas empresas internacio-
nais de hardware que optaram por se
Portugal também fixarem no País. Temos como exemplo
a Bosch, que instalou um centro de pes-
tem sido quisa e desenvolvimento em Aveiro e
possui outros investimentos no resto
um exemplo do território nacional… no Minho, por
exemplo. Também a Siemens, com uma
na aposta e aposta forte na automação industrial,
electrificação e soluções energéticas,
crescimento e a Nokia, com projectos relacionados
significativo no com redes de comunicação, 5G e tec-
nologias de conectividade. No que se
sector de serviços refere à tecnologia para veículos, temos
o exemplo da Aptiv que trabalha em
de software projectos para veículos autónomos, e
a Embraer, uma das maiores empresas
fabricantes de aeronaves do mundo e
que se encontra instalada em Évora.
Acrescentaria ainda a Martifer, que vi-
sitei recentemente, uma empresa ligada
às energias renováveis e à construção,
que tem sido premiada e reconhecida
internacionalmente pelos seus projectos
de engenharia, como é o caso da Gare
de Mons, na Bélgica, e que é ainda um
exemplo de boas práticas na utilização
da tecnologia BIM (Building Information
Model), que se destaca na proposta do
Governo para a simplificação de licen-
ciamentos das áreas do urbanismo e
ordenamento do território.
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12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 27
 Abstract
Mário Campolargo, Secretary of State for Digitalisation and Administrative
Modernisation
The Leiria region’s challenges are in line with those of
much of the rest of the country

Mário Campolargo, Secretary of State
for Digitalisation and Administrative
Modernisation, highlights the effort to
develop around three thousand pilot
products in test beds, more research in
innovation hubs linked to education,
90 million Euros in vouchers for
startups and 20 million Euros for
incubators and accelerators as a way of
encouraging a revolution in national
industry. “Partnerships between the
business community and universities
and polytechnics are essential to
promote research and innovation, in
order to attract and retain new talent
and foster technological growth in the
territory. This network of partnerships
and innovation should also include
the startup ecosystem in the [Leiria]
region. I would also like to stress,
within this logic of innovation and
entrepreneurship, the importance
of investing in co-working spaces,
incubators and accelerators, as well
as technological clusters, where
technology companies and startups
can interact, co-operate, share
knowledge and attract new investors”,
he said of some of the areas to
be explored in the Leiria region,
with a view to the technological
development of the territory,
providing it with a business fabric that
can compete at world level. Working
in partnership with universities and
polytechnics “is essential to promote
research and innovation, in order
to attract and retain new talent and
foster technological growth”, he
adds. The road ahead is narrow and
uncertain, but the commitment on
the part of official bodies and, in
particular, entrepreneurs, cannot
be anaemic and without a plan, in
achievable stages.

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28 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023

“Por cumprirem todas as
exigências que o mercado
lhes coloca, muitas vezes,
as nossas empresas perdem
as encomendas”
O volume de negócios no mundo dos moldes tem vindo a aumentar
nos últimos anos, estimulado pela procura de moldes pelas indústrias
automóvel, aeroespacial, electrónica e de consumo, mas este é um
mundo obrigado a uma constante actualização e investimento

acolhe mais de 200 empresas do sector. de moldes mais complexos e sofistica-

Jacinto Silva Duro
jacinto.duro@jornaldeleiria.pt
Um dos sectores industriais onde Portu-
gal se destaca, é, reconhecidamente, o
dos moldes. Numa conjuntura interna-
cional extremamente competitiva e nu-
ma fileira de elevado valor acrescentado,
o País é o terceiro fabricante europeu e o
oitavo no mundo, apesar de a indústria
ser formada maioritariamente por Pe-
quenas e Médias Empresas (PME).
Só a região de Leiria e Marinha Grande
e arredores é responsável por cerca de
50% da produção nacional de moldes,
com 30% de exportações em 2022, e
Os principais mercados externos são a
União Europeia, os Estados Unidos e a
China.
O volume de negócio tem vindo a au-
mentar nos últimos anos, estimulado
pela procura de moldes pelas indústrias
automóvel, aeroespacial, electrónica e
de consumo, numa região que beneficia
de uma forte tradição na indústria meta-
lúrgica, de mão-de-obra qualificada, ala-
vancada pela proximidade de centros de
pesquisa e de inovação que contribuem
para o avanço tecnológico do sector.
As principais tendências que estão a
moldar esta indústria incluem a procura
dos, para responder às exigências de
mercados mais exigentes, em termos de
qualidade e custo, o desenvolvimento de
novas tecnologias de fabrico de moldes
e a crescente importância da sustenta-
bilidade.
Quando a concorrência é forte, os
desafios são constantes e os projectos
ganham-se e perdem-se por uma ques-
tão de cêntimos ou de alguns dias no
prazo de entrega.
Agora, os desafios, além da ferocida-
de da concorrência asiática propulsio-
nada pela transferência de know-how e
mão-de-obra altamente especializada

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30 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023


e barata, são a necessidade de ganhar
dimensão e a captação de investimento,
num ramo onde as exigências são cada
vez mais complexas.
De que forma produtos e métodos
mais sustentáveis suscitam mais investi-
mento, de que forma estão a empresas a
trabalhar no sentido de continuar a fazer
investimento e a manter-se competiti-
vas? Não há uma única resposta e, bastas
vezes, não se acerta à primeira tentativa
ou sequer à segunda, na resposta às ne-
cessidades dos clientes e dos mercados.
“A sustentabilidade é uma questão
que está sempre presente na mente de
quem gere. Hoje, há um foco grande nas
questões da eficiência, seja a eficiência
produtiva, eficiência energética ou efi-
ciência dos recursos, entre outras. Quan-
do são feitos os investimentos, também
é tida em conta esta análise que permite
garantir a sustentabilidade das organiza-
ções, a sustentabilidade dos processos e
a sustentabilidade da oferta que é dada
ao cliente”, entende Manuel Oliveira,
secretário-geral da Cefamol - Associação
Nacional da Indústria de Moldes.
Mas tal, por vezes, não é considerado
um factor diferenciador, num mercado
voraz onde uma das principais preo-
cupações, além da sustentabilidade da
cadeia de valor, é o retorno económico.
12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 31
RICARDO GRAÇA
No fundo, os clientes têm objectivos a
cumprir e os fornecimentos que entram
no desenvolvimento dos seus produtos
também têm de reflectir algumas dessas
metas.
“Na prática, a condição essencial pa-
ra a concretização do negócio, muitas
vezes, é o preço e os conceitos de sus-
tentabilidade, que são impostos pelos
clientes, pelo mercado e pela sociedade
em geral, chocam ou provocam uma bar-
reira na questão do custo implicado”,
sublinha o responsável.
Manuel Oliveira adianta ainda que,
mesmo havendo clientes mais recepti-
vos e mais abertos a ter esse tipo
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de intervenção, outros há que mantêm
apenas a “lógica do preço mais barato”,
independentemente de onde é fabricado
o produto e das condições dos trabalha-
dores ou do ambiente.
Garantir que todos cumprem as
mesmas regras de sustentabilidade
Transversalmente, vários empresários
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32 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
Manuel Oliveira, secretário-geral
da Cefamol - Associação Nacional da
Indústria de Moldes
RICARDO GRAÇA
do sector queixam-se da concorrência
de produtos que não cumprem as re-
gras da União Europeia, quando eles,
forçosamente, têm de as seguir escru-
pulosamente, sob pena de não poderem
operar dentro do mercado comunitário.
Em resultado disto, são menos competi-
tivos, especialmente, quando competem
a nível global.
“Obviamente, não havendo essas exi-
gências é possível ter preços mais com-
petitivos. A questão tem que ver com as
regras do negócio e do mercado, que, por
vezes, não são iguais para todos. Aí, as
nossas empresas por cumprirem todas
as exigências que o mercado lhes coloca,
muitas vezes, perdem as encomendas
para quem não cumpre.”
É esta, a principal queixa neste ce-
nário, tanto dos produtores de moldes,
como dos de componentes de plástico.
Pelo menos, no que se refere ao mercado
comum europeu.
“Há outras regiões do globo que não
têm exigências que existem na Europa,
ao nível ambiental, ao nível laboral e ao
nível social. Se temos de respeitar todas
essas regras, isso tem um custo ineren-
te que se repercute no custo da nossa
oferta. Se há outros que não cumprem,
obviamente a sua oferta não terá um va-
lor tão alto”, aponta Manuel Oliveira,
sublinhando que os agentes do sector
têm debatido e chamado a atenção
para a necessidade de todos os inter-
venientes no mercado cumprirem as
mesmas regras, ou, pelo menos, se-
rem obrigados a demonstrar que as
cumprem. E, para isso, é preciso haver
um esforço de fiscalização de quem
cria e transpõe as regras comunitárias.
Gizar estratégias comuns
de capitalização?
Há muito que as PME dos moldes
aprenderam que a união faz a força e
que o vizinho pode não ser um rival,
mas um parceiro, na internacionali-
zação e captação de clientes.
A união ainda não faz a força nas es-
tratégias comuns de capitalização. O
financiamento das empresas, de mo-
do a ganharem maior dimensão para
competir nos mercados internacionais
ou encetar palnos de crescimento e
adopção de inovação tem sido, até
agora, alvo de análises de instrumen-
tos e de outras alternativas. Não há
grupos económicos a trabalhar em
conjunto o acesso a fontes de grande
volume de capital, que não se encontram
em Portugal.
“Até agora não aconteceu. Para se che-
gar a um ponto desses, vai levar ainda
algum tempo”, admite o secretário-geral
Há outras regiões da Cefamol. Até lá, é preciso encontrar
caminhos mais acessíveis no curto e mé-
do globo que não dio prazos. “Naturalmente que, essas
soluções, com a colaboração entre em-
têm exigências presas, tornar-se-á mais fácil e permitirá
que existem na ganhar dimensão e massa crítica, que é
fundamental para esse tipo de proces-
Europa, ao nível sos, mas ainda há um longo caminho a
percorrer nesse sentido.”
ambiental, ao Apesar da existência do Banco Portu-
guês de Fomento, ferramenta destinada
nível laboral a procurar soluções para a competitivi-
dade empresarial, inovação, interna-
e ao nível social cionalização, sustentabilidade e para o
desenvolvimento, recentemente, numa
Manuel Oliveira visita do ministro da Economia a Leiria,
Cefamol para falar do Plano de Recuperação e Re-
siliência, o governante foi confrontado
com as suas limitações apontadas pelos
empresários. De facto, não existem fun-
dos suficientes para impulsionar e per-
mitir que as empresas nacionais ganhem
a dimensão necessária para competir no
mercado global.
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12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 33
 “É um caminho bastante longo,
que tem de ser feito passo a passo.
Contudo, há aqui um elemento que é
fundamental, que é a capacidade das
empresas de trabalhar em conjunto
na definição de soluções e encontrar
oportunidades de colaboração, que
permitam tornar-se mais atractivas”,
diz Manuel Oliveira.
Algumas das soluções de financia-
mento têm passado por recorrer a fun-
dos de investimento internacionais.
Alguns destes têm até considerado
que as empresas de moldes são de
tal modo interessantes do ponto de
vista do negócio, que acabaram por
adquirir a sua totalidade ou a maioria
do capital.
Outras houve que se abriram apenas
a uma participação minoritária des-
ses fundos, o que, mesmo assim, lhes
permitiu desenvolver novas soluções
e avançar com alguns investimentos
de monta, na internacionalização, na
modernização, investigação e avanço
tecnológico.
“Estes fundos, são players que estão
no mercado e procuram oportunida-
des. A grande questão aqui, é tornar
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34 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
as empresas capacitadas e atractivas,
para esses fundos as olharem de forma
a quererem investir. Isso aconteceu,
há relativamente pouco tempo, em
algumas empresas no sector que têm
A indústria esses investimentos feitos”, resume
Manuel Oliveira.
automóvel é Automóvel, que futuro?
muito importante Apesar dos esforços para diversificar
produtos e mercados, a verdade é
porque que boa parte do negócio dos moldes
representa mais é realizado na área automóvel. É um
sector apetecível e de grande retorno,
de 70% daquilo contudo o impacto da pandemia da
Covid-19, as novas filosofias de mo-
que produzimos bilidade e as operações de aquisição e
fusão dos principais fabricantes mun-
Manuel Oliveira, diais, para fazer frente aos desafios do
futuro e à concorrência asiática, desde
Cefamol 2018, colocaram em suspenso os in-
vestimentos e complicaram as contas
dos fabricantes de moldes, que, pela
natureza da indústria, são obrigados a
um esforço contantes de investimento
e actualização de processos.
A isto acresce uma certa indefinição
sobre se o amanhã passa pela electrifi-
cação pura, pelos híbridos, hidrogénio
ou combustíveis sintéticos.
 Passados cinco anos, será que, por especial na Europa, principal mercado Airbus, já conta com fornecedores na
fim, o cenário é mais concreto e vai ao do cluster de moldes nacional, são muito região, e há espaço para outras empre-
encontro dos anseios dos agentes do incertas e qualquer investimento deste sas seguirem o exemplo, uma vez que já
sector? tipo reflecte sempre a situação da econo- existe o conhecimento.
“A situação ainda é muito incerta, mia global, da população, da área social “Podem ser nichos, mas a soma de
pois continuar a haver muita indefi- e da capacidade financeira dos consu- todos eles, pode ter um peso importan-
nição. Obviamente desde o período midores. te. Podemos mesmo dizer que o sector
da pandemia e antes da pandemia, é uma infraestrutura para a atracção de
ou antes, que esta indefinição se tem Comboios e aviões no caminho da investimento. Muitos potenciais clientes
vindo a sentir. A indústria automóvel diversificação necessitam de moldes ou de ferramen-
é muito importante porque representa Manuel Oliveira conta que, dentro da tas e nós temos esse alicerce que outros
mais de 70% daquilo que produzimos Cefamol tem ganhado peso a discussão países não têm. Já temos o know-how e
e vai continuar a ser o grande sector do sobre a necessidade de alcançar novos não é preciso inventar a roda.”
nosso mercado”, admite o secretário- sectores, mais pequenos do que o au- A captação de clientes nestes novos
-geral da Cefamol, reconhecendo ainda tomóvel, alguns mesmo de nicho, mas sectores demonstra a versatilidade da
que este ramo continuará a ser o mais que são importantes para ajudar à diver- indústria nacional, a capacidade de lidar
forte no futuro. “Não temos dúvidas sificação da oferta. A ferrovia e a aero- com cadeias de conhecimento diversas,
em relação a isso, pela dimensão que náutica são dos mais falados. O gigante e a vocação para colher experiência em
tem, pela capacidade que aporta em europeu da construção de aeronaves, áreas com potencial relevante.
introduzir inovação, desenvolvimento,
complexidade, novas soluções.” PUBLICIDADE
Devido ao seu peso, o automóvel
causou igualmente uma redução
grande do mercado e as condições de
negócio também têm sido muito mais
exigentes e difíceis para as empresas
dos moldes.
“A opção pelo hidrogénio ou pe-
lo eléctrico, em alguns casos, pode
traduzir-se na necessidade de menos
componentes em plástico, no auto-
móvel acabado, e, portanto, haverá
necessidade de menos moldes. As
plataformas automóveis hoje usadas,
abrangem mais veículos e mais mo-
delos, e são precisos menos moldes e
ferramentas, pois o mesmo molde dá
origem a peças que são incorporadas
em diversos modelos e mesmo em
marcas diferentes”, afirma.
Tudo isto conspira para que o mun-
do dos moldes tenha de ajustar o vo-
lume da sua oferta. E isto é problemá-
tico num cenário onde a indústria fez
grandes investimentos, para aumentar
a capacidade de produção, a fim de dar
resposta ao rumo que o mercado pa-
recia estar a tomar. “De repente, fo-
mos confrontados com uma quebra
abrupta. Ainda estamos em fase de
recuperação, nada ainda está clara-
mente definido e a situação ainda vai
continuar assim durante algum tempo,
apesar da tendência para, entretanto,
estabilizar.”
Uma das questões fulcrais para esta
indústria é que ela vive da produção
de novos modelos, sendo necessário,
o aparecimento de novos veículos, si-
nónimo de grande investimento, do
lado das marcas automóveis. Contudo,
as condições económicas actuais, em

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 35

 Abstract
”By meeting all of the requirements which the market
places on them, our companies often lose orders”

Co-operation between companies,
the search for new sources of
funding, more diversified markets
and new high-value niche markets,
less dependence on the automobile
industry, technological advance, the
urgent need to create critical mass
and, above all, patience, persistence
and self-denial, are some of the
biggest challenges for those operating
in the moulds industry in the near
future. Portugal is the third largest
manufacturer in Europe and the
eighth largest in the world, despite
the fact that the industry is mostly
made up of small- and medium-
sized enterprises (SMEs). The Leiria
and Marinha Grande region and
surrounding area alone is responsible
for around 50% of national mould
production, with 30% of exports by prices because they don’t have these
2022, and is home to more than 200 concerns. The main condition for
companies in the sector. The main doing business is often price and the
foreign markets are the European concepts of sustainability, which are
Union, the USA and China. Manuel imposed by customers, the market
Oliveira, secretary general of Cefamol and society in general, clash or cause a
- Associação Nacional da Indústria barrier in terms of the cost involved.
de Moldes, analyses the current state
of the sector and explains its short-
term challenges. He identifies the
dangers of inflation and the crisis
on the horizon, and acknowledges
that the world of moulds and plastics
is obliged to invest and review its
financing mechanisms. The picture is
complex, especially when Portuguese
and European companies are obliged
to meet sustainability targets, but
their competitors from outside the
EU are not and can compete at lower

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36 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023

Opinião
Desafios da indústria de moldes portuguesa
A
indústria de moldes
em Portugal enfrenta,
atualmente, o que será,
porventura, um dos
desafios mais significativos de toda
a sua história.
O setor viu-se duramente
afetado por uma sequência de
circunstâncias adversas que
começaram com o abrandamento
na indústria automóvel, em 2019,
Mário Galvão seguido pelo impacto da pandemia
de Covid-19 e, posteriormente, pela
invasão da Ucrânia pela Rússia.
Estes acontecimentos deram
origem a um período prolongado de
adversidades, no decorrer do qual
praticamente nenhuma empresa
do setor permaneceu imune ou
indiferente.
Este cenário inquietante, do qual
não se vislumbra o final, é agravado
por uma pesadíssima carga fiscal,
pelas políticas de contenção da
inflação e pelo aumento das taxas
de juro impostos pelo Banco Central
Europeu (BCE). Tais medidas
exercem uma pressão esmagadora
sobre a já débil saúde financeira de
muitas empresas, comprometendo
a sua competitividade e capacidade
de produção.
A necessidade urgente de
encontrar soluções que permitam
a capitalização das empresas ou a
reestruturação do seu passivo, à
semelhança do que acontece nos
mercados concorrentes de Portugal,
é de importância crítica neste
momento desafiante.
A somar a isto, a perda de
alguns pequenos fornecedores
especializados durante o período da
pandemia e a perspetiva de que essa
A necessidade tendência se mantenha no futuro
urgente de próximo, contribuem sobremaneira
encontrar soluções para diminuir a capacidade e o
que permitam valor da indústria de moldes.
a capitalização das Recuperar estes recursos a curto e
empresas ou a médio prazo parece ser uma tarefa
reestruturação do extremamente difícil.
seu passivo é de A indústria de moldes, que é
importância crítica praticamente 100% voltada para
neste momento a exportação, tem, ao longo da
desafiante sua história, mantido níveis
38 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
impressionantes de incorporação
tecnológica e conhecimento, sendo
hoje uma referência tanto no país
como no cenário internacional.
Muitas empresas têm feito
investimentos significativos para
ampliar a sua cadeia de valor e
adotar tecnologias disruptivas, o
que as diferencia dos mercados
emergentes de Tooling, quer na
Europa, quer na Ásia.
No entanto, a especialização deste
cluster e a necessidade de atrair
profissionais qualificados são,
muitas vezes, desafiadas pela
concorrência de outros mercados
europeus, que oferecem condições
mais atrativas para a captação de
talentos. É utópico pensar que
poderemos reter os nossos jovens
recém-formados apenas com
viagens de comboio e estadias em
Pousadas da Juventude.
A dinâmica e a capacidade de
adaptação que foram, desde
sempre, características marcantes
da indústria de moldes nacional
desempenham hoje um papel
crucial para superar estes tempos
conturbados. A diversificação de
mercados e geografias (Go Where
the Money Is), a cooperação
para ganhar escala, o foco na
sustentabilidade e os esforços
para formar e atrair talentos são
desafios que, uma vez superados,
podem assegurar a continuidade e o
sucesso deste setor.
Contudo, todos estes esforços
estão condicionados pelo apoio
ao crescimento e às políticas que
serão concedidos, seja ao setor, seja
à economia portuguesa como um
todo.
É vital que exista um compromisso
político firme para enfrentar estes
desafios e garantir um futuro sólido
para a indústria de moldes em
Portugal.
Administrador da Unite Global
Tooling Solutions SA
Texto escrito segundo as regras
do Acordo Ortográfico de 1990
Politécnico de
Leiria cria solução
escalável de
sensorização
de máquinas de
injecção para
máquinas antigas
Investigadores do Politécnico de Leiria
desenvolveram uma solução que pode ser
transposta para o mundo industrial actual,
demonstrando que a transição para o novo
standard da indústria pode ser menos onerosa
do que que, bastas vezes se pensa, desde que
se invista em trabalho de desenvolvimento,
e na colaboração entre a academia e o tecido
empresarial

docente e investigador no Departamento logia antiga, como demonstrador, e que,

Jacinto Silva Duro
jacinto.duro@jornaldeleiria.pt
Num exemplo de colaboração entre a
academia e o tecido empresarial, inves-
tigadores do Departamento de Mecâni-
ca, da Escola Superior de Tecnologia e
Gestão, demonstraram que é possível,
com relativamente poucos custos, fa-
zer evoluir o parque de máquinas, nes-
te caso de injecção de plástico, para um
patamar acima.
Numa sessão com empresários, reali-
zada na sede da Nerlei – Associação Em-
presarial da Região de Leiria, para falar
de digitalização de processos e dos desa-
fios das Indústrias 4.0 e 5.0, Joel Vasco,
de Mecânica, da Escola Superior de Tec-
nologia e Gestão, do Instituto Politécni-
co de Leiria (IPL), apresentou uma solu-
ção desenvolvida no estabelecimento de
ensino superior, que permite a migração
para um patamar próximo do standard
das Indústrias 4.0 e 5.0, em termos de
aquisição de dados e monitorização de
processos, em máquinas mais antigas,
em especial, nas áreas da injecção e,
eventualmente, de CNC.
Os investigadores Eliseu Ribeiro e
Joel Vasco queriam desenvolver uma
solução que pudesse ser transposta
para a realidade industrial, utilizando
uma máquina de injecção, com tecno-
desde há duas décadas e meia não fora
actualizada.
Demonstraram que a transição pode
ser menos onerosa do que aquilo que,
bastas vezes se pensa, desde que se in-
vista em trabalho de desenvolvimento,
e na colaboração entre a academia e o
tecido empresarial.
Esta demonstração prática ganha ain-
da mais importância numa região que
engloba o cluster dos moldes de Leiria e
Marinha Grande, um sector industrial,
com muitas décadas de tradição, caracte-
rizado pela necessidade de existência de
uma forte componente tecnológica. Isto
significa que existe um parque de má-

40 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023


No sector dos moldes, existe um
parque de máquinas de várias
gerações sem conectividade e
dificuldades para centralizar a
monitorização de processos
quinas com um tamanho considerável,
de grande valor monetário, com dispo-
sitivos de várias gerações ainda a operar
e sem conectividade entre si e dificulda-
des acrescidas, para centralizar a moni-
torização de todos os processos que se
desenrolam nas unidades de produção.
Armazenamento
dos parâmetros de processo
O caso trabalhado pelo Departamento de
Indústria e Mecânica, da Escola Superior
de Tecnologia e Gestão de Leiria passou,
então, pelo estudo de um equipamento
que apresentava essa limitação, ou seja,
era obsoleto em termos de comunicação,
para dotá-lo de capacidade de ligação e
12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 41
RICARDO GRAÇA
de modo a que se pudesse obter informa-
ções de operação e de manutenção, para
o controlo do processo. “Ou, no limite,
controlo autónomo do processo, sem en-
trar nos domínios da inteligência artifi-
cial”, explica Joel Vasco, adiantado que,
com esta alteração económica e saída
dos laboratórios do Instituto Politécnico
de Leiria, é possível a rastreabilidade dos
produtos e do próprio desempenho do
equipamento, e até criar uma interface
OPC-UA, que é o protocolo mais comum
em todos os sectores da indústria.
Aliás, um dos problemas na adaptação
à Indústria 4.0 de máquinas mais anti-
gas nos actuais chãos-de-fábrica, além
da capacidade de comunicação,
prende-se com a interoperabilidade
dos sistemas.
“Há equipamentos que têm capaci-
dade de comunicação, mas nem todos
falam a mesma língua. E a lógica aqui é,
precisamente, tentar arranjar a lingua-
gem mais comum e mais universal. O
OPC-UA é o ‘inglês’ [língua franca] da
comunicação industrial”, adianta o in-
vestigador.
A equipa do Politécnico de Leiria criou
uma interface Homem-Máquina, com
várias novas funções que o equipamento
não tinha.
Trata-se de um antigo dispositivo,
propriedade do Departamento de Enge-
nharia Mecânica, com cerca de 25 anos,
com um controlador com limitações, e a
qualidade de informação transmitida ao
operador do equipamento é fraca.
“O objectivo passou ainda por criar
uma interface mais rica, mais interactiva
e útil. Esta tecnologia é válida e continua
a funcionar, pois esta é uma máquina
perfeitamente apta para ensino, inclu-
sive, para investigação, no entanto, a
qualidade de informação que lhe con-
seguíamos extrair era pouca”, referiu
Joel Vasco.
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42 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
“Pescar” por sinais
Entre os parâmetros principais do ciclo
de injecção de plástico que interessaram
aos investigadores, estiveram a pressão,
temperatura ou tempo.
Conseguimos “Não conseguimos medir directamen-
te a pressão da injecção, mas consegui-
concluir com mos medir a pressão hidráulica e, a partir
sucesso o
daí, obter estimativas importantes. As
temperaturas de processamento podem
desenvolvimento ser adquiridas directamente, e, na altu-
ra, pensou-se em ‘sensorizar’ a máquina
de uma solução [acrescentar sensores], mas isso implica
custos”, adiantou.
que possa ser “Tendo acesso ao OPC-UA da máqui-
na, fomos pescar os sinais que nos in-
transposta para teressavam para podermos trabalhar.
Foi utilizado um S7 1500, da Siemens,
outra máquina equipado com as cartas que eram neces-
sárias, para a parte da pressão. Havia o
Joel Vasco, interesse de usar uma interface HMI
investigador do para o utilizador, que fosse útil, que
fosse clara, e acesso à visualização dos
Politécnico de Leiria componentes da máquina”, explicou.
O investigador fez notar que, durante
os trabalhos, houve a preocupação de
criar condições para o armazenamento
dos parâmetros de processo, à medida
que os moldes são trocados na máquina.
 “Uma das coisas que aprendi ao

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longo destes anos, é que, muitas ve-
zes, tiramos o molde da máquina em
produção e arrumamo-lo. Quando o
voltamos a trazer para a máquina,
pensamos que os últimos parâmetros
que utilizámos são exactamente os
mesmos”, conta. Joel Vasco sublinha
que pode não ser o caso. “As condi-
ções ambientais não são as mesmas
ao longo do ano, e, portanto, há que
salvaguardar todo um conjunto de
parâmetros associados ao momento
quando últimos valores, que injec-
taram com sucesso, foram obtidos.”
Na prática, é gerada uma base de
dados, ou seja, sempre que se utiliza
um novo molde é-lhe associado um
conjunto de informações guardadas,
nomeadamente parâmetros de pro-
cessamento, depois guardados em
função das condições ambientais
em que foram obtidas e nos casos de
sucesso do processo.
O trabalho realizado foi feito com
a escalabilidade em mente e permite
ser aplicado em máquinas com até
oito patamares. “Mas facilmente
se pode expandir para mais. É uma
questão de programação”, resume o
investigador.

Costumização da interface
Quanto à questão da interface, fo-
ram tomadas em conta a criação de
parâmetros e as tolerâncias do ciclo
de injecção, além do controlo de
qualidade. Para isso, a equipa do IPL
criou uma aplicação à qual se podem
adicionar novos pontos de visualiza-
ção. Pode ser visualizado o estado de
funcionamento da máquina, se está
ou não em modo automático ou se-
mi-automático, ou um conjunto de
parâmetros retirados da máquina e
que podem ser transformados em set
points eventualmente usados para o
processo de controlo de qualidade.
A equipa está já a trabalhar num
“Médio Interface de Comunicação”
com elaboração do próprio digital
twin de equipamento.
“Conseguimos concluir com suces-
so o desenvolvimento de uma solução
que possa ser transposta para outra
máquina. Obviamente que o PLC
da máquina de onde partimos não é
exactamente igual a outro PLC, e isto
implica um trabalho prévio de ‘pescar’
sinais, para os podermos ligar na nos-
sa plataforma e poder tirar partido da
aplicação”, sublinha Joel Vasco.

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 43

 Abstract
The Polytechnic Institute of Leiria creates a scalable
injection machine sensing solution for old machines
A scalable solution developed by
researchers at the Polytechnic
Institute of Leiria could bring some
of the specifications of old machines
operating in the moulds and plastics
sector up to the standards required
by Industry 4.0 and 5.0. Particularly
in the area of data collection and
monitoring. The solution, presented to
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44 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
entrepreneurs at a session held at the
headquarters of Nerlei - Associação
Empresarial da Região de Leiria, was
tested on injection equipment with
old technology, showing that change
can be economical, especially with
a commitment to development and
co-operation between academia and
companies. The solution is relevant
to the region and to the moulds of
Leiria and Marinha Grande, where
the sector is characterised by a
strong technological component
and a diversified machine park,
but with connectivity challenges.
Researchers from the Department
of Industry and Mechanics at the
Leiria School of Technology and
Management of the Polytechnic
Institute of Leiria have shown that
the transition and autonomous
control of processes, without
entering the realms of artificial
intelligence, can be less costly than
is often thought, as long as you
invest in development work and
co-operation between academia
and the business community. The
work carried out was done with
scalability in mind and can be
applied to machines with up to
eight levels, but can be expanded
to more. The Polytechnic’s team
is already working on a “Medium
Communication Interface” with its
own digital twin equipment.
Opinião
O futuro empresarial vs fundos comunitários
Helena Santos
O
nosso tecido empresarial
encontra-se neste
momento a recuperar e
até a superar em muitos
setores de atividade o ponto em que
se encontrava antes do flagelo da
pandemia Covid-19 seguida do início
da guerra da Rússia contra a Ucrânia,
esta infelizmente ainda a decorrer nos
dias de hoje.
Mais uma vez os empresários
portugueses mostram a fibra e o
empreendedorismo que sempre
os destacou pelos quatro cantos
do mundo, desde o tempo dos
Descobrimentos, apresentando um
poder de resiliência e de adaptação
às adversidades. Têm tornando
cada desafio numa oportunidade
para se superarem colocando no
mercado novos produtos, de elevado
valor acrescentado e apostando em
processos produtivos inovadores,
mais sustentáveis e com menor
impacto ambiental, associando assim
o incremento da capacidade produtiva
ao alinhamento com a Transição
Climática e, cumulativamente,
com a Transformação Digital pela
via da diferenciação associada à
implementação de tecnologia de ponta
aos processos e produtos, resultando
em processos disruptivos à escala
global, contribuindo para o acréscimo
de competitividade no mercado
global.
46 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
Apesar dos vários constrangimentos
que sempre se apontaram aos fundos
comunitários, estes continuam a
ser um mecanismo de apoio para
alavancar o crescimento económico
e financeiro das empresas. Depois
do encerramento do Portugal 2020
formalizado no passado mês de
setembro, encontram-se a decorrer
o PRR-Plano de Recuperação e
Resiliência, Portugal 2030, Fundo
de Transição Justa e Linhas de
Financiamento, abrangendo
cumulativamente um período de
cerca de duas décadas o que resulta
em inúmeras tipologias, apoios e
mecanismos aos quais as empresas
podem recorrer.
O contexto atual apresenta desafios
para as empresas, para os empresários
e para as partes interessadas das
cadeias de valor de cada setor, sendo
claro o benefício, tanto do Portugal
2030 como do PRR, com as taxas
de incentivo substancialmente
superiores às do Portugal 2020 e
apoios até 75% das despesas elegíveis,
o que tem atraído investimento e
evidenciado uma procura que tem
vindo a ultrapassar as expectativas
e esgotar verbas em menos de 24
horas. Isto obriga a uma antecipação
à publicação dos avisos de concurso
que implica o levantamento e recolha
exaustiva de documentação de
suporte ao investimento prévia à
disponibilização dos formulários,
assegurando a preparação antecipada
dos projetos e a sua submissão
atempada nas respetivas plataformas.
Sabemos que, no caso do PRR, o
principal desafio é a execução,
com os organismos intermédios
a disponibilizarem reforços de
adiantamentos automáticos por ainda
não estarem finalizadas as plataformas
através das quais a execução será
reportada. Por seu turno, no caso
do Portugal 2020, registar-se-ão
atrasos no encerramento, tendo sido
exigido um esforço às empresas para
a comprovação da execução até ao
passado dia 29-09-2023, data-limite
para a apresentação do encerramento
dos investimentos. Coincidindo com
o término do reporte de despesas
do Portugal 2020, encerrou nessa
mesma data a 3ª fase do SI Inovação
Produtiva, abrangido pelo novo
quadro comunitário Portugal 2030,
estando o aviso de concurso a decorrer
em contínuo entre maio e dezembro
de 2023.
Face ao atual cenário as empresas
cada vez mais carecem de associar aos
mecanismos de acesso ao incentivo
e de financiamento processos de
tomada de decisão que se revestem
de reflexão aprofundada com uma
gestão da expectativa, das exigências
e repercussões que o investimento
aporta para as estruturas onde são
implementados. Neste sentido
surgem atualmente duas principais
temáticas que suscitam incerteza aos
promotores: a insuficiência de mão
de obra qualificada e operacional e os
atrasos registados entre a submissão
dos projetos e a aprovação/ início
da execução dos mesmos, com um
impacto palpável na região Centro
de Portugal. Também o alargamento
dos prazos de entrega por parte dos
fornecedores de equipamentos, o
impacto da inflação no custo dos
equipamentos e matérias-primas e
ainda os atrasos em organismos como
a DGEG que tem vindo a condicionar
a execução e o licenciamento de
investimentos.
Mas apesar de todos os
constrangimentos com que nos
deparamos no nosso dia a dia, não
deveremos baixar os braços e sim
olhar para o futuro com otimismo
e com vontade de abraçar cada
desafio como uma oportunidade para
evoluirmos enquanto seres humanos
e consequentemente as empresas
acompanharem essa mesma evolução,
pois quem faz as empresas são as
pessoas e assim iremos aos poucos
contribuir para um mundo melhor,
mais saudável, amigo do ambiente
e onde os recursos serão suficientes
para todos.
CEO na HS Consultores
Texto escrito segundo as regras do
Acordo Ortográfico de 1990
Agregar serviços
e valor para
elevar fasquia da
sustentabilidade
São várias as empresas da região que têm vindo
a agregar produtos e serviços, somando etapas
da cadeia de valor, com ganhos em termos de
sustentabilidade económica e ambiental
Daniela Franco Sousa
daniela.sousa@jornaldeleiria.pt
Trabalhar em estreita colaboração, atra-
vés de uma rede de empresas parceiras,
cujos produtos e actividade tantas ve-
zes se complementam entre si, foi desde
quase sempre o espírito dos clusters das
indústrias de moldes e de plásticos, o
que tem de resto feito elevar o nome, o
prestígio e o saber-fazer das unidades,
como um todo, dentro e além fronteiras.
No entanto, além disso, há também
empresas que, ao longo de anos, foram
internamente somando etapas na cadeia
de valor, foram ampliando e diversifican-
do a sua oferta de produtos. Por exem-
plo, há hoje grupos da região capazes de
conceber e produzir moldes, tratar da
injecção de peças plásticas, comerciali-
zá-las junto dos vários mercados inter-
nacionais, sem descurar a assistência
técnica, num conceito de chave-na-mão.
O seu objectivo é ganhar autonomia,
escala, capacidade competitiva e, além
da sustentabilidade económica dos
seus próprios negócios, contribuir pa-
ra maior eficiência, redução de erros e
desperdício e, como tal, concorrer para
uma maior sustentabilidade ambiental.
Sediado na Maceira, em Leiria, o grupo
PVS teve início em 2008 com a constitui-
ção da PVS Moldes, destinada ao fabrico
e comercialização de moldes. Em 2010,
48 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
tiveram início os primeiros testes de in-
jecção de plásticos e actualmente a MRS
Plastics é já uma empresa, que se dedica
à injecção e que garante ao grupo ser to-
talmente autónomo nesta área.
“Fazemos injecção de plástico para
terceiros, também dos nossos próprios
moldes e temos inclusive uma linha
própria de produtos denominada AKI
Plast”, explica Vítor Sousa, responsável
pelo grupo.
“Ser uma empresa vertical permite-
-nos fornecer ao cliente produto chave-
-na-mão, desde a concepção, ao molde,
à injecção da peça final. Permite-nos ga-
nhar capacidade de negociação, escala,
oferecer melhores propostas e prazos de
entrega” congratula-se.
É vantajoso para o negócio e para a
sustentabilidade ambiental, que nos dias
que correm é tão determinante, acredita
o empresário. Operar na área dos moldes
e dos plásticos em simultâneo possibilita
reduzir deslocações e optimizar recur-
sos. E permite apostar em tecnologia que
beneficia as infra-estruturas comuns,
como é o caso da recente instalação de
500 painéis fotovoltaicos no grupo PVS,
salienta o empresário.
Em causa está um grupo que emprega
110 colaboradores, e que exporta 100%
do que produz para indústrias diversi-
ficadas como automóvel, embalagem,
dispositivos médicos, tubagens, en-
 RICARDO GRAÇA

12 de Outubro de 2023 MOLDES E PLÁSTICOS 49


Jorge Júlio,
CEO da Inautom
tre outros clientes, para diversos merca-
dos, sobretudo para a Europa. Em 2022,
registou um volume de negócios de 5,7
milhões de euros.
Constituída em 1986 e sediada na
Batalha, a Inautom começou a sua ac-
tividade como empresa de reparação,
reconstrução e revenda de equipamen-
tos de injecção de matérias plásticas.
Em 1990, passa a comercializar equipa-
mentos novos, garantindo que “a me-
lhor tecnologia chega a todos: desde a
pequena indústria familiar, pequenas,
médias e grandes empresas, passando
por empresas de testes de moldes e por
escolas de engenharia”, salienta Jorge
Júlio, CEO da Inautom.
Além desta vertente, a empresa foi
progredindo no sentido da comercia-
PUBLICIDADE
50 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
50
No conjunto das suas várias
actividades, a Inautom emprega
hoje 26 colaboradores
10
Em 2022, a Inautom gerou um
volume de negócios na ordem
dos 10 milhões de euros
RICARDO GRAÇA
lização de máquinas para indústria de
moldes e metalomecânica.
O passo seguinte foi, em 2021, o de-
senvolvimento e a comercialização de
sistemas de robótica, através da criação
de uma nova empresa, a Inautom Robó-
tica. Jorge Júlio sublinha que se tratou
de um “passo natural”, “o fechar de um
ciclo”, num contexto que exige cada vez
mais eficiência, redução de erro e de des-
perdício, com sistemas robotizados que
trabalham 24 sobre 24 horas.
No conjunto das suas várias activida-
des, a Inautom emprega hoje 26 cola-
boradores, tendo gerado, em 2022, um
volume de negócios na ordem dos 10
milhões de euros.
Os mercados são voláteis, ainda assim
Jorge Júlio fala sobre uma presença
da Inautom bem-sucedida junto de Países
Africanos de Língua Oficial Portuguesa,
também África do Sul e Nigéria, locais
onde é muito valorizada a assistência
técnica prestada pela empresa da Bata-
lha. “No ano passado tivemos negócio
relevante em Angola, que continua este
ano. Presentemente, estamos também
a desenvolver um negócio de cerca de
quatro milhões de euros em Cabo Verde.
E estamos a apostar muito na Nigéria,
onde estamos presentes há cinco anos e
onde vamos continuar a reforçar a nossa
participação em feiras e certames”, sa-
lienta o responsável.
“A indústria de moldes e de plásticos
está em permanente actualização e tam-
bém nós temos de investir e desenvolver
nova tecnologia que acompanhe as suas
novas necessidades. Estamos a trabalhar
na transição progressiva de sistemas hi-
dráulicos para sistemas eléctricos, no
sentido da redução da pegada carbóni-
ca”, refere o CEO.
E é também com este objectivo em
mente que a Inautom prevê constituir,
em dois ou três anos, juntamente com
a Tederic, uma nova unidade, a criar na
zona da Maceira, no concelho de Leiria,
PUBLICIDADE
52 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
unidade onde o propósito será conceber
e comercializar apenas máquinas total-
mente eléctricas”, adianta Jorge Júlio.
Empresa industrial, com fábrica de
sistemas de injecção de canais quentes
Estamos a na Marinha Grande, subsidiária da sul-
-coreana Yudo, também a Yudo EU está
trabalhar na a trabalhar no sentido da diversificação
de produtos.
transição A fábrica começou a laborar na Ma-
progressiva rinha Grande em 2007, apesar de estar
presente no mercado nacional desde
de sistemas 2003, como subsidiária. Tem como
core business o fabrico de sistemas de
hidráulicos injecção para integrar nos moldes de
plástico, sendo que cerca de 40% da
para sistemas sua produção é destinada ao mercado
externo, para toda a Europa e Estados
eléctricos, no Unidos. Emprega actualmente 80 fun-
sentido da
cionários.
Em 2022, a unidade registou um vo-
redução da lume de negócios de 7,6 milhões de
euros, o que representou um aumento
pegada carbónica de vendas de cerca de 10% face ao ano
anterior, explica Francisco Milhinhos.
Jorge Júlio, O director da Yudo EU considera que “o
crescimento tem vindo a ser sustentado
Inautom pela inovação, apoio ao cliente e apoio
de engenharia”.
 Quanto ao futuro próximo, continuará

PUBLICIDADE
também a pautar-se pelo desenvolvimen-
to de novas tecnologias. “Estamos a falar
da tecnologia Difusion Bonding, que será
empregue para o fabrico de sistemas de
injecção de canais quentes, com alta efi-
ciência para troca rápida de cor, balancea-
mento e eficiência energética”, adianta
o director. “Será também para o fabrico
de elementos de conformal cooling, para
a aplicação em molde de ciclo rápidos”, SISTEMAS DE APERTO
MAGNÉTICO
acrescenta Francisco Milhinhos.
O responsável recorda também que, 120ºC 180ºC 240ºC
ainda no final do ano 2022, a empresa
também lançou uma “nova linha de
atuadores eléctricos, denominado de
YUDriveEco, a juntar á já famosa YUDri-
ve2, que são fabricados e desenvolvidos
pela YUDOEU para todo o mundo”. Indústria:
São novos produtos/tecnologias que Borr acha
Cer âmica
optimizam o trabalho dos seus clientes, Es tampagem
Maquinag em
contribuem para reduzir erros, desper- Inj. Plás o

dício, aumentar a sustentabilidade eco- www

nómica e ambiental dos seus parceiros.
COMPONENTES
“Esta tecnologia será o futuro para todas E SISTEMAS PARA A
as áreas de negócio, especialmente em- INDÚSTRIA DE MOLDES
balagem e medical”, acredita o director. CILINDROS hidráulicos
“Num mercado cada vez mais com-
petitivo, o nosso cliente necessita de ser
mais eficiente. E para isso, nós, como for-
necedores, temos de apresentar as so-
luções que mais o ajudem. E esta é uma Elementos de Aperto e Mudança Rápida (Quick SetUp/SMED)
solução para a redução do desperdício,
já que nos dias que correm o mercado
exige mais frequentemente a mudança
de cor no mesmo artigo, e esta tecnologia
www.roemheldgruppe.de/ en
incide aí”, salienta Francisco Milhinhos.
“No caso do YUDriveEco, a solução
pretende ser uma ajuda na melhoria de AUMENTO
DA 'FORÇA DE FECHO'
processo de injecção, simplificando todo EM MÁQUINAS DE INJEÇÃO
o processo de programação de uma for-
ma revolucionária, com aplicabilidade
especialmente para a indústria automó-
MULTIPLICADORES
vel. É, além disso, um produto que se DE PRESSÃO hidráulica
“destaca também na sustentabilidade
ambiental, já que vai permitir converter
www.minibooster.com
os tradicionais cilindros hidropneumá-
ticos para eléctricos, com uma eficiência
maior no consumo de energia e manu-
FILTROS CENTRÍFUGOS DE EXTRAÇÃO DE NÉVOA DE ÓLEO,
FUMO OU VAPOR DE ÁGUA
tenção”, aponta o director.
Implementar esta nova tecnologia irá Centr os de maquinação
corresponder a um investimento de cerca Máquinas con vencionais
Máquinas r as
de 2,6 milhões de euros. Prevê-se que, Máquinas de Eletr oerosão
numa primeira fase e até final de 2023, Máquinas de la var
seja instalada a linha de montagem dos Aplicações especiais
atuadores eléctricos. Quanto aos equipa-
www.filtermist.pt
mentos e máquinas, estão previstos para
o primeiro trimestre de 2024”, adianta
Francisco Milhinhos.
Adoptar esta tecnologia terá implica- Visitenos: www ec.pt
Contactenos: ec.pt
ções nas instalações da unidade. “Tere-
mos de alterar o layout de uma das

12 de Outubro de 2023 MOLDES E PLÁSTICOS 53

naves para poder albergar o equipamen-
to de Difusion Bonding”, explica o direc-
tor, referindo que também se prevê um
aumento no número de colaboradores,
com a equipa a chegar às 90 pessoas, no
final do processo, com o crescimento a
ocorrer nas áreas de projecto, engenha-
ria e produção.
“Embora aqui não seja significativo
o incremento de funcionários, porque
cada vez mais a Yudo está focada na me-
lhoria e automatização dos processos.
Essa é a trajectória do grupo desde há
10 anos a esta data”, partilha Francisco
Milhinhos.
O Grupo Pearlmaster, sediado em
Parceiros, no concelho de Leiria, é outro
exemplo de entidades que têm vindo a
apostar na complementaridade das suas
áreas de actuação, Em Julho, recorde-se,
a Pearlmaster, empresa-mãe, dedicada
à engenharia e produção de moldes,
congratulava-se através das suas redes
sociais, do investimento que tem vindo a
realizar na Pearlizplas, sua parceira para
a injecção de peças plásticas, e do final
das obras de expansão daquela unidade.
“Com este novo empreendimento, a
Pearlizplas triplica a sua capacidade de
armazenagem e implementa várias me-
PUBLICIDADE
54 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
lhorias na dinâmica dos vários departa-
mentos, respondendo assim às crescentes
solicitações dos clientes”, salientava.
“Actualmente, a Pearlizplas fornece
peças plásticas para diversos sectores,
Cada vez mais a como o automóvel que representa 67%
da produção, mas também para os sec-
Yudo está focada tores doméstico, de embalagens, agricul-
tura e medicina, e exporta o seu produ-
na melhoria e to acabado para sete países. Com essas
obras de expansão, a empresa tem a sua
automatização estrutura preparada para os próximos
dos processos. anos de crescimento”, frisava o grupo
dos Parceiros.
Essa é a Note-se que o grupo nasceu com a
Pearlmaster, numas pequenas insta-
trajectória do lações, em 2008. Uma década depois,
viriam a ser inauguradas novas insta-
grupo desde há lações. Quanto ao centro de testes das
Pearlizplas, data de 2017.
10 anos a esta data “Surgimos como parte de uma estra-
tégia de desenvolvimento de negócio,
Francisco resultando no complemento da oferta da
Milhinhos, Pearlmaster, empresa dedicada à gestão
de projectos de moldes. Com esta nova
Yudo Eu unidade é agora possível fechar todo o
ciclo da oferta de soluções integradas
para os clientes, indo desde o projecto,
ao molde e até ao fabrico da peça plás-
tica”, salienta a Pearlizplas.
 Abstract

PUBLICIDADE
Adding services
and value to
raise the bar on
sustainability

Working closely together, through

a network of partner companies
whose products and activities often
complement each other, has almost
always been the spirit of the moulds
and plastics industry clusters,
which has also raised the name,
prestige and expertise of the units
as a whole, both within and across
borders.
However, there are also companies
which, over the years, have
internally added stages to the value
chain, expanded and diversified
their product range. For example,
there are now groups in the region
capable of designing and producing
moulds, injecting plastic parts
and selling them to different
international markets, without
neglecting technical support, in a
turnkey concept.
Their aim is to gain autonomy,
scale, competitive capacity and,
in addition to the economic
sustainability of their own
businesses, contribute towards
greater efficiency, reduction in
errors and waste and, as such,
contribute towards greater
environmental sustainability.

56 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023

CONTEÚDO PATROCINADO

Um novo rumo da RAS RECYCLING!

Fundada em 2006, com o nome de Absorvalor,
esta empresa familiar dedicada à reciclagem
de plástico situava-se então nos Pousos e era
inicialmente constituída por duas pessoas. Anos
mais tarde, já com mais funcionários, a empresa
foi deslocada para o Vidigal, sempre com o foco
no crescimento.
Uma década passou e a Absorvalor adquiriu
novas instalações nas Chãs, na Freguesia de
Regueira de Pontes, com vista ao aumento da
sua produção. Neste mesmo ano, foi adquirida
por investidores estrangeiros.
Começou com uma única linha de produção
e, logo no ano de 2017, já detinha duas, o que
originou um aumento exponencial da sua ca-
pacidade produtiva. Sempre focada na susten-
tabilidade e na economia circular, conceitos tão
em voga nos dias de hoje.
A área de reciclagem de plástico, ao contrário
do que se possa julgar, está cada vez mais no
nosso quotidiano e em fase de crescimento. E
o plástico é um material nobre.
No decorrer destes anos, foram várias as difi-
culdades sentidas, como esta última, que nos
tocou a todos, uma pandemia para a qual não
estávamos preparados e que nos bateu à porta
sem pedir licença. Apesar de tudo, a empresa
nunca parou e manteve todos os postos de tra-
balho. O respeito pelas pessoas e pelos seus
postos de trabalho são alguns um dos traços
dos seus investidores.
No último ano a empresa esteve parada, para
dar cumprimento a aspetos legais, mantendo
sempre o foco em manter a sua área de negócio,
assim como todos os postos de trabalho. Quan-
do reiniciou, por vontade dos investidores, que
jamais abrirão mão das suas convicções, alterou
“Sempre procurei
o nome, com o objetivo do renascimento. transformar os desastres
Desta feita surge a RAS RECYLING, tal como a
Fénix, uma ave que simboliza o renascimento,
em oportunidades”
a mudança, simboliza a vida e seus ciclos, a es-
perança, o facto de que é preciso dar a volta
por cima nas situações adversas. um projeto de vida do qual se orgulha bastante, Com os olhos postos no futuro, a RAS RE-
Em abril do presente ano, a RAS RECYCLING pela confiança depositada pelos sócios. CYCLING acredita que só uma aposta forte
sofreu mais um processo de restruturação na Atualmente, a empresa conta com cerca de vin- permite à empresa um bom lugar no mercado
sua gerência. A engenheira Carla dos Santos te trabalhadores, número este que pretende global, e que é passo a passo que mantém o
assumiu este commitment com foco e deter- aumentar, de modo a incrementar a sua pro- seu foco.
minação. Com formação na área da Engenha- dutividade para fazer face ao mercado nacional Atualmente, a empresa está em fase de ex-
ria Química, várias especializações na área da e internacional. pansão para Marrocos, o que acontecerá já no
indústria e pós-graduação em Gestão, com um Apesar de todas estas nuances, que a empre- próximo ano, mantendo também a sua unida-
Know-how na área de reciclagem de plástico de sa tem vivido e ultrapassado, esta tem sempre de fabril em Leiria, cidade que respeita e que
mais de uma década, é a aposta certa para levar contado com o apoio dos seus parceiros de conta com um tecido empresarial reconhecido
a cabo os objetivos do presente e do futuro da negócios, que se têm mantido em harmonia internacionalmente.
RAS RECYCLING. para com esta casa. Parceiros estes a quem a
Este desafio, quer a nível pessoal, quer a nível empresa agradece a confiança e a parceria de Engenheira Carla dos Santos
profissional, representa para a engenheira Carla, longa data. Gerente da empresa RAS RECYCLING, LDA

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 57

Opinião
Inovação, proteção e agora com reembolso
C
om provas dadas de que o
sector dos Moldes e Plásticos
é um dos grandes motores
da encomia nacional, para
além de ocupar um lugar no pódio
entre os maiores fabricantes a nível
Europeu, para os seus protagonistas é
indissociável a necessidade de investir
em inovação para que este ranking se
mantenha uma realidade.
De facto, a inovação é o principal fator
Filipa Pereira de desenvolvimento das empresas,
permitindo a criação de valor e a
atracão de novos negócios e mercados.
A propriedade industrial tem um
papel muito relevante neste aspeto,
permitindo a proteção das invenções
– que podem resultar de um processo
de investigação totalmente novo ou
do aperfeiçoamento de produtos e
processos – através da patente.
Para que o investimento em
Propriedade Industrial se torne parte
da agenda anual de uma empresa, é
importante que existam ferramentas
de apoio à inovação, que de forma
prática e célere se convertam num apoio
financeiro direto às empresas.
A grande novidade em 2023 foi a
abertura do Fundo Euipo à proteção
por patente. Dirigido às Pequenas e
Médias Empresas (PME) que pretendam
iniciar um processo de pedido de
patente nacional ou europeu, este
fundo implica um reembolso de 75%
até um valor máximo de 1500€ das
A grande novidade taxas oficiais cobradas pelos respetivos
em 2023 diz respeito Institutos onde esse pedido venha a ser
à abertura do Fundo submetido, por candidato.
Euipo à proteção por O Fundo Euipo caracteriza-se
patente sobretudo pela simplicidade no acesso
PUBLICIDADE
58 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
à candidatura, pela rapidez do seu
deferimento e reembolso e pela sua
elevada taxa de aprovação.
Uma empresa PME que pretenda
submeter um pedido de patente
deve antecipadamente apresentar a
candidatura ao Fundo Euipo, através do
preenchimento de um formulário para o
efeito, no qual é identificada a empresa
e respetivo NIB para reembolso, uma
declaração de PME e certificado de IVA.
Em aproximadamente 15 dias uteis será
conhecida a decisão de aprovação ou
recusa ao Fundo, e em 30 dias da data da
candidatura, se aprovada, o reembolso
das taxas oficiais será realizado.
Considerando uma candidatura relativa
a um pedido de Patente Europeia, que
comporta 1595€ de taxas oficiais, o valor
reembolsado será de 1196,25€. A call de
2023 terminará a 8 de dezembro de 2023
sendo limitada a um valor de 25 milhões
de euros, sob pena de poder encerrar
em data anterior caso o orçamento total
se esgote antes de findo este prazo.
Tal como num processo de um pedido
de patente é altamente aconselhável
recorrer a uma equipa de Agentes Oficiais
da Propriedade Industrial, a candidatura
ao Fundo Euipo deverá ser acompanhada
pela mesma equipa também dedicada à
preparação e submissão de candidaturas
ao fundo, agilizando todo o processo até
ao seu deferimento.
Agente Oficial da Propriedade Industrial
e especialista em Patentes da J. Pereira
da Cruz
Texto escrito segundo as regras do Acordo
Ortográfico de 1990
Afinar
procedimentos
e mobilizar
colaboradores
para uma cultura
verde
Os novos desafios da sustentabilidade
impõem o aprimorar de competências e uma
reeducação dos recursos humanos para práticas
organizacionais mais verdes. As empresas,
os centros tecnológicos e de saber estão
empenhados nessa preparação

sultores, têm sido as vias trilhadas para sa sediada na Maceira, no concelho de

Daniela Franco Sousa
daniela.sousa@jornaldeleiria.pt
Garantir a maior sustentabilidade econó-
mica e ambiental na sua empresa, bem
como nos produtos que disponibilizam
aos seus clientes passaram a ser objecti-
vos basilares de grande parte das indús-
trias de moldes e plásticos.
De forma a alcançar tais desígnios, as
empresas têm vindo a apostar na prepa-
ração das suas equipas. A formação em
contexto de trabalho, bem como o re-
curso a cursos específicos, dinamizados
por instituições de ensino superior, as-
sociações, centros tecnológicos ou con-
conseguir alinhar os colaboradores com
estas novas necessidades do mercado.
Além da formação dos colaboradores,
o caminho para a sustentabilidade nas
empresas faz-se através de novos produ-
tos e novos métodos de fabrico, também
pela adopção do trabalho online sempre
que possível, com videoconferências,
tratamento e troca de informação por
via digital, evitando consumo de com-
bustível nas deslocações e da utilização
de papel, recomendam especialistas em
Recursos Humanos.
David Barbeiro é membro da adminis-
tração e director de IT na PMM, empre-
Leiria, especializada no estudo, desen-
volvimento técnico e fabrico de moldes
para a injecção de plástico, borracha e
fundição injectada, que tem portanto,
uma cadeia de valor completa, desde
o design e engenharia de produto até à
produção de peças.
Explica que, ao longo de 36 anos de
actividade, a PMM tem vido a ajustar-se
às diferentes necessidades de merca-
do, somando, no seu portfólio, moldes
para os sectores das áreas automóvel,
jardinagem, doméstica, médica e em-
balagem, tendo no ano passado alcan-
çado um volume de negócios superior a

60 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023


45
Trabalhar de acordo com objectivos
de maior sustentabilidade económica
e ambiental é política da PMM que,
para o efeito, tem preparado a sua
equipa de 45 pessoas
quatro milhões de euros, superando bas-
tante o valor registado no ano anterior.
Trabalhar de acordo com objectivos
de maior sustentabilidade económica e
ambiental é política desta casa que, para
o efeito, tem preparado a sua equipa de
45 pessoas.
“A formação depende do papel que
cada colaborador irá desempenhar. Mas
o principal pilar que nos suporta é uma
plataforma de gestão de conhecimen-
to, diria que uma espécie de ‘Wikipédia’
interna, que usamos para descrever em
detalhe todo o conhecimento que fomos
adquirindo. Qualquer dúvida que um
novo colaborador tenha, basta consul-
12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 61
FREEPIK
tar essa plataforma, sendo que, se não
encontrar resposta para o que pretende,
poderá sempre consultar um colega”,
salienta David Barbeiro. “Existe sem-
pre esse acompanhamento feito por
um colega, papel desempenhado pelo
responsável de secção”, prossegue o
administrador.
Quanto à sustentabilidade propria-
mente dita, assenta em três vertentes.
Uma delas é a simplificação dos moldes.
Porque quanto menos mecânica, menos
aço, menos ferramentas envolve, mais
barato, mais economicamente sustentá-
vel fica para o cliente e também menos
recursos carece no seu fabrico, pa-

ra benefício do ambiente, nota David
Barbeiro.
Ao nível dos estudos reológicos, an-
tes do início da maquinação, a PMM
também desenvolve a simulação vir-
tual do enchimento, o que permite per-
ceber antecipadamente como seria fei-
ta a peça plástica. É possível perceber
como se comportaria com determinada
refrigeração, exemplifica o director de
IT. Evitam-se erros e desperdícios antes
da fabricação, nota David Barbeiro.
Além disso, remata o administrador,
a PMM investiu na instalação de painéis
fotovoltaicos em toda a cobertura da
unidade, de forma a aproveitar ao má-
ximo o horário diurno e a luz solar para
fazer as produções.
Fundada em 1955 e sediada em Lei-
ria, a Plásticos Santo António é uma
empresa que se dedica ao fabrico de
embalagens para indústria, destinadas
a transporte, logística e armazenamen-
to, também de baldes para produtos
alimentares e colas, que emprega uma
equipa de cerca de 20 elementos.
Miguel Ritto, responsável pela em-
presa, explica que, ao longo dos anos, a
Plásticos Santos António tem apostado
na formação dos seus recursos huma-
62 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
RICARDO GRAÇA
nos, sendo que as exigências de uma
indústria mais automatizada e sus-
tentável também suscitam diferentes
necessidades formativas da equipa.
A Plásticos Santo António promoveu
A PMM investiu recentemente, ao longo de quatro ou
cinco meses, 75 horas de formação, re-
na instalação sultado de uma candidatura, que con-
tou com apoio financeiro, dinamizada
de painéis pelo Centimfe (Centro Tecnológico da
fotovoltaicos em
Indústria de Moldes, Ferramentas Es-
peciais e Plásticos), e que foi ajustada
toda a cobertura às necessidades específicas da empre-
sa. Parte da formação relacionou-se
da unidade, com melhoria contínua, mudança rá-
pida de postos de trabalho, ferramen-
de forma a tas, qualidade e produtividade, e uma
outra parte disse respeito a optimiza-
aproveitar ao ção, regulação de máquinas e selos de
qualidade.
máximo o horário Foi uma formação realizada na se-
diurno e a luz quência do que é já prática da empresa,
de recorrer a formação e consultoria,
solar para fazer junto de entidades diversas, seja do
Centimfe, da Nerlei (Associação Em-
as produções presarial da Região de Leiria) ou da Ce-
famol (Associação Nacional da Indús-
David Barbeiro, tria de Moldes), salienta Miguel Ritto.
A formação no contexto de trabalho
PMM é muito importante pois, “por
 RICARDO GRAÇA

melhor que seja uma escola ou uni-

versidade, os jovens nunca saem mui-
to preparados, porque há ofícios que
requerem longos anos de experiência”,
nota o responsável.
E é necessário formar de acordo com
as dinâmicas e solicitações novas que o
mercado apresenta. Esta empresa ex-
porta hoje cerca de 65% do que produz,
para quase todos os países da Europa.
“Todas as caixas que fabricamos são
reutilizáveis, podendo ser recolhidas,
para o plástico ser reciclado e injecta-
do na fabricação de novos produtos”,
explica Miguel Ritto. Existem inclusive
clientes que especificam que preten-
dem adquirir apenas produtos feitos
com plástico reciclado, acrescenta.
Tudo isto implica investimento, tec-
nologia e formação, ajustadas às novas
realidades de fabrico.

Projecto What About Twin
Transition desperta interesse
internacional
É com grande satisfação que Rui Tocha,
director-geral do Centimfe, explica o
impacto que o projecto WATT – What
About Twin Transition tem tido não
Centimfe, dirigido por Rui Tocha,
tem preparado as indústrias para a
transição ecológica
apenas junto das empresas, mas tam-
bém de outras entidades no exterior,
nomeadamente da Itália e da Alemanha,
que se mostraram muito interessadas na
forma como o Centimfe está a cooperar e
a preparar as indústrias na sua transição
ecológica, ao ponto de quererem ajustar

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64 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023

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Gostaram muito
da metodologia
que estamos a
usar e isso coloca
uma vez mais as
nossas indústrias
na crista da onda
Rui Tocha,
Centimfe
a ideia às suas realidades. “Gostaram
muito da metodologia que estamos
a usar e isso coloca uma vez mais as
nossas indústrias na crista da onda,
ao trabalharem novos caminhos”,
congratula-se o director-geral.
“A indústria europeia confronta-se
com a necessidade de manter a lide-
rança tecnológica e continuar com-
petitiva face aos mercados globais, o
que a obriga a integrar a Inteligência
Artificial, o uso dos sistemas de dados,
e a transformar a sua economia para
que esta seja mais circular e sustentá-
vel. A Indústria 5.0, que pretende im-
plementar a dupla transição, apoia-se
na investigação e na inovação como
o suporte para a indústria poder aju-
dar as economias a serem resilientes,
respeitando os limites do planeta”,
contextualiza o Centimfe.
Foi nesta realidade que surgiu o
projecto WATT – What About Twin
Transition, através do qual o Centim-
-fe teve como objectivo estratégico
“promover a valorização, transferên-
cia e disseminação de conhecimento
tecnológico através do matchmaking
entre os desafios da indústria e solu-
ções criadas, e da integração dos resul-
tados e das tecnologias desenvolvidas
em actividades de I&D, aumentando
em termos qualitativos e quantitati-
vos a partilha de informação tecno-
lógica dirigida à indústria de moldes,
ferramentas especiais e plásticos, de
modo a fomentar a dupla transição,
ecológica e digital, pelas empresas”,
informa o centro tecnológico sediado
na Marinha Grande.

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 65

 No âmbito deste projecto - que ar-
rancou no início do ano passado e foi
concluído no final de Junho - foram
várias as actividades desenvolvidas.
Uma delas passou por desenvolver o
roteiro ou Roadmap do Cluster Enginee-
ring & Tooling para alcançar a transição
ecológica, com uma forte componente
prática, capaz de permitir às empresas
do cluster aplicar as tecnologias, as
ferramentas e as boas práticas para se
alcançar a transição ecológica. O Roa-
dmap é composto por: Livro Branco,
Pacto de Compromisso e ferramentas
de apoio à implementação, todos reu-
nidos num Toolkit.
Learning Factory foi outra vertente
do projecto. Neste ponto, o objectivo
foi “demonstrar os desenvolvimentos
tecnológicos numa lógica de integra-
ção da transição digital com a transi-
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66 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
ção ecológica, através da valorização
das disciplinas do desenvolvimento
realçando a sua importância para
ter produtos de sucesso e processos
robustos, e demonstrando a sua apli-
A implementação cação modular e integrada”.
Em terceiro lugar, o projecto
destas ‘práticas WATT contemplou ainda activida-
des de promoção e divulgação. Com
verdes’ poderá a realização de “acções com um ca-
ser alcançada rácter transversal às actividades do
projecto para fomentar a quantida-
através de um de, qualidade e disponibilidade da
informação científica e tecnológica
bom e intensivo com as empresas do cluster, através
de acções de disseminação e de de-
investimento e monstração”, consubstanciadas atra-
vés de workshops/webinares, mesas
formação redondas, Open Days e conteúdos
audiovisuais, concretiza o Centimfe.
Mariana Ribeiro
Incorporar sustentabilidade
em todas as funções
Dedicado à partilha de informação
sobre Recursos Humanos, o blogue
RHBizz publicou um artigo intitulado
Metas de sustentabilidade nos recursos
humanos: como incorporar a susten-
tabilidade em todas as funções, que
elenca várias dicas e orientações para
que as empresas promovam ambien-
tes onde os seus colaboradores pos-
sam desempenhar actividades mais
sustentáveis.
“O papel do CEO e das lideranças
é a chave para o sucesso de qualquer
tipo de mudança organizacional
significativa. Para a integração no
negócio das metas de sustentabili-
dade, o exemplo dado por aqueles
que ocupam cargos superiores é es-
pecialmente importante”, introduz
o artigo.
“O apoio e o envolvimento de fun-
ções corporativas, tais como pesquisa
e desenvolvimento, desenvolvimen-
to comercial, gestão de fornecedores,
operações e recursos humanos são
peças-chave para a incorporação
da sustentabilidade na estratégia,
cultura e operações”, prossegue a
mesma fonte. Para que os recursos
humanos sejam chamados a intervir
nesta matéria, as empresas devem,
por exemplo, integrar as suas metas
de sustentabilidade nas avaliações
de desempenho e esquemas de re-
muneração, “com incentivos adicio-
nais que reflectem o papel específico
que uma função ou indivíduo tem no
alcance dos objectivos relevantes”,
refere ainda.
 Também Mariana Ribeiro, pós-gra-
duada em Gestão de Recursos Huma-
nos pelo ISCSP-ULisboa, num artigo
publicado na Comunica RH, deixa um
conjunto de recomendações para or-
ganizações mais sustentáveis.
Uma gestão de recursos humanos
‘mais verde’ “visa a implementação
de políticas e práticas sustentáveis nas
empresas, cujo objectivo é aumentar
a sensibilização para o impacto nega-
tivo que a poluição e o consumo de
energia podem ter para o meio am-
biente e, consequentemente, para o
nosso estilo de vida”, introduz a es-
pecialista.
“A implementação destas ‘práticas
verdes’ poderá ser alcançada através
PUBLICIDADE
68 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
de um bom e intensivo planeamento,
investimento e formação”, especifica
a autora. “A transformação do local de
trabalho para um espaço mais eficiente
ecologicamente poderá ser um dos pri-
A melhoria meiros passos a dar, visto encontrar-se
relacionada com o aumento do nível de
dos produtos e satisfação, do comprometimento orga-
nizacional e de uma atitude mais positi-
serviços dão às va por parte dos colaboradores”, refere
Mariana Ribeiro. Já os passos seguin-
empresas uma tes poderão ser, entre outros, “acabar
imagem mais com o tempo desnecessário passado no
escritório, adoptar horários flexíveis,
fidedigna incorporar medidas relacionadas com
o meio ambiente nas tarefas diárias, e
Mariana Ribeiro também apostar diariamente no reco-
nhecimento e dedicação de cada um e
na atribuição de recompensas que, por
sua vez, irão incentivá-los a prosseguir
com as suas iniciativas ecológicas”.
“Será sempre importante incenti-
vá-los à utilização de, por exemplo,
outros meios de transporte. Se traba-
lharem numa grande cidade, o uso de
transportes públicos ou bicicletas de-
verá ser estimulado, uma vez que a re-
dução da poluição dentro das cidades
tem sido um dos grandes objectivos
de quase todas as capitais europeias”,
refere.
E as empresas poderão ainda re-
duzir custos e aumentar a eficiência
dos processos “através de entrevistas
online e/ou por telefone, a utilização
descrescente de papel, reuniões por
videoconferência, redução (e elimi-
nação) do uso do plástico e incentivo
e prática da reciclagem”, exemplifica
a especialista.
Outro exemplo será “a implementa-
ção de candidaturas a vagas de empre-
go de forma mais digital possível (sub-
missão de documentação, vídeos de
apresentação e testes online, utilização
do e-mail), evitando o desperdício de
papel, reduzindo a pegada de carbono
e os custos operacionais”, também o
recurso ao teletrabalho, preconiza.
Quanto à redução de resíduos am-
bientais, que leva à busca de novos
métodos de fabrico, também torna as
empresas mais apelativas junto do pú-
blico mais consciente. “A melhoria dos
produtos e serviços dão às empresas
uma imagem mais fidedigna, tanto para
colaboradores como para clientes”, no-
ta Mariana Ribeiro. O estabelecimento
de objectivos para cada trabalhador,
que levarão à desejada recompensa,
também é uma das recomendações
deixadas pela autora do artigo.
 Abstract

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Refining
procedures
and mobilising
employees
for a green
culture
Ensuring the greatest economic and
environmental sustainability in their
company and in the products they
offer their customers has become a
basic objective for a large part of the
moulds and plastics industry.
In order to achieve these goals,
companies have been investing
in preparing their teams. On-
the-job training, as well as use
of specific courses run by higher
education institutions, associations,
technology centres or consultants,
have been ways to align employees
with these new market needs.
In addition to employee training, the
road to sustainability in companies
is paved by new products and new
manufacturing methods, as well as
adopting online working whenever
possible, with video conferences
and digital exchange of information,
avoiding fuel consumption in travel
and the use of paper, recommend
human resources experts.

70 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023

 DR

Carlos Ribeiro junto à aplicação da

tecnologia criada pela TWEVO, na
Gallo Vidro

Startup de Leiria Jacinto Silva Duro

jacinto.duro@jornaldeleiria.pt

cria solução de As exigências da Indústria 4.0 levam

muitos empresários a fazer contas a no-

Inteligência
vos equipamentos, mas uma startup de
Leiria pode ter a solução para poupar,
melhorar a produção e aumentar o con-
forto dos operários. A TWEVO dota os

Artificial que equipamentos de “inteligência” dentro

dos parâmetros da Indústria 4.0 com a
maquinaria antiga, num exercício co-

actualiza chão
nhecido como ‘retrofit’.
A empresa concebeu o sistema Viex-
pand que permite, através da aplicação

de fábrica para
de Inteligência Artificial, a supervisão
de processos industriais e detecção de
erros e falhas na linha de produção.

Indústria 4.0
A TWEVO criou um sistema inteligente
de supervisão de processos industriais de
produção à distância que pode reduzir falhas na
produção e melhorar as condições de trabalho
dos operadores com um investimento mínimo
A startup opera há anos no mercado
de soluções de comunicação à distân-
cia, aliás foi aí que nasceu com um revo-
lucionário sistema destinado a ligações
de grande distância para drones.
O CEO, Carlos Ribeiro, acredita que
o Viexpand tem um grande potencial
inerente na indústria dos plásticos e na
de moldes, em especial na montagem
de ferramentas e moldes mais comple-
xos, através do controlo de processos
tanto das máquinas, como dos seus
operadores.
Em Junho deste ano, a TWEVO deu

72 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023

um passo na sua evolução e na di-

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versificação de actividades, ao criar
e instalar um sistema inteligente de
supervisão de processos industriais
de produção, no mais antigo forno em
operação na Gallo Vidro, empresa de
fabrico de vidro automático da Mari-
nha Grande.
A solução, denominada Viexpand,
conta com aplicação de IA e foi pen-
sada para ser aplicada em espaços
industriais e chão de fábrica que não
têm ainda equipamentos de Indústria
4.0 ou 5.0.
A empresa de Leiria, em parceria
com o Instituto de Telecomunica-
ções/Instituto Politécnico de Leiria,
liderou este projecto, que consistiu
no desenvolvimento e construção em
hardware de um sistema de processa-
mento e transmissão omnidireccional
de vídeo, para a supervisão do fabri-
co de garrafas à distância. O mesmo
pode ser aplicado nas indústrias de
moldes e plásticos.
O sistema pode detectar erros na
produção e evitar congestionamentos
e bloqueios na linha que transporta
garrafas de vidro a temperaturas de
cerca de 450ºC.
Carlos Ribeiro, CEO da TWEVO,
explica que o sistema permite igual-
mente aumentar o conforto dos tra-
balhadores em postos de trabalho
onde a temperatura média é de 50º
C, o ambiente está carregado de óleo
e onde o ruído pode causar danos
permanentes.
“Do ponto de vista da sustentabi-
lidade, a diminuição do desperdício
de produto e redução da utilização
de energia são outras vantagens”,
avança o responsável.
Quatro câmaras de vídeo de alta re-
solução e um sistema concebido pela
TWEVO e pela equipa de investigação
do Instituto de Telecomunicações do
Instituto de Politécnico de Leiria, ve-
rificam e medem, por reconhecimen-
to de imagem à distância e em tempo
real, a distância entre cada uma das
garrafas.
Se estiverem demasiado próximas,
por estarem ainda quentes e maleá-
veis, podem colar-se umas às outras
ou, caso caiam no sem-fim, podem
bloquear a produção, causando pre-
juízo e atrasos.
O sistema instalado impressionou
tanto os responsáveis do Grupo Vi-
drala, onde se integra a Gallo Vidro,
que está a ser negociado um

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 73

acordo estratégico com a empresa de
Leiria, para que esta seja o fornecedor
das ferramentas de inspecção visual do
conglomerado industrial.
Após ser implementado na unidade
da Marinha Grande, o próximo passo
será a expansão para as fábricas em
Espanha.
Esta tecnologia da TWEVO, acreditam
os responsáveis, poderá dar um contri-
buto na monitorização de processos,
no caso de moldes com montagens
complexas, verificando, por exemplo,
posicionamentos nos locais correctos.
O pequeno defeito que deita um
lote para o lixo pode ser evitado
Mas é na indústria de plásticos que o
Viexpand poderá ter um papel mais
interventivo. Os responsáveis da star-
tup de Leiria já estabeleceram alguns
contactos com responsáveis do sector
e identificaram algumas questões onde
o seu produto pode ajudar a melhorar
os processos.
“No controlo do processo, se algo fa-
lhar nas máquinas de injecção, se um
molde não extrair as peças, se o número
de peças que saem da máquina não for o
PUBLICIDADE
74 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
correcto, se o utilizador, que está a fazer
a ‘assemblagem’, não seguir a sequência
correcta de montagem, o Viexpand pode
alertar para esse evento. Na prática pode
fazer um controle de qualidade no pro-
Do ponto cesso de fabrico”, explica Carlos Ribeiro.
Há empresas com dezenas de opera-
de vista da dores que a única coisa que fazem é a
inspecção visual e a montagem de peças
sustentabilidade, complexas. O controlo de qualidade, é
a diminuição do uma parte muito sensível do fabrico,
porque os clientes exigem muita per-
desperdício de feição.
“É uma tarefa difícil para o ser huma-
produto e redução no, porque obriga alguém a estar oito
horas a olhar para peças, à procura de
da utilização de um pequeno defeito que possa com-
prometer a peça ou todo um lote de
energia são outras produção.”
O responsável explica que a aplicação
vantagens da sua solução de Inteligência Artificial
Carlos Ribeiro, no mundo da produção de componen-
tes e peças de plástico, passa, essencial-
TWEVO mente pelo controlo de qualidade visual
e dimensional. “É uma monitorização
automática, que já existe de uma forma
menos flexível do que o nosso produto.
Ainda não utilizam Inteligência Artifi-
cial. O operador é que tem de montar
as peças em suportes e em posições
estáticas, depois tirar uma fotogra-
fia numa posição exacta e é feito um
processamento e análise da imagem,
para verificar a qualidade. Com o nosso
sistema, temos mais flexibilidade na
recolha de imagens ou de vídeo e fazer
análise sem ser preciso tanto cuidado
no posicionamento, o que simplifica o
processo de produção e aumenta a sua
velocidade”, adianta.
Ao longo da passadeira, existem
várias câmaras que captam imagens
e que enviam a informação para uma
máquina de IA que “aprendeu e foi
treinada” para reconhecer as caracte-
rísticas correctas. “O caminho mais efi-
caz é fazer uma primeira triagem com
uma máquina de IA simples, que faz
a separação das peças sobre as quais
têm dúvidas, digamos 20%, e enviá-
-las para os operadores humanos, num
trabalho conjunto, que permite uma
análise ainda mais fina; uma solução
onde a máquina de IA complementa e
ajuda o trabalho dos operadores huma-
nos, mantendo os postos de trabalho
e agilizando o processo de controlo de
qualidade.”
Peças plásticas com defeitos de pin-
tura ou defeitos visuais, como o brilho,
ou dimensionais, com deformação ou
incompletas, com cantos e curvas fora
dos parâmetros são imediatamente iden-
tificadas e seleccionadas para rejeição,
não necessitando de um operador a mo-
nitorizar a linha de produção.
Treino da máquina na cloud
Esta é uma solução que passa pela adop-
ção de software e de algum hardware, ao
longo da linha de produção, que comuni-
ca com computadores virtuais na cloud
450º
O sistema pode detectar
erros na produção e evitar
congestionamentos e bloqueios
na linha que transporta garrafas
de vidro a temperaturas de cerca
de 450ºC.
12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 75
que ajudam o sistema no chão de fá-
brica a melhorar o seu funcionamento.
“Em vez de ser uma máquina com um
modelo de IA que passa por olhar para
uma garrafa, medir distâncias, afasta-
mentos e alturas, passa para um modelo
que verifica as características da peça.
A nível de escalabilidade é um trabalho
que nos levará alguns dias a montar o
sistema e, depois, uma semana no má-
ximo a ensinar e a colocar o sistema a
trabalhar”, explica o responsável da
startup.
Na cloud da TWEVO é realizado o trei-
no automático da máquina de IA. Aqui
ela aprende e evolui o conhecimento da
sua função, que lhe permitirá desempe-
nhar a sua tarefa. Quando o modelo de
IA está pronto para funcionar, ele é des-
carregado no sistema instalado na área
de produção, que fica pronto a laborar.
“No local onde será instalada, a má-
quina não tem capacidade de treino, ou
seja, não consegue aprender a sua fun-
ção, adaptar-se a mudanças ou melho-
rar o seu desempenho, mas está ligada à
nossa cloud. Nela, temos máquinas de
treino que nos permitem adaptar a cada
novo desafio e a cada nova aplicação.”
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 Abstract
Leiria startup creates an Artificial Intelligence solution
that upgrades shop floors to Industry 4.0

The demands of Industry 4.0 have
led many entrepreneurs to consider
new equipment, but a startup from
Leiria may have the solution to save
money, boost production and increase
worker comfort. TWEVO provides
equipment with “intelligence”
within the parameters of Industry 4.0
with old machinery, in an exercise
known as ‘retrofitting’. The solution,
called Viexpand, features Artificial
Intelligence, the application of high-
resolution video cameras and an
omnidirectional video processing
and transmission system, for
manufacturing supervision, quality
control and task supervision. The
small defect that throws a batch
away can be avoided. And all without
having to install physical sensors
or expensive servers to process the on applying the solution to the
information. TWEVO has applied moulds and plastics industry, having
this technology to the automatic identified operational gaps where this
glass production sector, where technology will be useful.
high temperatures and a hostile
environment limit the operational
life of some of the most sensitive
components and require constant
maintenance and preventive actions.
The Leiria company, in partnership
with the Telecommunications
Institute/Polytechnic Institute
of Leiria, led this project, which
consisted of the development
and hardware construction of an
omnidirectional video processing
and transmission system for the
supervision of bottle manufacturing.
According to its founder, Carlos
Ribeiro, the team is already working

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76 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023


Mais do que a
tecnologia a
“imprevisibilidade”
do mercado é o maior
desafio para o sector
A Starmill é uma empresa com duas décadas
de experiência na comercialização e serviços
após-venda de máquinas para a indústria
metalo-mecânica de precisão e dos moldes. O
responsável, André Elói, acredita que os saltos
tecnológicos nestas áreas serão essencialmente
na rapidez de produção, poupança energética e
ambientais e explica porquê
78 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
DR
Jacinto Silva Duro
jacinto.duro@jornaldeleiria.pt
“O custo de um upgrade ao controlador
de CNC, por vezes, pode ser superior
ao valor da própria máquina”, alerta
André Elói, responsável pela Starmill,
empresa de comercialização e serviços
após-venda de máquinas para a indús-
tria metalo-mecânica de precisão e dos
moldes.
A tendência actual para a evolução
tecnológica das Indústrias 4.0 e 5.0, para
o workflow, para a transmissão e análise
de dados, para melhorar a produção e
controlo de operações, leva a que quase
todas as máquinas recolham informa-
ção. “Tempo e tipo produção, tipo de
produção ou consumos energéticos”,
ilustra o empresário.
“Nos dispositivos comercializados en-
tre 2000 e 2010, há muita coisa que se
consegue obter a partir dos controlado-
res. Actualmente, há várias empresas de
software vocacionadas para a aquisição
de dados.”
Em vez de grandes revoluções, no
campo da inovação nas máquinas para a
indústria metalo-mecânica de precisão e
dos moldes, o sócio-gerente da Starmill
acredita que as novidades serão essen-
cialmente na rapidez e precisão, haven-
do ainda espaço para melhoramentos
na componente ambiental.
A maior parte dos fabricantes tem
incluído nas próprias máquinas a ca-
pacidade de exportação das principais
informações para a área produtiva, pro-
cesso que permite aos clientes perce-
berem o que está a acontecer no chão
de fábrica.
Além disso, há a preocupação com
práticas de manutenção com carácter
preventivo e antecipado, com a redu-
ção de energia e um esforço em pro-
mover o baixo consumo energético e
de recursos, como a água e óleo.
Maior desafio é a imprevisibilidade
O maior desafio que se coloca ao sector,
entende André Elói, é a “imprevisibili-
dade”. “Há demasiados picos produti-
vos. É tudo para ontem e os prazos são
muito curtos. Vejo nos nossos clientes
que, tanto têm demasiado trabalho,
como, a seguir não têm nada”, afirma,
reconhecendo que estes são sinais de
concorrência muito feroz. “Há muitos
players no mercado”, resume.
Esta “instabilidade”, adianta, é má,
até para as expectativas de venda de
empresas como a Starmill, pois invia-
biliza a possibilidade de os industriais
fazerem investimentos “controlados”
e “programados”.
“Como não têm um plano produtivo
Há demasiados alongado e com trabalho certo, evitam
fazer ou planear investimentos. E os
picos produtivos. que fazem são espontâneos, de acordo
com a necessidade do momento, e aca-
É tudo para ontem bam por comprar equipamentos que
e os prazos são não são adequados à empresa, pois
compram o que há em stock.”
muito curtos. André Elói reconhece, contudo, que
este comportamento “mais errático”
Vejo nos nossos também depende dos mercados in-
ternacionais onde as empresas estão
clientes que, tanto a operar. “Alguns clientes estão mais
bem posicionados. Nos moldes, se
têm demasiado calhar, 90% do fabrico é para expor-
trabalho, como,
tação.”
a seguir não têm Starmill celebra duas décadas
de actividade
nada A Starmill foi fundada no dia 11 de Se-
tembro de 2003 por André Elói e por
André Elói um sócio. A empresa foi crescendo
devagar, dando um passo seguro de
cada vez, até que o sócio-gerente de-
cidiu arriscar, sem o antigo sócio,
PUBLICIDADE
12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 79
mas ao lado de Sandra Elói, a esposa, a
nova sócia, na empresa. “Tivemos um
crescimento exponencial”, recorda.
Em 2020, adquiriu a Marigran, espe-
cializada em electro-erosão.
Nos últimos 20 anos, a Starmill,
sediada na Estrada dos Guilhermes,
na Maceira (Leiria), foi-se afirmando
a nível nacional na comercialização
de máquinas para a indústria metalo-
-mecânica de precisão e dos moldes.
O início da actividade foi muito fo-
cado na assistência técnica e manu-
tenção de equipamentos dos clientes,
e mais no serviço após-venda do que
nas vendas de máquinas.
Com o passar do tempo, como a
Starmill contava já com algumas re-
presentações de marcas e tinha firma-
do o nome no sector, surgiu a André
Elói uma oportunidade no sector das
máquinas usadas.
“Como tínhamos a capacidade de
reconverter e reparar máquinas com
qualidade, entrámos no mercado das
máquinas usadas.”
Com o avançar da actividade, a fir-
ma começou a ganhar outras represen-
tações de máquinas novas de marcas
de excelência. “Uma delas, a OPS In-
gersoll, é, possivelmente, um dos me-
lhores fabricantes presentes hoje, no
mercado. Quando comecei a trabalhar
com eles, ainda havia poucas vendas
em Portugal e, em consequência, ha-
via muito poucas máquinas deles no
nosso território. Percebi que era uma
marca que, cá, não estava a ser bem
explorada”, diz.
Durante um ano, dedicou-se a de-
monstrar e a dar a conhecer a oferta
deste construtor. “Assim que vendi as
primeiras máquinas, muitas empresas
começaram a procurar por elas. Eram
indicadas para centros de maquina-
ção de alta velocidade, tinham cinco
eixos, permitiam a maquinação de
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80 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
eléctrodos com automação própria, e
ainda possibilitavam que duas máqui-
nas pudessem trabalhar com o mesmo
robô, em simultâneo. Conseguíamos
criar um workflow de maquinação de
eléctrodos. Fazia-se o controlo dentro
da própria máquina e estes passavam
automaticamente para a electro-ero-
são. Isto era algo que, então, não exis-
tia, mas toda a gente falava e queria.
Queriam automação, mas não sabiam
bem como, nem tinha um parceiro que
a pudesse oferecer ‘chave na mão’”,
conta André Elói.
Com as máquinas vendidas e instala-
das pela Starmill, os industriais tinham
Dizem que há
uma crise e não
há trabalho, mas
todos os meus
técnicos estão
a trabalhar no
exterior, a prestar
assistências. As
máquinas não
estão paradas
André Elói
acesso a uma gama completa de ser-
viços, mas só precisavam de contratar
a empresa de Leiria, para ter acesso a
todos eles. Já não tinham de contactar
vários agentes, cada qual especializa-
do numa área diferente.
“Temos um bom departamento de
assistência técnica, e, em 2020, a aqui-
sição da Marigran foi, precisamente,
para reforçar a nossa capacidade. É
uma empresa com 37 anos, e está há
muitos anos no mercado, tendo-se es-
pecializado apenas em máquinas de
electro-erosão, com técnicos formados
nessa área. A compra coincidiu com
termos ficado com a representação
de electro-erosões de penetração e
fio, da Mitsubishi. Foi uma maneira
de adquirir uma equipa técnica para
esse departamento”, recorda.
O empresário afirma que, no futu-
ro, tem a intenção de juntar ambas as
empresas no edifício da Starmill, mas
serão firmas separadas. “A Marigran
tem um nome reconhecido, e a Star-
mill também e, por vezes, não convém
confundir as coisas.”
A facturação directa das empresa
geridas por André e Sandra Elói foi de
2,5 milhões de euros em 2022, a que se
junta a facturação indirecta, que eleva
o valor total para os três milhões.
“Dizem que há uma crise e não há
trabalho, mas todos os meus técnicos
estão a trabalhar no exterior, a prestar
assistências. As máquinas não estão
paradas. Damos assistência técnica
às máquinas novas que vendemos,
às usadas, e às outras que os clientes
tenham, porque fidelizei muitas em-
presas ao longo dos anos.”
A Starmill emprega 13 pessoas e a
Marigran cinco. A solicitação contínua
dos serviços da Starmill leva o respon-
sável a admitir aumentar o número de
técnicos, porém, sempre dentro de um
cenário de “necessidade sustentada”.
 Abstract

PUBLICIDADE
More than
technology, the
“unpredictability”
of the market is
the biggest
challenge
for the sector
Starmill is a company which has been
selling and servicing machinery for the
precision metalworking and mould-
making industries for twenty years.
Its head, André Elói, believes that
technological progress in this sector
will mainly be paced with production,
energy-saving and environmental
sustainability. The entrepreneur
explains that the cost of updating
the CNC controller can sometimes be
more than the value of the machine
itself.Instead of major revolutions
in the field of machine innovation
for the precision metalworking and
moulds industry, Starmill’s managing
partner believes and predicts that
the innovations will essentially be in
speed and precision, with room for
improvement in the environmental
component. Most manufacturers
have included in the machines
themselves the ability to export key
information to the production area,
a process that allows customers to
understand what is happening on
the shop floor. In addition, there
is concern about preventive and
anticipatory maintenance practices,
and eco-environmental practices such
as energy reduction and efforts to
promote low consumption of energy
and consumable resources such as
water and oil. The biggest challenge
facing the sector, André Elói believes,
is “unpredictability”, explaining that
today “there are too many production
peaks. “Everything is for yesterday
and deadlines are very tight.” He
recognises, however, that these are
signs of very fierce competition.
“There are many players in the
market,” he sums up.

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 81

Conteúdo patrocinado
Universidade de Aveiro reforça aposta
no setor aeroespacial
A Universidade de Aveiro está a incre-
mentar a aposta no setor aeroespacial,
através de um conjunto de projetos
inovadores. São disso exemplo o pro-
grama Menor em Design e Manufatura,
que possibilita o desenvolvimento de
competências nessa área, e o projeto
‘Pó Lunar’, que explora a produção de
componentes no espaço a partir de pós
oriundos da Lua. Constituem ambos uma
possibilidade de desenvolvimento de
competências e conhecimento rumo a
um horizonte de expansão na exploração
espacial.
Foi a partir do envolvimento de pro-
jetos relacionados com telecomunica-
ções e sensores que a Universidade de
Aveiro iniciou a sua participação no setor
aeroespacial. Desde então, tem vindo a
incrementar a aposta nessa área, desen-
volvendo novas competências e inves-
tindo tecnologicamente na manufatura.
Com isto, abriu portas à exploração de
projetos relacionados com o desenvol-
vimento de componentes para o espaço.
O professor Daniel Afonso explica que
esta é a resposta daquela instituição de
ensino ao “crescente interesse no setor
aeroespacial”. Para tal, a Universidade
participa ativamente em projetos dedica-
dos ao espaço, colaborando com outras
instituições e empresas, incrementando
a investigação e cooperação.
O projeto ‘Pó Lunar’ e a criação da Li-
cenciatura em Engenharia Aeroespacial,
e em particular para a Escola Superior
Aveiro Norte (ESAN) do Menor em De-
sign e Manufatura, sustenta, “surgem,
naturalmente, como parte contribuinte
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82 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
para os objetivos da instituição”.
No caso do projeto ‘Pó Lunar’, a institui-
ção de ensino passa a ter a possibilidade
de explorar a produção de componentes
espaciais a partir de recursos endógenos
(da Lua), o que, considera, “vai possibili-
tar um futuro crescimento da exploração
espacial”.
O menor em Design e Manufatura per-
mite aos alunos da Licenciatura em Enge-
nharia Aeroespacial optarem por uma es-
pecialização relacionada com o projeto e
desenvolvimento de componentes para o
setor aeroespacial, otimizando o desenho
e seleção de materiais para a função pre-
tendida, e garantindo o fabrico e monta-
gem. Este é parte integrante do plano curri-
cular do terceiro ano letivo da licenciatura
que começou em 2021/2022. Esta primeira
edição do menor em Design e Manufatura
teve início este ano, com um total de nove
estudantes. Permite aos jovens prossegui-
rem estudos ou ingressarem no mercado
de trabalho em indústrias produtivas, em
particular do setor aeroespacial.
A ESAN, conta, tem vindo a desenvol-
ver diversos projetos de investigação e
desenvolvimento, em colaboração com
empresas e outras instituições de ensino e
investigação, incluindo um conjunto cres-
cente de associados da Agência Espacial
Portugesa (PT Space). “Destaca-se a explo-
ração de novas soluções de design de es-
truturas modulares em ligas de alumínio de
fundição para satélites, a proposta de con-
ceitos de segunda geração de sistemas
HAPS e a investigação e desenvolvimento
de dispositivos de reentrada baseados em
cortiça”, acentua Daniel Afonso.
Pó da Lua
Aproveitar o pó da Lua para a criação
de novos produtos é o objetivo do pro-
jeto ‘Pó Lunar’, que está a ser desenvol-
vido na ESAN. Martinho Oliveira, diretor
desta escola, explica que face aos novos
desafios lançados pelo crescimento da
exploração aeroespacial, “este projeto,
de natureza conceptual, pretende apro-
veitar recursos existentes na Lua, neste
caso particular o pó lunar, que é abun-
dante e até pouco favorável às missões”.
Este pó, denominado Regolith, revela
ainda, “tem características físico-quími-
cas e morfológicas que são adequadas
ao processamento por técnicas de ma-
nufatura aditiva”.
Por isso, sublinha, “pretende-se es-
tudar este pó e adequar a formulação,
de modo que possa ser transformado e
aproveitado em futuras missões lunares,
através de uma técnica de manufatura
aditiva que nós selecionamos, o robo-
casting”. Para além disso, é objetivo
também “analisar as características da
superfície dos protótipos, bem como o
seu comportamento mecânico”.
Este projeto, conta ainda Martinho Oli-
veira, é uma iniciativa da Universidade
de Aveiro que nasceu a partir “de um
‘brainstorming’ conjunto com técnicos
da Agência Espacial Europeia”.
No âmbito do projeto, “estão a ser rea-
lizados, paralelamente, alguns contac-
tos para avaliar o interesse de empresas
portuguesas que operam na área ae-
roespacial e que podem ter interesse em
acompanhar estes trabalhos”, revela.
Better Plastics Daniela Franco Sousa
daniela.sousa@jornaldeleiria.pt

fez nascer mais

Pretendia ser o projecto mobilizador do
sector dos plásticos no País, que fosse
capaz de alavancar a transição do sector

de 20 produtos
para uma economia circular. Entre ou-
tros objectivos, o projecto Better Plastics
“ambicionava assegurar a sustentabili-

e tecnologias
dade da nova cadeia de valor do sector
dos plásticos em Portugal, através da
criação de uma estratégia de Inovação

sustentáveis
Projecto mobilizou sector dos plásticos em
Portugal, capaz de alavancar a transição do
sector para uma economia circular, com
contributos de várias entidades da região de
Leiria
e Investigação & Desenvolvimento, vo-
cacionada para o desenvolvimento de
novos materiais, produtos, processos,
sistemas, tecnologias e serviços, que res-
pondam aos desafios actuais e de futuro
e assegurem a circularidade dos plásticos
em Portugal”.
E, segundo os parceiros do Better
Plastics, muitos dos quais entidades da
região de Leiria, os objectivos foram al-
cançados, com a criação de novos pro-
dutos e o reforço da visão de sustenta-
bilidade, que é cada vez mais necessário
imprimir em cada artigo ou metodologia
de fabrico.
Recorde-se que o projecto, promovido
pela Associação Portuguesa da Indústria
de Plásticos (APIP) e constituído por 52

84 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023

 DR

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membros da cadeia de valor do sector

dos plásticos em Portugal, envolveu to-
da a cadeia de valor – desde a indústria
química, aos produtores de matérias-
-primas, às empresas de transformação,
marcas próprias, retalhistas, empresas
de reciclagem e entidades gestoras de

0
resíduos – no desenvolvimento de novos
materiais, produtos e tecnologias.
Teve, como coordenador científico
do projecto, o Pólo de Inovação em En-
genharia de Polímeros (PIEP), da Uni- Cing etu
versidade do Minho, e contou, entre os mincinc
muitos parceiros do consórcio, com o er am qu
Instituto Politécnico de Leiria e várias commo
indústrias do distrito de Leiria. experio
E eram nove os objectivos estratégicos
que o Better Plastics pretendia cumprir.
O primeiro deles era “aumentar a circu-
laridade e eficiência do recurso plástico
no âmbito da estratégia europeia dos
plásticos, lançada pela Comissão Eu-
ropeia, rumo a uma economia cada vez
mais circular”.
Mas havia também a intenção de
“conceber e desenvolver materiais com
separação aprimorada e propriedades
de reciclagem; conceber e desenvolver
produtos que incentivem e fomentem
a reutilização; conceber e produzir

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 85


plásticos e produtos de plástico alinha-
dos com as necessidades de reutilização,
reparação e reciclagem; utilizar resíduos
de plástico como um recurso no final da
vida útil dos produtos, para fecho do ci-
clo; desenvolver soluções de substitui-
ção que prolonguem a vida útil de artigos
de plástico”.
Fazia também parte das metas, “inovar
em tecnologias avançadas de reciclagem
para aumentar o valor recuperado dos
resíduos de plástico; incorporar maté-
rias-primas alternativas na produção de
plásticos – matérias-primas que contêm
resíduos ou subprodutos de outros sec-
tores e processos, como matéria-prima
biológica da indústria agrícola, matéria-
-prima à base de carbono da indústria
química e plásticos químicos e secun-
dários da indústria plástica”.
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86 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
52
O projecto Better Plastics,
iniciativa pioneira em Portugal,
integrou 52 membros da cadeia
de valor do sector dos plásticos.
Contou com um investimento
de 6,3 milhões de euros, nos
últimos três anos, sendo parte
co-financiado pelo Compete
2020, Portugal 2020 e União
Europeia, através do Fundo
Europeu de Desenvolvimento
Regional
Vários objectivos
e uma prova cumprida
Na sessão pública de apresentação de
resultados do projecto mobilizador
de ID&T Better Plastics: Plastics in a
Circular Economy, que ocorreu no dia
21 de Junho na Câmara de Comércio e
Indústria Portuguesa, Amaro Reis, pre-
sidente da APIP, considerava ser um
“evento demonstrativo de que o sector
está a impulsionar a transição para uma
efectiva economia circular com soluções
inovadoras e sustentáveis que permitam
aproveitar ao máximo os benefícios do
plástico, ao mesmo tempo que se pro-
move a eficiência de recursos”.
Também Nuno Aguiar, director téc-
nico da APIP, disse ao nosso jornal estar
satisfeito com os resultados obtidos.
“O projecto Mobilizador Better Plas-
tics, iniciativa promovida pela APIP,
e que teve como líder empresarial a
empresa Vizelpas, foi um verdadeiro
sucesso.”
“Sustentado num verdadeiro ecos-
sistema de inovação, este projecto,
que integrou toda a cadeia de valor dos
plásticos - desde a indústria química,
aos produtores de matérias-primas,
às empresas de transformação, mar-
cas próprias, retalhistas, empresas de
reciclagem e entidades gestoras de re-
síduos, permitiu alavancar a transição
para a economia circular em Portugal
no sector dos plásticos, contribuindo
decisivamente para uma gestão mais
eficiente dos recursos e um futuro mais
sustentável”, contextualiza o ditector.
“Com um investimento de 6,3 milhões
de euros, nos últimos três anos, sendo
parte co-financiado pelo Compete 2020,
Portugal 2020 e União Europeia, através
do Fundo Europeu de Desenvolvimen-
to Regional, este projecto permitiu o
desenvolvimento de mais de 19 novos
materiais, 20 produtos e tecnologias
inovadoras e sustentáveis. Permitiu
ainda o desenvolvimento de 35 artigos
científicos e várias teses de mestrado,
contribuindo não só para o aumento do
conhecimento na área da circularidade
do plástico, mas também para a qualifi-
cação de recursos humanos”, especifica
Nuno Aguiar.
“Os resultados desta iniciativa pio-
neira em Portugal, constituída por 52
membros da cadeia de valor do sector
dos plásticos, foram obtidos em quatro
áreas-chave”, descreve o director. Ao
nível da circularidade pelo design de
material, “foram desenvolvidas novas
soluções para embalagens alimentares
 PUBLICIDADE
O sector está a
impulsionar a
transição para
uma efectiva
economia circular
com soluções
inovadoras e
sustentáveis
Amaro Reis,
APIP

que incorporam reciclado e são reciclá-

veis no seu fim de vida. Foram também
desenvolvidos novos materiais biocom-
postáveis, alinhados com os ciclos de
compostagem industrial, para sacos le-
ves para embalar frutas e legumes, com
possibilidade de serem reutilizados no
acondicionamento de biorresíduos do-
mésticos”.
Na vertente da circularidade pelo de-
sign de produto, “foram desenvolvidas
embalagens de uso alimentar, para o sec-
tor das bebidas e dos produtos lácteos,
com menores quantidades de material
e com incorporação de material recicla-
do, com características de reutilização e
reciclabilidade. Foram também desen-
volvidas embalagens para a indústria
médico-farmacêutica e componentes
para o sector rodoviário e automóvel,
baseadas no ecodesign e na incorpora-
ção de materiais reciclados e recicláveis
no seu fim de vida”.
Quanto à área da reciclagem, “foram
desenvolvidas novas tecnologias de
pré-tratamento para a redução de con-
taminantes orgânicos, tintas e odores,
permitindo aumentar a qualidade dos
plásticos reciclados obtidos por via da
reciclagem mecânica, assim como novas
soluções de materiais provenientes da
reciclagem mecânica e química”.
Por fim, no âmbito da circularidade
pelas matérias-primas alter-

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 87

nativas, “foram desenvolvidos novos
materiais biodegradáveis, baseados na
valorização de resíduos alimentares e
da biomassa, assim como a produção
de fibra de carbono verde a partir de um
precursor natural”, conclui o director téc-
nico da APIP, que avança novos projectos
relacionados com o Better Plastics.
“Na continuidade da transição verde
da indústria dos plásticos para a econo-
mia circular e neutralidade carbónica, de
destacar ainda a mais recente iniciativa,
igualmente impulsionada pela APIP e
liderada pela Logoplaste Innovation
Lab, o projecto Sustainable Plastics –
Agenda Mobilizadora para os Plásticos
Sustentáveis, aprovada no âmbito das
Agendas Mobilizadoras para a Inova-
ção Empresarial do PRR, cujo consór-
cio reúne 39 empresas e dez entidades
não empresariais do sistema científico
e tecnológico, com um investimento de
aproximadamente 39 milhões de euros”,
salienta Nuno Aguiar.
“Estas iniciativas posicionam o sector
dos plásticos com o foco no desenvol-
vimento de soluções inovadoras e mais
sustentáveis, enquanto contributo para
a promoção da eficiência de recursos,
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88 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
economia circular e neutralidade climá-
tica”, conclui o director técnico.
Balanço positivo entre empresas
do distrito de Leiria
O projecto O nosso jornal ouviu algumas das em-
presas da região de Leiria, que partici-
Mobilizador param neste projecto, e também elas
partilham satisfação pelos resultados
Better Plastics, alcançados.
iniciativa Fundada há mais de seis décadas, a
SIE – Sociedade Internacional de Em-
promovida pela balagens, do concelho de Leiria, tem
vindo a desenvolver soluções cada
APIP, e que mais sustentáveis, participando em
diferentes projectos e produzindo ca-
teve como líder da vez mais produtos orientados nesse
sentido.
empresarial a A empresa foi uma das entidades
empresa Vizelpas,
que integrou o Better Plastics, através
do qual desenvolveu um novo produto
foi um verdadeiro e adquiriu know how, que a leva agora a
equacionar a futura produção de artigos
sucesso com o mesmo conceito.
Tiago Silva, gestor de projectos finan-
Nuno Aguiar, ceiros da SIE, que acompanhou de per-
to a participação da empresa no Better
APIP Plastics, especifica os contornos deste
trabalho feito em parceria.
 “No âmbito deste consórcio, de-
senvolvemos uma lamela rodoviária,
produto utilizado em auto-estradas,
e que funciona como bloqueio, como
anti-encandeamento. Já produzíamos
lamelas rodoviárias, mas não com estas
características”, refere Tiago Silva.
“Redesenhámos a lamela, actuámos
no design, de forma a reduzir a matéria-
-prima necessária, e com isso reduzir
o seu impacto ambiental. Além disso,
além de material plástico, integrámos
um mineral, com o mesmo objectivo
de reduzir a utilização de plástico”,
prossegue o gestor.
O mineral escolhido foram cascas de
mexilhão, cujos testes de incorporação
desta matéria passaram pelo Pólo de
Inovação em Engenharia de Políme-
ros, da Universidade do Minho, explica
Tiago Silva.
O projecto correu bem e o objectivo
é que as novas lamelas sejam lançadas
no mercado, adianta gestor.
A actividade da SIE divide-se por
duas grandes áreas: packaging e traffic.
Se por um lado, na vertente packaging,
a incorporação de material mineral
possa ser mais difícil, uma vez que
se trata da produção de garrafões e de
barricas para utilização na área alimen-
tar, cujos critérios de fabrico são mais
rígidos, por outro lado, a participação
no Better Plastics e a concepção destas
As empresas lamelas rodoviárias inovadoras abriu
novas perspectivas à empresa, que já
clientes, e equaciona a incorporação de materiais
minerais no fabrico de separadores ro-
também os doviários e de outros produtos traffic.
consumidores Produtos que, acredita, podem ter
sucesso no mercado nacional e inter-
finais, fazem nacional, já que as empresas clientes, e
também os consumidores finais, fazem
cada vez mais cada vez mais as suas escolhas tendo em
conta a responsabilidade ambiental dos
as suas escolhas fornecedores.
Com 65 colaboradores, a SIE atingiu no
tendo em conta a ano passado um volume de negócios na
responsabilidade
ordem dos 10 milhões de euros, sendo
que 20% da sua produção é directamente
ambiental dos canalizada para o mercado externo.
Luís Silva, director de I&D da Sirplaste,
fornecedores também se congratula com os resulta-
dos obtidos pela Sociedade Industrial
Tiago Silva, de Recuperados de Plásticos, através
deste projecto.
SIE A empresa localizada no concelho de
Porto de Mós integrou o projecto
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12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 89
desde 2020, que tinha prazo de execução
de 36 meses. Better Plastics tinha várias
vertentes e esta empresa participou em
oito estudos de caso na vertente da cir-
cularidade pela reciclagem.
“Em alguns estudos de caso, partici-
pámos com o nosso khow how e com as
nossas análises laboratoriais, ajudando
outras empresas a cumprir os seus ob-
jectivos. Noutros, participámos por ter
realmente interesse em estudar e testar
algumas ideias nossas”, refere Luís Silva.
“A Sirplaste está envolvida em mui-
tos projectos, alguns deles no âmbito do
Plano de Recuperação e Resiliência. Mas
este foi diferente, não era um projecto
comercial. Poderia resultar ou não em
novos produtos, sendo que o principal
objectivo era realizar provas de concei-
to”, prossegue o responsável.
“Nós fizemos um estudo de caso para
melhorar o processo de lavagem e puri-
ficação de resinas plásticas, em articula-
ção com o Politécnico de Leiria, porque
prevemos que, dentro de alguns anos,
poderá ser aplicado em embalagens
para indústria alimentar. E agora conti-
nuamos a desenvolvê-lo internamente,
porque pretendemos lançar alguns pro-
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90 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
dutos premium e até estamos a instalar
tecnologia nesse sentido”.
“Com o Politécnico de Leiria, no âm-
bito do Better Plastics, fizemos também
um estudo de caso relativo à remoção
Este projecto foi de tintas de embalagens plásticas, com
o desenvolvimento de um químico para
um catalisador a sua remoção”, acrescenta Luís Silva.
“Os resultados do Better Plastics são
para uma maior notórios. Este projecto foi um catalisa-
dor para uma maior aproximação entre
aproximação a Sirplaste e o Instituto Politécnico de
entre a Sirplaste
Leiria. Além disso, suscitou-nos ideias
para desenvolvermos projectos e tec-
e o Instituto nologias internamente”, conta o direc-
tor. Por iniciativa própria, adianta Luís
Politécnico de Silva, a empresa de Porto de Mós está a
investir mais de 10 milhões de euros em
Leiria tecnologia, e algumas das ideias retira-
das do Better Plastics até poderão agora
Luís Silva, ser desenvolvidas com estes recursos,
acredita Luís Silva.
Sirplaste Fundada em 1974, a Sirplaste tem hoje
uma equipa de cerca de 90 colaborado-
res, tendo alcançado no ano passado um
volume de negócios de aproximadamen-
te 24 milhões de euros. Cerca de 60%
da sua produção destina-se ao mercado
internacional.
 Abstract

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Better Plastics
has created
more than 20
sustainable
products and
technologies
The demands of Industry 4.0 have led
many entrepreneurs to consider new
equipment, but a startup from Leiria
may havea It was intended to be the
mobilising project for the country’s
plastics sector, capable of leveraging
the sector’s transition to a circular
economy. Among other objectives, the
Better Plastics project ”aimed to ensure
the sustainability of the new value
chain in the plastics sector in Portugal,
by creating an Innovation and Research
& Development strategy, aimed at
developing new materials, products,
processes, systems, technologies
and services, which meet current
and future challenges and ensure the
circularity of plastics in Portugal”.
And according to the Better Plastics
partners, many of whom are entities
from the Leiria region, the objectives
have been achieved, with the creation
of new products and the reinforcement
of the vision of sustainability which
needs to be imprinted on each article
or manufacturing method. In total,
across the country, Better Plastics has
given birth to more than 20 sustainable
products and technologies.
the solution to save money, boost
production and increase worker
comfort. TWEVO provides equipment
with “intelligence” within the
parameters of Industry 4.0 with old
machinery, in an exercise known
as ‘retrofitting’. The solution,
called Viexpand, features Artificial
Intelligence, the application of high-
resolution video cameras and an
omnidirectional video processing
and transmission system, for
manufacturing supervision, quality
control and task supervision.

92 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023

Conteúdo patrocinado
“Educação, Formação e Trabalho: o papel do
CENFIM em tempos incertos, mas desafiantes”
D
esafiantes e complexos
os tempos que correm!
Estamos por isso todos
convocados a dar o nosso
melhor contributo, com empenho e
responsabilidade. Focados nas soluções
e em ações que promovam a mudança,
transformando positivamente a vida
Teresa Carlos Manuel das Pessoas, dando-lhes um sentido de
Bernardino Silva futuro: sejam JOVENS ou ADULTOS.
Diretora do Diretor do Ainda mais quando estes reclamam
Núcleo do Núcleo do por uma participação mais ativa e
CENFIM de CENFIM da seguem o caminho da equidade e da
Oliveira de Marinha Grande sustentabilidade, rumo à igualdade de
Azeméis oportunidades, ao direito à diversidade,
à liberdade de expressão e a um planeta
mais verde e sustentável.
O trabalho em rede, em cooperação,
em que todos se comprometam
para o bem comum, torna-se assim
fundamental para o desenvolvimento
coletivo. A educação, a formação e o
trabalho não podem estar dissociados
e desarticulados das políticas públicas
e dos planos de ação de quem as
operacionaliza, pois são dimensões que
só juntas poderão intervir positivamente
e consistentemente na sociedade. Mais
ainda quando os trabalhadores se vêm
confrontados com o desenvolvimento
tecnológico e a profunda transformação
dos postos de trabalho, as empresas se
vêm restringidas com a falta de mão-de-
obra qualificada e especializada, o que
nesta fase é por si só um sério problema
ao crescimento dos seus negócios,
estando muitas delas impedidas de
realizar novos projetos precisamente
pela dificuldade de recrutamento e/ou
pela perda de conhecimento e saber-
fazer. Por isso, e pela manifesta falta de
indivíduos/trabalhadores disponíveis,
o problema já não é só a falta de pessoas
qualificadas, mas sim a falta de pessoas
para qualificar e/ou requalificar.
Por isso, a educação e a formação
profissional são imprescindíveis nesse
processo! Mão-de-obra qualificada e
especializada para satisfazer os altos
Nunca como agora níveis de rigor e exigência técnica das
a triangulação: empresas do setor. Pretendemos formar
educação, formação o maior número de jovens/adultos,
e trabalho foi tão com vista a suprir as necessidades do
importante Setor Metalúrgico, Metalomecânico e
94 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
Eletromecânico. Ao longo dos últimos
dois anos, o CENFIM tem investido
em tecnologia nas diferentes áreas de
atuação (Maquinação CNC, Manutenção
Industrial, Soldadura, Metrologia,
Impressão 3D, etc.) o que será uma mais
valia para os nossos formandos. Este
é um salto qualitativo do CENFIM, a
nível nacional, para o qual muito tem
contribuído a candidatura ao PRR o
que nos permite aumentar e melhorar
o parque tecnológico. Projetos como a
implementação do Gene Haas Center no
CENFIM de OAZ; a Impressão 3D de pó
metálico por fusão a laser no CENFIM
de MG; a OIF – Oficina Individual de
Formação e o Programa Erasmus+
tem possibilitado experiências únicas
aos nossos formandos. No fundo,
pretendemos formar seres humanos
completos, que saibam ser, que
saibam estar e que aprendam a fazer.
Valorizamos as competências técnicas,
mas também colocamos um peso
muito significativo nas competências
sociais. As contrariedades subsistem
e não podem ser negadas para as
empresas da região da Marinha Grande
e de Oliveira de Azeméis (importantes
polos industriais e onde se destacam
as relevantes indústrias de moldes e
plásticos), mas igualmente existem
imensas oportunidades. E essas,
podem e devem ser alavancadas
também com uma adequada e
conjunta integração dos imigrantes,
mais pensada, mais planeada, mas
igualmente mais estruturada nas suas
ações. Comunidades que procuram
em Portugal instalar-se, trabalhar e
fazer a sua vida. Estes precisam de
nós, mas nós também precisamos
deles! E o CENFIM, neste caso em
concreto através dos seus Núcleos
da Marinha Grande e de Oliveira de
Azeméis, no âmbito da sua atividade:
formar e qualificar pessoas para a
indústria e particularmente para o setor
que representamos, estará sempre
disponível para cooperar com as
empresas e estar do lado da solução.
Texto escrito segundo as Regras do
Acordo Ortográfico de 1990
Resíduos plásticos
ganham vida nova
em produtos de
diversos sectores
Dos resíduos plásticos nascem novos produtos,
seja para sacos de plástico, tubagem, para
diversos usos na agricultura ou na construção.
Uma tendência de reincorporação que traz
vantagens económicas e ambientais
96 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
Daniela Franco Sousa
daniela.sousa@jornaldeleiria.pt
Recolher, triturar e incorporar material
plástico reciclado na produção de novos
produtos tornou-se uma tendência, com
várias fábricas e centros de saber a pro-
jectar e a produzir artigos novos, para
utilizações diversas.
Aos poucos, a mentalidade dos empre-
sários e dos consumidores está a mudar,
com menos pudor em assumir que fabri-
cam e usam produtos fabricados com
material reciclado. Existe ainda, contu-
do, dificuldade da parte das empresas
em encontrar esta matéria-prima, pelo
que devem manter-se as campanhas e
a sensibilização dos portugueses para
a relevância económica e ambiental de
separar o lixo e utilizar ecopontos, aler-
tam os empresários.
Se, nalguns casos, a incorporação de
material reciclado resulta em produtos
 RICARDO GRAÇA

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de plástico mais ou menos óbvios, co-

mo sacos, tubos ou embalagem, existem
várias empresas e centros de saber que
estão a desenvolver produtos totalmente
disruptivos, tendo o plástico reciclado
como matéria-prima. Falamos de novos
produtos para construção civil, agricul-
tura, calçado ou mobiliário, que nalguns
casos envolvem técnicas inovadoras de
impressão 3D, o mergulho e a recupera-
ção de artes de pesca do fundo do mar.
Fomos ao encontro de algumas des-
tas empresas e constatámos que, se para
algumas o desafio da incorporação de
material plástico reciclado é recente,
para outras, trata-se de uma prática de
longa data, que tem surtido bons resul-
tados, positivos em termos económicos
e de preservação do meio ambiente, e da
qual já não abdicam.
Com sede no Souto da Carpalhosa, no
concelho de Leiria, a Sival dedica-se à
produção de tubos de plástico, desde

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 97

1962, tendo iniciado a introdução de
material plástico reciclado nos seus
produtos na década de 70.
Pedro Faria, responsável pela empre-
sa, acredita no potencial desta medida,
que tem vantagens económicas e am-
bientais. “Além das económicas, en-
contramos essencialmente vantagens
ambientais. Ao não usarmos matéria-
-prima virgem, não só estamos a ser
parte integrante do ciclo de vida do
plástico, como a reduzir o consumo
de um recurso natural que não é re-
novável (petróleo). Nos dias de hoje,
torna-se cada vez mais importante a
recuperação, reutilização e reciclagem
dos materiais e o plástico, apesar da
má imagem que gera à sua volta, é dos
materiais mais versáteis em termos de
reutilização e reciclagem”, salienta o
empresário.
“Além do uso de reciclados, também
conseguimos incorporar no nosso pro-
cesso de fabrico, o material que por al-
gum motivo, depois de produzido, não
cumpria com os requisitos estipulados.
Vemos nisso uma vantagem porque,
nos dias de hoje, a taxa de desperdí-
cio é muito próxima de zero”, aponta
Pedro Faria.
A utilização de recuperados no to-
tal dos produtos fabricados na Sival
já representa aproximadamente 15%,
especifica o responsável, incorporados
em tubos para rega e para protecção de
cabos e fibra óptica.
“Acreditamos que o uso de material
reciclado se está a tornar uma tendên-
cia”, nota o responsável por esta em-
presa, que emprega 45 colaboradores
e que em 2022 atingiu um volume de
negócios próximo dos 11,4 milhões de
euros, com taxa de exportação de cerca
de 4% sobretudo para Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa.
Satisfeito com o facto de a utilização
de material plástico se ter tornado ten-
dência, utilizada na produção de um
vasto universo de novos produtos, está
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98 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
também Paulo Pires, responsável pela
Ambiente, empresa de recuperação de
materiais plásticos com sede no conce-
lho de Leiria.
Esta empresa foi fundada em 1993,
como um spin out da secção de recicla-
gem da Fábrica Leiriense de Plásticos
“que em boa verdade sempre reciclou
os seus resíduos (desde 1953)”, contex-
tualiza o empresário, recordando que
“a primeira linha de lavagem foi cons-
truída em 1978”, data a partir da qual se
começaram de facto a reciclar resíduos
pós-consumo, o que é hoje a actividade
da Ambiente.
“O material que reciclamos vem es-
sencialmente da recolha selectiva pós-
-consumo (Sociedade Ponto Verde), do
que normalmente colocamos nos eco-
pontos. Também recebemos material
A Sival dedica-
-se à produção de
tubos de plástico,
desde 1962,
tendo iniciado
a introdução de
material plástico
reciclado nos
seus produtos na
década de 70.
Pedro Faria,
Sival
de embalagem das grandes superfícies
comerciais”, explica Paulo Pires.
O empresário realça que um dos cons-
trangimentos é que nem sempre é fácil
obter material para trabalhar, porque “as
taxas de recolha de resíduos para recicla-
gem ainda estão a níveis muito baixos”.
Ainda assim, o negócio tem vindo a cres-
cer e o número de empresas que recor-
rem a plástico reciclado para incorporar
nos seus produtos tem vindo aumentar,
ao ponto de ser já uma tendência.
“É uma tendência irreversível. Se
queremos um futuro mais sustentável
temos de incorporar cada vez mais reci-
clado nos produtos que consumimos. O
material reciclado sempre foi utilizado,
mas exclusivamente por uma razão eco-
nómica e sempre de um modo envergo-
nhado. Hoje, reciclado não significa pior
qualidade e representa uma economia
de emissões de CO2 de cerca de 96%”,
sublinha Paulo Pires.
O empresário observa que ainda existe
algum pudor em assumir que se recor-
re ao uso de material reciclado. “Mas se
queremos um futuro mais sustentável
cabe a nós, consumidores, optar pelas
soluções mais ecológicas e optar por
produtos feitos com materiais mais sus-
tentáveis, ou seja, reciclados”, prosse-
gue o responsável pela Ambiente. “Se
queremos deixar um mundo melhor às
gerações vindouras, temos certamente
de mudar essa mentalidade”, considera.
“Um saco feito a partir de plástico re-
ciclado significa uma redução de 96%
de emissões relativamente a um saco de
material virgem e cerca de 92% relati-
vamente a um saco de papel. Os consu-
midores têm a ideia de que ao levar um
saco de papel estão a fazer bem ao meio
ambiente. São ideias pré-concebidas que
estão erradas”, defende o empresário.
E são inúmeros os novos produtos que
podem nascer com recurso a plástico
reciclado, desde sacos, tubos ou emba-
lagens. “Tudo o que se utiliza, de plásti-
co, pode ser feito a partir de reciclado”,
sintetiza Paulo Pires. “A tecnologia está
a evoluir muito e já se estão até a produ-
zir embalagens alimentares”, salienta o
empresário. “Com 100% de reciclado em
algumas aplicações, é para essa realida-
de que inevitavelmente caminhamos”,
entende o responsável por esta empresa,
que emprega 36 colaboradores, tendo
atingido, em 2022, um volume de ne-
gócios de cerca de 5 milhões de euros.
Carla Santos é a nova gerente da RAS
Recycling, empresa das Chãs (Leiria),
que se dedica à reciclagem de material
plástico (focando-se no polietileno de
baixa densidade) e que, até Maio deste
ano, tinha outra gerência e denomina-
ção, a Absorvalor, constituída há 17 anos.
A nova gerência, explica Carla Santos,
tem apostado em novos projectos, que
visam a melhoria do produto final da
RAS Recycling, orientados por pilares de
sustentabilidade. Exemplo dessa aposta
foram as obras realizadas no edifício, no
sentido de melhorar a sua eficiência.
“Do meu ponto de vista, há cada vez
mais clientes interessados na incorpora-
ção de material plástico em novos pro-
dutos. Não é só uma questão de poupan-
ça económica e não é apenas uma moda.
É uma questão essencial para assegurar
a economia circular e a sustentabilidade
ambiental”, considera a gerente.
Com uma equipa de cerca de 20 cola-
boradores, a empresa tem por objectivo
crescer e lançar-se no mercado interna-
Há cada vez cional, projectando criar, ainda este ano,
uma unidade em Marrocos, como forma
mais clientes de penetrar naquele mercado e nos ter-
ritórios que lhe são próximos, adianta a
interessados na responsável.
incorporação Fundada em 1996, a Tucab, de Reguei-
ra de Pontes (Leiria) nunca deixou de se
de material reinventar, no sentido da sustentabilida-
de e tem vários produtos que incorpo-
plástico em novos ram material plástico reciclado.
Em 2021, por exemplo, apresentou
produtos. Não é mais uma inovação: a produção de novo
filamento, fabricado a partir de desper-
só uma questão dícios de impressão 3D.
de poupança Dedicada à transformação de plástico,
por extrusão, a empresa começou há cer-
económica e não é ca de sete anos a alterar o core business,
passando a produzir tubos para disposi-
apenas uma moda tivos médicos. Mais recentemente, tem
reforçado a sua aposta na produção de
(...) filamento para impressoras 3D, através
da marca Fil3D, segmento onde cres-
Carla Santos, ceu 600% em 2020, impulsionado pela
fabrico aditivo de viseiras de protecção
RAS Recycling contra a Covid-19.
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12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 99

Cerca de 40% da sua produção de
filamento já se destina ao mercado in-
ternacional, nomeadamente para Espa-
nha, França e Tunísia, explica Américo
Coelho.
Foi atendendo ao boom da impressão
3D e foi por considerar que a empresa
deve fazer parte da solução na questão
da preservação ambiental, que a Tucab
decidiu avançar com este projecto inova-
dor, que consiste no aproveitamento dos
desperdícios resultantes da impressão
3D, salienta o gerente.
“Percebemos que muitos makers,
não conseguindo fazer a peça que pre-
tendiam à primeira tentativa, estavam
a deitar o desperdício para o lixo comum.
E aí encontrámos uma oportunidade de
negócio”, expõe o gerente. “Começámos
a recolher, a triturar e a integrar esse des-
perdício na produção de filamento novo,
que volta a ser usado e cuja impressão,
por camadas, dá origem a novas peças”,
explica Américo Coelho.
A Tucab distribui caixas próprias jun-
to dos makers, com quatro divisórias
distintas, que lhes permitem depositar
diferentes tipos de resíduos de impres-
sões 3D e, a partir desses sobrantes, a
empresa produz um novo filamento com
conceito Fil2ndlife. “Havendo boa reco-
100 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
RICARDO GRAÇA
lha, não há desperdício de filamentos
3D em aterro”, observa o responsável
pela unidade.
A ideia, disruptiva, foi de resto elogia-
da pela Câmara de Comércio e Indústria
O plástico é Luso-Francesa, que em 2021 colocou a
Tucab entre os três finalistas do prémio
um material de Inovação, congratula-se Américo
Coelho.
duradouro, com “O plástico é um material duradouro,
com boa relação qualidade-preço, que
boa relação pode ser amplamente reutilizado e reci-
qualidade-preço, clado”, salienta o gerente, lamentando,
contudo, que muitas empresas de plásti-
que pode ser co portuguesas ainda não tenham certi-
ficação de sistema de gestão ambiental.
amplamente Além dos filamentos, a unidade de Re-
gueira de Pontes está a produzir outros
reutilizado e produtos onde a preocupação ambien-
tal é evidente. “Estamos desde 2022 a
reciclado fabricar palhinhas biodegradáveis, que
estamos a exportar praticamente na to-
Américo Coelho, talidade para França”, refere o gerente.
Tucab Além disso, adianta, “estamos envol-
vidos num projecto, de âmbito nacional,
cujo objectivo é reutilizar desperdícios
de têxteis, que também têm componen-
tes plásticos. O propósito é conseguir
triturar desperdícios de têxteis, adicio-
nando mais matéria plástica, podendo
dar origem a outros produtos, que não
são vestuário, mas artigos para mobi-

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liário ou construção civil”, especifica
o gerente.
A Tucab conta hoje com uma equi-
pa de 25 colaboradores, tendo atingi-
do em 2022 um volume de negócios
de cerca de dois milhões de euros, em
crescimento face ao ano anterior.
Retirar lixo de plástico do fundo do
mar, da costa de Peniche, para que
seja reciclado e incorporado nas in-
dústrias de plástico, é o objectivo da
JustDive (escola de mergulho profis-
sional de Peniche) e da Bitcliq (empre-
sa tecnológica de Caldas da Rainha),
que, com esse propósito, se juntaram
em consórcio com o Pólo de Inovação
em Engenharia de Polímeros (da Uni-
versidade do Minho) e a Neutroplast
(produtor de embalagens farmacêu-
ticas de Sobral Monte Agraço).
SeaRubbish2Cap, assim se chama
o projecto, tem várias metas estabe-
lecidas: remover cinco toneladas de
lixo plástico da costa de Peniche, 2,5
das quais a transformar em produtos
de valor acrescentado para o sector
dos plásticos. Mas a ideia é que este
projecto-piloto possa ganhar escala e
ser replicado noutros pontos da costa.
A JustDive irá tratar da recolha, en-
quanto a Bitcliq desenvolverá uma
aplicação para smartphone, que
permitirá criar o registo e geolocali-
zação das artes de pescas perdidas,
conta Pedro Manuel, administrador
da empresa de Caldas da Rainha. O
SeaRubbish2Cap tem como objectivo
a recuperação de lixo plástico recupe-
rado do fundo do oceano e a criação
de sistema de economia circular em
circuito fechado, que permita a reu-
tilização deste desperdício em novos
produtos e, por essa via, gerar um im-
pacto ambiental positivo e económi-
co a todos os stakeholders do sector
marinho-marítimo.
Já o Centro de Desenvolvimen-
to Rápido e Sustentado do Produto
(CDRSP), do Politécnico de Leiria,
bem como as empresas LCR (Leiria)
e a Dreamplas (Marinha Grande) in-
tegram o projecto BioShoes4All, lide-
rado pela Associação Portuguesa do
Calçado, Componentes, Marroquina-
ria e seus Implementos (APICCAPS),
que pretende promover a transição da
indústria do calçado para a bioecono-
mia e economia circular sustentável,
através da incorporação de biomate-
riais, do desenvolvimento de artigos
mais duráveis e recicláveis.

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 101

 Em nota de imprensa, a APICCAPS in-
formou que o projecto irá decorrer até
Janeiro de 2026, envolvendo um consór-
cio de 69 parceiros. Tem um custo total
elegível de 80 milhões de euros e conta
com financiamento através do Plano de
Recuperação e Resiliência de Portugal.
Segundo a associação, BioShoes4All
assenta em vários pilares. O primeiro
propõe o desenvolvimento de novos
biocouros, biomateriais, biocompósi-
tos, componentes e processos através
da incorporação de materiais de base
biológica, incluindo biomassa e sub-
produtos agroindustriais, redução do
uso de materiais principalmente fósseis
materiais de base, um aumento na efi-
ciência do uso de recursos e a eliminação
de substâncias críticas.
O segundo pilar prevê o desenvol-
vimento de estudos de ecodesign, de
novos conceitos de calçado e marro-
quinaria ecológicos com menor pegada
ambiental, duráveis, reparáveis, reciclá-
veis, diferenciados, personalizáveis com
elevado valor acrescentado.
Já o terceiro pilar visa desenvolver
soluções para regenerar as principais
tipologias de resíduos produtivos do
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102 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
cluster e iniciar a valorização dos pro-
dutos pós-consumo.
Ao mesmo tempo, pretende-se obter
tecnologia inovadora, automatização e
introdução de ecoprocessos.
A unidade já Cyril dos Santos é sócio-gerente da
Dreamplas (que se dedica à concepção,
adquiriu novo produção e comercialização de produtos
plásticos), que já tem trabalhado com
equipamento e materiais reciclados, mas não na fileira
do calçado. À luz deste projecto, a uni-
pretende passar a dade já adquiriu novo equipamento e
pretende passar a utilizar material reci-
utilizar material clado, derivado do calçado, para incor-
reciclado,
porar na produção de novos produtos
também para calçado, sejam solas ou
derivado do outros componentes. O recurso a bio-
materiais é outra vertente em estudo,
calçado, para refere o sócio.
Relevante foi também o CircularSeas
incorporar na (Turning Ocean Plastic Waste into Green
Products for Maritime Industries), pro-
produção de jecto concluído no ano passado e que
envolveu 14 parceiros de cinco países,
novos produtos incluindo Portugal, e que integrou o
CDRSP.
Cyril dos Santos, CircularSeas teve por propósito pro-
Dreamplas mover a economia verde no espaço
Atlântico, como forma de adaptar e
diversificar as actividades económicas,
explorando plenamente o potencial de
crescimento verde; e reduzir o impacto
ambiental no oceano.
Com estas premissas, quis promover
o desenvolvimento de produtos, pe-
ças e componentes ecoinovadores ou
verdes, pela combinação da tecnolo-
gia de impressão 3D e o uso de resíduos
plásticos oceânicos reciclados e novos
polímeros biodegradáveis, renováveis
e de alto desempenho.
Com o objectivo de desenvolver tec-
nologia e de sensibilizar para a poluição
no mar, o CDRSP acabou por optar pela
impressão 3D de grande dimensão, uma
tecnologia com a qual já vinha a traba-
lhar, e fez um módulo de um pequeno
catamarã, de três metros, de 200 quilos,
com cerca de uma tonelada de plástico
recolhido do mar. Um projecto de gran-
de visibilidade, que foi realizado em
parceria com a empresa ScaleOceans,
da Figueira da Foz.
Entre Julho de 2020 e Junho de 2023,
também o CDRSP, juntamente com o
Centimfe - Centro Tecnológico da In-
dústria de Moldes, Ferramentas Espe-
ciais e Plásticos, sediado na Marinha
Grande, e um conjunto vasto de empre-
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104 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
sas da região de Leiria juntaram-se no
S4PLAST, “projecto mobilizador enqua-
drado na estratégia de eficiência cole-
tiva do cluster Engineering & Tooling”,
que visou “criar novo conhecimento,
CircularSeas teve que se repercutirá no desenvolvimento
de produtos sustentáveis de base poli-
por propósito mérica com características diferencia-
doras para o mercado, considerando o
promover a design para a circularidade, materiais
sustentáveis e sistemas de produção in-
economia verde, teligentes, autónomos e precisos numa
como forma perspectiva de produção zero defeitos”.
Na prática, S4PLAST teve, entre ou-
de adaptar e tros objectivos: o desenvolvimento de
metodologias holísticas de apoio ao
diversificar as design e desenvolvimento de produto
considerando todo o ciclo de vida; o
actividades desenvolvimento de tecnologia para
produzir peças plásticas com carac-
económicas, terísticas estéticas de aspecto metali-
explorando o
zado; ao mesmo tempo que visava o
desenvolvimento de componentes mul-
potencial de tifuncionais com redução do número de
materiais; o desenvolvimento da valori-
crescimento zação e reutilização de materiais resul-
tantes dos processos de transformação
verde dos plásticos; e o desenvolvimento para
o projecto de produto integrado e mul-
CDRSP tifuncional”.
 Abstract

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Plastic waste
gains new life
in products in
different sectors

Collecting, shredding and

incorporating recycled plastic material
into the production of new products
has become a trend, with different
factories and knowledge centres
designing and producing new items
for different uses.
Little by little, the mentality of
businesspeople and consumers is
changing, and they are less shy about
assuming that they manufacture and
use products made from recycled
material. However, there is still some
difficulty on the part of companies
in finding enough of this raw
material, which is why campaigns
and awareness-raising among the
Portuguese about the economic
and environmental importance of
separating waste and using recycling
bins must continue, warn the
entrepreneurs.
Despite this setback, there are
many innovative uses for recycled
plastic which are giving rise to new
articles, whether for packaging, civil
construction, agriculture, footwear
or furniture, and which in some
cases involve modern 3D printing
techniques or even diving to recover
and reconvert old fishing gear lost at
the bottom of the sea.

106 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023

Opinião
“Sustentabilidade e inovação: desafios dos te
A
evolução obriga a uma
adaptação permanente
(também ao léxico corrente
dos negócios), onde por
vezes o fundamental se transforma
em buzzwords, que vão retirando
credibilidade e foco, afetando a
competitividade das empresas.
A evolução do pensamento em
gestão estratégica é recente na
história da humanidade, mas a
Rui Tocha aceleração tecnológica cria mutações
permanentes, obrigando à gestão de
uma nova cultura de inovação aberta,
que permita acelerar o posicionamento
competitivo das empresas e das nações.
A competitividade das nações tem
sido analisada por vários economistas,
sob vários pontos de vista, criando
pensamento e orientação estratégica
aos gestores que se vão adaptando. No
século XVII as teorias do liberalismo
baseadas na convicção de Vincent de
Gournay, de “Laissez fair les hommes,
laissez-passer les marchandises”,
corporizavam o modelo da “Mão-
-Invisível do Estado” proclamado por
outro economista famoso, Adam Smith
(1776), no seu livro “A Riqueza das
Nações”. Acreditava-se que o interesse
individual de cada um, se for explorado
sem barreiras, leva ao benefício de
todos, numa visão hoje claramente
entendida como ingénua e perigosa, no
contexto do comércio internacional.
Com a abertura crescente do comércio
internacional, surgiram novas
teorias económicas no domínio da
competitividade, como a “Teoria
das Vantagens Comparativas” do
economista britânico David Ricardo
(1831), defendendo que cada nação se
deve especializar naquilo em que tem
maior capacidade produtiva, numa
clara orientação para a focalização na
exploração de recursos endógenos
(terra, clima), levando desta forma a
A sustentabilidade um nível superior de criação de riqueza
integra os desafios que aportaria competitividade às
ecológicos, sociais nações. Este conceito está claramente
e económicos, e desvirtuado no contexto atual, pela
passou a estar na abrangência global e diversificada dos
base do pensamento fatores críticos para a competitividade,
de gestão estratégica onde o conhecimento e o know-how,
moderna assumem crescente centralidade.
108 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de Outubro de 2023
Já no século XX, o economista e
cientista político austríaco Joseph
Schumpeter (1883-1950), com as suas
obras “Teoria do Desenvolvimento
Económico”, e “Capitalismo, Socialismo
e Democracia”, abriu o caminho para
o pensamento moderno, onde o
equilíbrio económico é desafiado por
choques de desenvolvimento, tendo
por base a Inovação, que promove
novas combinações, criando ciclos de
crescimento e de desenvolvimento
económico, centradas no
empreendedor criativo. Desde então,
a Inovação (de produto, de processo,
organizacional e de mercado), passou
a assumir centralidade na análise
da diferenciação competitiva das
empresas, das regiões e das nações.
Com a democratização das tecnologias
digitais os negócios internacionais
registam uma ampliação da
complexidade dos fatores que
condicionam a competitividade.
A multidisciplinaridade, a
interpenetração dos mercados e dos
dados e das sociedades, os padrões de
consumo e, em especial, as políticas
públicas (e/ou a falta delas), passaram
a condicionar a competitividade,
fruto da combinação de algoritmos
de variáveis em mutação permanente
que obrigam a vigilância constante e a
uma atuação em tempo real, difíceis de
antecipar. Assim, a ciência dos dados
(Data Science) assume centralidade na
competitividade das nações, nesta era
digital.
Neste contexto, a sustentabilidade
entrou no nosso léxico diário,
incorporando mais substância que
alarga o simples conceito tradicional da
competitividade. A sustentabilidade
integra os desafios ecológicos, sociais
e económicos, e passou a estar na base
do pensamento de gestão estratégica
moderna. A consciencialização da
finitude dos recursos do Planeta e os
nefastos impactes ecológicos globais,
conduziram a uma determinação
para se abandonar as estratégias
de desenvolvimento de economia
linear e se adotar o desenvolvimento
de economia circular. A ONU, neste
contexto criou os 17 Objetivos de
os tempos modernos ou talvez não!”
Desenvolvimento Sustentável
(ODS), procurando um alinhamento
estratégico global. A UE definiu assim
como objetivo estratégico para 2050
alcançar a neutralidade carbónica,
induzindo as organizações a adotarem
estratégias ESG- Ambiente, Social e
Governança Corporativa, acelerando
o caminho para a sustentabilidade.
Complementarmente, foi reforçada
a centralidade das Pessoas, do
Conhecimento e do Bem-Estar, como
responsabilidade coletiva e individual,
na garantia da sustentabilidade.
Assim, hoje a sustentabilidade
das empresas e das nações está
dependente de fatores tangíveis que
cabe às empresas assegurar, mas está
fortemente condicionada por múltiplos
fatores exógenos que as empresas de
per-si, não controlam, onde a equidade
deixa de ser o “fiel-da-balança” nos
negócios globais: (ex., diferenças
acentuadas nos turnos de trabalho/
dia, exploração de trabalho infantil e
desigualdades de oportunidades de
género, políticas de suporte económico
e fiscal dissimuladas, subvenções à
exportação, práticas ativas de dumping,
acordos bilaterais específicos, poder
dominante supranacional sobre
cadeias de fornecimento das empresas
multinacionais - com exigências
abusivas de partilha de “rappel aos
ganhos de produtividade” dos seus
fornecedores; com paragens produtivas
de largo espectro ou intermitentes
sem partilha de custos inerentes com
os fornecedores; com o empurrar a
responsabilidade das metas ambientais
para fornecedores; com a imposição
de preços “standard” e produção
partilhada com concorrentes de
geografias de custos divergentes; com
o financiamento de projetos suportado
por fornecedores; com pagamentos
condicionados a regras não pré-
-estabelecidas, etc).
Vivemos tempos de grandes
transformações, onde as desigualdades
se acentuam, e o poder económico
assenta na concentração de poder
12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 109
e de capitais (crescentemente
sem identificação da sua origem),
tornando-se vital a sustentabilidade
económica para a concretização da
sustentabilidade global, o que exige
a definição de políticas ativas de
vigilância, transparência, equidade e
de correção, atempadas. Nunca como
hoje o alinhamento da ação micro
e macro foram tão determinantes
para a sociedade, sendo que o papel
dos reguladores é capital. Podemos
mudar o léxico e os modelos de
análise em função do contexto, mas
desenvolver sociedades, sem respeito
pelas Pessoas, pelo Ambiente e sem
Equidade nos Negócios, não haverá
inovação nem sustentabilidade! Isto
não é novo, os desafios são os de
sempre!
Economista, Diretor-Geral do
CENTIMFE e Docente do Ensino
Superior
Texto escrito segundo as regras
do Acordo Ortográfico de 1990
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Maiores empresas de moldes
do distrito retomam crescimento
Alexandra Barata
redaccao@jornaldeleiria.pt
À excepção de seis indústrias de moldes
do distrito, as restantes 44 do ranking das
50 maiores retomaram o percurso de cres-
cimento, no ano passado, o que se reflec-
tiu num aumento global de 53 milhões de
euros do volume de negócios, em relação
a 2021. De acordo com os dados estatísti-
cos da Informa D&B, a facturação destas
empresas, no ano passado, foi de 336,9
milhões de euros, enquanto em 2021 foi
de 283,9 milhões de euros.
A MD Group reforçou a liderança da ta-
bela, ao aumentar o volume de negócios
para 31,7 milhões de euros, enquanto a
Socém – E.D. – Fabricação, Engenharia
e Desenvolvimento de Moldes passou
a ocupar a segunda posição, ao subir a
facturação para 23,1 milhões de euros. A
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110 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de de Outubro de 2023
Intermoldes passou, assim, para terceiro
lugar, com 19,3 milhões de euros, apesar
de também ter melhorado os resultados
em relação ao ano anterior.
A análise dos dados estatísticos per-
mite ainda constatar a passagem da TJ
Moldes da vigésima para a quarta posi-
ção no ranking, devido ao crescimento
de volume de negócios em 268 mil eu-
ros, em 2022, o que lhe permitiu fechar
o ano com um encaixe de 17,3 milhões
de euros. Contudo, a ITJ foi a empresa
que registou o maior crescimento, em
relação a 2021, ao aumentar a factura-
ção em 385 mil euros, no ano passado,
o que lhe permitiu entrar na tabela das
50 maiores indústrias do distrito, com
6,3 milhões de euros.
Depois de um ano muito difícil no
mercado externo, as portas voltaram
a abrir-se às empresas de moldes do
distrito, em 2022, como é notório pelo
aumento do valor encaixado pelas in-
dústrias, que passou de 200,6 milhões
de euros para 218 milhões de euros.
Deste montante, 169,8 milhões de euros
reportam-se a transações no mercado
comunitário e 48,2 milhões no mercado
extracomunitário.
O reforço das exportações teve refle-
xos evidentes no Valor Acrescentado
Bruto, que cresceu de 99 milhões de
euros em 2021, para 158,1 milhões de
euros no ano passado. Estes resultados
foram ainda determinantes para que a
solvabilidade (rácio que mede a relação
entre os capitais próprios e alheios) au-
mentasse de 87% em 2021 para 97,89%
no ano passado. Apesar disso, o número
de trabalhadores nas 50 maiores indús-
trias continua a diminuir. Em 2021 eram
3.074 e no ano passado 3.050.
 Abstract
The largest moulds companies in the district
resume growth
With the exception of six moulds
industries in the district, the
remaining 44 in the ranking of the
50 largest resumed their growth last
year, which was reflected through an
overall turnover of 53 million Euros,
up on 2021. According to Informa D&B
statistical data, the turnover of these
companies last year was 336.9 million
Euros, while in 2021 it was 283.9
million Euros.
MD Group strengthened its position
at the top of the table, increasing its
turnover to 31.7 million Euros, while
Socém - E.D. - Fabricação, Engenharia
e Desenvolvimento de Moldes
moved into second place, increasing
its turnover to 23.1 million Euros.
Intermoldes thus slipped to third
place, with 19.3 million Euros, despite
also having improved its results on the
previous year.
Statistical data analysis also shows
that TJ Moldes has moved up from
twentieth to fourth place in the
ranking, due to a 268,000 Euro
increase in turnover in 2022, which
enabled it to close the year with
a turnover of 17.3 million Euros.
However, TJ was the company that
posted the biggest growth in relation
to 2021, increasing its turnover
by 385,000 Euros last year, which
allowed it to enter the table of the 50
largest industries in the district, with
6.3 million Euros.
After a very difficult year on the
foreign market, the doors opened
once again for the district's moulds
companies in 2022, as can be seen
from the significant increase in the
value of the industries, which rose
12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 111
from 200.6 million Euros to 218 million
Euros. Of this amount, 169.8 million
Euros relate to transactions on the
EU market and 3,600.5 million on the
non-EU market.
The increase in exports was clearly
reflected in Gross Value Added, which
grew from 99 million Euros in 2021 to
158.1 million Euros last year. These
results were also instrumental in
increasing solvency (the ratio that
measures the relationship between
equity and debt) from 87% in 2021
to 97.89% last year. Despite this, the
number of workers in the 50 largest
industries continues to fall. In 2021
there were 3,074 and last year 3,050.
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 N. º ORD.
2021

As 50 Maiores Empresas de Moldes do Distrito de Leiria

RNK NOME CONCELHO TRAB. VOLUME
2022 NEGÓCIO
2022 ('000 €)

1 MD GROUP, S.A. LEIRIA 265 31 732 66

2 SOCÉM - E.D. - FABRICAÇÃO, ENGENHARIA E DESENVOLVIMENTO DE MOLDES, S.A. ALCOBAÇA 79 23 180 46
3 INTERMOLDE - MOLDES VIDREIROS INTERNACIONAIS, LDA MARINHA GRANDE 131 19 372 21
4 TJ MOLDES, S.A. MARINHA GRANDE 40 17 322 268
5 TECNIFREZA - INDÚSTRIA DE MOLDES, S.A. MARINHA GRANDE 89 12 843 23
6 MOLDETIPO II - ENGINEERING MOULDS AND PROTOTYPES (PORTUGAL), LDA MARINHA GRANDE 27 10 548 57
7 FOZMOLDES, LDA MARINHA GRANDE 72 10 300 80
8 EROFIO - ENGENHARIA E FABRICAÇÃO DE MOLDES, S.A. BATALHA 125 9 503 6
9 SOCIEDADE METALÚRGICA MARINHENSE, LDA MARINHA GRANDE 74 7 615 79
10 DRT RAPID - PROTÓTIPOS E MOLDES, LDA LEIRIA 120 7 161 95
11 GLNMOLDS, S.A. LEIRIA 83 7 042 10
12 MOLDOESTE - INDÚSTRIA DE MOLDES, S.A. MARINHA GRANDE 76 6 984 26
13 TJ AÇOS, LDA MARINHA GRANDE 44 6 627 230
14 PLÁCIDO ROQUE - INDÚSTRIA DE MOLDES E MÁQUINAS, LDA MARINHA GRANDE 59 6 623 58
15 PVS MOLDES - GABINETE TÉCNICO DESIGN E MODELAÇÃO 3D, S.A. LEIRIA 77 6 545 41
16 PEARLMASTER, LDA LEIRIA 15 6 535 -27
17 IMOPLASTIC - INDÚSTRIA DE MOLDES E PLÁSTICOS, LDA MARINHA GRANDE 64 6 531 -20
18 ITJ - INTERNACIONAL MOLDES, LDA MARINHA GRANDE 40 6 378 385,
19 SOCEM - M.S.- FABRICAÇÃO DE MOLDES DE INJECÇÃO, LDA ALCOBAÇA 84 6 288 28
20 RIBERMOLD, LDA MARINHA GRANDE 98 6 147 10
21 FAMOLDE - FABRICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE MOLDES, S.A. MARINHA GRANDE 79 5 752 -7
22 VIDRIMOLDE - INDÚSTRIA INTERNACIONAL DE MOLDES, LDA MARINHA GRANDE 48 5 475 34
23 IMTEC - INDÚSTRIA MOLDES TÉCNICOS, LDA ALCOBAÇA 80 5 455 16
24 V.L. - MOLDES, LDA MARINHA GRANDE 50 5 397 44,
25 P.M.M.-PROJECTOS,MOLDES,MANUFACTURA, LDA LEIRIA 48 5 237 88
26 TECNIMOPLÁS - INDÚSTRIA TÉCNICA DE MOLDES, LDA MARINHA GRANDE 73 5 083 42
27 A.E.S ADVANCED ENGINEERING SOLUTIONS - MOLDES, LDA LEIRIA 20 5 002 38
28 V.S.V. - MODELAÇÃO, MAQUINAÇÃO E MOLDES, LDA ALCOBAÇA 48 4 911 32
29 MOLDENE - INDÚSTRIA DE MOLDES, LDA ALCOBAÇA 82 4 798 18
30 PROCADIMOLDES - FABRICAÇÃO E COMÉRCIO DE MOLDES, LDA BATALHA 48 4 680 68
31 TECNIJUSTA - AJUSTAMENTOS E MOLDES PARA PLÁSTICOS, UNIPESSOAL, LDA MARINHA GRANDE 50 4 500 20
32 CR MOLDES, LDA MARINHA GRANDE 30 4 466 2
33 BORMAT - ESTRUTURAS PARA MOLDES, LDA LEIRIA 44 4 282 46,
34 GEOCAM - MAQUINAÇÃO E MOLDES, LDA ALCOBAÇA 71 4 180 96,
35 MOLDATA - PROJECTO E PROGRAMAÇÃO DE MOLDES, LDA MARINHA GRANDE 38 4 028 17
36 BATISTAMOLDES, LDA MARINHA GRANDE 37 3 969 41
37 SEDLOM - SOCIEDADE DE MOLDES DE PRECISÃO, LDA MARINHA GRANDE 42 3 829 42
38 MOLDEGAMA - MOLDES TÉCNICOS, S.A. ALCOBAÇA 53 3 759 76
39 SOCEM INPACT - INVESTIGAÇÃO, DESENV. E ENGENHARIA DE MOLDES, LDA ALCOBAÇA 29 3 662 53
40 RECTIMOLD - HIGH PRECISION MOLDMAKERS, S.A. PORTO DE MÓS 44 3 607 16
41 PLANFURO GLOBAL, S.A. MARINHA GRANDE 36 3 587 56
42 MOLDE MATOS, S.A. MARINHA GRANDE 49 3 275 -7
43 MOLDES DIONÍSIO, LDA LEIRIA 42 3 247 33
44 NECKMOLDE - MOLDES E ACESSÓRIOS P/A IND. DO VIDRO DE EMBALAGEM, LDA LEIRIA 37 3 181 17
45 PORTUMOLDE - MOLDES PORTUGUESES, LDA MARINHA GRANDE 45 3 041 6
46 MDTFORM, LDA MARINHA GRANDE 18 2 742 47,
47 F.J.N. - FABRICO DE MOLDES DE PRECISÃO, LDA LEIRIA 40 2 722 14
48 IMODRILL, LDA MARINHA GRANDE 47 2 690 19
49 CELMEX - CENTRO DE ESTUDOS E LABORAÇÃO DE MOLDES DE EXPORTAÇÃO, LDA LEIRIA 20 2 585 -2
50 FRUMOLDE TOOLING - INDÚSTRIA DE MOLDES, LDA ALCOBAÇA 40 2 559 -24

112 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de de Outubro de 2023

 Rank elaborado pela
Todos os valores foram recolhidos e analisados pela Informa D&B e referem-se às contas individuais (2022),
publicadas na IES – Informação Empresarial Simplificada e/ou disponíveis na BD Informa D&B

VAR. RES. LÍQ. VAB ACTIVO CAP. PRÓP. AUT. SOLVAB. EXPORT. EXP. COM. EXP. EXT. EXP.
VN 2022 2022 2022 2022 FINANC. (%) 2022 2022 COM. 2022 (VN)
(%) ('000 €) ('000 €) ('000 €) ('000 €) (%) ('000 €) ('000 €) ('000 €) (%)

2 66,4 -7 314 8 130 87 564 21 600 24,7 32,7 26 585 18 892 7 693 83,8
0 46,8 1 745 5 549 40 087 18 051 45,0 81,9 18 071 6 954 11 117 78,0
2 21,5 716 5 675 16 577 9 566 57,7 136,4 13 028 9 288 3 740 67,3
2 268,6 1 106 6 380 23 598 16 271 69,0 222,1 7 711 6 621 1 090 44,5
3 23,3 1 438 5 879 38 206 12 681 33,2 49,7 11 416 10 454 962 88,9
8 57,1 77 1 240 8 837 2 837 32,1 47,3 10 259 8 480 1 779 97,3
0 80,5 470 3 002 18 439 2 708 14,7 17,2 9 337 9 198 139 90,6
3 6,1 395 4 592 17 292 13 993 80,9 424,1 6 872 4 901 1 971 72,3
5 79,4 40 2 409 11 884 4 369 36,8 58,1 7 565 6 828 737 99,3
1 95,1 37 3 863 20 191 7 894 39,1 64,2 30 30 0 0,4
2 10,1 234 2 662 17 477 2 209 12,6 14,5 5 494 3 324 2 170 78,0
4 26,2 41 3 672 25 824 6 909 26,8 36,5 3 332 2 793 539 47,7
7 230,7 -1 979 -1 328 4 714 2 673 56,7 130,9 0 0 0 0,0
3 58,3 120 2 004 6 975 3 289 47,2 89,2 659 284 375 10,0
5 41,5 159 2 568 16 113 5 342 33,2 49,6 6 475 5 451 1 024 98,9
5 -27,4 265 675 12 628 6 485 51,4 105,6 5 876 5 220 656 89,9
1 -20,1 -970 1 470 18 537 5 193 28,0 38,9 4 854 3 284 1 570 74,3
8 385,0 -1 543 -827 4 956 3 074 62,0 163,4 0 0 0 0,0
8 28,6 -366 2 524 11 574 2 031 17,5 21,3 0 0 0 0,0
7 10,2 151 3 519 15 382 6 445 41,9 72,1 2 813 2 471 342 45,8
2 -7,8 62 1 694 9 754 3 881 39,8 66,1 3 915 3 310 605 68,1
5 34,6 329 2 179 4 995 3 067 61,4 159,0 1 181 869 312 21,6
5 16,3 16 2 400 7 239 1 018 14,1 16,4 5 162 4 735 427 94,6
7 44,0 85 2 170 10 246 1 721 16,8 20,2 4 356 4 229 127 80,7
7 88,9 1 174 3 045 8 138 5 037 61,9 162,4 4 731 3 329 1 402 90,3
3 42,7 236 3 083 13 161 6 243 47,4 90,2 5 056 4 902 154 99,5
2 38,7 324 1 220 8 815 7 333 83,2 494,7 4 994 3 732 1 262 99,8
1 32,1 415 2 168 10 186 6 182 60,7 154,4 3 217 2 988 229 65,5
8 18,8 -107 2 482 8 142 1 703 20,9 26,4 3 805 2 989 816 79,3
0 68,4 169 1 624 3 856 1 730 44,9 81,4 3 876 3 190 686 82,8
0 20,6 65 1 918 8 859 1 727 19,5 24,2 3 447 3 447 0 76,6
6 2,6 339 1 561 5 677 1 354 23,8 31,3 4 357 3 502 855 97,6
2 46,0 158 2 190 5 447 1 476 27,1 37,2 3 388 3 372 16 79,1
0 96,0 -381 1 772 11 464 2 987 26,1 35,2 1 557 1 557 0 37,3
8 17,4 299 1 685 8 438 6 405 75,9 315,1 3 370 3 198 173 83,7
9 41,8 63 1 117 7 355 1 418 19,3 23,9 1 037 883 154 26,1
9 42,2 86 1 510 5 698 1 425 25,0 33,3 3 262 1 886 1 376 85,2
9 76,5 -856 922 11 648 1 252 10,7 12,0 2 838 2 732 106 75,5
2 53,6 659 1 801 4 670 1 398 29,9 42,7 1 171 1 166 5 32,0
7 16,3 587 2 226 8 274 4 031 48,7 95,0 3 398 2 823 576 94,2
7 56,2 590 1 801 3 990 3 244 81,3 434,8 312 312 0 8,7
5 -7,7 -149 1 483 3 412 939 27,5 38,0 355 355 0 10,8
7 33,1 642 2 149 5 848 3 566 61,0 156,3 416 416 0 12,8
1 17,1 28 1 105 2 999 454 15,1 17,9 2 452 2 333 119 77,1
1 6,9 -353 1 197 4 350 115 2,6 2,7 0 0 0 0,0
2 47,0 -46 569 2 853 2 081 73,0 269,7 155 148 7 5,6
2 14,3 -377 983 4 744 1 238 26,1 35,3 885 885 0 32,5
0 19,1 -477 869 8 325 444 5,3 5,6 327 0 327 12,2
5 -2,1 573 1 585 2 772 1 399 50,5 101,9 2 572 0 2 572 99,5
9 -24,1 -171 1 188 7 129 2 537 35,6 55,3 2 086 2 086 0 81,5

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 113

As 50 Maiores Empresas de Moldes do País
RNK NOME CONCELHO TRAB. VOLUME
2022 NEGÓCIO
2022 ('000 €)

1 M.D.A. - MOLDES DE AZEMÉIS, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 276 40 182 30

2 MD GROUP, S.A. LEIRIA 265 31 732 66
3 SIMOLDES AÇOS, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 219 25 147 48
4 SOCÉM - E.D. - FABRICAÇÃO, ENGENHARIA E DESENVOLVIMENTO DE MOLDES, S.A. ALCOBAÇA 79 23 180 46
5 INTERMOLDE - MOLDES VIDREIROS INTERNACIONAIS, LDA MARINHA GRANDE 131 19 372 21
6 I. M. A.-INDUSTRIA DE MOLDES DE AZEMEIS, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 146 18 266 61
7 TJ MOLDES, S.A. MARINHA GRANDE 40 17 322 268
8 PRIFER - TECHNICAL MOLDS, S.A. ALBERGARIA-A-VELHA 136 16 048 11
9 SF MOLDES, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 126 15 598 -6
10 MOLDIT - INDÚSTRIA DE MOLDES, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 165 15 268 -20,
11 IGM - INDÚSTRIA GLOBAL DE MOLDES, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 108 13 677 89
12 TECNIFREZA - INDÚSTRIA DE MOLDES, S.A. MARINHA GRANDE 89 12 843 23
13 MOLDOPLÁSTICO, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 145 12 652 58
14 SETSA - SOCIEDADE DE ENGENHARIA E TRANSFORMAÇÃO, S.A. LISBOA 34 12 143 28
15 MOLDETIPO II - ENGINEERING MOULDS AND PROTOTYPES (PORTUGAL), LDA MARINHA GRANDE 27 10 548 57
16 FOZMOLDES, LDA MARINHA GRANDE 72 10 300 80
17 EROFIO - ENGENHARIA E FABRICAÇÃO DE MOLDES, S.A. BATALHA 125 9 503 6
18 ANÍBAL H.ABRANTES - INDÚSTRIAS DE MOLDES E PLÁSTICOS, S.A. LISBOA 75 8 911 28
19 ALRON - PRODUÇÃO DE JANTES EM ALUMÍNIO, UNIPESSOAL, LDA CANTANHEDE 70 8 857 11
20 OLESA - INDÚSTRIA DE MOLDES, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 32 8 654 58
21 TETRAMOLD - INDÚSTRIA DE MOLDES, LDA OLIVEIRA DE AZEMÉIS 49 8 425 35
22 ULMOLDE - MOLDES TÉCNICOS, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 67 8 400 77
23 SOCIEDADE METALÚRGICA MARINHENSE, LDA MARINHA GRANDE 74 7 615 79
24 DRT RAPID - PROTÓTIPOS E MOLDES, LDA LEIRIA 120 7 161 95
25 GLNMOLDS, S.A. LEIRIA 83 7 042 10
26 MOLDOESTE - INDÚSTRIA DE MOLDES, S.A. MARINHA GRANDE 76 6 984 26
27 J.R.RIBEIRO - MOLDES, LDA OLIVEIRA DE AZEMÉIS 47 6 654 0
28 TJ AÇOS, LDA MARINHA GRANDE 44 6 627 230
29 PLÁCIDO ROQUE - INDÚSTRIA DE MOLDES E MÁQUINAS, LDA MARINHA GRANDE 59 6 623 58
30 AZEMOLDES - MOLDES DE AZEMEIS, LDA OLIVEIRA DE AZEMÉIS 123 6 619 20
31 PVS MOLDES - GABINETE TÉCNICO DESIGN E MODELAÇÃO 3D, S.A. LEIRIA 77 6 545 41
32 PEARLMASTER, LDA LEIRIA 15 6 535 -27
33 IMOPLASTIC - INDÚSTRIA DE MOLDES E PLÁSTICOS, LDA MARINHA GRANDE 64 6 531 -20
34 ITJ - INTERNACIONAL MOLDES, LDA MARINHA GRANDE 40 6 378 385,
35 SOCEM - M.S.- FABRICAÇÃO DE MOLDES DE INJECÇÃO, LDA ALCOBAÇA 84 6 288 28
36 RIBERMOLD, LDA MARINHA GRANDE 98 6 147 10
37 MOLDES RP - INDÚSTRIA DE MOLDES, S.A. LISBOA 59 5 948 36,
38 WINTERPLATEAU, LDA VILA VERDE 11 5 833 22
39 FAMOLDE - FABRICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE MOLDES, S.A. MARINHA GRANDE 79 5 752 -7
40 EPALFER - SERRALHARIA DE MOLDES, CUNHOS E CORTANTES, LDA ÁGUEDA 77 5 549 10
41 JAR - MOLDES, LDA OLIVEIRA DE AZEMÉIS 72 5 495 -1
42 VIDRIMOLDE - INDÚSTRIA INTERNACIONAL DE MOLDES, LDA MARINHA GRANDE 48 5 475 34
43 IMTEC - INDÚSTRIA MOLDES TÉCNICOS, LDA ALCOBAÇA 80 5 455 16
44 V.L. - MOLDES, LDA MARINHA GRANDE 50 5 397 44,
45 P.M.M.-PROJECTOS,MOLDES,MANUFACTURA, LDA LEIRIA 48 5 237 88
46 EDILÁSIO CARREIRA DA SILVA, LDA LISBOA 58 5 235 21
47 MECAMOLDE - MOLDES PARA PLÁSTICOS, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 55 5 230 63
48 MOLD WORLD NEW ENGINEERING & TOOLING, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 44 5 108 31
49 TECNIMOPLÁS - INDÚSTRIA TÉCNICA DE MOLDES, LDA MARINHA GRANDE 73 5 083 42
50 A.E.S ADVANCED ENGINEERING SOLUTIONS - MOLDES, LDA LEIRIA 20 5 002 38

114 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de de Outubro de 2023

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Todos os valores foram recolhidos e analisados pela Informa D&B e referem-se às contas individuais (2022),
publicadas na IES – Informação Empresarial Simplificada e/ou disponíveis na BD Informa D&B

VAR. RES. LÍQ. VAB ACTIVO CAP. PRÓP. AUT. SOLVAB. EXPORT. EXP. COM. EXP. EXT. EXP.
VN 2022 2022 2022 2022 FINANC. (%) 2022 2022 COM. 2022 (VN)
(%) ('000 €) ('000 €) ('000 €) ('000 €) (%) ('000 €) ('000 €) ('000 €) (%)

2 30,6 435 10 061 66 655 20 876 31,3 45,6 36 124 21 510 14 614 89,9
2 66,4 -7 314 8 130 87 564 21 600 24,7 32,7 26 585 18 892 7 693 83,8
7 48,7 198 7 684 55 043 21 092 38,3 62,1 19 763 16 530 3 233 78,6
0 46,8 1 745 5 549 40 087 18 051 45,0 81,9 18 071 6 954 11 117 78,0
2 21,5 716 5 675 16 577 9 566 57,7 136,4 13 028 9 288 3 740 67,3
6 61,1 198 5 114 23 768 3 386 14,2 16,6 14 701 12 063 2 638 80,5
2 268,6 1 106 6 380 23 598 16 271 69,0 222,1 7 711 6 621 1 090 44,5
8 11,8 127 4 767 26 965 14 353 53,2 113,8 15 162 14 590 572 94,5
8 -6,1 221 5 116 26 337 12 735 48,4 93,6 15 284 13 555 1 729 98,0
8 -20,0 -905 5 179 39 349 6 100 15,5 18,3 7 327 7 059 268 48,0
7 89,8 159 3 488 22 135 6 864 31,0 44,9 8 426 8 273 153 61,6
3 23,3 1 438 5 879 38 206 12 681 33,2 49,7 11 416 10 454 962 88,9
2 58,4 -66 4 577 18 072 5 392 29,8 42,5 9 233 4 888 4 344 73,0
3 28,5 528 2 041 15 256 4 080 26,7 36,5 9 357 6 301 3 056 77,1
8 57,1 77 1 240 8 837 2 837 32,1 47,3 10 259 8 480 1 779 97,3
0 80,5 470 3 002 18 439 2 708 14,7 17,2 9 337 9 198 139 90,6
3 6,1 395 4 592 17 292 13 993 80,9 424,1 6 872 4 901 1 971 72,3
1 28,4 -1 272 1 383 10 723 579 5,4 5,7 6 099 4 248 1 851 68,4
7 11,3 98 2 463 9 183 7 722 84,1 528,4 8 733 5 169 3 565 98,6
4 58,5 27 1 158 14 377 5 219 36,3 57,0 8 535 7 864 671 98,6
5 35,1 452 2 496 7 745 2 207 28,5 39,8 7 739 7 739 0 91,9
0 77,2 -76 2 245 14 656 5 985 40,8 69,0 5 235 4 341 894 62,3
5 79,4 40 2 409 11 884 4 369 36,8 58,1 7 565 6 828 737 99,3
1 95,1 37 3 863 20 191 7 894 39,1 64,2 30 30 0 0,4
2 10,1 234 2 662 17 477 2 209 12,6 14,5 5 494 3 324 2 170 78,0
4 26,2 41 3 672 25 824 6 909 26,8 36,5 3 332 2 793 539 47,7
4 0,1 544 3 142 14 332 6 596 46,0 85,3 5 666 5 472 194 85,2
7 230,7 -1 979 -1 328 4 714 2 673 56,7 130,9 0 0 0 0,0
3 58,3 120 2 004 6 975 3 289 47,2 89,2 659 284 375 10,0
9 20,5 -881 3 286 15 722 4 765 30,3 43,5 6 518 5 091 1 427 98,5
5 41,5 159 2 568 16 113 5 342 33,2 49,6 6 475 5 451 1 024 98,9
5 -27,4 265 675 12 628 6 485 51,4 105,6 5 876 5 220 656 89,9
1 -20,1 -970 1 470 18 537 5 193 28,0 38,9 4 854 3 284 1 570 74,3
8 385,0 -1 543 -827 4 956 3 074 62,0 163,4 0 0 0 0,0
8 28,6 -366 2 524 11 574 2 031 17,5 21,3 0 0 0 0,0
7 10,2 151 3 519 15 382 6 445 41,9 72,1 2 813 2 471 342 45,8
8 36,0 63 3 121 17 898 3 564 19,9 24,9 3 222 3 140 83 54,2
3 22,9 568 1 051 2 844 1 339 47,1 88,9 2 046 304 1 742 35,1
2 -7,8 62 1 694 9 754 3 881 39,8 66,1 3 915 3 310 605 68,1
9 10,4 508 2 627 10 345 3 239 31,3 45,6 3 951 3 951 0 71,2
5 -1,9 182 2 388 7 689 1 096 14,3 16,6 3 989 3 989 0 72,6
5 34,6 329 2 179 4 995 3 067 61,4 159,0 1 181 869 312 21,6
5 16,3 16 2 400 7 239 1 018 14,1 16,4 5 162 4 735 427 94,6
7 44,0 85 2 170 10 246 1 721 16,8 20,2 4 356 4 229 127 80,7
7 88,9 1 174 3 045 8 138 5 037 61,9 162,4 4 731 3 329 1 402 90,3
5 21,6 271 2 192 6 979 1 566 22,4 28,9 0 0 0 0,0
0 63,9 -150 1 598 8 541 2 459 28,8 40,4 3 926 3 807 118 75,1
8 31,4 864 1 509 16 903 3 682 21,8 27,8 4 990 2 934 2 057 97,7
3 42,7 236 3 083 13 161 6 243 47,4 90,2 5 056 4 902 154 99,5
2 38,7 324 1 220 8 815 7 333 83,2 494,7 4 994 3 732 1 262 99,8

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 115

Seis maiores empresas de plástico
do distrito integram ranking nacional
Alexandra Barata
redaccao@jornaldeleiria.pt
A Cabopol – Polymer Compounds voltou
a consolidar o primeiro lugar na tabela
das 50 maiores empresas de plástico do
distrito e conseguiu ainda conquistar o
sétimo lugar entre as maiores indústrias
a nível nacional, ao reforçar o volume de
negócios de 101,9 milhões de euros em
2021 para 131,2 milhões de euros no ano
passado, de acordo com os dados dispo-
nibilizados pela Informa D&B. Além da
empresa de Porto de Mós, as outras cinco
maiores empresas do distrito constam na
tabela das 50 maiores do País.
À excepção de 12 fábricas do distri-
to, as restantes 38 contribuíram para o
aumento global da facturação de 658,8
milhões de euros em 2021 para 718,1
milhões no ano passado. A Bourbon
Automotive Plastics Marinha Grande e
PUBLICIDADE
116 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de de Outubro de 2023
a Plimat – Plásticos Industriais Matos
mantiveram o segundo e o terceiro lu-
gares no ranking, apesar de a primei-
ra ter perdido volume de negócios.
Quanto às indústrias que ocupavam
os restantes dez lugares da tabela em
2021, trocaram de posição entre si, mas
mantiveram-se entre as dez que mais
facturaram: 390,8 milhões de euros.
As relações comerciais com o mer-
cado externo permitiram encaixar um
total de 303,4 milhões de euros, dos
quais 224,6 milhões de euros resulta-
ram de vendas no mercado comunitário
e os restantes 78,8 milhões de euros da
concretização de negócios no merca-
do extra-comunitário. A melhoria dos
resultados da globalidade das empre-
sas de plásticos reflectiu-se ainda na
criação de mais 90 postos de trabalho,
que aumentaram de 3.720 em 2021 para
3810 no ano passado.
Já a solvabilidade (rácio que mede a
relação entre os capitais próprios e os
alheios) média das 50 maiores empresas
de plásticos do distrito de Leiria, no ano
passado, foi de 321,7%, enquanto no ano
anterior foi de 224,1%. Leiria é o conce-
lho mais representado no ranking, com
22 empresas, seguido da Marinha Grande
(14), Pombal (sete), Batalha (três), Porto
de Mós (duas), Peniche (uma) e Nazaré
(uma).
As seis primeiras indústrias do ranking
do distrito integram ainda a tabela das
50 maiores do País, que alcançaram um
volume de negócios de 4,1 mil milhões
de euros no ano passado. As exportações
contribuíram com 2,9 mil milhões de eu-
ros, sobretudo para o mercado comuni-
tário, onde arrecadaram 2,3 mil milhões
de euros. Os restantes 576,9 milhões de
euros resultaram de vendas no mercado
extra-comunitário.
 Abstract
Six of the district's largest plastics companies join the
national ranking

Cabopol - Polymer Compounds Grande (14), Pombal (seven), Batalha

once again consolidated first place (three), Porto de Mós (two), Peniche
in the table of the 50 largest plastics (one) and Nazaré (one).
companies in the district and also The district's top six industries in the
managed to win seventh place among ranking are also among the 50 largest
the largest industries at national in the country, with a turnover of
level, by increasing its turnover from 4.1 billion Euros last year. Exports
101.9 million Euros in 2021 to 131.2 contributed 2.9 billion Euros, mainly
million Euros last year, according to the EU market, where they raised
to data provided by Informa D&B. 2.3 billion Euros. The remaining 576.9
In addition to the Porto de Mós million Euros came from sales on the
company, the other five largest non-EU market.
companies in the district appear
in the table of the 50 largest in the
country.
With the exception of 12 factories PUBLICIDADE
in the district, the remaining 38
contributed to the overall increase
in turnover from 658.8 million
Euros in 2021 to 718.1 million last
year. Bourbon Automotive Plastics
Marinha Grande and Plimat -
Plásticos Industriais Matos kept
their second and third places in the
ranking, although the former lost
turnover. As for the industries that
occupied the remaining ten places
in the table in 2021, they switched
positions among themselves, but
remained among the ten with the
highest turnover: 390.8 million
Euros.
Commercial relations with foreign
markets brought in a total of 303.4
million Euros, of which 224.6 million
Euros resulted from sales on the
EU market and the remaining 78.8
million Euros from business on the
non-EU market. The improvement
in the overall results of plastics
companies was also reflected in
the creation of 90 more jobs, which
increased from 3,720 in 2021 to 3,810
last year.
The average solvency (ratio that
measures the relationship between
equity and debt) of the 50 largest
plastics companies in the Leiria
district last year was 321.7%, while
the previous year it was 224.1%.
Leiria is the municipality most
represented in the ranking, with 22
companies, followed by Marinha

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 117

As 50 Maiores Empresas de Plásticos do Distrito de Leiria
RNK NOME CONCELHO TRAB. VOLUME
2022 NEGÓCIO
2022 ('000 €)

1 CABOPOL - POLYMER COMPOUNDS, S.A. PORTO DE MÓS 190 131 226 28,7
2 BOURBON AUTOMOTIVE PLASTICS MARINHA GRANDE, S.A. MARINHA GRANDE 319 50 722 -9,8
3 PLIMAT - PLÁSTICOS INDUSTRIAIS MATOS, S.A. MARINHA GRANDE 107 32 694 16,0
4 IBEROALPLA PORTUGAL - EMBALAGENS PLÁSTICAS, UNIPESSOAL, LDA MARINHA GRANDE 62 31 610 25,2
5 IBER-OLEFF - COMPONENTES TÉCNICOS EM PLÁSTICO, S.A. POMBAL 491 30 633 9,6
6 GLNPLAST, S.A. LEIRIA 120 25 511 26,5
7 PLASTIMAR - INDÚSTRIA DE MATÉRIAS PLÁSTICAS, S.A. PENICHE 170 25 100 16,1
8 SIRPLASTE - SOCIEDADE INDUSTRIAL DE RECUPERADOS DE PLÁSTICO, S.A. PORTO DE MÓS 66 22 770 -3,4
9 PLASTIDOM - PLÁSTICOS INDUSTRIAIS E DOMÉSTICOS, S.A. LEIRIA 114 20 719 -11,4
10 INDUPLA PLÁSTICOS, LDA MARINHA GRANDE 1 19 821 -16,4
11 SACOS 88 - SOCIEDADE DE PLÁSTICOS, LDA LEIRIA 82 18 168 10,9
12 COMPOGAL - INDÚSTRIA DE POLÍMEROS, S.A. LEIRIA 31 16 439 -9,0
13 MAXIPLÁS - PLÁSTICOS & ENGENHARIA, LDA POMBAL 178 15 501 16,9
14 VIPEX - COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, S.A. MARINHA GRANDE 104 15 264 -4,3
15 PERVEDANT - PERFIS E VEDANTES S.A. LEIRIA 82 14 528 12,9
16 KLC - INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO DE MATÉRIAS PLÁSTICAS, LDA MARINHA GRANDE 194 12 948 17,5
17 CARFI - FÁBRICA DE PLÁSTICOS E MOLDES, S.A. MARINHA GRANDE 125 12 195 1,3
18 DANOSA EUROFOAM, UNIPESSOAL, LDA POMBAL 45 12 063 4,8
19 TERMOCOMPO - INDÚSTRIA TERMOPLÁSTICA, LDA LEIRIA 16 12 037 13,1
20 SIVAL - TUBOS E PERFIS, LDA LEIRIA 34 11 360 40,5
21 SIMPLASTIC - SOCIEDADE INDUSTRIAL DE MATÉRIAS PLÁSTICAS, LDA BATALHA 150 11 320 -11,5
22 LUZ COSTA & RODRIGUES, LDA LEIRIA 24 10 769 -5,7
23 ESPAÇOPLÁS - INDÚSTRIA E COMERCIALIZAÇÃO DE PLÁSTICOS, S.A. MARINHA GRANDE 65 10 744 29,5
24 BAQUELITE LIZ, S.A. LEIRIA 69 10 437 34,9
25 S.I.E. - SOCIEDADE INTERNACIONAL DE EMBALAGENS, S.A. LEIRIA 59 10 080 12,9
26 TECNOVITE - INDÚSTRIA DE ESFEROVITE, LDA LEIRIA 32 10 071 27,9
27 EROFIO ATLÂNTICO, S.A. BATALHA 95 9 739 -20,4
28 PLASGAL - PRODUÇÃO DE EMBALAGENS, LDA LEIRIA 96 8 860 12,9
29 MOLDOESTE II - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, LDA MARINHA GRANDE 73 8 736 20,8
30 TECTIL - PLÁSTICO RETRACTIL, LDA LEIRIA 28 8 121 26,3
31 PLÁSTICOS FUTURA, LDA MARINHA GRANDE 37 7 711 40,9
32 TUBOFURO - TUBOS EM P.V.C., S.A. LEIRIA 41 7 079 -8,4
33 SITECNA - SOLUÇÕES TÉCNICAS E DE EMBALAGEM, S.A. LEIRIA 40 6 519 22,3
34 PROMOPLÁS, PROMOÇÕES E TRANSFORMAÇÃO DE MATÉRIAS PLÁSTICAS, S.A. MARINHA GRANDE 37 5 138 14,6
35 TOPCOATEMBAL - PACKAGING E TRATAMENTO DE PLÁSTICO, LDA LEIRIA 29 5 080 46,2
36 PLIMEX - PLÁSTICOS INDUSTRIAIS, S.A. MARINHA GRANDE 54 4 707 7,6
37 BREJOPLAS - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, LDA LEIRIA 32 4 566 16,4
38 PLASTIMAGO - TRANSFORMADORA DE PLÁSTICOS, LDA MARINHA GRANDE 61 4 409 -31,8
39 PROMO-LAR - PROMOÇÃO E DIST. DE ARTIGOS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL, LDA LEIRIA 15 4 279 18,3
40 EPW - TECNOLOGIA DE EXTRUSÃO, LDA POMBAL 24 4 244 13,8
41 VITOR MANUEL PEREIRA ALBERTO, LDA BATALHA 32 4 137 26,0
42 POLIBOX - INDÚSTRIA DE POLIESTIRENOS, LDA POMBAL 6 3 919 15,2
43 AMIEIRAPLAS, UNIPESSOAL, LDA LEIRIA 11 3 670 43,3
44 ISOSFER - INDÚSTRIA DE ESFEROVITE, LDA POMBAL 16 3 632 8,2
45 PRODUCEMBAL - PRODUÇÃO DE EMBALAGENS, LDA NAZARÉ 15 3 505 14,9
46 LEIRIVEDANTE - VEDANTES E PERFIS, LDA LEIRIA 30 3 327 10,7
47 PLÁSTICOS DE SANTO ANTÓNIO, LDA LEIRIA 24 3 288 9,9
48 MOTASSIS - PLÁSTICOS, S.A. POMBAL 33 2 987 16,7
49 JOUTIL - PLÁSTICOS, JOGOS E UTILITÁRIOS, LDA MARINHA GRANDE 17 2 915 37,8
50 ITP - INDÚSTRIA TRANSFORMADORA DE PLÁSTICOS, S.A. LEIRIA 34 2 896 -10,6

118 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de de Outubro de 2023

 Rank elaborado pela
Todos os valores foram recolhidos e analisados pela Informa D&B e referem-se às contas individuais (2022),
publicadas na IES – Informação Empresarial Simplificada e/ou disponíveis na BD Informa D&B

VAR. RES. LÍQ. VAB ACTIVO CAP. PRÓP. AUT. SOLVAB. EXPORT. EXP. COM. EXP. EXT. EXP.
VN 2022 2022 2022 2022 FINANC. (%) 2022 2022 COM. 2022 (VN)
(%) ('000 €) ('000 €) ('000 €) ('000 €) (%) ('000 €) ('000 €) ('000 €) (%)

6 28,71 15 576 21 919 114 677 93 096 81,2 431,4 93 677 40 247 53 430 71,4
2 -9,80 2 127 13 404 39 736 19 367 48,7 95,1 47 717 41 461 6 256 94,1
4 16,05 3 172 9 800 34 235 19 476 56,9 132,0 26 514 21 093 5 421 81,1
0 25,23 852 3 200 17 572 10 802 61,5 159,6 0 0 0 0,0
3 9,66 3 986 14 628 40 116 25 861 64,5 181,4 19 461 18 778 683 63,5
1 26,52 767 6 226 19 352 6 943 35,9 56,0 5 966 5 435 531 23,4
0 16,19 1 892 6 580 12 996 9 684 74,5 292,4 6 978 6 545 433 27,8
0 -3,42 3 859 8 634 28 331 20 211 71,3 248,9 13 511 10 457 3 054 59,3
9 -11,44 803 5 104 24 973 14 560 58,3 139,8 8 212 8 060 152 39,6
1 -16,42 296 577 4 949 1 990 40,2 67,2 10 508 10 386 121 53,0
8 10,96 2 115 4 773 23 377 13 342 57,1 132,9 1 260 1 229 32 6,9
9 -9,00 1 253 2 724 10 171 9 690 95,3 2 012,4 3 404 3 363 40 20,7
1 16,92 709 4 632 29 988 10 734 35,8 55,7 3 344 2 898 445 21,6
4 -4,33 773 5 040 12 714 5 576 43,9 78,1 1 038 1 038 0 6,8
8 12,92 1 428 4 141 21 197 18 920 89,3 831,1 6 551 4 535 2 016 45,1
8 17,53 111 4 999 20 212 2 436 12,1 13,7 0 0 0 0,0
5 1,31 1 941 4 960 13 836 11 876 85,8 605,7 9 913 9 549 364 81,3
3 4,81 333 1 843 10 223 4 689 45,9 84,7 1 577 1 512 65 13,1
7 13,10 1 024 2 307 8 832 7 573 85,7 601,1 1 062 858 204 8,8
0 40,52 1 396 2 792 7 206 3 895 54,1 117,7 346 124 221 3,0
0 -11,56 312 3 934 14 000 9 351 66,8 201,1 9 820 9 588 232 86,7
9 -5,73 180 1 231 6 770 1 489 22,0 28,2 329 109 220 3,1
4 29,57 1 000 3 585 12 242 9 271 75,7 312,0 1 090 997 93 10,1
7 34,90 283 2 377 8 540 2 864 33,5 50,5 580 505 75 5,6
0 12,96 2 285 3 325 20 214 10 473 51,8 107,5 2 125 2 125 0 21,1
1 27,98 591 1 870 9 034 8 483 93,9 1 540,5 31 29 3 0,3
9 -20,42 163 2 334 14 359 7 520 52,4 110,0 6 982 6 143 839 71,7
0 12,94 -48 2 177 11 115 5 682 51,1 104,6 334 264 71 3,8
6 20,84 282 3 334 18 369 5 605 30,5 43,9 3 308 2 683 626 37,9
1 26,32 230 1 183 3 928 2 252 57,3 134,3 584 0 584 7,2
1 40,99 1 824 3 884 17 073 7 746 45,4 83,0 3 395 3 228 167 44,0
9 -8,48 1 294 2 471 17 750 12 713 71,6 252,4 1 524 1 452 71 21,5
9 22,39 676 2 444 12 020 3 502 29,1 41,1 12 12 0 0,2
8 14,63 40 1 370 5 248 1 796 34,2 52,0 852 852 0 16,6
0 46,29 499 1 990 3 388 862 25,4 34,1 2 226 2 226 0 43,8
7 7,63 713 2 836 8 443 4 990 59,1 144,5 0 0 0 0,0
6 16,45 115 927 5 315 1 238 23,3 30,4 2 2 0 0,0
9 -31,88 97 1 438 6 824 5 399 79,1 378,9 1 014 562 453 23,0
9 18,35 314 939 2 890 2 143 74,1 286,8 346 335 11 8,1
4 13,81 79 689 3 757 3 004 80,0 399,0 1 789 511 1 278 42,2
7 26,02 480 1 080 4 878 3 708 76,0 316,7 305 224 81 7,4
9 15,26 1 384 2 164 10 081 8 960 88,9 799,6 3 3 0 0,1
0 43,39 141 592 1 648 365 22,1 28,4 0 0 0 0,0
2 8,26 770 1 395 10 360 8 451 81,6 442,7 15 4 12 0,4
5 14,93 167 654 5 517 4 842 87,8 717,8 999 999 0 28,5
7 10,73 270 1 207 3 875 3 300 85,2 574,7 1 015 974 41 30,5
8 9,92 664 1 350 8 089 7 685 95,0 1 904,2 1 843 1 341 502 56,0
7 16,76 187 994 1 797 1 035 57,6 135,9 150 150 0 5,0
5 37,82 338 1 008 2 391 1 933 80,8 421,9 1 685 1 685 0 57,8
6 -10,66 55 1 146 4 360 1 834 42,1 72,6 76 67 9 2,6

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 119

 As 50 Maiores Empresas de Plásticos do País
RNK NOME CONCELHO TRAB. VOLUME
2022 NEGÓCIO
2022 ('000 €)

1 REPSOL POLÍMEROS, UNIPESSOAL, LDA SINES 601 814 363 0,7

2 POLIVOUGA - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, S.A. ALBERGARIA-A-VELHA 308 301 673 23,8
3 COMPANHIA INDUSTRIAL DE RESINAS SINTÉTICAS, CIRES, LDA ESTARREJA 115 267 792 15,2
4 CASFIL - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, S.A. SANTO TIRSO 344 186 978 17,9
5 EVERTIS IBÉRICA, S.A. PORTALEGRE 239 167 114 55,3
6 INTRAPLÁS - INDÚSTRIA TRANSFORMADORA DE PLÁSTICOS, S.A. SANTO TIRSO 301 165 364 45,2
7 CABOPOL - POLYMER COMPOUNDS, S.A. PORTO DE MÓS 190 131 226 28,7
8 SELENIS PORTUGAL, S.A. PORTALEGRE 86 111 223 75,1
9 DANIPACK - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, S.A. ESTARREJA 190 106 537 18,8
10 SIMOLDES - PLÁSTICOS, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 1091 100 997 18,0
11 EURORESINAS - INDÚSTRIAS QUÍMICAS, S.A. MAIA 79 100 240 32,0
12 AMCOR FLEXIBLES PORTUGAL, LDA VILA NOVA DE GAIA 307 95 311 30,7
13 OMNOVA SOLUTIONS PORTUGAL, S.A. SINTRA 113 76 009 10,8
14 OLI - SISTEMAS SANITÁRIOS, S.A. AVEIRO 473 75 582 7,6
15 ACI - AUTOMOTIVE COMPOUNDING INDUSTRY, LDA GUARDA 95 71 442 30,4
16 FLEXIPOL - ESPUMAS SINTÉTICAS, S.A. SÃO JOÃO DA MADEIRA 172 65 759 9,3
17 VIZELPAS - FLEXIBLE FILMS, S.A. SANTO TIRSO 201 62 307 31,6
18 POLITEJO - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, S.A. AZAMBUJA 98 62 288 16,0
19 LOGOPLASTE PORTUGAL, LDA CASCAIS 129 61 374 35,3
20 OBEN PORTUGAL, S.A. ARCOS DE VALDEVEZ 115 59 821 -3,
21 INPLÁS - INDÚSTRIAS DE PLÁSTICOS, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 363 54 811 0,7
22 EUROSTYLE SYSTEMS PORTUGAL - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS E DE BORRACHA, S.A. VIANA DO CASTELO 242 53 726 -10,2
23 PLASTAZE - PLÁSTICOS DE AZEMÉIS, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS 433 51 200 14,4
24 BOURBON AUTOMOTIVE PLASTICS MARINHA GRANDE, S.A. MARINHA GRANDE 319 50 722 -9,8
25 PROADEC PORTUGAL, S.A. VILA DO CONDE 265 48 378 -12,5
26 AMCOR FLEXIBLES NEOCEL - EMBALAGENS, UNIPESSOAL, LDA PALMELA 177 46 301 18,5
27 CAIXIAVE - INDÚSTRIA DE CAIXILHARIA, S.A. VILA NOVA DE FAMALICÃO 340 45 747 16,8
28 ISOLAGO EUROPE, LDA AZAMBUJA 4 43 877
29 MICROPLÁSTICOS, S.A. FIGUEIRA DA FOZ 235 42 366 7,5
30 ISOLAGO - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, S.A. AZAMBUJA 62 41 625 -10,6
31 EUROSPUMA - SOCIEDADE INDUSTRIAL DE ESPUMAS SINTÉTICAS, S.A. ESPINHO 221 40 961 1,4
32 COMPONIT, LDA AZAMBUJA 70 40 742 6,4
33 SILVEX - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS E PAPÉIS, S.A. BENAVENTE 263 40 283 -2,4
34 RESIBRAS - COMPANHIA PORTUGUESA DE RESINAS PARA ABRASIVOS, S.A. PALMELA 39 38 243 -13,6
35 HIDRACINCA - PORTUGAL, S.A. ESTARREJA 77 36 365 5,9
36 FIBOPE PORTUGUESA - FILMES BIORIENTADOS, S.A. BARCELOS 126 33 558 18,0
37 PLIMAT - PLÁSTICOS INDUSTRIAIS MATOS, S.A. MARINHA GRANDE 107 32 694 16,0
38 IBEROALPLA PORTUGAL - EMBALAGENS PLÁSTICAS, UNIPESSOAL, LDA MARINHA GRANDE 62 31 610 25,2
39 IBER-OLEFF - COMPONENTES TÉCNICOS EM PLÁSTICO, S.A. LISBOA 491 30 633 9,6
40 POLIVERSAL - PLÁSTICOS E TECNOLOGIA, S.A. LISBOA 41 27 751 -7,6
41 PLASOESTE - SOCIEDADE TRANSFORMADORA DE PLÁSTICOS, LDA MAFRA 66 27 707 36,7
42 CELOPLÁS - PLÁSTICOS PARA A INDÚSTRIA, S.A. BARCELOS 174 27 364 5,6
43 GLNPLAST, S.A. LEIRIA 120 25 511 26,5
44 PREVINIL - EMPRESA PREPARADORA DE COMPOSTOS VINÍLICOS, S.A. VILA FRANCA DE XIRA 43 25 318 3,3
45 GEPACK - EMPRESA TRANSFORMADORA DE PLÁSTICOS, S.A. AZAMBUJA 114 25 150 22,1
46 PLASTIMAR - INDÚSTRIA DE MATÉRIAS PLÁSTICAS, S.A. PENICHE 170 25 100 16,1
47 SOMAPLA - SOCIEDADE INDUSTRIAL DE MATÉRIAS PLÁSTICAS, LDA LOUSADA 49 24 784 -2,1
48 ALBERPLÁS - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, S.A. ALBERGARIA-A-VELHA 7 24 471 130,8
49 ARTEVASI, S.A. SANTA MARIA DA FEIRA 98 23 695 -19,3
50 HELIROMA - PLÁSTICOS, S.A. ALBERGARIA-A-VELHA 70 22 892 30,3

120 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de de Outubro de 2023

 Rank elaborado pela
Todos os valores foram recolhidos e analisados pela Informa D&B e referem-se às contas individuais (2022),
publicadas na IES – Informação Empresarial Simplificada e/ou disponíveis na BD Informa D&B

VAR. RES. LÍQ. VAB ACTIVO CAP. PRÓP. AUT. SOLVAB. EXPORT. EXP. COM. EXP. EXT. EXP.
VN 2022 2022 2022 2022 FINANC. (%) 2022 2022 COM. 2022 (VN)
(%) ('000 €) ('000 €) ('000 €) ('000 €) (%) ('000 €) ('000 €) ('000 €) (%)

3 0,70 -19 761 105 018 692 566 267 016 38,6 62,7 788 539 659 214 129 325 96,8
3 23,80 29 977 62 847 188 093 119 060 63,3 172,5 194 088 167 749 26 339 64,3
2 15,26 1 374 14 675 130 855 72 888 55,7 125,7 161 928 151 462 10 466 60,5
8 17,93 29 201 48 990 104 374 89 535 85,8 603,4 167 220 131 344 35 876 89,4
4 55,34 8 030 24 092 139 625 61 875 44,3 79,6 155 423 152 675 2 748 93,0
4 45,23 6 302 16 964 89 429 63 009 70,5 238,5 146 125 114 530 31 595 88,4
6 28,71 15 576 21 919 114 677 93 096 81,2 431,4 93 677 40 247 53 430 71,4
3 75,14 1 068 5 723 49 887 14 955 30,0 42,8 96 849 60 669 36 180 87,1
7 18,84 13 364 22 934 59 015 30 926 52,4 110,1 48 085 46 151 1 933 45,1
7 18,01 1 142 30 199 169 918 73 203 43,1 75,7 52 522 51 211 1 311 52,0
0 32,05 1 163 5 202 37 919 17 948 47,3 89,9 35 976 35 976 0 35,9
1 30,71 7 188 20 474 64 161 34 822 54,3 118,7 87 571 64 901 22 670 91,9
9 10,82 3 892 10 369 28 078 17 952 63,9 177,3 46 218 40 568 5 651 60,8
2 7,64 8 417 25 341 93 514 63 049 67,4 207,0 57 818 37 006 20 813 76,5
2 30,43 5 475 9 365 40 402 16 340 40,4 67,9 45 508 10 257 35 252 63,7
9 9,32 872 6 369 29 246 10 332 35,3 54,6 34 919 26 395 8 525 53,1
7 31,69 5 299 12 625 42 831 23 175 54,1 117,9 35 900 28 045 7 855 57,6
8 16,06 6 271 12 120 51 306 33 402 65,1 186,6 21 741 10 382 11 358 34,9
4 35,31 -998 5 400 23 062 3 437 14,9 17,5 24 303 19 376 4 926 39,6
1 -3,11 8 183 12 931 80 215 37 873 47,2 89,4 57 232 51 310 5 923 95,7
1 0,70 1 979 14 716 51 325 26 827 52,3 109,5 46 573 46 291 281 85,0
6 -10,23 9 745 21 140 67 617 33 157 49,0 96,2 49 543 48 499 1 044 92,2
0 14,43 1 099 13 235 43 855 18 743 42,7 74,6 32 247 31 965 282 63,0
2 -9,80 2 127 13 404 39 736 19 367 48,7 95,1 47 717 41 461 6 256 94,1
8 -12,58 8 918 11 827 68 845 60 260 87,5 701,9 45 526 25 768 19 759 94,1
1 18,54 3 395 10 711 34 111 20 543 60,2 151,4 43 980 27 658 16 322 95,0
7 16,80 4 129 14 633 41 925 18 041 43,0 75,5 13 787 12 452 1 335 30,1
7 - 1 557 2 263 27 711 1 821 6,6 7,0 32 479 27 435 5 044 74,0
6 7,58 1 050 7 878 40 359 15 844 39,3 64,6 24 892 20 206 4 686 58,8
5 -10,62 2 158 127 36 727 16 789 45,7 84,2 3 754 3 232 522 9,0
1 1,42 248 8 958 49 468 22 295 45,1 82,1 20 646 19 835 811 50,4
2 6,46 456 694 29 602 10 308 34,8 53,4 20 178 7 376 12 802 49,5
3 -2,44 157 9 428 38 864 17 535 45,1 82,2 19 203 8 507 10 696 47,7
3 -13,62 2 604 5 436 19 577 11 872 60,6 154,1 13 767 8 120 5 647 36,0
5 5,96 3 794 7 238 22 815 17 323 75,9 315,4 11 234 9 367 1 867 30,9
8 18,03 3 160 9 581 36 734 29 667 80,8 419,8 31 610 26 637 4 973 94,2
4 16,05 3 172 9 800 34 235 19 476 56,9 132,0 26 514 21 093 5 421 81,1
0 25,23 852 3 200 17 572 10 802 61,5 159,6 0 0 0 0,0
3 9,66 3 986 14 628 40 116 25 861 64,5 181,4 19 461 18 778 683 63,5
1 -7,65 1 175 3 121 18 681 16 636 89,1 813,8 9 605 9 602 2 34,6
7 36,78 1 679 5 327 20 497 6 911 33,7 50,9 10 083 10 083 0 36,4
4 5,60 3 307 10 508 37 437 29 893 79,9 396,3 7 084 5 995 1 090 25,9
1 26,52 767 6 226 19 352 6 943 35,9 56,0 5 966 5 435 531 23,4
8 3,37 278 2 215 10 750 6 819 63,4 173,5 17 341 7 928 9 413 68,5
0 22,13 1 294 6 751 21 740 13 761 63,3 172,5 14 326 12 894 1 432 57,0
0 16,19 1 892 6 580 12 996 9 684 74,5 292,4 6 978 6 545 433 27,8
4 -2,15 1 740 4 553 14 727 6 997 47,5 90,5 9 881 6 930 2 951 39,9
1 130,87 1 872 1 367 23 267 19 438 83,5 507,6 2 738 1 934 804 11,2
5 -19,39 -333 4 550 23 998 7 624 31,8 46,6 19 933 16 003 3 930 84,1
2 30,33 4 645 7 870 21 162 14 826 70,1 234,0 9 917 4 196 5 721 43,3

12 de Outubro de 2023 MOLDES & PLÁSTICOS 121

Metodologia Moldes e Plásticos
O rank das Moldes e Plásticos é
elaborado pela Informa D&B para a
JORNAL DE LEIRIA.
Quem entra em cada ranking do
Moldes e Plásticos?
A base de dados do Moldes e
Plásticos resulta da aplicação de uma
metodologia rigorosa na recolha e
análise de dados por parte da Informa
D&B.
Em parceria com o JORNAL DE
LEIRIA foi selecionado um conjunto
de indicadores e rácios económico-
-financeiros que permitem avaliar
o desempenho de cada uma das
entidades presentes.
A inclusão neste rank pressupõe que
as entidades tenham sede ou morada
principal no distrito ou concelho em
análise em cada uma das listagens
solicitadas, e também a nível nacional.
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122 MOLDES & PLÁSTICOS 12 de de Outubro de 2023
Devem ainda realizar a entrega da
informação financeira individual,
referente ao ano fiscal anterior (2022).
É necessário também que a mesma
seja uma entidade não-financeira. Para
o efeito, foram consideradas todas as
prestações de contas disponíveis em
base de dados até ao dia 15-09-2023.
Pressupõe ainda que a entidade tenha
como CAE principal uma das CAE´s
selecionadas pelo parceiro para cada
um dos ranks (CAE 25734 – Moldes e
CAE’s 2016, 2221, 2222, 2223 e 2229 –
Plásticos).
Nota: São considerados todos
os balanços do último ano fiscal
(ano fiscal de 2022, com data de
encerramento do exercício até 31-
03-2023). No caso de entidades que
tenham data de fecho de contas
superior a esta data, é considerado
o balanço em vigor (2021). A
fonte da informação financeira é
exclusivamente a IES entregue e
publicada, com exceção de entidades
como Cooperativas ou Entidades
Públicas Empresariais que, não sendo
OPC, nos facultam a informação
diretamente.
São elaborados 4 ranks:
• Maiores empresas de moldes do
distrito de Leiria ;
• Maiores empresas de plásticos do
distrito de Leiria ;
• Maiores empresas de moldes a nível
nacional;
• Maiores empresas de plásticos a nível
nacional.
As entidades são ordenadas
por volume de negócios, sendo
selecionadas as “Maiores” de cada um
dos distritos/concelhos em análise.
Texto escrito segundo as regras
do Acordo Ortográfico de 1990
Plano da capa.indd 2 04/10/2023 15:00:11
 Agregar serviços e valor
Edição
para elevar a fasquia da
sustentabilidade
Pág. 48

Inteligência Artificial actualiza

linhas de produção
para Indústria 4.0
Pág. 72

Apoio

Esta revista faz parte integrante da edição 2048 do Jornal de Leiria, de 12.10. 2023 e da edição 4990 do Correio de Azeméis, de 17.10 .2023

Plano da capa.indd 1 04/10/2023 15:00:43