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INDÚSTRIA

DO VESTUÁRIO
Sindicato das Indústrias do Vestuário de Minas Gerais
Delegacia Regional de Muriaé
O PROJETO Escopo e Etapas

OBJETIVO
Identificar, mensurar e qualificar a indústria de
vestuário¹ no Brasil, Minas Gerais e Muriaé e
região², além de gerar informações que
possam subsidiar a tomada de decisão das
empresas e do sindicato de forma a melhor
atender seus associados. Ao mesmo tempo,
pode reunir impressões dos empresários
quanto a temas sensíveis do cotidiano do
setor, bem como, a defesa da importância
da atividade na economia mineira.

1 PANORAMA SETORIAL
Objetiva fornecer ao contratante informações e análises,
a partir de bases de dados secundárias, quanto às
principais características das empresas do setor de
vestuário¹ no Brasil, Minas Gerais e Muriaé e região².

1
2 PESQUISA PRIMÁRIA
Oitiva primária com as empresas do setor em Muriaé,
Eugenópolis e região², a fim de identificar os principais
características, forças e pontos de melhoria a serem
tratados em ações de desenvolvimento de polo.

¹ CNAE 14: Confecção de artigos do vestuário e acessórios.


² Antônio Prado de Minas, Barão de Monte Alto, Capetinga,
Carangola, Cataguases, Dona Euzébia, Ervália, Eugenópolis,
Fervedouro, Laranjal, Leopoldina, Miradouro, Miraí, Muriaé,
Palma, Patrocínio do Muriaé, Pedra Dourada, Recreio, Rosário
da Limeira, São Francisco do Glória, São Sebastião da Vargem
Alegre, Ubá e Vieiras.

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O PROJETO Sumário

1 PANORAMA SETORIAL
Pág. 01

INTRODUÇÃO..........................................................................Pág. 01
O MERCADO............................................................................Pág. 02
Tamanho e características............................................Pág. 02
Comércio e consumidor ...............................................Pág. 07
Análise de produtos....................................................... .Pág. 17
Comércio exterior........................................................... .Pág. 23
COMPOSIÇÃO DO SETOR.......................................................Pág. 33
Geral................................................................................ Pág. 33
.

Estrutura de custos..........................................................Pág. 38
Polos.................................................................................Pág. 40
MURIAÉ EUGENÓPOLIS E REGIÃO..........................................Pág. 48

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INDÚSTRIA
DO VESTUÁRIO

CAPÍTULO 1

CONTEÚDO
PANORAMA SETORIAL

SINDIVEST – MG
DELEGACIA REGIONAL DE MURIAÉ

GERÊNCIA DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA - IEL


DESENVOLVIMENTO SINDICAL – FIEMG

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PANORAMA SETORIAL Página 01
INTRODUÇÃO
Para melhor entender a realidade da indústria de vestuário no Brasil, Minas
Gerais e Muriaé e região é necessário debruçar-se sobre o segmento de forma
mais ampliada. Sendo assim, ao analisar o tamanho do mercado nacional, o seu
alcance no mercado internacional e as principais características dos atores
envolvidos na cadeia de produção, torna-se possível entender não só onde
Muriaé, Eugenópolis e os demais municípios que compõe o polo se enquadram
nesse contexto, mas também as possibilidades que se abrem para esse.

A inserção na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) se dá


em nível de divisão, especificamente, na divisão 14 – Confecção de artigos do
vestuário e acessórios. Os dados aqui utilizados são oriundos das principais bases
públicas do país (advindas do IBGE e de outros órgãos ministeriais), atualizadas
de acordo com sua disponibilidade.

Este relatório parte de uma análise da indústria do vestuário, na qual são


explorados o volume do mercado, ou seja, a receita líquida de vendas – em
diversos recortes –, além da sazonalidade da produção. Posteriormente, são
estudados os mercados consumidores, em termos de comércio (atacado e
varejo) e dos consumidores finais (orçamento familiar).

Depois de explorar o setor de vestuário pela ótica da demanda (comércio e


consumidor final), retorna-se para a perspectiva da oferta. São, então,
apresentados os principais produtos vendidos naquela indústria. Uma análise do
mercado externo é também realizada, demonstrando-se as quantidades,
proporções, parceiros comerciais, tanto para as exportações, quanto para as
importações. Os recortes territoriais desta seção são: nacional, estadual e
municipal, englobando-se também a realidade do polo de Muriaé, Eugenópolis
e região.

Por fim, a composição do setor é analisada, subdividindo-o em subsetores


(CNAEs classe) e nos respectivos polos nacionais. O polo é também incluída
neste capítulo, no qual suas empresas e empregos são descritos, inserindo o
município num contexto ampliado, do qual ele faz parte. Demonstra-se, então, a
importância do vestuário naquela localidade e o potencial de crescimento que
possui regionalmente.

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PANORAMA SETORIAL Página 02
O MERCADO INDÚSTRIA - TAMANHO E CARACTERÍSTICAS

R$ 50,26 Bilhões (2019)*


Receita Líquida de Vendas – Indústria
Receita Líquida de Vendas – (CNAE 2.0) - 14 Confecção de artigos do vestuário e
acessórios-2007 a 2019-Brasil-Preços constantes – Ano base: 2019 – IPA-DI – R$ Bilhões

63,92
62,41 62,24
59,49

56,06
54,00 53,26 52,48
50,50 50,75 50,26
49,89
48,00

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Receita Líquida de Vendas |14 Confecção de artigos do vestuário e acessórios- 2019


– Brasil – Por CNAE Classe – Empresas industriais com 30 ou mais pessoas ocupadas**

Confecção de peças do
vestuário, exc. roupas íntimas 78,9%

Confecção de roupas íntimas 12,7%


Confecção de roupas
profissionais 4,5%

Fabricação de Meias 2,4%


Fabr. de acessórios do vestuário,
exc. para segurança e proteção 1,2%
Fabr. de artigos do vestuário, em
malharias e tricotagens, exc. meias 0,4%

*Dados gerais das unidades locais industriais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas
**Representam cerca de 78% do total da RLV do setor
Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual - Empresa

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PANORAMA SETORIAL Página 03
O MERCADO INDÚSTRIA - TAMANHO E CARACTERÍSTICAS

A indústria do vestuário nacional gerou, em 2019, R$ 50,26 bilhões em termos de


receita líquida de vendas (RLV), 1,74% do total da indústria de transformação
nacional. Ao comparar esse valor com aqueles apresentados nos 12 anos
anteriores (a preços constantes de 2019), verifica-se que, apesar de ter havido
crescimento significativo durante o período, nos últimos anos avaliados a receita
voltou aos patamares iniciais – em torno de R$ 50 bilhões. 2011 foi o período no
qual a indústria teve maior volume em toda a série, apresentando tendência de
queda desde então.

Ao dividir a indústria em subsetores (classes CNAE), percebe-se a predominância


da classe de “confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas”, cuja
participação é de quase 80% nas receitas geradas pelo setor. Posteriormente,
aparece o subsetor de “confecção de roupas íntimas”, com 12,7% de
participação, seguido pela “confecção de roupas profissionais” (4,5%) e pela
“fabricação de meias” (2,4%).

Na página 04 é apresentado um recorte territorial da variável em questão, no


qual pode-se observar que Minas Gerais - o setor é responsável por 1,18% da RLV
da indústria de transformação mineira - ocupa o terceiro lugar do Brasil,
representando 7,5% do total. Porém o estado está muito longe dos dois primeiros
colocados – São Paulo e Santa Catarina – que, juntos, representam mais da
metade da receita líquida total produzida no país.

Ao decompor a taxa de crescimento, é possível entender melhor a trajetória


desses estados ao longo dos últimos 13 anos. Se os dois primeiros colocados
abocanham 55,7% da RLV total, observa-se que a tendência é de diminuição do
montante apoderado por São Paulo e de aumento por parte de Santa Catarina
(que apresentou taxa de crescimento positiva no período). Por outro lado, Minas
Gerais obteve uma taxa de crescimento negativa entre 2007-2019, porém muito
próxima de zero, ou seja, um nível de crescimento praticamente nulo.

Vale ressaltar que o período de 2014-2019, foi marcado pela crise econômica e
retração da atividade industrial, tornando as taxas negativas para todos os
estados. Sendo assim, Santa Catarina se destaca mais uma vez, dado que
apresentou a menor queda dentre todas as unidades federativas consideradas.

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PANORAMA SETORIAL Página 04
O MERCADO INDÚSTRIA - TAMANHO E CARACTERÍSTICAS

Receita Líquida de Vendas – (CNAE 2.0) - 14 Confecção de artigos do vestuário e


acessórios- 2019 – Brasil – Por Unidade Federativa – R$ Bilhões

Estado RLV % do Total


São Paulo 14,26 28,4%
Santa Catarina 13,72 27,3%
Minas Gerais 3,77 7,5%
Ceará 3,56 7,1%
Rio de Janeiro 3,48 6,9%
Paraná 2,90 5,8%
Rio Grande do Sul 2,03 4,0%
Goiás 1,80 3,6%
Bahia 1,06 2,1%
Rio Grande do Norte 0,99 2,0%
Pernambuco 0,74 1,5%
Mato Grosso do Sul 0,60 1,2%
Espírito Santo 0,55 1,1%
Paraíba 0,18 0,4%
Piauí 0,15 0,3%
Distrito Federal 0,11 0,2%
Mato Grosso 0,08 0,2%
Sergipe 0,07 0,1%
Maranhão 0,05 0,1%
Amazonas 0,04 0,1%
Tocantins 0,03 0,1%
Rondônia 0,03 0,1%
Pará 0,02 0,0%
Alagoas 0,02 0,0%
Acre 0,01 0,0%
Roraima 0,00 0,0%

Receita Líquida de Vendas – Taxa de Crescimento Composta (2007 a 2019 / 2007


a 2014/ 2014 a 2019) - Confecção de artigos do vestuário e acessórios- 2019 –
UFs selecionadas – Preços constantes – Ano base: 2019 – IPA-DI

10,9%

7,9% 8,3%
6,9%
5,6%
4,2%
3,1% 3,6%
2,8% 2,6%
1,1% 1,0%
0,1%

-0,1% -0,2%
-1,6% -1,1%
-1,8% -1,9%
-3,1% -2,7%
-3,2% -3,4%
-4,4% -4,1%

-6,9%
-9,8%
São Paulo Santa Minas Ceará Rio de Paraná Rio Grande Goiás Bahia
Catarina Gerais Janeiro do Sul
2007 a 2019 2007 a 2014 2014 a 2019

Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual - Empresa

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PANORAMA SETORIAL Página 05
O MERCADO INDÚSTRIA - TAMANHO E CARACTERÍSTICAS

Receita Líquida de Vendas – (CNAE 2.0) - 14 Confecção de artigos do vestuário e


acessórios- 2007 a 2019 – Distribuição por Unidade Federativa

21,7%
27,6% 25,9% 25,9% 25,5% 25,2%
28,8% 28,4%
32,7%
38,6% 36,4%
41,9% 40,1%

27,5%
24,4% 23,0%
22,5% 26,8% 27,5%
26,4% 27,3%
20,8%
21,1%
19,6%
19,7%
19,6%

19,0% 17,3%
19,2% 16,5%
20,0% 17,6%
18,8% 18,9% 17,0%
17,6% 17,3%
15,3% 17,6%
5,7% 7,4%
6,9% 6,1%
5,6% 6,5%
6,2% 5,7% 7,5%
4,9% 7,3% 6,4% 7,4%
5,6% 6,1%
7,6% 6,3% 5,3% 6,4% 7,0%
5,9% 5,7%
5,7% 7,1%
5,2% 5,6% 10,1% 11,2% 11,4%
9,5% 9,1% 8,4% 10,5%
8,5% 7,8%
4,8% 5,3% 7,4% 6,9%

6,6% 6,8% 7,1% 7,6% 8,2% 9,1% 7,6% 7,4% 6,7%


5,7% 5,4% 5,6% 5,8%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Paraná Rio de Janeiro Ceará Minas Gerais Outros Santa Catarina São Paulo

No gráfico anterior a taxa de crescimento composta foi analisada para


diferentes recortes no tempo. No presente gráfico, a participação dos estados
no montante total da RLV do país é analisada temporalmente. Minas Gerais, por
exemplo, a despeito de ter apresentado crescimento positivo entre 2007-2014,
obteve uma fatia menor no fim do período do que em seu início. Isso porque a
variável que está sendo observada é relativa, ela depende não apenas do
crescimento do setor no determinado estado, mas também do movimento
ocorrido nos outros estados. Fica claro que São Paulo vem perdendo
participação ao longo dos anos para Santa Catarina. Ao passo que Minas
mantém uma participação em torno de 7,5%.
Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual - Empresa

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PANORAMA SETORIAL Página 06
O MERCADO INDÚSTRIA - TAMANHO E CARACTERÍSTICAS

Produção Física Industrial – (CNAE 2.0) - 14 Confecção de artigos do vestuário e


acessórios- Mensal Jan.2007 a Set.2021 – Brasil – Índice de base fixa com ajuste
sazonal (Base: média de 2012 = 100) (Número-índice)

130 Set.2008
Abr.2011
120

110

100
Dez.2015
Fev.2020
90

80

70

60

50

40

30
janeiro 2007

novembro 2007
janeiro 2008

novembro 2008
janeiro 2009

novembro 2009
janeiro 2010

novembro 2010
janeiro 2011

novembro 2011
janeiro 2012

novembro 2012
janeiro 2013

novembro 2013
janeiro 2014

novembro 2014
janeiro 2015

novembro 2015
janeiro 2016

novembro 2016
janeiro 2017

novembro 2017
janeiro 2018

novembro 2018
janeiro 2019

novembro 2019
janeiro 2020

novembro 2020
janeiro 2021
março 2015

maio 2017

setembro 2021
março 2007
maio 2007

setembro 2007

março 2008
maio 2008

setembro 2008

março 2009
maio 2009

setembro 2009

março 2010
maio 2010

setembro 2010

março 2011
maio 2011

setembro 2011

março 2012
maio 2012

setembro 2012

março 2013
maio 2013

setembro 2013

março 2014
maio 2014

setembro 2014

maio 2015

setembro 2015

março 2016
maio 2016

setembro 2016

março 2017

setembro 2017

março 2018
maio 2018

setembro 2018

março 2019
maio 2019

setembro 2019

março 2020
maio 2020

setembro 2020

março 2021
maio 2021
julho 2019
julho 2007

julho 2008

julho 2009

julho 2010

julho 2011

julho 2012

julho 2013

julho 2014

julho 2015

julho 2016

julho 2017

julho 2018

julho 2020

julho 2021
Neste gráfico, a análise é mensal e, apesar de conter o ajuste sazonal natural do
setor, demonstra a volatilidade da produção física industrial ao longo de um
determinado ano. A tendência de queda desde meados de 2011 já havia sido
constatada no gráfico da RLV (página 02), porém ao analisar mensalmente,
verificam-se os picos positivos e negativos do período.

O maior vale (pico negativo) da série ocorre entre março e abril de 2020, devido ao
início da crise do COVID-19 em todo o mundo. O fechamento do comércio e as
incertezas geradas pela crise sanitária tiveram impactos diretos sobre a produção
industrial, em especial, de artigos do vestuário. Observa-se uma recuperação em
“V” até janeiro de 2021, seguida de uma queda mais branda, quando ocorreu uma
“segunda onda” de infecções naquele ano. Em setembro de 2021 a produção
industrial do setor havia voltado pra a sua trajetória de longo prazo.

Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física

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PANORAMA SETORIAL Página 07
O MERCADO COMÉRCIO E CONSUMIDOR FINAL

R$ 121,85 Bilhões (2019)*


Receita Operacional Líquida – Comércio
Receita Operacional Líquida - Artigos de vestuário e acessórios - 2007 a 2019- Brasil-Preços
constantes – Ano base: 2019 – IPCA – R$ Bilhões – Comércio Varejista e Atacadista

118,6
112,8 113,0
110,2 109,9
103,3
97,3 96,8 98,6

86,1
77,6
73,0
63,7

11,02 12,43 12,44 11,64 10,09 11,11 11,06 11,98


6,70 8,36 8,98
4,90 5,84

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Atacado Varejista

A análise completa dos setores industriais que produzem bens finais, passa pela
avaliação de toda a cadeia produtiva e, sobretudo, do elo a jusante, nesse caso, o
comércio. O setor de comércio de artigos do vestuário e acessórios movimenta
cerca de R$ 120 bilhões anuais no país, cuja maior parte está relacionada ao
comércio varejista (90%). O comércio atacadista é responsável por pouco menos de
10% desse total. Nota-se um crescimento sustentável e forte entre 2007 e 2014,
quando o setor sai de aproximadamente R$ 68 bilhões para mais de R$ 120 bilhões
anuais. A partir de 2014, período em que o país passa por uma contração da renda
média das famílias, há um queda no setor, porém com tendência de recuperação
de 2017 a 2019. Além disso, é sabido que 2020/2021 são anos em que esses números
apresentaram declínio, devido a externalidades geradas pela crise sanitária.

Fonte: IBGE - Pesquisa Anual de Comércio

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PANORAMA SETORIAL Página 08
O MERCADO COMÉRCIO E CONSUMIDOR FINAL

Mais importante do que identificar esse caminho do comércio é entender que o


setor é aquele que tem o contato direto com o consumidor final, ou seja, é onde se
pode identificar as tendências do mercado com maior precisão. É possível avaliar o
mercado em termos não só do volume movimentado, mas também de ticket
médio, valor gasto, preferências, dentre outros.

A partir da avaliação da taxa de crescimento anual entre 2007 e 2019 dos


comércios atacadista, varejista e da indústria, verifica-se que esses não andam
necessariamente juntos. Isso pode ser devido a diversos fatores, tais como:
fornecedor (que pode não ser nacional); estoques (ajuste de estoques do comércio
de um ano para o outro); margem de lucro, dentre outros.

Nota-se, então, que a indústria não tem acompanhado as movimentações do


comércio, quando esse cresce, a indústria cresce menos, ou seja, ela não tem
acompanhado os períodos de pujança daquele. Inclusive, quando são avaliadas as
três taxas de crescimento composta para os três setores, observa-se que entre 2007 e
2019 o comércio (tanto atacadista quanto varejista) obteve taxas de crescimento
intensas (acima de 4% ao ano), enquanto a indústria veio reduzindo seu tamanho
em 0,04% ao ano.

O período de 2007 a 2014 foi aquele no qual todos os setores cresceram, dado que
o país vivenciou um aumento importante na renda média das famílias e no Produto
Interno Bruto (PIB). Entretanto, percebe-se que, apesar de crescer a boas taxas
(2,37% ao ano), a indústria obteve incrementos bem menores do que os comércios
varejista e atacadista, que aumentaram em 9% e 14% ao ano, respectivamente. Já
no período de crise econômica, entre 2014 e 2019, verificou-se que a queda
observada na indústria foi mais acentuada do que no comércio varejista e,
principalmente, no atacadista. Então, é possível concluir que existe um
descolamento, uma correlação não tão forte quanto esperado entre os movimentos
da indústria e do comércio ao longo do tempo.

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PANORAMA SETORIAL Página 09
O MERCADO COMÉRCIO E CONSUMIDOR FINAL

Taxa de Crescimento Anual (2007 a 2019) | BRASIL


1- Receita Operacional Líquida (Comércio Varejista e Atacadista)
Artigos de vestuário e acessórios - Preços constantes – Ano base: 2019 – IPCA – R$ Bilhões

2 - Receita Líquida de Vendas (Indústria)


Confecção de artigos do vestuário e acessórios - Preços constantes – Ano base: 2019 – IPA-DI – R$ Bilhões

24,8%
22,7%

19,2%

14,8% 14,0%
14,6% 12,9% 13,2% 12,9%
12,5%
10,1%
11,0%
8,4%
7,3% 5,2% 4,8% 6,4%
6,4% 5,1%
3,8%
2,4%
0,0% 1,9%
-0,5% -1,0%
-0,3%
-2,4%
-4,4% -4,7% -3,3%
-5,0%
-6,4% -6,3%

-10,5%
-13,3%
-14,4%
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Atacado Varejista Indústria

Taxa de Crescimento Composta (2007 a 2019 | 2007 a 2014 | 2014 a 2019) | BRASIL
1- Receita Operacional Líquida (Comércio Varejista e Atacadista)
Artigos de vestuário e acessórios - Preços constantes – Ano base: 2019 – IPCA – R$ Bilhões

2 - Receita Líquida de Vendas (Indústria)


Confecção de artigos do vestuário e acessórios - Preços constantes – Ano base: 2019 – IPA-DI – R$ Bilhões

14,25%

9,29%
7,74%
4,65%
2,37%

-0,74% -0,04%
-1,52%
-3,31%
Atacado Varejista Indústria

2007 a 2019 2007 a 2014 2014 a 2019

Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual – Empresa|IBGE - Pesquisa Anual de Comércio

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PANORAMA SETORIAL Página 10
O MERCADO COMÉRCIO E CONSUMIDOR FINAL

PRINCIPAIS MERCADOS CONSUMIDORES – POR UNIDADE FEDERATIVA


GASTO TOTAL ANUAL (% do total) – 2018

UF % do BR
São Paulo 25,6%
Minas Gerais 10,7%
Rio Grande do Sul 6,9%
Bahia 6,9%
Rio de Janeiro 6,6%
Paraná 6,3%
Santa Catarina 4,2%
Pernambuco 4,2%
Goiás 3,7%
Pará 3,2%
Ceará 2,7%
Distrito Federal 2,4%
Maranhão 2,3%
Mato Grosso 1,9%
Mato Grosso do Sul 1,6%
Rio Grande do Norte 1,6%
Espírito Santo 1,6%
Paraíba 1,4%
Sergipe 1,2%
Amazonas 1,2%
Piauí 1,0%
Alagoas 0,9%
Rondônia 0,7%
Amapá 0,4%
Acre 0,4%
Tocantins 0,4%
Roraima 0,1%

Sob a ótica do comércio é possível verificar a demanda do setor no país. Sendo


assim, os principais mercados nacionais são: São Paulo (com 25% do total); Minas
Gerais (com 10% do total); seguidos por Rio Grande do Sul; Bahia; Rio de Janeiro;
Paraná; Santa Catarina e Pernambuco.
Observa-se que a participação da indústria de Minas (página 04) é menor do que o
seu mercado consumidor, ou seja, a indústria mineira não tem capacidade ainda de
abastecedor todo o estado. Além disso, ela tem uma participação menor do que o
tamanho proporcional de MG no território brasileiro (em termos de pessoas,
unidades federativas e área) e isso não se deve apenas à capacidade produtiva,
mas à questões relacionadas à competitividade.

Fonte: IBGE - Pesquisa de Orçamentos Familiares

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PANORAMA SETORIAL Página 11
O MERCADO COMÉRCIO E CONSUMIDOR FINAL

Em sequência, é possível realizar uma avaliação que vai além de como o montante
total é movimentado por cada unidade federativa (UF), ao analisar a média
estadual do gasto médio mensal com vestuário, por família (página 12). Verifica-se
que, em relação ao gasto médio por família, os estados em que sua média é maior
do que a brasileira são: Distrito Federal, Amapá, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso,
Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, Acre, Goiás, Paraná, Minas
Gerais e Rio Grande do Norte. Em todos os outros estados a média mensal de gastos
familiar está abaixo da média nacional. Tal resultado é importante para lançar luz
sobre o padrão do consumo de cada família, inclusive, do tipo de produto que é
consumido e os respectivos volumes.

Avançando na avaliação do mercado de vestuário e acessórios no Brasil, são


apresentados os dados do gasto total anual, ou seja, da distribuição do mercado
pelas classes sociais (página 13). Nota-se que as classes C e D representam
praticamente 60% do mercado nacional, o que significa que o não atendimento
dessas classes, reflete a perda de mais da metade do mercado. Se adicionarmos a
classe E na conta, os consumidores das classes C,D e E passam a representar 70% do
mercado nacional. Nesse ínterim, merece destaque ainda o pedaço da Classe D
(faixa de renda entre R$2.862,00 e R$5.724,00 ), cuja representatividade é de quase
30%.

Já as classes B e A são responsáveis por 30,8% do mercado, porém, possuem


padrões totalmente diferente de consumo. Isso pode ser observado quando o gasto
mensal familiar é avaliado (página 15): enquanto o gasto da classe E é de R$ 63,00,
em média, mensalmente com artigos do vestuário e acessórios, a classe A gasta
cerca de R$ 655,96 mensais com os mesmo artigos. Ou seja, a questão aqui está
muito mais relacionada ao tipo de compra e ao ticket médio dessas compras, do
que à quantidade comprada.

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PANORAMA SETORIAL Página 12
O MERCADO COMÉRCIO E CONSUMIDOR FINAL

PRINCIPAIS MERCADOS CONSUMIDORES – POR UNIDADE FEDERATIVA


GASTO MÉDIO MENSAL POR FAMÍLIA (% do total) – 2018

Distrito Federal -110,4 270,64

Amapá -49,5 209,78

Mato Grosso do Sul -39,8 200,03

Mato Grosso -25,7 185,95

Santa Catarina -25,5 185,79

Rio Grande do Sul -23,3 183,53

São Paulo -20,7 180,99

Sergipe -19,3 179,5

Acre -17,6 177,82

Goiás -14,5 174,74

Paraná -14,5 174,73

Minas Gerais -5,2 165,41

Rio Grande do Norte -1,1 161,32

Pernambuco 155,36 4,9

Bahia 154,73 5,5

Pará 150,02 10,2

Rondônia 141,42 18,8

Maranhão 129,18 31,1

Amazonas 127,62 32,6

Espírito Santo 124,16 36,1

Rio de Janeiro 122,18 38,1

Paraíba 118,6 41,7

Piauí 111,46 48,8

Ceará 105,1 55,2

Alagoas 98,05 62,2

Roraima 96,81 63,4

Tocantins 83,95 76,3

Média de gasto mensal (R$) Diferença entre a média BR e UF


Fonte: IBGE - Pesquisa de Orçamentos Familiares

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PANORAMA SETORIAL Página 13
O MERCADO COMÉRCIO E CONSUMIDOR FINAL

PRINCIPAIS MERCADOS CONSUMIDORES – POR RENDA MÉDIA MENSAL E CLASSE SOCIAL


GASTO TOTAL ANUAL (% do total) – 2018

E
Classe
Até R$ 1908,00

9,6%
9,6%
+R$ 1.908 a R$ 2.862
10,8%
D
Classe

39,5 %
+ R$ 2.862 a R$ 5724
28,7%

C
Classe
+ R$ 5724 a R$ 9540 20%
20%
+ R$ 9540 a R$ 14310
11,4%
B
Classe
20,7 %

+ R$14310 a R$ 23850

9,3%
+ R$ 23850

A
Classe
10,1 %

10,1%

Fonte: IBGE - Pesquisa de Orçamentos Familiares

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PANORAMA SETORIAL Página 14
O MERCADO COMÉRCIO E CONSUMIDOR FINAL

Quando os gastos dos consumidores são distribuídos por tipo (página 15), percebe-
se que a maior parte se refere às “roupas femininas” (30%). Nos gastos, em média,
isso não tem grande diferença entre as classe, que apresentaram padrões muito
parecidos (as diferenças foram pequenas). Com relação ao mercado de “calçados
e acessórios” (cintos, gravatas, bonés, chapéus, etc.), a participação é de 26% no
gasto total anual. Em sequência, “roupas masculinas”, “roupas de criança” e “joias e
bijuterias” representam 4%, ao passo que “tecidos e armarinhos” equivalem a 1% do
total.

Mirando no mercado consumidor do estado de Minas Gerais (página 16), nota-se


que a distribuição do gasto segue a lógica nacional, ou seja, as classes C e D
representam a maior parte do mercado. Porém, verifica-se que em Minas Gerais
essa tendência é ainda mais forte, onde as classes supracitadas representam 65% do
mercado (diferente do 59,5% do Brasil). Ao adicionar a classe E chega-se a 72,4% do
total, sobrando para as classes B e A menos de 30% do mercado.

É importante ressaltar a diferença entre as porcentagens de Brasil e Minas, dado que


as classes C e D no estado estão acima da média brasileira, ao passo que para a
classe E ocorre o oposto. Na primeira faixa da Classe B, a representatividade em
Minas Gerais é ligeiramente maior que no Brasil, e nas faixas de acima de R$
14.000,00, a representatividade no mercado total é menor em Minas do que em
comparação ao país como um todo.

Em relação ao gasto mensal familiar médio, observa-se que as classes A, B e C


apresentam um consumo médio familiar acima da média do país e um gasto médio
mensal familiar também acima da média. Por outro lado, nas classes D e E o gasto
mensal médio do estado é ligeiramente menor do que o registrado para o Brasil. Ou
seja, em Minas as classes D e E gastam menos do que a média mensal do Brasil, e as
classes C, B e A gastam, na média, mensalmente mais do que o restante das
famílias.

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PANORAMA SETORIAL Página 15
O MERCADO COMÉRCIO E CONSUMIDOR FINAL

PRINCIPAIS MERCADOS CONSUMIDORES – POR RENDA MÉDIA MENSAL E CLASSE SOCIAL


GASTO MENSAL FAMILIAR MÉDIO – 2018

E
Classe

R$ 63,46
Até R$ 1908,00
R$ 63,46
+R$ 1.908 a R$ 2.862
R$ 91,6
D
Classe

R$ 127,92
+ R$ 2.862 a R$ 5724
R$ 150,44

C
Classe
+ R$ 5724 a R$ 9540 R$ 233,04
R$ 233,04
+ R$ 9540 a R$ 14310
R$ 296,34
B
Classe
R$ 332,70

+ R$14310 a R$ 23850

R$ 391,55
+ R$ 23850

A
Classe
R$ 655,96

R$ 655,96

PRINCIPAIS MERCADOS CONSUMIDORES


POR TIPO DE GASTO NA CATEGORIA VESTUÁRIO|GASTO TOTAL ANUAL (% do total) – 2018

Roupa de mulher 30,37%

Calçados e apetrechos 26,79%

Roupa de homem 24,12%

Roupa de criança 13,47%

Jóias e bijuterias 4,11%

Tecidos e armarinhos 1,14%

Fonte: IBGE - Pesquisa de Orçamentos Familiares

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PANORAMA SETORIAL Página 16
O MERCADO COMÉRCIO E CONSUMIDOR FINAL

PRINCIPAIS MERCADOS CONSUMIDORES – POR RENDA MÉDIA MENSAL E CLASSE SOCIAL


GASTO TOTAL ANUAL (% do total) – 2018 – Minas Gerais

E
Classe

7,2%
Até 1.908 Reais 7,2% 2,4%

Mais de 1.908 a 2.862 Reais 10,7% 0,1%

D
Classe

42 %
Mais de 2.862 a 5.724 Reais -2,6% 31,3%

23,2 %
C
Classe

Mais de 5.724 a 9.540 Reais -3,2% 23,2%

Mais de 9.540 a 14.310 Reais -0,2% 11,7%

19,2 %
Classe

Mais de 14.310 a 23.850 Reais 7,5% 1,8%

A
Classe

8,4 %
Mais de 23.850 Reais 8,4% 1,7%

% do Gasto total anual (R$) Diferença entre a % BR e MG

PRINCIPAIS MERCADOS CONSUMIDORES – POR RENDA MÉDIA MENSAL E CLASSE SOCIAL


GASTO MENSAL FAMILIAR MÉDIO – 2018 - Minas Gerais

E
Classe
7,2%
Até 1.908 Reais 61,2 2,3

Mais de 1.908 a 2.862 Reais 85,4 6,2

D
Classe
42 %

Mais de 2.862 a 5.724 Reais 149,8 0,6


23,2 %

C
Classe

Mais de 5.724 a 9.540 Reais -18,4 251,4

Mais de 9.540 a 14.310 Reais -61,9 358,2

B
19,2 %

Classe

Mais de 14.310 a 23.850 Reais -39,2 430,7

A
Classe
8,4 %

Mais de 23.850 Reais -146,9 802,9

Média de Gasto Mensal (R$) Diferença entre a Média BR e MG

Fonte: IBGE - Pesquisa de Orçamentos Familiares

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PANORAMA SETORIAL Página 17
O MERCADO ANÁLISE DE PRODUTOS

As análises a seguir, focam nos principais produtos manufaturados pela indústria do


vestuário (CNAE 14) no Brasil. Tais produtos são classificados de acordo com a
receita líquida de vendas e sua taxa de crescimento composta, além dos fatores
como a quantidade vendida e o ticket médio.

Primeiramente, a classificação dos 20 produtos com a maior receita líquida de


vendas em 2019 (página 19) demonstra que 4 produtos movimentaram, juntos, mais
de R$ 2 bilhões anualmente: “camiseta adulta”; “serviços de confecção”; “blusas,
camisas de malha de uso feminino adulto” e “calças compridas exceto de malha
feminina”. Além disso, nota-se uma situação curiosa: o segundo “produto” no
ranking diz respeito ao “serviço de confecção de outras peças do vestuário ou
facção”. Ou seja, grande parte da receita de vendas da indústria do vestuário
advém da terceirização de serviços. Tal informação acende um alerta para o
modelo de produção que vem sendo adotado.

A lista dos 10 produtos com maiores taxas de crescimento da RLV nos últimos anos
(página 20), traz apenas um produto que está no topo da lista anterior: “bermudas,
jardineiras, shorts, exceto de malha, feminino – adulto”, ou seja, apenas um produto
que tem apresentado crescimento ascendente entre 2014-2019 e que já se encontra
no topo da geração de receitas. Por outro lado, a maioria dos produtos desse
ranking – que apresentaram alto crescimento – ainda não estão consolidados em
termos de contribuição para o setor. Para entender essa participação no montante
total da receita líquida de vendas, pode-se decompor as características de um
produto em dois fatores: o seu preço e/ou a quantidade vendida. Em outras
palavras, uma maior RLV pode se dar devido ao maior volume de vendas de um
item ou ao valor agregado que ele possui (aqui representado pelo ticket médio).

Sendo assim, as duas variáveis supracitadas devem ser estudadas. O ranking da


página 21 representa os 13 produtos com maior taxa de crescimento composta da
quantidade vendida entre 2014 e 2019. Os “blazers, casacos, sobretudos, japonas,
capas, de malha, masculino – adulto” e “blazers, paletós, casacos, mantôs jaquetas,
de malha, feminino – adulto” possuem baixo volume de vendas, mas com
tendência de crescimento nos últimos anos. Ao passo que as “meias de malha” –
que estavam no topo do ranking anterior – possuem maior volume de vendas,
combinado com altas taxas de crescimento.

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PANORAMA SETORIAL Página 18
O MERCADO ANÁLISE DE PRODUTOS

Os produtos que merecem maior destaque nesse quesito são os “espartilhos,


suspensórios, ligas e suas partes; bojos para sutiã e calcinha, inclusive de malha”, que
apresentaram maior taxa de crescimento composta e, ao mesmo tempo, o maior
volume de vendas dentre os itens estudados.

Por fim, é analisado o ticket médio dos produtos de vestuário (página 22), ou seja,
quanto é gasto, em média, na compra de cada item. As “meias de malha” que se
destacaram com alto volume (e crescimento composto) apresentaram baixo ticket
médio, porém ainda com alta taxa de crescimento. Nesse quesito destacaram-se as
“meias de fibra sintética ou artificial”, que apresentaram o maior crescimento no
preço entre 2014 e 2019, dentre todos os produtos.

As “bermudas, jardineiras, shorts, exceto de malha, feminino – adulto”, que


estiveram em evidência nos dois primeiros rankings, apareceram com um valor de
ticket médio relativamente alto e uma taxa de crescimento positiva, mas não tão
significativa. O valor agregado dessas peças pode ser o fator que explica a sua
consolidação no mercado e ainda mais, a sua tendência de crescimento da RLV.

Os produtos que mais agregam valor no mercado de vestuário, dentre os


apresentados, foram “macacões, jalecos, batinas, togas, fardas e semelhantes para
uso profissional, inclusive uniformes escolares”, ostentando ainda uma taxa de
crescimento composta significativa de 7,4% durante o período observado. O
produto foi seguido pelos “macacões, agasalhos e conjuntos para esporte, de
malha – adulto” em termos de ticket médio, porém com taxa de crescimento menos
proeminente.

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PANORAMA SETORIAL Página 19
O MERCADO ANÁLISE DE PRODUTOS

PRINCIPAIS PRODUTOS VENDIDOS – INDÚSTRIA – 20 maiores


Receita Líquida de Vendas (Em R$ Bilhões) – 2019

Camisetas ("T-Shirts") - adulto 2,41

Serviço de confecção de outras peças do vestuário ou facção 2,37

Blusas, camisas, de malha, de uso feminino - adulto 2,34

Calças compridas, exceto de malha, feminino - adulto 2,34

Bermudas, jardineiras, shorts, exceto de malha, feminino - adulto 1,54

Calças compridas, exceto de malha, de uso masculino - adulto 1,21


Art. do vestuário, adulto, de tecidos, de malha, impregnados (com plástico,
borracha ou outros materiais) 1,13

Blusas, camisas, de malha, de uso masculino - adulto 1,07

Berm., jardineiras, shorts, calças, de malha, de uso feminino - adulto 1,06

Calcinhas de malha 1,04

Berm., jardineiras, shorts, exceto de malha, masculino - adulto 0,92

Berm., jardineiras, shorts, calças , de malha, masculino - adulto 0,80

Camisas, blusas e semelhantes, exceto de malha, masculino - adulto 0,78

Vestidos, de malha - adulto 0,76

Camisas, camisetas, blusas profissionais, de tecido inclusive de malha 0,74

Cuecas e semelhantes, de malha 0,66

Sutiãs de malha 0,62

Camisas, blusas, exceto de malha, feminino - adulto 0,60

Conjuntos, de malha, feminino - adulto 0,59

Vestuário para bebês e seus acessórios, de malha 0,47


Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual – Produtos

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PANORAMA SETORIAL Página 20
O MERCADO ANÁLISE DE PRODUTOS

PRINCIPAIS PRODUTOS VENDIDOS – INDÚSTRIA – 20 maiores


Receita Líquida de Vendas (Em R$ Bilhões) – 2019

Tx. Cresc. Composta RLV (R$


Produto
2014 a 2019 (RLV) Bilhões) - 2019

Meias de malha 25,0% 0,33

Blazers, casacos, sobretudos, japonas, capas ,


de malha, masculino - adulto
12,3% 0,18

Calças, berm. , jardineiras, shorts para uso


profissional, de tecido inclusive de malha, 8,8% 0,15
masculino

Blazers, paletós, casacos, mantôs jaquetas e


semelhantes, de malha, feminino - adulto
3,3% 0,41

Bermudas, jardineiras, shorts, exc, de


malha,masculino - adulto
2,6% 0,92

Bermudas, jardineiras, shorts , exc. de malha,


feminino - adulto
2,1% 1,54

Macacões, agasalhos e conjuntos para esporte,


de malha - adulto
1,9% 0,13

Macacões, jalecos, batinas, togas, fardas e


semelhantes para uso profissional, inclusive 0,9% 0,44
uniformes escolares

Camisas, camisetas, blusas e semelhantes para


uso profissional, de tecido inclusive de malha
0,7% 0,74

Sutiãs exceto de malha 0,6% 0,26

Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual – Produtos

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PANORAMA SETORIAL Página 21
O MERCADO ANÁLISE DE PRODUTOS

PRINCIPAIS PRODUTOS VENDIDOS – INDÚSTRIA – 20 maiores


Receita Líquida de Vendas (Em R$ Bilhões) – 2019

Quantidade Vendida Tx. Cresc. Composta


Produto
(Em Milhões) - 2019 2014 a 2019. Qtd

Espartilhos, suspensórios, ligas,s e suas partes;


bojos para sutiã e calcinha, inclusive de malha
408,9 42,5%

Cuecas e semelhantes, exceto de malha 64,3 34,2%

Vestuário para uso profissional, de feltros, falsos


tecidos ou tecidos impregnados
15,8 25,9%

Blazers, casacos, sobretudos, japonas, capas , de


malha, masculino - adulto
8,3 15,5%

Meias de malha (par) 56,2 13,0%

Art. do vestuário, adulto, confeccionados com


tecidos, de malha, impregnados (com plástico, 104,5 8,2%
borracha ou outros materiais)

Vestuário para bebês e seus acessórios 73,6 5,1%

Blazers, paletós, casacos, mantôs jaquetas, de


malha, feminino - adulto
12,9 3,2%

Conjuntos, de malha, masculino - adulto 12,0 2,3%

Chapéus, bonés, boinas e outros, exc. de


borracha ou plástico
27,7 2,2%

Conjuntos, de malha, feminino - adulto 28,5 1,8%

Roupas de dormir ou de banho (camisolas,


pijamas, roupões), de malha, feminino
24,1 1,6%

Sutiãs exceto de malha 16,5 1,1%

Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual – Produtos

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PANORAMA SETORIAL Página 22
O MERCADO ANÁLISE DE PRODUTOS

PRINCIPAIS PRODUTOS VENDIDOS – INDÚSTRIA – 20 maiores


Receita Líquida de Vendas (Em R$ Bilhões) – 2019

Ticket Médio Tx. Cresc. Composta


Produto Unidade 2014 a 2019.Ticket
(Em R$ - 2019) Médio

Meias de fibra sintética ou artificial (Par) 18,08 27,1%

Gravatas, cintos, xales, echarpes, lenços e outros


acessórios do vestuário e suas partes, confeccionados 5,61 16,1%
com tecidos planos

Meias de malha (Par) 5,81 10,7%

Meias-calças de fibra sintética ou artificial 8,00 9,0%

Calças, bermudas, jardineiras, shorts e semelhantes


para uso profissional, de tecido inclusive de malha, 33,02 8,6%
masculino

Vestuário infantil e seus acessórios de malha; exceto


20,30 7,7%
roupas de praia

Artigos do vestuário, adulto, exceto de malha,


impregnados (com plástico, borracha ou outros 25,99 7,7%
materiais)

Macacões, jalecos, batinas, togas, fardas e


semelhantes para uso profissional, inclusive uniformes 60,67 7,4%
escolares

Vestuário de outros tipos, exc. de malha, de uso


39,02 7,0%
feminino ou masculino - adulto

Blusas, camisas , de malha, masculino - adulto 19,13 6,2%

Cintas-sutiãs (modeladores de torso inteiro), inclusive de


20,31 5,0%
malha

Macacões, agasalhos e conjuntos para esporte, de


51,55 4,7%
malha - adulto

Bermudas, jardineiras, shorts , exc. de malha, feminino -


30,51 3,5%
adulto

Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual – Produtos

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PANORAMA SETORIAL Página 23
O MERCADO COMÉRCIO EXTERIOR

A seguir, a análise se volta para o comércio exterior do setor de vestuário e seus


acessórios. Na página 24 é possível entender o volume de divisas que as
exportações dos setor trazem para os país como um todo, e para os respectivos
estados exportadores.

Em 2020 foram US$ 116,62 milhões (valor FOB) provenientes das exportações do setor
de vestuário no Brasil. Porém, tendo sido um ano atípico, devido à pandemia de
COVID 19, faz-se necessário olhar para a série de tempo desta variável. Verifica-se,
então, que as exportações do setor vêm sofrendo quedas consecutivas desde 2007
(tanto quando são considerados os preços nominais quando são equiparados para
os valores de 2020). Vale destacar que as maiores variações negativas da série se
deram no contexto de crises mundiais (2008 e 2019). As possíveis explicações para a
retração das exportações brasileiras do setor se devem ao avanço dos concorrentes
asiáticos, em especial, a China. Análises relativas às importações serão empregadas
posteriormente.

Vale salientar ainda, a distância abissal que existe entre o tamanho do mercado
interno e o seu percentual que é enviado para o mercado externo. Como visto
anteriormente, foram produzidos R$ 50,26 bilhões em 2019 (em termos de RLV) do
setor de vestuário, ao passo que foram exportados apenas R$ 606 milhões* em 2020.
Mesmo que haja um hiato no tempo e na cotação da moeda, verifica-se que os
valores são muito discrepantes. Em outras palavras, o Brasil exporta uma parcela
ínfima (menos de 2%**) do que é produzido internamente no setor de vestuário e
acessórios.

Pode-se verificar também a distribuição territorial das empresas exportadoras do


setor. Santa Catarina e São Paulo seguem no topo, dominando, conjuntamente,
66,47% do total exportado pelo país em 2020. Minas Gerais, que era o terceiro
estado em termos de tamanho (da RLV) do setor, cai para sexto lugar, quando se
trata de comércio exterior. Em 2019, o estado participou com 2,5% do total
exportado de vestuário no país, ao passo que em 2020, a participação subiu
ligeiramente para 2,7%.

*Foi considerado o total exportado em 2020 de US$ 116,62 milhões e o


câmbio médio em dez/2020 = R$5,20 (valor aproximado).
**Grosso modo, em torno de 1,21%.

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PANORAMA SETORIAL Página 24
O MERCADO COMÉRCIO EXTERIOR

US$ 116,62 Milhões (2020)


Exportações – Brasil – Valor FOB*
Exportações*– Vestuário e acessórios- 2007 a 2020 -Brasil- Preços nominais e
constantes – Ano base: 2019 – US$ Milhões

307,0 283,0

249,5

185,1 190,2
215,5 169,0 163,4 159,9 156,0 158,4
147,6 145,9
136,6
167,3 116,6
152,6 129,3 148,4
133,0 135,3 140,6
127,0 132,0
113,8 115,1 118,9 116,6

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Exportações - Brasil - Nominal - US$ Milhões - Valor FOB


Exportações - Brasil - Preços Constantes, Ano Base 2020, Índices de Preços SECEX - US$ Milhões - Valor FOB -

Exportações*– Vestuário e acessórios - % do Brasil- Por UF - 2019

2019 2020
UF - 10 principais
% do BR % do BR

Santa Catarina 44,3% 38,4%

São Paulo 26,1% 28,7%

Rio Grande do Sul 8,2% 10,2%

Paraná 4,7% 7,0%

Rio de Janeiro 6,8% 6,5%

Minas Gerais 2,5% 2,7%

Ceará 2,3% 1,8%

Bahia 1,4% 1,4%

Distrito Federal 0,8% 1,1%

Goiás 1,4% 0,8%

*Capítulo (SH2): 61, 62 e 65 | Posição (SH4) : 4203 e 4304 | Subposição (SH6) 392620 e 430310
Fonte: Ministério da Economia – Comexstat

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PANORAMA SETORIAL Página 25
O MERCADO COMÉRCIO EXTERIOR

Exportações*– Taxa de Crescimento Composta-Vestuário e acessórios - 2007 a 2019,


07 a 14 e 14 a 19 –Brasil e UFs selecionadas - Preços constantes – Ano base: 2019
19,9%

15,1%

10,2%
7,4%
4,5% 5,0% 6,0% 6,2% 5,7%
2,2%

-0,3%

-3,7% -3,0%
-4,0%
-4,8%
-5,9% -6,0%
-7,4% -8,0%
-9,5%

-12,7% -12,6% -13,0%


-15,3% -15,4% -15,0%

-28,0%

Brasil Santa São Paulo Rio Paraná Rio de Minas Ceará Bahia
Catarina Grande do Janeiro Gerais
Sul

Crescimento 07 a 2019 07 a 14 14 a 19
Neste gráfico, a taxa de crescimento composta das exportações é analisada para
diferentes recortes no tempo (de 2007 a 2019 e para os períodos internos de 2007-
2014 e 2014-2019). Verifica-se que Minas Gerais, a despeito de ter apresentado uma
taxa de crescimento negativa para todo o período, obteve uma taxa positiva de
10,2% entre 2014-2019. O único estado que apresentou um crescimento positivo
durante os 13 anos considerados, foi o Paraná. Ao passo que o Rio Grande do Sul
apresentou a menor taxa negativa para esse período e a maior taxa positiva para os
anos de 2014-2019, o que contribuiu para que o estado diminuísse a diferença da
sua participação para os dois primeiros colocados (SC e SP).

*Capítulo (SH2): 61, 62 e 65 | Posição (SH4) : 4203 e 4304 | Subposição (SH6) 392620 e 430310
Fonte: Ministério da Economia – Comexstat

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PANORAMA SETORIAL Página 26
O MERCADO COMÉRCIO EXTERIOR

A seguir, as exportações do setor estão desagregadas por parceiro comercial e por


produto (páginas 27 e 28, respectivamente). Primeiramente, verifica-se que os
principais parceiros comerciais do Brasil nas exportações do vestuário estão
localizados na América, em especial em sua porção latina. Sendo assim, os três
principais destinos das nossas exportações são Paraguai, Uruguai e EUA. Os três
países, juntamente com Argentina, Bolívia e Chile, compraram praticamente 70% de
itens do vestuário exportado pelo país em 2020.

A proximidade com esses países e a inserção no Mercosul são vantagens que o Brasil
possui dentro do mercado Latino-americano. Posteriormente será demonstrada a
dificuldade em competir com a concorrência asiática. Entretanto, regionalmente o
país ainda consegue garantir uma participação significativa no mercado.

O itens supracitados são apresentados no quadro da página 28, no qual aparecem


os 16 produtos com maior participação no montante total de 2019/2020. Naquele
ano, as “camisetas (T-shirts) e camisetas interiores, de malha, de algodão” estiveram
no topo do ranking, porém em 2020 perderam a posição para “calças, jardineiras,
bermudas e shorts, de malha, de fibras sintéticas, de uso feminino”. Em ambos os
períodos estudados não houve nenhum produto que apresentou um destaque muito
intenso, a distribuição das participações foi bastante homogênea ao longo das
respectivas listas. O único produto que se diferenciou de forma mais acentuada
entre os anos considerados foi o “vestuário confeccionado com feltros ou falsos
tecidos”, que apresentava participação insignificante de 0,2% em 2019 e passou
para 4,5% em 2020, pulando da 86ª posição para a 5ª.

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PANORAMA SETORIAL Página 27
O MERCADO COMÉRCIO EXTERIOR
Exportações* – Vestuário e acessórios - % do Brasil
Por País (35 principais parceiros)- 2019

País % / 2019 % / 2020


Paraguai 25,2% 21,9%
Uruguai 18,9% 16,5%
Estados Unidos 13,6% 15,6%
Argentina 7,1% 6,6%
Bolívia 4,9% 3,7%
Chile 2,7% 4,0%
Portugal 1,9% 2,4%
Equador 1,8% 1,7%
Itália 1,5% 1,2%
Peru 1,5% 1,2%
França 1,4% 1,4%
Panamá 1,2% 0,4%
Japão 1,1% 1,2%
México 1,1% 0,9%
Austrália 1,0% 1,5%
Reino Unido 1,0% 1,2%
Costa Rica 1,0% 1,2%
Angola 0,9% 0,3%
Colômbia 0,7% 1,2%
Canadá 0,7% 0,9%
Arábia Saudita 0,7% 0,2%
Emirados Árabes Unidos 0,7% 1,0%
Espanha 0,5% 0,5%
Alemanha 0,5% 0,6%
República Dominicana 0,5% 0,4%
Israel 0,5% 0,5%
Cuba 0,4% 0,0%
Guatemala 0,4% 0,4%
Rússia 0,4% 0,3%
Grécia 0,4% 0,1%
Finlândia 0,4% 0,5%
Moçambique 0,4% 0,5%
China 0,3% 3,1%

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PANORAMA SETORIAL Página 28
O MERCADO COMÉRCIO EXTERIOR
Exportações* – Vestuário e acessórios - % do total exportado
Por produto - Subposição (SH6) (16 principais) - 2019 e 2020

% das exp. % das exp. Ranking Ranking


Produto (SH6)
BR 2019 BR 2020 2019 2020

Camisetas (T-shirts) e camisetas interiores, de malha, de


algodão 5,6% 5,3% 1 2

Maiôs e biquínis, de banho, de malha, de fibras sintéticas,


de uso feminino 5,0% 4,7% 2 3

Calças, jardineiras, bermudas e shorts, de malha, de fibras


sintéticas, de uso feminino 4,4% 6,0% 3 1

Calças, jardineiras, bermudas e shorts, de algodão, de uso


feminino 4,1% 4,5% 4 4

Camisas, blusas, blusas chemisier, de malha, de fibras


sintéticas ou artificiais, de uso feminino 3,4% 3,0% 5 7

Camisetas (T-shirts) e camisetas interiores, de malha, de


outras matérias têxteis 3,4% 2,7% 6 8

Calças, jardineiras, bermudas e shorts, de algodão, de uso


masculino 3,0% 3,1% 7 6

Sutiãs e bustiers (soutiens de cós alto) 3,0% 2,5% 8 10

Camisas, blusas, blusas chemisier, de malha, de algodão,


de uso feminino 2,6% 2,1% 9 12

Camisas, blusas, blusas chemisiers, de fibras sintéticas ou


artificiais, de uso feminino 2,4% 2,0% 10 13

Calcinhas de malha, de fibras sintéticas ou artificiais 2,4% 2,6% 11 9

Vestuário e seus acessórios, de malha, de algodão, para


bebês 2,2% 2,0% 12 14

Capacetes e outros artefatos de uso semelhante, de


proteção 1,9% 2,4% 13 11

Calças, jardineiras, bermudas e shorts (calções), de malha,


de algodão, de uso masculino 1,8% 1,6% 14 19

Meias-calças, meias até o joelho e meias acima do joelho,


de malha, de compressão degressiva (por exemplo, meias
para varizes) 1,8% 1,9% 15 15

Vestuário confeccionado com feltros ou falsos tecidos 0,2% 4,5% 86 5

*Capítulo (SH2): 61, 62 e 65 | Posição (SH4) : 4203 e 4304 | Subposição (SH6) 392620 e 430310
Fonte: Ministério da Economia – Comexstat

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PANORAMA SETORIAL Página 29
O MERCADO COMÉRCIO EXTERIOR

US$ 1,71 Bilhão (2020)


Importações – Brasil – Valor FOB*
Importações*– Vestuário e acessórios- 2007 a 2020 -Brasil- Preços nominais e
constantes – Ano base: 2019 – US$ Milhões

2,91
2,70 2,67
2,50

2,12
2,02 2,40 1,95
2,10 2,30 1,79
1,92 1,71
1,44 1,70 1,89 1,82 1,71
1,27 1,58

0,90 1,42
0,86 1,14
0,59 0,83
0,70
0,58

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Importações - Brasil - Nominal - US$ Milhões - Valor FOB

Importações - Brasil - Preços Constantes, Ano Base 2020, Índices de Preços SECEX - US$ Milhões - Valor FOB -

Após analisar as exportações do Brasil no âmbito do setor de vestuário, parte-se para


a observação das informações sobre as importações. Tais informações são
importantes para o entendimento do mercado como um todo. O Brasil exporta
pouco frente a um cenário de concorrência internacional acirrada e que vem se
consolidando nos últimos anos.

Enquanto o gráfico das exportações brasileiras do setor era descendente, o mesmo


gráfico para as importações possui uma tendência de crescimento. Apesar dessa
tendência ter se deslocado para baixo entre 2015 e 2016, ela ainda foi crescente
até 2018 (começando a descender apenas em 2019).

O valor absoluto também é extremamente relevante: US$ 1,71 bilhão de


importações de vestuário em 2020, ou seja, o Brasil apresentou um saldo comercial
negativo naquele ano igual a US$ 1,6 bilhões. Verifica-se que o país não só exporta
pouco do que produz, como também não produz o suficiente para abastecer o seu
mercado interno.

*Capítulo (SH2): 61, 62 e 65 | Posição (SH4) : 4203 e 4304 | Subposição (SH6) 392620 e 430310
Fonte: Ministério da Economia – Comexstat

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PANORAMA SETORIAL Página 30
O MERCADO COMÉRCIO EXTERIOR

O saldo comercial negativo observado em 2020 segue uma tendência de aumento


desde 2007, tal como visto nos dois gráficos anteriores das exportações e das
importações (nos quais as curvas seguiam caminhos opostos). É possível verificar o
fenômeno no gráfico a seguir, em que se observa que o saldo comercial do setor de
vestuário sempre esteve abaixo de zero (desde quando a série começou),
entretanto com movimento de intensificação nos últimos anos. Em outras palavras, o
saldo se tornou cada vez mais negativo ao longo do tempo (até 2016).
Demonstrando mais uma vez a incapacidade do Brasil não só em abastecer o
mercado interno, mas também de competir com o mercado asiático, em especial,
com a China.

Saldo Comércio Exterior*– Vestuário e acessórios - 2007 a 2020 -Brasil- Preços


nominais e constantes – Ano base: 2019 – US$ Milhões

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

-0,27
-0,31 -0,48
-0,66
-0,61
-0,73
-0,98
-1,28
-1,09
-1,45 -1,56 -1,67
-1,31 -1,76 -1,59
-1,80 -1,59
-1,64
-1,99
-1,83 -1,80
-2,18
-1,97
-2,27
-2,33
-2,54 -2,54
-2,76

Saldo Comércio Exterior - Brasil - Nominal - US$ Bilhões - Valor FOB


Saldo Comércio Exterior - Brasil - Índice Preços - US$ Bilhões - Valor FOB

*Capítulo (SH2): 61, 62 e 65 | Posição (SH4) : 4203 e 4304 | Subposição (SH6) 392620 e 430310
Fonte: Ministério da Economia – Comexstat

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PANORAMA SETORIAL Página 31
O MERCADO COMÉRCIO EXTERIOR
Importações* – Vestuário e acessórios - % do Brasil
Por País (35 principais parceiros)- 2019

Fonte: Ministério da Economia – Comexstat


País 2019 - % 2020 - %
China 54,9% 62,5%
Bangladesh 8,3% 6,6%
Paraguai 6,1% 6,7%
Vietnã 3,9% 3,3%
Índia 3,6% 2,6%
Peru 2,8% 2,1%
Turquia 2,4% 1,6%
Paquistão 1,8% 1,7%
Camboja 1,7% 1,5%
Itália 1,5% 1,2%
Sri Lanka 1,5% 1,2%
Marrocos 1,4% 0,9%
Indonésia 1,1% 0,8%
Hong Kong 1,0% 0,6%
Tailândia 0,9% 0,7%
Estados Unidos 0,9% 0,7%
Portugal 0,7% 0,5%
Colômbia 0,6% 0,3%
Argentina 0,5% 0,5%
México 0,4% 0,7%
Espanha 0,3% 0,2%
Egito 0,3% 0,1%
França 0,2% 0,3%
Malásia 0,2% 0,2%
Romênia 0,2% 0,2%
Honduras 0,2% 0,1%
Mianmar 0,2% 0,2%
Tunísia 0,2% 0,2%
Filipinas 0,2% 0,1%
Ucrânia 0,2% 0,3%
Bulgária 0,2% 0,1%

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PANORAMA SETORIAL Página 32
O MERCADO COMÉRCIO EXTERIOR
COEFICIENTE DE PENETRAÇÃO DAS IMPORTAÇÕES – 2007 a 2019
Preços Constantes** e Correntes – Em % – Vestuário e Acessórios*

17,8%

14,3%
13,6%
13,3%
13,3%

11,6% 11,6% 12,8%


11,6% 10,6% 12,2%
10,5%

10,4%
9,8% 9,6%
9,8%
7,8% 9,1% 9,3%
8,3% 8,3%
6,5% 7,7%
5,8% 5,8% 6,8% 6,5%
4,7% 6,2%
5,7%
4,9%
4,6%
4,0% 4,0%
3,5%
3,0%
2,6%
2,2%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

CMP - Preços correntes CMP - Preços Constantes CMP - Preços Constantes - CNI

Apesar dos baixos níveis de exportação, altos níveis de importação e saldo


comercial negativo, a indústria de vestuário nacional, ao contrário do que o senso
comum tem apontado nos últimos anos, detém entre 85% e 90% do mercado interno
nacional, conforme apontado pelo coeficiente de penetração das importação
(CMP). O CMP aponta o nível de participação dos importados no consumo
aparente (produção interna subtraída das exportações mais as importações) de um
determinado setor. Os níveis apontados para o setor de vestuário brasileiro indicam
que, com alguns ajustes no nível de competitividade, é possível que a indústria do
vestuário nacional retome um processo de crescimento sustentável.

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PANORAMA SETORIAL Página 33
COMPOSIÇÃO DO SETOR GERAL
O próximo capítulo deste relatório diz respeito à composição setorial. Além disso, o
setor é divido nos subsetores (classes), para os quais são avaliados os seus
respectivos polos ao longo do território nacional. Os dados apresentados são
relativos tanto ao mercado formal de trabalho (empresas que possuem, pelo menos,
1 empregado), quanto aos Micro Empreendedores Individuais (MEI) que não
possuem nenhum empregado.

Verifica-se que, em 2020, o Brasil possuía 364.228 empresas (página 35) do setor de
vestuário, das quais aproximadamente apenas 11,5% (42.016 empresas)
empregavam pelo menos 1 indivíduo. Sendo assim, tais estabelecimentos geraram
477.239 empregos formais naquele ano e uma massa salarial mensal* equivalente a
R$ 741 milhões.

Pela estatística relativa à proporção de empresas que não empregavam nenhum


funcionário demonstrada anteriormente, pode-se deduzir que o volume de MEIs é
muito alto dentro do setor**. Mais especificamente, 72,1% dos CNPJs do vestuário
estão nessa categoria. Desagregando-se ainda por porte: 23,1% são microempresas;
3,2% são empresas de pequeno porte e apenas 1,5% possuem porte de médio para
cima.

Quanto à divisão por segmentos do vestuário (CNAES classe dentro da divisão 14),
verifica-se também uma grande concentração do setor, nesse caso nos
estabelecimentos de "confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas”
(87,5%). O resultado corrobora aquele encontrado anteriormente para a receita
líquida de vendas, no qual 78,9% da receita do setor era advinda dessa classe
produtiva. A “confecção de roupas íntimas” aparece imediatamente depois,
apoderando-se de 5,6% do total das empresas do setor. Situação idêntica é
percebida na distribuição dos empregos, onde a "confecção de peças do vestuário,
exceto roupas íntimas” e a “confecção de roupas íntimas” lideram os números totais,
74,6% e 13,7%, respectivamente. Em termos de evolução do número de empregos
do setor de vestuário ao longo dos últimos anos percebe-se um forte processo de
retração com sete anos consecutivos de redução do saldo total de empregos,
sobretudo em decorrência da redução do faturamento da indústria entre 2012 e
2016 e estagnação do crescimento a partir desse ponto.
*Soma de todos os salários de uma dada localidade (no caso relativos ao
setor formal de vestuário).
**Salienta-se que os MEIs podem ter até 1 funcionário contratado.

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PANORAMA SETORIAL Página 34
COMPOSIÇÃO DO SETOR GERAL

364.228Empresas (2020)*
42.016 Empresas que geraram pelo
menos 1 emprego em 2020** 477.239 Équeo total de empregos formais
elas geraram em 2020

88,5% 11,5%

Empresas sem empregados em 2020


Empresas que empregaram pelo menos 1 indivíduo em 2020

PORTE (FATURAMENTO)
MEI
Até R$ 81 mil 262.540 (72,08%)
Microempresa
Até R$ 360 mil 84.278(23,1%)
Pequeno Porte
R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões 11.745(3,2%)
Médio Porte e Grande Porte
Acima de R$ 4,8 milhões
5.593(1,5%)

EMPRESAS POR SEGMENTO


Confecção de peças do
vestuário, exc. roupas íntimas 87,5%

Confecção de roupas íntimas 5,6%


Confecção de roupas
profissionais
3%

Fabr. de artigos do vestuário, em


malharias e tricotagens, exc. meias 2,8%
Fabr. de acessórios do vestuário,
exc. para segurança e proteção 0,9%

Fabricação de Meias 0,1%


*Fonte: Receita Federal – Total de CNPJs ativos em Nov. 2020
**Fonte: RAIS 2020

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PANORAMA SETORIAL Página 35
COMPOSIÇÃO DO SETOR GERAL

EMPREGOS POR SEGMENTO


Confecção de peças do
vestuário, exc. roupas íntimas 74,6%

Confecção de roupas íntimas 13,7%


Confecção de roupas
profissionais
4,5%

Fabricação de Meias 2,6%

Fabr. de artigos do vestuário, em


malharias e tricotagens, exc. meias 2,4%
Fabr. de acessórios do vestuário,
exc. para segurança e proteção 2,2%

EMPREGOS (EM MIL) E TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL – 2007 a 2019


VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS
800,0 10,0%

706,1
704,0 695,2 696,1
683,8
637,2 652,5
700,0

8,2%
610,1 614,6 5,0%

600,0 579,3 568,9


4,4% 541,6 531,2

500,0
2,4% 477,2
0,0%

-0,3% 0,1%
400,0

-1,3%
-1,8% -1,8% -1,9%
-5,0%

-4,8%
300,0

-5,7%
200,0

-10,0%

100,0
-10,1% -10,2%

0,0 -15,0%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Empregos (Em mil) Tx. Crescimento anual

*Fonte: Receita Federal – Total de CNPJs ativos em Nov. 2020


**Fonte: RAIS 2020

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PANORAMA SETORIAL Página 36
COMPOSIÇÃO DO SETOR GERAL

PRODUTIVIDADE DO TRABALHO RELATIA – 2007 a 2019


VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS – POR UF
1,80

1,60

1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Rio de Janeiro Santa Catarina São Paulo Ceará Minas Gerais Paraná

O indicador “produtividade do trabalho relativa” (Ptr), mede a relação entre o Valor


da Transformação Industrial (VTI) e o número de empregos em uma determinada
atividade entre o estado selecionado e o Brasil. Em outras palavras, mede o número
de indivíduos necessários para gerar determinado valor, no caso o VTI. O indicador
deve ser analisado com parcimônia, visto que não há uma relação de causalidade
pré-definida que explique níveis mais altos ou mais baixos observados. Devido a
granularidade dos dados disponíveis, algumas hipóteses podem ser levantadas
como possíveis causas dos resultados. Por exemplo, o tipo e o valor agregado dos
produtos fabricados e a produtividade dos trabalhadores são indicadores que
influenciam diretamente o indicador medido, assim como a tecnologia, a
produtividade dos bens de capital empregados nos processos produtivos, e os
processos de gestão e operação. Portanto, níveis altos ou baixos para o indicador
podem ser explicados por vários fatores, individualmente ou em conjunto. Tais
observações não invalidam sua relevância para análise do desempenho do setor.

Fonte: IBGE | Pesquisa Industrial Anual – Empresa

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PANORAMA SETORIAL Página 37
COMPOSIÇÃO DO SETOR GERAL
Observa-se que entre os estados estudados, Minas Gerais é o que apresenta
segunda menor produtividade do trabalho relativa e historicamente encontra-se
abaixo dos principais concorrentes. Por mais que não seja possível determinar
precisamente as causas desse gap de produtividade, faz-se necessário lançar um
olhar atento aos processos de produção e gestão das empresas do setor em Minas
Gerais. Questões como nível de capacitação da mão de obra empregada,
remuneração, maquinário utilizado, processos (de produção e gestão) podem estar
no centro do problema. Fato é que ações que visem a melhora destas questões, se
bem sucedidas, impactarão positivamente no indicador. A próxima etapa do
trabalho, a pesquisa primária com empresas do polo de Muriaé e região, lançarão
luz sobre alguns desses aspectos e permitirá traçar caminhos para superação dos
problemas identificados.

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PANORAMA SETORIAL Página 38
COMPOSIÇÃO DO SETOR ESTRUTURA DE CUSTOS

ESTRUTURA DE CUSTOS (2019)

CUSTOS E DESPESAS – TOTAL R$ 38,15 Bi


100%

Compras de matérias-primas,
R$ 14,09 Bi
materiais auxiliares e componentes 36,9%

R$ 10,45 Bi
Gastos De Pessoal 27,4%
Outros custos e despesas R$ 8,78 Bi
23%
Despesas financeiras 17,3%
Despesas com vendas, inclusive comissões 15,5%
Demais custos e despesas operacionais 15,1%
Serviços prestados por terceiros 11,4%
Aluguéis e arrendamentos 7,7%
Fretes e carretos 7,3%
Depreciação, amortização e exaustão 6,5%
Despesas com propaganda 5,7%
Despesas não-operacionais 3,8%
Impostos e taxas 2,9%
Variações monetárias passivas 2,0%
Viagens e representações 1,7%
Royalties e assistência técnica - valor 0,9%
Resultados negativos de participações societárias 0,9%
Água e esgoto 0,6%
Prêmios de seguros 0,5%
Despesas com arrendamento mercantil 0,1%

Custos diretos da produção R$ 3,78 Bi


9,9%
Serviços industriais prestados por terceiros 78%
Compra de energia elétrica utilizada na produção 9%
Serviços de manutenção e reparação de máquinas e equipamentos 6%
Consumo de peças, acessórios e pequenas ferramentas 5%
Consumo de combustíveis usados para acionar maquinaria 2%

Custo das mercadorias


adquiridas para revenda R$ 1,52 Bi
4,0%
Diferença entre Estoque de matérias-
primas e mercadorias para revenda R$ -0,48 Bi
-1,3%
(Ano referência, ano anterior)

Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual – Produto


*Empresas industriais com 30 ou mais pessoas ocupadas

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PANORAMA SETORIAL Página 39
COMPOSIÇÃO DO SETOR ESTRUTURA DE CUSTOS
A seguir serão avaliados os principais componentes de custos e despesas das
indústrias do vestuário nacional. Em termos de estrutura de custos e despesas, na
média, aproximadamente 36,9% do total referem-se ao valor gasto com matérias-
primas e componentes. Em seguida aparecem os gastos com pessoal (27,4%),
seguido de outros custos e despesas (23%), com destaque para as despesas
financeiras, despesas com vendas e serviços prestados por terceiros. Fica claro que
as grandes ameaças e também oportunidades em termos de gestão dos custos e
despesas encontram-se nos valores dispendidos com as matérias-primas,
componentes e pessoal, sendo esses pontos sensíveis e determinantes no
processo de desenvolvimento do setor.

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PANORAMA SETORIAL Página 40
COMPOSIÇÃO DO SETOR POLOS
A partir da página 42, serão apresentados os polos dos subsetores do vestuário ao
longo do território brasileiro. Como parâmetro para chamar uma localidade de polo,
utilizou-se a média aritmética entre a participação (%) das empresas do segmento
do local, no total de empresas do segmento no Brasil, e a participação (%) dos
empregos no segmento do local, no total do Brasil. Ambas variáveis relativas ao
mercado formal de trabalho. Além disso, foram considerados apenas os municípios
cuja média tenha sido maior do que 1%.

Procedeu-se dessa forma porque é possível que um determinado território apresente


uma única empresa que gera muitos empregos, ou ao contrário, que a localidade
tenha um grande número de empresas de pequeno porte e que geram
proporcionalmente poucos empregos. Nesse caso, se o parâmetro fosse apenas
uma das duas variáveis (número de empresas OU de empregos), poderia haver um
viés em cada um dos casos. Sendo assim, a média pondera as duas variáveis com
um peso igual no indicador final, corrigindo as possíveis distorções que poderiam ser
geradas.

O primeiro subsetor a ser analisado é o de “roupas íntimas” (página 42), que possui
4.516 empresas e gera 65.554 empregos formais no país (em 2020). Observa-se que
não é um setor muito concentrado, pois possui polos em todas as macrorregiões,
com exceção para o Norte. O maior polo é o de Nova Friburgo (média de 11,49%),
seguido por Fortaleza (7,54%) e São Paulo (5,19%). O estado de Minas Gerais
apresenta três polos: Mar de Espanha (2,58%), Juruaia (2,25%) e Juiz de Fora (1,44%),
sendo que Juruaia possui um Arranjo Produtivo Local (APL) de Vestuário Lingeries
formalmente reconhecido.

O segundo subsetor estudado foi o de “confecção de peças do vestuário, exceto


roupas íntimas” (página 43). Como visto anteriormente, é o mais significativo do país,
com 32.624 empresas (com no mínimo 1 funcionário) e 355.969 empregos formais,
em 2020. O segmento é mais concentrado do que o anterior, principalmente em
São Paulo (12,85%) e nos municípios metropolitanos do país, tais como: Fortaleza,
Goiânia, Rio de Janeiro e Natal. Santa Catarina é um estado que se destaca no
setor, apresentando 4 municípios relevantes na cena brasileira: Blumenau, Jaraguá
do Sul, Brusque e Gaspar.

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PANORAMA SETORIAL Página 41
COMPOSIÇÃO DO SETOR POLOS

Minas Gerais não apresenta nenhum polo a nível nacional*, apesar de possuir
localidades de extrema importância regional para a indústria da moda.

O subsetor de “confecção de roupas profissionais” (página 44) está também


concentrado nas metrópoles brasileiras, tendo em vista que a demanda por esse
tipo de vestimenta está diretamente ligada à atividade econômica local. Por outro
lado, o segmento é mais bem distribuído territorialmente do que o anterior: há polos
em todos as cinco macrorregiões do país. São 2.519 empresas que geram 21.435
empregos formais. Os principais polos são os de São Paulo (6,90%), Rio de Janeiro
(3,11%) e Belo Horizonte (2,42%). O estado de Minas ainda possui os polos de
Contagem e Ipatinga, municípios com forte presença da indústria, mais uma vez
corroborando a hipótese de que haja uma correlação positiva entre a atividade
econômica local e a indústria de confecção de roupas profissionais.

A próxima classe CNAE avaliada foi a de “fabricação de acessórios” (página 45),


cujos montantes em 2020 foram: 935 empresas (com pelo menos 1 funcionário) e
10.277 empregos formais. Observa-se uma distribuição menos concentrada nas
metrópoles e com menor participação em todo o território. O maior polo ocorre em
Apucarana (PR), cuja média é de 18,68%. O município é seguido por São Paulo,
Caico e Serra Negra do Norte.

Os dois próximos subsetores são muito mais concentrados do que os anteriores, tanto
no que tange à distribuição territorial, quanto ao tamanho dos polos encontrados. O
segmento de “meias” (página 46) se concentra praticamente em sua totalidade no
estado de São Paulo, ao passo que o segmento de “malharias e tricotagens”
(página 47) tem grande relevância no sul de Minas Gerais. Inclusive, o polo de
Jacutinga/Monte Sião já é formalmente reconhecido como um APL pelo governo
do estado de Minas Gerais.

*Vale ressaltar que Minas Gerais possui outros 6 APLs de vestuário que, apesar de possuírem relevância
regional, não foram apontados no presente relatório como polos nacionais: APL de vestuário da RMBH;
de Divinópolis; de Espinosa; de Muriaé; de Paraguaçu e de São João Nepomuceno.

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PANORAMA SETORIAL Página 42
COMPOSIÇÃO DO SETOR CONFECÇÃO DE ROUPAS ÍNTIMAS

4.516Empresas** 65.554 Empregos


formais
R$ 95.390.923,22 MASSA SALARIAL MENSAL GERADA PELO SETOR (2020)

Polos de Confecção de Roupas Íntimas* no Brasil - Média entre a


participação % no total de empresas** do Brasil e a participação % no total
de empregos formais do Brasil (médias maiores do que 1%)

Participação % Participação %
Município do total de do total de Média
empregados empresas
NOVA FRIBURGO 9.73% 13.24% 11.49%
FORTALEZA 9.00% 6.07% 7.54%
SAO PAULO 6.16% 4.23% 5.19%
RIO DE JANEIRO 8.31% 0.97% 4.64%
MAR DE ESPANHA 2.40% 2.77% 2.58%
SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE 1.97% 2.64% 2.30%
JURUAIA 1.72% 2.77% 2.25%
FRECHEIRINHA 3.20% 0.69% 1.94%
MARACANAU 3.21% 0.38% 1.79%
GOIANIA 1.01% 2.26% 1.63%
GUAPORE 1.39% 1.73% 1.56%
JUIZ DE FORA 1.90% 0.97% 1.44%
MARANGUAPE 1.76% 0.51% 1.13%
ILHOTA 0.73% 1.40% 1.06%
Fonte: RAIS 2020
*CNAE classe 14.11-8: Confecção de roupas íntimas
**Empresas que geraram pelo menos 1 emprego formal em 2020

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PANORAMA SETORIAL Página 43
COMPOSIÇÃO DO SETOR CONFECÇÃO DE PEÇAS DO VESTUÁRIO

32.624 Empresas** 355.969 Empregos


formais

R$ 555.345.320,33 MASSA SALARIAL MENSAL GERADA PELO SETOR (2020)

Polos de Confecção de Peças do Vestuário* no Brasil - Média entre a participação %


no total de empresas** do Brasil e a participação % no total de empregos formais do
Brasil (médias maiores do que 1%)

Participação % Participação %
Município do total de do total de Média
empregados empresas
SAO PAULO 11.17% 14.53% 12.85%
FORTALEZA 4.26% 3.79% 4.03%
GOIANIA 1.50% 3.49% 2.49%
BLUMENAU 2.19% 1.70% 1.95%
RIO DE JANEIRO 2.05% 1.71% 1.88%
JARAGUA DO SUL 2.22% 0.67% 1.44%
BRUSQUE 1.31% 1.48% 1.39%
GASPAR 1.38% 1.31% 1.35%
CARUARU 1.16% 1.52% 1.34%
NATAL 2.23% 0.29% 1.26%

Fonte: RAIS 2020


*CNAE classe 14.12-6: Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas
**Empresas que geraram pelo menos 1 emprego formal em 2020

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PANORAMA SETORIAL Página 44
COMPOSIÇÃO DO SETOR CONFECÇÃO DE ROUPAS PROFISSIONAIS

2.519Empresas** 21.435 Empregos


formais
R$ 29.942.059,27 MASSA SALARIAL GERADA PELO SETOR (2020)

Polos de Confecção de Roupas Profissionais* no Brasil - Média entre a participação


% no total de empresas** do Brasil e a participação % no total de empregos formais
do Brasil (médias maiores do que 1%)

Participação % Participação %
Município do total de do total de Média
empregados empresas
SAO PAULO 5.78% 8.02% 6.90%
RIO DE JANEIRO 2.84% 3.37% 3.11%
BELO HORIZONTE 2.69% 2.14% 2.42%
CURITIBA 1.44% 2.18% 1.81%
SALVADOR 1.50% 1.67% 1.58%
BRASILIA 0.91% 2.06% 1.48%
IPATINGA 2.31% 0.64% 1.47%
FORTALEZA 1.43% 1.51% 1.47%
MANAUS 2.20% 0.71% 1.46%
GOIANIA 0.96% 1.95% 1.45%
CONTAGEM 1.75% 0.95% 1.35%

Fonte: RAIS 2020


*CNAE classe 14.13-4: Confecção de roupas profissionais
**Empresas que geraram pelo menos 1 emprego formal em 2020

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PANORAMA SETORIAL Página 45
COMPOSIÇÃO DO SETOR FABRICAÇÃO DE ACESSÓRIOS

935 Empresas** 10.277 Empregos


formais
R$ 16.250.334,30 MASSA SALARIAL GERADA PELO SETOR (2020)

Polos de Fabricação de Acessórios* no Brasil - Média entre a participação % no total


de empresas** do Brasil e a participação % no total de empregos formais do Brasil
(médias maiores do que 1%)

Participação % Participação %
Município do total de do total de Média
empregados empresas
APUCARANA 20.56% 16.79% 18.68%
SAO PAULO 6.06% 5.88% 5.97%
CAICO 4.85% 4.28% 4.56%
SERRA NEGRA DO NORTE 3.42% 2.57% 2.99%
BLUMENAU 4.60% 0.96% 2.78%
FORTALEZA 1.45% 3.32% 2.38%
GOIANIA 1.42% 3.32% 2.37%
RIO DE JANEIRO 1.93% 1.39% 1.66%
BAURU 2.70% 0.43% 1.56%
NOVA FRIBURGO 1.32% 1.60% 1.46%
Fonte: RAIS 2020
*CNAE classe 14.14-2: Fabricação de acessórios do vestuário, exceto para
segurança e proteção
**Empresas que geraram pelo menos 1 emprego formal em 2020

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PANORAMA SETORIAL Página 46
COMPOSIÇÃO DO SETOR FABRICAÇÃO DE MEIAS

134 Empresas** 12.419 Empregos


formais
R$ 23.494.363,70 MASSA SALARIAL GERADA PELO SETOR (2020)

Polos de Fabricação de Meias* no Brasil - Média entre a participação % no total de


empresas** do Brasil e a participação % no total de empregos formais do Brasil
(médias maiores do que 1%)

Participação % Participação %
Município do total de do total de Média
empregados empresas
ARARAQUARA 42.69% 2.99% 22.84%
JUIZ DE FORA 3.70% 31.34% 17.52%
SAO PAULO 4.22% 17.16% 10.69%
CERQUILHO 13.52% 2.99% 8.25%
ITABUNA 14.82% 0.75% 7.78%
BLUMENAU 5.64% 4.48% 5.06%
COTIA 3.08% 2.24% 2.66%
BIRIGUI 2.65% 2.24% 2.44%
BRUSQUE 0.56% 3.73% 2.15%
ITAJUIPE 3.22% 0.75% 1.98%

Fonte: RAIS 2020


*CNAE classe 14.21-5: Fabricação de meias
**Empresas que geraram pelo menos 1 emprego formal em 2020

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PANORAMA SETORIAL Página 47
COMPOSIÇÃO DO SETOR FABRICAÇÃO DE MALHARIA E TRICOTAGEM

1.288 Empresas**11.585 Empregos


formais
R$ 20.571.539,91 MASSA SALARIAL GERADA PELO SETOR (2020)

Polos de Fabricação de Malharias e Tricotagem* no Brasil - Média entre a


participação % no total de empresas** do Brasil e a participação % no total de
empregos formais do Brasil (médias maiores do que 1%)

Participação % Participação %
Município do total de do total de Média
empregados empresas
MONTE SIAO 12.09% 29.50% 20.80%
JACUTINGA 11.70% 13.82% 12.76%
FARROUPILHA 8.00% 4.11% 6.06%
BLUMENAU 8.93% 0.47% 4.70%
SAO LUIS DE MONTES BELOS 4.09% 0.08% 2.08%
NOVA PETROPOLIS 1.26% 2.87% 2.07%
ANAPOLIS 3.78% 0.16% 1.97%
GOIANESIA 3.69% 0.08% 1.88%
CAXIAS DO SUL 1.42% 1.71% 1.57%
SOCORRO 2.47% 0.62% 1.54%
AGUAS DE LINDOIA 0.85% 1.55% 1.20%
OURO FINO 0.97% 1.40% 1.18%
APARECIDA DE GOIANIA 1.74% 0.31% 1.03%
Fonte: RAIS 2020 INCONFIDENTES 0.88% 1.16% 1.02%
*CNAE classe 14.22-3: Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em
malharias e tricotagens, exceto meias.
**Empresas que geraram pelo menos 1 emprego formal em 2020

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PANORAMA SETORIAL Página 48
MURIAÉ, EUGENÓPOLIS E REGIÃO O POLO
Observa-se que, em 2020, o polo de vestuário de Muriaé e região possuía 2386
empresas, das quais 15,09% (360 empresas) empregavam pelo menos 1 indivíduo.
Sendo assim, tais estabelecimentos geraram 3.891 empregos formais naquele ano e
uma massa salaria mensal equivalente a R$ 4,19 milhões. Boa parte das empresas
são MEIs e Microempresas (95,4%), 63,5% e 31,9%, respectivamente. Pequenas
empresas são 3,6% do total, enquanto médias e grandes representam 1,1%.

A divisão por segmentos do vestuário segue distribuição semelhante daquela


encontrada para o país, já que o principal subsetor presente no polo é o de
“confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas” (84,9%), seguido pelos
segmentos de “confecção de roupa íntima” (13,9%), “fabricação de malharias e
tricotarem” (0,9%), “confecção de roupas profissionais” (0,9%) e “acessórios” (0,3%).
Em termos da distribuição entre os municípios que compõe o polo, destaque para
Muriaé, que detém cerca de 48% do total das empresas do polo, com
representatividade semelhante quando observado apenas as empresas
empregadoras. Além de Muriaé, Ubá, Eugenópolis e Cataguases se destacam tanto
no número de empresas total quanto no volume de empresas empregadoras.

Em relação ao número de empregos, os 3.891 postos de trabalho são também


concentrados no segmento de “confecção de peças do vestuário, exceto roupas
íntimas”, que responde por 78,6% do total. Além desse, destaque para o segmento
de roupas íntimas, com 17,9%. Assim como na distribuição das empresas, Muriaé
lidera o total de empregos gerados pelo polo, com aproximadamente 47%.
Eugenópolis, Ervália, Leopoldina, Ubá, Cataguases, Laranjal e Rosário da Limeira
destacam-se ao gerarem, cada uma, mais de 100 empregos.

A evolução temporal do número de empregos e empresas empregadoras do polo


aponta para trajetória semelhante à observada nacionalmente, em que, desde
2012 há reduções consecutivas no saldo total de empregos. O polo já contou, no
maior valor da série histórica (2010), com mais de 8400 empregos, valor esse reduzido
ao final de 2020 para 3891, apenas 46% do registrado no inicio da década anterior. É
importante ressaltar que 2020 foi um ano atípico, por conta dos impactos da crise
sanitária do Covid-19, porém, mesmo na comparação com o ano de 2019 percebe-
se que o saldo é equivalente à apenas 55% do volume máximo de empregos
registrados na série histórica avaliada.

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PANORAMA SETORIAL Página 49
MURIAÉ, EUGENÓPOLIS E REGIÃO O POLO

2.386 Empresas (2020)*


360 Empresas que geraram pelo
menos 1 emprego em 2020** 3.891 Éformais
o total de empregos
em 2020

15,09% 84,91%

Empresas que empregaram pelo menos 1 indivíduo em 2020


Empresas sem empregados em 2020

PORTE (FATURAMENTO)*
MEI
Até R$ 81 mil 1.515 (63,5%)
Microempresa
Até R$ 360 mil 760(31,9%)
Pequeno Porte
R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões 85(3,6%)
Médio Porte e Grande Porte 26(1,1%) = 150
Acima de R$ 4,8 milhões

Empresas que empregaram pelo menos 1 indivíduo em 2020


EMPRESAS POR SEGMENTO* Empresas sem empregados em 2020

Confecção de peças do 84,9%


vestuário, exc. roupas íntimas 266 1759

Confecção de roupas íntimas


13%
82 229

Fabr. de artigos do vestuário, em 0,9%


malharias e tricotagens, exc. meias 0 22

Confecção de roupas profissionais


0,9%
7 14

Fabr. de acessórios do vestuário, 0,3%


exc. para segurança e proteção 5 2

*Fonte: Receita Federal – Total de CNPJs ativos em Nov. 2020


**Fonte: RAIS 2020

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PANORAMA SETORIAL Página 50
MURIAÉ, EUGENÓPOLIS E REGIÃO O POLO

Número total de empresas e empresas empregadoras (2020) e taxa de crescimento


composta de empresas empregadoras (07 a 20) – Polo de vestuário de Muriaé e
Região – Por município

Tx. cresc. composta de


Empresas Empresas % empresas
Município empresas empregadoras*
Total* empregadoras** empregadoras
(07 a 20)

Total 2386 360 15% -3,3%

Muriaé 1144 172 15% -3,3%

Ubá 272 47 17% -7,5%

Eugenópolis 173 37 21% -1,0%

Cataguases 204 21 10% 0,4%

Ervália 55 21 38% 5,1%

Dona Euzébia 70 13 19% 2,9%

Leopoldina 146 11 8% -7,7%

Laranjal 47 7 15% -1,9%

Patrocínio do Muriaé 76 7 9% -6,6%

Rosário da Limeira 29 6 21% N/D

Recreio 22 4 18% -3,1%

Palma 11 3 27% N/D

Barão do Monte Alto 14 2 14% -3,1%

Carangola 48 2 4% -11,6%

Miraí 29 2 7% -5,2%

Pedra Dourada 15 2 13% N/D

São Francisco do Glória 10 2 20% 5,5%

Miradouro 5 1 20% N/D

Antônio Prado de Minas 1 0 0% N/D

Capetinga 3 0 0% -100,0%

Fervedouro 2 0 0% N/D

São Sebastião da Vargem 7 0 0% -100,0%


Alegre
Vieiras 3 0 0% N/D

*Fonte: Receita Federal – Total de CNPJs ativos em Nov. 2020


**Fonte: RAIS 2020

CNAE 14: Confecção de artigos do vestuário e acessórios.


Antônio Prado de Minas, Barão de Monte Alto, Capetinga, Carangola, Cataguases, Dona Euzébia, Ervália,
Eugenópolis, Fervedouro, Laranjal, Leopoldina, Miradouro, Miraí, Muriaé, Palma, Patrocínio do Muriaé, Pedra Dourada,
Recreio, Rosário da Limeira, São Francisco do Glória, São Sebastião da Vargem Alegre, Ubá e Vieiras.

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PANORAMA SETORIAL Página 51
MURIAÉ, EUGENÓPOLIS E REGIÃO O POLO

3.891Empregos(2020) R$ 4,19 MI Massa salarial mensal (Dez.2020)

EMPREGOS POR SEGMENTO*


Confecção de peças do
vestuário, exc. roupas íntimas 78,6%

Confecção de roupas íntimas 17,9%

Confecção de roupas profissionais 2,3%


Fabr. de acessórios do vestuário,
exc. para segurança e proteção
1,3%

Fabr. de artigos do vestuário, em


malharias e tricotagens, exc. meias 0%
Número total de empregos (2020) e taxa de crescimento composta de empregos
(07 a 20) – Polo de vestuário de Muriaé e Região – Por município
Tx. Cresc. Composta de
Município Empregos 2020
empregos (07 a 20)
Total 3891 -4,7%
Muriaé 1833 -4,7%
Eugenópolis 409 -0,2%
Ervália 377 8,0%
Leopoldina 375 -7,1%
Ubá 209 -12,2%
Cataguases 200 -5,2%
Laranjal 142 5,6%
Rosário da Limeira 108 N/D
Dona Euzébia 99 -2,6%
Patrocínio do Muriaé 53 -11,3%
Recreio 49 -6,7%
Palma 10 N/D
Miraí 9 -8,6%
Barão do Monte Alto 7 -9,3%
Pedra Dourada 6 N/D
Carangola 2 -23,1%
São Francisco do Glória 2 -3,1%
Miradouro 1 N/D
Antônio Prado de Minas 0 N/D
Capetinga 0 -100,0%
Fervedouro 0 N/D
São Sebastião da Vargem Alegre 0 -100,0%
Vieiras 0 N/D
Fonte: RAIS 2020

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PANORAMA SETORIAL Página 52
MURIAÉ, EUGENÓPOLIS E REGIÃO O POLO

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPREGOS E EMPRESAS EMPREGADORAS


– 2007 A 2020 – POLO DE VESTUÁRIO DE MURIAÉ E REGIÃO

700 9000

8430
8271
8000

7787
7606
600

7415
7228 7231 7131 7000

500

6166 6000

5672 5609
400

4976 5000

4703

621 602 3891


4000
300
597 593 588 596 595
560 552
499
453
3000

415
390
200

360
2000

100

1000

0 0

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Empresas empregadoras Empregos

Fonte: RAIS 2020


CNAE 14: Confecção de artigos do vestuário e acessórios.
Antônio Prado de Minas, Barão de Monte Alto, Capetinga, Carangola, Cataguases, Dona Euzébia, Ervália,
Eugenópolis, Fervedouro, Laranjal, Leopoldina, Miradouro, Miraí, Muriaé, Palma, Patrocínio do Muriaé, Pedra Dourada,
Recreio, Rosário da Limeira, São Francisco do Glória, São Sebastião da Vargem Alegre, Ubá e Vieiras.

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PANORAMA SETORIAL Página 53
MURIAÉ, EUGENÓPOLIS E REGIÃO O POLO
REPRESENTATIVIDADE DO POLO
REPRESENTATIVIDADE DO POLO DE VESTUÁRIO DE MURIAÉ E REGIÃO NO TOTAL DE
EMPRESAS E EMPREGOS DOS MUNICÍPIOS QUE O COMPÕE – EM % - 2020

TOTAL DE EMPRESAS EMPREGADORAS **

2,7%
TOTAL DE EMPREGOS**

4,1%
TOTAL DE EMPRESAS EMPREGADORAS – INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO**

24,1%
TOTAL DE EMPREGOS – INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO**

16%
REPRESENTATIVIDADE DO POLO DE VESTUÁRIO DE MURIAÉ E REGIÃO NO TOTAL DE
EMPRESAS E EMPREGOS DA INDÚSTRIA DE VESTUÁRIO DO BRASIL E MG – EM % - 2020
7,49%
6,68%

5,40%

3,71%
3,30%
2,72%
2,00%

0,66% 0,86% 0,82%


0,47% 0,35%
0,35% 0,20%
Empresas Total - Vestuário Empresas empregadoras - Empregos - Vestuário
Vestuário
Minas Gerais
MG BR Brasil
Representatividade no número total de empresas
Representatividade no número total de empresas da indústria da transformação
Representatividade no número total de empregos
Representatividade no número total de empregos da indústria da transformação

*Fonte: Receita Federal – Total de CNPJs ativos em Nov. 2020 | **Fonte: RAIS 2020
CNAE 14: Confecção de artigos do vestuário e acessórios.
Antônio Prado de Minas, Barão de Monte Alto, Capetinga, Carangola, Cataguases, Dona Euzébia, Ervália, Eugenópolis, Fervedouro,
Laranjal, Leopoldina, Miradouro, Miraí, Muriaé, Palma, Patrocínio do Muriaé, Pedra Dourada, Recreio, Rosário da Limeira, São Francisco
do Glória, São Sebastião da Vargem Alegre, Ubá e Vieiras.

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PANORAMA SETORIAL Página 54
MURIAÉ, EUGENÓPOLIS E REGIÃO O POLO
Mesmo com a forte retração sofrida pelo setor de vestuário na região ao longo da
última década, que é importante ressaltar que seguiu a trajetória da maior parte do
setor no Brasil, esse ainda continua sendo muito representativo e importante para a
estrutura produtiva dos municípios que compõe o polo. É responsável por 2,7% e 4,1%
de todas empresas empregadoras e empregos, respectivamente, existentes na
região e se observado apenas a indústria da transformação a relevância é de 24,1%
do total de empresas empregadoras e 16% dos empregos.

Além disso, é possível medir a representatividade do polo de vestuário de Muriaé e


região no cenário nacional e estadual do setor. O polo responde por 5,40% do total
de empresas em Minas Gerais e 0,66% do Brasil.

Observa-se também que o polo é responsável por 6,68% e 0,86% do total de


empresas empregadoras do vestuário de Minas Gerais e Brasil, respectivamente. É
possível perceber que esses níveis de representatividade estão acima do registrados
para o número total de empresas de quaisquer setores e das empresas da indústria
de transformação no Brasil e Minas Gerais, corroborando para a importância do
polo para a estrutura produtiva da região. A mesma lógica pode ser observada nas
estatísticas de empregos, em que o polo é responsável por 7,49% do empregos na
indústria de vestuário mineira e 0,82% em âmbito nacional.

Por fim, os dados apresentados apontam não somente para a importância do polo
de vestuário de Muriaé para o contexto produtivo da região e do setor em Minas
Gerais, mas também para a existência de um nível de especialização produtiva no
setor a ser desenvolvido no território.

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