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Conselho Autárquico da

Cidade de Nampula

PLANO DE ESTRUTURA URBANA DA


CIDADE DE NAMPULA

VOLUME II
RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO
DAS OPÇÕES TOMADAS PARA O
PLANO
ENDEREÇO COWI Moçambique, Lda.
Av.Zedequias Manganhela, 95
1º andar (Prédio 33 andares)
C.P. 2242
Maputo
Moçambique

TEL. +258 21 358 300


FAX +258 21 307 369
WWW cowi.co.mz

DEZEMBRO, 2021
MINISTÉRIO DA TERRA E AMBIENTE

VOLUME II
RELATÓRIO DE
FUNDAMENTAÇÃO DAS
OPÇÕES TOMADAS PARA O
PLANO

SERVIÇOS DE CONSULTORIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE ESTRUTURA URBANA


DA CIDADE DE NAMPULA

PROJECTO Nº DOCUMENTO Nº

4.C

VERSÃO Nº DATA DE EMISSÃO DESCRIÇÃO PREPARADO VERIFICADO APROVADO

01 30/12/2021 Relatório de Fundamentação JFA_ Tamara Bhatt -Vítor Tomás Cloé Ribas
das Opções tomadas para o -Erasmo
PEUCN Nhachungue
-Albino Mazembe
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 5

FICHA TÉCNICA
Este trabalho foi elaborado pelo Conselho Municipal da Cidade de Nampula com o
patrocínio e Coordenação do Ministério da Terra e Ambiente (MTA) e colaboração técnica
da COWI, José Forjaz Arquitectos e Vedor.

SUPERVISÃO

Inácio Novela MTA

Neivaldo Nhatugueja MTA

Edgar Silva Conselho Municipal da


Vereador de Construção e Urbanização Cidade de Nampula

Joaquim Langa
DNTDT
Director da Direcção Nacional de Terra e
Desenvolvimento Territorial

COORDENAÇÃO GERAL

José Forjaz
José Forjaz Arquitectos
Coordenador Geral

Carmeliza Rosário
Gestora do Projecto COWI
Gestora de Qualidade

Arsénia Paulo
COWI
Gestora do Projecto
6 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Cloé Ribas
COWI
Gestora de Qualidade

Binit Varajidás COWI


Gestor de Qualidade

COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO

Vitor Tomás
José Forjaz Arquitectos
Coordenador de Produção

Erasmo Nhachungue
Coordenador de Produção COWI
Coordenador de Especialidades

EQUIPA TÉCNICA DE ELABORAÇÃO

Tamara Bhatt
José Forjaz Arquitectos
Coordenadora de Elaboração do Plano

Pedro Tomás
José Forjaz Arquitectos
Coordenador de Elaboração do Plano

Arsénia Paulo
Especialista de Demografia e Equipamentos Sociais e
Serviços COWI

Coordenadora da Equipa de Campo

Manuel Santos
Especialista de Assuntos Económicos e Financeiros,
COWI
Capacidade Institucional, Agronomia, Florestas e
Agricultura Urbana

Ivone Uchoane
Especialista de Assuntos Económicos e Financeiros e COWI
Capacidade Institucional

Yara Barreto
COWI
Especialista de Geografia e Ambiente
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 7

Célia Macamo
COWI
Especialista de Geografia e Ambiente

Lucinda Cruz
COWI
Especialista de Ciências Jurídicas

Manuel Teles
Especialista de Infraestruturas Eléctricas e COWI
Telecomunicações

Classio Mendiate
COWI
Especialista em Mobilidade

Isa Teles
Especialista de Infraestruturas de Água, Saneamento COWI
e Drenagem

Manuel Retagi
COWI
Especialista de Mobilidade Urbana

EQUIPA DE MAPEAMENTO

Bruno Vedor
Vedor
Coordenador de Mapeamento

Osvaldo Luis
Vedor
Mapeador

Anisha Abdul
Vedor
Mapeadora

COLABORADORES

Custódio Conceição
José Forjaz Arquitectos
Arquitecto e Planeador Físico
Suporte Local
Hagira Machado COWI
Secretariado
8 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

LISTA DE ABREVIATURAS E
ACRÓNIMOS
AIAS Administração das Infraestruturas de Água e Saneamento
ANE Administração Nacional de Estradas
CD Centro Distribuidor
CDN Corredor de Desenvolvimento do Norte
CEAR Caminhos-de-ferro da África Central e Oriental
CMCN Conselho Municipal da Cidade de Nampula
CTEP Comissão Técnica de Elaboração do Plano
DINAGECA Direcção Nacional de Geografia e Cadastro
DNH Direcção Nacional de Habitação
DPTADER Direcção Provincial da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural
EB Estação de Bombagem
EDM Electricidade de Moçambique
ETA Estação de Tratamento de Água
ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais
FIPAG Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água
FUNAE Fundo de Energia
GUHARLM Gabinete de Habitação e Urbanização da Região de Lourenço Marques
IFRDP Projecto de Desenvolvimento Integrado de Estradas Rurais
IDA Agência Internacional de Desenvolvimento (International
Development Agency)
INPF Instituto Nacional do Planeamento Físico
LAM Linhas Aéreas de Moçambique
MCA Millenium Challange Account
MCC Millenium Chanllange Cooperation
MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
MTA Ministério da Terra e Ambiente
MOPHRH Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos
OBA Output Based Aid
ONG Organização Não Governamental
PA Posto Administrativo
PEDEC Projecto das Estratégias de Desenvolvimento do Corredor de Nacala
PEU Plano de Estrutura Urbana
PEUCN Plano de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula
PNDUL Programa Nacional de Desenvolvimento Urbano e Local
PNDT Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 9

PRODEM Programa de Desenvolvimento Municipal


PROL Programa de Reforma dos Órgãos Locais
SAS Serviços Autónomos de Saneamento
SEPF Secretaria de Estado do Planeamento Físico
SIG Sistema de Informação Geográfica
SSHWS Escala de Furacões de Saffir-Simpson
SDCN Sociedade de Desenvolvimento do Corredor de Nacala
TMDA Tráfego Médio Diário Anual
UNHABITAT Programa de Assentamentos Humanos das Nações Unidas (United
Nations Human Settlement Programme)
UCS Unidades Comunais
USD Dólares dos Estados Unidos da América
WASIS II Water Services and Institutional Support Project
RJIOT Regime Jurídico dos Instrumentos de Ordenamento do Território
10 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

CONTEÚDO
1 Introdução 24
1.1 Enquadramento Legal do Plano 25
1.2 Breve Referência ao Processo de Elaboração do Plano 26
1.3 Principais Fontes de Informação Utilizadas 30
1.4 Os objectivos do Plano 30
1.5 Os princípios de Planeamento em Vigor 33

2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO


PLANO 35
2.1 População 36
2.2 A habitação 37
2.3 Infraestruturas e equipamentos sociais 38
2.4 Principais características e problemas da actual
estrutura urbana 45

3 OS CENÁRIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA


CIDADE 63
3.1 Considerações Preliminares 63
3.2 A Visão a Nível Central 63
3.3 A Visão de Desenvolvimento a Nível Provincial 65
3.4 A Visão de Desenvolvimento a Nível Local (Municipal) 66
3.5 Principais Vectores de Desenvolvimento Territorial 68
3.6 A Visão do Desenvolvimento Territorial do Plano 69
3.7 Perspectivas de Desenvolvimento da Cidade de
Nampula 70
3.8 Sobre a Viabilidade dos Cenários 72
3.9 Cenários para o Desenvolvimento Urbano 74
3.10 A Avaliação Das Opções 85
3.11 A Síntese Do Cenário Preferencial 89

4 OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO PLANO DE


ESTRUTURA URBANA DA CIDADE DE NAMPULA 90
4.1 O Ordenamento Do Território – A Ideia Geral 90
4.2 O Ordenamento do Território do Município 93

5 AS GRANDES OPERAÇÕES URBANÍSTICAS DO PLANO 99


5.1 Operações Urbanísticas para as áreas Urbanizadas e
Centralidades Urbanas 99
5.3 Planos de Urbanização e de Pormenor para as Áreas
Urbanizadas e Urbanizáveis 102
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 11

5.4 Operações Urbanísticas sobre Mobilidade e


Acessibilidade 105

6 AS GRANDES DEFINIÇÕES DE ZONEAMENTO – Uso do


Solo 112
6.1 Categorias do Uso do Solo 112
6.2 Balanço de Áreas – uso do solo 115
6.3 Áreas Urbanizadas 116
6.4 Áreas Urbanizáveis 126
6.5 Áreas de Actividades Económicas 140
6.6 Áreas afectas à Estrutura Verde e Ecológica 146
6.7 Matriz síntese do Uso do Solo 149
6.8 Matriz síntese de índices do Uso do Solo 153

7 AS GRANDES DEFINIÇÕES DE ZONEAMENTO –


Condicionantes ao Uso do Solo 157
7.1 Áreas de protecção Parcial de Conservação da
Natureza 158
7.2 Zonas de protecção da Natureza 158
7.3 Áreas afectas à protecção da Natureza 159
7.4 Zonas de Protecção da Natureza 160
7.5 Zonas de servidões administrativas e restrições de
utilidade pública 161
7.6 Balanço de áreas– condicionantes do uso do solo 162
7.7 Matriz síntese de condicionantes ao uso do solo 163

8 Mapas do Plano 165


8.1 Planta de Ordenamento 165
8.2 A Planta de Mobilidade e Acessibilidade 169
8.3 A Planta de Condicionantes 173

9 REFERÊNCIAS 177
O Processo de Elaboração do Plano de Estrutura Urbana 186
9.1 ANEXO IV - Lista assinada dos Participantes na
Reunião 218
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 13

GLOSSÁRIO
CATEGORIAS DO USO DO USO

ÁREAS URBANIZADAS
AUb Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas
e/ou consolidadas, sem uso dominante evidente, com habitação,
comércio, serviços, pequenas fábricas, etc., geralmente com
regularização fundiária e uma ocupação ordenada por algum
instrumento de ordenamento do território.

Área Urbanizada Multifuncional


AUbMf Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas
sem uso dominante evidente, com habitação, comércio, serviços,
pequenas fábricas, etc., geralmente com uma alta taxa de
regularização fundiária e uma ocupação ordenada por algum
instrumento de ordenamento do território.

Área Urbanizada de Alta Densidade


AUbA Área com edificação consolidada, delimitada por vias
pavimentadas, em espaços com infraestruturas completas, onde
predomina o uso residencial uni e plurifamiliar, com uma densidade
de mais de 60 habitações por hectare; nela podem ser
encontradas funções não-residenciais tais como comércio e
serviços, geralmente com uma alta taxa de regularização fundiária,
e uma ocupação ordenada por algum instrumento de ordenamento
do território.

Área Urbanizada de Média Densidade


AUbM Área com edificação consolidada, delimitada por vias
pavimentadas, em espaços com infraestruturas completas, onde
predomina o uso residencial unifamiliar e plurifamiliar, com uma
densidade entre 20 e 60 habitações por hectare; nela podem
ser encontradas funções não-residenciais tais como comércio e
serviços, geralmente com uma alta taxa de regularização fundiária
e uma ocupação ordenada por algum instrumento de ordenamento
do território.

Área Urbanizada de Baixa Densidade


AUbB Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas
ou consolidadas, em espaços com infraestruturas completas, onde
predomina o uso residencial unifamiliar em edifícios, com uma
densidade com menos de 20 habitações por hectare; nela
podem ser encontradas funções não-residenciais tais como
comércio e serviços, geralmente com uma alta taxa de
14 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

regularização fundiária e uma ocupação ordenada por algum


instrumento de ordenamento do território.

ÁREA URBANIZÁVEL
AUz Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas
e/ou consolidadas, sem uso dominante evidente, com habitação,
comércio, serviços, pequenas fábricas, etc., geralmente com baixas
taxas de regularização fundiária e uma ocupação espontânea sem
obedecer a instrumentos de ordenamento do território.

Área Urbanizável Multifuncional


AUzMf Área com edificação consolidada em zonas com infraestruturas por
completar, delimitada por vias em terra batida sem uso dominante
evidente, com habitação, comércio, serviços, pequenas fábricas,
etc., geralmente com baixas taxas de regularização fundiária e uma
ocupação espontânea sem obedecer a instrumentos de
ordenamento do território.

Área Urbanizável de Alta Densidade


AUzA Área com edificação consolidada em zonas com infraestruturas por
completar, onde predomina o uso residencial unifamiliar em talhões
alinhados ao longo de vias de terra batida com uma ocupação acima
de 60 habitações por hectare, geralmente com baixas taxas de
regularização fundiária e uma ocupação espontânea sem obedecer
a instrumentos de ordenamento do território.

Área Urbanizável de Média Densidade


AUzM Área com edificação consolidada em zonas com infraestruturas por
completar, onde predomina o uso residencial unifamiliar em talhões
alinhados ao longo de vias de terra batida com uma ocupação entre
20 e 60 habitações por hectare, geralmente com baixas taxas de
regularização fundiária e uma ocupação espontânea sem obedecer
a instrumentos de ordenamento do território.

Área Urbanizada de Baixa Densidade


AUzB Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas
ou consolidadas, em espaços com infraestruturas completas, onde
predomina o uso residencial unifamiliar em edifícios, com uma
densidade com menos de 20 habitações por hectare; nela podem
ser encontradas funções não-residenciais tais como comércio e
serviços, geralmente com uma alta taxa de regularização fundiária
e uma ocupação ordenada por algum instrumento de ordenamento
do território.

ÁREAS PARA ACTIVIDADES ECONÍMICAS


Áreas para Actividade Agropecuária de Produção Familiar
AaAPf Área não edificada que pelas suas características pedológicas e
proximidade de cursos de água ou de grau de humidade de solo,
são mais aptas ao desenvolvimento de agricultura e pecuária. A
área do Sector Familiar compreende parcelamentos de pequena
dimensão (até 1 ha), explorados com métodos e técnicas
tradicionais, o maneio das operações culturais (preparação da
terra, sementeira, monda, colheita, etc.) é feito manualmente,
baixo nível de insumos e a irrigação é baseada no regime de chuvas
ou na gestão dos níveis freáticos. A exploração tem como primeiro
objectivo a segurança alimentar da família e, complementarmente,
são colocados no mercado os excedentes do autoconsumo ou para
obter rendimentos adicionais aos obtidos pelas famílias em
actividades na zona urbana nos sectores secundário ou terciário
(hortícolas, por ex.).
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 15

Áreas para Actividade Agropecuária de produção Estruturada


AaAPe Área não edificada que pelas suas características pedológicas e
proximidade de cursos de água são mais aptas ao desenvolvimento
de agricultura e pecuária. Pela classificação de Zona Estruturada
entende-se por uma área com parcelamentos de dimensão média
ou grande, explorados duma forma intensiva, com métodos e
técnicas modernas de exploração, ex.: mecanizada, com irrigação,
etc. e em moldes comerciais; i.e.: com ligação sistemática ao
mercado nacional ou de exportação.

Áreas para Actividade Industrial


AaI Área onde predominam edifícios de grande volume, com um ou dois
pisos tais como fábricas, armazéns e oficinas, junto a
infraestruturas e vias de comunicação principais.

Áreas para Actividade de Exploração Mineira


AaM Área não edificada que pelas suas características geológicas está
vocacionada para a exploração de recursos minerais.

Áreas para Actividade Silvícola


AaSv Área não edificada que pelas suas características, são mais aptas
ao desenvolvimento de actividades associadas à exploração
florestal, incluem áreas de florestas nativas comunitárias e
comerciais; onde é permitida a exploração florestal em regime
empresarial e familiar; silvicultura, indústria de processamento e
de transformação de madeira para lenha, carvão e uso na
construção civil, serrações.

ÁREAS AFECTAS À ESTRUTURA VERDE E ECOLÓGICA

Estrutura verde e ecológica

O espaço afecto à Estrutura Verde e Ecológica, constitui uma


estrutura biofísica básica e diversificada, que visa garantir a
protecção dos ecossistemas e a permanência e intensificação dos
processos biológicos indispensáveis ao enquadramento equilibrado
das actividades humanas visando garantir a qualidade do ambiente
urbano,

Áreas de Verde de Uso Público e de Enquadramento a Áreas Edificadas

Áreas não edificadas que pelas suas características naturais


contribuem para uma melhor qualidade do ambiente urbano e
equilíbrio ecológico, incluem os Parques e jardins públicos;
Logradouros e jardins privados de grande dimensão, Faixas
arborizadas em espaços corredores e Áreas de Verde Natural.

Áreas Verdes de Produção

Áreas não edificadas que pelas suas características naturais


contribuem para uma melhor qualidade do ambiente urbano e
equilíbrio ecológico, incluem as Áreas agropecuárias, salineiras e de
silvicultura;
16 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Áreas de protecção parcial de conservação da natureza

Áreas não edificadas que pelas suas características naturais


contribuem para uma melhor qualidade do ambiente urbano e
equilíbrio ecológico, incluem as áreas de: Áreas de Floresta de
Mangal; Áreas Húmidas Alagável Suscetível a Inundações; Áreas
de Formações geológicas; Áreas declivosas e sujeitas a erosão;
Áreas de Verde de Protecção; Orla ribeirinha e lacustre; Orla
marítima;

ÁREAS DE EQUIPAMENTO SOCIAL E SERVIÇOS PÚBLICOS

Área de serviços Públicos

Área definida pela morfologia dos edifícios normalmente delimitada


por muros e terreno livre envolvente para os equipamentos de
saúde, educação, desporto, cultura, recreação, religioso, mercados,
administração e outros serviços

Saúde Posto de Saúde, Hospital, Centro de Saúde.

Educação Unidade Ensino-EP1, Unidade Ensino-EPC, Unidade Ensino-ESG,


Unidade Ensino técnico profissional-ETP, Unidade Ensino-
Universidade.

Desporto e Recreação Área não edificada pública ou privada com vegetação natural do
tipo arbóreo ou arbustivo plantado em parques e jardins.

ÁREAS DE USOS ESPECIAIS

Instalações Aeroportuárias
Aeroporto Aeroporto, aeródromos, pistas de aterragem.

Instalações Rodoviárias
Rodoviária Paragens e terminais.

Instalações Portuárias
Porto Portos e ancoradouros de passageiros, de carga e de pesca.

Instalações Ferroviárias
Caminhos de Ferro Estações e apeadeiros

Cemitério Cemitério municipal, comunitário e familiar.

Telecomunicações Centro radioelétrico, antenas.

Instalação Prisional Cadeias.

Infraestrutura de Abastecimento de Águas


Furos de captação, poço de captação, estação de tratamento de
água, estação elevatória, centros de distribuição, torres
elevatórias, reservatório apoiado, Fontenários.

Infraestrutura de drenagem de águas


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 17

ETAR, lagoa de compensação, estação elevatória, bacias de


retenção e estações elevatórias.

Infraestrutura de Electricidade
Central eléctrica, subestação de energia, porto de transformação.

Instalações Militares Quartéis.


Lixeira Aterrado sanitário, pontos de recolha primária.

CONDICIONANTES DO USO DO SOLO

ZONAS DE PROTECÇÃO TOTAL


Áreas destinadas a actividades de conservação ou preservação da
natureza, locais e monumentos históricos, paisagísticos, naturais e
de interesse nacional, e de defesa e segurança do Estado (apenas
áreas de reserva natural).

ÁREAS DE PROTECÇÃO PARCIAL


Áreas que devido as suas características naturais, patrimonial,
histórico, infraestrutural e de interesse público requerem medidas
particulares de preservação, criadas ao abrigo do PEUCN.

ÁREAS DE PROTECÇÃO PARCIAL DE ÁREAS AFECTAS À ESTRUTURA


ECOLÓGICA

Área de Protecção Parcial de Conservação da Natureza


Áreas não edificadas que devido as suas características de relação
com o meio natural requerem medidas particulares de preservação,
incluem áreas de floresta de mangal, áreas húmidas alagáveis
susceptíveis a inundações; áreas de formações geológicas; áreas
declivosas e sujeitas a erosão e áreas de verde de protecção.

ZONAS DE PROTECÇÃO PARCIAL


Áreas que devido as suas características naturais, patrimonial,
histórico, infraestrutural e de interesse público requerem medidas
particulares de preservação com estatuto definido pelos
instrumentos de ordenamento do território.

ZONAS DE PROTEÇÃO PARCIAL DA NATUREZA

Zona de Proteção parcial da Orla ribeirinha, lacustre


50 metros de terrenos confinantes no nível normal das águas

Zona de Proteção parcial de nascente de água


A faixa de terreno até 100 metros confinante com as nascentes de
água

ZONAS DE SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS E RESTRIÇÕES DE UTILIDADE


PÚBLICA
zonas de proteção parcial com estatuto definido pelos instrumentos
de ordenamento do território para defesa dos interesses públicos
em áreas que albergam serviços e equipamentos sociais e
administrativos, infraestruturas e instalações militares
18 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

LISTA DE MAPAS
Mapa 2.1 - Mapa da divisão administrativa da cidade de
Nampula 35
Mapa 2.2 - Enquadramento Territorial da Cidade de
Nampula na província 36
Mapa 2.3 - Mapa de equipamentos sociais da situação
actual 38
Mapa 2.4 - Mapa da rede viária da situação actual 39
Mapa 2.5 - Mapa da rede de educação da situação actual
na cidade de Nampula 42
Mapa 2.6 - Mapa da rede sanitária da situação actual na
cidade de Nampula 43
Mapa 2.7 – Mapa de infraestruturas da situação actual 44
Mapa 3.1 – Esquema do Cenário A 75
Mapa 3.2 – Esquema do Cenário B 78
Mapa 3.3 – Esquema do Cenário C 82
Mapa 4.1- Resumo dos principais objectivos 96
Mapa 6.1- Mapa de Uso do Solo Proposto 112
Mapa 6.2 - AUb -Áreas urbanizadas 116
Mapa 6.3 - AUbMf -Áreas urbanizadas Multifuncional a
requalificar 117
Mapa 6.4 - UbM1 -Áreas urbanizadas de Média Densidade
a preservar 119
Mapa 6.5 – AUbM2 -Áreas urbanizadas de Média
Densidade a requalificar 120
Mapa 6.6 - AUbB1 -Áreas urbanizadas de Baixa Densidade
a preservar 122
Mapa 6.7 - AUbB2 -Áreas urbanizadas de Baixa Densidade
a requalificar 124
Mapa 6.8 - AUz -Áreas Urbanizáveis 126
Mapa 6.9 – AUzMf -Área Urbanizável Multifuncional a
expandir 127
Mapa 6.10 - AUzA1 -Área Urbanizável de Alta Densidade a
requalificar 129
Mapa 6.11 – AUzA2 -Área Urbanizável de Alta Densidade
a requalificar em áreas sensíveis 132
Mapa 6.12 – AUzM1 -Área Urbanizável de Média
Densidade a requalificar 133
Mapa 6.13 - AUzM2 -Área Urbanizável de Média
Densidade a expandir 136
Mapa 6.14 – AUzB1 -Área Urbanizável de Baixa Densidade
a requalificar 137
Mapa 6.15- AUzB2 -Área Urbanizável de Baixa Densidade
a expandir 139
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 19

Mapa 6.16 - Áreas afectas às actividade económica 140


Mapa 6.17 – AaAPf-Áreas para actividade agropecuária de
produção familiar 142
Mapa 6.18 - AaAPe - Áreas para actividade agropecuária
estruturadas 143
Mapa 6.19 - AaI – Áreas para actividade Industrial 144
Mapa 6.20 - Áreas afectas à estrutura verde e ecológica 146
Mapa 7.1 - Mapa de condicionantes ao uso do solo 157
Mapa 7.2 - Áreas de protecção parcial de conservação da
Natureza 159
Mapa 7.3 - Zona de protecção parcial da orla ribeirinha e
lacustre 160
Mapa 7.4 - Zonas de Protecção de servidões
administrativas e restrições de utilidade
publica 161
Mapa 8.1- Mapa do Uso do Solo 167
Mapa 8.2 - Mapa de Mobilidade e Acessibilidade proposta 171
Mapa 8.3 - Mapa de condicionantes proposta 175
20 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Previsão de Crescimento Populacional para a
Cidade de Nampula de 2017 a 2029 37
Figura 2.2 - Foto aérea com as rotas de transportes
públicos da situação actual 41
Figura 4.1 - Principais Objectivos de intervenção
Urbanística 96
Figura 5.1 - Hierarquia das vias de acesso 106
Figura 5.2 - Isolinhas da distribuição das viagens
(Nampula) 107
Figura 5.3 - Tráfego urbano (Cidade de Nampula) 108
Figura 5.4- Descrição das linhas de Transporte 109
Figura 5.5- Proposta de Linhas de Transporte Público 110
Figura 5.6 - Proposta de rotas de transporte público e
suas paragens 111
Figura 5.7 - Localização das principais paragens e
terminais 111
Figura 6.1 - Fotografia aérea da área urbanizada
multifuncional a requalificar 118
Figura 6.2 - Fotografia aérea de áreas urbanizadas de
média densidade a preservar 119
Figura 6.3 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a
requalificar e converter em áreas
urbanizadas de média densidade a
requalificar no PA da Muhala 121
Figura 6.4 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a
requalificar e converter em áreas
urbanizadas de média densidade a
requalificar no PA da Muatala 121
Figura 6-5- Fotografia aérea de áreas urbanizadas de
baixa densidade a preservar 123
Figura 6.6 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a
requalificar e converter em áreas
urbanizadas de baixa densidade a
requalificar no PA da Muhala 124
Figura 6.7 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a
requalificar e converter em áreas
urbanizadas de baixa densidade a
requalificar no PA da Muatala 125
Figura 6.8 – Fotografia aérea de área Multifuncional a
expandir 128
Figura 6.9 – Fotografia aérea de área Multifuncional a
expandir PA Muatala-Natikir 128
Figura 6.10 - Fotografia aérea de área Multifuncional a
expandir PA de Napipine 128
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 21

Figura 6.11 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não


planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a
requalificar no PA da Muhala 130
Figura 6-14– Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não
planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a
requalificar no PA da Muatala 130
Figura 6-15- Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não
planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a
requalificar no PA de Natikiri 131
Figura 6-16- Figura 6-17 – Fotografia aérea de áreas
urbanizáveis não planeadas a requalificar e
converter em áreas urbanizáveis de alta
densidade a requalificar no PA de Napipine 131
Figura 6.16 – Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não
planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a
requalificar em áreas sensíveis no PA de
Namicopo 132
Figura 6.17 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não
planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a
requalificar no PA da Muhala 134
Figura 6.18 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não
planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a
requalificar no PA da Muatala 134
Figura 6.19 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não
planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a
requalificar no PA de Natikiri 135
Figura 6.20 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não
planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a
requalificar no PA de Napipine 135
Figura 6.21 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não
planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a
requalificar no PA de Namicopo 135
Figura 6.22 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não
planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de baixa densidade a
requalificar no PA da Muatala 138
Figura 6.23 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não
planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de baixa densidade a
requalificar no PA da Muhala 138
22 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Figura 6.26 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não


planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de baixa densidade a
requalificar no PA de Natikire 138
Figura 6.25 - Fotografia aérea de áreas para actividade
agropecuária de produção familiar 142
Figura 6.28 - Fotografia aérea de áreas para actividade
agropecuária estruturadas 143
Figura 6.29 - Fotografia aérea de áreas para actividade
industriai a expandir 145
Figura 6.28 - Fotografia aérea de áreas para actividade
industrial existentes 145
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 23

LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 - Quadro Lógico de Análise de Problemas e
Soluções 51
Tabela 3.1 - Matriz de avaliação de Cenários 88
Tabela 6.1 - Balanço de Áreas - Uso do Solo 115
Tabela 6.2 - Matriz Síntese do Uso do Solo Proposto 149
Tabela 6.3- Matriz síntese de Índices Urbanos Propostos 153
Tabela 7.1 -Balanço de Áreas - condicionantes do uso do
solo 162
Tabela 7.2 - Matriz Síntese de condicionantes ao Uso do
Solo Proposto 163
24 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

1 Introdução
O Regulamento da Lei de Ordenamento do Território (Lei 19/2007 de 18 de Julho), estabelece que
os Planos de Ordenamento do Território devem ser acompanhados, entre outros, de um relatório
que fundamenta todas as opções tomadas.

A elaboração do PEUCN tem a sua urgência determinada pela constante solicitação de terra por
parte dos agentes privados para a instalação e desenvolvimento de empreendimentos de
rendimento variado, com maior destaque para a habitação e comércio, e solicitação por parte de
particulares para a construção e ou legalização da propriedade fundiária (atribuição do DUAT) ou
imobiliária (legalização da construção). Esta dinâmica está ligada ao rápido crescimento e
mudanças induzidas no contexto regional bem como o potencial que a Cidade de Nampula
apresenta para o desenvolvimento socioeconómico.

A cidade é caracterizada por uma expansão, nem sempre acompanhada de instrumentos de


ordenamento territorial ou pela sua implementação não correcta. Este crescimento que se estende
de forma difusa e dispersa pelo território em muitos casos progressivamente entra em colisão
com a orografia do território tornando igualmente insustentável a vida das comunidades,
inviabilizando economias de escala (no que se refere à alocação de equipamento e serviços).

Assim o presente processo não só visa acompanhar as dinâmicas referidas, mas também
sobretudo estabelecer um modelo territorial e uma base legal que sirva de orientação das
autoridades para garantir um desenvolvimento sustentável da cidade, considerando determinante
o facto de a Cidade de Nampula ser qualificada como sendo a capital do Norte do país.

O presente documento constitui o Relatório de Fundamentação das Opções Tomadas no Plano de


Estrutura Urbana da Cidade de Nampula, nele são apresentados de uma forma integrada as
questões fundamentais que concorreram para as decisões que estão representadas na Planta de
Ordenamento e no Regulamento. O carácter integrado deve-se ao facto destas opções terem
resultado da ponderação das condições ambientais, socioeconómicas e territoriais, culturais e
institucionais da zona de intervenção, tendo em consideração também o seu enquadramento
regional.

O Relatório, começa por fazer o enquadramento legal do plano, indicando todos os dispositivos
legais aos quais se vincula, para de seguida falar do processo de elaboração do plano,
nomeadamente as principais etapas de levantamentos de campo, bem como a maneira que se
desenvolveu todo o processo de envolvimento dos diferentes actores afectados ou interessados
no processo, nomeadamente, como se realizaram as auscultações e audiências públicas indicando
as principais contribuições, posterior apresentação de uma caracterização prévia da área de
abrangência e forma de elaboração dos Cenários de desenvolvimento da Cidade. Os objectivos do
plano são apresentados por um lado, à luz do emanado na legislação nacional, designadamente o
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 25

estabelecido no Regime Jurídico dos Instrumentos de Ordenamento do Território, e por outro lado
tendo em conta as especificidades territoriais da Cidade.

Os elementos fundamentais são apresentados tendo como pano de fundo a estratégia seguida
para fazer o ordenamento funcional do território, e que se apoia nos seguintes eixos estratégicos:

› Estrutura sócio territorial;

› Sistema de povoamento - urbano e rural;

› Sistema ecológico e natural;

› Sistema produtivo;

› Sistema de equipamentos, mobilidade e acessibilidade.

O documento também apresenta os fundamentos para a Classificação do Solo, através da


indicação das principais definições de Zoneamento onde pontificam as seguintes classes: Áreas
Urbanizadas, Áreas Urbanizáveis, Áreas Agrícolas e Áreas afectas à estrutura ecológica.

A qualificação do solo é abordada à luz dos programas de acção territorial onde, para além de
indicar as áreas que integram o zoneamento, tratam dos seus regimes e regras de edificabilidade.

São igualmente apresentadas as grandes operações urbanísticas a desencadear para um


desenvolvimento sustentável da cidade. Esta abordagem orienta-se também, numa perspectiva
de estratégia de implementação do presente plano.

1.1 Enquadramento Legal do Plano


O quadro legal sobre o Ordenamento do Território em Moçambique, ainda incipiente, é constituído
pelos seguintes instrumentos: Lei n° 19/97 de 1 de Outubro (Lei de Terras) e o respectivo
regulamento, decreto n° 66/98 de 8 de Dezembro. O primeiro estabelece e o segundo regulamenta
os termos em que se opera a constituição, exercício, modificação, transmissão e extinção do
direito de uso e aproveitamento da terra. Para regulamentar a Lei de Terras, na parte respeitante
ao regime de uso e aproveitamento da terra nas áreas de cidades e vilas, é instituído o Decreto
n° 60/2006 de 26 de Dezembro, Regulamento do Solo Urbano. A resolução n° 18/2007 de 30 de
Maio, Política de Ordenamento do Território. e a respectiva Lei onde o primeiro estabelece os
princípios fundamentais para uma gestão sustentável dos recursos naturais e humanos através
da integração dos instrumentos de ordenamento do território na planificação económica e do
desenvolvimento das unidades territoriais a todos os níveis, e a Lei estabelece o Regime Jurídico
dos Instrumentos de Ordenamento do Território (RJIOT) a todos os níveis.

De acordo com os postulados sobre o Ordenamento do Território no estado moçambicano,


nomeadamente o RJIOT ao nível Autárquico, a elaboração do Plano de Estrutura Urbana da Cidade
de Nampula, constitui uma das primeiras fases do processo de ordenamento do território urbano
ao que se deverão seguir outros instrumentos de ordenamento tais como os Planos Gerais e
Parciais de Urbanização e os Planos de Pormenor.
26 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

1.2 Breve Referência ao Processo de Elaboração do Plano


Para uma melhor percepção do Plano agora fundamentado, importará referir, ainda que de forma
sucinta, a metodologia seguida no processo da sua elaboração, bem como, os aspectos relativos
à recolha de informação e à articulação estabelecida com outras entidades, directa ou
indirectamente envolvidas.

1.2.1 Principais Etapas


O processo de elaboração do PEUCN, foi antecedido de trabalhos preliminares que culminaram
com a definição dos respectivos Termos de Referência, lançamento de concurso público, em acção
desenvolvida pelo MITADER.

O processo de elaboração do PEUCN teve o seu lançamento no dia 07 de Março de 2019, na Cidade
de Nampula. No dia 06 de Março de 2019, aconteceu uma primeira reunião entre o Consultor e a
equipe técnica que coordena a elaboração do PEUCN.

a) O Lançamento do processo de elaboração do PEUCN


O lançamento oficial do plano aconteceu na manhã do dia 07, num acto público. A cerimónia foi
dirigida pelo Arq. Erasmo Nhachungue com a presença destacada do Vereador de Urbanização do
Município de Nampula e contou ainda com presença de pouco menos de 84 participantes, entre
populares, membros da administração da Autarquia dos bairros, partidos políticos, sociedade civil
através das organizações socioeconómicas, e a equipe técnica do Consultor.

b) A elaboração do Diagnóstico da Situação Socioeconómica, das Infraestruturas,


dos equipamentos sociais e dos atributos físicos e ambientais da Autarquia
Foi elaborado um Relatório do Diagnóstico Preliminar do Plano de Estrutura de Nampula, com uma
síntese dos elementos de força, as oportunidades bem como as fraquezas e ameaças que advém
das condições internas e do contexto regional em que está inserida a Cidade. Para a realização do
relatório, conforme habitual no processo de planeamento territorial, procedeu-se à recolha,
análise e tratamento sistemático da informação, de forma a fazer uma caracterização do território
da Área de Intervenção, para a devida aferição das tendências de desenvolvimento do território,
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 27

tendo em vista identificar os factores dinamizadores, desencorajar os negativos e estimular os


cenários positivos.

c) A 1ª Audiência Pública
A 1ª Audiência Pública teve lugar no dia 29 de Agosto de 2019, e consistiu um acto popular, no
Salão Nobre do Conselho Municipal de Nampula e visava a apresentação do diagnóstico da situação
actual, para a recolha de subsídios, junto das autoridades da Autarquia de Nampula, entidades
públicas e privadas e sociedade civil. Deste encontro foi aperfeiçoado o diagnóstico e colhidas as
principais sensibilidades que orientaram a proposta do plano que foi posteriormente discutida,
tendo ressaltado as seguintes questões.

› Foi chamada a atenção para as necessidades de provisão de energia eléctrica e abastecimento


de água para alguns bairros da cidade;

› Foi alertada a questão da gestão administrativa sendo necessário rever o enquadramento do


Distrito de Rapale;

› Foi realçada a preocupação com o aumento da erosão em alguns bairros;

› Foi referida a falta de comunicação entre o Município e o cidadão, tendo sido identificado que
existe uma carência na capacitação do pessoal técnico do município;

› Foi realçada a necessidade de se controlar a invasão de terras em áreas de protecção e áreas


agrícolas, que são fundamentais para a subsistência da cidade;

› Foi realçada a necessidade de aprofundar alguns dados relativos à educação, saúde e


indicadores económicos;

› Foi referida a lotação dos cemitérios e necessidade de se preverem novas áreas para o efeito;
28 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

› Foram levantadas questões sobre a cintura verde da cidade, realçando a importância a nível
de subsistência e segurança alimentar, e sobre a necessidade de aproximar as infraestruturas
destas áreas agrícolas;

› Foi salientada a falta de informação relativa à segurança pública;

› Foi referido o impacto negativo, que a linha férrea, sobretudo da rota do carvão, tem na
mobilidade da cidade e no meio ambiente.

d) O Processo de Geração de Alternativas e de Cenários de Desenvolvimento do


PEUCN
No âmbito do processo de geração de alternativas de desenvolvimento da Cidade de Nampula,
passo importante para a elaboração dos cenários conducentes ao PEUCN tiveram lugar a 30 de
Outubro a 01 de Novembro de 2019 vários encontros que visaram as forças vivas de
desenvolvimento da Cidade de Nampula, nomeadamente Comissão Técnica do Conselho
Municipal, Estudantes da Universidade Lúrio, Sociedade Civil, DPTADER, DPOPHEH e DPCTETP.
Este encontro teve lugar no Salão Nobre do Conselho Municipal da Cidade de Nampula e contou
com a participação de 22 agentes administrativos, económicos e sociais.

› Foram salientadas as ameaças, que a linha férrea e a estrada nacional, apresentam ao


desenvolvimento urbano, sendo a zona Norte desprovida de equipamentos e serviços;

› Foram discutidos os limites da cidade e da incoerência entre as diversas fontes de informação,


sendo necessária a regularização da situação entre o CMCN e o Governo Provincial;

› Foi referida a importância da criação de um depositário digital para conter toda a informação
necessária tanto para os técnicos para os munícipes;

› Foi sugerido que o investimento mais urgente seja canalizado para a capacitação do pessoal
técnico do Município, no domínio dos Instrumentos de Ordenamento do Território, para que
estes tenham conhecimento de como actuar e efectivamente gerir o território;
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 29

› Salientou-se a necessidade de se realizar uma Postura Municipal sobre intervenções nos


assentamentos informais, com o objectivo de apresentar directrizes para a sua intervenção;

› Foram levantadas preocupações relativas às áreas industriais propostas e para os problemas


ambientais que podem causar à comunidade local;

› Foi referida a preocupação com a capacidade financeira do Município para implementar as


acções previstas no plano;

› Foi reforçada a importância da mobilidade no plano de Nampula.

e) A 2ª Audiência Pública
A 2ª Audiência Pública teve lugar no dia 9 de Dezembro de 2021, e consistiu um acto popular, no
Salão Nobre do Conselho Municipal de Nampula e visava a apresentação da proposta do Plano,
para a recolha de subsídios, junto das autoridades da Autarquia de Nampula, entidades públicas
e privadas e sociedade civil. Deste encontro foi aperfeiçoado o plano e colhidas as principais
sensibilidades que orientaram a proposta do plano, tendo ressaltado as seguintes questões:

› Foi referida a preocupação com a localização da nova rota do carvão devido à proximidade
com o rio Monapo e questionou-se se era um plano exequível durante o período de vigência
do plano;

› Foi referido que as unidades operativas de gestão deviam ser organizadas em função das
características habitacionais ao invés de coincidir com os bairros;

› Houve uma restruturação da divisão administrativa e o Bairro de Muahivire foi elevado à


categoria de Posto Administrativo.

› Foi referida a necessidade de maior interacção e cooperação entre as diversas instituições e


o Município com vista o sucesso do plano.
30 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

1.3 Principais Fontes de Informação Utilizadas


A leitura do território através das estatísticas e documentos disponíveis e também da informação
obtida a partir dos levantamentos de campo, do mapeamento do uso sobre uma foto aérea de
alta resolução, as entrevistas semi-estruturadas e o diálogo realizado com diversas entidades
envolvidas no processo, constituíram recurso para todo o processo de elaboração e tomada de
decisões no presente plano.

Foram estudadas as características socioeconómicas e territoriais da Cidade analisando as


seguintes dimensões: compreender a estrutura do povoamento, o sistema de mobilidade e
acessibilidade, a estrutura económica bem como aspectos de qualidade de vida medidos através
do levantamento das questões de saneamento básico, abastecimento de água, acesso a energia
e outros serviços, acesso aos equipamentos nomeadamente de educação e de saúde, bem como
as diferentes facilidades ligadas ao recreio lazer e cultura.

As bases cartográficas bem como dados para desenvolvimento do trabalho, foram fornecidas pelo
Conselho Municipal da Cidade de Nampula (CMCN), e outros encontrados nos repositórios
existentes na Cenacarta.

Do Instituto Nacional de Estatística foram obtidos os dados estatísticos preliminares referentes ao


último Censo (2017) bem como as projecções, dados posteriormente cruzados com os fornecidos
pelas autoridades locais, através dos seus relatórios internos.

Os levantamentos de campo aconteceram em três momentos distintos, a saber: no mês de


fevereiro aconteceu o primeiro trabalho de campo, cujo objectivo era o reconhecimento do
terreno, através dos seus elementos mais marcantes, os povoamentos, os principais
equipamentos e serviços, as áreas ambientalmente sensíveis, etc.

No período que separou o primeiro trabalho de campo e o segundo foram feitos os trabalhos de
gabinete de digitalização e preparação das bases cartográficas e preparação das bases dos
relatórios para a análise da situação actual, e em paralelo foram visitadas instituições na cidade
de Nampula interessadas ou envolvidas no processo de desenvolvimento da Cidade.

O segundo levantamento de campo, aconteceu entre os dias 09 a 19 de Março de 2019 que


consistiu de levantamentos físicos com vista a confirmar as informações existentes nas bases
previamente produzidas; os inquéritos e entrevistas semiestruturadas realizadas junto das
instituições do Cidade a saber: CMCN, Governo Distrital, INE, MAE, ANAMM, FIPAG, AIAS, DNARH,
CFM, CDN, Aeroportos de Moçambique, MTC, ANE, Associação de Transportadores, EDM, DTC,
Tmcel, Vodacom, MITADER, DPOPH, etc.

1.4 Os objectivos do Plano


Constituem objectivos do PEUCN os seguintes:

1.4.1 Objectivos gerais


O PEU, segundo o artigo 42 do Regulamento da Lei do Ordenamento do Território tem os seguintes
objectivos:
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 31

› Estabelecer os princípios de sustentabilidade ambiental, a rede principal de acessos de ligação


das diversas autarquias locais e dentro de cada autarquia local, a ordem de prioridades para
o desenvolvimento urbano e os parâmetros gerais que devem orientar a ocupação do seu
território autárquico;

› Eliminar as assimetrias sociais e os privilégios na escolha dos locais para a distribuição das
redes de infraestruturas, de serviços e dos equipamentos sociais;

› Definir os princípios e os modelos de ordenamento do território autárquico.

1.4.2 Objectivos específicos


a) O primeiro grande objectivo do PEUCN é a criação da possibilidade do desenvolvimento
urbano sustentável de forma planeada através:

› Da requalificação gradual das áreas de ocupação desordenada por meio de um processo


inclusivo, transformando a malha irregular e orgânica, característica deste tipo de ocupação
periférica às áreas urbanizadas, num elemento caracterizador único do espaço urbano;

› Da consolidação e hierarquização da rede viária e da malha de acesso às áreas não


consolidadas e novas centralidades;

› Do aprovisionamento de terra necessária para a gradativa e progressiva melhoria das


condições das infraestruturas urbanas em áreas de ocupação desordenada;

› Do aprovisionamento de terra infraestruturada para novas áreas de expansão que consiga


responder de forma positiva e efectiva à crescente demanda da população urbana;

› Da definição de princípios de ocupação territorial que garantam uma ocupação eficiente e


eficaz do território, garantindo a disponibilidade de terra para as gerações futuras de forma
sustentável e ecologicamente responsável;

› Estabelecimento de directrizes de gestão do território autárquico que possam concorrer para


a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas;

› Definição de directivas que possam alavancar a economia local, com base na agricultura
urbana e outras actividades que constituam a base económica da cidade;

› Definição de princípios que possam melhorar a qualidade ambiental da cidade, com a redução
de focos de poluição sonora e a causada por resíduos sólidos e líquidos.

b) O PEUCN pretende também reforçar o potencial da cidade de Nampula como polo logístico
no norte do país através:

› Previsão de áreas de reserva para o equipamento e infraestruturas de apoio logístico de


desenvolvimento de actividades de transporte de carga e de passageiros (terminais), de
32 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

desenvolvimento industrial e de agro-negócio– transformação de cereais e de fruta de


desenvolvimento de comércio grossista (feiras agropecuárias e mercados grossistas e
comércio em grandes superfícies);

› Previsão de áreas para a construção e requalificação de infraestrutura rodoviária e ferroviária


necessária para melhorar as condições de mobilidade intraurbana, interurbana e regional;

› Previsão de área para a construção de um aterro sanitário e novos cemitérios.

c) Considerando a agricultura urbana, como a principal actividade desenvolvida pelos


munícipes, constituindo a principal fonte de geração de renda e subsistência alimentar das
comunidades da cidade, o PEUCN pretende:

› Criar modelos de ocupação territorial que favoreçam o desenvolvimento da práctica da


agricultura urbana de forma estruturada e sustentável, garantindo a segurança das
comunidades ao direito de uso e ocupação das terras agrícolas, reduzindo desta feita a actual
tendência de transformação das áreas agrícolas em áreas residenciais;

› Consolidar a ocupação de unidades territoriais agrícolas nas áreas de cintura verde da cidade
promovendo a participação de jovens e mulheres na produção alimentar.

d) Em relação à estrutura ecológica e resiliência contra eventos extremos decorrentes dos


efeitos das alterações climáticas, o PEUCN tem como objectivos:

› Mapeamento das principais áreas de risco de erosão e indicação de medidas preventivas e


mitigadoras do impacto dos desastres naturais, sobretudo no que toca ao edificado;

› Reverter a sistemática redução de áreas agrícolas utilizadas pelas comunidades para reforço
financeiro e nutricional através da definição de regras que assegurem a segurança de posse
e uso de terras agrícolas;

› Integrar em toda a cadeia hierárquica de instrumentos de ordenamento territorial, de


medidas de aumento da permeabilidade das águas pluviais, de redução de percolação de
águas e de redução do impacto da força dos ventos através da localização correcta dos
imóveis e estruturação da malha viária; e

› Identificar e mapear as áreas para o verde de protecção e de amortecimento e de retenção


temporária de águas em casos de eventos pluviométricos excepcionais.

Resumindo, quanto aos objectivos o PEUCN pretende garantir o desenvolvimento da cidade de


Nampula como uma cidade planeada, com centralidades bem definidas, com o aprovisionamento
de terra necessário para a implantação dos serviços e equipamentos públicos necessários ao seu
desenvolvimento, integrada na economia da região, apostada no reforço do seu posicionamento
estratégico como polo regional industrial e logístico da zona norte, desenvolvendo as suas
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 33

potencialidades de uma forma sustentável e com reduzidos impactos derivados das mudanças
climáticas e desastres naturais.

1.5 Os princípios de Planeamento em Vigor


Constituem princípios do PEUCN os dispositivos constantes no Plano de Estrutura Urbana para
a Cidade de Nampula de 1999 e os Planos Parciais de Urbanização dos Postos
Administrativos de Muhala, Muatala, Natikire, Napipine e Namicopo de 2011, como
instrumentos de planeamento territorial em vigor.

› Princípios constantes no PEUCN de 1999:

› A criação de áreas residenciais de alta densidade e a instalação de centros urbanos


secundários nos bairros de Namutequeliua, Muhala e Muahivire, assim como a criação
de circunvalações viárias interligando os mesmos;

› A criação de quatro áreas residenciais semi-urbanizadas nos bairros de Namicopo,


Mutava Rex e duas áreas industriais, assim como a instalação de um centro urbano
secundário próximo de um assentamento de alta e média densidades;

› Previsão do desenvolvimento de uma área industrial no bairro de Natikire junto à EN13;

› Previsão de duas áreas de expansão habitacional no bairro de Natikire limitadas pelas


baixas hidrográficas;

› Previsão de focos de expansão habitacional nos bairros de Muatala e Mutauanha, contudo


estes não estavam interligados na estrutura de crescimento da cidade a partir do seu
núcleo central;

› Previsão da necessidade de 3000 a 3500 novas casas por ano;

› Necessidade de redução da densidade das habitações em certas áreas para


consequentemente suavizar os problemas de saneamento.

› Princípios constantes nos Planos Parciais de Urbanização:

a) Os PPU´s fazem a definição do uso do solo de toda a área do Município, excepto do PA


Central, identificando zonas habitacionais e centros urbanos secundários a considerar bem
como a definição de áreas habitacionais e a proposta da rede de mobilidade.

b) São documentos que seguem o padrão dos planos desta natureza e foram usados como
referência para o desenvolvimento do actual PEUCN, por forma a que se mantenha como
uma ferramenta válida para o ordenamento do território, compatível e balizado com os
demais IOT já produzidos para a cidade de Nampula.

c) Consideram como estratégico:


34 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

› Classificação e caracterização da função de cada espaço no território, com a definição da sua


utilização bem como as respectivas normas, índices e parâmetros urbanísticos, definição de
densidades e regras de uso, protecção ou restrição, como guia para a sua transformação;

› Sempre que, no processo de reordenamento e requalificação, houver necessidade de retirar


assentamentos para a instalação de equipamentos de utilidade pública, as populações
afectadas terão prioridade no reassentamento nas áreas de expansão previstas pelos planos
parciais;

› Previsão de espaços para novas infraestruturas que complementam a função habitacional e


diminuição da dependência com o centro da cidade, favorecendo a integração de novos
centralidades urbanos;

› Realização de operações de regularização fundiária através da atribuição de DUATs, aquando


da regularização, intervenção e requalificação da estrutura física das áreas não planeadas;

› Elaboração de Plano de Pormenor (PP) de cada centralidade nova, categorizadas e constantes


na Planta de Zoneamento. Estes planos (PP) devem ser seguidos das execuções das
operações urbanísticas conducentes à concretização do loteamento, respondendo às regras
e parâmetros urbanísticos definidos nos PPU´s. Para além da definição dos lotes para
residências, é essencial determinar os espaços destinados a cada equipamento de utilização
colectiva, com prioridade para a área para a unidades sanitárias e mercados locais;

› Na planificação de acções a serem implementadas nos bairros é fundamental a previsão de


áreas destinadas ao lazer e recreio, onde a ocupação do solo é predominantemente verde;

› Definição de uma nova rede viária que irá ligar todos os bairros libertando o centro da cidade
do intenso tráfego de veículos atravessando o Município em direcção a outras localidades;

› Melhoramento e redimensionamento das vias de acesso local no interior dos assentamentos


informais por forma a garantir maior e melhor acesso às parcelas por parte dos residentes;

› Protecção das áreas que garantem o equilíbrio ecológico, limitando a proximidade de


assentamentos;

› Previsão de espaços para novas infraestruturas que complementam a função habitacional e


diminuição da dependência com o centro da cidade, favorecendo a integração de novas
centralidades urbanas;

› Realização de estudos das possibilidades de acesso à futura rede pública de abastecimento


de água potável, e na sua impossibilidade, tendo como alternativa, um plano de furos e
organização de uma rede interna, assim como a programação de acções para o escoamento
das águas pluviais;

› Criação de uma Unidade Operativa de Planeamento e Gestão (UOPG) para cada posto
administrativo, com uma equipa técnica responsável pela implementação dos PPU´s.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 35

2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA


DO PLANO
O Município de Nampula está implantado num planalto no centro da Província de Nampula e ocupa
uma área de aproximadamente 324Km2 (Resolução 3/81 de 02 de Setembro), tendo como
limites administrativos, o Distrito de Rapale e o Distrito de Nampula. A cidade de Nampula é
constituída por 6 Postos Administrativos1 e desenvolve-se de forma radial, tendo como o epicentro
o PA Central e em torno deste desenvolvem-se os restantes postos, nomeadamente, PA Muatala,
PA Muhala, PA Namicopo, PA Napipine e PA Natikire.

Mapa 2.1 - Mapa da divisão administrativa da cidade de Nampula

Legenda: A. Namutequeliua; B. Muhala; C. Muhavire; D. Muatala; E. Mutauanha; F. Marrere; G. Natikiri; H.


Murrapaniua; I. Nampipine; J. Carrupeia; K. Namicopo; L. Mutava Rex; M. Militar; N. Limoeiro; O. 25 de
Setembro; P. Bombeiros; Q. 1 de Maio; R. Liberdade

Fonte: Mapeamento pelo Consultor

Nampula é o principal centro comercial e administrativo da Região Norte do país e é atravessada


pelo Corredor de Desenvolvimento do Norte, acompanhado pela estrada nacional EN1, a partir da

1
No decorrer da produção do presente Plano de Estrutura Urbana, o Conselho Municipal passou por um
processo de restruturação da divisão administrativa e o Bairro de Muahivire, pertencente ao Posto
Administrativo da Muhala, foi elevado à categoria de Posto Administrativo devido às suas características
urbanas e densidades populacionais. Contudo esta alteração não foi, ainda, ratificada pelo Ministério da
Administração Estatal, pelo que o presente plano considera ainda a divisão administrativa anterior, estando
prevista uma acção, no Programa de Execução, para a sua regularização.
36 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

qual partem dois eixos rodoviários importantes, nomeadamente, a estrada nacional EN13 que faz
a ligação à Província do Niassa e a estrada nacional EN104 até à cidade costeira de Angoche.

Mapa 2.2 - Enquadramento Territorial da Cidade de Nampula na província

Fonte: Mapeamento pelo Consultor

O município é caracterizado por um centro urbano consolidado de alta densidade, onde se


concentram a maioria dos serviços e equipamentos de utilidade pública, cuja área em torno deste
é constituída por assentamentos humanos espontâneos, não consolidados de alta densidade, que
se vão dissipando até aos limites do município, adoptando características rurais, com um uso
predominantemente agrícola.

2.1 População
De acordo com os dados recolhidos e apresentados no relatório de diagnostico da situação actual,
a População do Município, segundo o censo de 2017 do INE, é da ordem dos 663.212 habitantes,
166.188 agregados familiares, o tamanho médio do agregado familiar é 4,57 pessoas por
agregado. Os assentamentos humanos correspondem a 24,83% da área do município.

Em 2029 a População prevista estará entre 883.500 e 1.125.000 habitantes; o que significará um
crescimento médio de cerca de 335.000 habitantes, ou seja, 73.000 famílias.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 37

1,200,000
1,124,729
1,100,000
998,679
1,000,000
883,628
900,000

800,000

700,000
663,212
600,000

conservador (2,42%) elevado (4,5%)


manutenção (3.47%)

Figura 2.1 - Previsão de Crescimento Populacional para a Cidade de Nampula de 2017 a 2029

Fonte: Previsões com base na análise de evolução do crescimento populacional da Cidade de Nampula

Com uma população jovem (mais de 68% da população com menos de 24 anos), tanto o Município
de Nampula como a Província de Nampula apresentam um índice de masculinidade de 49% 2. De
acordo com elementos do INE (2007), a população economicamente activa no Município atingia
cerca de 48,8%, constatando-se que 62% da população se dedica à actividade agrícola,
esperando-se que um número significativo possa estar envolvido no comércio informal. De acordo
com os Censos de 2007, os dados indicam que 25% da população é analfabeta, e 42,5%
frequentou o ensino escolar, 54,9% dos quais, não concluiu nenhum nível de escolaridade. No
recenseamento agropecuário de 2011 registaram-se cerca de 40.383 pequenas explorações
agrícolas no Município, com dimensão média de 1,2ha, 73% das quais dedicadas ao cultivo de
produtos alimentares, podendo, pois, inferir-se que a agricultura familiar, absorve de facto uma
parte considerável da população activa.

2.2 A habitação
As características do parque habitacional duma sociedade, especialmente o material usado na sua
construção, constituem um indicador bastante relevante do nível de desenvolvimento
socioeconómico. No que concerne a habitação, dados do Censo de 2007 mostram que na Cidade
de Nampula cerca de 55.8% da população vivia em palhotas, cujo material predominante na
construção é de origem vegetal (capim, palha, palmeira, colmo, bambu, caniço, adobe, paus
maticados, etc.), 27% vive em casas mistas construídas com materiais duráveis (bloco de
cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/laje de betão).

A casa básica, constituída por uma unidade habitacional que só tem quarto(s), com casa de banho
e cozinha exterior é usada por 11.7% da população, uma pequena parcela (3.2%) da população
vivia em casas convencionais e 1.4% em flats/apartamentos.

2
INE – Resultados Preliminares do IV RGPH
38 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

2.3 Infraestruturas e equipamentos sociais

Mapa 2.3 - Mapa de equipamentos sociais da situação actual

Fonte: Mapeamento do consultor

a) Rede Viária, Ferroviária e Transporte Aéreo


O município é atravessado pela Estrada Nacional EN1, que faz a ligação entre o Norte e o Sul do
país, e por dois eixos rodoviários importantes, a Estrada Nacional EN13 que liga Nampula a
Lichinga na Província do Niassa e a Estrada Nacional EN104 que estabelece a ligação com o
Município de Angoche. A Estrada EN1, paralela à linha férrea de transporte de carvão entre Tete
e Nacala, assume presentemente a função de via urbana principal, com todas as consequências
que daí advêm. Tanto as estradas como a linha férrea integram o Corredor de Desenvolvimento
do Norte, que faz a ligação do Porto de Nacala ao Malawi, conferindo a Nampula o papel de “hub”
regional de relevo. O transporte de carvão por via ferroviária tem sido apontado como um grave
problema constrangimento para a cidade (poluição sonora e ambiental, causada por poeiras de
carvão), para além de originar acidentes frequentes e longas filas de espera de viaturas e peões
que pretendam fazer a travessia da linha férrea nos seus afazeres diários.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 39

A Cidade de Nampula caracteriza-se por uma rede viária ordenada no Posto Administrativo
Central, dispondo em regra, de uma via asfaltada emergindo do centro da urbe para cada posto
administrativo periférico, para além das vias referidas acima. O centro urbano apesar de ocupar
apenas uma área inferior a 1% do município, com uma população inferior a 4% do total, dispõe
de uma óptima rede de acessibilidade com uma densidade viária vinte vezes superior à restante
parte do território do município.

Nos restantes postos administrativos, as vias de distribuição local obedecem ao perfil dos
assentamentos informais, condicionadas pela natureza dos aglomerados, com claras dificuldades
para a sua integração na estrutura urbana da cidade. São frequentes as obstruções das vias
decorrentes da construção desordenada, cursos de água, topografia do terreno e deposição de
resíduos sólidos ou erosão. A rede viária, com uma extensão de vias de acesso local, em terra
batida, correspondente a 47% do total da rede viária municipal, é deficitária, de baixa densidade
(0,15km/km2) e de baixa qualidade, quer no que diz respeito à acessibilidade em termos de
penetração, quer seja na qualidade da via.

Mapa 2.4 - Mapa da rede viária da situação actual

Fonte: Mapeamento do consultor sobre foto aérea, 2019

O congestionamento é um problema que se agrava na cidade de Nampula principalmente nos


seguintes entroncamentos: nó da Sipal, no mercado da Faina e nó do Aeroporto. Curiosamente
todos eles estão situados ao longo da N1. À semelhança de muitas cidades da África Subsaariana,
a rede de estradas de boa qualidade concentra-se no centro da cidade e vai reduzindo à medida
40 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

que aumenta a distância ao centro da cidade. Este problema é gravado pela erosão dos solos na
periferia, o que torna a rede de estradas ainda mais desconectada.

A cidade de Nampula é atravessada pela estrada nacional, que contribui para o aumento do fluxo
de veículos pesados no centro da cidade. Uma vez que a cidade não possui infraestruturas para
peões e ciclistas, o intenso tráfego de veículos pesados, para além de degradar o ambiente urbano,
contribui para o congestionamento, aumento consubstancial da sinistralidade rodoviária,
envolvendo peões e viaturas.

O sistema ferroviário compreende a Linha Nacala-Cuamba-Entre-Lagos, ligando o Porto de Nacala


à fronteira do Malawi e a Linha Cuamba-Lichinga, apresentando um tráfego de mercadorias
significativo, devido à exportação do carvão de Moatize, e um crescente transporte de passageiros,
atestado pelo facto de o número de passageiros, ter triplicado em 2017, quando comparado em
igual período do ano anterior

O aeroporto de Nampula é o mais movimentado da região Norte, dotado de 2 pistas de aterragem,


tendo sido registados, em 2018, 6.113 voos e movimentado cerca de 214.351 passageiros e 1.401
toneladas de carga.

b) Gestão do tráfego urbano


A gestão do tráfego urbano na cidade de Nampula é deficiente. Existem poucos semáforos e estes
localizam-se nas vias principais do centro da cidade, não existindo na periferia qualquer sinalização
das vias. Ou seja, é realizada gestão do tráfego, apenas, no centro da cidade.

A concentração do uso de solo comercial e não comercial no centro da cidade, torna o


parqueamento de viaturas num grande desafio, sendo este realizado nas bermas das estradas,
reduzindo a área disponível para circulação pedonal e de veículos. Este problema agrava-se devido
à presença de vendedores informais ao longo da via pública.

Não existem terminais de transporte público urbano, existindo apenas terminais de transporte
público interdistrital e interprovincial. Porém estes terminais localizam-se nos escritórios das
empresas operadoras ou em locais desprovidos de quaisquer condições para acomodar com
segurança e conforto os serviços.

c) Transporte público urbano


As linhas de transporte público urbano localizam-se maioritariamente ao longo da N1. Estas linhas
garantem a eficaz ligação dos bairros ao longo da N1 e o centro da cidade. Os bairros localizados
na periferia são pouco servidos pelos transportes públicos urbanos. Adicionalmente, a frequência
de circulação dos autocarros, de uma mesma linha, é muito baixa, excepto para as linhas com
origem e/ou destino nos bairros de Muhala expansão e Muhavire, que estão interligados por várias
linhas.

Uma característica peculiar da cidade de Nampula é a de apesar do intenso tráfego de transporte


público, existem poucas paragens de transporte público urbano preestabelecidas, o que resulta
que os passageiros embarquem e desembarquem em qualquer ponto ao longo da linha. Para além
disto, não existem vias dedicadas para transporte público urbano, o que propicia a ocorrência de
congestionamentos e aumenta a exposição dos passageiros a acidentes.

Um dos principias aspectos levantados pelos utentes de transporte público na cidade de Nampula
é a tarifação, que se apresenta com preços flexíveis, que variam de acordo com a distância e com
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 41

o volume de carga que o passageiro transporta. Isto desencoraja o uso de transporte público para
a realização de compras, que é apontado como sendo um dos principais motivos de viagens da
população da cidade.

Figura 2.2 - Foto aérea com as rotas de transportes públicos da situação actual
Fonte: CMCN sobre foto aérea Google Earth

d) Educação e Ensino Superior


O Município dispõe de 107 instituições de ensino, 83 escolas primárias, 14 escolas secundárias do
1º e 2º Ciclo e 10 do ensino superior.

A população escolar está assim distribuída: 39.230 alunos do ensino básico, distribuídos pelas
1000 salas de aulas existentes, numa relação média de 44 alunos por professor e 39 alunos por
turma; 58.401 alunos no ensino secundário distribuídos pelas 371 salas de aulas existentes, numa
relação média de 35,8 alunos por professor e 157 alunos por turma. O ensino superior conta com
23.136 estudantes.
42 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Mapa 2.5 - Mapa da rede de educação da situação actual na cidade de Nampula


Fonte: DPEC 2019 mapeamento pelo consultor

A Universidade Pedagógica conta com 8.470 estudantes, seguido do Centro de Ensino à Distância
da Universidade Católica com 3.798 estudantes e a Universidade Unilúrio com 2.760 estudantes.

e) Rede Sanitária
A Autarquia conta com 17 unidades sanitárias (US) com maternidades e farmácias públicas, a
saber: 1 Hospital Central, 1 Hospital Geral, 1 Hospital Militar, 2 Centros de Saúde (CS) do tipo A,
7 CS do tipo B, 2 CS do tipo C, 1 Centro de Saúde Mental e ainda 2 Postos de Saúde. Estas
unidades sanitárias servem uma população estimada em 788.140 habitantes distribuídas pelos
postos administrativos do município mais um posto administrativo do distrito de Nampula,
abrangendo 324 comunidades da área rural. A cobertura dos serviços de saúde caracteriza-se por
1 médico para cada 6.181 habitantes.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 43

Mapa 2.6 - Mapa da rede sanitária da situação actual na cidade de Nampula


Fonte: DPEC, mapeamento do consultor

f) Abastecimento de Água
O sistema público de abastecimento de água encontra-se sob a gestão do FIPAG, foi melhorado e
expandido em 2012 e é abastecido pela barragem situada no Rio Monapo, com uma capacidade
de armazenamento de 4.000.000m3 e de fornecimento diário entre 26.000m3 e 40.000m3. A
bombagem da água da barragem é realizada com o auxílio de 2 pontos de toma, um com 5 bombas
com capacidade nominal de 500m3/dia e outro com 4 bombas com capacidade de 320m3/h. As 2
estações de tratamento localizadas junto à barragem possuem uma capacidade de 20.000m3/dia
cada uma. A rede de distribuição cobre apenas 36% da população e tem um fornecimento médio
diário de 13h e estão estimadas perdas na operação em cerca de 6.1% e água não facturada na
ordem dos 27,7%.

A distribuição é realizada através de 3 condutas adutoras com uma capacidade total de 40.000m3
e existem 5 centros distribuidores (EB) com capacidade total de 18.650m3 localizados ao longo
das adutoras. O sistema está caracterizado por 5 zonas de fornecimento com um total de 279
fontanários e 28.946 ligações domiciliares.

g) Drenagem e Saneamento
O sistema de drenagem natural está dividido em 2 áreas distintas, nomeadamente, o PA Central
e os bairros periféricos, com 13 bacias de drenagem. No PA Central, um sistema de drenagem de
águas pluviais, constituído por sarjetas e tubagens enterradas, com baixa eficiência e capacidade
devido à falta de manutenção. Nos restantes bairros o escoamento das águas é realizado por
canais a céu aberto revestidos a betão ou pedra que despejando nos colectores do centro urbano.
44 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Em 2013 foram realizadas obras de reabilitação de 5 canais principais e da rede enterrada da


cidade cimento. Actualmente a rede é constituída por 10.460m de tubagem enterrada e 8.193m
de canais a céu aberto.

Nas áreas de assentamentos informal, a drenagem é inexistente, as vias são interrompidas por
sulcos, originados por águas pluviais e na grande maioria, estas vias tornam-se parcial ou
totalmente intransitáveis na época chuvosa, para além de constituir foco de incubação de
mosquitos e outros vectores de doenças de origem hídrica. Presentemente, as autoridades
municipais envidam esforços visando a construção de um aterro sanitário, por sinal o primeiro no
país, prevendo a deposição e tratamento adequado de resíduos sólidos urbanos, o que poderá
reverter as deficiências actuais nesta área.

O saneamento existente no PA Central é efectuado por fossas sépticas que servem os edifícios e
drenos para infiltração das águas residuais, sendo que a única tubagem enterrada existente ao
longo da Av. FPLM descarrega directamente no Rio Muhala sem qualquer tratamento. Nos
restantes bairros, praticamente, não existe um sistema de saneamento. Os sistemas de esgoto
das unidades hospitalares e industriais estão obsoletas e sem capacidade de tratamento
descarregando directamente ao sistema de drenagem de águas pluviais.

h) Electricidade
O sistema de fornecimento de electricidade para a Cidade de Nampula é garantido pela energia
eléctrica proveniente directamente da Subestação da Central Eléctrica de Cahora Bassa e é gerida
pela EDM. De acordo com os dados dos Censos de 2007 apenas 32% da população tem acesso à
electricidade e é caracterizada pela existência de frequentes ligações clandestinas.

Mapa 2.7 – Mapa de infraestruturas da situação actual


Fonte: Mapeamento do consultor com base da informação FIPAG, AIAS, EDM e fotos aéreas
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 45

O uso de energia eléctrica no sector doméstico é praticamente limitado à iluminação e alimentação


de eletrodomésticos.

A Iluminação pública é garantida apenas numa parte da via EN105 e em algumas vias primárias
dos bairros atravessados.

Os dados relativos à energia são ainda escassos, em 2012 o consumo de energia na Província de
Nampula foi de 67 MWh per capita, o que é bastante baixo quando comparado com um consumo
médio anual de 357,8 MWh por pessoa em outros países de baixa renda, sendo de destacar o uso
de outras fontes de energia, como petróleo, parafina e querosena, por uma larga maioria da
população. Nos últimos 10 anos registou-se uma considerável melhoria na extensão e fiabilidade
da rede de distribuição eléctrica, mas até à data não nos foi possível apurar elementos que nos
permitam avaliar a quantidade e qualidade da actual situação.

2.4 Principais características e problemas da actual estrutura


urbana

2.4.1 Principais características da Cidade de Nampula


A Cidade de Nampula, encravada no centro da Província de Nampula, com uma área total de
324km2, funciona por um lado como charneira do Corredor de Desenvolvimento do Norte,
partindo do Porto de Nacala e atravessando a província até ao Malawi e Província do Niassa; por
outro, é atravessada pela estrada nacional EN1 que liga Maputo a Pemba, conferindo deste modo
o papel de capital política e económica do Norte de Moçambique.

O Distrito de Nampula, incluindo a cidade, é dominada pela ocorrência de planaltos e formações


montanhosas. A planície de sopé, na qual se localiza a cidade, apresenta numerosos intervalos de
inselbergs, formando uma paisagem de relevo acidentado. O relevo da área é formado por 3
degraus que descem em escarpa do Ocidente para Oriente, sendo que a cidade se encontra
implantada no degrau mais elevado a cerca de 400 a 600m.

A sua estrutura urbana é constituída por um eixo principal Este-Oste, que atravessa a cidade, a
partir da qual se desenvolve a rede viária que tanto faz a ligação do PA Central aos restantes
postos administrativos, como a ligação da cidade com toda a região Norte.

O PA Central, constitui o centro económico, administrativo e urbano, contém uma distribuição


planeada e de desenvolvimento vertical, correspondente a um modelo de ordenamento urbano de
planta ortogonal, com largas avenidas dotadas de espaço para estacionamento e ampla reserva
para circulação pedonal, com áreas de serviços e residenciais demarcadas e nele se localiza a
maioria do equipamento público e social do município. Caracteriza-se de um modo geral como
área multifuncional, onde se pode observar uma ocupação de média densidade, sendo a área
média por habitação de 40m2 com casas até 3 quartos para além da sala de estar, cozinha e casa
de banho, com uma construção em blocos de cimento e coberturas em laje de betão, chapas
metálicas ou telhas cerâmicas, com abastecimento de energia e de água canalizada com sistema
de saneamento através de fossas sépticas. É a partir deste posto que se configuram, de forma
radial, os postos administrativos circundantes – PA Muhala, PA Muatala, PA Natikire, PA Napipine
e PA Namicopo.
46 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Os postos administrativos circundantes, são caracterizados pelos assentamentos humanos


espontâneos de alta densidade, decorrentes do êxodo rural, resultado da fixação de refugiados
moçambicanos provenientes das diversas áreas atingidas pela guerra civil, resultando numa
densificação da ocupação das unidades residenciais assim como a intensificação do uso das
infraestruturas e serviços urbanos existentes. Estes PA representam 99,3% da área do município
albergando 99.285 casas distribuídas por 12 bairros, construídas originalmente a pau a pique,
blocos de cimento ou adobe com coberturas em capim e pavimentos em terra batida ou cimento,
com uma área média de 20m2, dispõem apenas de 1 ou 2 divisões com cozinha e casa de banho
ou latrina exteriores.

A característica destas áreas informais apresenta uma malha urbana caótica e muito densa, com
vias de acesso, muitas vezes, obstruídas pela deposição de resíduos sólidos ou estreitamento das
vias; é a parcela da cidade com a maior carência de infraestruturas, com uma fraca cobertura de
abastecimento de água, de saneamento e drenagem, condição particularmente grave devido à
erosão causada fraco processo de escoamento de aguas superficiais; sendo também pobre no que
diz respeito a equipamento público e social.

2.4.2 Principais problemas da Cidade de Nampula


A análise da situação actual encontrou os seguintes como principais problemas da estrutura
urbana do Município:

› Assentamentos desordenados caracterizam grande parte das novas ocupações territoriais,


que cresce para acomodar o rápido crescimento populacional;

› Inexistência e/ou dificuldades de implementação de faixas de protecção de valas e riachos,


linhas férreas, ruas e estradas, subestações eléctricas e linhas de alta tensão, resultando na
ocupação destas áreas;

› Com a proliferação dos assentamentos humanos, verifica-se um aumento da criminalidade


urbana;

› Ausência de espaços públicos de utilização colectiva, de recreio e lazer que complementem a


função residencial nos assentamentos informais, verificando-se uma maior concentração de
serviços no PA Central;

› Exiguidade de espaços infraestruturados no foral da cidade para a expansão urbana;

› Insuficiente infraestruturação básica: sistema fraco ou praticamente inexistente de drenagem


e tratamento de águas residuais; fraco sistema de escoamento e infiltração de águas
superficiais; insuficiente iluminação nas vias públicas; sistema de recolha e deposição de
resíduos sólidos deficiente e insuficiente; lixeiras existentes no limite da sua capacidade;

› Cobertura dos Serviços de educação e saúde deficiente;

› Fraca acessibilidade condicionada pela disfunção da rede viária e do sistema de transportes;


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 47

› Fraca coordenação entre os diferentes operadores de transporte público, no que diz respeito
às políticas de tarifação aplicadas pelos diferentes operadores na cidade (CMCN, Operadores
privados e os moto táxis), para as mesmas distâncias;

› Vias de distribuição local apresentam frequentes obstruções decorrentes da construção


desordenada, cursos de água, topografia do terreno e deposição de resíduos sólidos;

› Grande volume de tráfego inadequado para o número de vias resultando em


congestionamentos e imobilização de veículos, principalmente na EN1 e Av. do Trabalho,
gerado pelos atravessamentos da linha férrea, acessos aos bairros e atravessamento do
centro da cidade. O uso de solo ao longo da N1, no troço que atravessa a cidade de Nampula,
é composto maioritariamente por comércio, em particular por comercio informal, contribuindo
para aumento de tráfego de peões na N1 e consequente redução da velocidade das viaturas;

› Inexistência de terminais de transporte público urbano e parques formais de transporte


privado;

› Redução da área de circulação devido à concentração e mercados informais ao longo das vias
principais;

› Elevada poluição ao longo da linha férrea que cruza a cidade de forma transversal;

› Poucos espaços para estacionamento público e inexistência de semáforos de sinalização


horizontal;

› Contaminação dos cursos de águas superficiais (rios e riachos) devido à descarga de águas
residuais domésticas e industriais sem prévio tratamento;

› Elevado índice de erosão decorrente de assentamentos humanos desregrados em encostas e


bermas dos rios;

› Inundações urbanas frequentes na época chuvosa, resultam em perdas de infra-estrutura;

› Gentrificação económica;

› Irregularidade fundiária;

› Recursos humanos e financeiros insuficientes para a elaboração e implementação dos


instrumentos de ordenamento territorial;

› Fraca capacidade institucional para a elaboração, implementação e monitoria de instrumentos


de ordenamento do território;

› Fraca articulação entre os diversos actores e instituições na expansão dos seus serviços
gerando entraves ao desenvolvimento urbano.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 49

2.4.3 Quadro lógico de análise dos problemas e soluções


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 51

Tabela 2.1 - Quadro Lógico de Análise de Problemas e Soluções

Situação Efeitos da Proposta


A
Situação Actual
P
Situação Proposta
P
Efeitos Positivos
N
Efeitos Negativos

DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Ocupação e Uso do Espaço Urbano
Assentamentos desordenados caracterizam a
Melhoria da qualidade do espaço urbano e
grande parte das novas ocupações requalificação gradual das áreas de da vida local
territoriais nos bairros periféricos ocupação espontânea desordenada e
melhoria das suas condições de
Ocupação consolidada de alta densidade em acessibilidade Melhoria das condições de habitabilidade
torno do PA Central nas áreas residenciais não planeadas

Maior e melhor acesso às infraestruturas


Implementação de programas de básicas
Requalificação Urbana em zonas de
Extensas áreas de ocupação não consolidada
ocupação desordenada, prevendo um Conversão de áreas não planeadas para
de baixa densidade Necessidade de cedência de espaços de
aumento de densidade, infraestruturação e áreas planeadas, eliminando
alocação de equipamentos progressiva domínio privado para acções de
gradualmente a existência de áreas requalificação
desordenadas

Requalificação do carácter de centralidade


urbana do PA Central, principalmente em
torno da Av. do Trabalho na transição para
o PA de Napipine
Concentração de serviços e equipamentos no
PA Central Criação de novas centralidades por forma a Descongestionamento do centro urbano
desafogar o centro urbano, um na "zona
triângulo" em Muhala e outra no nó da nova
via estruturante na transição de Mutauanha
para Marrere
52 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Situação Efeitos da Proposta


A
Situação Actual
P
Situação Proposta
P
Efeitos Positivos
N
Efeitos Negativos

DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Ocupação e Uso do Espaço Urbano
Reserva de espaço do domínio público para
a construção de áreas multifuncionais nas
novas centralidades e em torno das vias
Ausência de espaços públicos de utilização estruturantes Aumento do acesso a serviços e
Necessária a restrição de usos nas áreas
colectiva, de recreio e lazer que equipamentos complementares à
de reserva
complementem a função habitacional Introdução de serviços e espaços públicos habitação por parte das comunidadades
na malha urbana para complementar as
áreas residenciais

Diminuição das áreas agrícolas em


Maior oferta do parque habitacional
detrimento de novas áreas residenciais

Criação de novas áreas habitacionais Preparação das comunidades para o seu Perda de fonte nutricional e de
planeadas de média densidade para suprir a crescimento futuro com reserva de áreas rendimento pela progressiva eliminação
Crescente aumento demográfico demanda, promovendo tipologias de para a infraestrutura e equipamento de áreas agrícolas
habitação multifamiliar, anteriormente à
ocorrência da ocupação expontênea Autoridades Municipais prevêm e
conduzem a disponibilização de terra
para novas ocupações humanas de
acordo com as necessidades específicas
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 53

Situação Efeitos da Proposta


A
Situação Actual
P
Situação Proposta
P
Efeitos Positivos
N
Efeitos Negativos

DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Infraestrutura
Abastecimento de Água

Rede pública com ligação domiciliária


Melhoria das condições de acesso à água
insuficiente Reserva de espaço público para aumentar a
rede pública de distribuição, construção de
Fontanários públicos insuficientes e novos fontanários e ligações domiciliárias Redução das distâncias percorridas para Necessidade de cedência de espaços de
inoperacionais acesso à água domínio privado para a implantação de
rede de distribuição e equipamento
Reserva de espaço público para a
Insuficiente disponibilidade de água nos Aumento da disponibilidade de água
implementação de nova barragem no Rio
actuais pontos de captação utilizados necessária para cobrir o progressivo
Monapo e respectivas estações de
(Barragem) aumento da população
tratamento

Drenagem de águas residuais e pluviais

Produção do Plano Estratégico de


A rede pública de drenagem de águas
Saneamento do Município da Cidade de
residuais é praticamente inexistente
Nampula
Reserva de espaço público para a
Descarga de águas residuais sem tratamento
implementação de rede de recolha de águas
directamente no Rio Muhala
residuais e respectiva(s) ETAR

Inexistência de sistema de saneamento nas Melhoria das condições de saúde pública


áreas não consolidadas e da qualidade dos efluentes que se
infiltram no solo
Unidades hospitalares e industriais sem
sistema de esgoto e com ligações ao sistema Necessidade de cedência de espaços de
de drenagem de águas pluviais domínio privado para a implantação de
Reserva de espaço público para a
redes de drenagem de águas residuais e
implementação de equipamentos de
Sistema de recolha de águas pluviais do PA pluviais, assim como do equipamento a
interesse público
Central, através de sarjetas e tubagens elas complementares
enterradas, está degradado

Áreas não consolidadas com drenagem das


garantia de escorrimento superficial e
águas pluviais realizada através de canais a
infiltração de águas superficiais
céu aberto
Desobstrução de linhas de água e
Inundações urbanas frequentes devido à falta manutenção de índices apropriados redução do risco de erosão e inundação
de sistemas de drenagem de águas pluviais permeabilidade e infiltração de água no solo
das vias públicas Recuperação de vegetação ciliar para o Redução da erosão do solo por lavagem e
apoio da contenção ade solos redução da velocidade das águas
54 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Situação Efeitos da Proposta


A
Situação Actual
P
Situação Proposta
P
Efeitos Positivos
N
Efeitos Negativos

DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Infraestrutura
Energia

A rede eléctrica abrange quase todas Definição, planeamento e crescimento da


unidades comunais contudo a qualidade da rede em termos de distribuição e fiabilidade
energia fornecida é baixa de energia Melhoria das condições de acesso e
qualidade de energia fornecida
Predominância de ligações clandestinas Reserva de espaço de domínio privado para
a criação de novas infraestruturas

Provisão de espaços, nas caixas de ruas,


independente da sua hierarquia, para a
Iluminação nas vias públicas é insuficiente Aumento da segurança nas vias públicas
implementação gradual postes de
iluminação pública

Gestão de Resíduos Sólidos

Produção de um Plano Integrado de


Melhoria das condições de habitabilidade
Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos
das comunidades
Elevado índice de deposição de resíduos para a Cidade de Nampula
sólidos na via pública Reserva de espaço público para a Melhoria das condições de
implantação de serviços e equipamentos de transitabilidade das vias nos interiores
deposição, recolha e tratamento de RSU dos bairros Necessidade de cedência de espaços de
Não existem acções de reciclagem realizadas Reserva de área para a criação de domínio privado para a implantação de
Criação de uma cadeia de valor baseada
pelas instituições públicas ao nível do infraestruturas de reciclagem e reutilização redes de drenagem de águas residuais e
na reciclagem e reutilização de RSU
Município de resíduos sólidos urbanos pluviais, assim como do equipamento a
elas complementares
Melhoria da saúde pública e redução da
Reserva de espaço de domínio público e/ou poluição do ambiente
Lixeiras no limite da sua capacidade e sem
privado para a criação de novo aterro
vedação
sanitário Redução dos riscos de contaminação de
águas superfíciais e de lencois freáticos
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 55

Situação Efeitos da Proposta


A
Situação Actual
P
Situação Proposta
P
Efeitos Positivos
N
Efeitos Negativos

DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Acessibilidade, Mobilidade e Transporte
Incremento de tráfego de veículos no
Vias não consolidadas no interior dos bairros, Todas as parcelas com acesso à estrada,
Consolidação gradual da rede viária de interior dos bairros, sendo necessária a
de estrutura orgânica, informal e condição fundamental para a posterior
acesso às áreas não consolidadas adopção de dispositivos especiais de
maioritariamente pedonal atribuição dos respectivos DUATs
protecção dos peões

Rede viária de piso inapropriado e sem


Consolidação e pavimentação da rede viária
drenagem, tornando-se parcial ou totalmente Garantir a acessibilidade a áreas
de acesso a todos os bairros
intransitáveis na época chuvosa acutalmente inacessível e melhoria das
condições de mobilidade em locais já
Rede viária obstruída por cursos de água, acessíveis
Hierarquização e estruturação da rede
topografia do terreno e deposição de
viária de acesso a todos os bairros
resíduos sólidos
Reserva de espaço público para a criação Desobstrução das vias principais e
Estacionamento público insuficiente Necessidade de cedência de espaços de
de estacionamento secundárias
uso privado para garantir acessibilidade
universal dentro da malha urbana
Sistema de transporte público urbano Produção de um Plano Integrado de
ineficiente caracterizado pela existência de Mobilidade Urbana para a Cidade de
transportes colectivos informais e ilegais Nampula
Melhoria nas condições de acesso aos
transportes públicos e criação de
Reserva de espaço do domínio privado para oportunidades de negócio
Terminais rodoviárias insuficientes e sem a criação de terminais rodoviárias em cada
infraestrutura PA situados próximos aos novos nós viários
estruturantes propostos
56 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Situação Efeitos da Proposta


A
Situação Actual
P
Situação Proposta
P
Efeitos Positivos
N
Efeitos Negativos

DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Acessibilidade, Mobilidade e Transporte
Requalificação da Rua de Marrere, no PA de
Natikire, adoptando o carácter de via
estruturante, fazendo a ligação da nova
Congestionamento e tráfego, principalmente circular, a sul, ao PA de Napipine
na EN1 e Av. do Trabalho, gerado pelos Reserva de espaço público para a
atravessamentos da linha férrea, acessos criação de nova via estruturante, a
aos bairros e atravessamento do centro da Norte, que faz a ligação dos PA´s de Descongestionamento do centro da cidade
Napipine e Namicopo e consitui um bypass Topografia acidentada e atravessamento
cidade e melhoria na acessibilidade dos
Norte à passagem de tráfego pesado pelo de rios e cursos de água
restantes bairros
Congestionamento nos principais nós centro da cidade
Reserva de espaço público para a
Tráfego pesado no interior da cidade criação de nova via estruturante, a Sul,
que faz a ligação dos PA´s da Muhala,
Muatala e Natikire evitando o
atravessamento do PA Central

Melhoria das condições urbanas através


Reordenamento do intenso tráfego do desvio de tráfego pesado do centro da
rodoviário e ferroviário de modo a aliviar ocidade
congestionamento e passagem de camiões Melhoria das condições de
e composições ferroviárias de grandes transitabilidade de trágego pesado
dimensões pelo centro da cidade (ferroviário e rodoviário) através da
utilização dos novos eixos viários
estruturantes
A cidade é atravessada pelo intenso e pesado Reserva de espaço público de restrição O desvio da rota do carvão do centro da Necessidade de cedência de espaços de
tráfego (rodoviário e ferroviário) do Corredor total de uso, a Norte, nos PA's de cidade, permitirá uma melhoria das uso privado para garantir acessibilidade
de Desenvolvimento do Norte Namicopo e Napipine, para a futura condições de mobilidade, uma vez que universal dentro da malha urbana
implementação de um novo troço de linha deixam de haver interrupções de longa
férrea dedicada ao transporte de carvão duração aquando da passagem das longas
pelo Corredor de Desenvolvimento do Norte composições que transportam o carvão

Reforço do papel da linha férrea existente


na mobilidade urbana, dedicando-a apenas Reforço da importância da cidade como
ao transporte de passageiros e pequenas centro logístico e comercial da região
mercadorias
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 57

Situação Efeitos da Proposta


A
Situação Actual
P
Situação Proposta
P
Efeitos Positivos
N
Efeitos Negativos

DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Estrutura Ecológica e Resiliência Urbana
Reserva de espaço urbano para a criação
Inexistência de áreas verdes públicas de praças, jardins implementação de
arborização em vias públicas Melhoria da qualidade da paisagem e
preservação da natureza
Ocupação humana desordenada em áreas de
Implementação das restrições ao uso da
pretecção em volta e sobre os inselbergs
terra nas faixas de protecção e em zonas
de protecção permanentes confome IOT já
estabelecidos
Ocupação de zonas de protecção
Criação de zonas tampão para proteção das Diminuição da vulnerabilidade das
áreas de sensíveis e para transição de usos comunidades e das infraestruturas
urbanas Necessidade de cedência de espaços de
Elevado índice de erosão nos assentamentos uso privado para garantir acessibilidade
desordenados principalmente nas encostas e Implementação das restrições ao uso da universal dentro da malha urbana
bermas dos cursos de água terra nas faixas de protecção e em zonas
Contaminação dos cursos superficiais, rios e de protecção permanentes confome IOT já
riachos devido à falta de tratamento das estabelecidos
águas residuais domésticas e industriais

Produção de um Plano para Gestão e


Controle da Estrutura Ecológica da Redução do risco de erosão e inundação
Áreas de inundação em zonas consolidadas e Cidade de Nampula
não consolidadas
Implementação efectiva das restrições ao
uso da terra nas zonas inundáveis
58 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Situação Efeitos da Proposta


A
Situação Actual
P
Situação Proposta
P
Efeitos Positivos
N
Efeitos Negativos

DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO
Agricultura

Promoção da autonomia e criação de


fonte de rendimento para as comunidades

Definição de áreas de reserva para Criação de um sistema transversal a


produção agrícola e actividades associadas, todas as actividades económicas -
Pressão imobiliária sobre as áreas agrícolas na cintura da cidade próximo dos limites do agricultura urbana, indústria e comércio - limitação das áreas de expansão urbana
município, funcionando com zona de aumentando a capacidade de subsistência
transição entre o urbano e rural da cidade

Disponibilidade de solo para a actividade


e proximidade de serviços de apoio

Indústria
Estabelecimento de actividades locais
integração da pequena indústria promovendo a autonomia e fonte de Necessidade de cedência de espaços de
O sector industrial não tem desenvolvimento rendimento às comunidades
(compatível com a habitação) junto aos domínio privado para a implantação de
substancial
assentamentos humanos Diversidade do tecido urbano e maior equipamento
acessibilidade aos serviços

Consolidação da importância da Cidade


de Nampula como centro logístico e
Desenvolvimento de eixo Este-Oeste, no comercial na região Norte
limitação das áreas de expansão urbana
que diz respeito à linha férrea e via
A cidade é atravessada pelo Corredor de de modo a garantir áreas de produção
estruturante anexa, garantindo a Do ponto de vista económico a
Desenvolvimento do Norte agrícola, cada vez mais estruturadas para
implementação de zonas industriais e de realocação da linha férrea para fora dos
abastecer a cidade
armazenamento ao longo da via limites dos assentamentos humanos, é
vantajoso para o escoamento do carvão
vindo de moatize.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 59

Situação Efeitos da Proposta


A
Situação Actual
P
Situação Proposta
P
Efeitos Positivos
N
Efeitos Negativos

DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO
Comércio

Falta de serviços complementares às áreas Criação áreas multifuncionais ao longo das Melhoria da condição de acessibilidade
residenciais vias estruturantes aos serviços e comércio
Necessidade de cedência de espaços de
domínio privado para a implantação de
Consolidação da importância da Cidade equipamento
Concentração do comércio formal no PA
Criação de novas centralidades de Nampula como centro logístico e
Central
comercial na região Norte

Propagação desregrada de mercados Redução das distâncias percorridas para


Reserva de espaço para criação de novos
informais nos assentamentos não acesso a produtos de primeira limitação das áreas de expansão urbana
mercados e requalificação dos existentes
consolidados necessidade

Serviços e Equipamentos de Utilidade Pública


Falta de serviços complementares às áreas
residenciais
Grande concentração de serviços no PA
reserva de espaço público para a Melhoria na qualidade de vida urbana Necessidade de cedência de espaços de
Central e arredores
implantação de equipamentos e serviços com melhor acessibilidade a serviços e domínio privado para a implantação de
Fraca disponibilidade de praças e jardins em todos PA´s equipamentos públicos equipamento
públicos
Os cemitérios estão no limite da sua
capacidade
60 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Situação Efeitos da Proposta


A
Situação Actual
P
Situação Proposta
P
Efeitos Positivos
N
Efeitos Negativos

DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO
Capacidade Institucional

Fraca capacidade para produção, divulgação, Aumento do quadro técnico e formação e


implementação e monitoria dos Instrumentos capacitação do pessoal na apropriação,
de Ordenamento Territorial decorrente do interpretação, divulgação e implementação
número de quadros qualificados, assim como dos IOT, com cada vez menor dependência
do deficiente quadro jurídico-legal de consultorias externas
melhoria da capacidade de
implementação e gestão dos processos
de melhoria urbana
Criação de ferramentas e processos
internos da administração e
Fraca comunicação entre as diversas
compatibilização dos sistemas com os
entidades e prestadores de serviços
diversos intervenientes na gestão e
implementação das infraestruturas urbanas

Reforço da capacidade institucional através


Falta de recursos financeiros e receitas da geração de receitas próprias através do
próprias para a implementação dos alargamento da base tributária e aumento do orçamento para gestão do
programas e projectos de ordenamento desenvolvimento das actividades território
territorial económicas, principalmente no que diz
respeito à indústria e comércio

Atribuição de DUAT´s através de operações


Falta de segurança em relação à ocupação do
de regularização fundiária e de aumento da inclusão socio-territorial
talhão
requalificação urbana
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 61

2.4.4 Constrangimentos, Ameaças e Oportunidades para o


desenvolvimento urbano da Cidade de Nampula
Como oportunidades:

› Elo de ligação para as diversas regiões do país;

› Disponibilidade de espaços para a criação de novas áreas de expansão;

› Possibilidade de definição de uma nova rede viária que faça a ligação de todos os bairros
libertando o centro da cidade do intenso tráfego de veículos;

› A estrutura orgânica das vias de acesso em áreas não consolidadas representam potencial para
criação de um ambiente urbano único e intrínseco ao local;

› Disponibilidade de terras produtivas na cintura da cidade com potencial para a mitigação dos
efeitos da pobreza urbana através da agricultura urbana, aproximando as comunidades dos
centros de produção e aumentando a produtividade das áreas agrícolas, sob os pontos de vista
de reforço nutricional das comunidades, complemento financeiro às comunidades de baixa
renda e encurtamento das distâncias pra abastecimento do mercado local;

› Potencial para se transformar num entreposto comercial e logístico vital e polo administrativo,
devido à sua localização estratégica das ligações Norte-Sul e Este-Oeste;

› Existência de Planos Parciais de Urbanização para todos os PA (excepto o Central) e de Planos


de Pormenor para alguns bairros da cidade;

› Existência de projectos técnicos para melhoria da condição de abastecimento de água,


saneamento e drenagem que aguardam disponibilidade financeira para sua implementação.

Como grandes constrangimentos ao desenvolvimento urbano podemos considerar:

› Grande densidade de ocupação em torno do PA Central;

› Degradação das infraestruturas resulta no aumento dos custos de produção e transporte


agrícola contribuindo para um fraco aproveitamento do potencial agrícola e produtivo;

› Encerramento de unidades industriais de grande dimensão e relevância para a província,


tornando o sector industrial pouco expressivo na economia local;

› Recursos financeiros escassos para a realização de operações urbanísticas;

› Fraca capacidade institucional para produção, implementação e monitoria de instrumentos de


gestão territorial;

› Fraca articulação entre os diversos actores e instituições na expansão dos seus serviços gerando
entraves ao desenvolvimento urbano.
62 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Como ameaças:

› Proliferação de assentamentos informais causará a degradação progressiva da qualidade de


vida das populações e aumentará consideravelmente os riscos para a saúde pública;

› O crescente aumento demográfico e consequente aumento de assentamentos informais resulta


na insegurança na posse de terra e conflitos de terra;

› Crescimento demográfico acelerado sem acompanhamento do investimento necessário em


infraestruturas urbanas adequadas;

› A requalificação dos assentamentos informais poderá implicar o reassentamento de parte da


população, em novas áreas de expansão, afastando-as do centro urbano onde actualmente
existe maior concentração de serviços e equipamentos públicos;

› Processo acelerado de contaminação e degradação ambiental da cidade devido à falta de


infraestruturas de saneamento;

› Incapacidade da cidade de aumentar a sua resiliência contra os efeitos das mudanças


climáticas, particularmente no que toca a ciclones e chuvas intensas;

› A erosão ameaça a integridade de várias infraestruturais da cidade;

› Incapacidade institucional na reserva de áreas de uso restrito ou na restrição total de uso;

› Fraca manutenção e utilização inadequada dos equipamentos, serviços e infraestruturas


existentes;

› Capacidade de resposta da Autarquia limitada face à pressão de imigração de populações vindas


dos distritos.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 63

3 OS CENÁRIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA


CIDADE

3.1 Considerações Preliminares


A definição de Cenários de Desenvolvimento tem por objectivo a identificação de actividades em
curso e de desenvolvimento futuro que tenham influência sobre a proposta de Uso do Solo a definir
pelo Plano.

Convém recordar que o presente PEUCN, tem um horizonte temporal de 10 anos e que deverá ser
continuamente monitorada a sua implementação e a sua adequação às dinâmicas de
desenvolvimento e de evolução urbanas, ou ao surgimento de novas premissas.

O Uso do Solo a propor pelo presente plano é o resultado do cruzamento de estudos e documentos
estratégicos a nível nacional, provincial, distrital e local, bem como a interacção com as autoridades
municipais, que conduziram à percepção da visão estratégica para o desenvolvimento da autarquia
nos próximos 10 anos de vigência do Plano.

A visão de Desenvolvimento do PEUCN foi baseada no cruzamento estratégico de desenvolvimento


a vários níveis, nomeadamente a nível central e local (provincial e autárquico).

3.2 A Visão a Nível Central


A visão preliminar do Plano foi baseada no estudo e análise da visão sectorial das áreas que se
seguem:

› Território e Assentamentos Humanos;

› Biodiversidade e Conservação;

› Recursos Hídricos;

› Abastecimento de Água e Saneamento;

› Mobilidade, Acessibilidade e Transporte;

› Agricultura e Pecuária;
64 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

› Indústria;

› Turismo;

› Educação;

› Saúde; e

› Energia.

Relativamente ao desenvolvimento espacial da cidade, uso da terra, desenvolvimento


urbano, assentamentos humanos, ambiente construído e ambiente natural, a visão se
resume em:

“Estabelecer uma estratégia de desenvolvimento de assentamentos humanos


sustentáveis através de planeamento e ordenamento territorial definindo zonas
de assentamentos humanos, serviços, recreação e actividades produtivas,
áreas de conservação e espaços verdes; servidas por uma rede de
infraestruturas e serviços, assegurando que o valor ecológico, socioeconómico
e cultural da biodiversidade contribua directamente para a melhoria da
qualidade de vida das comunidades, derivado de uma gestão integrada de
conservação e utilização justa e equitativa”

“Garantir integralmente o respeito das faixas de protecção definidas (rede


rodoviária, rede ferroviária, alimentação eléctrica, abastecimento de água,
cursos de água, rios, nascentes de água, áreas de alta declividade)”

“Garantir protecção dos locais ambientalmente sensíveis e o uso sustentável


dos recursos naturais e propor medidas de protecção ambiental e travagem da
degradação ambiental urbana”
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 65

Sobre desenvolvimento socioeconómico e actividades humanas

“Desenvolver actividades socio económicas em equilíbrio com a natureza e


respeito pela sua biodiversidade, onde a exploração dos recursos naturais
garanta a segurança alimentar e nutricional e o desenvolvimento económico de
forma sustentável.”

3.3 A Visão de Desenvolvimento a Nível Provincial


A visão para a gestão territorial para a província da Nampula resume-se em:

› Estabelecer a coerência e complementaridade na utilização das diversas parcelas do território


da província, como forma de assegurar a planificação de projectos de desenvolvimento
regional;

“Permitir o acesso seguro à terra e outros recursos naturais pelas comunidades


locais;”

› Proporcionar condições financeiras necessárias para a implantação de equipamentos e outras


medidas de preservação;

› Tornar a província de Nampula, até o ano de 2034, um corredor de serviços e logística de


referência nacional, através do melhoramento e expansão de redes e infraestruturas de
escoamento de produtos agrícolas e de recursos minerais;

› Produção de alimentos para atingir autossuficiência e segurança alimentar;

› Desenvolver e disseminar tecnologias que permitam o uso sustentável dos recursos naturais
(terra, água, florestas e fauna);

“Criação de eixos de desenvolvimento industrial tendo em vista o


desenvolvimento infraestrutural rural e urbano e desenvolvimento integrado
com foco no eixo do Corredor de Nacala no que diz respeito à indústria, logística
e transporte, exploração mineira, desenvolvimento agroindustrial e de
desenvolvimento urbano”

› Aplicação rigorosa dos estudos de impacto ambiental;


66 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

› Racionalizar a extracção de minerais para apoiar a industrialização local e nacional;

› Promoção de instalação de indústrias de processamento de madeira e aumento da capacidade


das serrações existentes;

› Estimular a identificação e uso de fontes alternativas de energia baseando-se nos recursos


naturais disponíveis;

› Expandir a rede de energia elétrica às zonas desprovidas deste serviço;

› Incentivar o ordenamento territorial a todos níveis e a provisão de infraestruturas urbanas e


rurais básicas de forma a melhorar a constituição das malhas urbanas nas vilas e cidades da
província;

› Construir infraestruturas destinadas ao apoio à produção agrícola e industrial, como barragens,


diques, represas, açudes, tanques entre outras;

› Construir e fazer manutenção permanente das vias de acesso, pontes e pontecas, permitindo
uma ligação eficaz a nível nacional, regional e internacional, principalmente para o escoamento
da produção local;

› Harmonização das acções governamentais com as do sector privado para assegurar os usos
sustentáveis dos recursos existentes;

› Fortalecimento do capital humano;

› Implementação efectiva das políticas ambientais para minimizar os problemas e potenciar


ganhos ambientais;

› Gestão sustentável de resíduos sólidos;

› Redução da vulnerabilidade aos efeitos das mudanças climáticas decorrentes do aquecimento


global;

› Promover a distribuição das infraestruturas de modo a minimizar a degradação ambiental e


desequilíbrio social.

3.4 A Visão de Desenvolvimento a Nível Local (Municipal)


Do estudo dos diversos documentos e planos destacamos como mais relevantes, para o PEUCN as
seguintes orientações:

No que diz respeito ao Desenvolvimento Territorial:

“Reordenamento das construções em áreas de assentamentos desordenados”


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 67

› Regularização Fundiária (atribuição de DUAT);

› Estabelecimento de novos centos urbanos baseando-se na actual dinâmica de construções;

› Arborização das vias;

› Localização de áreas para desenvolvimento de obras de contenção de erosão;

› Identificação de áreas para a criação de zonas tampão para protecção das áreas de sensíveis;

› Identificação de áreas para a criação de jardins e praças nas zonas a reordenar e nas novas
áreas de expansão;

› Estabelecimento de elementos de controle das faixas de protecção dos elementos paisagísticos.

No que diz respeito ao Território, Assentamentos Humanos e Habitação:

› Criação de novas áreas de expansão habitacional;

› Identificar áreas para a promoção da habitação plurifamiliar;

› Definição de parâmetros urbanísticos as novas construções.

No que diz respeito à Economia:

› Estabelecimento de áreas para o fomento de Indústrias locais compatíveis com habitação nas
novas áreas a serem criadas;

› Definição de uma área para empreendimentos Industriais tendo em conta o escoamento de


produtos e matérias primas;

› Melhoramento e estruturação da rede de mercados existentes;

› Identificação de áreas para a criação de Novos mercados nas áreas de expansão;

› Estabelecimento de estratégias para a integração da actividade comercial em prédios de


habitação.

No que diz respeito aos Serviços e Equipamentos:

“Previsão de espaços para novas infraestruturas que complementem a função


habitacional e diminuição da dependência com o centro da cidade”

› Integração de equipamentos públicos de utilização colectiva;

› Definição de áreas dedicadas à implementação de equipamentos especiais.


68 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

No que diz respeito ao Abastecimento de Água:

“Construção de nova barragem e equipamento de apoio necessários no Rio


Monapo, duplicação da capacidade da estação de tratamento de água existente
e aumento da capacidade de transporte das adutoras existentes”

› Identificação de corredores para a instalação do sistema de abastecimento de água potável


com ligação domiciliar principalmente nos centros urbanos;

› Identificação de corredores para o reforço da cobertura de abastecimento de água através de


construção de novas fontenárias para atingir o rácio definido pela Política Nacional de Água.

No que diz respeito ao Saneamento:

› Construção de uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) no Bairro de


Muahivire;

› Construção de novo aterro sanitário para a cidade, fora dos limites do Município.

No que diz respeito às Estradas:

“Definição de uma nova rede viária que irá ligar todos os bairros libertando o
centro da cidade do intenso tráfego de veículos atravessando o Município em
direcção a outras localidades”

› Criação de uma circunvalação interligando os centros urbanos nos bairros;

› Hierarquização da rede viária (principal, secundária, local, ciclovia e pedonal);

› Redimensionamento e requalificação de vias e percursos pedonais;

› Criação de áreas de estacionamento público.

3.5 Principais Vectores de Desenvolvimento Territorial


As recomendações emanadas pelos diversos documentos, políticas, estratégias e planos existentes
e pelo RELATÓRIO DE DIAGNOSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL apontam como os principais
vectores de desenvolvimento local os seguintes:

3.5.1 Agricultura
A agricultura é a principal actividade da população residente e a sua, fonte de subsistência e garante
da dieta alimentar.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 69

3.5.2 Acessibilidade e Mobilidade Urbana


A acessibilidade e a mobilidade urbana têm a capacidade para maximizar o potencial da cidade como
polo logístico regional.

3.5.3 Actividade Industrial, Comercial e Logística


A cidade tem a função de centro comercial e administrativo da região norte, devido ao facto de ser
atravessada por eixos rodoviários e ferroviários com o potencial de gerar postos de trabalho.

3.5.4 Turismo Corporativo


O Turismo é uma actividade económica estratégica, com potencialidade para criar inúmeras
oportunidades de negócio, com o envolvimento da comunidade. O facto de Nampula ser centro
logístico impulsiona o desenvolvimento do turismo corporativo.

3.5.5 Restauro e conservação ambiental


O compromisso com a preservação do ambiente para além de inalienável para a sustentabilidade
do território é também assumido pelo país em inúmeros tratados regionais e internacionais.

3.6 A Visão do Desenvolvimento Territorial do Plano


O estabelecimento da visão do desenvolvimento territorial do Plano, assenta sobre os seguintes
pilares:

3.6.1 O Homem e suas actividades


Desenvolver actividades económicas em equilíbrio com a natureza e respeito pela sua
biodiversidade, onde a exploração dos recursos naturais garanta, de forma sustentável, a segurança
alimentar e nutricional e o desenvolvimento económico.

3.6.2 Ambiente natural


Assegurar que o valor ecológico, socioeconómico e cultural da biodiversidade existente na área de
abrangência do PEU contribua directamente para a melhoria da qualidade de vida das comunidades,
derivado da sua gestão integrada, conservação e utilização justa e equitativa.

3.6.3 Ambiente construído


Estabelecer uma estratégia de desenvolvimento de assentamentos humanos sustentáveis através
de um planeamento e ordenamento territorial definindo zonas de assentamentos humanos, serviços,
recreação e actividades produtivas, áreas de conservação e espaços verdes; servidas por uma rede
de infraestruturas e serviços.

Os cenários de desenvolvimento da Cidade tomaram como base o postulado na visão


acima descrita.
70 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

3.7 Perspectivas de Desenvolvimento da Cidade de Nampula

3.7.1 A Manutenção da Situação Actual


O sector informal ganha ainda mais relevância no importante papel que já desempenha para a
sobrevivência da população e para a economia da cidade, aumentando consideravelmente nas áreas
da produção agrária, comércio e serviços de modo a, continuamente, compensar a fraqueza do
sector formal, que continuará a empregar uma parcela muito pequena da população. Para a maioria
da população, a economia se desenvolverá baseada no autoemprego, emprego sazonal e comércio
informal.

O crescimento da actividade industrial e comercial, em partes da parcela urbanizada da cidade que,


necessitando de estar nas proximidades dos eixos rodoviário e ferroviário do Corredor de
Desenvolvimento do Norte, entra em choque com as comunidades locais, que formam bairros cada
vez mais densos junto a estes eixos estruturantes

Intensifica-se a indústria extractiva de pedra em resposta à crescente demanda da actividade de


construção civil.

A expansão urbana continua a ocorrer sobre áreas de produção agrícola familiar, que, sem uma
definição clara de limites e princípios para a sua implementação, continuarão a ser empurradas para
a periferia da cidade, aumentando cada vez mais a distância entre as comunidades e as suas
machambas. Na ausência de uma prática de infraestruturação de áreas verdes urbanas, de modo a
promover a melhoria da sua produtividade, as populações que têm a agricultura urbana como única
alternativa de renda e subsistência, contudo os baixos níveis de produtividade das áreas agrícolas,
concorrem para o agravamento da pobreza urbana.

Requalifica-se e estende-se a rede escolar e de saúde, a um ritmo que não acompanha o crescimento
populacional, reduzindo a qualidade e eficiência dos serviços; desenvolvem-se cursos técnico-
profissionais associados aos principais recursos da região: extensão agrícola e piscatória, turismo,
agro-indústria, gestão, empreendedorismo.

O quadro técnico das autoridades municipais permanece inalterado, tanto a nível de formação
técnica como de disponibilidade de meios, prosseguindo no processo de elaboração de instrumentos
de ordenamento que não conseguem responder com a eficiência desejável às necessidades da
cidade.

Os IOTs seguem o mesmo regime de produção, utilizando princípios de concepção de baixa eficiência
do ponto de vista do uso e ocupação do solo, utilizando densidades desalinhadas da realidade urbana
da cidade.

Prevalece a incapacidade de implementação dos IOT, resultando numa pressão cada vez maior sobre
as infraestruturas urbanas existentes.

A fraca capacidade de controlo do uso do solo por parte das autoridades municipais, fomentam o
florescimento do mercado paralelo de terra.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 71

Apesar do crescimento exponencial da população e a expansão das áreas habitacionais, na cidade,


a debilidade na área de cadastro de terras propicia deficiências na atribuição de títulos de uso e
aproveitamento da terra e a consequente fraca cobrança da taxa fundiária, o que pauperiza a
capacidade de cobrança de receitas por parte das autoridades municipais, resultando numa
deficiente capacidade de geração de receita própria.

3.7.2 A Situação Desejada


Neste Cenário, mantêm-se presentes e fortes as características informais da economia, que para a
maioria da população se desenvolverá baseada no autoemprego, emprego sazonal e comércio
informal; mantêm-se, a agricultura, a indústria, o comércio e o turismo como principais actividades
do sector formal.

Prevalece a tendência de se alocar áreas de expansão da cidade à custa da área agrícola. Contudo,
parte da área onde se desenvolve a agricultura urbana, passa a ser devidamente estruturada,
legalizada e o seu uso devidamente classificado, controlando assim a progressiva perda de área
agrícola e dando maior segurança às comunidades quanto ao seu direito de uso da terra e sua
subsistência.

A agricultura urbana é compreendida como parte da estrutura ecológica e como uma actividade
complementar estratégica vista sob um novo olhar que indica uma melhor estruturação das áreas
agrícolas, assim como uma produção de maior eficiência, voltada para as hortícolas e criação de
animais de pequena espécie, apoiados por uma rede de extensão, que potencia as cadeias de valor,
e estruturando de forma eficiente e funcional as actividades de produção, armazenamento,
processamento e transporte.

Promovem-se as culturas familiares de rendimento para alimentar a cidade e actividade turística e


recuperam-se as culturas de alto rendimento.

Maximiza-se o potencial da Av. do Trabalho para o desenvolvimento de actividades industriais,


comerciais e de apoio logístico, relacionadas com o Corredor de Desenvolvimento do Norte.

Desenvolve-se a silvicultura para produção de madeira para lenha, carvão e construção, melhorando
desta feita o equilíbrio ecológico e redução da deflorestação.

Desenvolve-se a indústria associada à produção agro-alimentar local de pequena escala, para


acrescentar valor às culturas de rendimento e fruta.

O turismo mantém a sua característica principal, continuando ligado ao eixo de atracção turística da
Ilha de Moçambique e é reforçada a componente do turismo corporativo como estando integrando
na plataforma logística e comercial regional da qual a cidade faz parte.

As Autoridades Municipais recuperam e mantêm as faixas de protecção da linha férrea, estradas e


linhas de transmissão de energia, e conseguem reduzir as invasões de terra e a proliferação de
assentamentos informais.

As autoridades municipais mobilizam agentes económicos e captam recursos para a implementação


dos serviços e equipamentos públicos necessários para dinamizar as novas centralidades, atraindo
a população para estas novas áreas, desafogando desta feita, o centro da cidade.
72 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Requalifica-se e estende-se a rede escolar e de saúde, levando os serviços para mais próximo do
cidadão, que devido à produção e implementação de IOT têm já parcelas de terra a elas alocadas
tando nas novas áreas de expansão como em áreas consolidadas requalificadas.

Desenvolvem-se cursos técnico-profissionais associados aos principais recursos da região: extensão


agrícola, indústria, turismo, agroindústria, gestão, empreendedorismo.

As Autoridades Municipais mobilizam os fundos e capacidade técnica necessários para a


implementação e monitoria do plano, implementando o PEUCN, o PPU de Muatala, o PPU de Muhala,
ao mesmo tempo em que se desenvolvem os Planos de Pormenor para as novas centralidades
propostas e zonas a requalificar, num faseamento de acordo com as prioridades identificadas para
conseguir colmatar efectivamente com a demanda por terra decorrente do aumento da população.

Os IOTs são concebidos considerando a necessidade de uma maior eficiência no uso do solo urbano,
através da definição de densidades populacionais apropriadas a uma realidade urbana compacta,
que garanta que o crescimento acontece de forma compacta e altamente eficiente, tornando assim
mais económico o processo de infraestruturação urbana e garantindo a disponibilidade de terra para
as décadas seguintes.

O CMCN regista um aumento do quadro técnico e capacitação do pessoal, em particular nas áreas
relacionadas com a gestão do território, adequando o pessoal aos processos de ordenamento e
gestão do território, transformando-os em ferramentas e processos internos da sua administração,
com cada vez menor dependência de consultorias externas.

Garante-se que o quadro técnico esteja permanentemente junto às áreas de intervenção


acompanhando processos e tendências de ocupação do território, fazendo respeitar as orientações
dos vários IOT e assegurando que as fases de concepção, implementação, avaliação e correcção
ocorra num processo contínuo, integrado e cíclico.

Conseguem-se redirecionar investimentos públicos e privados para o desenvolvimento das áreas


junto a novas centralidades.

É reforçada a capacidade institucional com aumento de rendas próprias através do alargamento da


base tributária decorrente do crescente processo de regularização fundiária, do desenvolvimento
das várias actividades económicas, da transferência de fundos do orçamento central para o local
nas suas áreas de governação, do aumento de valor e de arrecadações dos diversos tipos de
impostos autárquicos e outras medidas captação de receitas.

3.8 Sobre a Viabilidade dos Cenários


As condições locais administrativas e financeiras, tal como já referido, são deficitárias, e nada faz
prever uma alteração brusca desta condição.

Seja como for são processos lentos de transformação, porém também nos quer parecer que, para
efeitos de plano, a condição financeira embora reduza o campo de acção não pode limitar as opções
de futuro; o plano não pode perder a sua visão.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 73

Para o prazo de vigência do plano vemos como mais prováveis duas hipóteses sobre a gestão do
desenvolvimento urbano: o cenário de continuidade da situação actual, um Município sem recursos,
e outro, em que havendo recursos, serão escassos e insuficientes para a transformação do território,
sua infraestruturação e provimento de serviços.

3.8.1 Hipótese 1 – De Continuidade, A Cidade Não Planeada


Na primeira hipótese, mantêm-se as condições actuais. O orçamento é insuficiente, o Município
continua crescendo sem uma estrutura técnico administrativa e meios financeiros para implementar
medidas de acompanhamento do crescimento nem para implementar medidas para melhoria das
actuais condições urbanas. A grande maioria das ocupações humanas continua a ser de carácter
desordenado.

Cidade de Nampula de Assentamentos Desordenados e Não Planeada

As autoridades municipais continuam a ter uma capacidade muito limitada de planear e gerir a
ocupação territorial, conseguindo produzir alguns dos componentes de planeamento necessários
para a regularização fundiária de novas áreas de expansão.

3.8.2 Hipótese 2 – A Cidade Planeada, Mas Com Pouco Recursos


Na segunda hipótese, os recursos para gestão urbana do Município aumentam, porém são ainda
insuficientes para suprir as grandes necessidades de infraestruturação; nesta condição a cidade
aposta no processo de planeamento.

O corpo técnico das Autoridades Municipais cresce em número e qualidade, que implementa medidas
de acompanhamento do crescimento da cidade, de requalificação dos assentamentos informais e na
preparação da futura infraestruturação do Município.

Nampula Como Polo Regional, De Várias Centralidades, Equipada e


Preparada para o Futuro

A cidade tem uma visão, um plano, perspectivas de desenvolvimento futuro, as regras urbanas são
claras e fazem-se cumprir as orientações dos Instrumentos de Ordenamento do Território. A cidade
cresce de forma controlada e ordenada, densifica-se e prepara-se para a futura infraestruturação.

Em nosso entender é nesta segunda hipótese que se deve equacionar o desenvolvimento


futuro do município.
74 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

3.9 Cenários para o Desenvolvimento Urbano


O desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida das comunidades locais precisam
de ser considerados como elementos fundamentais, numa perspectiva de integração regional da
Cidade de Nampula.

A cidade de Nampula encontra-se num entroncamento de vias de comunicação de importância vital


para a região, tendo por isso um papel de grande relevância como entreposto comercial e logístico.

Tem uma população residente da ordem dos 663.200 habitantes que, no período de vigência do
plano, 10 anos, a manter-se a tendência que se vem registando nos últimos anos, deverá
rapidamente verificar um crescimento da ordem dos 51%, o que representa um adicional de cerca
335.500 habitantes ou cerca de 73.000 novas famílias em 2029.

As autoridades municipais terão, portanto, de garantir um aprovisionamento de:

› Terra para acomodar áreas predominantemente residenciais para uma média de


aproximadamente 7.300 novas famílias por ano;

› Estratégias que garantam a interrupção dos processos de ocupação desordenada do território;

› Requalificação urbana dos assentamentos desordenados já consolidados;

› Terra para a implantação de serviços e equipamentos de utilidade pública de acordo com a


demanda específica com cada zona da cidade;

› Terra que permita o crescimento e desenvolvimento das actividades industrial, comercial e


logística;

› Terra para a construção e requalificação da rede de mobilidade urbana como estradas e linhas
férreas.

3.9.1 Cenário A – A Manutenção Da Situação Actual

A cidade informal cortada pela rota do Carvão


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 75

Mapa 3.1 – Esquema do Cenário A


Fonte: Mapeamento do consultor

Território e Assentamentos Humanos

Expansão urbana assenta apenas no eixo Este-Oeste, ao longo do eixo principal do Corredor de
Desenvolvimento do Norte, com um processo de densificação cada vez maior, tanto das áreas
planeadas, como das áreas de assentamentos desordenados, imediatamente anexos à área
urbanizada da cidade, num desenvolvimento radial na direcção da periferia da cidade. Não existe
uma visão ou definição de direcção clara de desenvolvimento da cidade.

As áreas de expansão seguem, na sua maioria os mesmos princípios pouco eficientes de ocupação
do território propostas para as áreas actualmente planeadas da cidade, em que, se atingem baixas
densidades populacionais e com uma baixa variação na malha urbana.

Não é possível o controle da ocupação das faixas de protecção estabelecidas (rede rodoviária, rede
ferroviária, alimentação eléctrica, abastecimento de água, cursos de água, rios, nascentes de água,
áreas de alta declividade, etc.), o que acelera o processo de degradação ambiental e aumenta os
riscos à saúde pública, segurança e acessibilidade das comunidades em assentamentos informais.

A expansão urbana continua a ocorrer à custa das áreas de produção agrícola, sem uma definição
clara de limites e princípios para a sua implementação. Estas continuarão a ser afastadas para a
periferia da cidade, aumentando cada vez mais a distância entre as comunidades e as suas
76 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

machambas e impossibilitando a infraestruturação de áreas específicas para a produção agrícola de


modo a promover a melhoria da sua produtividade. Sem alternativas para complementar a sua dieta
e o seu rendimento através da agricultura urbana, as comunidades ressentem-se de um
agravamento das consequências da pobreza urbana.

São implementados os IOT´s produzidos pelo Município, através da produção de Planos de Pormenor
com vista à materialização dos Planos Parciais de Urbanização de todos os Postos Administrativos.

As autoridades municipais não conseguem controlar o fenómeno das ocupações desordenadas, que
vão ocorrendo sobre áreas já planeadas, aumentando assim os conflitos de terra entre os munícipes
que ocupam o território de forma desordenada com aqueles detentores de DUATs.

Infraestruturas

A situação financeira não permite a melhoria da infraestruturação no seu todo, não melhorando a
condição actual e não acompanhando o crescimento da população, haverá menos disponibilidade e
baixa cobertura das redes de distribuição de água e energia, continuando por implementar os planos
de saneamento e drenagem.

As condições das infraestruturas continuam a ser melhoradas apenas nas zonas planeadas, onde
estão concentrados os serviços e equipamentos sociais tendo como consequência uma grande
pressão sobre estas, aumentando os assentamentos informais em torno do mesmo núcleo.

São implementados planos de loteamento sem a produção dos respectivos IOTs completos, fazendo
com que o desenho urbano seja limitado à simples operação de loteamento, perdendo-se a
oportunidade de conseguir integrar adequadamente as redes de infraestruturas urbanas no processo
de planeamento da cidade.

O sistema de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos continua com deficiências tanto a nível de recolha
e transporte como ao nível de deposição e tratamento, que apesar da previsão da construção de
um aterro sanitário para a cidade, não são envidados esforços nas melhorias nos sistemas de recolha
e transporte.

Mobilidade e Acessibilidade

Com a crescente densificação das ocupações que hoje verificam baixas e médias densidades, as
condições de mobilidade urbana das comunidades sofrem um agravamento significativo, piorando
as condições de acessibilidade de certas áreas devido à elevada densidade de construções e pela
falta de uma rede viária e pedonal estruturada, o que, por sua vez, aumentará ainda mais a pressão
sobre as áreas anexas ao PA Central, devido à sua proximidade de serviços e equipamentos.

Mantém-se o intenso tráfego de transporte de carvão através de grandes composições ferroviárias


que atravessam o centro da cidade.

Agravam-se as condições de mobilidade urbana da cidade, que continua a estar cortada ao meio
por longos períodos de tempo durante a passagem das composições pela cidade.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 77

O troço da linha férrea que atravessa a cidade não pode ser utilizado como complemento ao
transporte intraurbano de passageiros, mantendo a cidade depende dos sistemas de mobilidade
existes actualmente.

Estrutura Ecológica

A mancha da ocupação humana cresce para cima das zonas húmidas alagáveis, mas não são, de
forma consistente, contemplados no processo de planeamento do território, áreas alocadas à
estrutura ecológica.

Os inselbergs não são alvo de medidas específicas de preservação e recuperação e permanecem e


aumentam as construções sobre as faixas de protecção, assim como intensificam-se as actividades
de indústria extrativa.

Não se garante a reserva de terra necessária para a protecção dos cursos de água, essenciais para
a drenagem natural do solo urbano.

Agravam-se as tensões entre a as comunidades e o Corredor do Desenvolvimento do Norte devido


aos constrangimentos constantes causados pela passagem da grande quantidade de composições
de grande dimensão pela cidade, assim como pela poluição do meio causado pelas poeiras de carvão
e suas consequências para a saúde pública para as comunidades.

Resiliência Urbana

Aumentam e densificam-se os assentamentos informais em lugares inadequados, onde o risco de


inundações é elevado.

Intensificam-se os problemas de erosão nas áreas de risco ocupadas por assentamentos humanos,
ameaçando a integridade de vários sistemas infraestruturais da cidade.
78 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

3.9.2 Cenário B – Cidade livre dos Assentamentos Informais,


Descentralizada e com a Rota do Carvão Desviada do Centro da
Cidade

Mapa 3.2 – Esquema do Cenário B


Fonte: Mapeamento do consultor

Território e Assentamentos Humanos

O crescimento urbano é orientado para três novas centralidades distintas, uma no triângulo de
Muhala, outra no cruzamento junto ao novo nó viário entre os bairros de Mutauanha e Marrere, e o
terceiro na intersecção da via circular com a estrada da barragem, em Napipine. Este crescimento
acompanharia a tendência natural do crescimento da cidade ao longo da Av. das FPLM em Muhala,
da EN1 na divisória de Muatala e Natikiri e da rua da Barragem nos bairros de Napipine e Karrupeia.

As Autoridades Municipais conseguem garantir o assentamento de 7.300 novas famílias a cada


ano através de três linhas de acção claramente definidas:

› Requalificação de Áreas Planeadas de Baixa e Média Densidades – Através da promoção


da infraestruturação dos cerca de 1.500ha disponíveis em zonas planeadas de média e baixa
densidades. As Autoridades Municipais conseguem controlar a especulação imobiliária e
acelerar a velocidade da densificação através do rigor no cumprimento das disposições dos
DUAT ou através da aplicação de impostos progressivos;
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 79

› Requalificação de Áreas Não Planeadas de Alta e Média Densidades – Através da


promoção da infraestruturação e regularização fundiária dos cerca de 4.215ha disponíveis em
zonas não planeadas de alta e média densidades. Nos próximos 10 anos de vigência do plano,
não se prevê que sejam alteradas as densidades destas áreas;

› Requalificação e densificação de Áreas Não Planeadas de Baixa densidade – Através


da produção e implementação dos Planos de Pormenor de cerca de 3.940ha de áreas de
ocupação recente e em expansão garantido de uma forma inclusiva e participativa,
simultaneamente, a regularização fundiária dos actuais membros das comunidades (e
consequente alargamento da base tributária), e o assentamento ordenado de novas famílias,
através da densificação da ocupação humana;

› Ocupação de Novas Áreas de Expansão – Através da produção e implementação dos Planos


de Pormenor para cerca de 2.270ha de novas áreas de expansão nas novas centralidades
(Muhala e Muatala) e ao longo da nova circular, garantido através da implementação destes o
assentamento ordenado de novas famílias, para além da necessária alocação de terra para a
construção do equipamento necessário para dinamização destas novas centralidades.

Junto às novas vias arteriais é promovida uma ocupação do solo com características multifuncionais
com edifícios de tipologia mista de alta densidade de modo a dotar o espaço urbano de uma
variedade de serviços e equipamentos que dinamizam a vida quotidiana das comunidades em volta
das novas centralidades, aumentando assim a sua independência em relação ao centro da cidade.

Ao longo da Av. do Trabalho e da EN13 é promovida uma ocupação do solo para fins industriais,
comerciais e de apoio logístico de forma a maximizar o seu potencial tirando partido da sua
proximidade à EN1 e à linha férrea.

Cria-se uma cintura verde de uso restrito para a práctica de Agricultura Familiar e Agricultura
estruturada, em toda a periferia da cidade. A terra é devidamente estruturada de modo a assegurar
os Direitos de Uso e Aproveitamento da Terra tanto às comunidades como aos agentes económicos,
permitindo a sua gradual melhoria infraestrutural direcionada para o seu potencial de produção
agrícola.

São reassentadas as famílias em áreas de risco, faixas de protecção de infraestruturas urbanas,


áreas de protecção parcial ou permanente.

Infraestrutura

Garante-se o aprovisionamento de terra tanto para a futura implementação das redes de


infraestrutura urbana necessárias, assim como das suas respectivas faixas de protecção, nas quais
será realizada uma ocupação do solo com elementos da estrutura ecológica da cidade.

É promovida a gradual e continua melhoria das condições de infraestruturação e distribuição de


serviços para garantir o seu acesso universal; sendo reforçada a capacidade de abastecimento e
distribuição de água para acompanhar o crescimento das necessidades e melhorar a condição actual;
acontecendo em simultâneo uma implementação gradual do plano estratégico de saneamento,
melhorando as condições de drenagem de aguas pluviais e saneamento, com a introdução de
infraestruturas de drenagem nos bairros já consolidados.
80 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Expande-se a rede de energia aumentando a taxa de cobertura e fiabilidade. É promovida e


melhorada a oferta de fontes de energia alternativa, como a solar e biomassa de forma sustentável.

Produz-se o plano director de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (GRSU), avaliando as


necessidades efectivas para a implementação integrada de GRSU e que contemple uma revisão do
sistema de transporte e deposição.

Mobilidade e Acessibilidade

O centro da cidade de Nampula passa por um processo de alívio de tráfego, maximizando-se o


potencial da Av. do Trabalho para o desenvolvimento de actividades industriais, comerciais e de
apoio logístico, relacionadas com o Corredor de Desenvolvimento do Norte.

Respeita-se a malha urbana existente, melhorando a condição das vias internas para a circulação
pedonal, organiza-se o transporte público, hierarquizam-se as vias e criam-se locais de
estacionamento e paragem de transporte público.

São criadas áreas de reserva de uso restrito para a futura implementação de uma circular composta
por duas vias arteriais urbanas: uma via sul, que parte da EN1 e passa pelos bairros de
Namutequeliua, Muhala, Muhaivire, Muatala, Mutauanha, Marrere e Natiquire, e por outra via Norte,
que parte da EN8 e passa pelos bairros de Mutava Rex, Namicopo, Karrupeia, Napipine e
Murrapaniua.

De Cidade Cruzamento a Cidade Radial Concêntrica

A nova via arterial circular permite uma ligação entre os bairros dos cinco Postos Administrativos
independente da EN1/Av. do Trabalho, permitindo uma melhor interconexão entre os bairros destes
Postos Administrativos.

O desafogamento do tráfego pesado do centro da cidade promove uma positiva qualificação do


espaço urbano, abrindo uma série de novas oportunidades, uma vez que:

› O tráfego vindo de Maputo pela EN1, em trânsito para Lichinga não precisa de passar pelo
centro da cidade, passando, alternativamente, pelos bairros de Marrere, Natikire e vice-versa;

› O tráfego vindo de Lichinga pela EN13, em trânsito para Nacala e Pemba, não precisa de passar
pelo centro da cidade, passando, alternativamente pelos bairros de Murrapaniua, Napipine,
Karrupeia, Namicopo, Mutava Rex, e vice-versa;

› O tráfego vindo de Angoche pela N104 ou de Quinga pela estrada R686, em trânsito para Nacala
e Pemba, não precisam passar pelo centro da cidade, passando, alternativamente pelos bairros
de Muhala, Namutequeliua e vice-versa.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 81

A cidade de Nampula garante a reserva de terra necessária para a construção de um novo troço na
linha férrea Nacala-Cuamba, num bypass a Norte da Cidade, que atravessaria os PAs de Namicopo
e Napipine.

As longas composições ferroviárias responsáveis pelo transporte do carvão de Moatize para o Porto
de Nacala, assim como comboios de carga em trânsito, passam a utilizar esta rota, contornando a
cidade perifericamente e não tendo a necessidade de atravessar pelo centro da cidade, aliviando
deste modo os grandes congestionamentos actualmente causados.

Desvio da Rota do Carvão para fora do Centro da Cidade

A utilização do troço intraurbano da linha férrea, livre do pesado tráfego da rota do carvão, pode
ser requalificada de modo a servir não só o abastecimento de carga para a cidade, assim como
transporte de passageiros, integrado numa rede intermodal de transportes públicos urbanos,
podendo fazer a distribuição de passageiros por todos postos administrativos ao longo do eixo Este-
Oeste.

São previstas reservas de terra para a construção de estações ferroviárias intermodais ao longo do
trecho da linha férrea que passa pelo centro da cidade.

Estrutura Ecológica

O grande valor paisagístico dos inselbergs é valorizado. São reassentadas as comunidades que
ocupam as faixas de protecção em volta dos mesmos e é limitada a exploração da indústria
extractiva dentro da cidade sobre os inselbergs.

Garante-se a reserva de área para zonas tampão que fazem a fronteira entre as áreas industriais e
residenciais, e proíbe-se a ocupação de zonas ambientalmente sensíveis ou que representam um
risco para as comunidades.

A qualidade ambiental do centro da cidade de Nampula melhora consideravelmente sem a presença


das poeiras de carvão decorrentes do transporte do carvão na linha Nacala-Cuamba.

Resiliência Urbana

O pressuposto estabelecido da necessidade de uma pré infraestruturação de áreas industriais e


predominantemente residenciais, subentendem uma maior segurança para as comunidades da
cidade, uma vez que a estas serão alocados lotes já com infraestrutura preparada para a drenagem
de águas pluviais, conduzindo o processo de ocupação das comunidades para parcelas seguras e
reduzindo o risco das comunidades perante eventos de inundações urbanas e erosão.
82 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

3.9.3 O Cenário C – Cidade sem Assentamentos Informais,


Descentralizada e com a Manutenção da Rota do Carvão

A Cidade de Nampula livre dos assentamentos informais e atravessada


pela rota do carvão

Mapa 3.3 – Esquema do Cenário C


Fonte: Mapeamento do consultor

Território e Assentamentos Humanos

O crescimento urbano é orientando para três novas centralidades distintas, uma no triângulo de
Muhala, outra no cruzamento junto ao novo nó viário entre os bairros de Mutauanha e Marrere, e o
terceiro na intersecção da via circular com a estrada da barragem. Este crescimento acompanharia
a tendência natural do crescimento da cidade ao longo da Av. das FPLM em Muhala, da EN1 na
divisória de Muatala e Natikiri e da rua da Barragem nos bairros de Napipine e Karrupeia.

A cidade compreende-se como duas zonas distintas, uma Norte e outra a sul da linha férrea, sem
ligação e com ocupações territoriais distintas.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 83

As Autoridades Municipais conseguem garantir o assentamento de 7.300 novas famílias a cada ano
através de três linhas de acção claramente definidas:

› Requalificação de Áreas Planeadas de Baixa e Média Densidades – Através da promoção


da infraestruturação dos cerca de 1.590ha disponíveis em zonas planeadas de média e baixa
densidades. As Autoridades Municipais conseguem controlar a especulação imobiliária e
acelerar a velocidade da densificação através do rigor no cumprimento das disposições dos
DUAT ou através da aplicação de impostos progressivos;

› Requalificação de Áreas Não Planeadas de Alta e Média Densidades – Através da


promoção da infraestruturação e regularização fundiária dos cerca de 4.215ha disponíveis em
zonas não planeadas de alta e média densidades. Nos próximos 10 anos de vigência do plano,
não se prevê que sejam alteradas as densidades destas áreas;

› Requalificação e densificação de Áreas Não Planeadas de Baixa densidade – Através


da produção e implementação dos Planos de Pormenor de cerca de 3.940ha de áreas de
ocupação recente e em expansão garantido de uma forma inclusiva e participativa,
simultaneamente, a regularização fundiária dos actuais membros das comunidades (e
consequente alargamento da base tributária), e o assentamento ordenado de novas famílias,
através da densificação da ocupação humana;

› Ocupação de Novas Áreas de Expansão – Através da produção e implementação dos Planos


de Pormenor para cerca de 2150ha das novas áreas de expansão nas novas centralidades
(Muhala e Muatala) e ao longo da nova circular, garantido através da implementação destes o
assentamento ordenado de novas famílias, para além da necessária alocação de terra para a
construção do equipamento necessário para dinamização destas novas centralidades.

Junto às novas vias arteriais é promovida uma ocupação do solo com características multifuncionais
com edifícios de tipologia mista de alta densidade de modo a dotar o espaço urbano de uma
variedade de serviços e equipamentos que dinamizam a vida quotidiana das comunidades em volta
das novas centralidades, aumentando assim a sua independência em relação ao centro da cidade.

São reassentadas as famílias em áreas de risco, em faixas de segurança de infraestruturas urbanas


ou em áreas de protecção permanente.

Infraestrutura

Garante-se o aprovisionamento de terra tanto para a futura implementação das redes de


infraestrutura urbana necessárias, assim como das suas respectivas faixas de protecção, nas quais
será realizada uma ocupação do solo com elementos da estrutura ecológica da cidade.

É promovida a gradual e continua melhoria das condições de infraestruturação e distribuição de


serviços para garantir o seu acesso universal; sendo reforçada a capacidade de abastecimento e
distribuição de água para acompanhar o crescimento das necessidades e melhorar a condição actual;
acontecendo em simultâneo uma implementação gradual do plano estratégico de saneamento,
melhorando as condições de drenagem de aguas pluviais e saneamento, com a introdução de
infraestruturas de drenagem nos bairros já consolidados.
84 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Expande-se a rede de energia aumentando a taxa de cobertura e fiabilidade. É promovida e


melhorada a oferta de fontes de energia alternativa, como a solar e biomassa de forma sustentável.

Produz-se o plano director de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, avaliando as necessidades


efectivas para a implementação integrada de GRSU e que contemple uma revisão do sistema de
transporte e deposição.

Mobilidade e Acessibilidade

O centro da cidade de Nampula passa por um processo de alívio de tráfego, maximizando-se o


potencial da Av. do Trabalho para o desenvolvimento de actividades industriais, comerciais e de
apoio logístico, relacionadas com o Corredor de Desenvolvimento do Norte.

Mantém-se o intenso tráfego de transporte de carvão através de grandes composições ferroviárias


que atravessam o centro da cidade.

Agravam-se as condições de mobilidade urbana da cidade, que continua a estar cortada ao meio
por longos períodos de tempo durante a passagem das composições pela cidade.

O troço da linha férrea que atravessa a cidade não pode ser utilizado como complemento ao
transporte intraurbano de passageiros, mantendo a cidade depende dos sistemas de mobilidade
existes actualmente.

Respeita-se a malha urbana existente, melhorando a condição das vias internas para a circulação
pedonal, organiza-se o transporte público, hierarquizam-se as vias e criam-se locais de
estacionamento e paragem de transporte público.

São criadas áreas de reserva de uso restrito para a futura implementação uma circular composta
por duas artérias urbanas: uma via sul, que parte da EN1 e passa pelos bairros de Namutequeliua,
Muhala, Muhaivire, Muatala, Mutauanha, Marrere e Natiquire, e por outra via Norte, que parte da
EN8 e passa pelos bairros de Mutava Rex, Namicopo, Carrupeira, Napipine e Murrapaniua.

A nova artéria circular permite uma ligação entre os bairros dos cinco Postos Administrativos
independente da EN1/Av. do Trabalho, permitindo uma melhor interconexão entre os bairros destes
Postos Administrativos.

O desafogamento do tráfego pesado do centro da cidade promove uma melhor qualidade ambiental
do espaço urbano, abrindo uma série de novas oportunidades, uma vez que:

› O tráfego vindo no sentido de Maputo pela EN1, em trânsito para Lichinga não precisa de passar
pelo centro da cidade, passando, alternativamente, pelos bairros de Marrere, Natikire e vice-
versa;

› O tráfego vindo no sentido de Lichinga pela EN13, em trânsito para Nacala e Pemba, não precisa
de passar pelo centro da cidade, passando, alternativamente pelos bairros de Murrapaniua,
Napipine, Carrupeia, Namicopo, Mutava Rex, e vice-versa;
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 85

› O tráfego vindo no sentido de Angoche pela N104 ou de Quinga pela estrada R686, em trânsito
para Nacala e Pemba, não precisam passar pelo centro da cidade, passando, alternativamente
pelos bairros de Muhala, Namutequeliua e vice-versa.

Estrutura Ecológica

O grande valor paisagístico dos inselbergs é valorizado. São reassentadas as comunidades que
ocupam as faixas de protecção em volta dos mesmos e é limitada a exploração da indústria
extractiva dentro da cidade sobre os inselbergs.

Agravam-se as tensões entre a as comunidades e o Corredor do Desenvolvimento do Norte devido


aos constrangimentos constantes causados pela passagem da grande quantidade de composições
de grande dimensão pela cidade, assim como pela poluição do meio causado pelas poeiras de carvão
e suas consequências para a saúde pública para as comunidades.

Resiliência Urbana

O pressuposto estabelecido da necessidade de uma pré infraestruturação de áreas industriais e


predominantemente residenciais, subentendem uma maior segurança para as comunidades da
cidade, uma vez que a estas serão alocados lotes já com infraestrutura preparada para a drenagem
de águas pluviais, conduzindo o processo de ocupação das comunidades para parcelas seguras e
reduzindo o risco das comunidades perante eventos de inundações urbanas e erosão.

3.10 A Avaliação Das Opções

3.10.1 Os Critérios de Avaliação


A avaliação das opções apresentadas pelos diferentes cenários é feita através de uma matriz que
usa os principais parâmetros relacionados com o uso do território, considerados já no quadro lógico
de avaliação de problemas, que são avaliados através uma escala de valores de 1 a 5, onde 1
corresponde à pior condição e 5 à melhor. Os parâmetros de avaliação considerados foram:

Sobre o Desenvolvimento Espacial da Cidade


Avaliação das estratégias do uso da terra e de desenvolvimento urbano, assentamentos humanos,
ambiente construído e relações com o ambiente natural:

› Território e Assentamentos Humanos – Como a proposta de ordenamento do solo urbano


contribui para:

› A redução das ocupações desordenadas na cidade;

› A requalificação de áreas de assentamentos informais na cidade;

› O aumento da capacidade de a cidade aprovisionar a terra necessária para o


desenvolvimento das diversas actividades chave para o período de vigência do plano de
forma sustentável;
86 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

› A sustentabilidade do uso da terra para as gerações futuras, e a garantia de disponibilidade


de terra para desenvolvimentos futuros;

› Capacidade de garantir a evolução urbana da cidade de forma compacta e económica.

› Infraestrutura – Como a proposta de ordenamento do solo urbano contribui para:

› A capacidade de a cidade aprovisionar a terra necessária para as operações de


infraestruturação urbana, assim como as respectivas áreas de reserva previstas pelos
planos sectoriais;

› A eficiência do processo de planeamento do solo urbano de forma integrada entre as


autoridades municipais e os diversos sectores de implementação, assim como do
alinhamento dos planos de execução sectoriais com os objectivos e visão do município.

› Acessibilidade, Mobilidade e Transporte – Como a proposta de ordenamento do solo


urbano contribui para:

› A melhoria das condições de acessibilidade e mobilidade de pessoas e bens na cidade;

› A eficiência dos sistemas intermodais de transporte público da cidade;

› A disponibilidade das redes ferroviária e rodoviária de acesso às zonas chave da cidade de


modo a garantir a maximização das actividades económicas de suporte da cidade perante
a visão e objectivos da cidade.

› Estrutura Ecológica – Como a proposta de ordenamento do solo urbano contribui para:

› A preservação da estrutura ecológica natural da cidade;

› Integração de sistemas verdes passivos dentro da malha urbana;

› O aumento da capacidade de a cidade conseguir garantir, de forma passiva, os ciclos


naturais característicos da estrutura ecológica na qual está inserida.

› Resiliência Urbana – Como a proposta de ordenamento do solo urbano contribui para:

› A melhoria da resiliência da cidade contra eventos extremos decorrentes do efeito de


alterações climáticas e o aumento da segurança das comunidades.

O Desenvolvimento socioeconómico
Avaliação do impacto das estratégias de Desenvolvimento Espacial da Cidade no desenvolvimento
e potenciação dos sectores socioeconómicos da cidade:

› Actividade económicas – Como a proposta de gestão do solo urbano contribui para:

› A potenciação das actividades económicas vitais para a cidade;


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 87

› Serviços e equipamento de utilidade publica – Como a proposta de gestão do solo urbano


contribui para:

› O aprovisionamento de terra necessária para a implementação de serviços e equipamento


de utilidade pública de acordo com os objectivos e visão a médio e longo prazo do PEUCN;

› A economia no processo de implementação de serviços e equipamento de utilidade pública.

A Capacidade Institucional para o Acompanhamento do Crescimento da Cidade


› Capacidade Institucional – Em relação à proposta de gestão do solo urbano, analisa a
capacidade do município para:

› Garantir a disponibilidade de pessoal técnico em número e formação suficiente para


garantir a capacidade de produção dos IOTs necessários para o alcance da visão e
objectivos estabelecidos para a cidade;

› Garantir a disponibilidade de pessoal técnico em número e formação suficiente para


garantir a capacidade de implementação dos IOTs necessários para o alcance da visão e
objectivos estabelecidos para a cidade.

› O aumento da base de arrecadação de receitas das autoridades municipais.

› Disponibilidade financeira – Em relação à proposta de gestão do solo urbano, analisa a


capacidade do município para:

› Garantir, de forma exequível, a execução das actividades chave propostas pelo PEUCN,
dentro das capacidades financeiras do município;

› Garantir que o corpo técnico do município tem o conhecimento e formação suficientes para
utilizar os IOTs como elementos orientadores para a captação de financiamento dos
projectos previstos pelo PEUCN.
88 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Tabela 3.1 - Matriz de avaliação de Cenários

Avaliação das Opções

cenário A Cenário B Cenário C


A Manutenção da Situação Cidade sem Assentamentos Cidade sem Assentamentos
Actual Desordenados, Radial e Desordenados
Concêntrica

Nampula Cortada pela Rota


No Mesmo Rumo Desvio da Rota do Carvão
do Carvão

DESENVOLVIMENTO ESPACIAL

Território e Assentamentos Humanos 2 5 5

Infraestrutura 2 5 5

1 5 4
Acessibilidade, Mobilidade e
Transporte

Estrutura Ecológica 1 5 4

Resiliência Urbana 1 5 4

DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO

Actividades Económicas 3 5 4

3 5 5
Serviços e Equipamentos de
Utilidade Pública

CAPACIDADE INSTITUCIONAL PARA ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO DA CIDADE

Capacidade Institucional 3 4 4

Disponibilidade Financeira 2 4 4

TOTAL 18 43 38
18% 43% 38%

TOTAL
98

3.10.2 A Definição do Cenário Preferencial


Os 3 cenários apresentados são todos eles possíveis e/ou desejáveis, dependendo da perspectiva e
interesses de quem os avalie.

O Cenário A é possível implementar por ser “realista” no sentido em que é fácil manter a situação
actual. Esta posição de “deixa andar” não requer esforço técnico por parte das Autoridades
Municipais, seja para produção e implementação de planos, seja para a formação e capacitação do
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 89

pessoal técnico, sendo, portanto, muito plausível de acontecer, contudo requerer esforço financeiro,
uma vez que não apresenta soluções para aumentar a sua base tributária.

Os Cenários B e C, diferem apenas na perspectiva em que abordam a possibilidade da


implementação, ou não, de uma infraestrutura de transporte de carácter regional (neste caso o
novo troço da linha férrea para a rota do carvão). Ainda que a implementação de um projecto desta
natureza enquadre-se dentro de uma perspectiva regional que foge ao controlo municipal, será de
vital importância que a cidade de Nampula tenha clareza sobre a importância que tal projecto teria
para o desenvolvimento urbano da cidade e na qualidade de vida das suas comunidades de forma
que possa exercer a pressão necessária no sentido da sua execução.

A avaliação promove como mais favorável o Cenário B – A Cidade de Nampula sem


Assentamentos Humanos, Radial, Descentralizada e com Desvio da Rota do Carvão, pois
promove uma melhor solução sobre aspectos relacionados com a ocupação do solo urbano,
acessibilidade, mobilidade e biodiversidade e conservação, tudo relacionado com a forma como se
propõe desenvolver a Cidade de Nampula.

No que diz respeito às actividades económicas, o Cenário B apresenta uma situação muito favorável
na perspectiva que propõe uma revitalização do centro da cidade, voltando-a mais para o
desenvolvimento da sua urbanidade própria e específica, procurando libertar-se de ser uma “Cidade
Cruzamento”, voltada para as necessidades da sua população. Espera-se que a implementação
desta perspectiva seja um grande potenciador das actividades comerciais, industriais e logísticas,
motor para o desenvolvimento urbano.

Quanto à disponibilidade financeira para acompanhamento e implementação das acções de


planeamento, a proposta apresentada pelo Cenário A apresenta-se como sendo a menos económica
e que exigirá o maior esforço da capacidade institucional, no sentido em que este cenário pressupõe
uma alienação das autoridades municipais do seu papel de gestão territorial. As suas consequências
serão as mais dramáticas, tanto do ponto de vista das comunidades da cidade como para as
Autoridades Municipais, que continuarão progressivamente a perder o controle sobre o seu território.

Nampula Como Polo Regional, De Várias Centralidades, Planeada,


Inclusiva, Construída Pelos e Para os Seus Habitantes

3.11 A Síntese Do Cenário Preferencial


O cenário preferencial é aquele que uma propõe uma cidade integrada na economia da região,
planeada, apostada na maximização das potencialidades características da cidade de uma forma
sustentável.

Aposta na capacitação técnica da administração de acompanhamento dos processos de crescimento


da cidade, apostando em processos de requalificação urbana.

É um cenário que pretende ser realista do ponto de vista financeiro, equaciona, dentro do período
do plano, um desenvolvimento modesto do município, mas prepara-a para o futuro.
90 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

4 OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO PLANO DE


ESTRUTURA URBANA DA CIDADE DE NAMPULA

4.1 O Ordenamento Do Território – A Ideia Geral


Numa cidade em que os assentamentos desordenados constituem mais de três quartos da área
ocupada por assentamentos humanos, a solução proposta procura promover um processo de
requalificação urbana que seja inclusivo, e que evita ao máximo a necessidade de reassentamento,
de modo a conseguir, gradualmente, qualificar e dotar de equipamentos e infraestruturas urbanas
básicas as áreas de assentamentos espontâneos e desordenados, permitindo desta forma que as
comunidades que neles habitam melhorarem a sua qualidade de vida ao mesmo tempo em que se
preservam as dinâmicas sociais especificas de cada uma das comunidades. A melhoria e redução
dos assentamentos informais só será possível se se mantiver uma atitude abrangente em relação à
gestão do território, através da criação da capacidade de colaboração e negociação com os
residentes desses bairros, que dependem directamente das condições financeiras e institucionais.

A solução proposta promove a melhoria generalizada das condições urbanas através da interrupção
do processo de ocupação desordenada do território, garantindo a terra necessária para suprir a
demanda criada pelas cerca de 73.000 novas famílias previstas até 2029, conseguida através
da:

› Requalificação parcial (cerca de 5%) de áreas urbanizadas de baixa e média densidade, no


que diz respeito a infraestruturação;

› Requalificação parcial (cerca de 20%) das Áreas Urbanizáveis não Planeadas de alta e média
densidade, no que diz respeito a infraestruturação;

› Requalificação e densificação parcial (cerca de 50%) de Áreas Urbanizáveis Não Planeadas


de Baixa Densidade.

Propõe a potenciação e reforço da centralidade já existente ao longo da Av. do Trabalho, de


características de serviço e industrial, propondo-se também a criação de três novas
centralidades urbanas a primeira, a sul, na zona do triângulo da Muhala, a segunda, também a
Sul, outra entre os bairros de Mutauanha e Marrere, e a terceira, a Norte no cruzamento da via
circular com a rua da barragem, as duas primeiras com características mais ligadas ao apoio ao uso
residencial e multifuncional e a terceira com características de apoio à actividade da agricultura
urbana. Deste modo fomenta-se a descentralização tanto da implementação da infraestrutura
urbana no sentido espontâneo que a ocupação territorial tem verificado nos últimos 15 anos.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 91

A criação de novas centralidades pressupõe a realização de operações que garantam a


descentralização do aprovisionamento de equipamentos e serviços públicos necessários para
reduzir a pressão sobre o Posto Administrativo Central, neste sentido as autoridades municipais
terão de mobilizar os sectores público e privado para a provisão destes serviços e equipamentos
nas novas centralidades, garantindo para tal o aprovisionamento de terra necessário.

Em relação ao núcleo central da cidade a proposta pretende promover um processo de


revitalização do centro através de projectos específicos de edifícios localizados em pontos
estratégicos do centro da cidade de modo a que se promova um efeito em cadeia que garanta a
revitalização do interesse pelo retorno à ocupação do centro da cidade.

A presença histórica da cidade de Nampula no, hoje conhecido como, Corredor de


Desenvolvimento do Norte, tem consequências nefastas para a qualidade de vida dos habitantes
da cidade, que se vêm forçados a conviver diariamente com o intenso e pesado tráfego rodoviário,
e ferroviário que atravessa o centro da cidade. Neste sentido propõe-se que as autoridades
municipais garantam:

› As reservas de terra necessárias que salvaguardem a implementação futura de vias


rodoviárias estruturantes que sirvam como bybass, tanto a Norte como a Sul, do tráfego
que chega à cidade vindo de Lichinga a Noroeste, de Maputo a Sudoeste, de Angoche a Sul, ou
de Nacala a Leste, sem que este precise necessariamente de atravessar o centro da cidade.

› As reservas de terra a Norte, fora do limite municipal, para a construção de um troço


alternativo da linha férrea Nacala-Cuamba, de modo a garantir a que as grandes
composições ferroviárias que fazem a rota do carvão Moatize-Nacala, não tenham de passar
pelo centro da cidade. Esta alteração da utilização da linha férrea abre possibilidades para a
que o troço que atravessa o centro da cidade seja integrado a um sistema intermodal de
transportes públicos, que poderia ser reforçado com pelo menos um eixo de transporte
ferroviário urbano que faria uma mais eficiente distribuição da população ao longo do eixo Este-
Oeste.

Estas propostas de alteração da configuração da rede viária e ferroviária da cidade, constam já de


planos anteriores3, e são de relevante valor, uma vez que para além de promover o necessário alívio
de tráfego ao centro da cidade, servem também para fortalecer uma ligação periférica dos cinco (5)
Postos Administrativos localizados em volta do Posto Administrativo Central, em um princípio de
ligações circulares concêntricas, adequado a um desenvolvimento urbano de geometria radial,
característico da cidade de Nampula.

Para a melhoria das actuais condições de Acessibilidade, Mobilidade e Transporte torna-se


fundamental a definição de estratégias estruturadas para a implementação de sistemas intermodais
de transporte público urbano, tendo em vista a melhoria da eficiência na prestação deste serviço.

No que diz respeito à paisagem urbana, as propostas realizadas apontam para uma integração,
cada vez maior, da estrutura ecológica na malha urbana da cidade, propondo a integração dos
inúmeros conjuntos arbustivos ainda existentes, criando uma forte presença do elemento

3
Diploma Ministerial nº26/2018 - PEDEC – NACALA -Estratégia de Desenvolvimento Económico de Nacala
92 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

natural na paisagem da cidade, integrando-a num sistema de jardins e praças e espaços públicos e
privados, e estender essa presença às vias, arborizando-as com espécies indígenas.

Ainda sobre a estrutura ecológica será indispensável promover a protecção dos inselbergs,
promovendo a preservação da sua condição natural impondo restrições ao uso e construção, bem
como a criação de zonas de proteção das áreas de inundação e dos cursos de água, desobstrução
de linhas de água e manutenção de índices apropriados da capacidade de infiltração no solo. Neste
sentido a proposta prevê a definição de áreas de específicas de recuperação e preservação da
estrutura ecológica de modo a garantir-se o equilíbrio dos sistemas naturais, principalmente de
drenagem e escoamento de águas pluviais.

Considerando a agricultura como actividade de subsistência fundamental para à geração de renda


e complemento nutricional para grande parte das comunidades urbanas, sendo tanto actividade
principal como complementar, propõe-se abordar o tema da Agricultura Urbana olhando para as
necessidades efectivas das comunidades, presentes e futuras, compreendendo que a Agricultura
Urbana pode ser potenciada como dinamizadora da economia da cidade. Neste sentido propõe-se
que as áreas agrícolas deixem de ser compreendidas como áreas de produção de carácter transitório
para uma futura edificação urbana passando a ser compreendidas como áreas de produção, à
semelhança das áreas industriais, devidamente estruturadas e com uma definição clara do regime
de uso e ocupação do solo. Torna-se, portanto, necessário reservar e condicionar os regimes de e
ocupação sobre as terras agrícolas. Este controlo sobre as terras agrícolas pretende garantir a
segurança do direito de uso e ocupação da terra para actividades agrícolas por parte das
comunidades, que poderão ser tanto de carácter familiar como de carácter estruturado, garantindo
que a cidade tem um centro de produção agrícola capaz suprir a demanda da população urbana.

Sobre esta proposta, cabe ainda realçar que, ainda que fundamental, o sucesso desta proposta não
depende exclusivamente da capacidade das autoridades municipais de aprovisionarem e
condicionarem a ocupação das terras agrícolas, é fundamental que as autoridades municipais
consigam engajar os sectores agrícola, económico e sociais de modo a mobilizar a construção de
uma cadeia de valor para a produção agrícola, gerando renda e meios de subsistência para a
população urbana contribuindo para o PIB da cidade. Isto implicará o aprovisionamento de
infraestruturas de transporte, processamento, armazenagem e comercialização da produção
agrícola. Por outro lado, o foco da produção agrícola deveria transferir-se para a produção de
hortícolas em regimes que garantam uma maior eficiência e retorno para as comunidades. Deste
modo a Agricultura Urbana reforça o seu papel como mitigadora dos efeitos da pobreza urbana
para a cidade.

E por fim a nível do serviço de Administração urbana a resolução dos conflitos administrativos entre
autoridades municipais e distritais por completa separação de áreas de influência e/ou áreas de
exercício de poder, o reforço da capacidade institucional com aumento de rendas próprias, pelo
alargamento da base tributária e criatividade nos mecanismos de geração de receitas. Ao nível do
quadro técnico o seu aumento e capacitação, particularmente nas áreas relacionadas com a
gestão do território, adequando o quadro técnico aos processos de ordenamento e gestão do
território, transformando-os em ferramentas e processos internos da administração, com cada vez
menor dependência de consultorias externas.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 93

4.2 O Ordenamento do Território do Município


Como acima referido o Plano de Estrutura Urbana terá como principais linhas de actuação a
requalificação dos espaços urbanos, a densificação do uso do solo, a potenciação e criação de novas
centralidades, a melhoria das condições de mobilidade e acessibilidade dentro do município e a
proteção de áreas produtivas e ambientalmente sensíveis; que passamos a apresentar de uma
forma sintética e a sua aplicação nas principais áreas do município.

4.2.1 Posto Administrativo Central


Considera-se um polo de desenvolvimento urbano existente a reforçar e requalificar através da
potenciação e reforço da centralidade já existente.

Constitui o centro geográfico, económico, administrativo e urbano, contendo uma distribuição


planeada e de desenvolvimento vertical, onde se situam as principais infraestruturas da cidade.
Corresponde a um modelo de ordenamento urbano de planta ortogonal, estruturado em amplas
avenidas e com áreas de serviços e residenciais demarcadas.

Devido ao desvio do Corredor de Desenvolvimento do Norte para fora dos limites municipais, o
centro da cidade de Nampula deverá passar por um processo de alívio de tráfego, maximizando-se
o potencial da Av. do Trabalho para o desenvolvimento de actividades industriais, comerciais e de
apoio logístico e deverá ser previsto a reserva de espaço público para novos equipamentos.

Deverá preservar-se as densidades e características urbanas.

4.2.2 Posto Administrativo da Muhala


Considera-se um polo de desenvolvimento urbano em expansão a reforçar e requalificar através da
criação de uma nova centralidade.

Este posto apresenta a maior área com assentamentos humanos desregrados de alta, média e baixa
densidade, caracterizadas por um crescimento acentuado, sem regularização urbanística e com
carências de infraestruturas e serviços. É, contudo, o posto que apresenta mais áreas planeadas de
média e baixa densidades, principalmente, nos bairros de Namutequeliua e Muhala, identificáveis
pela regularidade e ortogonalidade do traçado de suas vias estruturantes, assim como pela definição
e regularidade dos seus lotes.

Dever-se-á promover a requalificação urbana nos assentamentos desordenados existentes, e


apostar na criação de novas áreas planeadas promovendo a densificação da ocupação do território,
principalmente nas áreas não planeadas de baixa densidade, próximo do novo polo urbano com
características mais ligadas ao apoio ao uso residencial e multifuncional.

Deverão ser implementados os planos de loteamento existentes para a zona de Nampako em


Namutequeliua, e deverão ser garantidas as reservas de terra para a implementação de áreas
multifuncionais ao longo da nova circular sul e na zona triângulo, e deverão ser promovidas áreas
industriais ao longo da EN1.

Deverá promover-se a devida protecção das linhas de água, áreas inundáveis e formações
montanhosas.
94 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Prevê-se o desvio da rota do carvão e reforço da linha férrea como transporte público intermodal, e
ainda o reforço e extensão das estradas em Muahivire entre a Rua das FLPM e a Circular Sul.

4.2.3 Posto Administrativo da Muatala


Considera-se um polo de desenvolvimento urbano a potenciar, junto à EN1 no cruzamento com a
nova circular Sul proposta.

Apresenta assentamentos informais consolidados de média e baixa densidade, sem regularização


urbanística e com carências de infraestruturas e serviços. Apresenta algumas áreas planeadas de
baixa densidade no bairro de Mutauanha identificável pela regularidade e ortogonalidade do traçado
de suas vias estruturantes, assim como pela definição e regularidade dos seus lotes.

Dever-se-á promover a requalificação urbana nos assentamentos desordenados existentes, e


apostar na criação de novas áreas planeadas promovendo a densificação da ocupação do território,
principalmente em áreas não planeadas de baixa densidade, próximo do novo polo urbano com
características mais ligadas ao apoio ao uso residencial e multifuncional, com reserva de espaço
para equipamento público.

Deverão ser implementados os planos de loteamento existentes para a zona da fábrica das cervejas
na Mutauanha, e deverão ser garantidas as reservas de terra para a implementação de áreas
multifuncionais ao longo da nova circular sul, assim como ao longo da N1.

Deverão ser reservadas áreas para cultivo agrícola do sector familiar formando uma cintura verde
e promovendo a protecção de linhas de água, áreas inundáveis e formações montanhosas.

4.2.4 Posto Administrativo de Natikiri


Considera-se um polo de desenvolvimento urbano a potenciar, junto à EN1 no cruzamento com a
nova circular Sul proposta.

Apresenta assentamentos informais consolidados de alta e média densidade, sem regularização


urbanística e com carências de infraestruturas e serviços. Apresenta algumas áreas planeadas de
baixa densidade no bairro de Natikiri identificável pela regularidade e ortogonalidade do traçado de
suas vias estruturantes, assim como pela definição e regularidade dos seus lotes.

Dever-se-á promover a requalificação urbana nos assentamentos desordenados existentes, e


apostar na criação de novas áreas planeadas promovendo a densificação da ocupação do território,
nas áreas menos densificadas, próximo do novo polo urbano com características mais ligadas ao
apoio ao uso residencial e multifuncional, com reserva de espaço para equipamento público.

Deverão ser implementados os planos de loteamento existentes Marrere Expansão II, e deverão ser
garantidas as reservas de terra para a implementação de áreas industriais ao longo da nova circular
sul, assim como ao longo da EN1 e EN13.

Deverão ser reservadas áreas para cultivo agrícola do sector familiar formando uma cintura verde
e promovendo a protecção de linhas de água, áreas inundáveis e formações montanhosas.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 95

4.2.5 Posto Administrativo de Napipine


Considera-se um polo de desenvolvimento urbano a potenciar, na Estrada da Barragens, no
cruzamento com a nova circular Norte proposta.

Apresenta assentamentos informais consolidados de alta e média densidade, sem regularização


urbanística e com carências de infraestruturas e serviços. Apresenta algumas áreas planeadas de
baixa densidade no bairro de Karrupeia identificável pela regularidade e ortogonalidade do traçado
de suas vias estruturantes, assim como pela definição e regularidade dos seus lotes.

Dever-se-á promover a requalificação urbana nos assentamentos desordenados existentes, e


apostar na criação de novas áreas planeadas promovendo a densificação da ocupação do território,
nas áreas menos densificadas, próximo do novo polo urbano com características mais ligadas ao
apoio ao uso residencial e multifuncional.

Deverão ser reservadas áreas para cultivo agrícola do sector familiar formando uma cintura verde
e promovendo a protecção de áreas inundáveis.

4.2.6 Posto Administrativo de Namicopo


O Posto Administrativo com maior área de território, podem ser encontradas as maiores áreas de
cultivo agrícola, alguns montes-lha e a infraestrutura do aeroporto, com crescimento pouco
relevante e com grande potencial para conversão das áreas agrícolas em áreas estruturadas.

Dever-se-á promover a requalificação urbana nas áreas de assentamentos informais e reserva de


espaço para equipamentos públicos.

Deverão ser reservadas áreas para cultivo agrícola do sector estruturado, pela proximidade aos
cursos de água de maior porte, formando uma cintura verde e promovendo a protecção de áreas
ambientalmente sensíveis, como linhas de água, áreas inundáveis e formações montanhosas.

Deverão ser promovidas áreas industriais ao longo da EN1 e no troço da circular Norte de apoio à
actividade agrícola estruturada e ainda a instalação de nova barragem para abastecimento de água
junto ao Rio Monapo.

4.2.7 Mobilidade e Acessibilidade


O tráfego rodoviário apresenta uma grande influência na Cidade de Nampula devido à distribuição
dos serviços concentrado ao longo da EN1 (que cruza o centro da cidade) enquanto os bairros de
maior densidade populacional desenvolvem-se de forma radial em torno do centro da cidade e
muitas vezes sem ligação com o mesmo.

O transporte público é ineficaz, e concentra-se ao longo das principais vias ligando somente os
principais bairros, abrindo espaço um sistema informal de transporte público, que em Nampula, são
as mototáxis. Estes preenchem o vazio deixado pelo sistema formal de transporte público e tem
ganho enorme afluência, concorrendo para o aumento de número de veículos nas estradas com
consequências directas no aumento de emissão de gases de efeito estufa, na redução da qualidade
de vida urbana e no aumento de registos de acidentes de viação.
96 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Assim sendo, o PEUCN pretende traçar acções concretas que visem transformar o actual sistema de
transporte num sistema ambientalmente mais sustentável.

Figura 4.1 - Principais Objectivos de intervenção Urbanística

Para a cidade de Nampula, o cenário de desenvolvimento urbano prevê o surgimento de 5 nós


principais resultantes da intersecção das vias estruturantes existentes e propostas. Prevê-se que
estas novas intersecções constituirão polos para o surgimento de novos assentamentos humanos.
Adicionalmente, a introdução de uma via circular que conecta os bairros da periferia entre si
flexibiliza o acesso ao centro da cidade e representa enorme influência na distribuição do tráfego,
tornando-o mais difuso e consequentemente com menos congestionamento.

Mapa 4.1- Resumo dos principais objectivos

Objectivo Uma cidade com um sistema de transporte sustentável


Primário

Objectivos 1.1 Que a cidade esteja dotada de um sistema de transporte público


Gerais integrado e intermodal;

1.2 Que os sistemas de mobilidade urbana contribuam positivamente


para o alcance de uma cidade ambientalmente sustentável; e

1.3 Cidade não orientada para o trânsito motorizado.

Objectivos 1.4 Promoção de um uso misto do solo;


Específicos
1.5 Massificação do uso do transporte público;

1.6 Integração do transporte motorizado rodoviário e transporte não


motorizado;

1.7 Melhoria da conectividade e acessibilidade;


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 97

1.8 Introdução de vias dedicadas para o transporte público;

1.9 Optimização da rede de transporte público;

1.10 Estabelecimento do tempo máximo de espera de transporte público


entre 10 a 20 minutos;

1.11 Promoção de parqueamento seguro e acessível;

1.12 Redução de poluição.

4.2.8 Áreas de Protecção


Constituem zonas de proteção total e parcial, para preservação do ambiente, da estrutura ecológica,
bem como para garantir as reservas públicas de terra para futura infraestruturação e construção de
equipamento público:

› Áreas de protecção parcial:

› Áreas afectas à protecção e conservação da natureza

› Zonas de protecção parcial:

› Zonas de Proteção parcial da natureza;

› Zona de servidões administrativas e restrições de utilidade pública


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 99

5 AS GRANDES OPERAÇÕES URBANÍSTICAS DO


PLANO
O grande objectivo do PEUCN é garantir a sustentabilidade da utilização do território, de modo que
as gerações seguintes possam gozar de uma melhoria constante e gradativa das condições de vida
humana, numa, cada vez mais, simbiótica relação com os processos e ciclos naturais da estrutura
ecológica.

Como ponto de partida entende-se o território da cidade de Nampula como sendo definido, finito e
que os seus limites não se alterarão. Neste sentido é necessária grande prudência na tomada de
decisões sobre como a terra é utilizada, repartida e explorada de modo a garantirmos que a
construção da cidade está alinhada com uma visão holística de construção socioeconómica, cultural
e ambiental sustentável e ambientalmente responsável.

Apresentam-se de seguida as principais operações urbanísticas que visam alcançar os objectivos do


PEUCN.

5.1 Operações Urbanísticas para as áreas Urbanizadas e


Centralidades Urbanas
As Áreas Urbanizadas e Centralidades Urbanas existentes deverão ser sujeitas a processos de
requalificação, através de Planos de Pormenor (PP), que garantam:

› A manutenção do uso actual do solo existente, multifuncional onde se verificam áreas


habitacionais com equipamentos, incluindo outras actividades, designadamente comerciais,
serviços, industriais e de armazenagem;

› A conquista, recuperação ou melhoria de espaços para o provimento com equipamento social,


buscando preencher as lacunas de instalações educacionais, sanitárias, culturais, desportivas e
de segurança pública;

› A requalificação e revitalização de áreas representativas do património histórico e arquitectónico


da cidade de Nampula, através da recuperação e readequação de edifícios ou conjuntos
arquitectónicos, em projectos que tenham o potencial para desencadear um efeito cascata na
revitalização das áreas centrais;

› A recuperação e/ou a melhoria das infraestruturas viárias, de abastecimento de água e energia


bem com as de escoamento das águas pluviais;
100 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

› O estabelecimento de parâmetros, índices e regras que deverão reger as operações urbanísticas,


tendo em consideração as indicações do Plano

› A requalificação dos espaços públicos verdes.

5.1.1 Dotação de Infraestruturas


› Pavimentação de Arruamentos com garantia de escorrimento superficial de águas pluviais;
implementação de rede pública de abastecimento e distribuição de água potável para realização
de ligações domiciliares.

› No processo de elaboração dos PP devem ser levadas a cabo negociações com as empresas
provedoras de serviços públicos de energia eléctrica e abastecimento de água para a
implementação de projectos de melhoria e expansão de serviços.

5.1.2 Dotação de equipamentos de Utilidade Pública


› Os Planos de pormenor deverão determinar os espaços que devem ser concedidos ao
Equipamento Social, especialmente quando a zona não é abrangida pela área de influência do
actual equipamento educacional, sanitário, cultural, desportivo ou de segurança.

5.1.3 Verde Urbano


› Na planificação de ações a serem implementadas nos bairros, é fundamental a previsão de áreas
destinadas a lazer e recreio bem como espaços abertos destinadas a reuniões onde a ocupação
do solo é predominantemente verde. Os PP devem considerar sempre as áreas necessárias para
o efeito.

5.2 Operações Urbanísticas de requalificação em Áreas


Urbanizáveis
As Áreas Planeadas4 devem ser sujeitas a processos de requalificação urbana, através de Planos
de Pormenor, que garantam:

› A gradual transformação dos locais com origem planificada, existentes em espaços


completamente urbanizados;

4
As áreas Urbanizáveis Planeadas e Não Planeadas aparecem mapeadas e definidas no Mapa do Uso do Solo da
Situação Actual, sobre as quais se pretende intervir por forma a transformá-las única e exclusivamente em áreas
urbanizáveis, devendo para este efeito, passar pelas operações urbanísticas indicadas acima. Entende-se então
como Áreas Urbanizáveis aquelas com edificação planificada, com regularização fundiária em talhões definidos
e delimitados, com infraestrutura por completar, onde se propõe a requalificação e prevê-se expansão urbana
através da criação de duas novas centralidades urbanas.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 101

› A recuperação ou a melhoria de espaços para o provimento com equipamento social, buscando


preencher com instalações educacionais, sanitárias, culturais, desportivas e de segurança
pública;

› O provimento com infraestruturas, particularmente as infraestruturas viárias, de abastecimento


de água e energia bem como as de escoamento das águas pluviais;

› O estabelecimento de parâmetros, índices e regras que deverão reger as operações urbanísticas,


tendo em consideração as indicações do Plano.

As Áreas Não Planeadas, que podem ser compreendidas como sendo as áreas de assentamentos
desordenados, serão sujeitas a Planos de Pormenor (PP), devendo ser orientados no sentido de
primeiro acudir e dar prioridade às áreas urbanas mais necessitadas, escolhidas através de critérios
objectivos de aferição como:

› Número de população afectada;

› População a residir em áreas de risco;

› População sem acesso à energia eléctrica;

› População sem acesso a água potável;

› População sem acesso a sistemas de saneamento; e

› Inexistência de infraestruturas e/ou equipamento de uso público.

Os Planos de Pormenor devem estruturar a requalificação urbana num processo gradual e inclusivo,
que respeite a sua história urbana do local, promovendo a preservação das suas principais
características; evite ao máximo a necessidade de reassentamento, transformando a malha irregular
e orgânica do ambiente informal num elemento caracterizador do espaço urbano.

De modo que estas áreas percam a sua característica de assentamento desordenado, passando de
Áreas Não Planeadas5 para Áreas Urbanizáveis, são essenciais as seguintes operações
urbanísticas:

5.2.1 Regularização Urbanística


Desenho das Plantas de Zoneamento e de Condicionantes e Elaboração do Regulamento respectivo
e estudo da forma de realizar a Demarcação de Terrenos num processo baseado na participação
interessada das comunidades.

5
De acordo com a definição indicada no Diagnóstico da Situação Existente do PEUCN, caracterizam-se como:
1. Áreas Urbanizáveis Planeadas: aquelas com edificação planificada em zonas com infraestruturas por
completar, onde predomina o uso residencial unifamiliar em talhões alinhados ao longo de vias de terra batida; e
2. Áreas Urbanizáveis Não Planeadas: aquelas com edificação em zonas sem infraestruturas ou com
infraestruturas por completar, sem definição do limite das parcelas e com quarteirões indefinidos, onde predomina
o uso residencial unifamiliar distribuído desordenadamente.
102 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

5.2.2 Regularização Fundiária


A regularização da estrutura física do bairro onde se integram as áreas não planificadas deverá ser
acompanhada de Regulação Fundiária e Endereçamento. Isto deverá conseguir-se não só através da
definição, a nível do IOT dos lotes, como da sua efectiva marcação no terreno e respectiva atribuição
da titularidade dos respectivos DUATs às comunidades e entidades envolvidas.

5.2.3 Verde Urbano


Na planificação de ações a serem implementadas nos bairros, é fundamental a previsão de áreas
destinadas a lazer e recreio bem como espaços abertos destinados a reuniões onde a ocupação do
solo é predominantemente verde. Os PP devem considerar sempre as áreas necessárias para o efeito.

5.2.4 Dotação de Infraestruturas


Deverá ser garantida a abertura de arruamentos considerando que o raio de acesso à rua com
capacidade rodoviária não seja superior a 100 metros.

Serão realizados os estudos das possibilidades de acesso à rede pública de abastecimento de água
potável tendo, na impossibilidade, como alternativa, um plano de furos e organização de uma rede
interna e distribuição de água por fontenários e ligações domiciliares.

Serão avaliadas as possibilidades para garantir a drenagem e escoamento superficial de águas


pluviais de modo a impossibilitar a ocorrências de cheias e inundações que levem a perdas humanas
e materiais das comunidades.

No processo de elaboração dos Planos de Pormenor devem ser levadas a cabo negociações com a
empresa provedora de energia eléctrica para o incremento da mesma nos assentamentos informais.

5.2.5 Dotação de Equipamentos de Utilidade Pública


Os planos de pormenor deverão determinar os espaços que devem ser concedidos ao equipamento
social, especialmente quando a zona não é abrangida por nenhum raio de influência do actual
equipamento educacional, sanitário, cultural, desportivo ou de segurança.

5.3 Planos de Urbanização e de Pormenor para as Áreas


Urbanizadas e Urbanizáveis
Os Planos Gerais de Urbanização (PGU) Planos Parciais de Urbanização (PPU) e/ou os Planos de
Pormenor (PP) devem ser realizados de acordo com as regras e condicionamentos urbanísticos
definidos nos Regulamentos, Plantas de Ordenamento, Plantas de Condicionantes e Plantas de
Mobilidade dos IOTs de hierarquia superior, não podendo ultrapassar os limites máximos e mínimos
por eles definidos para os diversos parâmetros urbanísticos.

Os planos de pormenor devem fundamentar as suas propostas na secção IV do Capítulo VI do


regulamento da Lei de Ordenamento do Território, tendo igualmente em atenção designadamente os
seguintes elementos de estudo:
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 103

› Identificação da ocupação e avaliação da superfície de pavimento afectada aos diversos usos da


respectiva área de intervenção, por forma a justificarem a regulamentação das percentagens de
pavimento a atribuir aos diversos usos estabelecidos em função das categorias do espaço que
integram a área de intervenção;

› Identificação das actividades de risco, por forma a estabelecer condicionamentos e medidas de


segurança relativamente aos usos incompatíveis com as categorias do espaço;

› A avaliação dos elementos e conjuntos edificados com interesse patrimonial a fim de propor
regulamentação específica para obras de alteração, ampliação e restauro e para a sua integração
na carta municipal do património;

› Integração de estudos de circulação e estacionamento realizados pelos serviços competentes da


localidade.

Tendo em conta a necessidade de promover a correcção das assimetrias sociais e das iniquidades
nas condições de vida das diversas classes económicas e sociais da cidade, os Planos de Urbanização
deverão destinar 60% das áreas predominantemente habitacionais para os cidadãos de
menor renda, dando especial prioridade às iniciativas públicas e privadas de empreendimentos
habitacionais de interesse social.

Nos Planos de Pormenor que realizem o parcelamento de áreas para nova construção, de áreas a
recuperar ou a reconverter deverão ser considerados os seguintes índices urbanísticos médios:

Para áreas predominantemente residenciais de ALTA DENSIDADE

Acima de 275 habitantes/ha ou 60


Densidade Populacional mínimo
habitações/ha

Coeficiente de Afectação do Solo (CAS)6 0,4 máximo

Coeficiente de Ocupação do Solo (COS)7 2,5 máximo

Coeficiente de Impermeabilização do Solo (CIS)8 0,5 mínimo

% de área para Espaços Verdes De Utilização


30%; mínimo
Colectiva

% de área para Serviços e Equipamentos Públicos 30% mínimo

Estacionamento privativo 1 lugar por fogo mínimo

Estacionamento público 0,5 lugar por fogo mínimo

6
Coeficiente de Afectação do Solo (CAS) - é o quociente entre a área total de implantação e a área urbanizável
7
Coeficiente de Ocupação do Solo (COS) - é o quociente entre a área total de construção e a área urbanizável
8
Coeficiente de Impermeabilização do Solo (CIS) - é o quociente entre a área total de impermeabilização e a
área urbanizável
104 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Para áreas predominantemente residenciais de MÉDIA DENSIDADE

de 90 a 275 habitantes/ha ou de Mínimo e


Densidade Populacional
20 a 60 habitações/ha máximo

Coeficiente de Afectação do Solo (CAS) 0,3 máximo

Coeficiente de Ocupação do Solo (COS) 0,9 máximo

Coeficiente de Impermeabilização do Solo (CIS) 0,5 mínimo

% de área para Espaços Verdes De Utilização Colectiva 15%; mínimo

% de área para Serviços e Equipamentos Públicos 15% mínimo

estacionamento privativo 1 lugar por fogo. mínimo

estacionamento público 0,5 lugar por fogo mínimo

Para áreas predominantemente residenciais de BAIXA DENSIDADE

abaixo de 90 habitantes/ha ou 20
Densidade Populacional máximo
habitações/ha

Coeficiente de Afectação do Solo (CAS) 0,4 máximo

Coeficiente de Ocupação do Solo (COS) 0,7 máximo

Coeficiente de Impermeabilização do Solo (CIS) 0,5 mínimo

% de área para Espaços Verdes De Utilização Colectiva 15%; mínimo

% de área para Serviços e Equipamentos Públicos 15% mínimo

estacionamento privativo 1 lugar por fogo mínimo

Estacionamento público 0,5 lugar por fogo mínimo

Tendo em conta a necessidade de incrementar a densidade, melhorando o acesso de cada vez mais
pessoas aos benefícios da urbanidade, o PEU recomenda para os casos de requalificação de áreas
urbanizáveis, ou na urbanização de novas áreas que seja considerado o uso de tipologia
plurifamiliar especialmente os edifícios que conduzam à média densidade populacional
preferencialmente dispensam o uso do elevador.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 105

5.4 Operações Urbanísticas sobre Mobilidade e Acessibilidade


O surgimento de cinco (5) nós principais resultantes da intersecção das vias estruturantes existentes
e propostas constituirão polos para o surgimento de novos assentamentos humanos. Adicionalmente,
a introdução de uma via circular que conecta os bairros da periferia entre si flexibiliza o acesso ao
centro da cidade e representa enorme influência na distribuição do tráfego, tornando-o mais difuso
e consequentemente com menos congestionamento.

5.4.1 Rede de Estradas


A hierarquização das vias permite identificar a importância das vias, e prioridades de intervenção e
acima de tudo cria um campo de acção para as entidades reguladoras de transporte. Adicionalmente,
o princípio de hierarquização das vias permite que a entidade reguladora de transito defina a
priorização de circulação do tráfego de acordo com as características dos veículos, visando diminuir
potencias conflitos na estrada.

A cidade de Nampula não possuí uma hierarquização das vias de acesso e isso dificulta o exercício
de tomada de decisão. Por força do hábito as vias pavimentadas e de maior volume de tráfego são
sempre consideradas como principais, contudo, para o presente plano, outros critérios foram usados
para hierarquizar as vias.

Independentemente do estado do pavimento, as vias principais foram consideradas as que


apresentam maior fluxo de veículos e que permitem uma fácil ligação aos bairros mais populosos e
às infraestruturas de maior importância. Assim sendo, foram consideradas vias primárias as
seguintes, totalizam 127.780,94Km, equivalente s 59,06% de vias classificadas:

› Estrada circular Sul e Norte;


› N1;
› N13;
› N104/ Avenida das FPLM; e
› a rua do Bairro Namicopo.

As vias secundárias caracterizam-se pela existência de um fluxo menor de veículos e por realizarem
o acesso à zona residencial. Estas vias fazem a ligação às vias principais e conectam os principais
centros dos bairros entre si. As ruas de classe secundária perfazem 88.647,95km, equivalente a
40,94% de vias classificadas. Estas vias são: as de acesso ao interior dos bairros de Muatala,
Muhaivire, a estada de acesso ao interior de Mutava Rex, e ao interior de Carrupeia.
106 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Figura 5.1 - Hierarquia das vias de acesso

5.4.2 Distribuição de Viagens


Apesar da previsão do crescimento significativo da população, o total de viagens distribuídas por
bairro registará um crescimento de apenas 12.7%. Este reduzido impacto no tráfego urbano deve-
se à introdução das vias circulares.

O PEUCN considera que os bairros da periferia terão uma melhor ligação entre si, em particular os
bairros a Norte da cidade, como de Murrapaniua, Napipine e Namicopo, apresentando-se com
melhores ligações ao centro da cidade.

Considerando o formato radial pretendido para o esquema de circulação da cidade de Nampula


através da introdução das vias circulares, espera-se que o crescimento homogéneo das novas
centralidades seja favorável à melhoria do sistema de transporte, pois estará assegurada uma
distribuição equilibrada dos polos geradores de viagens.

É fundamental realçar que a melhoria da conexão entre os bairros periféricos e o centro da cidade
implica o aumento de veículos que cruzam diariamente as passagens de nível da linha férrea,
elevando o risco de acidentes ferroviários, tornando-se, portanto, essencial a necessidade do desvio
da linha férrea do centro da cidade.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 107

As simulações apresentadas no Vol. I - Relatório de Diagnóstico, apontam para a necessidade do


descongestionamento do centro de cidade. O PEUCN visa implementar políticas que incentivem a
transferência dos serviços e comércio de grandes superfícies para as novas centralidades. Contudo,
e apesar de dar início a este processo de criação de potenciação de novas centralidades, espera-se
que, para os próximos 10 anos, se mantenha a tendência de convergir as viagens para o centro da
cidade, pois, parte dos serviços que geram inúmeras viagens, como o Hospital Central de Nampula,
as escolas secundárias e técnicas, ainda se localizam e continuarão a localizar-se nos mesmos locais
no centro da cidade (Figura 5.2).

Figura 5.2 - Isolinhas da distribuição das viagens (Nampula)

5.4.3 Tráfego Urbano


As propostas do PEUCN pretende promover a redução do tráfego ao logo das principais vias da cidade,
por exemplo na EN1, no troço do mercado da Faina e no troço próximo da zona do aeroporto, onde
neste momento se verifica o maior volume de tráfego, atingindo os 10.679 veículos/hora. Este
volume de tráfego impacta negativamente na capacidade de mobilidade dos munícipes, contribuindo
para o aumento do tempo de viagem e da poluição atmosférica. As intervenções propostas contidas
no plano, apesar de considerar o aumento da população e consequente aumento do número de
veículos a circular, prevê reduções no tráfego, junto ao mercado da faina para cerca de 6.500
veículos/hora, e na zona do aeroporto para cerca de 10.500 veículos/hora.

Parte significativa do tráfego será orientada para as vias terciárias, como a Rua da Unidade (próxima
do Estádio 25 de Junho), que passará de 5.340 veículos/hora para 18.521 veículos/hora, devido
à reconfiguração da rede de transportes públicos para estas vias, resultante da melhoria da
conectividade entre os bairros periurbanos (Figura 5.3). Cabe salientar, que a Rua da Unidade possui
108 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

uma passagem de nível sem guarda, o que eleva a pertinência de desvio da linha férrea do centro
da cidade para a periferia.

Figura 5.3 - Tráfego urbano (Cidade de Nampula)

› Proposta de Rotas de Transporte Público


Actualmente a Cidade da Nampula é servida por 2 operadores de transporte público intraurbano. O
Conselho Autárquico da Cidade de Nampula explora 7 linhas de transporte e Operadores Privados
operam as restantes 8 rotas. Verifica-se que na situação actual, a maioria das rotas estão localizadas
ao longo da EN1, contribuindo para o congestionamento e desigualdades no acesso ao transporte
público para a maioria dos residentes do interior dos bairros periféricos.

O PEUCN prevê a introdução de uma circular, dividida entre circular Norte com 27.243km e
Circular Sul com 25.173km. Estas vias circulares interconectam todos bairros da periferia,
permitindo maior mobilidade e acima de tudo tornando o transporte público mais eficiente.
Paralelamente, passam a existir 9 rotas transversais, que cruzam a cidade com o propósito de reduzir
o tempo de deslocação à paragem de transporte público mais próxima:

› A rota Muatala-Taecane, com 14.54km, liga o Bairro de Muatala junto à Circular Sul ao Bairro
de Natikire junto à Circular Norte, passando pelo popular Mercado de Waresta;

› A rota Muhaivire Controle-Napipine, via Muhala Expansão, com 15.72km conecta o Bairro de
Muhaivire ao Bairro de Napipine passando pela Avenida Eduardo Mondlane, que se localiza no
centro comercial da Cidade de Nampula;

› A rota Muhaivire Controle-Taecane, com 16.32Km, conecta o Bairro de Muhaivire ao Bairro


de Natikire, passando pelo Hospital Central de Nampula;
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 109

› A rota Muhaivire Mucuache-Napipine, com 14.99Km, liga o Bairro de Muahivire ao Bairro de


Napipine, através do Hospital Central de Nampula;

› A rota Muhaivire-Namicopo, com 16.59Km, à semelhança da rota anterior, liga o populoso


Bairro de Muhaivire ao Bairro de Namicopo, que o plano prevê como sendo uma zona dedicada
à produção agrícola estruturada;

› A rota Polígono-Muatala, via Hospital Central de Nampula, com 27.604Km, liga o extremo
Este da cidade ao Bairro de Muatala, passando pelo também, Mercado de Subestação;

› A rota Polígono-Taecane, é existente e actualmente faz a ligação do Polígono ao Mercado de


Waresta, contudo o PEUCN prevê a sua extensão até à Terminal de Taecane, permitindo a ligação
aos populares mercados da Faina e Waresta, passando a ter 20.30Km;

› A rota Polígono-Yeye, com 24.26Km, liga os dois extremos da cidade através da EN1,
conectando a nova zona industrial a Oeste à zona Este com um uso misto entre industrial,
agrícola e residencial.

› A rota Terminal de Muahala Expansão-Hospital de Marrere, via HCN, com 20.43Km, é uma
via existente., contudo foi estendida passando a ter início na intersecção com a circular Sul. A
rota foi mantida por permitir fácil ligação do populoso Bairro de Muahala Expansão ao Hospital
Central de Nampula, Mercado da Faina e ao Hospital de Marrere.

Com esta intervenção são retiradas quase todas rotas de transporte público ao longo da EN1, motivo
que contribui para a redução do congestionamento na estrada nacional. Igualmente prevê-se uma
redução de 15 rotas para 11 rotas, garantindo melhor distribuição do transporte público e
optimização no uso das infraestruturas de transporte.

Figura 5.4- Descrição das linhas de Transporte


110 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Figura 5.5- Proposta de Linhas de Transporte Público

5.4.4 Localização das principais paragens e terminais


O PEUCN define 4 terminais e 43 paragens principais na rede de transporte público na cidade de
Nampula:

› Terminal do Polígono
› Terminal do Mercado Yeye
› Terminal de Taecane
› Terminal de Muhala Expansão

As Terminais de Polígono e do Mercado Yeye, estão localizadas na N1, nas 2 extremidades da


cidade, implantadas por serem os pontos de entrada e saída da cidade, mas também pelas
intersecções com as Circulares Norte e Sul.

A Terminal de Taecana localiza-se na intersecção da Circular Norte com a N13, servindo de


embarque e desembarque dos transportadores interdistritais e interprovinciais com o interior da
Província de Nampula e Província de Niassa, e garantindo que os passageiros cheguem os seus
destinos sem precisarem de passar pelo centro da cidade.

A Terminal de Muhala Expansão é existente e mantém-se pela sua localização no Bairro mais
populoso, contudo foi transferida para a intersecção da circular sul com a N104, permitindo a ligação
aos distritos costeiros como de Angoche.

As 43 paragens estão localizadas junto aos centros dos diferentes polos de desenvolvimento,
principais cruzamentos e intersecções de linhas de transporte público e, ainda, junto dos centros dos
vários bairros.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 111

Figura 5.6 - Proposta de rotas de transporte público e suas paragens

Figura 5.7 - Localização das principais paragens e terminais


112 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

6 AS GRANDES DEFINIÇÕES DE ZONEAMENTO – Uso


do Solo

Mapa 6.1- Mapa de Uso do Solo Proposto


Fonte: Mapeamento do consultor

6.1 Categorias do Uso do Solo


O plano de estrutura urbana terá como principais linhas de actuação a requalificação dos espaços
urbanos, a densificação do uso do solo, a potenciação e criação de novas centralidades, a melhoria
das condições de mobilidade e acessibilidade dentro do município, e a protecção de áreas produtivas,
ambientalmente sensíveis e de interesse paisagístico.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 113

O território municipal será estruturado em áreas urbanizadas e urbanizáveis, de diferentes


densidades e níveis de restrição de uso em função da sua localização e características do local onde
está inserido, terá os seus espaços com maior potencial para desenvolvimento de actividades
produtivas, como agrícolas e industriais, reservadas para esses fins.

Para a sua estruturação foram definidas as seguintes categorias de zoneamento do uso do solo:

› (AUb) Áreas Urbanizadas:

› AUbMf– Área Urbanizada Multifuncional a requalificar

› AUbM1 – Áreas Urbanizadas de Média Densidade a preservar

› AUbM2 – Áreas Urbanizadas de Média Densidade a requalificar

› AUbB1 – Áreas Urbanizadas de Baixa Densidade a preservar

› AUbB2 – Áreas Urbanizadas de Baixa Densidade a requalificar

› (AUz) Áreas Urbanizáveis:

› AUzMf– Área Urbanizável Multifuncional a expandir

› AUzA1 – Áreas Urbanizáveis de Alta Densidade a requalificar

› AUzA2 – Áreas Urbanizáveis de Alta Densidade a requalificar em áreas sensíveis

› AUzM1 – Áreas Urbanizáveis de Média Densidade a requalificar

› AUzM2 – Áreas Urbanizáveis de Média Densidade a expandir

› AUzB1 – Áreas Urbanizáveis de Baixa Densidade a requalificar

› AUzB2 – Áreas Urbanizáveis de Baixa Densidade a expandir

› Áreas afectas a actividades económicas

› AaAPf – Áreas para actividade agropecuária de Produção Familiar

› AaAPe – Áreas para actividade agropecuária Estruturada

› AaI - Áreas para Actividade Industrial

› AaSv – Áreas para actividade Silvícola


114 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

› Áreas afectas à Estrutura Verde e Ecológica:

› Áreas verdes de Uso Público e de Enquadramento a Áreas Edificadas:

› Faixas arborizadas em espaços corredores;

› Parques e jardins públicos;

› Logradouros e jardins privados de grande dimensão;

› Área de Verde Natural;

› Áreas Verdes de Produção:

› Áreas agropecuárias;

› Áreas silvícolas;

› Áreas Verdes de Conservação da Natureza:

› Área Húmida Alagável Suscetível a Inundações;

› Áreas de Verde de Protecção;

› Áreas de Formações Geológicas;

› Áreas declivosas e sujeitas a erosão;

› Áreas de Vegetação Ribeirinha e Lacustre.

Que passamos a apresentar de uma forma ilustrativa a sua definição e aplicação nas principais áreas
do município, sua caracterização e respectivo mapeamento.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 115

6.2 Balanço de Áreas – uso do solo


Tabela 6.1 - Balanço de Áreas - Uso do Solo

USO DO SOLO 2030


Categoria Area (ha)

AUb ÁREAS URBANIZADAS 2 219,3 7%


Área Urbanizada Multifuncional 651,6

AUbMf Área Urbanizada multifuncional a requalificar 651,6

Área Urbanizada de Media Densidade 270,5

AUbM1 urbanizada de média densidade a preservar 32,9

AUbM2 Área urbanizada de média densidade a requalificar 237,6

Área Urbanizada de Baixa Densidade 1 297,2

AUbB1 Área urbanizada de baixa densidade a preservar 31,5

AUbB2 Área urbanizada de baixa densidade a requalificar 1 265,7

Auz ÁREAS URBANIZÁVEIS 10 876,7 34%


Área Urbanizável Multifuncional 815,9

AUzMf Área Urbanizável multifuncional a expandir 815,9

Área Urbanizavel de Alta Densidade 1 874,0

AUzA1 Área Urbanizável de alta densidade a requalificar 884,4


Área Urbanizável de alta densidadea a requalificar em Áreas
AUzA2 989,6
Sensíveis
Área Urbanizavel de Media Densidade 5 948,7

AUzM1 Área Urbanizável de média densidade a requalificar 4 174,8

AUzM2 Área Urbanizável de média densidade a expandir 1 773,9

Área Urbanizavel de Baixa Densidade 2 238,1

AUzB1 Área Urbanizável de baixa densidade a requalificar 1 790,7

AUzB2 Área Urbanizável de baixa densidade a expandir 447,4

ÁREAS AFECTAS AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS 10 953,9 34%


AaI Áreas para Actividade Industrial 803,5

AaAPf Áreas para Actividade Agropecuária de produção familiar 6 505,5

AaAPe Áreas para Actividade Agropecuária de produção estruturada 3 644,9

7 963,9 25%
ÁREAS AFECTAS À ESTRUTURA VERDE E ECOLÓGICA
Espaços verdes de Uso Público e de Enquadramento 1 687,1

AEeVN Área de Verde Natural 1 673,1

AEeR Área verde de recreio e lazer 14,0

Áreas verdes de conservação da natureza 6 276,8

AEeVP Área de verde de protecção 880,7

AEeVR Área de vegetação ribeirinha e lacustre 386,1

AEeFG Áreas de Formações Geológicas 1 053,6

AEeAH Área Húmida Alagável Suscetível a Inundações 3 913,7

Lagoas e Represas 42,7

ÁREAS AFECTAS A EQUIPAMENTOS 391,6 1%


Usos Especiais 391,6

Usos Sociais e Publicos

Total 32405 100%


Area do Municipio 32 393
116 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

6.3 Áreas Urbanizadas

Mapa 6.2 - AUb -Áreas urbanizadas

Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas e/ou consolidadas, sem uso
dominante evidente, com habitação, comércio, serviços, pequenas fábricas, etc., geralmente com
regularização fundiária e uma ocupação ordenada por algum instrumento de ordenamento do
território.

› Multifuncional (AUbMf)

Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas e/ou consolidadas sem uso
dominante evidente, com habitação, comércio, serviços, pequenas fábricas, etc., geralmente com
uma alta taxa de regularização fundiária e uma ocupação ordenada por algum instrumento de
ordenamento do território.

› Média Densidade (AUbM1, AUbM2)

Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas e/ou consolidadas, em espaços
com infraestruturas completas, onde predomina o uso residencial unifamiliar e plurifamiliar, com uma
densidade entre 20 e 60 habitações por hectare; nela podem ser encontradas funções não-
residenciais tais como comércio e serviços, geralmente com uma alta taxa de regularização fundiária
e uma ocupação ordenada por algum instrumento de ordenamento do território.

› Baixa Densidade (AUbB1, AUbB2)

Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas ou consolidadas, em espaços
com infraestruturas completas, onde predomina o uso residencial unifamiliar em edifícios, com uma
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 117

densidade com menos de 20 habitações por hectare; nela podem ser encontradas funções não-
residenciais tais como comércio e serviços, geralmente com uma alta taxa de regularização fundiária
e uma ocupação ordenada por algum instrumento de ordenamento do território.

Que passamos a apresentar e descrever.

6.3.1 AUbMf - Área Urbanizada Multifuncional a requalificar

Mapa 6.3 - AUbMf -Áreas urbanizadas Multifuncional a requalificar


118 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Figura 6.1 - Fotografia aérea da área urbanizada multifuncional a requalificar

Fonte: Google Earth, 2018

Área consolidada, com ocupação de uso misto, com presença de habitações, comércio e serviços.

A estrutura urbana de Nampula evoluiu a partir do primeiro núcleo habitado, localizado na cidade
cimento, desenvolvida durante a época colonial, edificada e delimitada por avenidas caracterizada
por edifícios em altura, com a concentração da maioria dos equipamentos, serviços, comércio,
emprego administrativo, habitações.

Deve-se prever a produção e implementação de um Plano de Pormenor para requalificação e reforço


desta centralidade existente maximizando-se o potencial da Av. do Trabalho para o desenvolvimento
de actividades industriais, comerciais e de apoio logístico e deverá manter a sua densidade e
características urbanas.

Deve-se promover a tipologia multifamiliar e protecção de áreas inundáveis.

Usos permitidos: habitação, comércio, serviços e actividade industrial;

Tipologias permitidas: deverá manter tipologias existentes;

Densidade futura: Manter densidade actual - Alta densidade.


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 119

6.3.2 AUbM1 – Área urbanizada de Média Densidade a preservar

Mapa 6.4 - UbM1 -Áreas urbanizadas de Média Densidade a preservar

Figura 6.2 - Fotografia aérea de áreas urbanizadas de média densidade a preservar

Fonte: Google Earth, 2018


120 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Área consolidada de uso predominantemente residencial com forte presença de serviços e actividades
associada à actividade comercial e industrial.

Área com características urbanas a preservar; usos, escala, forma de ocupação do talhão, cércea,
traçado viário, etc., a requalificar e melhorar a qualidade e disponibilidade de espaços públicos, redes
e sistemas de infraestruturação.

Usos permitidos: habitação, serviços, comércio, actividade industrial de pequena escala;


Tipologias permitidas: deverá manter tipologias existentes;
Densidade futura: Manter densidade actual - Média densidade.

6.3.3 AUbM2 – Área Urbanizada de Média Densidade a Requalificar

Mapa 6.5 – AUbM2 -Áreas urbanizadas de Média Densidade a requalificar


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 121

Figura 6.3 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a requalificar e converter em áreas urbanizadas de
média densidade a requalificar no PA da Muhala
Fonte: Google Earth, 2019

Figura 6.4 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a requalificar e converter em áreas urbanizadas de
média densidade a requalificar no PA da Muatala
Fonte: Google Earth, 2019

Área de ocupação planeada, de uso predominantemente residencial, para gradual requalificação,


através da consolidação da rede viária e requalificação e ampliação de espaços públicos, redes e
sistemas de infraestruturação urbana.

Deve-se promover a protecção de áreas inundáveis.

Usos permitidos: habitação, serviços, comércio e actividade industrial de pequena escala


compatíveis com a função habitacional;

Tipologias permitidas: deverá manter tipologias existentes, máximo 2 pisos;


122 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Densidade futura: manter a densidade actual - Média densidade.

6.3.4 AUbB1 – Área urbanizada de Baixa Densidade a preservar

Mapa 6.6 - AUbB1 -Áreas urbanizadas de Baixa Densidade a preservar


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 123

Figura 6-5- Fotografia aérea de áreas urbanizadas de baixa densidade a preservar

Fonte: Google Earth, 2018

Área consolidada de uso misto, residencial com forte presença de serviços e actividade associada a
actividade comercial e industrial.

Área com características urbanas a preservar; usos, escala, forma de ocupação do talhão, cércea,
traçado viário, etc., a requalificar e melhorar a qualidade e disponibilidade de espaços públicos, redes
e sistemas de infraestruturação.

Usos permitidos: habitação, serviços, comercio, actividade industrial;

Tipologias permitidas: deverá manter tipologias existentes;

Densidade futura: manter densidade actual – Baixa densidade.


124 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

6.3.5 AUbB2 - Área urbanizada de Baixa Densidade a Requalificar

Mapa 6.7 - AUbB2 -Áreas urbanizadas de Baixa Densidade a requalificar

Figura 6.6 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a requalificar e converter em áreas urbanizadas de baixa
densidade a requalificar no PA da Muhala
Fonte: Google Earth 2018
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 125

Figura 6.7 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a requalificar e converter em áreas urbanizadas de baixa
densidade a requalificar no PA da Muatala
Fonte: Google Earth 2018

Área de ocupação planeada, de uso predominantemente residencial, para gradual requalificação e


densificação, através da consolidação da rede viária e requalificação e ampliação de espaços públicos,
redes e sistemas de infraestruturação urbana.

Deve-se promover a protecção de áreas inundáveis.

Usos permitidos: habitação e serviços e comércio;

Tipologias permitidas: deverá manter tipologias existentes, máximo 2 pisos;

Densidade futura: manter densidade actual – Baixa densidade.


126 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

6.4 Áreas Urbanizáveis

Mapa 6.8 - AUz -Áreas Urbanizáveis

Área com edificações em zonas com infraestruturas inexistentes ou por completar, onde predomina
o uso residencial unifamiliar, geralmente com baixas taxas de regularização fundiária e uma ocupação
espontânea sem obedecer a instrumentos de ordenamento do território.

No PEUCN assumem as seguintes categorias:

› Multifuncional (AUzMf)

Áreas actualmente não construídas, cobertas com vegetação arbórea e arbustiva dispersa para serem
convertidas e transformadas em áreas consolidadas de uso misto, com habitação, comércio, serviços,
pequenas fábricas, etc., em zonas com infraestruturas por completar, geralmente com baixas taxas
de regularização fundiária e uma ocupação espontânea sem obedecer a instrumentos de
ordenamento do território.

› Alta Densidade (AUzA1, AUzA2)

Área com edificações consolidadas em zonas com infraestruturas por completar, onde predomina o
uso residencial unifamiliar, vias maioritariamente de terra batida com uma ocupação acima de 60
habitações por hectare, geralmente com baixas taxas de regularização fundiária e uma ocupação
espontânea sem obedecer a instrumentos de ordenamento do território.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 127

› Média Densidade (AUzM1, AUzM2)

Área com edificação em zonas com infraestruturas inexistentes ou por completar, onde predomina o
uso residencial unifamiliar, vias maioritariamente de terra batida com uma ocupação entre 20 e 60
habitações por hectare, geralmente com baixas taxas de regularização fundiária e uma ocupação
espontânea sem obedecer a instrumentos de ordenamento do território.

› Baixa Densidade (AUzB1, AUzB2)

Área com edificação em zonas com infraestruturas inexistentes ou por completar, onde predomina o
uso residencial unifamiliar, vias maioritariamente de terra batida com uma ocupação inferior a 20
habitações por hectare, geralmente com baixas taxas de regularização fundiária e uma ocupação
espontânea sem obedecer a instrumentos de ordenamento do território.

Que passamos a apresentar e descrever.

6.4.1 AUzMf – Área Urbanizável Multifuncional a Expandir

Mapa 6.9 – AUzMf -Área Urbanizável Multifuncional a expandir


128 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Figura 6.8 – Fotografia aérea de área Multifuncional a expandir


Fonte: Google Earth, 2018

Figura 6.9 – Fotografia aérea de área Multifuncional a expandir PA Muatala-Natikir


Fonte: Google Earth, 2018

Figura 6.10 - Fotografia aérea de área Multifuncional a expandir PA de Napipine


Fonte: Google Earth, 2018
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 129

Novas centralidades a implementar, de uso misto, para gradual requalificação através de


regularização fundiária, consolidação da rede viária, requalificação e ampliação de espaços públicos,
redes e sistemas de infraestruturação urbana.

Deve-se promover a tipologia multifamiliar e protecção de áreas inundáveis.

Usos permitidos: habitação, serviços, comércio e actividade industrial de pequena escala e/ou de
apoio à actividade agrícola, compatíveis com a função habitacional;

Tipologias permitidas: máximo 6 pisos;

Densidade futura: Alta densidade.

6.4.2 AUzA1 – Área urbanizável de Alta Densidade a Requalificar

Mapa 6.10 - AUzA1 -Área Urbanizável de Alta Densidade a requalificar


130 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Figura 6.11 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a requalificar no PA da Muhala
Fonte: Google Earth, 2018

Figura 6-12– Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a requalificar no PA da Muatala
Fonte: Google Earth, 2018
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 131

Figura 6-13- Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a requalificar no PA de Natikiri

Fonte: Google Earth, 2018

Figura 6-14- Figura 6-15 – Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em
áreas urbanizáveis de alta densidade a requalificar no PA de Napipine

Fonte: Google Earth, 2018

Área de ocupação espontânea, predominantemente residencial.

Área de ocupação espontânea, de uso misto, para gradual requalificação através de regularização
fundiária, consolidação da rede viária para garantir acessibilidade universal ao talhão com
consolidação da sua malha orgânica, requalificação e ampliação de espaços públicos, redes e
sistemas de infraestruturação urbana.

Deve-se promover a protecção de áreas inundáveis.

Usos permitidos: habitação, serviços, comercio e actividade industrial de pequena escala


compatíveis com a função habitacional;

Tipologias permitidas: deverá manter tipologias existentes, máximo 2 pisos;


132 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Densidade futura: manter a densidade actual - Alta densidade.

6.4.3 AUzA2 – Área urbanizável de Alta Densidade a Requalificar em áreas


sensíveis

Mapa 6.11 – AUzA2 -Área Urbanizável de Alta Densidade a requalificar em áreas sensíveis

Figura 6.16 – Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a requalificar em áreas sensíveis no PA de Namicopo
Fonte: Google Earth, 2018
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 133

Área de ocupação espontânea, predominantemente residencial de relação com sistema natural e/ou
usos especiais, para gradual requalificação através de regularização fundiária, consolidação da rede
viária para garantir acessibilidade universal ao talhão com consolidação da sua malha orgânica,
requalificação e ampliação de espaços públicos, redes e sistemas de infraestruturação urbana. Para
efeitos de proteção do sistema natural, linhas de água ou de usos especiais, não se deverá promover
a sua densificação, nem expansão.

Deve-se promover a protecção de áreas inundáveis.

Usos permitidos: habitação, serviços e comercio;

Tipologias permitidas: deverá manter tipologias existentes, máximo 1 piso;

Densidade futura: reduzir a densidade actual para baixa densidade.

6.4.4 AUzM1 – Área Urbanizável de Média Densidade a Requalificar

Mapa 6.12 – AUzM1 -Área Urbanizável de Média Densidade a requalificar


134 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Figura 6.17 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a requalificar no PA da Muhala
Fonte: Google Earth, 2019

Figura 6.18 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a requalificar no PA da Muatala

Fonte: Google Earth, 2019


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 135

Figura 6.19 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a requalificar no PA de Natikiri
Fonte: Google Earth, 2019

Figura 6.20 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a requalificar no PA de Napipine
Fonte: Google Earth, 2019

Figura 6.21 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a requalificar no PA de Namicopo
Fonte: Google Earth, 2019
136 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Área de ocupação espontânea, predominantemente residencial, para gradual requalificação e


densificação, através de regularização fundiária, consolidação da rede viária para garantir
acessibilidade universal ao talhão com consolidação da sua malha orgânica, requalificação e
ampliação de espaços públicos, redes e sistemas de infraestruturação urbana.

Deve-se promover a protecção de áreas inundáveis.

Usos permitidos: habitação, serviços, comercio e actividade industrial de pequena escala


compatíveis com a função habitacional;

Tipologias permitidas: deverá manter tipologias existentes, máximo 2 pisos;

Densidade futura: manter a densidade actual - Média densidade.

6.4.5 AUzM2 – Área urbanizável de Média Densidade a Expandir

Mapa 6.13 - AUzM2 -Área Urbanizável de Média Densidade a expandir

Áreas actualmente não construídas, cobertas com vegetação arbórea e arbustiva dispersa para serem
convertidas e transformadas em áreas consolidadas de uso misto predominantemente residencial,
com actividades comerciais e serviços, com uma rede viária consolidada para garantir acessibilidade
universal ao talhão, prevendo na sua malha orgânica a incorporação de espaços públicos, redes e
sistemas de infraestruturação urbana.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 137

Deve-se prever a produção e implementação dos Planos de Pormenor para as novas áreas de
expansão em torno da nova Circular Norte e Sul, garantido através destes a construção do
equipamento necessário para dinamização das novas centralidades.

Deve-se promover a tipologia multifamiliar e protecção de áreas inundáveis.

Usos permitidos: habitação, serviços, comércio;

Tipologias permitidas: máximo 6 pisos;

Densidade futura: Média densidade.

6.4.6 AUzB1 - Área urbanizável de Baixa Densidade a Requalificar

Mapa 6.14 – AUzB1 -Área Urbanizável de Baixa Densidade a requalificar


138 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Figura 6.22 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de baixa densidade a requalificar no PA da Muatala
Fonte: Google Earth 2018

Figura 6.23 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de baixa densidade a requalificar no PA da Muhala
Fonte: Google Earth 2018

Figura 6.24 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de baixa densidade a requalificar no PA de Natikire
Fonte: Google Earth 2018
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 139

Área de ocupação espontânea predominantemente residencial, para gradual requalificação e


densificação, através de regularização fundiária, consolidação da rede viária para garantir
acessibilidade universal ao talhão com consolidação da sua malha orgânica, requalificação e
ampliação de espaços públicos, redes e sistemas de infraestruturação urbana.

Deve-se promover o aumento de densidade e protecção de áreas inundáveis.

Usos permitidos: habitação, serviços e comércio e serviços relacionados com a actividade agrícola;

Tipologias permitidas: deverá manter tipologias existentes, máximo 2 pisos;

Densidade futura: média densidade.

6.4.7 AUzB2 - Área urbanizável de Baixa Densidade a Expandir

Mapa 6.15- AUzB2 -Área Urbanizável de Baixa Densidade a expandir

Áreas actualmente não construídas, cobertas com vegetação arbórea e arbustiva dispersa para serem
convertidas e transformadas em áreas consolidadas de uso misto predominantemente residencial,
com actividades comerciais e serviços., com uma rede viária consolidada para garantir acessibilidade
universal ao talhão, prevendo na sua malha orgânica, a incorporação de espaços públicos, redes e
sistemas de infraestruturação urbana.
140 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Deve-se prever a produção e implementação dos Planos de Pormenor para as novas áreas de
expansão, garantido através da implementação destes a construção do equipamento necessário para
dinamização destas novas centralidades.

Deve-se promover a tipologia unifamiliar e protecção de áreas inundáveis.

Usos permitidos: habitação, comércio e serviços relacionados com a actividade agrícola ;

Tipologias permitidas: máximo 2 pisos;

Densidade futura: baixa densidade.

6.5 Áreas de Actividades Económicas

Mapa 6.16 - Áreas afectas às actividade económica

Área não edificada que pelas suas características pedológicas e proximidade de cursos de água ou
mar são mais aptas ao desenvolvimento das principais actividades económicas do município, devendo
por isso ser reservadas para os seus usos potenciais.

No PEUCN assumem as seguintes categorias:

› Áreas para actividade agropecuária de produção familiar (AaAPf)


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 141

Área não edificada que pelas suas características pedológicas e proximidade de cursos de água ou
de grau de humidade de solo, são mais aptas ao desenvolvimento de agricultura e pecuária. A área
do Sector Familiar compreende parcelamentos de pequena dimensão (até 1 ha), explorados com
métodos e técnicas tradicionais, o maneio das operações culturais (preparação da terra, sementeira,
monda, colheita, etc.) é feito manualmente, baixo nível de insumos e a irrigação é baseada no regime
de chuvas ou na gestão dos níveis freáticos. A exploração tem como primeiro objectivo a segurança
alimentar da família e, complementarmente, são colocados no mercado os excedentes do
autoconsumo ou para obter rendimentos adicionais aos obtidos pelas famílias em actividades na zona
urbana nos sectores secundário ou terciário (hortícolas, por ex.).

› Áreas para actividade agropecuária de produção estruturada (AaAPe)

Área não edificada que pelas suas características pedológicas e proximidade de cursos de água são
mais aptas ao desenvolvimento de agricultura e pecuária. Pela classificação de Zona Estruturada
entende-se por uma área com parcelamentos de dimensão média ou grande, explorados duma forma
intensiva, com métodos e técnicas modernas de exploração, ex.: mecanizada, com irrigação, etc. e
em moldes comerciais; i.e.: com ligação sistemática ao mercado nacional ou de exportação.

› Áreas para actividade industrial (AaI)

Área onde predominam edifícios de grande volume, com um ou dois pisos tais como fábricas,
armazéns e oficinas, junto a infraestruturas e vias de comunicação principais.

› Áreas para actividade Silvícola (AaSv)

Área não edificada que pelas suas características, são mais aptas ao desenvolvimento de actividades
associadas à exploração florestal, incluem áreas de florestas nativas comunitárias e comerciais; onde
é permitida a exploração florestal em regime empresarial e familiar; silvicultura, indústria de
processamento e de transformação de madeira para lenha, carvão e uso na construção civil,
serrações.

Que passamos a apresentar e descrever.


142 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

6.5.1 AaAPf – Áreas para actividade agropecuária de produção familiar

Mapa 6.17 – AaAPf-Áreas para actividade agropecuária de produção familiar

Figura 6.25 - Fotografia aérea de áreas para actividade agropecuária de produção familiar
Fonte: Google Earth, 2019

Áreas de agricultura urbana a requalificar através da demarcação física atribuição de DUATs, que
serão fundamentais para o reforço nutricional como para a sustentabilidade financeira de grande
parte da população urbana.

Área a preservar de uso restrito sendo fundamental que não sejam substituídas por áreas
residenciais. Devem respeitar uma ocupação de baixa densidade e intensidade, com obrigação de
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 143

integração na paisagem, respeito pelo ambiente natural, severas restrições sobre superfícies
construíveis, materiais e tecnologias de construção, obrigatoriedade de tratamento de resíduos e
efluentes.

Usos permitidos: Actividade agrícola; Actividades de apoio à produção agrícola.

6.5.2 AaAPe – Áreas para actividade agropecuária de produção


estruturada

Mapa 6.18 - AaAPe - Áreas para actividade agropecuária estruturadas

Figura 6.26 - Fotografia aérea de áreas para actividade agropecuária estruturadas


144 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Área não edificada que pelas suas características pedológicas e proximidade de cursos de água são
mais aptas ao desenvolvimento de agricultura e pecuária. Área com parcelamentos de dimensão
média ou grande, explorados de uma forma intensiva, com métodos e técnicas modernas de
exploração, p.e. operação mecanizada, com irrigação, etc., e em moldes comerciais, ou seja, com
ligação sistemática ao mercado nacional ou de exportação.

Área a preservar de uso restrito sendo fundamental que não sejam substituídas por áreas
residenciais.

Usos permitidos: Actividade agrícola e actividades de apoio à produção agrícola.

6.5.3 AaI - Áreas para Actividade Industrial

Mapa 6.19 - AaI – Áreas para actividade Industrial


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 145

Figura 6.27 - Fotografia aérea de áreas para actividade industriai a expandir

Figura 6.28 - Fotografia aérea de áreas para actividade industrial existentes


Fonte: Google Earth, 2019

A ocupação do solo com edifícios e infraestrutura dedicados à actividade logística, fabril, oficinal e de
armazenagem, a localizar e desenvolver, principalmente ao longo das duas vias de acesso principais
à Cidade de Nampula, EN1 em direcção a Nacala e Murrapaniua e EN13 em direcção a Lichinga. Serão
previstas áreas industriais ao longo do troço da Circular entre a EN1 e a EN13 e ainda no troço da
Circular Norte no PA de Namicopo para apoio às actividades agrícolas estruturadas.

Usos permitidos: Actividade comercial, industrial e serviços.

6.5.4 AaSV – Áreas para Actividade Silvícola


Área não edificada que pelas suas características, são mais aptas ao desenvolvimento de actividades
associadas à exploração florestal, incluem áreas de florestas nativas comunitárias e comerciais; onde
é permitida a exploração florestal em regime empresarial e familiar; silvicultura, indústria de
processamento e de transformação de madeira para lenha, carvão e uso na construção civil,
serrações.
146 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Áreas não mapeadas que carecem de estudos de viabilidade socioeconómica e ambiental para
garantir uma transformação sustentável, parcial, de áreas de verde natural em áreas de produção
silvícola.

Área a preservar de uso restrito.

Usos permitidos: Actividade silvícola; Actividades de apoio à silvicultura

6.6 Áreas afectas à Estrutura Verde e Ecológica

Mapa 6.20 - Áreas afectas à estrutura verde e ecológica

A Estrutura Verde e Ecológica é composta pelas áreas delimitadas na Planta da Estrutura Verde e
Ecológica e na planta de Condicionantes.

O espaço afecto à Estrutura Verde e Ecológica, constitui uma estrutura biofísica básica e diversificada,
que visa garantir a protecção dos ecossistemas, a permanência e intensificação dos processos
biológicos indispensáveis ao enquadramento equilibrado das actividades humanas, contribuindo para
uma melhor qualidade do ambiente urbano e equilíbrio ecológico do território; proporcionando ainda,
aos cidadãos, vastas áreas de espaço natural, integrados na malha urbana, constituindo espaços de
recreio e lazer da população.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 147

Fazem ainda parte da estrutura ecológica as áreas de actividade agrícola, as zonas ribeirinhas, águas
interiores e áreas de infiltração máxima, que integram os leitos dos cursos de água, áreas ameaçadas
pelas cheias, as cabeceiras de linhas de água e as áreas de máxima infiltração e as zonas declivosas,
que integram áreas com risco de erosão.

Área de uso interdito ou restricto e apenas sobre licença especial. Ocupação de baixa densidade e
intensidade, com obrigação de integração na paisagem, respeito pelo ambiente natural, severas
restrições sobre superfícies construíveis, materiais e tecnologias de construção, obrigatoriedade de
tratamento de resíduos e efluentes.

A Estrutura Ecológica Urbana é constituída pelas seguintes categorias de espaços:

› Áreas Verdes de Uso Público de Recreio e Produção:

› As Áreas Verdes de Uso Público e de enquadramento a áreas edificadas; e

› As Áreas Verdes de Produção.

› Áreas Verdes de conservação da natureza:

6.6.1 Áreas afectas à estrutura ecológica - Áreas Verdes de Uso público e


de enquadramento a áreas edificadas
Área não edificada que pelas suas características naturais contribuem para uma melhor qualidade do
ambiente urbano e equilíbrio ecológico, incluem:

› Áreas verdes de uso público e de enquadramento a áreas edificadas;

› Faixas arborizadas em espaços corredores;

› Parques e jardins públicos;

› Logradouros e jardins privados de grande dimensão;

› Área de Verde Natural;

As áreas verdes de uso público e enquadramento a áreas edificadas São áreas de uso restrito
e apenas sobre licença especial.

As áreas com estatuto de uso restrito devem respeitar uma ocupação de baixa densidade e
intensidade, com obrigação de integração na paisagem, respeito pelo ambiente natural, severas
restrições sobre superfícies construíveis, materiais e tecnologias de construção, obrigatoriedade de
tratamento de resíduos e efluentes.
148 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Usos permitidos: Nos espaços verdes de uso público não é admitida construção, com excepção de
equipamentos de apoio ao recreio e lazer, cuidado e manutenção, bem como quiosques e estruturas
amovíveis.

6.6.2 Áreas afectas à estrutura ecológica - Áreas Verdes de Produção


Área não edificada que pelas suas características naturais contribuem para uma melhor qualidade do
ambiente urbano e equilíbrio ecológico, incluem:

› Áreas verdes de produção:

› Áreas agropecuárias;

› Áreas de Silvicultura

As áreas verdes de produção têm o seu regime de uso e restrição definido no âmbito da categoria
de uso do solo de Áreas afectas a actividades económicas.

Usos permitidos: Nos espaços verdes de produção não é admitida construção, com excepção de
equipamentos de apoio à actividade agrícola, cuidado e manutenção, bem como estruturas
amovíveis.

6.6.3 Áreas afectas à estrutura ecológica – Áreas Verdes de conservação


da natureza
Áreas não edificadas que pelas suas características naturais contribuem para uma melhor qualidade
do ambiente urbano e equilíbrio ecológico, incluem as áreas de:

› Áreas de Verde de Protecção

› Áreas Húmidas Alagável Suscetível a Inundações;

› Áreas de Formações geológicas;

› Áreas declivosas e sujeitas a erosão;

› Áreas de vegetação ribeirinha e lacustre;

As Áreas Verdes de conservação da natureza têm o seu regime de uso e restrição definido no
âmbito da categoria de áreas e zonas de protecção parcial.

Usos permitidos: Ver condicionantes ao uso do solo


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 149

6.7 Matriz síntese do Uso do Solo


Tabela 6.2 - Matriz Síntese do Uso do Solo Proposto

Densidade

Classe Categoria Localização Usos Adequados Usos Tolerados Usos Proibídos habitações/ha habitantes/ha Operações Urbanisticas Previstas

Áreas Residenciais e Multifuncionais


Misto
Habitação uni-familiar e multi-familiar;
equipamentos, e infra-estruturas Indústria transformadora,
Área Urbanizada Multifuncional a Limoeiro | 25 de Setembro Revitalização e valorização do
AUbMf urbanas; oficinas ou actividades Indústria poluente > 60 > 275
requalificar | 1º de Maio património histórico
Serviços administrativos, financeiros e similares;
de seguros, comércio, lazer,
transportes, turismo, artesanato,

Misto
Indústria transformadora, 20 < 90 <
Área Urbanizada de Média Habitação uni-familiar e multi-familiar; Requalificação da
AUbM1 Bombeiros oficinas ou actividades Indústria poluente dens. < dens. <
Densidade a preservar equipamentos, e infra-estruturas infraestruturação
Área Urbanizada

similares; 60 275
urbanas; comércio e serviços

Misto
Indústria transformadora, 20 < 90 <
Área Urbanizada de Média Namutequelia | Muatala | Habitação uni-familiar e multi-familiar; Requalificação da
AUbM2 oficinas ou actividades Indústria poluente dens. < dens. <
Densidade a requalificar Mutauanha | Karrupeia equipamentos, e infra-estruturas infraestruturação
similares; 60 275
urbanas; comércio e serviços

Misto
Indústria transformadora,
Área Urbanizada de Baixa Habitação uni-familiar; Requalificação da
AUbB1 Liberdade oficinas ou actividades Indústria poluente < 20 < 90
Densidade a preservar equipamentos, e infra-estruturas infraestruturação
similares;
urbanas; comércio e serviços

Misto
Muhala | Muhavire | Indústria transformadora,
Área Urbanizada de Baixa Habitação uni-familiar; Requalificação da
AUbB2 Muatala | Mutauanha | oficinas ou actividades Indústria poluente < 20 < 90
Densidade a requalificar equipamentos, e infra-estruturas infraestruturação
Natikire | Murrapania similares;
urbanas; comércio e serviços
150 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Densidade

Classe Categoria Localização Usos Adequados Usos Tolerados Usos Proibídos habitações/ha habitantes/ha Operações Urbanisticas Previstas

Áreas Residenciais e Multifuncionais


Misto
Habitação uni-familiar e multi-familiar;
Novas centralidades
equipamentos, e infra-estruturas
Indústria transformadora,
Área Urbanizável Multifuncional a urbanas; Infraestruturação | edificação
AUzMf Muhala | Muhavire oficinas ou actividades Indústria poluente > 60 > 275
expandir Serviços administrativos, financeiros e de acordo com IOT aprovado
Mutauanha | Marrere similares;
de seguros, comércio, lazer,
Napipine | Karrupeia
transportes, turismo, artesanato,
cultura."

Namutequelia | Muhala | Misto


Indústria transformadora, Requalificação |
Área Urbanizável de Alta Muhavire | Muatala | Habitação uni-familiar e multi-familiar;
AUzA1 oficinas ou actividades Indústria poluente > 60 > 275 infraestruturação |
Densidade a Requalificar Mutauanha | Murrapaniua equipamentos, e infra-estruturas
similares; Regularização fundiária
| Napipine | Karrupeia urbanas; comércio e serviços

Realocação de assentamentos
Área Urbanizável de Alta
Área Urbanizável

expontâneos em torno do
AUzA2 Densidade a Requalificar em áreas Namicopo " " Indústria poluente > 60 > 275
Aeroporto e Linha Férrea |
sensíveis
Requalificação

Misto
Namutequelia | Muatala | Indústria transformadora, 20 < 90 < Requalificação |
Área Urbanizável de Média Habitação uni-familiar e multi-familiar;
AUzM1 Mutauanha | Natikire | oficinas ou actividades Indústria poluente dens. < dens. < infraestruturação |
Densidade a Requalificar equipamentos, e infra-estruturas
Karrupeia | Namicopo similares; 60 275 Regularização fundiária
urbanas; comércio e serviços

20 < 90 <
Área Urbanizável de Média Ao longo da nova circular Infraestruturação | edificação
AUzM2 " " Indústria poluente dens. < dens. <
Densidade a Expandir Norte e Sul de acordo com IOT aprovado
60 275

Misto Requalificação |
Indústria transformadora,
Área Urbanizável de Baixa PA Muhala | PA Muatala Habitação uni-familiar; infraestruturação |
AUzB1 oficinas ou actividades Indústria poluente < 20 < 90
Densidade a requalificar |PA Natikire equipamentos, e infra-estruturas Regularização fundiária |
similares;
urbanas; comércio e serviços Densificação

Misto Indústria transformadora,


Habitação uni-familiar; oficinas ou actividades
Área Urbanizável de Baixa PA Natikiri | PA Muhala | Infraestruturação | edificação
AUzB2 equipamentos, e infra-estruturas similares; Indústria poluente < 20 < 90
Densidade a expandir PA Muatala de acordo com IOT aprovado
urbanas; comércio e serviços
relacionados com actividades agrícolas; agricultura urbana
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 151

Densidade

Classe Categoria Localização Usos Adequados Usos Tolerados Usos Proibídos habitações/ha habitantes/ha Operações Urbanisticas Previstas

Áreas Actividades Económicas


Pequena Indústria de
processamento de
baixa
produtos agrícolas | Construção de
Áreas para Actividade Agricultura comercial; densidad
PA Napipine | PA Natikire | Floresta comunitária | habitação;
Áreas Actividades Económicas

AaAPf Agropecuária de Produção ee N/A infraestruturação


PA Muatala | PA Muhala Pecuária | equipamentos
Familiar Agricultura de subsistência; intensida
de apoio à actividade Indústria poluente;
de
agrícola, cuidado e
manutenção

Indústria de
Agricultura comercial; processamento de baixa
Construção de
Áreas para Actividade produtos agrícolas | densidad
habitação;
AaAPe Agropecuária de Produção PA Namicopo Agricultura de conservação; Pecuária | equipamentos ee N/A infraestruturação
Estruturada de apoio à actividade intensida
Indústria poluente;
Sistemas de regadio; agrícola, cuidado e de
manutenção

PA Namicopo | PA Natikire Construção de


AaI Áreas para actividade Industrial Industrial N/A N/A infraestruturação
| PA Muatala habitação;

Indústria de Construção de
Florestas nativas e comerciais;
processamento, Serrações; habitação;
AaSv Áreas para actividade silvicola por definir Exploração empresarial e familiar; N/A N/A -
Floresta Comunitária;
Silvicultura.
Caça desportiva. Indústria poluente;
152 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Densidade

Classe Categoria Localização Usos Adequados Usos Tolerados Usos Proibídos habitações/ha habitantes/ha Operações Urbanisticas Previstas

Áreas afectas à estrutura ecológica


Parques e jardins públicos;
Logradouros e jardins equipamentos de apoio ao Construção de
Areas de uso restricto a
privados de grande recreio e lazer, cuidado e habitação; - - -
Actividades de lazer
dimensão; manutenção Indústria poluente;
Áreas verdes de Uso Público e de Faixas arborizadas em
Enquadramento a Áreas Edificadas
Construção de
Areas de uso restricto a Silvicultura e actividades
Áreas de Verde Natural habitação; - - -
Actividades de lazer associadas
Indústria poluente;

de acordo com os
Areas de uso restricto
de acordo com os usos usos permitidos
Áreas agropecuárias; permitidos para áreas para áreas afectas
Áreas Verdes de Produção de acordo com os usos permitidos - - -
Areas de silvicultura afectas a actividades a actividades
para áreas afectas a actividades
economicas do PEUCN economicas do
economicas do PEUM
PEUCN

Áreas de uso
Áreas de uso restricto restricto
Áreas de uso restricto
Vegetação ribeirinha e de acordo com os usos de acordo com os
de acordo com os usos permitidos nas - - -
lacustre; permitidos nas usos permitidos nas
Condicionantes de uso do solo do
Condicionantes de uso do Condicionantes de
PEUCN
solo do PEUCN uso do solo do
Áreas Verdes de conservação da PEUCN
natureza
Areas Húmidas Alagável
Suscetível a Inundações; Áreas de uso interdito
Áreas de Formações
Áreas de uso
geológicas; de acordo com os usos permitidos nas Áreas de uso interdito - - -
interdito
Áreas declivosas e sujeitas Condicionantes de uso do solo do
a erosão; PEUCN
Áreas de Verde Protecção
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 153

6.8 Matriz síntese de índices do Uso do Solo


Tabela 6.3- Matriz síntese de Índices Urbanos Propostos

Coeficiente de Coeficiente de Coeficiente de Percentagem de Percentagem de Afastamentos Afastamentos


Afectação do Ocupação do Impermeabilização área para Espaços área para minimos aos limites minimos aos
Solo Solo do Solo Mínimo Cércea Verdes de Utilização equipamento de anterior e posterior limites laterais do
(CAS) (COS) (CIS) Máxima Colectiva Utilização Colectiva do terreno terreno

Classe Categoria coeficiente máximo coeficiente máximo coeficiente mínimo pisos (metros) % % metros metros

Áreas Residenciais e Multifuncionais

de acordo com
Área Urbanizada Multifuncional a
AUbMf 0,4 4,0 0,6 35 30% 30% alinhamento -
requalificar
prevalente

de acordo com
Área Urbanizada de Média alinhamento
AUbM1 0,4 2,0 0,6 20 20% 20% -
Densidade a preservar prevalente | de
Área Urbanizada

acordo com IOT

de acordo com
Área Urbanizada de Média alinhamento
AUbM2 0,4 2,0 0,6 20 20% 20% -
Densidade a requalificar prevalente | de
acordo com IOT

Área Urbanizada de Baixa


AUbB1 0,3 0,9 0,7 12 10% 10% 5 3
Densidade a preservar

Área Urbanizada de Baixa


AUbB2 0,3 0,9 0,7 12 10% 10% 5 3
Densidade a requalificar
154 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Coeficiente de Coeficiente de Coeficiente de Percentagem de Percentagem de Afastamentos Afastamentos


Afectação do Ocupação do Impermeabilização área para Espaços área para minimos aos limites minimos aos
Solo Solo do Solo Mínimo Cércea Verdes de Utilização equipamento de anterior e posterior limites laterais do
(CAS) (COS) (CIS) Máxima Colectiva Utilização Colectiva do terreno terreno

Classe Categoria coeficiente máximo coeficiente máximo coeficiente mínimo pisos (metros) % % metros metros

Áreas Residenciais e Multifuncionais

Área Urbanizável Multifuncional a


AUzMf 0,4 3,0 0,7 30 30% 30% 3 -
expandir

Área Urbanizável de Alta


AUzA1 0,5 2,5 0,5 20 15% 15% 3 3
Densidade a Requalificar

Área Urbanizável de Alta


Área Urbanizável

AUzA2 Densidade a Requalificar em áreas 0,5 2,5 0,5 20 15% 15% 3 3


sensíveis

Área Urbanizável de Média


AUzM1 0,3 1,2 0,5 15 15% 15% 3 3
Densidade a Requalificar

Área Urbanizável de Média


AUzM2 0,3 1,2 0,5 15 15% 15% 3 3
Densidade a Expandir

Área Urbanizável de Baixa


AUzB1 0,3 0,6 0,5 9 15% 15% 2 3
Densidade a requalificar

Área Urbanizável de Baixa


AUzB2 0,3 0,9 0,5 12 15% 15% 2 3
Densidade a expandir
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 155

Coeficiente de Coeficiente de Coeficiente de Percentagem de Percentagem de Afastamentos Afastamentos


Afectação do Ocupação do Impermeabilização área para Espaços área para minimos aos limites minimos aos
Solo Solo do Solo Mínimo Cércea Verdes de Utilização equipamento de anterior e posterior limites laterais do
(CAS) (COS) (CIS) Máxima Colectiva Utilização Colectiva do terreno terreno

Classe Categoria coeficiente máximo coeficiente máximo coeficiente mínimo pisos (metros) % % metros metros

Áreas Actividades Económicas

Áreas para Actividade


Áreas Actividades Económicas

AaAPf Agropecuária de Produção 0,05 0,05 0,95 6 10% 10% 10 10


Familiar

Áreas para Actividade


AaAPe Agropecuária de Produção 0,05 0,05 0,95 9 10% 10% 10 10
Estruturada

AaI Áreas para actividade Industrial 0,6 0,6 0,4 12 5% 15% 5 5

AaSv Áreas para actividade silvicola - - - 4 - - - -


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 157

7 AS GRANDES DEFINIÇÕES DE ZONEAMENTO –


Condicionantes ao Uso do Solo

Mapa 7.1 - Mapa de condicionantes ao uso do solo


Fonte: Mapeamento do Consultor

Áreas que devido às suas características naturais, patrimonial, histórico, infraestrutural e de interesse
público requerem medidas particulares de preservação.

Para sua estruturação foram definidas as seguintes áreas e zonas de proteção que resultaram nas
seguintes grandes categorias de zoneamento:

› Áreas e Zonas de protecção da natureza;


158 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

› Zonas de servidões administrativas e restrições de utilidade pública.

Que passamos a apresentar:

7.1 Áreas de protecção Parcial de Conservação da Natureza


Áreas que devido as suas características de relação com o meio natural ou patrimonial que não
estando protegidas por regulamentação especifica, requerem medidas particulares de preservação,
sendo por isso definidas pelo PEUCN como ÁREAS DE PROTECÇÃO PARCIAL.

O PEUCN define as seguintes como Áreas de Protecção Parcial:

› Áreas de Protecção Parcial afectas à protecção e conservação da natureza:

› Áreas Húmidas Alagáveis Susceptível a Inundações;

› Áreas de Formações geológicas;

› Áreas declivosas e sujeitas a erosão;

› Áreas de Verde de Protecção.

7.2 Zonas de protecção da Natureza


O PEUCN adopta como Zonas de Protecção Parcial as zonas definidas pela Lei de Terras e seu
regulamento, são elas:

› Zonas de protecção da natureza:

› Zona de proteção parcial da Orla ribeirinha, lacustre e fluvial;

› Zonas de servidões administrativas e restrições de utilidade pública:

› Zona de protecção parcial de infraestruturas rodoviárias;

› Zona de protecção parcial de infraestruturas ferroviária;

› Zona de protecção parcial de infraestruturas aeroportuárias;

› Zona de protecção parcial de linhas de transporte de energia;

› Zona de protecção parcial de linhas de telecomunicações;

› Zona de protecção parcial de sistemas de abastecimento de água, saneamento e


drenagem;
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 159

› Zona de proteção parcial de albufeiras ou barragens;

› Zona de protecção parcial de instalações militares.

Que passamos a apresentar e descrever.

7.3 Áreas afectas à protecção da Natureza

7.3.1 Áreas de proteção parcial de conservação da natureza

Mapa 7.2 - Áreas de protecção parcial de conservação da Natureza

Áreas não edificadas que devido as suas características de relação com o meio natural requerem
medidas particulares de preservação, incluem áreas húmidas alagáveis susceptíveis a
inundações; áreas de formações geológicas; áreas declivosas e sujeitas a erosão e áreas
de verde de protecção.

Área de uso interdito.

Usos permitidos: Área de uso público de construção interdita e apenas para a realização de
actividades associadas com a observação da fauna e flora existentes, de construção interdita por
forma a impedir a pressão de ocupação humana.
160 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

7.4 Zonas de Protecção da Natureza

7.4.1 Zona de Protecção Parcial da Orla Ribeirinha e Lacustre

Mapa 7.3 - Zona de protecção parcial da orla ribeirinha e lacustre

A faixa de terreno a preservar de uso restrito que orla as águas fluviais e lacustres até 50 metros
medidos a partir da linha máxima de tais águas, que se encontra permanentemente ou
periodicamente com água, com necessidade de protecção contra a pressão de ocupação humana,
por forma a garantir a redução dos riscos de erosão, degradação do meio ambiente.

Área de uso restrito e apenas sobre licença especial. Ocupação de baixa densidade e intensidade,
com obrigação de integração na paisagem, respeito pelo ambiente natural, severas restrições sobre
superfícies construíveis, materiais e tecnologias de construção, obrigatoriedade de tratamento de
resíduos e efluentes.

Usos permitidos: actividades relacionadas com agricultura, áreas verdes de recreio de uso público
ou associadas ao rio.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 161

7.5 Zonas de servidões administrativas e restrições de


utilidade pública

Mapa 7.4 - Zonas de Protecção de servidões administrativas e restrições de utilidade publica

Constituem zonas de protecção parcial as faixas de terreno envolventes de infraestruturas e


equipamento público:

› Estradas secundárias e terciárias, pertencentes à rede nacional de estradas, e a faixa de


terreno de 15 metros confinante;

› Estradas nacionais primárias, pertencentes à rede nacional de estradas, e a faixa de terreno de


30 metros confinante;

› Instalações e condutores aéreos, superficiais, subterrâneos e submarinos de electricidade, de


telecomunicações, petróleo, gás e água, e a faixa de 50 metros confinante;

› Aeroportos e aeródromos e a faixa de terreno de 100 metros confinante;

› Instalações militares e outras instalações de defesa e segurança do Estado e a faixa de terreno


de 100 metros confinante;

Usos permitidos: Área de uso público de construção interdita.


162 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

7.6 Balanço de áreas– condicionantes do uso do solo


Tabela 7.1 -Balanço de Áreas - condicionantes do uso do solo

CONDICIONANTES AO USO DO SOLO 2030


Categoria Area (ha)

ÁREAS DE PROTECÇÃO PARCIAL DA NATUREZA 5 873,3 18%

Área verde de protecção 884,8

Áreas de Formações Geológicas 1 060,2

Área Húmida Alagável Suscetível a Inundações 3 928,4

ZONAS DE PROTECÇÃO PARCIAL DA NATUREZA 386,2 1%


Zona de Protecção Parcial da Orla ribeirinha e lacustre 386,2

ZONAS DE SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS E 846,2 3%


RESTRIÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA
Zona de protecção Parcial de infraestruturas rodoviárias 410,9

Zona de protecção Parcial de infraestruturas ferroviária 34,5

Zona de protecção Parcial de infraestruturas aeroportuárias 290,1

Zona de protecção Parcial de linhas de transporte de energia

Zona de protecção Parcial de linhas de telecomunicações 39,3

Zona de protecção Parcial de sistemas de abastecimento de água,


saneamento e drenagem

Zona de protecção Parcial de albufeiras ou barragens

Zona de protecção Parcial de instalações militares 71,4

Total 7106 22%


Área do Municipio 32 393
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 163

7.7 Matriz síntese de condicionantes ao uso do solo


Tabela 7.2 - Matriz Síntese de condicionantes ao Uso do Solo Proposto

Densidade

Classe Categoria Localização Usos Adequados Usos Tolerados Usos Proibídos habitações/ha habitantes/ha Operações Urbanisticas Previstas

Áreas e Zonas de Protecção Parcial de Conservação da Natureza

Areas Húmidas Alagável


Realocação de assentamentos
Suscetível a Inundações;
todos (edificação expontâneos
Áreas declivosas e sujeitas Áreas de uso interdito Áreas de uso interdito N/A N/A
não permitida)
a erosão;
Protecçao e reflorestamento
Áreas de Verde Protecção
Áreas de Protecção parcial de
conservação da natureza

Realocação de assentamentos
actividades associadas
Áreas de Formações todos (edificação expontâneos
Área de construção interdita com a observação da N/A N/A
Geológicas não permitida)
fauna e flora existentes
Protecçao e reflorestamento

Áreas de uso restricto


Zonas de Protecção parcial de De acordo com legislação De acordo com Realocação de assentamentos
Orla ribeirinha e lacustre; Actividades associadas ao rio N/A N/A
conservação da natureza vigente legislação vigente expontâneos
De acordo com legislação vigente

Estradas, Instalações
condutores aéreos,
superficiais, subterrâneos
e submarinos de
electricidade, de
Zonas de servidões telecomunicações,
Área de uso publico de construção De acordo com legislação De acordo com
administrativas e restrições de petróleo, gás e água; N/A N/A
interdita. vigente legislação vigente
utilidade pública Barragens;
Aeroportos e aeródromos
Instalações militares e
outras instalações de
defesa e segurança do
Estado
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 165

8 Mapas do Plano

8.1 Planta de Ordenamento


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 167

Mapa 8.1- Mapa do Uso do Solo

Fonte: Mapeamento do consultor


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 169

8.2 A Planta de Mobilidade e Acessibilidade


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 171

Mapa 8.2 - Mapa de Mobilidade e Acessibilidade proposta


Fonte: Mapeamento do consultor
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 173

8.3 A Planta de Condicionantes


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 175

Mapa 8.3 - Mapa de condicionantes proposta


Fonte: Mapeamento do Consultor
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 177

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178 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

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Boletim da República n.º 52, I Série de 30 de Dezembro, 13º Suplemento. [S.l.]. 2008.

Boletim da República n.º 52, I Série de 30 de Dezembro, 8º Suplemento. [S.l.]. 2008.

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Boletim da República n.º 76, I Série de 19 de Setembro. [S.l.]. 2014.

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RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 179

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Diploma Ministerial n.º 158/2011 de 15 de Junho – Procedimentos Específicos para a consulta às comunidades
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Diploma Ministerial n.º 158/2011 de 15 de Junho – Procedimentos Específicos para a consulta às comunidades
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RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 183

Anexos
184 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Anexo I MAPAS DO PLANO


Mapa de Ordenamento do Plano

Mapa de Condicionantes do Plano

Mapa da Mobilidade Proposta


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 185

Anexo II MAPAS DA SITUAÇÃO ACTUAL


Mapa de Localização

Mapa Topográfico

Mapa de Uso e Ocupação do Solo Actual

Mapa de Condicionantes Actual

Mapa de Infraestruturas

Mapa de Serviços e Equipamentos


186 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Anexo III ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS


NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO

O Processo de Elaboração do Plano de Estrutura Urbana

A primeira Consulta Pública

i. Introdução
Este processo de audiência pública foi realizado durante a fase do Diagnóstico da Situação Actual da
Cidade de Nampula do Projecto Elaboração do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula.
Conduzido pela COWI Moçambique, Lda, em parceria com a José Forjaz Arquitetos (JFA) e a VEDOR,
teve lugar no Salão Nobre do Conselho Municipal da Cidade de Nampula no dia 29 de Agosto de
2019.

O principal objectivo das audiências públicas é de apresentar o relatório de diagnóstico da situação


actual de Nampula e de auscultar as Partes Interessadas e Afectadas, directa ou indirectamente pelo
projecto.

ii. Requisitos Legais sobre Participação Pública


O Regulamento da Lei de Ordenamento Territorial (Decreto nº 23/2008), segundo o artigo 9
estabelece a Participação Pública dos Cidadãos, comunidades locais e pessoas colectivas, públicas e
privadas em todo o processo de elaboração dos Planos.

De acordo como previsto no Regulamento da Lei de ordenamento territorial em Julho de 2008, artigo
41, os participantes foram informados e convidados com 15 dias de antecedência da Participação
Pública e providos da documentação a ser objecto de discussão em cada sessão. Para divulgação da
informação ao público recorreu-se ao Jornal Notícias e a Rádio local, feito na língua local e português.

Adicionalmente, e para uma maior abrangência da participação pública, foi elaborada uma lista de
instituições consideradas principais intervenientes do processo e posteriormente, e foram enviados
os convites.

iii. Preparação: Anúncio Público e Disseminação da Informação


Após reflexão e consulta com o Ministério e o município, foi tomada a decisão de realizar a reunião
de audiência pública para apresentação e debate do relatório de diagnóstico da situação actual da
cidade de Nampula no dia, hora e local acordado, em conformidade com isto, para a reunião de
audiência pública do projecto proposto foram inseridos anúncios públicos nos órgãos de comunicação
abaixo mencionados:
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 187

Anúncios Públicos

Media Data e Hora (s) do Data e Hora (s) do


Primeiro Anúncio Segundo Anúncio
1 Jornal Notícias Edição de 14 de Edição de 22 de
Agosto de 2019 Agosto de 2019
2 Rádio Comunitária da 13 de Agosto de 14 de Agosto de
Cidade de Nampula 2019 2019
(2/semana)

Foram enviadas carta convite, pelo conselho Municipal da Cidade de Nampula, às


instituições/indivíduos identificados, a partir de uma gama de potenciais parceiros, como sendo
relevantes para participarem nestas reuniões.

Lista de instituições e entidades convidadas directamente

# Instituições

1 Direcção Provincial De Obras Publicas Habitação e Recursos Hídricos

2 Direcção Provincial de Saúde

3 Direcção Provincial de Economia e Finanças

4 ANE – Administração Nacional de Estradas

5 EDM – Eletricidade de Moçambique

6 DPINE - Delegação Provincial do Instituto Nacional de Estatística

7 FIPAG

8 TMCEL

9 VODACOM

10 Instituto Nacional de Meteorologia de Nampula

11 Universidade Lúrio

12 Assembleia Municipal

13 Conselho Municipal

14 Direcção Provincial de Cultura e Turismo


188 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

# Instituições

15 Direcção Provincial da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico


Profissional

16 Direcção Provincial da Administração Estatal

17 Secretaria Provincial de Nampula

18 Direcção Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano

19 Direcção Provincial da Terra e Desenvolvimento Rural

20 Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações

21 INCM - Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique

22 EMUSANA – Empresa Municipal de Saneamento de Nampula

iv. Agenda Reunião


A reunião pública teve o seguinte calendário, estrutura e divisão de papéis e responsabilidades:

Data: 29 de Agosto de 2019

Local: Salão Nobre do Conselho Municipal de Nampula

Horário: 08:00 Horas

HORA ACTIVIDADE RESPONSÁVEL

08:00 Horas Agenda Única (Boas vindas, Apresentação e Técnico do Município Ezequiel
Debate) José António

Lanche

Assistiram à reunião no Salão Nobre do Conselho Municipal de Nampula Cento e vinte e cinco (125)
participantes representando residentes e autoridades locais, instituições públicas e privadas,
sociedade civil, o proponente e a equipa de consultores do projecto. O Anexo IV apresenta a lista
assinada pelos participantes da audiência pública em Nampula.

A reunião pública foi apresentada pelo Técnico do Município, o Arquiteto Ezequiel José António que
contou com o apoio do Sr. Faustino Licaneque para a tradução durante a apresentação para a língua
local Macua. Durante o debate ocorreu todo ele em língua portuguesa, sem necessidade de tradução
da língua Portuguesa e língua local Macua.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 189

v. Principais Questões Levantadas


Após a apresentação, teve lugar o debate, onde foram apresentadas as questões, comentários,
subsídios e preocupações das comunidades locais sobre o projecto no seu todo. As questões
levantadas na Acta da reunião foram respondidas pelo consultor ou pessoa mais relevante para
responder à questão.

Parte dos participantes

A auscultação pública permitiu retirar as seguintes ilações que ajudaram a aperfeiçoar o processo no
seu todo tendo também em conta as reuniões ainda por realizar:

› Necessidade do município de fazer visitas às comunidades e bairros para discutir os problemas


e obter mais informações;

› Os consultores precisam rever os limites geográficos para melhor clarificar e identificar os limites
da cidade de Nampula;

› O município deve divulgar o relatório de diagnóstico da situação actual da cidade de Nampula,


de modo que se faça chegar aos demais interessados.
190 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Parte dos participantes

Durante apresentação do Diagnóstico da Situação Actual da Cidade de Nampula


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 191

vi. Anúncios Publicados na Impressa


› Certificado de Emissão na Rádio Encontro de Nampula
192 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 193
194 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

vii. Acta da Reunião


Acta da Reunião da 1ª Audiência Pública sobre a Apresentação do Plano de Estrutura
Urbana na Cidade de Nampula.

Data: 29 de Agosto de 2019

Local: Salão Nobre do Conselho Municipal de Nampula

Horário: 08:00 Horas

Participantes: 125

CMCN: Edgar da Silva, Samuel Dias, Alfredo Alexandre.

COWI Moçambique, Lda: Erasmo Nhachungue, Hagira Machado

JFA: Vitor Tomás, Pedro Tomás

VEDOR: Osvaldo Luís

(ver lista detalhada de participantes)

No âmbito do processo de produção do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula, realizou-


se no dia 29 de Agosto, pelas nove horas e trinta minutos, a 1ª Audiência Pública para a Produção
do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula. A reunião iniciou com a chegada do Sr. Edgar
da Silva, Vereador de urbanização e representante do Presidente do conselho autárquico e foi dirigida
pelo Arquiteto Ezequiel José António, Técnico do Município de Nampula, tendo como agenda única a
Apresentação e debate do documento do Relatório Preliminar de Diagnóstico da Cidade de Nampula.

Este evento contou com a participação dos residentes, líderes comunitários, vereadores, secretários
de Bairro, representantes de partidos políticos, membros da Assembleia Municipal, estudantes da Uni
Lúrio, chefes de sectores, equipa técnica do Conselho Municipal, entre outras entidades, conforme a
lista de participação, Anexo IV desta minuta.

O Representante do MITADER, Sr. Inácio Novela desejou as boas vindas ao Sr. Edgar da Silva,
Vereador de urbanização e representante do Presidente do conselho autárquico, membros da
assembleia autárquica, vereadores e todos munícipes. Informou que como previsto vamos ter a
apresentação da versão preliminar do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula sobre o que
é a cidade de Nampula hoje para depois projectar o que vai ser a cidade nos próximos 10 anos.
Acrescentou que a colaboração de todos é importante para enriquecer o documento que os
consultores irão apresentar.

O Sr. Edgar da Silva, Vereador de urbanização e representante do Presidente do conselho autárquico,


desejou em nome do Sr. Presidente as boas vindas a todos presentes e bom trabalho. Informou que
estamos aqui para tomar conhecimento do diagnóstico feito pelos consultores do Plano.

Por volta das nove horas e cinquenta minutos, o Arquiteto Ezequiel José António, com a permissão
do Sr. Vereador de urbanização e representante do Sr Presidente, informou que vai dar início a
apresentação do relatório de diagnóstico da situação actual relativo a plano de estrutura da cidade
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 195

de Nampula. A apresentação contou com o apoio do Sr. Faustino Licaneque, que realizou a tradução
simultânea da apresentação do Português para Macua.

Terminada a apresentação, o Arquiteto Ezequiel José António, convidou os participantes para


apresentar os comentários, sugestões e dúvidas.

A tabela que se segue resume as principais questões suscitadas e comentários por parte dos
participantes e consultores:

Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta

Erminio Cartoso, Secretário do Bairro Marrere Pedro Tomás, Arquiteto da JFA


(equipa de consultores)

› Agradeceu pelo trabalho que faz referência às › Deu os parabéns ao


dificuldades dia após dia nas comunidades; apresentador e ao tradutor;

› Comentou que no seu Bairro estão sempre a lamentar › Esclareceu que o processo de
que a ligação de corrente eléctrica não abrange muitas diagnóstico não está encerrado,
unidades; pelo contrário, a realização deste
encontro visa recolher
› No que concerne ao problema de água, ainda não se informação para o
sabe quando chegará a canalização da FIPAG, pois a complementar;
suscitação dos municípios era de abertura de alguns
fundos de água. › Apelou à participação e
comunicação através dos
Félix Socre, Residente de Nampula representantes locais da equipa
técnica, o Arq.º Custódio
› Alertou que é preciso fazer uma revisão sobre o Conceição e a Comissão Técnica
enquadramento do distrito de Rapale e cidade de para a Realização do Plano do
Nampula, face à nova divisão administrativa. Conselho Municipal;

Paulo Copie, Secretário do Bairro Natikiri › Tomou como ponto de partida a


intervenção do Sr Eurique sobre
› Fez abordagem a dois pontos importantes que é a a responsabilidade da produção
urbanização e a erosão; do PEU, tendo sido esclarecido
que a produção deste plano é da
› Na urbanização é preciso de muita colaboração e responsabilidade de Conselho
investimento. Em casos de incêndios não tem forma de Municipal. Contudo,
socorrer; considerando a reduzida
capacidade técnica que assola os
› Acrescentou que com as últimas chuvas muitos lugares Municípios de um modo geral, foi
foram danificados e não estão sendo verificados e as solicitado o apoio de uma equipa
erosões vão aumentando; técnica, externa ao Município,
para a produção do Plano de
› Além do investimento é preciso ter visão;
196 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta

› Apelou que os técnicos fizessem um levantamento nos Estrutura Urbana da Cidade de


bairros e postos para se ter uma visão geral da situação. Nampula;

Momade Brito, União Distrital de Camponeses de › É intenção também deste plano


Nampula (UDCN) auxiliar na formação do pessoal
técnico do município para o
› A cidade sobrevive com base na cintura verde, onde se próximo plano ser produzido
pratica a agricultura para o abastecimento da cidade. exclusivamente pelo pessoal do
Contudo, com invasão de terras muitas associações de município, que como foi dito, o
hortícolas estão a sofrer e a deixar de produzir; município e os seus munícipes
são quem entendem melhor do
› A União recebe muita informação, que não sabem onde seu território;
colocar por não ter uma base de dados;
› O problema da erosão foi
› Focando no ponto aqui apresentado sobre a erosão, mencionado no relatório como
existem cemitérios em péssimas condições que daqui a sendo um dos principais
3 ou 4 anos poderão deixar de existir, tendo apelado ao problemas em relação ao meio.
Município que fizesse uma intervenção rápida antes da A apresentação realizada foi
situação se tornar alarmante. muito sumária em relação ao
conteúdo do relatório. Este está
Candido Sapala, Secretário do Bairro Militar disponível para quem o quiser
consultar;
› Em primeiro lugar comunicou que rebentaram-se
manilhas na rua de Moma, havendo reclamação dos › Referiu ainda que o problema de
munícipes em relação ao vazamento de água escura; erosão em Nampula foi
mencionado também no Plano
› O Município da Cidade autoriza a execução de de Estrutura de 1998, por ser um
construções sem o conhecimento do secretário do dos problemas decorrentes da
Bairro. Por vezes estas construções danificam incorrecta ocupação do
infraestruturas urbanas e causam constrangimentos território. Ou seja, este
aos munícipes. problema é decorrente das
nossas acções como munícipes e
Eurique, Universidade federal de Pernambuco, como ocupantes do nosso
planeamento físico território. A erosão acontece,
entre outros, quando se elimina
› É o segundo evento desta natureza que participa e a vegetação que está na beira
neste se encontra com mais participantes; dos cursos de água e rios, que ali
estava reduzir a velocidade da
› Estudou educação durante 7 anos e neste sentido, água, e quando a ocupação é
aprendeu que não há conhecimento sem levar o povo a sobre os cursos de água ou áreas
conhecer. Antes de participar num evento desta alagadas;
natureza, os intervenientes deveriam saber os
objectivos do encontro, assim com o que se espera › Informou que o plano é só um
deles, caso contrário, torna-se difícil a contribuição; plano em papel, o que importa
para a melhoria da vida das
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 197

Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta

› Qual é o papel do município perante este plano de comunidades é a sua


estrutura urbano? O regulamento diz que o município implementação. A equipa técnica
tem maior responsabilidade; dará apoio ao Município na
definição de prioridades, ainda
› Questionou ainda o pouco ou nenhum tempo em que na fase de produção do plano.
estiveram em contacto com o Município para discutir os Posteriormente na fase de
problemas da cidade. Problemas estes que começam implementação do plano, o
pela mobilidade que só tem uma única estrada nacional; Município precisará de trabalhar
directamente com as
› Levantou o problema dos cemitérios que estão muito comunidades, e para o sucesso
próximo às casas; deste trabalho, a população
precisa conhecer o plano para
› Centrou ainda a relação entre o município e a saber o precisa de melhorar.
população, tendo aconselhado a que o Município vá ao
encontro das comunidades nos Postos Administrativos
para conversar com as pessoas antes da realização de
encontros desta natureza, isto porque o secretário de
Bairro é quem melhor conhece a realidade da sua
comunidade;

› A EDM e FIPAG são elementos importantes para o


debate, era crucial a participação deles devido aos
vários problemas relacionados verificados;

› Existe um distanciamento entre o governo e a


população, falta de relação e comunicação entre o
município como órgão político e o poder local que é a
população, para participação da população para
resolver seus próprios problemas.

Maria Eugénia Moiane, Corredor de Desenvolvimento


do Norte (CDN)

› Como apresentado no slide 49, as áreas de protecção


das linhas férreas estão a 50 metros mas temos
assistido invasão ao longo de todo troço da linha férrea.
Estão a aparecer muitas barracas próximas das linhas
férreas, em caso de descarrilamento do comboio, as
barracas podem ser atingidas e as culpas serem
atribuídas ao CDN;

› Gostaria de solicitar o apoio do Conselho Municipal em


relação ao cumprimento integral da faixa de protecção
dos 50 metros ao longo das linhas férreas.
198 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta

Ezequiel José António, Arquiteto e Técnico do Município de Nampula

› As questões direccionadas aos consultores, irão responder. As questões para o conselho


municipal, o município esclarece.

› Esclareceu que este é um relatório de diagnóstico da situação actual para elaboração do plano
de estrutura urbana da cidade de Nampula, esperamos de todos aqui uma proposta dos vários
problemas de invasão, erosão, água, energia, estradas, entre outros aqui apresentados.

Isequiel José, Estudante UNILURIO Pedro Tomás, Arquiteto da JFA


(equipa de consultores)

› O plano não deveria ter como fim a elaboração só do › Agradeceu as contribuições e


instrumento, mas ter uma componente no objectivo críticas, que serão uteis para o
específico que tivesse a ver com a implementação do documento;
plano e ser integrada;
› Esclareceu que a apresentação
› Em relação às questões ligadas ao património, tem aqui feita de 66 slides foi um
elementos ligados ao património como urbanístico, resumo muito superficial do que
arquitetónico, natural, e, no entanto, seria pertinente é o documento, convidou as
ter o registo de algumas gravuras. Será que estes pessoas a ler o documento para
elementos foram aqui levantados? Se não, propôs que aprofundar. No documento, as
estas áreas de patrimónios sejam aqui abordadas. questões sobre o turismo,
definição dos limites do
Amisse Samate, Secretária Provincial de Nampula município e economia, estão
mais aprofundados que na
› Referiu que o município de Nampula está localizado em apresentação;
Nampula, o documento não tem certos limites de
representação geográfica e pontos cardiais, que › Reconheceu que deveria
ajudariam a clarificar os limites da cidade; incorporar no documento um
gráfico das percentagens com a
› Em termos dos serviços e equipamentos, educação e contribuição de cada área
saúde não foram classificados; económica, e que poderiam
corrigir este lapso;
› Não se sabe quantos hotéis, quantas estrelas, quartos
e camas, capacidades de receber os turistas; › Em relação ao motivo de
produção do plano de estrutura
› Na educação, apresentaram números de escolas mas urbana, referiu que na lei de
não os níveis de escolaridade (primária, secundária); ordenamento de território todos
munícipes e autarquias deverão
› Deviam quantificar quantas estradas foram asfaltadas, estar providos de instrumentos
alcatroadas, terra batidas; de ordenamento de território, é
neste sentido que o MITADER
› Alguns elementos que seria importante falar, como os está a prover de instrumentos
rios, recursos hídricos; para dotar a cidade das
ferramentas necessárias para
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 199

Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta

› Não existem dados que indicam quantos da população gerir correctamente o seu
vive de agricultura e quantos da actividade informal; território;

› Em termos da superfície total do município, devia › Na cidade de Nampula tinha o


indicar onde começa e onde termina. Nos mapas plano de estrutura de 1998, mas
indicam os Bairros mais extensos, mas não apresentam estes planos têm prazos de
em termos de números estes bairros. validade de 10 anos. Contudo,
continua a ser visto como uma
João Inacio, Secretário da Universidade Francisco ferramenta fechada, isto tem
Manyanga que ser trabalho e identificado
aspectos que poder ser
› Informou que a cidade de Nampula não tem cemitérios, melhorados para o próximo
estão todos cheios, onde se acabam sobrepondo os plano;
corpos;
› Para a questão de como se pode
› Sugeriu novos cemitérios em todos os bairros. participar neste processo,
comentou que o município da
Abubacar Assiro, Faculdade de Arquitectura e cidade de Nampula tem uma
Planeamento Físico equipa técnica de
acompanhamento do plano e o
› Questionou quanto em percentagem cada sector representante directo da equipa
contribui para o município, se é a indústria ou de consultores, quaisquer
agricultura. pessoas podem se aproximar
com sugestões relativas ao
Zeca Manenga, Direcção Provincial de Agricultura e documento;
Segurança Alimentar
› As questões levantadas sobre
› Devemos proteger a cintura verde para não haver cintura verde, no relatório
consequências relacionados ao custo de vida, como a menciona a importância a nível
perca de rendimento per capita para as famílias que de subsistência e segurança
praticam a agricultura e também o agravamento do alimentar. Quando se fala de
preço dos vegetais; agricultura de subsistência
significa que produzem com
› Em relação aos esgotos, drenagem e águas residuais, intuito de consumo individual e
ter em conta o declive da região e dos rios. Se não para venda;
futuramente colocar os tubos de drenagem em direcção
aos rios, os agricultores irão regar com águas › Comentou que é importante que
contaminadas nocivas a saúde. os postos de produção de
energia, água, estejam próximos
Ribeiro Mugano, Estudante UNILURIO da cidade;

› Existem alguns aspectos da cartografia básica que › Em relação a todas


devem estar no plano, como hidrologia, tipos de solos e condicionantes mencionadas são
os espaços adequados para se habitar;
200 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta

› Nos aspectos culturais, saber qual a cultura que leis do país que precisam ser
queremos intervir e identificar os antecedentes respeitadas;
históricos;
› Nos mapas apresentados e
› Em relação aos serviços de educação, especificam as afixados aqui, inclui mapa de
escolas primarias, secundarias e instituições do ensino densidade por bairro;
superior, mas faltam a componentes dos institutos
técnicos profissional; › Em relação aos impactos
negativos de infraestruturas,
› Nos equipamentos temos os especiais e públicos, estes devemos aprender a viver com
dois equipamentos deveriam ser classificados. estas infraestruturas e fazer de
modo organizado e acima de
Eliseu Armando, Estudante UNILURIO tudo seguro para as populações;

› Em relação ao equipamento de saúde, qual é o nível de › Referiu que tiveram algumas


abrangência em termos de serviços de saúde? Até que dificuldades na recolha de
percentagem os postos de saúde respondem ao informação, esperam que este
município de Nampula? processo auxilie na troca de
informação;
› Falou-se da agricultura predominante o algodão e
gergelim mas não se falou de amendoim e maçaroca. › Acrescentou que os objectivos
apresentados fazem parte do
Rachide António, Chefe do Quarteirão 20 que se refere a capacidade
institucional, e prevê a definição
› Em relação ao quarteirão onde está a ser construído o de medidas para suportar a
hospital, já comunicaram ao Sr. Presidente do município implementação do plano de
e apresentaram suas preocupações às terras que não estrutura, umas das medidas é o
estão parceladas; envolvimento directo da equipa
técnica do município.
› As estruturas competentes deram instruções que antes
de iniciarem as suas construções devem dirigir as
estruturas locais para dar início a legalização dos papeis
e dirigir ao local com o município para reconhecimento
das terras;

› Comentou que um Director de saúde não pode trabalhar


em Muanava sem conhecimento do Secretário e
responder aos assuntos do bairro;

› Deve haver controle policial por devido aos altos níveis


de criminalidade verificados.

Hermenegildo dos santos, UNILURIO

› Os técnicos deveriam apresentar à priori o motivo que


levou à elaboração do Plano, para consciencializar aos
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 201

Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta

participantes dos assuntos a tratar na presente


audiência;

› Apresentar mais claramente, usando percentagens,


quanto cada um dos sectores contribuem para o
desenvolvimento do município;

› Deve abordar-se na situação actual sobre a segurança


do município, e explicar qual o nível de segurança do
município;

› Na apresentação falou-se dos condicionantes de


ocupação de solos, precisa esclarecer-se o que
apresentaram é a situação actual, surgiu a mesma
preocupação por parte do MAE.

Silvio Machava, Estudante da Faculdade de


Arquitetura e Planeamento Físico

› Questionou como cidadão o que pode fazer para


participar na próxima fase? Não teve conhecimento na
primeira fase e o acompanhamento do processo deste
plano;

› Pediu que fosse publicado o documento em discussão;

› Esclarecer a questão da cintura verde, porque a


agricultura do município não é segurança alimentar mas
sim de subsistência;

› Na área de educação, indicar a fonte dos dados e o


número de alunos e salas. A realidade do número de
alunos por sala é outra, podem encontrar até 100
alunos por salas de aulas;

› O plano não é só no papel, porque é através deste plano


que tomam decisões sobre o que fazer na cidade;

› Mostram os mapas de densidade mas não os bairros


mais densos.

Paulo Colice - Munícipe

› Porque se elabora agora um Plano de Estrutura e não


os Planos de Pormenor que têm resultados imediatos?
202 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta

› Na situação actual não se falou da comunidade


estrangeira, será que eles não têm impacto na
comunidade actual?

› Falou-se da estrada nacional como potencial, mas não


dos impactos negativos que trazem para o município,
como por exemplo as linhas férreas;

Geralda Januário, Direcção Provincial da Cultura e


Turismo

› Lamentou que o seu sector foi pouco abordado, fala


apenas sobre alojamento e restauração apesar da
cidade ser rica em termos de cultura e turismo;

› Existem outros problemas relacionados com o


congestionamento verificado na av.do Trabalho pois
dificulta a circulação nas primeiras horas e no fim do
dia;

› Propôs que seja compreendido pelo Plano a construção


de uma outra via na circular ou pela via Madalena Maria.

Vitor Tomás, Arquiteto JFA (equipa de consultores)

› Acrescentou ainda sobre a implementação, que os objectivos do Plano são definidos por lei,
assim como a questão da implementação está impressa numa lei urbana. O plano não pode ser
feito sem estar focado na capacidade e no potencial que as estruturas municipais têm para a
sua implementação.

Ezequiel José António, Arquiteto e Técnico do Município de Nampula

› Esclareceu que as culturas de algodão e gergelim não deveriam constar no Plano porque não
são praticadas na cidade de Nampula.

Pedro Tomás, Arquiteto da JFA (equipa de consultores)

› Comentou que os produtos decorrentes da produção agrícola referidos no plano tem haver com
os que são mais recorrentemente produzidos dentro do território da cidade. Não significa que
não possam ser plantados em algum lugar outras culturas, não referenciadas;

› Com base nos dados da Direcção Provincial de Educação a informação sobre as salas de aulas,
indica que em Nampula dá em média de 60 alunos por turmas.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 203

Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta

Stela da Cristina, Estudante Faculdade de Arquitetura Pedro Tomás, Arquiteto da JFA


e Planeamento Físico (equipa de consultores)

› Em relação aos raios de abrangência, além dos › Aprofundou a questão sobre o


apresentados nos mapas, deveria indicar em carvão, esclarecendo que nada
percentagem quanto da população está a ser do que foi dito pretende colocar
beneficiada e quanto não está. em risco a saúde pública da
população, p. ex. a faixa de
Hermenegildo dos santos, Estudante UNILURIO protecção das linhas férreas
pretende, precisamente, manter
› Quando se falou que devemos habituar com o corredor, a população afastada das
todos sabemos o que se transporta é o famoso carvão. mesmas de modo a protegê-la. A
A localização do corredor não é problema, mas sim o questão aqui apresentada
que este vai transportar, trazendo problemas para a deveria passar pela definição do
saúde publica. Como sugestão era fazer um estudo para regulamento de transporte de
responder este problema. carvão, como é transportada de
modo a manter a segurança das
Amisse Samate, Secretária Provincial de Nampula pessoas a volta. Ou mudamos a
linha férrea para outro local, o
› Sugeriu aos consultores a consultar o decreto 26, 27 e que parece inviável considerar
28 sobre transferências de áreas, que vai ajudar a para um futuro próximo. Este
localizar onde se encontra os distritos e o município de Plano precisa de ser produzido
Nampula; de modo a que o Município tenha
a capacidade de implementação,
› Na classificação dos bairros, indicar quais os bairros o que está directamente
problemáticos e com engarrafamento; relacionado com a sua
capacidade financeira;
› Falou-se de alguns limites, mas não dos limites
extremos e pontos cardiais. › Informou que a requalificação
urbana, aparece como sendo
uma solução que poderá ser
adoptada para aumentar a
qualidade de vida dos munícipes,
nos bairros de alta densidade
pouco dotados de infraestrutura
urbana;

› Transmitiu que nesta fase são


abordadas possibilidades de
intervenções futuras, pois
procura-se ainda apurar o
estado real da Cidade de
Nampula. As propostas serão
realizadas na fase seguinte, dos
cenários, na qual serão definidas
estratégias específicas para
204 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta

abordar cada um dos prolemas


detectados;

› Em relação aos limites, existe


uma informação divergente na
nossa legislação sobre os limites
do município, foi aqui usado o
censo de 2017 do Instituto
Nacional de Estatística que é
diferente dos limites do MAE.
Informou que a equipa técnica
procurará chegar ao limite mais
preciso com suporte legal
disponível, assim como com o
contributo da Equipa Técnica do
Conselho Municipal.

› Ezequiel José António, Arquiteto e Técnico do Município de Nampula

› Comentou que esta apresentação é o resumo de um relatório extenso. Informações sobre a


base legal e decretos considerados para a produção do plano estão incluídas neste documento;

Encerramento:

Para encerrar a reunião, Sr. Vereador de Urbanização dirigiu-se aos participantes e deu início ao
encerramento do debate, apelando a COWI a disponibilização do documento em alguma comunicação
social ou nas plataformas de redes sociais, para que os munícipes possam partilhar com todas
comunidades e residentes para não surgir perguntas que não tem haver com o relatório. Em seguida
convidou aos consultores para uma visita nos bairros.

Não havendo mais assuntos sobre o diagnóstico da situação actual da Cidade de Nampula, a
Audiência Pública terminou quando eram treze horas e dez minutos, tendo sido elaborada a presente
Acta da Primeira Audiência Pública sobre a Elaboração do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de
Nampula.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 205

Lista assinada dos Participantes na Reunião


206 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 207
208 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 209
210 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

A Segunda Consulta Pública


Acta da Reunião da 2ª Audiência Pública sobre a Apresentação da versão preliminar do
Plano de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula.

Data: 9 de Dezembro de 2021

Local: Salão Nobre do Conselho Municipal de Nampula

Horário: 09:00 Horas

Participantes: 40

CMCN: Domingos Amaral Assuate, Alves Carlos Correia, Aniceto António, Nelson Carvalho.

COWI Moçambique, Lda: Arsénia Paulo

JFA: Tamara Bhatt

VEDOR: Osvaldo Luís e Zacarias Simo

(ver lista detalhada de participantes no Anexo IV)

No âmbito do processo de produção do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula, realizou-


se no dia 9 de Dezembro de 2021, pelas nove horas, a 2ª Audiência Pública para a Produção do Plano
de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula. A reunião iniciou com a chegada do Sr. Domingos Amaral
Assuate, Vereador de Área de Saúde, Mulher e Acção Social e representante do Presidente do
Conselho Autárquico e do Vereador de Infraestrutura, Urbanização e Meio Ambiente, o Sr. Alves
Carlos Correia. A mesma foi dirigida pelo Sr. Nelson Carvalho Director do Departamento de
Comunicação e Imagem do Município de Nampula. A apresentação da versão Preliminar do Plano de
Estrutura Urbana da Cidade de Nampula foi da responsabilidade do Sr. Aniceto António, Director de
Urbanização e Gestão de Terras do Município de Nampula, tendo como agenda única a Apresentação
da versão Preliminar do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula.

Este evento contou com a participação dos vereadores, membros da Assembleia Municipal,
estudantes da Uni Lúrio, chefes de sectores, equipa técnica do Conselho Municipal e representantes
de entidades públicas e privadas, conforme a lista de participantes, que se pode ver no anexo IV
deste relatório.

O Sr. Nelson Carvalho desejou as boas-vindas ao Vereador de Saúde, Mulher e Acção Social e
representante do Presidente do Conselho Autárquico, ao Vereador de Infraestrutura, Urbanização e
Meio Ambiente, aos membros da assembleia autárquica, aos vereadores e todos munícipes.

Em seguida passou a palavra ao Vereador de Infraestrutura e Meio Ambiente, que deu as boas-vindas
a todos presentes na reunião.

Em seguida o Sr. Domingos Amaral Assuate, Vereador da Área de Saúde Mulher e Acção Social e
representante do Presidente do Conselho Autárquico, fez a leitura do discurso de abertura da Reunião
e desejou em nome do Sr. Presidente as boas-vindas a todos presentes na reunião e pediu a
colaboração de todos.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 211

Por volta das nove horas e dez minutos, o Director Nelson Carvalho, com a permissão do
representante do Sr. Presidente, informou o início a apresentação da versão preliminar do Plano de
Estrutura Urbana da Cidade de Nampula e que a mesma ia ser realizada pelo Diretor de Urbanização
e Gestão de Terra, o Sr. Aniceto António.

Terminada a apresentação, o Director Nelson Carvalho, agradeceu pela apresentação e convidou os


participantes para apresentar os comentários, sugestões e dúvidas.

Em seguida resumem-se as principais questões suscitadas, comentários e sugestões feitas pelos


participantes e consultores.

1. Sr. António Comboio - Direcção Provincial de Terra Ambiente e Desenvolvimento


Territorial
• Durante a apresentação dos dados de diagnóstico referiu-se que, na componente de
defesa, a cidade conta apenas com 2 esquadras. Contudo, são 5 esquadras. Há
necessidade de se obter os dados correctos.
• Relativamente ao consumo de energia, mencionaram 32% ou 35% de consumo de
Energia. Devem obter dados mais actualizados junto à EDM, para perceber qual é a real
percentagem de abrangência.
• Nos cenários foi referida a necessidade de 17000 hectares, mas não ficou claro a que se
referem. Não se percebeu bem se parte desta área é referente ao existente ou proposta.
Era importante entender para que fim se destinam esses 17000 hectares.
• Nas propostas, não falaram de Abastecimento de Água. Apenas falaram de se prever
uma nova Barragem, mas era importante que o plano apresentasse 3 ou 4 propostas
sobre o abastecimento de Água.

2. Olinda Bulacha- ANE


• Agradeceu pela apresentação feita de forma sábia. Mencionou que no slide 16 da
apresentação, onde se abordam as infraestruturas e equipamentos existentes,
relativamente às áreas da Água, energia, saneamento, saúde e educação, mas não foram
abordadas as estradas, que também fazem parte das infraestruturas.
• No slide 59, onde são apontadas as condicionantes do uso do solo urbano, faz-se
referência às zonas de servidão Administrativa. Revela-se preocupada com esta questão
uma vez que, olhando para o que acontece nas áreas de saída e entrada da Cidade, tem
havido muitas construções até à berma das estradas não havendo espaço para os
munícipes circularem, muito menos para a realização de actividades de manutenção das
mesmas infraestruturas. Questiona o que está a ser feito para minimizar a invasão
massiva das zonas de servidão.

3. António Amurane- Universidade Lúrio


• Considera que o processo levou muito tempo entre a primeira audiência e a segunda
audiência, e os dados já estão desactualizados. Correu na imprensa informação de que
o Bairro de Muahivire passou a ser Posto Administrativo, contudo o Plano ainda apresenta
6 Postos Administrativos.
• Reparou que alguns pontos parecem estar errados na apresentação. Por exemplo, o
objectivo específico Nº1 do Plano, não se ajusta àquilo que está plasmado no segundo
ponto do Cenário B. No objectivo 1, no slide 4, prevê-se a criação de novas centralidades
212 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

para o município, que contradiz o segundo ponto do cenário B, que refere a revitalização
do centro da cidade.
• No Cenário B, que se considerou ser o mais adequado após a análise dos critérios de
avaliação, não parece estar correcto referir que aposta numa cidade sem assentamentos
humanos, porque a cidade é feita de assentamentos humanos.
• O Plano devia prever algumas situações para além do horizonte de 10 anos de vigência
do plano, porque embora seja esse o horizonte legal, a Cidade vai viver mais tempo,
apesar das mudanças climáticas e outros fenómenos que estão a acontecer agora.
• Foi mencionado que a passagem de carvão passará a ser realizada ao longo do limite
norte do Município, mas considera não ser o ideal, porque o limite norte é composto pelo
Rio Monapo que abastece a Cidade de Nampula. Pensa que o traçado ainda vai ser
pensado e desenhado, mas o carvão não pode passar por aquela área.
• Em relação às unidades operativas de gestão de planeamento, divididas por Bairro, é de
opinião que seja efectuada em função das características habitacionais. Por exemplo o
Bairro de Muala tem a zona de Belenenses cujo assentamento é muito espontâneo, e tem
a zona de expansão, que é um assentamento planeado, com ruas bem definidas.
Portanto, apresentam características diferentes que se forem tratadas e estudadas da
mesma maneira, pode resultar em estudos pouco profundos para se resolverem os reais
problemas que se vivem.

4. Domingas Fulano - Direcção provincial de Saúde


• Refere a necessidade de actualizar a informação sobre o número de Unidades Sanitárias,
que actualmente conta com 25 unidades, contudo menciona-se 17 Unidades sanitárias.
• O plano apresenta 3 objectivos gerais e depois objectivos específicos. É preciso rever de
forma que tenha um único objectivo Geral e que os objectivos específicos sejam
formulados com o verbo de acção.

5. Américo Moiane - Direcção Provincial de Desenvolvimento Territorial e Ambiente


• A consultoria está a levar alguns anos, há um desafio de se regressar ao campo e
actualizar algumas informações e dados.
• Sentiu-se a necessidade de reestruturar o Posto Administrativo de Muhala devido ao
crescimento verificado. Deste modo, foi criado o novo PA Muahivire cuja informação
socioeconómica deverá ser actualizada.
• Rever como se escreve o termo Muahivire. Não escrever como se pronuncia na língua
local, o plano é um documento que vai ser consumido durante 10 anos, e pode induzir o
consultor ao erro, se deixarmos o termo como se pronuncia na língua local.
• Um dos grandes desafios de implementação deste instrumento, está relacionado com os
equipamentos rodoviários, principalmente no que diz respeito às vias de acesso. Este
plano de 10 anos, dá-nos oportunidade de pensarmos, ou sonharmos sobre quais são as
alternativas que temos para descongestionarmos essas vias de acesso que nos dão maior
acessibilidade. O plano devia aprofundar melhor, as vias de acesso, que são
fundamentais para o desenvolvimento da cidade..
• Cenário B, refere que se pretende construir uma via de acesso sem passar pelo centro
da Cidade, e ainda construir uma linha férrea na zona do rio Monapo. Refere-se a
necessidade de se realizarem novos estudos para a implementação deste plano, contudo
estamos próximos de 2029, e questiona-se se em 9 anos o município estará preparado
para implementar aquilo que se prevê?
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 213

• O plano para além de ser simplesmente um plano documental, devia ser um plano que
caracterizasse as próprias acções.

6. Rogério Vaquina- Eletricidade de Moçambique (EDM)


• Considera o Plano ambicioso. Sugeriu que o Plano previsse a reserva de alguns espaços
para acompanhar o plano elétrico. É recorrente haver requalificações numa zona, e não
ser possível a instalação de algumas infraestruturas elétricas que permitam reduzir a
pressão que se verifica no centro da EDM. É necessário, também, a previsão de alguns
espaços para subestações futuras.
• Sugere que durante o desenvolvimento deste Plano houvesse maior interação com a
EDM, uma vez que o plano de eletrificação depende deste instrumento de ordenamento
territorial. Corre-se o risco de serem realizadas instalações de infraestruturas elétricas,
que se não forem de encontro com o PEU, serão solicitadas as respectivas remoções,
criando muitos transtornos para a EDM.

7. Domingos Amaral Assuate- Município de Nampula (Vereação da área de Saúde,


Mulher e Acção Social
• Considera necessário actualizar os nomes das Unidades Sanitárias. Há alguns nomes que
não estão de acordo com a hierarquia criada. Por exemplo, o Centro de Saúde Mental,
neste momento passou para o nível de Hospital Psiquiátrico.
• Considera que é preciso rectificar os nomes dos níveis dos Centros de Saúde, não se deve
apenas dizer Centro de Tipo A ou tipo B, podiam ser especificados que serviços são
prestados, ou seja, referir Centro de Saúde com ou sem maternidade.

Depois das perguntas, o consultor foi convidado a responder as questões colocadas ou esclarecer
as dúvidas levantadas:

Sobre os dados apresentados no Diagnóstico

• Relativamente às questões relacionadas com os dados recolhidos ao nível do diagnóstico, no


que se refere aos equipamentos de sáude, educação, segurança pública, cabe referir que o
trabalho de levantamento iniciou em 2019, e foi realizada uma Audiência Pública para
apresentação do Relatório de Diagnóstico que reflectiu a recolha de dados. Contudo, por uma
série de constrangimentos, principalmente relacionados com a situação do COVID, a
condução do trabalho levou mais tempo que o esperado e apenas agora abriu-se a
oportunidade de voltar a esta audiência pública para fazer a apresentação da Proposta do
Plano. Portanto é verdade que alguns dados possam estar desatualizados e solicitou-se no
imediato que os dados actuais sejam partilhados, após esta audiência, para que possam ser
incorporados nos relatórios finais. Esta apresentação tinha o objectivo de incidir mais sobre
a proposta do plano, contudo, devido ao tempo decorrido, considerou-se importante realizar
um enquadramento desde o diagnóstico, para fundamentar as propostas apresentadas.
• Directamente sobre a questão das esquadras e dos quarteis, foi salientada a dificuldade em
fazer a recolha de dados relativamente aos postos policiais, esquadras, comandos e quarteis
que existem. Foi realizado um levantamento local, portanto referenciada a localização dessas
infraestruturas, contudo, não foi possível obter por parte da entidade responsável uma
informação sobre a caracterização destes mesmos equipamentos. O trabalho foi feito para
colmatar esta questão, passou por realizar uma visita a todas as esquadras existentes cuja
214 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

a denominação foi atribuída por nós e não por uma entidade responsável que nos forneceu
a informação.
• Relativamente aos nomes dos Centros de Saúde que não estão claros, iremos tomar isso em
consideração, contudo, foram usados os termos que habitualmente são usados a nível da
legislação de saúde.

Sobre a divisão administrativa

• Em relação ao Bairro Muahivire, ser um posto Administrativo, a equipa consultora ainda não
tinha conhecimento da existência do novo posto Administrativo. Seria positivo poder
incorporar esta informação no plano, contudo é fundamental a partilha da informação e
processo da constituição deste novo Posto Administrativo. Embora, a nível de proposta que
estão a ser idealizadas, ela não vai influenciar estruturalmente o que se pretende, porque já
estão a ser definir novas centralidades de acordo com a localização da nova circular. Ao longo
desta circular prevê-se que sejam implementadas áreas multifuncionais para acomodação de
serviços, comércio, e de uma série de outras valências, para além da residencial, portanto,
vai ser possível desobstruir algumas zonas que estão a sobrelotadas.

Sobre os cenários de desenvolvimento da Cidade

• Relativamente aos cenários, não foi entendida a questão sobre a necessidade de terra. O
princípio foi obter uma previsão da necessidade de terra adicional em função da previsão do
crescimento populacional. Para esse estudo, foram considerados 3 cenários de crescimento
populacional que iria determinar a necessidade de mais ou menos terra adicional para os
assentamentos humanos. Num cenário conservador, com um crescimento populacional bem
mais contido, mais reduzido, o município iria sair dos 12,900 hectares que estão a ser
actualmente utilizados, para 17,000 hectares. Num cenário de crescimento elevado da
população, iria sair dos mesmos 12,900 hectares que estão a actualmente a ser utilizados
para assentamentos humanos e passar para 21,900 hectares. Num cenário ideal de
manutenção da taxa de crescimento, que ronda sensivelmente os 4% de crescimento
populacional, apenas serão necessários 6,500 hectares adicionais para os assentamentos
humanos em 2029, ou seja, iria sair de 12,900 hectares para um total de 19,500 hectares.
Estes números que foram estudados para se entender qual é a área ideal de terra adicional
que o Município realmente necessita para receber a quantidade de pessoas que se prevê em
2029. É uma análise que não está directamente relacionada com os cenários de
desenvolvimento territorial, é apenas uma concepção do que é necessário prever de terra
para absorver a quantidade de pessoas que vão existir ter até 2029.
• Admite-se um erro no slide dos Cenários que se refere a uma cidade sem assentamentos
humanos. Pretendia-se dizer sem assentamentos desordenados. Naturalmente que as
cidades são constituídas por assentamentos humanos. O que o plano pretende é, interromper
ou reduzir a ocorrência dos assentamentos desordenados que não estão consolidados.
Espera-se que este plano sirva de instrumento para reforçar a necessidade de se cumprir
com uma série de procedimentos para implantação destes mesmos assentamentos.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 215

Sobre as infraestruturas

• Em relação ao abastecimento de água, para que a apresentação não fosse relativamente


longa incidiu-se apenas em alguns aspectos, directamente relacionados com o uso do solo.
O relatório de fundamentação e o programa de execução que foram produzidos, preveem
uma série de acções e planos para infraestrutura, para mobilidade, para o uso de solo, para
capacitação institucional também, portanto, existem sim, acções e planos que estão previstas
para serem realizados ou que deviam ser priorizados para serem realizados nos próximos 10
anos, para a melhoria do abastecimento de água, melhoria da rede de distribuição de energia.
Portanto essa listagem está espelhada no documento Programa de Execução.
• Em relação à invasão massiva das zonas de servidão administrativa, o Plano prevê nas suas
condicionantes, a protecção destas áreas para evitar a ocorrência deste tipo assentamentos.
As condicionantes foram baseadas na Lei e nos instrumentos que fazem a definição das zonas
de proteção e respectivas faixas de proteção de acordo com o tipo de utilização, ou seja, as
linhas férreas são faixas de 100 metros de proteção, dependendo das estradas, são 50, 30,
15 metros de proteção. Portanto, o controle destas invasões vai depender fundamentalmente
da capacidade de implementação e reforço deste plano e dos seus mecanismos de controle.
Havendo estabelecido, no plano, uma base legal, a constar no regulamento do mesmo, para
o uso destas áreas, e estando especificamente determinado que estas áreas são de
construção interdita, acredita-se ser possível precaver e acomodar esta questão
• Relativamente à reserva de espaços para infraestrutura elétrica e uma maior cooperação com
a EDM- A equipa consultora considera fundamental a cooperação entre o Município e a EDM.
O Município e todas as outras entidades e instituições de infraestruturas devem estar em
permanente interação. O sucesso deste plano só será alcançado se forem feitos trabalhos
conjuntos para a implementação das infraestruturas. O Plano prevê a realização de projectos
para implementar estas infraestruturas de crescimento da rede de distribuição eletricidade,
assim como de abastecimento de água e saneamento, mas deverão ser feitas com interação
com o Município de certeza. Estão previstas estas actividades no âmbito do plano, existem
fichas e termos de referência que pode ser usadas como base dar início aos estudos e
projectos necessários, conforme o exemplo que foi apresentado.

Sobre a mobilidade e acessibilidade da cidade

• O Plano prevê uma série de acções com vista à melhoria da fraca acessibilidade que se verifica
na cidade. Um dos constrangimentos que foi levantado nas consultas públicas anteriores e
nas reuniões que tivemos com os sectores chaves, é a passagem da rota de carvão pelo
centro da Cidade. As longas composições dos comboios criam constrangimentos na
mobilidade da cidade para além das questões de poluição que se gera afectando a
componente ambiental. Portanto, alinhado com o que está estabelecido com o Projecto
Estratégias de Desenvolvimento económico do Corredor de Nacala, o Plano prevê- o desvio
da rota de carvão para o norte da Cidade, não necessariamente junto ao rio Monapo, o PEDEC
tem já uma proposta de traçado, contudo, também se prevê um estudo mais aprofundado
desta localização da rota do carvão. É uma localização que já está prevista no Projecto
Estratégias de Desenvolvimento Económico de corredor de Nacala, acima do rio Monapo. Esta
Estratégia estabelece algumas estratégias de desenvolvimento para os centros urbanos, ao
longo do corredor de Nacala, e que visam potenciar comercialmente, industrialmente, até
ao nível do sector agrícola, e atrair investimento externo.
216 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

• A segunda acção é a previsão de criação de uma circular em torno de todos os Postos


Administrativos da Cidade de Nampula, portanto, prevê-se a criação de uma circular norte e
sul, que atravesse os postos administrativos, cujo traçado também está definido no projecto
estratégias de Desenvolvimento económico do Corredor de Nacala, contudo, deverão ser
realizados estudos mais profundos para a realização destes projectos. Prevê-se, também a
ampliação ou reforço de algumas estradas transversais que já existem, e que podem
desbloquear algumas zonas da Cidade para melhorar esta acessibilidade ao centro urbano.
A Circular vai permitir que todo transporte de carga e de pessoas, que não tenha como
objectivo chegar ao centro da Cidade de Nampula, mas que tenha como objectivo escoar
para o resto do País, seja para Lichinga, seja para Maputo, para Angochce, ou Nacala,
permitindo que essa mobilidade não precise de passar pelo Centro Urbano para poder sair
da Cidade. Ou seja, esta circular vai permitir que todo o tráfego seja desviado e flua sem
congestionar o Centro da Cidade.

Sobre as unidades Operativas de Gestão

• Em relação às UOPGs em função das características funcionais, cabe referir que o já foi
apresentada numa proposta anterior, a configuração das unidades operativas de gestão em
função das características do uso do solo, contudo, foi uma solicitação do Município que se
fizesse coincidir as UOPGs em função dos Bairros, e foi seguida essa recomendação. Contudo,
está ainda em aberto para discussão, e poderá ser alterado se for entendido que se deve
trocar pelas das características funcionais. Como foi possível verificar, o que pretende neste
plano é criação de uma cintura verde ao redor da Cidade, dedicada à agricultura, que permita
a sustentabilidade económica e alimentar da Cidade. Então, seria viável criar uma UOPGs, só
para a área da agricultura, que tem uma característica de uso diferente. Existem zonas
industriais que estão definidas ao longo das principais vias, e que poderiam constituir uma
UOPGs diferente. E por fim em função das características de ocupação residencial de acordo
com as necessidades. Trata-se de uma proposta válida, e que já foi considerada, contudo,
foi seguida a recomendação apresentada pelo Município.

Sobre o período de vigência do Plano

• O Plano foi realizado de acordo de acordo com a lei, com os guiões metodológicos de
elaboração de planos de estrutura urbana, e ainda com as recomendações que foram
emitidas pelo Ministério, e estabelece-se que planos de estrutura urbana tem uma vigência
legal de 10 anos. Contudo, há muitas propostas neste plano que podem ser consideradas ser
ambiciosas, e que poderão não ser implementadas durante os 10 anos. Assim, considera-se
que este plano ultrapassa este período de vigência, e pretende-se que durante estes 10 anos
sejam pelo menos reservadas as terras para as grandes infraestruturas que se propõem. Se
for possível garantir que, mesmo que estas infraestruturas não sejam realizadas nos
próximos 10 anos, mas que pelo menos esteja garantida a reserva destas áreas, para que
no futuro, quando houver investimento ou financiamento para a sua implementação, essa
área não esteja ocupada por outro tipo de uso.
• Em relação à implementação da rota de carvão em 10 anos – O município poderá não estar
preparado para executar, implementar o desvio da rota de carvão dentro dos 10 anos, mas
o importante é garantir que a reserva de espaço para a implementação desta infraestrutura
seja realizada dentro do tempo de vigência do plano. Se for garantida esta reserva de espaço,
pode-se considerar que Nampula está preparada para o futuro e para além dos 10 anos.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 217

Principais Conclusões e recomendações:

Depois das perguntas e respostas foram feitas as recomendações pelo consultor, que afirmou que foi
positiva a audiência, porque foram levantadas algumas questões que precisam de ser melhoradas no
plano. Do que foi falado existe alguma preocupação relativamente à capacidade de implementação
e de crescimento das infraestruturas, dizer que estão acauteladas no plano. Relativamente às
propostas de desvio da rota do carvão, são propostas que embora ambiciosas, vão melhorar bastante
a mobilidade da Cidade de Nampula, acreditando que a implementação destas principais operações,
vai potenciar Nampula, vai ajudar atrair mais investimento para a Cidade, vai ajudar a criar condições
para a produção industrial e agrícola. A equipa consultora acredita que este plano se for
implementado, se for monitorado, se for acompanhado terá efeitos bastante positivos para o
crescimento da Cidade e encerou a sua intervenção agradecendo a todos pela participação.

Encerramento:

Para encerrar a reunião, Sr. Vereador da Área de Saúde, Mulher e Acção Social, dirigiu-se aos
participantes e deu início ao encerramento do debate, agradecendo aos participantes que
conseguiram contribuir bastante e que este aspecto é positivo, mostrando que todos estão
comprometidos com desenvolvimento da Cidade. Agradeceu ao consultor, e pediu desculpas e
explicou que as questões colocadas e as recomendações dadas eram necessárias para o
enriquecimento do trabalho. Desejou que todos regressassem aos seus locais de trabalho ou
aposentos de boa saúde. Em seguida, os participantes foram para o Lanche.

Não havendo mais assuntos sobre versão preliminar do Plano de estrutura Urbana da Cidade de
Nampula, a Audiência Pública terminou quando eram onze horas, tendo sido elaborada a presente
Acta da segunda Audiência Pública sobre a Elaboração do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de
Nampula.

Conselho Autárquico da Cidade de Nampula

______________________
Domingos Amaral Assuate
(Vereador da Área de Saúde, Mulher e Acção Social)

_______________________________
Alves Carlos Correia
(Vereador de Infraestrutura, Urbanização e meio Ambiente)

_______________________________
Aniceto António
(Director de Urbanização e Gestão de Terras)
218 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA

9.1 ANEXO IV - Lista assinada dos Participantes na Reunião


RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 219

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