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Cidade de Nampula
VOLUME II
RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO
DAS OPÇÕES TOMADAS PARA O
PLANO
ENDEREÇO COWI Moçambique, Lda.
Av.Zedequias Manganhela, 95
1º andar (Prédio 33 andares)
C.P. 2242
Maputo
Moçambique
DEZEMBRO, 2021
MINISTÉRIO DA TERRA E AMBIENTE
VOLUME II
RELATÓRIO DE
FUNDAMENTAÇÃO DAS
OPÇÕES TOMADAS PARA O
PLANO
PROJECTO Nº DOCUMENTO Nº
4.C
01 30/12/2021 Relatório de Fundamentação JFA_ Tamara Bhatt -Vítor Tomás Cloé Ribas
das Opções tomadas para o -Erasmo
PEUCN Nhachungue
-Albino Mazembe
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 5
FICHA TÉCNICA
Este trabalho foi elaborado pelo Conselho Municipal da Cidade de Nampula com o
patrocínio e Coordenação do Ministério da Terra e Ambiente (MTA) e colaboração técnica
da COWI, José Forjaz Arquitectos e Vedor.
SUPERVISÃO
Joaquim Langa
DNTDT
Director da Direcção Nacional de Terra e
Desenvolvimento Territorial
COORDENAÇÃO GERAL
José Forjaz
José Forjaz Arquitectos
Coordenador Geral
Carmeliza Rosário
Gestora do Projecto COWI
Gestora de Qualidade
Arsénia Paulo
COWI
Gestora do Projecto
6 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Cloé Ribas
COWI
Gestora de Qualidade
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
Vitor Tomás
José Forjaz Arquitectos
Coordenador de Produção
Erasmo Nhachungue
Coordenador de Produção COWI
Coordenador de Especialidades
Tamara Bhatt
José Forjaz Arquitectos
Coordenadora de Elaboração do Plano
Pedro Tomás
José Forjaz Arquitectos
Coordenador de Elaboração do Plano
Arsénia Paulo
Especialista de Demografia e Equipamentos Sociais e
Serviços COWI
Manuel Santos
Especialista de Assuntos Económicos e Financeiros,
COWI
Capacidade Institucional, Agronomia, Florestas e
Agricultura Urbana
Ivone Uchoane
Especialista de Assuntos Económicos e Financeiros e COWI
Capacidade Institucional
Yara Barreto
COWI
Especialista de Geografia e Ambiente
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 7
Célia Macamo
COWI
Especialista de Geografia e Ambiente
Lucinda Cruz
COWI
Especialista de Ciências Jurídicas
Manuel Teles
Especialista de Infraestruturas Eléctricas e COWI
Telecomunicações
Classio Mendiate
COWI
Especialista em Mobilidade
Isa Teles
Especialista de Infraestruturas de Água, Saneamento COWI
e Drenagem
Manuel Retagi
COWI
Especialista de Mobilidade Urbana
EQUIPA DE MAPEAMENTO
Bruno Vedor
Vedor
Coordenador de Mapeamento
Osvaldo Luis
Vedor
Mapeador
Anisha Abdul
Vedor
Mapeadora
COLABORADORES
Custódio Conceição
José Forjaz Arquitectos
Arquitecto e Planeador Físico
Suporte Local
Hagira Machado COWI
Secretariado
8 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
LISTA DE ABREVIATURAS E
ACRÓNIMOS
AIAS Administração das Infraestruturas de Água e Saneamento
ANE Administração Nacional de Estradas
CD Centro Distribuidor
CDN Corredor de Desenvolvimento do Norte
CEAR Caminhos-de-ferro da África Central e Oriental
CMCN Conselho Municipal da Cidade de Nampula
CTEP Comissão Técnica de Elaboração do Plano
DINAGECA Direcção Nacional de Geografia e Cadastro
DNH Direcção Nacional de Habitação
DPTADER Direcção Provincial da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural
EB Estação de Bombagem
EDM Electricidade de Moçambique
ETA Estação de Tratamento de Água
ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais
FIPAG Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água
FUNAE Fundo de Energia
GUHARLM Gabinete de Habitação e Urbanização da Região de Lourenço Marques
IFRDP Projecto de Desenvolvimento Integrado de Estradas Rurais
IDA Agência Internacional de Desenvolvimento (International
Development Agency)
INPF Instituto Nacional do Planeamento Físico
LAM Linhas Aéreas de Moçambique
MCA Millenium Challange Account
MCC Millenium Chanllange Cooperation
MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
MTA Ministério da Terra e Ambiente
MOPHRH Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos
OBA Output Based Aid
ONG Organização Não Governamental
PA Posto Administrativo
PEDEC Projecto das Estratégias de Desenvolvimento do Corredor de Nacala
PEU Plano de Estrutura Urbana
PEUCN Plano de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula
PNDUL Programa Nacional de Desenvolvimento Urbano e Local
PNDT Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 9
CONTEÚDO
1 Introdução 24
1.1 Enquadramento Legal do Plano 25
1.2 Breve Referência ao Processo de Elaboração do Plano 26
1.3 Principais Fontes de Informação Utilizadas 30
1.4 Os objectivos do Plano 30
1.5 Os princípios de Planeamento em Vigor 33
9 REFERÊNCIAS 177
O Processo de Elaboração do Plano de Estrutura Urbana 186
9.1 ANEXO IV - Lista assinada dos Participantes na
Reunião 218
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 13
GLOSSÁRIO
CATEGORIAS DO USO DO USO
ÁREAS URBANIZADAS
AUb Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas
e/ou consolidadas, sem uso dominante evidente, com habitação,
comércio, serviços, pequenas fábricas, etc., geralmente com
regularização fundiária e uma ocupação ordenada por algum
instrumento de ordenamento do território.
ÁREA URBANIZÁVEL
AUz Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas
e/ou consolidadas, sem uso dominante evidente, com habitação,
comércio, serviços, pequenas fábricas, etc., geralmente com baixas
taxas de regularização fundiária e uma ocupação espontânea sem
obedecer a instrumentos de ordenamento do território.
Desporto e Recreação Área não edificada pública ou privada com vegetação natural do
tipo arbóreo ou arbustivo plantado em parques e jardins.
Instalações Aeroportuárias
Aeroporto Aeroporto, aeródromos, pistas de aterragem.
Instalações Rodoviárias
Rodoviária Paragens e terminais.
Instalações Portuárias
Porto Portos e ancoradouros de passageiros, de carga e de pesca.
Instalações Ferroviárias
Caminhos de Ferro Estações e apeadeiros
Infraestrutura de Electricidade
Central eléctrica, subestação de energia, porto de transformação.
LISTA DE MAPAS
Mapa 2.1 - Mapa da divisão administrativa da cidade de
Nampula 35
Mapa 2.2 - Enquadramento Territorial da Cidade de
Nampula na província 36
Mapa 2.3 - Mapa de equipamentos sociais da situação
actual 38
Mapa 2.4 - Mapa da rede viária da situação actual 39
Mapa 2.5 - Mapa da rede de educação da situação actual
na cidade de Nampula 42
Mapa 2.6 - Mapa da rede sanitária da situação actual na
cidade de Nampula 43
Mapa 2.7 – Mapa de infraestruturas da situação actual 44
Mapa 3.1 – Esquema do Cenário A 75
Mapa 3.2 – Esquema do Cenário B 78
Mapa 3.3 – Esquema do Cenário C 82
Mapa 4.1- Resumo dos principais objectivos 96
Mapa 6.1- Mapa de Uso do Solo Proposto 112
Mapa 6.2 - AUb -Áreas urbanizadas 116
Mapa 6.3 - AUbMf -Áreas urbanizadas Multifuncional a
requalificar 117
Mapa 6.4 - UbM1 -Áreas urbanizadas de Média Densidade
a preservar 119
Mapa 6.5 – AUbM2 -Áreas urbanizadas de Média
Densidade a requalificar 120
Mapa 6.6 - AUbB1 -Áreas urbanizadas de Baixa Densidade
a preservar 122
Mapa 6.7 - AUbB2 -Áreas urbanizadas de Baixa Densidade
a requalificar 124
Mapa 6.8 - AUz -Áreas Urbanizáveis 126
Mapa 6.9 – AUzMf -Área Urbanizável Multifuncional a
expandir 127
Mapa 6.10 - AUzA1 -Área Urbanizável de Alta Densidade a
requalificar 129
Mapa 6.11 – AUzA2 -Área Urbanizável de Alta Densidade
a requalificar em áreas sensíveis 132
Mapa 6.12 – AUzM1 -Área Urbanizável de Média
Densidade a requalificar 133
Mapa 6.13 - AUzM2 -Área Urbanizável de Média
Densidade a expandir 136
Mapa 6.14 – AUzB1 -Área Urbanizável de Baixa Densidade
a requalificar 137
Mapa 6.15- AUzB2 -Área Urbanizável de Baixa Densidade
a expandir 139
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 19
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Previsão de Crescimento Populacional para a
Cidade de Nampula de 2017 a 2029 37
Figura 2.2 - Foto aérea com as rotas de transportes
públicos da situação actual 41
Figura 4.1 - Principais Objectivos de intervenção
Urbanística 96
Figura 5.1 - Hierarquia das vias de acesso 106
Figura 5.2 - Isolinhas da distribuição das viagens
(Nampula) 107
Figura 5.3 - Tráfego urbano (Cidade de Nampula) 108
Figura 5.4- Descrição das linhas de Transporte 109
Figura 5.5- Proposta de Linhas de Transporte Público 110
Figura 5.6 - Proposta de rotas de transporte público e
suas paragens 111
Figura 5.7 - Localização das principais paragens e
terminais 111
Figura 6.1 - Fotografia aérea da área urbanizada
multifuncional a requalificar 118
Figura 6.2 - Fotografia aérea de áreas urbanizadas de
média densidade a preservar 119
Figura 6.3 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a
requalificar e converter em áreas
urbanizadas de média densidade a
requalificar no PA da Muhala 121
Figura 6.4 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a
requalificar e converter em áreas
urbanizadas de média densidade a
requalificar no PA da Muatala 121
Figura 6-5- Fotografia aérea de áreas urbanizadas de
baixa densidade a preservar 123
Figura 6.6 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a
requalificar e converter em áreas
urbanizadas de baixa densidade a
requalificar no PA da Muhala 124
Figura 6.7 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a
requalificar e converter em áreas
urbanizadas de baixa densidade a
requalificar no PA da Muatala 125
Figura 6.8 – Fotografia aérea de área Multifuncional a
expandir 128
Figura 6.9 – Fotografia aérea de área Multifuncional a
expandir PA Muatala-Natikir 128
Figura 6.10 - Fotografia aérea de área Multifuncional a
expandir PA de Napipine 128
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 21
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 - Quadro Lógico de Análise de Problemas e
Soluções 51
Tabela 3.1 - Matriz de avaliação de Cenários 88
Tabela 6.1 - Balanço de Áreas - Uso do Solo 115
Tabela 6.2 - Matriz Síntese do Uso do Solo Proposto 149
Tabela 6.3- Matriz síntese de Índices Urbanos Propostos 153
Tabela 7.1 -Balanço de Áreas - condicionantes do uso do
solo 162
Tabela 7.2 - Matriz Síntese de condicionantes ao Uso do
Solo Proposto 163
24 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
1 Introdução
O Regulamento da Lei de Ordenamento do Território (Lei 19/2007 de 18 de Julho), estabelece que
os Planos de Ordenamento do Território devem ser acompanhados, entre outros, de um relatório
que fundamenta todas as opções tomadas.
A elaboração do PEUCN tem a sua urgência determinada pela constante solicitação de terra por
parte dos agentes privados para a instalação e desenvolvimento de empreendimentos de
rendimento variado, com maior destaque para a habitação e comércio, e solicitação por parte de
particulares para a construção e ou legalização da propriedade fundiária (atribuição do DUAT) ou
imobiliária (legalização da construção). Esta dinâmica está ligada ao rápido crescimento e
mudanças induzidas no contexto regional bem como o potencial que a Cidade de Nampula
apresenta para o desenvolvimento socioeconómico.
Assim o presente processo não só visa acompanhar as dinâmicas referidas, mas também
sobretudo estabelecer um modelo territorial e uma base legal que sirva de orientação das
autoridades para garantir um desenvolvimento sustentável da cidade, considerando determinante
o facto de a Cidade de Nampula ser qualificada como sendo a capital do Norte do país.
O Relatório, começa por fazer o enquadramento legal do plano, indicando todos os dispositivos
legais aos quais se vincula, para de seguida falar do processo de elaboração do plano,
nomeadamente as principais etapas de levantamentos de campo, bem como a maneira que se
desenvolveu todo o processo de envolvimento dos diferentes actores afectados ou interessados
no processo, nomeadamente, como se realizaram as auscultações e audiências públicas indicando
as principais contribuições, posterior apresentação de uma caracterização prévia da área de
abrangência e forma de elaboração dos Cenários de desenvolvimento da Cidade. Os objectivos do
plano são apresentados por um lado, à luz do emanado na legislação nacional, designadamente o
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 25
estabelecido no Regime Jurídico dos Instrumentos de Ordenamento do Território, e por outro lado
tendo em conta as especificidades territoriais da Cidade.
Os elementos fundamentais são apresentados tendo como pano de fundo a estratégia seguida
para fazer o ordenamento funcional do território, e que se apoia nos seguintes eixos estratégicos:
› Sistema produtivo;
A qualificação do solo é abordada à luz dos programas de acção territorial onde, para além de
indicar as áreas que integram o zoneamento, tratam dos seus regimes e regras de edificabilidade.
O processo de elaboração do PEUCN teve o seu lançamento no dia 07 de Março de 2019, na Cidade
de Nampula. No dia 06 de Março de 2019, aconteceu uma primeira reunião entre o Consultor e a
equipe técnica que coordena a elaboração do PEUCN.
c) A 1ª Audiência Pública
A 1ª Audiência Pública teve lugar no dia 29 de Agosto de 2019, e consistiu um acto popular, no
Salão Nobre do Conselho Municipal de Nampula e visava a apresentação do diagnóstico da situação
actual, para a recolha de subsídios, junto das autoridades da Autarquia de Nampula, entidades
públicas e privadas e sociedade civil. Deste encontro foi aperfeiçoado o diagnóstico e colhidas as
principais sensibilidades que orientaram a proposta do plano que foi posteriormente discutida,
tendo ressaltado as seguintes questões.
› Foi referida a falta de comunicação entre o Município e o cidadão, tendo sido identificado que
existe uma carência na capacitação do pessoal técnico do município;
› Foi referida a lotação dos cemitérios e necessidade de se preverem novas áreas para o efeito;
28 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
› Foram levantadas questões sobre a cintura verde da cidade, realçando a importância a nível
de subsistência e segurança alimentar, e sobre a necessidade de aproximar as infraestruturas
destas áreas agrícolas;
› Foi referido o impacto negativo, que a linha férrea, sobretudo da rota do carvão, tem na
mobilidade da cidade e no meio ambiente.
› Foi referida a importância da criação de um depositário digital para conter toda a informação
necessária tanto para os técnicos para os munícipes;
› Foi sugerido que o investimento mais urgente seja canalizado para a capacitação do pessoal
técnico do Município, no domínio dos Instrumentos de Ordenamento do Território, para que
estes tenham conhecimento de como actuar e efectivamente gerir o território;
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 29
e) A 2ª Audiência Pública
A 2ª Audiência Pública teve lugar no dia 9 de Dezembro de 2021, e consistiu um acto popular, no
Salão Nobre do Conselho Municipal de Nampula e visava a apresentação da proposta do Plano,
para a recolha de subsídios, junto das autoridades da Autarquia de Nampula, entidades públicas
e privadas e sociedade civil. Deste encontro foi aperfeiçoado o plano e colhidas as principais
sensibilidades que orientaram a proposta do plano, tendo ressaltado as seguintes questões:
› Foi referida a preocupação com a localização da nova rota do carvão devido à proximidade
com o rio Monapo e questionou-se se era um plano exequível durante o período de vigência
do plano;
› Foi referido que as unidades operativas de gestão deviam ser organizadas em função das
características habitacionais ao invés de coincidir com os bairros;
As bases cartográficas bem como dados para desenvolvimento do trabalho, foram fornecidas pelo
Conselho Municipal da Cidade de Nampula (CMCN), e outros encontrados nos repositórios
existentes na Cenacarta.
No período que separou o primeiro trabalho de campo e o segundo foram feitos os trabalhos de
gabinete de digitalização e preparação das bases cartográficas e preparação das bases dos
relatórios para a análise da situação actual, e em paralelo foram visitadas instituições na cidade
de Nampula interessadas ou envolvidas no processo de desenvolvimento da Cidade.
› Eliminar as assimetrias sociais e os privilégios na escolha dos locais para a distribuição das
redes de infraestruturas, de serviços e dos equipamentos sociais;
› Definição de directivas que possam alavancar a economia local, com base na agricultura
urbana e outras actividades que constituam a base económica da cidade;
› Definição de princípios que possam melhorar a qualidade ambiental da cidade, com a redução
de focos de poluição sonora e a causada por resíduos sólidos e líquidos.
b) O PEUCN pretende também reforçar o potencial da cidade de Nampula como polo logístico
no norte do país através:
› Consolidar a ocupação de unidades territoriais agrícolas nas áreas de cintura verde da cidade
promovendo a participação de jovens e mulheres na produção alimentar.
› Reverter a sistemática redução de áreas agrícolas utilizadas pelas comunidades para reforço
financeiro e nutricional através da definição de regras que assegurem a segurança de posse
e uso de terras agrícolas;
potencialidades de uma forma sustentável e com reduzidos impactos derivados das mudanças
climáticas e desastres naturais.
b) São documentos que seguem o padrão dos planos desta natureza e foram usados como
referência para o desenvolvimento do actual PEUCN, por forma a que se mantenha como
uma ferramenta válida para o ordenamento do território, compatível e balizado com os
demais IOT já produzidos para a cidade de Nampula.
› Definição de uma nova rede viária que irá ligar todos os bairros libertando o centro da cidade
do intenso tráfego de veículos atravessando o Município em direcção a outras localidades;
› Criação de uma Unidade Operativa de Planeamento e Gestão (UOPG) para cada posto
administrativo, com uma equipa técnica responsável pela implementação dos PPU´s.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 35
1
No decorrer da produção do presente Plano de Estrutura Urbana, o Conselho Municipal passou por um
processo de restruturação da divisão administrativa e o Bairro de Muahivire, pertencente ao Posto
Administrativo da Muhala, foi elevado à categoria de Posto Administrativo devido às suas características
urbanas e densidades populacionais. Contudo esta alteração não foi, ainda, ratificada pelo Ministério da
Administração Estatal, pelo que o presente plano considera ainda a divisão administrativa anterior, estando
prevista uma acção, no Programa de Execução, para a sua regularização.
36 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
qual partem dois eixos rodoviários importantes, nomeadamente, a estrada nacional EN13 que faz
a ligação à Província do Niassa e a estrada nacional EN104 até à cidade costeira de Angoche.
2.1 População
De acordo com os dados recolhidos e apresentados no relatório de diagnostico da situação actual,
a População do Município, segundo o censo de 2017 do INE, é da ordem dos 663.212 habitantes,
166.188 agregados familiares, o tamanho médio do agregado familiar é 4,57 pessoas por
agregado. Os assentamentos humanos correspondem a 24,83% da área do município.
Em 2029 a População prevista estará entre 883.500 e 1.125.000 habitantes; o que significará um
crescimento médio de cerca de 335.000 habitantes, ou seja, 73.000 famílias.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 37
1,200,000
1,124,729
1,100,000
998,679
1,000,000
883,628
900,000
800,000
700,000
663,212
600,000
Figura 2.1 - Previsão de Crescimento Populacional para a Cidade de Nampula de 2017 a 2029
Fonte: Previsões com base na análise de evolução do crescimento populacional da Cidade de Nampula
Com uma população jovem (mais de 68% da população com menos de 24 anos), tanto o Município
de Nampula como a Província de Nampula apresentam um índice de masculinidade de 49% 2. De
acordo com elementos do INE (2007), a população economicamente activa no Município atingia
cerca de 48,8%, constatando-se que 62% da população se dedica à actividade agrícola,
esperando-se que um número significativo possa estar envolvido no comércio informal. De acordo
com os Censos de 2007, os dados indicam que 25% da população é analfabeta, e 42,5%
frequentou o ensino escolar, 54,9% dos quais, não concluiu nenhum nível de escolaridade. No
recenseamento agropecuário de 2011 registaram-se cerca de 40.383 pequenas explorações
agrícolas no Município, com dimensão média de 1,2ha, 73% das quais dedicadas ao cultivo de
produtos alimentares, podendo, pois, inferir-se que a agricultura familiar, absorve de facto uma
parte considerável da população activa.
2.2 A habitação
As características do parque habitacional duma sociedade, especialmente o material usado na sua
construção, constituem um indicador bastante relevante do nível de desenvolvimento
socioeconómico. No que concerne a habitação, dados do Censo de 2007 mostram que na Cidade
de Nampula cerca de 55.8% da população vivia em palhotas, cujo material predominante na
construção é de origem vegetal (capim, palha, palmeira, colmo, bambu, caniço, adobe, paus
maticados, etc.), 27% vive em casas mistas construídas com materiais duráveis (bloco de
cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/laje de betão).
A casa básica, constituída por uma unidade habitacional que só tem quarto(s), com casa de banho
e cozinha exterior é usada por 11.7% da população, uma pequena parcela (3.2%) da população
vivia em casas convencionais e 1.4% em flats/apartamentos.
2
INE – Resultados Preliminares do IV RGPH
38 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
A Cidade de Nampula caracteriza-se por uma rede viária ordenada no Posto Administrativo
Central, dispondo em regra, de uma via asfaltada emergindo do centro da urbe para cada posto
administrativo periférico, para além das vias referidas acima. O centro urbano apesar de ocupar
apenas uma área inferior a 1% do município, com uma população inferior a 4% do total, dispõe
de uma óptima rede de acessibilidade com uma densidade viária vinte vezes superior à restante
parte do território do município.
Nos restantes postos administrativos, as vias de distribuição local obedecem ao perfil dos
assentamentos informais, condicionadas pela natureza dos aglomerados, com claras dificuldades
para a sua integração na estrutura urbana da cidade. São frequentes as obstruções das vias
decorrentes da construção desordenada, cursos de água, topografia do terreno e deposição de
resíduos sólidos ou erosão. A rede viária, com uma extensão de vias de acesso local, em terra
batida, correspondente a 47% do total da rede viária municipal, é deficitária, de baixa densidade
(0,15km/km2) e de baixa qualidade, quer no que diz respeito à acessibilidade em termos de
penetração, quer seja na qualidade da via.
que aumenta a distância ao centro da cidade. Este problema é gravado pela erosão dos solos na
periferia, o que torna a rede de estradas ainda mais desconectada.
A cidade de Nampula é atravessada pela estrada nacional, que contribui para o aumento do fluxo
de veículos pesados no centro da cidade. Uma vez que a cidade não possui infraestruturas para
peões e ciclistas, o intenso tráfego de veículos pesados, para além de degradar o ambiente urbano,
contribui para o congestionamento, aumento consubstancial da sinistralidade rodoviária,
envolvendo peões e viaturas.
Não existem terminais de transporte público urbano, existindo apenas terminais de transporte
público interdistrital e interprovincial. Porém estes terminais localizam-se nos escritórios das
empresas operadoras ou em locais desprovidos de quaisquer condições para acomodar com
segurança e conforto os serviços.
Um dos principias aspectos levantados pelos utentes de transporte público na cidade de Nampula
é a tarifação, que se apresenta com preços flexíveis, que variam de acordo com a distância e com
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 41
o volume de carga que o passageiro transporta. Isto desencoraja o uso de transporte público para
a realização de compras, que é apontado como sendo um dos principais motivos de viagens da
população da cidade.
Figura 2.2 - Foto aérea com as rotas de transportes públicos da situação actual
Fonte: CMCN sobre foto aérea Google Earth
A população escolar está assim distribuída: 39.230 alunos do ensino básico, distribuídos pelas
1000 salas de aulas existentes, numa relação média de 44 alunos por professor e 39 alunos por
turma; 58.401 alunos no ensino secundário distribuídos pelas 371 salas de aulas existentes, numa
relação média de 35,8 alunos por professor e 157 alunos por turma. O ensino superior conta com
23.136 estudantes.
42 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
A Universidade Pedagógica conta com 8.470 estudantes, seguido do Centro de Ensino à Distância
da Universidade Católica com 3.798 estudantes e a Universidade Unilúrio com 2.760 estudantes.
e) Rede Sanitária
A Autarquia conta com 17 unidades sanitárias (US) com maternidades e farmácias públicas, a
saber: 1 Hospital Central, 1 Hospital Geral, 1 Hospital Militar, 2 Centros de Saúde (CS) do tipo A,
7 CS do tipo B, 2 CS do tipo C, 1 Centro de Saúde Mental e ainda 2 Postos de Saúde. Estas
unidades sanitárias servem uma população estimada em 788.140 habitantes distribuídas pelos
postos administrativos do município mais um posto administrativo do distrito de Nampula,
abrangendo 324 comunidades da área rural. A cobertura dos serviços de saúde caracteriza-se por
1 médico para cada 6.181 habitantes.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 43
f) Abastecimento de Água
O sistema público de abastecimento de água encontra-se sob a gestão do FIPAG, foi melhorado e
expandido em 2012 e é abastecido pela barragem situada no Rio Monapo, com uma capacidade
de armazenamento de 4.000.000m3 e de fornecimento diário entre 26.000m3 e 40.000m3. A
bombagem da água da barragem é realizada com o auxílio de 2 pontos de toma, um com 5 bombas
com capacidade nominal de 500m3/dia e outro com 4 bombas com capacidade de 320m3/h. As 2
estações de tratamento localizadas junto à barragem possuem uma capacidade de 20.000m3/dia
cada uma. A rede de distribuição cobre apenas 36% da população e tem um fornecimento médio
diário de 13h e estão estimadas perdas na operação em cerca de 6.1% e água não facturada na
ordem dos 27,7%.
A distribuição é realizada através de 3 condutas adutoras com uma capacidade total de 40.000m3
e existem 5 centros distribuidores (EB) com capacidade total de 18.650m3 localizados ao longo
das adutoras. O sistema está caracterizado por 5 zonas de fornecimento com um total de 279
fontanários e 28.946 ligações domiciliares.
g) Drenagem e Saneamento
O sistema de drenagem natural está dividido em 2 áreas distintas, nomeadamente, o PA Central
e os bairros periféricos, com 13 bacias de drenagem. No PA Central, um sistema de drenagem de
águas pluviais, constituído por sarjetas e tubagens enterradas, com baixa eficiência e capacidade
devido à falta de manutenção. Nos restantes bairros o escoamento das águas é realizado por
canais a céu aberto revestidos a betão ou pedra que despejando nos colectores do centro urbano.
44 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Nas áreas de assentamentos informal, a drenagem é inexistente, as vias são interrompidas por
sulcos, originados por águas pluviais e na grande maioria, estas vias tornam-se parcial ou
totalmente intransitáveis na época chuvosa, para além de constituir foco de incubação de
mosquitos e outros vectores de doenças de origem hídrica. Presentemente, as autoridades
municipais envidam esforços visando a construção de um aterro sanitário, por sinal o primeiro no
país, prevendo a deposição e tratamento adequado de resíduos sólidos urbanos, o que poderá
reverter as deficiências actuais nesta área.
O saneamento existente no PA Central é efectuado por fossas sépticas que servem os edifícios e
drenos para infiltração das águas residuais, sendo que a única tubagem enterrada existente ao
longo da Av. FPLM descarrega directamente no Rio Muhala sem qualquer tratamento. Nos
restantes bairros, praticamente, não existe um sistema de saneamento. Os sistemas de esgoto
das unidades hospitalares e industriais estão obsoletas e sem capacidade de tratamento
descarregando directamente ao sistema de drenagem de águas pluviais.
h) Electricidade
O sistema de fornecimento de electricidade para a Cidade de Nampula é garantido pela energia
eléctrica proveniente directamente da Subestação da Central Eléctrica de Cahora Bassa e é gerida
pela EDM. De acordo com os dados dos Censos de 2007 apenas 32% da população tem acesso à
electricidade e é caracterizada pela existência de frequentes ligações clandestinas.
A Iluminação pública é garantida apenas numa parte da via EN105 e em algumas vias primárias
dos bairros atravessados.
Os dados relativos à energia são ainda escassos, em 2012 o consumo de energia na Província de
Nampula foi de 67 MWh per capita, o que é bastante baixo quando comparado com um consumo
médio anual de 357,8 MWh por pessoa em outros países de baixa renda, sendo de destacar o uso
de outras fontes de energia, como petróleo, parafina e querosena, por uma larga maioria da
população. Nos últimos 10 anos registou-se uma considerável melhoria na extensão e fiabilidade
da rede de distribuição eléctrica, mas até à data não nos foi possível apurar elementos que nos
permitam avaliar a quantidade e qualidade da actual situação.
A sua estrutura urbana é constituída por um eixo principal Este-Oste, que atravessa a cidade, a
partir da qual se desenvolve a rede viária que tanto faz a ligação do PA Central aos restantes
postos administrativos, como a ligação da cidade com toda a região Norte.
A característica destas áreas informais apresenta uma malha urbana caótica e muito densa, com
vias de acesso, muitas vezes, obstruídas pela deposição de resíduos sólidos ou estreitamento das
vias; é a parcela da cidade com a maior carência de infraestruturas, com uma fraca cobertura de
abastecimento de água, de saneamento e drenagem, condição particularmente grave devido à
erosão causada fraco processo de escoamento de aguas superficiais; sendo também pobre no que
diz respeito a equipamento público e social.
› Fraca coordenação entre os diferentes operadores de transporte público, no que diz respeito
às políticas de tarifação aplicadas pelos diferentes operadores na cidade (CMCN, Operadores
privados e os moto táxis), para as mesmas distâncias;
› Redução da área de circulação devido à concentração e mercados informais ao longo das vias
principais;
› Elevada poluição ao longo da linha férrea que cruza a cidade de forma transversal;
› Contaminação dos cursos de águas superficiais (rios e riachos) devido à descarga de águas
residuais domésticas e industriais sem prévio tratamento;
› Gentrificação económica;
› Irregularidade fundiária;
› Fraca articulação entre os diversos actores e instituições na expansão dos seus serviços
gerando entraves ao desenvolvimento urbano.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 49
DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Ocupação e Uso do Espaço Urbano
Assentamentos desordenados caracterizam a
Melhoria da qualidade do espaço urbano e
grande parte das novas ocupações requalificação gradual das áreas de da vida local
territoriais nos bairros periféricos ocupação espontânea desordenada e
melhoria das suas condições de
Ocupação consolidada de alta densidade em acessibilidade Melhoria das condições de habitabilidade
torno do PA Central nas áreas residenciais não planeadas
DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Ocupação e Uso do Espaço Urbano
Reserva de espaço do domínio público para
a construção de áreas multifuncionais nas
novas centralidades e em torno das vias
Ausência de espaços públicos de utilização estruturantes Aumento do acesso a serviços e
Necessária a restrição de usos nas áreas
colectiva, de recreio e lazer que equipamentos complementares à
de reserva
complementem a função habitacional Introdução de serviços e espaços públicos habitação por parte das comunidadades
na malha urbana para complementar as
áreas residenciais
Criação de novas áreas habitacionais Preparação das comunidades para o seu Perda de fonte nutricional e de
planeadas de média densidade para suprir a crescimento futuro com reserva de áreas rendimento pela progressiva eliminação
Crescente aumento demográfico demanda, promovendo tipologias de para a infraestrutura e equipamento de áreas agrícolas
habitação multifamiliar, anteriormente à
ocorrência da ocupação expontênea Autoridades Municipais prevêm e
conduzem a disponibilização de terra
para novas ocupações humanas de
acordo com as necessidades específicas
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 53
DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Infraestrutura
Abastecimento de Água
DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Infraestrutura
Energia
DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Acessibilidade, Mobilidade e Transporte
Incremento de tráfego de veículos no
Vias não consolidadas no interior dos bairros, Todas as parcelas com acesso à estrada,
Consolidação gradual da rede viária de interior dos bairros, sendo necessária a
de estrutura orgânica, informal e condição fundamental para a posterior
acesso às áreas não consolidadas adopção de dispositivos especiais de
maioritariamente pedonal atribuição dos respectivos DUATs
protecção dos peões
DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Acessibilidade, Mobilidade e Transporte
Requalificação da Rua de Marrere, no PA de
Natikire, adoptando o carácter de via
estruturante, fazendo a ligação da nova
Congestionamento e tráfego, principalmente circular, a sul, ao PA de Napipine
na EN1 e Av. do Trabalho, gerado pelos Reserva de espaço público para a
atravessamentos da linha férrea, acessos criação de nova via estruturante, a
aos bairros e atravessamento do centro da Norte, que faz a ligação dos PA´s de Descongestionamento do centro da cidade
Napipine e Namicopo e consitui um bypass Topografia acidentada e atravessamento
cidade e melhoria na acessibilidade dos
Norte à passagem de tráfego pesado pelo de rios e cursos de água
restantes bairros
Congestionamento nos principais nós centro da cidade
Reserva de espaço público para a
Tráfego pesado no interior da cidade criação de nova via estruturante, a Sul,
que faz a ligação dos PA´s da Muhala,
Muatala e Natikire evitando o
atravessamento do PA Central
DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Estrutura Ecológica e Resiliência Urbana
Reserva de espaço urbano para a criação
Inexistência de áreas verdes públicas de praças, jardins implementação de
arborização em vias públicas Melhoria da qualidade da paisagem e
preservação da natureza
Ocupação humana desordenada em áreas de
Implementação das restrições ao uso da
pretecção em volta e sobre os inselbergs
terra nas faixas de protecção e em zonas
de protecção permanentes confome IOT já
estabelecidos
Ocupação de zonas de protecção
Criação de zonas tampão para proteção das Diminuição da vulnerabilidade das
áreas de sensíveis e para transição de usos comunidades e das infraestruturas
urbanas Necessidade de cedência de espaços de
Elevado índice de erosão nos assentamentos uso privado para garantir acessibilidade
desordenados principalmente nas encostas e Implementação das restrições ao uso da universal dentro da malha urbana
bermas dos cursos de água terra nas faixas de protecção e em zonas
Contaminação dos cursos superficiais, rios e de protecção permanentes confome IOT já
riachos devido à falta de tratamento das estabelecidos
águas residuais domésticas e industriais
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO
Agricultura
Indústria
Estabelecimento de actividades locais
integração da pequena indústria promovendo a autonomia e fonte de Necessidade de cedência de espaços de
O sector industrial não tem desenvolvimento rendimento às comunidades
(compatível com a habitação) junto aos domínio privado para a implantação de
substancial
assentamentos humanos Diversidade do tecido urbano e maior equipamento
acessibilidade aos serviços
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO
Comércio
Falta de serviços complementares às áreas Criação áreas multifuncionais ao longo das Melhoria da condição de acessibilidade
residenciais vias estruturantes aos serviços e comércio
Necessidade de cedência de espaços de
domínio privado para a implantação de
Consolidação da importância da Cidade equipamento
Concentração do comércio formal no PA
Criação de novas centralidades de Nampula como centro logístico e
Central
comercial na região Norte
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO
Capacidade Institucional
› Possibilidade de definição de uma nova rede viária que faça a ligação de todos os bairros
libertando o centro da cidade do intenso tráfego de veículos;
› A estrutura orgânica das vias de acesso em áreas não consolidadas representam potencial para
criação de um ambiente urbano único e intrínseco ao local;
› Disponibilidade de terras produtivas na cintura da cidade com potencial para a mitigação dos
efeitos da pobreza urbana através da agricultura urbana, aproximando as comunidades dos
centros de produção e aumentando a produtividade das áreas agrícolas, sob os pontos de vista
de reforço nutricional das comunidades, complemento financeiro às comunidades de baixa
renda e encurtamento das distâncias pra abastecimento do mercado local;
› Potencial para se transformar num entreposto comercial e logístico vital e polo administrativo,
devido à sua localização estratégica das ligações Norte-Sul e Este-Oeste;
› Fraca articulação entre os diversos actores e instituições na expansão dos seus serviços gerando
entraves ao desenvolvimento urbano.
62 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Como ameaças:
Convém recordar que o presente PEUCN, tem um horizonte temporal de 10 anos e que deverá ser
continuamente monitorada a sua implementação e a sua adequação às dinâmicas de
desenvolvimento e de evolução urbanas, ou ao surgimento de novas premissas.
O Uso do Solo a propor pelo presente plano é o resultado do cruzamento de estudos e documentos
estratégicos a nível nacional, provincial, distrital e local, bem como a interacção com as autoridades
municipais, que conduziram à percepção da visão estratégica para o desenvolvimento da autarquia
nos próximos 10 anos de vigência do Plano.
› Biodiversidade e Conservação;
› Recursos Hídricos;
› Agricultura e Pecuária;
64 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
› Indústria;
› Turismo;
› Educação;
› Saúde; e
› Energia.
› Desenvolver e disseminar tecnologias que permitam o uso sustentável dos recursos naturais
(terra, água, florestas e fauna);
› Construir e fazer manutenção permanente das vias de acesso, pontes e pontecas, permitindo
uma ligação eficaz a nível nacional, regional e internacional, principalmente para o escoamento
da produção local;
› Harmonização das acções governamentais com as do sector privado para assegurar os usos
sustentáveis dos recursos existentes;
› Identificação de áreas para a criação de zonas tampão para protecção das áreas de sensíveis;
› Identificação de áreas para a criação de jardins e praças nas zonas a reordenar e nas novas
áreas de expansão;
› Estabelecimento de áreas para o fomento de Indústrias locais compatíveis com habitação nas
novas áreas a serem criadas;
› Construção de novo aterro sanitário para a cidade, fora dos limites do Município.
“Definição de uma nova rede viária que irá ligar todos os bairros libertando o
centro da cidade do intenso tráfego de veículos atravessando o Município em
direcção a outras localidades”
3.5.1 Agricultura
A agricultura é a principal actividade da população residente e a sua, fonte de subsistência e garante
da dieta alimentar.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 69
A expansão urbana continua a ocorrer sobre áreas de produção agrícola familiar, que, sem uma
definição clara de limites e princípios para a sua implementação, continuarão a ser empurradas para
a periferia da cidade, aumentando cada vez mais a distância entre as comunidades e as suas
machambas. Na ausência de uma prática de infraestruturação de áreas verdes urbanas, de modo a
promover a melhoria da sua produtividade, as populações que têm a agricultura urbana como única
alternativa de renda e subsistência, contudo os baixos níveis de produtividade das áreas agrícolas,
concorrem para o agravamento da pobreza urbana.
Requalifica-se e estende-se a rede escolar e de saúde, a um ritmo que não acompanha o crescimento
populacional, reduzindo a qualidade e eficiência dos serviços; desenvolvem-se cursos técnico-
profissionais associados aos principais recursos da região: extensão agrícola e piscatória, turismo,
agro-indústria, gestão, empreendedorismo.
O quadro técnico das autoridades municipais permanece inalterado, tanto a nível de formação
técnica como de disponibilidade de meios, prosseguindo no processo de elaboração de instrumentos
de ordenamento que não conseguem responder com a eficiência desejável às necessidades da
cidade.
Os IOTs seguem o mesmo regime de produção, utilizando princípios de concepção de baixa eficiência
do ponto de vista do uso e ocupação do solo, utilizando densidades desalinhadas da realidade urbana
da cidade.
Prevalece a incapacidade de implementação dos IOT, resultando numa pressão cada vez maior sobre
as infraestruturas urbanas existentes.
A fraca capacidade de controlo do uso do solo por parte das autoridades municipais, fomentam o
florescimento do mercado paralelo de terra.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 71
Prevalece a tendência de se alocar áreas de expansão da cidade à custa da área agrícola. Contudo,
parte da área onde se desenvolve a agricultura urbana, passa a ser devidamente estruturada,
legalizada e o seu uso devidamente classificado, controlando assim a progressiva perda de área
agrícola e dando maior segurança às comunidades quanto ao seu direito de uso da terra e sua
subsistência.
A agricultura urbana é compreendida como parte da estrutura ecológica e como uma actividade
complementar estratégica vista sob um novo olhar que indica uma melhor estruturação das áreas
agrícolas, assim como uma produção de maior eficiência, voltada para as hortícolas e criação de
animais de pequena espécie, apoiados por uma rede de extensão, que potencia as cadeias de valor,
e estruturando de forma eficiente e funcional as actividades de produção, armazenamento,
processamento e transporte.
Desenvolve-se a silvicultura para produção de madeira para lenha, carvão e construção, melhorando
desta feita o equilíbrio ecológico e redução da deflorestação.
O turismo mantém a sua característica principal, continuando ligado ao eixo de atracção turística da
Ilha de Moçambique e é reforçada a componente do turismo corporativo como estando integrando
na plataforma logística e comercial regional da qual a cidade faz parte.
Requalifica-se e estende-se a rede escolar e de saúde, levando os serviços para mais próximo do
cidadão, que devido à produção e implementação de IOT têm já parcelas de terra a elas alocadas
tando nas novas áreas de expansão como em áreas consolidadas requalificadas.
Os IOTs são concebidos considerando a necessidade de uma maior eficiência no uso do solo urbano,
através da definição de densidades populacionais apropriadas a uma realidade urbana compacta,
que garanta que o crescimento acontece de forma compacta e altamente eficiente, tornando assim
mais económico o processo de infraestruturação urbana e garantindo a disponibilidade de terra para
as décadas seguintes.
O CMCN regista um aumento do quadro técnico e capacitação do pessoal, em particular nas áreas
relacionadas com a gestão do território, adequando o pessoal aos processos de ordenamento e
gestão do território, transformando-os em ferramentas e processos internos da sua administração,
com cada vez menor dependência de consultorias externas.
Seja como for são processos lentos de transformação, porém também nos quer parecer que, para
efeitos de plano, a condição financeira embora reduza o campo de acção não pode limitar as opções
de futuro; o plano não pode perder a sua visão.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 73
Para o prazo de vigência do plano vemos como mais prováveis duas hipóteses sobre a gestão do
desenvolvimento urbano: o cenário de continuidade da situação actual, um Município sem recursos,
e outro, em que havendo recursos, serão escassos e insuficientes para a transformação do território,
sua infraestruturação e provimento de serviços.
As autoridades municipais continuam a ter uma capacidade muito limitada de planear e gerir a
ocupação territorial, conseguindo produzir alguns dos componentes de planeamento necessários
para a regularização fundiária de novas áreas de expansão.
O corpo técnico das Autoridades Municipais cresce em número e qualidade, que implementa medidas
de acompanhamento do crescimento da cidade, de requalificação dos assentamentos informais e na
preparação da futura infraestruturação do Município.
A cidade tem uma visão, um plano, perspectivas de desenvolvimento futuro, as regras urbanas são
claras e fazem-se cumprir as orientações dos Instrumentos de Ordenamento do Território. A cidade
cresce de forma controlada e ordenada, densifica-se e prepara-se para a futura infraestruturação.
Tem uma população residente da ordem dos 663.200 habitantes que, no período de vigência do
plano, 10 anos, a manter-se a tendência que se vem registando nos últimos anos, deverá
rapidamente verificar um crescimento da ordem dos 51%, o que representa um adicional de cerca
335.500 habitantes ou cerca de 73.000 novas famílias em 2029.
› Terra para a construção e requalificação da rede de mobilidade urbana como estradas e linhas
férreas.
Expansão urbana assenta apenas no eixo Este-Oeste, ao longo do eixo principal do Corredor de
Desenvolvimento do Norte, com um processo de densificação cada vez maior, tanto das áreas
planeadas, como das áreas de assentamentos desordenados, imediatamente anexos à área
urbanizada da cidade, num desenvolvimento radial na direcção da periferia da cidade. Não existe
uma visão ou definição de direcção clara de desenvolvimento da cidade.
As áreas de expansão seguem, na sua maioria os mesmos princípios pouco eficientes de ocupação
do território propostas para as áreas actualmente planeadas da cidade, em que, se atingem baixas
densidades populacionais e com uma baixa variação na malha urbana.
Não é possível o controle da ocupação das faixas de protecção estabelecidas (rede rodoviária, rede
ferroviária, alimentação eléctrica, abastecimento de água, cursos de água, rios, nascentes de água,
áreas de alta declividade, etc.), o que acelera o processo de degradação ambiental e aumenta os
riscos à saúde pública, segurança e acessibilidade das comunidades em assentamentos informais.
A expansão urbana continua a ocorrer à custa das áreas de produção agrícola, sem uma definição
clara de limites e princípios para a sua implementação. Estas continuarão a ser afastadas para a
periferia da cidade, aumentando cada vez mais a distância entre as comunidades e as suas
76 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
São implementados os IOT´s produzidos pelo Município, através da produção de Planos de Pormenor
com vista à materialização dos Planos Parciais de Urbanização de todos os Postos Administrativos.
As autoridades municipais não conseguem controlar o fenómeno das ocupações desordenadas, que
vão ocorrendo sobre áreas já planeadas, aumentando assim os conflitos de terra entre os munícipes
que ocupam o território de forma desordenada com aqueles detentores de DUATs.
Infraestruturas
A situação financeira não permite a melhoria da infraestruturação no seu todo, não melhorando a
condição actual e não acompanhando o crescimento da população, haverá menos disponibilidade e
baixa cobertura das redes de distribuição de água e energia, continuando por implementar os planos
de saneamento e drenagem.
As condições das infraestruturas continuam a ser melhoradas apenas nas zonas planeadas, onde
estão concentrados os serviços e equipamentos sociais tendo como consequência uma grande
pressão sobre estas, aumentando os assentamentos informais em torno do mesmo núcleo.
São implementados planos de loteamento sem a produção dos respectivos IOTs completos, fazendo
com que o desenho urbano seja limitado à simples operação de loteamento, perdendo-se a
oportunidade de conseguir integrar adequadamente as redes de infraestruturas urbanas no processo
de planeamento da cidade.
O sistema de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos continua com deficiências tanto a nível de recolha
e transporte como ao nível de deposição e tratamento, que apesar da previsão da construção de
um aterro sanitário para a cidade, não são envidados esforços nas melhorias nos sistemas de recolha
e transporte.
Mobilidade e Acessibilidade
Com a crescente densificação das ocupações que hoje verificam baixas e médias densidades, as
condições de mobilidade urbana das comunidades sofrem um agravamento significativo, piorando
as condições de acessibilidade de certas áreas devido à elevada densidade de construções e pela
falta de uma rede viária e pedonal estruturada, o que, por sua vez, aumentará ainda mais a pressão
sobre as áreas anexas ao PA Central, devido à sua proximidade de serviços e equipamentos.
Agravam-se as condições de mobilidade urbana da cidade, que continua a estar cortada ao meio
por longos períodos de tempo durante a passagem das composições pela cidade.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 77
O troço da linha férrea que atravessa a cidade não pode ser utilizado como complemento ao
transporte intraurbano de passageiros, mantendo a cidade depende dos sistemas de mobilidade
existes actualmente.
Estrutura Ecológica
A mancha da ocupação humana cresce para cima das zonas húmidas alagáveis, mas não são, de
forma consistente, contemplados no processo de planeamento do território, áreas alocadas à
estrutura ecológica.
Não se garante a reserva de terra necessária para a protecção dos cursos de água, essenciais para
a drenagem natural do solo urbano.
Resiliência Urbana
Intensificam-se os problemas de erosão nas áreas de risco ocupadas por assentamentos humanos,
ameaçando a integridade de vários sistemas infraestruturais da cidade.
78 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
O crescimento urbano é orientado para três novas centralidades distintas, uma no triângulo de
Muhala, outra no cruzamento junto ao novo nó viário entre os bairros de Mutauanha e Marrere, e o
terceiro na intersecção da via circular com a estrada da barragem, em Napipine. Este crescimento
acompanharia a tendência natural do crescimento da cidade ao longo da Av. das FPLM em Muhala,
da EN1 na divisória de Muatala e Natikiri e da rua da Barragem nos bairros de Napipine e Karrupeia.
Junto às novas vias arteriais é promovida uma ocupação do solo com características multifuncionais
com edifícios de tipologia mista de alta densidade de modo a dotar o espaço urbano de uma
variedade de serviços e equipamentos que dinamizam a vida quotidiana das comunidades em volta
das novas centralidades, aumentando assim a sua independência em relação ao centro da cidade.
Ao longo da Av. do Trabalho e da EN13 é promovida uma ocupação do solo para fins industriais,
comerciais e de apoio logístico de forma a maximizar o seu potencial tirando partido da sua
proximidade à EN1 e à linha férrea.
Cria-se uma cintura verde de uso restrito para a práctica de Agricultura Familiar e Agricultura
estruturada, em toda a periferia da cidade. A terra é devidamente estruturada de modo a assegurar
os Direitos de Uso e Aproveitamento da Terra tanto às comunidades como aos agentes económicos,
permitindo a sua gradual melhoria infraestrutural direcionada para o seu potencial de produção
agrícola.
Infraestrutura
Mobilidade e Acessibilidade
Respeita-se a malha urbana existente, melhorando a condição das vias internas para a circulação
pedonal, organiza-se o transporte público, hierarquizam-se as vias e criam-se locais de
estacionamento e paragem de transporte público.
São criadas áreas de reserva de uso restrito para a futura implementação de uma circular composta
por duas vias arteriais urbanas: uma via sul, que parte da EN1 e passa pelos bairros de
Namutequeliua, Muhala, Muhaivire, Muatala, Mutauanha, Marrere e Natiquire, e por outra via Norte,
que parte da EN8 e passa pelos bairros de Mutava Rex, Namicopo, Karrupeia, Napipine e
Murrapaniua.
A nova via arterial circular permite uma ligação entre os bairros dos cinco Postos Administrativos
independente da EN1/Av. do Trabalho, permitindo uma melhor interconexão entre os bairros destes
Postos Administrativos.
› O tráfego vindo de Maputo pela EN1, em trânsito para Lichinga não precisa de passar pelo
centro da cidade, passando, alternativamente, pelos bairros de Marrere, Natikire e vice-versa;
› O tráfego vindo de Lichinga pela EN13, em trânsito para Nacala e Pemba, não precisa de passar
pelo centro da cidade, passando, alternativamente pelos bairros de Murrapaniua, Napipine,
Karrupeia, Namicopo, Mutava Rex, e vice-versa;
› O tráfego vindo de Angoche pela N104 ou de Quinga pela estrada R686, em trânsito para Nacala
e Pemba, não precisam passar pelo centro da cidade, passando, alternativamente pelos bairros
de Muhala, Namutequeliua e vice-versa.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 81
A cidade de Nampula garante a reserva de terra necessária para a construção de um novo troço na
linha férrea Nacala-Cuamba, num bypass a Norte da Cidade, que atravessaria os PAs de Namicopo
e Napipine.
As longas composições ferroviárias responsáveis pelo transporte do carvão de Moatize para o Porto
de Nacala, assim como comboios de carga em trânsito, passam a utilizar esta rota, contornando a
cidade perifericamente e não tendo a necessidade de atravessar pelo centro da cidade, aliviando
deste modo os grandes congestionamentos actualmente causados.
A utilização do troço intraurbano da linha férrea, livre do pesado tráfego da rota do carvão, pode
ser requalificada de modo a servir não só o abastecimento de carga para a cidade, assim como
transporte de passageiros, integrado numa rede intermodal de transportes públicos urbanos,
podendo fazer a distribuição de passageiros por todos postos administrativos ao longo do eixo Este-
Oeste.
São previstas reservas de terra para a construção de estações ferroviárias intermodais ao longo do
trecho da linha férrea que passa pelo centro da cidade.
Estrutura Ecológica
O grande valor paisagístico dos inselbergs é valorizado. São reassentadas as comunidades que
ocupam as faixas de protecção em volta dos mesmos e é limitada a exploração da indústria
extractiva dentro da cidade sobre os inselbergs.
Garante-se a reserva de área para zonas tampão que fazem a fronteira entre as áreas industriais e
residenciais, e proíbe-se a ocupação de zonas ambientalmente sensíveis ou que representam um
risco para as comunidades.
Resiliência Urbana
O crescimento urbano é orientando para três novas centralidades distintas, uma no triângulo de
Muhala, outra no cruzamento junto ao novo nó viário entre os bairros de Mutauanha e Marrere, e o
terceiro na intersecção da via circular com a estrada da barragem. Este crescimento acompanharia
a tendência natural do crescimento da cidade ao longo da Av. das FPLM em Muhala, da EN1 na
divisória de Muatala e Natikiri e da rua da Barragem nos bairros de Napipine e Karrupeia.
A cidade compreende-se como duas zonas distintas, uma Norte e outra a sul da linha férrea, sem
ligação e com ocupações territoriais distintas.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 83
As Autoridades Municipais conseguem garantir o assentamento de 7.300 novas famílias a cada ano
através de três linhas de acção claramente definidas:
Junto às novas vias arteriais é promovida uma ocupação do solo com características multifuncionais
com edifícios de tipologia mista de alta densidade de modo a dotar o espaço urbano de uma
variedade de serviços e equipamentos que dinamizam a vida quotidiana das comunidades em volta
das novas centralidades, aumentando assim a sua independência em relação ao centro da cidade.
Infraestrutura
Mobilidade e Acessibilidade
Agravam-se as condições de mobilidade urbana da cidade, que continua a estar cortada ao meio
por longos períodos de tempo durante a passagem das composições pela cidade.
O troço da linha férrea que atravessa a cidade não pode ser utilizado como complemento ao
transporte intraurbano de passageiros, mantendo a cidade depende dos sistemas de mobilidade
existes actualmente.
Respeita-se a malha urbana existente, melhorando a condição das vias internas para a circulação
pedonal, organiza-se o transporte público, hierarquizam-se as vias e criam-se locais de
estacionamento e paragem de transporte público.
São criadas áreas de reserva de uso restrito para a futura implementação uma circular composta
por duas artérias urbanas: uma via sul, que parte da EN1 e passa pelos bairros de Namutequeliua,
Muhala, Muhaivire, Muatala, Mutauanha, Marrere e Natiquire, e por outra via Norte, que parte da
EN8 e passa pelos bairros de Mutava Rex, Namicopo, Carrupeira, Napipine e Murrapaniua.
A nova artéria circular permite uma ligação entre os bairros dos cinco Postos Administrativos
independente da EN1/Av. do Trabalho, permitindo uma melhor interconexão entre os bairros destes
Postos Administrativos.
O desafogamento do tráfego pesado do centro da cidade promove uma melhor qualidade ambiental
do espaço urbano, abrindo uma série de novas oportunidades, uma vez que:
› O tráfego vindo no sentido de Maputo pela EN1, em trânsito para Lichinga não precisa de passar
pelo centro da cidade, passando, alternativamente, pelos bairros de Marrere, Natikire e vice-
versa;
› O tráfego vindo no sentido de Lichinga pela EN13, em trânsito para Nacala e Pemba, não precisa
de passar pelo centro da cidade, passando, alternativamente pelos bairros de Murrapaniua,
Napipine, Carrupeia, Namicopo, Mutava Rex, e vice-versa;
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 85
› O tráfego vindo no sentido de Angoche pela N104 ou de Quinga pela estrada R686, em trânsito
para Nacala e Pemba, não precisam passar pelo centro da cidade, passando, alternativamente
pelos bairros de Muhala, Namutequeliua e vice-versa.
Estrutura Ecológica
O grande valor paisagístico dos inselbergs é valorizado. São reassentadas as comunidades que
ocupam as faixas de protecção em volta dos mesmos e é limitada a exploração da indústria
extractiva dentro da cidade sobre os inselbergs.
Resiliência Urbana
O Desenvolvimento socioeconómico
Avaliação do impacto das estratégias de Desenvolvimento Espacial da Cidade no desenvolvimento
e potenciação dos sectores socioeconómicos da cidade:
› Garantir, de forma exequível, a execução das actividades chave propostas pelo PEUCN,
dentro das capacidades financeiras do município;
› Garantir que o corpo técnico do município tem o conhecimento e formação suficientes para
utilizar os IOTs como elementos orientadores para a captação de financiamento dos
projectos previstos pelo PEUCN.
88 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Infraestrutura 2 5 5
1 5 4
Acessibilidade, Mobilidade e
Transporte
Estrutura Ecológica 1 5 4
Resiliência Urbana 1 5 4
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO
Actividades Económicas 3 5 4
3 5 5
Serviços e Equipamentos de
Utilidade Pública
Capacidade Institucional 3 4 4
Disponibilidade Financeira 2 4 4
TOTAL 18 43 38
18% 43% 38%
TOTAL
98
O Cenário A é possível implementar por ser “realista” no sentido em que é fácil manter a situação
actual. Esta posição de “deixa andar” não requer esforço técnico por parte das Autoridades
Municipais, seja para produção e implementação de planos, seja para a formação e capacitação do
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 89
pessoal técnico, sendo, portanto, muito plausível de acontecer, contudo requerer esforço financeiro,
uma vez que não apresenta soluções para aumentar a sua base tributária.
No que diz respeito às actividades económicas, o Cenário B apresenta uma situação muito favorável
na perspectiva que propõe uma revitalização do centro da cidade, voltando-a mais para o
desenvolvimento da sua urbanidade própria e específica, procurando libertar-se de ser uma “Cidade
Cruzamento”, voltada para as necessidades da sua população. Espera-se que a implementação
desta perspectiva seja um grande potenciador das actividades comerciais, industriais e logísticas,
motor para o desenvolvimento urbano.
É um cenário que pretende ser realista do ponto de vista financeiro, equaciona, dentro do período
do plano, um desenvolvimento modesto do município, mas prepara-a para o futuro.
90 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
A solução proposta promove a melhoria generalizada das condições urbanas através da interrupção
do processo de ocupação desordenada do território, garantindo a terra necessária para suprir a
demanda criada pelas cerca de 73.000 novas famílias previstas até 2029, conseguida através
da:
› Requalificação parcial (cerca de 20%) das Áreas Urbanizáveis não Planeadas de alta e média
densidade, no que diz respeito a infraestruturação;
No que diz respeito à paisagem urbana, as propostas realizadas apontam para uma integração,
cada vez maior, da estrutura ecológica na malha urbana da cidade, propondo a integração dos
inúmeros conjuntos arbustivos ainda existentes, criando uma forte presença do elemento
3
Diploma Ministerial nº26/2018 - PEDEC – NACALA -Estratégia de Desenvolvimento Económico de Nacala
92 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
natural na paisagem da cidade, integrando-a num sistema de jardins e praças e espaços públicos e
privados, e estender essa presença às vias, arborizando-as com espécies indígenas.
Ainda sobre a estrutura ecológica será indispensável promover a protecção dos inselbergs,
promovendo a preservação da sua condição natural impondo restrições ao uso e construção, bem
como a criação de zonas de proteção das áreas de inundação e dos cursos de água, desobstrução
de linhas de água e manutenção de índices apropriados da capacidade de infiltração no solo. Neste
sentido a proposta prevê a definição de áreas de específicas de recuperação e preservação da
estrutura ecológica de modo a garantir-se o equilíbrio dos sistemas naturais, principalmente de
drenagem e escoamento de águas pluviais.
Sobre esta proposta, cabe ainda realçar que, ainda que fundamental, o sucesso desta proposta não
depende exclusivamente da capacidade das autoridades municipais de aprovisionarem e
condicionarem a ocupação das terras agrícolas, é fundamental que as autoridades municipais
consigam engajar os sectores agrícola, económico e sociais de modo a mobilizar a construção de
uma cadeia de valor para a produção agrícola, gerando renda e meios de subsistência para a
população urbana contribuindo para o PIB da cidade. Isto implicará o aprovisionamento de
infraestruturas de transporte, processamento, armazenagem e comercialização da produção
agrícola. Por outro lado, o foco da produção agrícola deveria transferir-se para a produção de
hortícolas em regimes que garantam uma maior eficiência e retorno para as comunidades. Deste
modo a Agricultura Urbana reforça o seu papel como mitigadora dos efeitos da pobreza urbana
para a cidade.
E por fim a nível do serviço de Administração urbana a resolução dos conflitos administrativos entre
autoridades municipais e distritais por completa separação de áreas de influência e/ou áreas de
exercício de poder, o reforço da capacidade institucional com aumento de rendas próprias, pelo
alargamento da base tributária e criatividade nos mecanismos de geração de receitas. Ao nível do
quadro técnico o seu aumento e capacitação, particularmente nas áreas relacionadas com a
gestão do território, adequando o quadro técnico aos processos de ordenamento e gestão do
território, transformando-os em ferramentas e processos internos da administração, com cada vez
menor dependência de consultorias externas.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 93
Devido ao desvio do Corredor de Desenvolvimento do Norte para fora dos limites municipais, o
centro da cidade de Nampula deverá passar por um processo de alívio de tráfego, maximizando-se
o potencial da Av. do Trabalho para o desenvolvimento de actividades industriais, comerciais e de
apoio logístico e deverá ser previsto a reserva de espaço público para novos equipamentos.
Este posto apresenta a maior área com assentamentos humanos desregrados de alta, média e baixa
densidade, caracterizadas por um crescimento acentuado, sem regularização urbanística e com
carências de infraestruturas e serviços. É, contudo, o posto que apresenta mais áreas planeadas de
média e baixa densidades, principalmente, nos bairros de Namutequeliua e Muhala, identificáveis
pela regularidade e ortogonalidade do traçado de suas vias estruturantes, assim como pela definição
e regularidade dos seus lotes.
Deverá promover-se a devida protecção das linhas de água, áreas inundáveis e formações
montanhosas.
94 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Prevê-se o desvio da rota do carvão e reforço da linha férrea como transporte público intermodal, e
ainda o reforço e extensão das estradas em Muahivire entre a Rua das FLPM e a Circular Sul.
Deverão ser implementados os planos de loteamento existentes para a zona da fábrica das cervejas
na Mutauanha, e deverão ser garantidas as reservas de terra para a implementação de áreas
multifuncionais ao longo da nova circular sul, assim como ao longo da N1.
Deverão ser reservadas áreas para cultivo agrícola do sector familiar formando uma cintura verde
e promovendo a protecção de linhas de água, áreas inundáveis e formações montanhosas.
Deverão ser implementados os planos de loteamento existentes Marrere Expansão II, e deverão ser
garantidas as reservas de terra para a implementação de áreas industriais ao longo da nova circular
sul, assim como ao longo da EN1 e EN13.
Deverão ser reservadas áreas para cultivo agrícola do sector familiar formando uma cintura verde
e promovendo a protecção de linhas de água, áreas inundáveis e formações montanhosas.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 95
Deverão ser reservadas áreas para cultivo agrícola do sector familiar formando uma cintura verde
e promovendo a protecção de áreas inundáveis.
Deverão ser reservadas áreas para cultivo agrícola do sector estruturado, pela proximidade aos
cursos de água de maior porte, formando uma cintura verde e promovendo a protecção de áreas
ambientalmente sensíveis, como linhas de água, áreas inundáveis e formações montanhosas.
Deverão ser promovidas áreas industriais ao longo da EN1 e no troço da circular Norte de apoio à
actividade agrícola estruturada e ainda a instalação de nova barragem para abastecimento de água
junto ao Rio Monapo.
O transporte público é ineficaz, e concentra-se ao longo das principais vias ligando somente os
principais bairros, abrindo espaço um sistema informal de transporte público, que em Nampula, são
as mototáxis. Estes preenchem o vazio deixado pelo sistema formal de transporte público e tem
ganho enorme afluência, concorrendo para o aumento de número de veículos nas estradas com
consequências directas no aumento de emissão de gases de efeito estufa, na redução da qualidade
de vida urbana e no aumento de registos de acidentes de viação.
96 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Assim sendo, o PEUCN pretende traçar acções concretas que visem transformar o actual sistema de
transporte num sistema ambientalmente mais sustentável.
Como ponto de partida entende-se o território da cidade de Nampula como sendo definido, finito e
que os seus limites não se alterarão. Neste sentido é necessária grande prudência na tomada de
decisões sobre como a terra é utilizada, repartida e explorada de modo a garantirmos que a
construção da cidade está alinhada com uma visão holística de construção socioeconómica, cultural
e ambiental sustentável e ambientalmente responsável.
› No processo de elaboração dos PP devem ser levadas a cabo negociações com as empresas
provedoras de serviços públicos de energia eléctrica e abastecimento de água para a
implementação de projectos de melhoria e expansão de serviços.
4
As áreas Urbanizáveis Planeadas e Não Planeadas aparecem mapeadas e definidas no Mapa do Uso do Solo da
Situação Actual, sobre as quais se pretende intervir por forma a transformá-las única e exclusivamente em áreas
urbanizáveis, devendo para este efeito, passar pelas operações urbanísticas indicadas acima. Entende-se então
como Áreas Urbanizáveis aquelas com edificação planificada, com regularização fundiária em talhões definidos
e delimitados, com infraestrutura por completar, onde se propõe a requalificação e prevê-se expansão urbana
através da criação de duas novas centralidades urbanas.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 101
As Áreas Não Planeadas, que podem ser compreendidas como sendo as áreas de assentamentos
desordenados, serão sujeitas a Planos de Pormenor (PP), devendo ser orientados no sentido de
primeiro acudir e dar prioridade às áreas urbanas mais necessitadas, escolhidas através de critérios
objectivos de aferição como:
Os Planos de Pormenor devem estruturar a requalificação urbana num processo gradual e inclusivo,
que respeite a sua história urbana do local, promovendo a preservação das suas principais
características; evite ao máximo a necessidade de reassentamento, transformando a malha irregular
e orgânica do ambiente informal num elemento caracterizador do espaço urbano.
De modo que estas áreas percam a sua característica de assentamento desordenado, passando de
Áreas Não Planeadas5 para Áreas Urbanizáveis, são essenciais as seguintes operações
urbanísticas:
5
De acordo com a definição indicada no Diagnóstico da Situação Existente do PEUCN, caracterizam-se como:
1. Áreas Urbanizáveis Planeadas: aquelas com edificação planificada em zonas com infraestruturas por
completar, onde predomina o uso residencial unifamiliar em talhões alinhados ao longo de vias de terra batida; e
2. Áreas Urbanizáveis Não Planeadas: aquelas com edificação em zonas sem infraestruturas ou com
infraestruturas por completar, sem definição do limite das parcelas e com quarteirões indefinidos, onde predomina
o uso residencial unifamiliar distribuído desordenadamente.
102 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Serão realizados os estudos das possibilidades de acesso à rede pública de abastecimento de água
potável tendo, na impossibilidade, como alternativa, um plano de furos e organização de uma rede
interna e distribuição de água por fontenários e ligações domiciliares.
No processo de elaboração dos Planos de Pormenor devem ser levadas a cabo negociações com a
empresa provedora de energia eléctrica para o incremento da mesma nos assentamentos informais.
› A avaliação dos elementos e conjuntos edificados com interesse patrimonial a fim de propor
regulamentação específica para obras de alteração, ampliação e restauro e para a sua integração
na carta municipal do património;
Tendo em conta a necessidade de promover a correcção das assimetrias sociais e das iniquidades
nas condições de vida das diversas classes económicas e sociais da cidade, os Planos de Urbanização
deverão destinar 60% das áreas predominantemente habitacionais para os cidadãos de
menor renda, dando especial prioridade às iniciativas públicas e privadas de empreendimentos
habitacionais de interesse social.
Nos Planos de Pormenor que realizem o parcelamento de áreas para nova construção, de áreas a
recuperar ou a reconverter deverão ser considerados os seguintes índices urbanísticos médios:
6
Coeficiente de Afectação do Solo (CAS) - é o quociente entre a área total de implantação e a área urbanizável
7
Coeficiente de Ocupação do Solo (COS) - é o quociente entre a área total de construção e a área urbanizável
8
Coeficiente de Impermeabilização do Solo (CIS) - é o quociente entre a área total de impermeabilização e a
área urbanizável
104 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
abaixo de 90 habitantes/ha ou 20
Densidade Populacional máximo
habitações/ha
Tendo em conta a necessidade de incrementar a densidade, melhorando o acesso de cada vez mais
pessoas aos benefícios da urbanidade, o PEU recomenda para os casos de requalificação de áreas
urbanizáveis, ou na urbanização de novas áreas que seja considerado o uso de tipologia
plurifamiliar especialmente os edifícios que conduzam à média densidade populacional
preferencialmente dispensam o uso do elevador.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 105
A cidade de Nampula não possuí uma hierarquização das vias de acesso e isso dificulta o exercício
de tomada de decisão. Por força do hábito as vias pavimentadas e de maior volume de tráfego são
sempre consideradas como principais, contudo, para o presente plano, outros critérios foram usados
para hierarquizar as vias.
As vias secundárias caracterizam-se pela existência de um fluxo menor de veículos e por realizarem
o acesso à zona residencial. Estas vias fazem a ligação às vias principais e conectam os principais
centros dos bairros entre si. As ruas de classe secundária perfazem 88.647,95km, equivalente a
40,94% de vias classificadas. Estas vias são: as de acesso ao interior dos bairros de Muatala,
Muhaivire, a estada de acesso ao interior de Mutava Rex, e ao interior de Carrupeia.
106 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
O PEUCN considera que os bairros da periferia terão uma melhor ligação entre si, em particular os
bairros a Norte da cidade, como de Murrapaniua, Napipine e Namicopo, apresentando-se com
melhores ligações ao centro da cidade.
É fundamental realçar que a melhoria da conexão entre os bairros periféricos e o centro da cidade
implica o aumento de veículos que cruzam diariamente as passagens de nível da linha férrea,
elevando o risco de acidentes ferroviários, tornando-se, portanto, essencial a necessidade do desvio
da linha férrea do centro da cidade.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 107
Parte significativa do tráfego será orientada para as vias terciárias, como a Rua da Unidade (próxima
do Estádio 25 de Junho), que passará de 5.340 veículos/hora para 18.521 veículos/hora, devido
à reconfiguração da rede de transportes públicos para estas vias, resultante da melhoria da
conectividade entre os bairros periurbanos (Figura 5.3). Cabe salientar, que a Rua da Unidade possui
108 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
uma passagem de nível sem guarda, o que eleva a pertinência de desvio da linha férrea do centro
da cidade para a periferia.
O PEUCN prevê a introdução de uma circular, dividida entre circular Norte com 27.243km e
Circular Sul com 25.173km. Estas vias circulares interconectam todos bairros da periferia,
permitindo maior mobilidade e acima de tudo tornando o transporte público mais eficiente.
Paralelamente, passam a existir 9 rotas transversais, que cruzam a cidade com o propósito de reduzir
o tempo de deslocação à paragem de transporte público mais próxima:
› A rota Muatala-Taecane, com 14.54km, liga o Bairro de Muatala junto à Circular Sul ao Bairro
de Natikire junto à Circular Norte, passando pelo popular Mercado de Waresta;
› A rota Muhaivire Controle-Napipine, via Muhala Expansão, com 15.72km conecta o Bairro de
Muhaivire ao Bairro de Napipine passando pela Avenida Eduardo Mondlane, que se localiza no
centro comercial da Cidade de Nampula;
› A rota Polígono-Muatala, via Hospital Central de Nampula, com 27.604Km, liga o extremo
Este da cidade ao Bairro de Muatala, passando pelo também, Mercado de Subestação;
› A rota Polígono-Yeye, com 24.26Km, liga os dois extremos da cidade através da EN1,
conectando a nova zona industrial a Oeste à zona Este com um uso misto entre industrial,
agrícola e residencial.
› A rota Terminal de Muahala Expansão-Hospital de Marrere, via HCN, com 20.43Km, é uma
via existente., contudo foi estendida passando a ter início na intersecção com a circular Sul. A
rota foi mantida por permitir fácil ligação do populoso Bairro de Muahala Expansão ao Hospital
Central de Nampula, Mercado da Faina e ao Hospital de Marrere.
Com esta intervenção são retiradas quase todas rotas de transporte público ao longo da EN1, motivo
que contribui para a redução do congestionamento na estrada nacional. Igualmente prevê-se uma
redução de 15 rotas para 11 rotas, garantindo melhor distribuição do transporte público e
optimização no uso das infraestruturas de transporte.
› Terminal do Polígono
› Terminal do Mercado Yeye
› Terminal de Taecane
› Terminal de Muhala Expansão
A Terminal de Muhala Expansão é existente e mantém-se pela sua localização no Bairro mais
populoso, contudo foi transferida para a intersecção da circular sul com a N104, permitindo a ligação
aos distritos costeiros como de Angoche.
As 43 paragens estão localizadas junto aos centros dos diferentes polos de desenvolvimento,
principais cruzamentos e intersecções de linhas de transporte público e, ainda, junto dos centros dos
vários bairros.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 111
Para a sua estruturação foram definidas as seguintes categorias de zoneamento do uso do solo:
› Áreas agropecuárias;
› Áreas silvícolas;
Que passamos a apresentar de uma forma ilustrativa a sua definição e aplicação nas principais áreas
do município, sua caracterização e respectivo mapeamento.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 115
7 963,9 25%
ÁREAS AFECTAS À ESTRUTURA VERDE E ECOLÓGICA
Espaços verdes de Uso Público e de Enquadramento 1 687,1
Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas e/ou consolidadas, sem uso
dominante evidente, com habitação, comércio, serviços, pequenas fábricas, etc., geralmente com
regularização fundiária e uma ocupação ordenada por algum instrumento de ordenamento do
território.
› Multifuncional (AUbMf)
Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas e/ou consolidadas sem uso
dominante evidente, com habitação, comércio, serviços, pequenas fábricas, etc., geralmente com
uma alta taxa de regularização fundiária e uma ocupação ordenada por algum instrumento de
ordenamento do território.
Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas e/ou consolidadas, em espaços
com infraestruturas completas, onde predomina o uso residencial unifamiliar e plurifamiliar, com uma
densidade entre 20 e 60 habitações por hectare; nela podem ser encontradas funções não-
residenciais tais como comércio e serviços, geralmente com uma alta taxa de regularização fundiária
e uma ocupação ordenada por algum instrumento de ordenamento do território.
Área com edificação consolidada, delimitada por vias pavimentadas ou consolidadas, em espaços
com infraestruturas completas, onde predomina o uso residencial unifamiliar em edifícios, com uma
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 117
densidade com menos de 20 habitações por hectare; nela podem ser encontradas funções não-
residenciais tais como comércio e serviços, geralmente com uma alta taxa de regularização fundiária
e uma ocupação ordenada por algum instrumento de ordenamento do território.
Área consolidada, com ocupação de uso misto, com presença de habitações, comércio e serviços.
A estrutura urbana de Nampula evoluiu a partir do primeiro núcleo habitado, localizado na cidade
cimento, desenvolvida durante a época colonial, edificada e delimitada por avenidas caracterizada
por edifícios em altura, com a concentração da maioria dos equipamentos, serviços, comércio,
emprego administrativo, habitações.
Área consolidada de uso predominantemente residencial com forte presença de serviços e actividades
associada à actividade comercial e industrial.
Área com características urbanas a preservar; usos, escala, forma de ocupação do talhão, cércea,
traçado viário, etc., a requalificar e melhorar a qualidade e disponibilidade de espaços públicos, redes
e sistemas de infraestruturação.
Figura 6.3 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a requalificar e converter em áreas urbanizadas de
média densidade a requalificar no PA da Muhala
Fonte: Google Earth, 2019
Figura 6.4 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a requalificar e converter em áreas urbanizadas de
média densidade a requalificar no PA da Muatala
Fonte: Google Earth, 2019
Área consolidada de uso misto, residencial com forte presença de serviços e actividade associada a
actividade comercial e industrial.
Área com características urbanas a preservar; usos, escala, forma de ocupação do talhão, cércea,
traçado viário, etc., a requalificar e melhorar a qualidade e disponibilidade de espaços públicos, redes
e sistemas de infraestruturação.
Figura 6.6 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a requalificar e converter em áreas urbanizadas de baixa
densidade a requalificar no PA da Muhala
Fonte: Google Earth 2018
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 125
Figura 6.7 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis a requalificar e converter em áreas urbanizadas de baixa
densidade a requalificar no PA da Muatala
Fonte: Google Earth 2018
Área com edificações em zonas com infraestruturas inexistentes ou por completar, onde predomina
o uso residencial unifamiliar, geralmente com baixas taxas de regularização fundiária e uma ocupação
espontânea sem obedecer a instrumentos de ordenamento do território.
› Multifuncional (AUzMf)
Áreas actualmente não construídas, cobertas com vegetação arbórea e arbustiva dispersa para serem
convertidas e transformadas em áreas consolidadas de uso misto, com habitação, comércio, serviços,
pequenas fábricas, etc., em zonas com infraestruturas por completar, geralmente com baixas taxas
de regularização fundiária e uma ocupação espontânea sem obedecer a instrumentos de
ordenamento do território.
Área com edificações consolidadas em zonas com infraestruturas por completar, onde predomina o
uso residencial unifamiliar, vias maioritariamente de terra batida com uma ocupação acima de 60
habitações por hectare, geralmente com baixas taxas de regularização fundiária e uma ocupação
espontânea sem obedecer a instrumentos de ordenamento do território.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 127
Área com edificação em zonas com infraestruturas inexistentes ou por completar, onde predomina o
uso residencial unifamiliar, vias maioritariamente de terra batida com uma ocupação entre 20 e 60
habitações por hectare, geralmente com baixas taxas de regularização fundiária e uma ocupação
espontânea sem obedecer a instrumentos de ordenamento do território.
Área com edificação em zonas com infraestruturas inexistentes ou por completar, onde predomina o
uso residencial unifamiliar, vias maioritariamente de terra batida com uma ocupação inferior a 20
habitações por hectare, geralmente com baixas taxas de regularização fundiária e uma ocupação
espontânea sem obedecer a instrumentos de ordenamento do território.
Usos permitidos: habitação, serviços, comércio e actividade industrial de pequena escala e/ou de
apoio à actividade agrícola, compatíveis com a função habitacional;
Figura 6.11 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a requalificar no PA da Muhala
Fonte: Google Earth, 2018
Figura 6-12– Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a requalificar no PA da Muatala
Fonte: Google Earth, 2018
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 131
Figura 6-13- Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a requalificar no PA de Natikiri
Figura 6-14- Figura 6-15 – Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em
áreas urbanizáveis de alta densidade a requalificar no PA de Napipine
Área de ocupação espontânea, de uso misto, para gradual requalificação através de regularização
fundiária, consolidação da rede viária para garantir acessibilidade universal ao talhão com
consolidação da sua malha orgânica, requalificação e ampliação de espaços públicos, redes e
sistemas de infraestruturação urbana.
Mapa 6.11 – AUzA2 -Área Urbanizável de Alta Densidade a requalificar em áreas sensíveis
Figura 6.16 – Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de alta densidade a requalificar em áreas sensíveis no PA de Namicopo
Fonte: Google Earth, 2018
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 133
Área de ocupação espontânea, predominantemente residencial de relação com sistema natural e/ou
usos especiais, para gradual requalificação através de regularização fundiária, consolidação da rede
viária para garantir acessibilidade universal ao talhão com consolidação da sua malha orgânica,
requalificação e ampliação de espaços públicos, redes e sistemas de infraestruturação urbana. Para
efeitos de proteção do sistema natural, linhas de água ou de usos especiais, não se deverá promover
a sua densificação, nem expansão.
Figura 6.17 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a requalificar no PA da Muhala
Fonte: Google Earth, 2019
Figura 6.18 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a requalificar no PA da Muatala
Figura 6.19 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a requalificar no PA de Natikiri
Fonte: Google Earth, 2019
Figura 6.20 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a requalificar no PA de Napipine
Fonte: Google Earth, 2019
Figura 6.21 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de média densidade a requalificar no PA de Namicopo
Fonte: Google Earth, 2019
136 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Áreas actualmente não construídas, cobertas com vegetação arbórea e arbustiva dispersa para serem
convertidas e transformadas em áreas consolidadas de uso misto predominantemente residencial,
com actividades comerciais e serviços, com uma rede viária consolidada para garantir acessibilidade
universal ao talhão, prevendo na sua malha orgânica a incorporação de espaços públicos, redes e
sistemas de infraestruturação urbana.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 137
Deve-se prever a produção e implementação dos Planos de Pormenor para as novas áreas de
expansão em torno da nova Circular Norte e Sul, garantido através destes a construção do
equipamento necessário para dinamização das novas centralidades.
Figura 6.22 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de baixa densidade a requalificar no PA da Muatala
Fonte: Google Earth 2018
Figura 6.23 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de baixa densidade a requalificar no PA da Muhala
Fonte: Google Earth 2018
Figura 6.24 - Fotografia aérea de áreas urbanizáveis não planeadas a requalificar e converter em áreas
urbanizáveis de baixa densidade a requalificar no PA de Natikire
Fonte: Google Earth 2018
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 139
Usos permitidos: habitação, serviços e comércio e serviços relacionados com a actividade agrícola;
Áreas actualmente não construídas, cobertas com vegetação arbórea e arbustiva dispersa para serem
convertidas e transformadas em áreas consolidadas de uso misto predominantemente residencial,
com actividades comerciais e serviços., com uma rede viária consolidada para garantir acessibilidade
universal ao talhão, prevendo na sua malha orgânica, a incorporação de espaços públicos, redes e
sistemas de infraestruturação urbana.
140 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Deve-se prever a produção e implementação dos Planos de Pormenor para as novas áreas de
expansão, garantido através da implementação destes a construção do equipamento necessário para
dinamização destas novas centralidades.
Área não edificada que pelas suas características pedológicas e proximidade de cursos de água ou
mar são mais aptas ao desenvolvimento das principais actividades económicas do município, devendo
por isso ser reservadas para os seus usos potenciais.
Área não edificada que pelas suas características pedológicas e proximidade de cursos de água ou
de grau de humidade de solo, são mais aptas ao desenvolvimento de agricultura e pecuária. A área
do Sector Familiar compreende parcelamentos de pequena dimensão (até 1 ha), explorados com
métodos e técnicas tradicionais, o maneio das operações culturais (preparação da terra, sementeira,
monda, colheita, etc.) é feito manualmente, baixo nível de insumos e a irrigação é baseada no regime
de chuvas ou na gestão dos níveis freáticos. A exploração tem como primeiro objectivo a segurança
alimentar da família e, complementarmente, são colocados no mercado os excedentes do
autoconsumo ou para obter rendimentos adicionais aos obtidos pelas famílias em actividades na zona
urbana nos sectores secundário ou terciário (hortícolas, por ex.).
Área não edificada que pelas suas características pedológicas e proximidade de cursos de água são
mais aptas ao desenvolvimento de agricultura e pecuária. Pela classificação de Zona Estruturada
entende-se por uma área com parcelamentos de dimensão média ou grande, explorados duma forma
intensiva, com métodos e técnicas modernas de exploração, ex.: mecanizada, com irrigação, etc. e
em moldes comerciais; i.e.: com ligação sistemática ao mercado nacional ou de exportação.
Área onde predominam edifícios de grande volume, com um ou dois pisos tais como fábricas,
armazéns e oficinas, junto a infraestruturas e vias de comunicação principais.
Área não edificada que pelas suas características, são mais aptas ao desenvolvimento de actividades
associadas à exploração florestal, incluem áreas de florestas nativas comunitárias e comerciais; onde
é permitida a exploração florestal em regime empresarial e familiar; silvicultura, indústria de
processamento e de transformação de madeira para lenha, carvão e uso na construção civil,
serrações.
Figura 6.25 - Fotografia aérea de áreas para actividade agropecuária de produção familiar
Fonte: Google Earth, 2019
Áreas de agricultura urbana a requalificar através da demarcação física atribuição de DUATs, que
serão fundamentais para o reforço nutricional como para a sustentabilidade financeira de grande
parte da população urbana.
Área a preservar de uso restrito sendo fundamental que não sejam substituídas por áreas
residenciais. Devem respeitar uma ocupação de baixa densidade e intensidade, com obrigação de
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 143
integração na paisagem, respeito pelo ambiente natural, severas restrições sobre superfícies
construíveis, materiais e tecnologias de construção, obrigatoriedade de tratamento de resíduos e
efluentes.
Área não edificada que pelas suas características pedológicas e proximidade de cursos de água são
mais aptas ao desenvolvimento de agricultura e pecuária. Área com parcelamentos de dimensão
média ou grande, explorados de uma forma intensiva, com métodos e técnicas modernas de
exploração, p.e. operação mecanizada, com irrigação, etc., e em moldes comerciais, ou seja, com
ligação sistemática ao mercado nacional ou de exportação.
Área a preservar de uso restrito sendo fundamental que não sejam substituídas por áreas
residenciais.
A ocupação do solo com edifícios e infraestrutura dedicados à actividade logística, fabril, oficinal e de
armazenagem, a localizar e desenvolver, principalmente ao longo das duas vias de acesso principais
à Cidade de Nampula, EN1 em direcção a Nacala e Murrapaniua e EN13 em direcção a Lichinga. Serão
previstas áreas industriais ao longo do troço da Circular entre a EN1 e a EN13 e ainda no troço da
Circular Norte no PA de Namicopo para apoio às actividades agrícolas estruturadas.
Áreas não mapeadas que carecem de estudos de viabilidade socioeconómica e ambiental para
garantir uma transformação sustentável, parcial, de áreas de verde natural em áreas de produção
silvícola.
A Estrutura Verde e Ecológica é composta pelas áreas delimitadas na Planta da Estrutura Verde e
Ecológica e na planta de Condicionantes.
O espaço afecto à Estrutura Verde e Ecológica, constitui uma estrutura biofísica básica e diversificada,
que visa garantir a protecção dos ecossistemas, a permanência e intensificação dos processos
biológicos indispensáveis ao enquadramento equilibrado das actividades humanas, contribuindo para
uma melhor qualidade do ambiente urbano e equilíbrio ecológico do território; proporcionando ainda,
aos cidadãos, vastas áreas de espaço natural, integrados na malha urbana, constituindo espaços de
recreio e lazer da população.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 147
Fazem ainda parte da estrutura ecológica as áreas de actividade agrícola, as zonas ribeirinhas, águas
interiores e áreas de infiltração máxima, que integram os leitos dos cursos de água, áreas ameaçadas
pelas cheias, as cabeceiras de linhas de água e as áreas de máxima infiltração e as zonas declivosas,
que integram áreas com risco de erosão.
Área de uso interdito ou restricto e apenas sobre licença especial. Ocupação de baixa densidade e
intensidade, com obrigação de integração na paisagem, respeito pelo ambiente natural, severas
restrições sobre superfícies construíveis, materiais e tecnologias de construção, obrigatoriedade de
tratamento de resíduos e efluentes.
As áreas verdes de uso público e enquadramento a áreas edificadas São áreas de uso restrito
e apenas sobre licença especial.
As áreas com estatuto de uso restrito devem respeitar uma ocupação de baixa densidade e
intensidade, com obrigação de integração na paisagem, respeito pelo ambiente natural, severas
restrições sobre superfícies construíveis, materiais e tecnologias de construção, obrigatoriedade de
tratamento de resíduos e efluentes.
148 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Usos permitidos: Nos espaços verdes de uso público não é admitida construção, com excepção de
equipamentos de apoio ao recreio e lazer, cuidado e manutenção, bem como quiosques e estruturas
amovíveis.
› Áreas agropecuárias;
› Áreas de Silvicultura
As áreas verdes de produção têm o seu regime de uso e restrição definido no âmbito da categoria
de uso do solo de Áreas afectas a actividades económicas.
Usos permitidos: Nos espaços verdes de produção não é admitida construção, com excepção de
equipamentos de apoio à actividade agrícola, cuidado e manutenção, bem como estruturas
amovíveis.
As Áreas Verdes de conservação da natureza têm o seu regime de uso e restrição definido no
âmbito da categoria de áreas e zonas de protecção parcial.
Densidade
Classe Categoria Localização Usos Adequados Usos Tolerados Usos Proibídos habitações/ha habitantes/ha Operações Urbanisticas Previstas
Misto
Indústria transformadora, 20 < 90 <
Área Urbanizada de Média Habitação uni-familiar e multi-familiar; Requalificação da
AUbM1 Bombeiros oficinas ou actividades Indústria poluente dens. < dens. <
Densidade a preservar equipamentos, e infra-estruturas infraestruturação
Área Urbanizada
similares; 60 275
urbanas; comércio e serviços
Misto
Indústria transformadora, 20 < 90 <
Área Urbanizada de Média Namutequelia | Muatala | Habitação uni-familiar e multi-familiar; Requalificação da
AUbM2 oficinas ou actividades Indústria poluente dens. < dens. <
Densidade a requalificar Mutauanha | Karrupeia equipamentos, e infra-estruturas infraestruturação
similares; 60 275
urbanas; comércio e serviços
Misto
Indústria transformadora,
Área Urbanizada de Baixa Habitação uni-familiar; Requalificação da
AUbB1 Liberdade oficinas ou actividades Indústria poluente < 20 < 90
Densidade a preservar equipamentos, e infra-estruturas infraestruturação
similares;
urbanas; comércio e serviços
Misto
Muhala | Muhavire | Indústria transformadora,
Área Urbanizada de Baixa Habitação uni-familiar; Requalificação da
AUbB2 Muatala | Mutauanha | oficinas ou actividades Indústria poluente < 20 < 90
Densidade a requalificar equipamentos, e infra-estruturas infraestruturação
Natikire | Murrapania similares;
urbanas; comércio e serviços
150 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Densidade
Classe Categoria Localização Usos Adequados Usos Tolerados Usos Proibídos habitações/ha habitantes/ha Operações Urbanisticas Previstas
Realocação de assentamentos
Área Urbanizável de Alta
Área Urbanizável
expontâneos em torno do
AUzA2 Densidade a Requalificar em áreas Namicopo " " Indústria poluente > 60 > 275
Aeroporto e Linha Férrea |
sensíveis
Requalificação
Misto
Namutequelia | Muatala | Indústria transformadora, 20 < 90 < Requalificação |
Área Urbanizável de Média Habitação uni-familiar e multi-familiar;
AUzM1 Mutauanha | Natikire | oficinas ou actividades Indústria poluente dens. < dens. < infraestruturação |
Densidade a Requalificar equipamentos, e infra-estruturas
Karrupeia | Namicopo similares; 60 275 Regularização fundiária
urbanas; comércio e serviços
20 < 90 <
Área Urbanizável de Média Ao longo da nova circular Infraestruturação | edificação
AUzM2 " " Indústria poluente dens. < dens. <
Densidade a Expandir Norte e Sul de acordo com IOT aprovado
60 275
Misto Requalificação |
Indústria transformadora,
Área Urbanizável de Baixa PA Muhala | PA Muatala Habitação uni-familiar; infraestruturação |
AUzB1 oficinas ou actividades Indústria poluente < 20 < 90
Densidade a requalificar |PA Natikire equipamentos, e infra-estruturas Regularização fundiária |
similares;
urbanas; comércio e serviços Densificação
Densidade
Classe Categoria Localização Usos Adequados Usos Tolerados Usos Proibídos habitações/ha habitantes/ha Operações Urbanisticas Previstas
Indústria de
Agricultura comercial; processamento de baixa
Construção de
Áreas para Actividade produtos agrícolas | densidad
habitação;
AaAPe Agropecuária de Produção PA Namicopo Agricultura de conservação; Pecuária | equipamentos ee N/A infraestruturação
Estruturada de apoio à actividade intensida
Indústria poluente;
Sistemas de regadio; agrícola, cuidado e de
manutenção
Indústria de Construção de
Florestas nativas e comerciais;
processamento, Serrações; habitação;
AaSv Áreas para actividade silvicola por definir Exploração empresarial e familiar; N/A N/A -
Floresta Comunitária;
Silvicultura.
Caça desportiva. Indústria poluente;
152 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Densidade
Classe Categoria Localização Usos Adequados Usos Tolerados Usos Proibídos habitações/ha habitantes/ha Operações Urbanisticas Previstas
de acordo com os
Areas de uso restricto
de acordo com os usos usos permitidos
Áreas agropecuárias; permitidos para áreas para áreas afectas
Áreas Verdes de Produção de acordo com os usos permitidos - - -
Areas de silvicultura afectas a actividades a actividades
para áreas afectas a actividades
economicas do PEUCN economicas do
economicas do PEUM
PEUCN
Áreas de uso
Áreas de uso restricto restricto
Áreas de uso restricto
Vegetação ribeirinha e de acordo com os usos de acordo com os
de acordo com os usos permitidos nas - - -
lacustre; permitidos nas usos permitidos nas
Condicionantes de uso do solo do
Condicionantes de uso do Condicionantes de
PEUCN
solo do PEUCN uso do solo do
Áreas Verdes de conservação da PEUCN
natureza
Areas Húmidas Alagável
Suscetível a Inundações; Áreas de uso interdito
Áreas de Formações
Áreas de uso
geológicas; de acordo com os usos permitidos nas Áreas de uso interdito - - -
interdito
Áreas declivosas e sujeitas Condicionantes de uso do solo do
a erosão; PEUCN
Áreas de Verde Protecção
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 153
Classe Categoria coeficiente máximo coeficiente máximo coeficiente mínimo pisos (metros) % % metros metros
de acordo com
Área Urbanizada Multifuncional a
AUbMf 0,4 4,0 0,6 35 30% 30% alinhamento -
requalificar
prevalente
de acordo com
Área Urbanizada de Média alinhamento
AUbM1 0,4 2,0 0,6 20 20% 20% -
Densidade a preservar prevalente | de
Área Urbanizada
de acordo com
Área Urbanizada de Média alinhamento
AUbM2 0,4 2,0 0,6 20 20% 20% -
Densidade a requalificar prevalente | de
acordo com IOT
Classe Categoria coeficiente máximo coeficiente máximo coeficiente mínimo pisos (metros) % % metros metros
Classe Categoria coeficiente máximo coeficiente máximo coeficiente mínimo pisos (metros) % % metros metros
Áreas que devido às suas características naturais, patrimonial, histórico, infraestrutural e de interesse
público requerem medidas particulares de preservação.
Para sua estruturação foram definidas as seguintes áreas e zonas de proteção que resultaram nas
seguintes grandes categorias de zoneamento:
Áreas não edificadas que devido as suas características de relação com o meio natural requerem
medidas particulares de preservação, incluem áreas húmidas alagáveis susceptíveis a
inundações; áreas de formações geológicas; áreas declivosas e sujeitas a erosão e áreas
de verde de protecção.
Usos permitidos: Área de uso público de construção interdita e apenas para a realização de
actividades associadas com a observação da fauna e flora existentes, de construção interdita por
forma a impedir a pressão de ocupação humana.
160 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
A faixa de terreno a preservar de uso restrito que orla as águas fluviais e lacustres até 50 metros
medidos a partir da linha máxima de tais águas, que se encontra permanentemente ou
periodicamente com água, com necessidade de protecção contra a pressão de ocupação humana,
por forma a garantir a redução dos riscos de erosão, degradação do meio ambiente.
Área de uso restrito e apenas sobre licença especial. Ocupação de baixa densidade e intensidade,
com obrigação de integração na paisagem, respeito pelo ambiente natural, severas restrições sobre
superfícies construíveis, materiais e tecnologias de construção, obrigatoriedade de tratamento de
resíduos e efluentes.
Usos permitidos: actividades relacionadas com agricultura, áreas verdes de recreio de uso público
ou associadas ao rio.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 161
Densidade
Classe Categoria Localização Usos Adequados Usos Tolerados Usos Proibídos habitações/ha habitantes/ha Operações Urbanisticas Previstas
Realocação de assentamentos
actividades associadas
Áreas de Formações todos (edificação expontâneos
Área de construção interdita com a observação da N/A N/A
Geológicas não permitida)
fauna e flora existentes
Protecçao e reflorestamento
Estradas, Instalações
condutores aéreos,
superficiais, subterrâneos
e submarinos de
electricidade, de
Zonas de servidões telecomunicações,
Área de uso publico de construção De acordo com legislação De acordo com
administrativas e restrições de petróleo, gás e água; N/A N/A
interdita. vigente legislação vigente
utilidade pública Barragens;
Aeroportos e aeródromos
Instalações militares e
outras instalações de
defesa e segurança do
Estado
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 165
8 Mapas do Plano
9 REFERÊNCIAS
BANDEIRA, S. et al. Estudo de Lições Aprendidas e Boas Práticas de Reabilitação do Mangal – Avaliação
do programa de restauração de mangal no Estuário. [S.l.]. 2016.
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do programa de restauração de mangal no Estuário. [S.l.]: [s.n.], 2016.
BANDEIRA, S. O.; BOLNICK, D.; BARBOSA, F. Flores nativas do Sul de Moçambique. Universidade Eduardo
Mondlane. Maputo, p. 258. 2007.
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Boletim da República n.º 52, I Série de 30 de Dezembro, 13º Suplemento. [S.l.]. 2008.
BURROWS, J. et al. Trees and Shrubs Mozambique. Jacana Publishers. [S.l.]: [s.n.], 2018. 1114 p.
CABRAL, P. et al. Assessing Mozambique's exposure to coastal climate hazards and erosion.
International Journal of Disaster Risk Reduction. [S.l.]: [s.n.], 2017.
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Maputo. Maputo. 2008.
Decreto n.º 23/2008 de 1 de Julho. Regulamento da Lei do Ordenamento Territorial. [S.l.]. 2008.
Decreto n.º 33/2006 alterado pelo Decreto n.º 46/2011 de 21 de Setembro – Quadro de Transferência de Funções
e competências dos Órgãos do Estado para as autarquias locais. [S.l.]. 2011.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 179
Decreto n.º 45/2006 de 30 de Novembro – Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente
Marinho e Costeiro. [S.l.]. 2006.
Decreto n.º 56/2008 de 30 de Dezembro – Modalidades do exercício da tutela administrativa dos Governadores
Provinciais e dos Governos Provinciais nas Autarquias Locais ao abrigo no n. 2 do artigo 8 da Lei n.º 6/2007.
[S.l.]. 2008.
Decreto n.º 61/2010 de 27 de Dezembro – Mecanismos de determinação e correcção do valor patrimonial dos
prédios urbanos situados no território das autarquias e sujeitos ao Imposto Predial Autárquico. [S.l.]. 2010.
Decreto n.º 66/98 de 8 de Dezembro, alterado pelo Decreto n.ºs 1/2003 de 18 de Fevereiro, Decreto n.º 50/2007
de 16 de Outubro, Decreto n.º 42/2010 de 20 de Outubro – Regulamento da Lei de Terras. [S.l.]. 2010.
Decreto nº 43587 de 8 de Abril de 1961, tornado extensível a Moçambique pela Portaria n.º 23404 de 28 de Maio
de 1968. [S.l.]. 1968.
Diploma Legislativo n.º 1976 de 10 de Maio de 1960 – Regulamento Geral das Edificações Urbanas. [S.l.]. 1960.
Diploma Ministerial n.º 127/2002 de 31 de Julho – Regulamento que define a caracterização técnica e enunciado
de funções das instituições do Serviço Nacional de Saúde. [S.l.]. 2002.
Diploma Ministerial n.º 155/2014 de 19 de Setembro – Regulamento Interno para o Funcionamento da Comissão
Técnica de Acompanhamento e Supervisão do Processo de Reassentamento. [S.l.]. 2014.
Diploma Ministerial n.º 158/2011 de 15 de Junho – Procedimentos Específicos para a consulta às comunidades
locais no âmbito da titulação do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra. [S.l.]. 2011.
Diploma Ministerial n.º 158/2011 de 15 de Junho – Procedimentos Específicos para a consulta às comunidades
locais no âmbito da titulação do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra. [S.l.]. 2011.
Diploma Ministerial n.º 158/2011 de 15 de Junho – Procedimentos Específicos para a consulta às comunidades
locais no âmbito da titulação do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra. [S.l.]. 2011.
Diploma Ministerial n.º 158/2011 de 15 de Junho – Procedimentos Específicos para a consulta às comunidades
locais no âmbito da titulação do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra. [S.l.]. 2011.
Diploma Ministerial n.º 181/2010 de 3 de Novembro – Directiva sobre o Processo de Expropriação para efeitos de
Ordenamento Territorial. [S.l.]. 2010.
Diploma Ministerial n.º 250/2011 de 4 de Novembro - Metodologia para elaboração dos quadros de pessoal das
Autarquias Locais. [S.l.]. 2011.
Diploma Ministerial n.º 29/2000-A de 17 de Março – Anexo Técnico ao Regulamento da Lei de Terras. [S.l.]. 2000.
DPC, MINED. Estatística da Educação: Aproveitamento Escolar 2016 – Educação Geral e Formação de
Professores. Governo de Moçambique. Maputo. 2017.
FAPF, UEM. Plano de Estrutura Urbana da Matola. Conselho Municipal da Cidade da Matola. Matola. 2010.
180 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
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Lei n.º 16/2014 de 20 de Junho, alterada e republicada pela Lei n.º 5/2017 de 11 de Maio - Lei da Conservação
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Lei n.º 2030 de 1948 - parcialmente colocada em vigor em Moçambique pela Portaria n.º 14507. [S.l.]. 1948.
Lei n.º 2030 de 1948 - Parcialmente colocada em vigor em Moçambique pela Portaria n.º 14507 de 19 de Agosto.
[S.l.]. 1948.
Lei n.º 2030 de 1948 parcialmente colocada em vigor em Moçambique pela Portaria n.º 14507 de 19 de Agosto.
[S.l.]. 1948.
Lei n.º 6/2018 de 3 de Agosto, alterada e republicada pela Lei n.º 13/2018. [S.l.]. 2018.
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182 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
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MITADER. Maputo, p. 84. 2019.
TPF; TPF MOÇAMBIQUE; BIODESIGN. PNDT - Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial - Relatório
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(WHO, 2019)
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 183
Anexos
184 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
Mapa Topográfico
Mapa de Infraestruturas
i. Introdução
Este processo de audiência pública foi realizado durante a fase do Diagnóstico da Situação Actual da
Cidade de Nampula do Projecto Elaboração do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula.
Conduzido pela COWI Moçambique, Lda, em parceria com a José Forjaz Arquitetos (JFA) e a VEDOR,
teve lugar no Salão Nobre do Conselho Municipal da Cidade de Nampula no dia 29 de Agosto de
2019.
De acordo como previsto no Regulamento da Lei de ordenamento territorial em Julho de 2008, artigo
41, os participantes foram informados e convidados com 15 dias de antecedência da Participação
Pública e providos da documentação a ser objecto de discussão em cada sessão. Para divulgação da
informação ao público recorreu-se ao Jornal Notícias e a Rádio local, feito na língua local e português.
Adicionalmente, e para uma maior abrangência da participação pública, foi elaborada uma lista de
instituições consideradas principais intervenientes do processo e posteriormente, e foram enviados
os convites.
Anúncios Públicos
# Instituições
7 FIPAG
8 TMCEL
9 VODACOM
11 Universidade Lúrio
12 Assembleia Municipal
13 Conselho Municipal
# Instituições
08:00 Horas Agenda Única (Boas vindas, Apresentação e Técnico do Município Ezequiel
Debate) José António
Lanche
Assistiram à reunião no Salão Nobre do Conselho Municipal de Nampula Cento e vinte e cinco (125)
participantes representando residentes e autoridades locais, instituições públicas e privadas,
sociedade civil, o proponente e a equipa de consultores do projecto. O Anexo IV apresenta a lista
assinada pelos participantes da audiência pública em Nampula.
A reunião pública foi apresentada pelo Técnico do Município, o Arquiteto Ezequiel José António que
contou com o apoio do Sr. Faustino Licaneque para a tradução durante a apresentação para a língua
local Macua. Durante o debate ocorreu todo ele em língua portuguesa, sem necessidade de tradução
da língua Portuguesa e língua local Macua.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 189
A auscultação pública permitiu retirar as seguintes ilações que ajudaram a aperfeiçoar o processo no
seu todo tendo também em conta as reuniões ainda por realizar:
› Os consultores precisam rever os limites geográficos para melhor clarificar e identificar os limites
da cidade de Nampula;
Participantes: 125
Este evento contou com a participação dos residentes, líderes comunitários, vereadores, secretários
de Bairro, representantes de partidos políticos, membros da Assembleia Municipal, estudantes da Uni
Lúrio, chefes de sectores, equipa técnica do Conselho Municipal, entre outras entidades, conforme a
lista de participação, Anexo IV desta minuta.
O Representante do MITADER, Sr. Inácio Novela desejou as boas vindas ao Sr. Edgar da Silva,
Vereador de urbanização e representante do Presidente do conselho autárquico, membros da
assembleia autárquica, vereadores e todos munícipes. Informou que como previsto vamos ter a
apresentação da versão preliminar do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de Nampula sobre o que
é a cidade de Nampula hoje para depois projectar o que vai ser a cidade nos próximos 10 anos.
Acrescentou que a colaboração de todos é importante para enriquecer o documento que os
consultores irão apresentar.
Por volta das nove horas e cinquenta minutos, o Arquiteto Ezequiel José António, com a permissão
do Sr. Vereador de urbanização e representante do Sr Presidente, informou que vai dar início a
apresentação do relatório de diagnóstico da situação actual relativo a plano de estrutura da cidade
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 195
de Nampula. A apresentação contou com o apoio do Sr. Faustino Licaneque, que realizou a tradução
simultânea da apresentação do Português para Macua.
A tabela que se segue resume as principais questões suscitadas e comentários por parte dos
participantes e consultores:
Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta
› Comentou que no seu Bairro estão sempre a lamentar › Esclareceu que o processo de
que a ligação de corrente eléctrica não abrange muitas diagnóstico não está encerrado,
unidades; pelo contrário, a realização deste
encontro visa recolher
› No que concerne ao problema de água, ainda não se informação para o
sabe quando chegará a canalização da FIPAG, pois a complementar;
suscitação dos municípios era de abertura de alguns
fundos de água. › Apelou à participação e
comunicação através dos
Félix Socre, Residente de Nampula representantes locais da equipa
técnica, o Arq.º Custódio
› Alertou que é preciso fazer uma revisão sobre o Conceição e a Comissão Técnica
enquadramento do distrito de Rapale e cidade de para a Realização do Plano do
Nampula, face à nova divisão administrativa. Conselho Municipal;
Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta
Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta
Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta
› Esclareceu que este é um relatório de diagnóstico da situação actual para elaboração do plano
de estrutura urbana da cidade de Nampula, esperamos de todos aqui uma proposta dos vários
problemas de invasão, erosão, água, energia, estradas, entre outros aqui apresentados.
Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta
› Não existem dados que indicam quantos da população gerir correctamente o seu
vive de agricultura e quantos da actividade informal; território;
Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta
› Nos aspectos culturais, saber qual a cultura que leis do país que precisam ser
queremos intervir e identificar os antecedentes respeitadas;
históricos;
› Nos mapas apresentados e
› Em relação aos serviços de educação, especificam as afixados aqui, inclui mapa de
escolas primarias, secundarias e instituições do ensino densidade por bairro;
superior, mas faltam a componentes dos institutos
técnicos profissional; › Em relação aos impactos
negativos de infraestruturas,
› Nos equipamentos temos os especiais e públicos, estes devemos aprender a viver com
dois equipamentos deveriam ser classificados. estas infraestruturas e fazer de
modo organizado e acima de
Eliseu Armando, Estudante UNILURIO tudo seguro para as populações;
Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta
Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta
› Acrescentou ainda sobre a implementação, que os objectivos do Plano são definidos por lei,
assim como a questão da implementação está impressa numa lei urbana. O plano não pode ser
feito sem estar focado na capacidade e no potencial que as estruturas municipais têm para a
sua implementação.
› Esclareceu que as culturas de algodão e gergelim não deveriam constar no Plano porque não
são praticadas na cidade de Nampula.
› Comentou que os produtos decorrentes da produção agrícola referidos no plano tem haver com
os que são mais recorrentemente produzidos dentro do território da cidade. Não significa que
não possam ser plantados em algum lugar outras culturas, não referenciadas;
› Com base nos dados da Direcção Provincial de Educação a informação sobre as salas de aulas,
indica que em Nampula dá em média de 60 alunos por turmas.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 203
Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta
Perguntas/Comentários/Sugestões Resposta
Encerramento:
Para encerrar a reunião, Sr. Vereador de Urbanização dirigiu-se aos participantes e deu início ao
encerramento do debate, apelando a COWI a disponibilização do documento em alguma comunicação
social ou nas plataformas de redes sociais, para que os munícipes possam partilhar com todas
comunidades e residentes para não surgir perguntas que não tem haver com o relatório. Em seguida
convidou aos consultores para uma visita nos bairros.
Não havendo mais assuntos sobre o diagnóstico da situação actual da Cidade de Nampula, a
Audiência Pública terminou quando eram treze horas e dez minutos, tendo sido elaborada a presente
Acta da Primeira Audiência Pública sobre a Elaboração do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de
Nampula.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 205
Participantes: 40
CMCN: Domingos Amaral Assuate, Alves Carlos Correia, Aniceto António, Nelson Carvalho.
Este evento contou com a participação dos vereadores, membros da Assembleia Municipal,
estudantes da Uni Lúrio, chefes de sectores, equipa técnica do Conselho Municipal e representantes
de entidades públicas e privadas, conforme a lista de participantes, que se pode ver no anexo IV
deste relatório.
O Sr. Nelson Carvalho desejou as boas-vindas ao Vereador de Saúde, Mulher e Acção Social e
representante do Presidente do Conselho Autárquico, ao Vereador de Infraestrutura, Urbanização e
Meio Ambiente, aos membros da assembleia autárquica, aos vereadores e todos munícipes.
Em seguida passou a palavra ao Vereador de Infraestrutura e Meio Ambiente, que deu as boas-vindas
a todos presentes na reunião.
Em seguida o Sr. Domingos Amaral Assuate, Vereador da Área de Saúde Mulher e Acção Social e
representante do Presidente do Conselho Autárquico, fez a leitura do discurso de abertura da Reunião
e desejou em nome do Sr. Presidente as boas-vindas a todos presentes na reunião e pediu a
colaboração de todos.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 211
Por volta das nove horas e dez minutos, o Director Nelson Carvalho, com a permissão do
representante do Sr. Presidente, informou o início a apresentação da versão preliminar do Plano de
Estrutura Urbana da Cidade de Nampula e que a mesma ia ser realizada pelo Diretor de Urbanização
e Gestão de Terra, o Sr. Aniceto António.
para o município, que contradiz o segundo ponto do cenário B, que refere a revitalização
do centro da cidade.
• No Cenário B, que se considerou ser o mais adequado após a análise dos critérios de
avaliação, não parece estar correcto referir que aposta numa cidade sem assentamentos
humanos, porque a cidade é feita de assentamentos humanos.
• O Plano devia prever algumas situações para além do horizonte de 10 anos de vigência
do plano, porque embora seja esse o horizonte legal, a Cidade vai viver mais tempo,
apesar das mudanças climáticas e outros fenómenos que estão a acontecer agora.
• Foi mencionado que a passagem de carvão passará a ser realizada ao longo do limite
norte do Município, mas considera não ser o ideal, porque o limite norte é composto pelo
Rio Monapo que abastece a Cidade de Nampula. Pensa que o traçado ainda vai ser
pensado e desenhado, mas o carvão não pode passar por aquela área.
• Em relação às unidades operativas de gestão de planeamento, divididas por Bairro, é de
opinião que seja efectuada em função das características habitacionais. Por exemplo o
Bairro de Muala tem a zona de Belenenses cujo assentamento é muito espontâneo, e tem
a zona de expansão, que é um assentamento planeado, com ruas bem definidas.
Portanto, apresentam características diferentes que se forem tratadas e estudadas da
mesma maneira, pode resultar em estudos pouco profundos para se resolverem os reais
problemas que se vivem.
• O plano para além de ser simplesmente um plano documental, devia ser um plano que
caracterizasse as próprias acções.
Depois das perguntas, o consultor foi convidado a responder as questões colocadas ou esclarecer
as dúvidas levantadas:
a denominação foi atribuída por nós e não por uma entidade responsável que nos forneceu
a informação.
• Relativamente aos nomes dos Centros de Saúde que não estão claros, iremos tomar isso em
consideração, contudo, foram usados os termos que habitualmente são usados a nível da
legislação de saúde.
• Em relação ao Bairro Muahivire, ser um posto Administrativo, a equipa consultora ainda não
tinha conhecimento da existência do novo posto Administrativo. Seria positivo poder
incorporar esta informação no plano, contudo é fundamental a partilha da informação e
processo da constituição deste novo Posto Administrativo. Embora, a nível de proposta que
estão a ser idealizadas, ela não vai influenciar estruturalmente o que se pretende, porque já
estão a ser definir novas centralidades de acordo com a localização da nova circular. Ao longo
desta circular prevê-se que sejam implementadas áreas multifuncionais para acomodação de
serviços, comércio, e de uma série de outras valências, para além da residencial, portanto,
vai ser possível desobstruir algumas zonas que estão a sobrelotadas.
• Relativamente aos cenários, não foi entendida a questão sobre a necessidade de terra. O
princípio foi obter uma previsão da necessidade de terra adicional em função da previsão do
crescimento populacional. Para esse estudo, foram considerados 3 cenários de crescimento
populacional que iria determinar a necessidade de mais ou menos terra adicional para os
assentamentos humanos. Num cenário conservador, com um crescimento populacional bem
mais contido, mais reduzido, o município iria sair dos 12,900 hectares que estão a ser
actualmente utilizados, para 17,000 hectares. Num cenário de crescimento elevado da
população, iria sair dos mesmos 12,900 hectares que estão a actualmente a ser utilizados
para assentamentos humanos e passar para 21,900 hectares. Num cenário ideal de
manutenção da taxa de crescimento, que ronda sensivelmente os 4% de crescimento
populacional, apenas serão necessários 6,500 hectares adicionais para os assentamentos
humanos em 2029, ou seja, iria sair de 12,900 hectares para um total de 19,500 hectares.
Estes números que foram estudados para se entender qual é a área ideal de terra adicional
que o Município realmente necessita para receber a quantidade de pessoas que se prevê em
2029. É uma análise que não está directamente relacionada com os cenários de
desenvolvimento territorial, é apenas uma concepção do que é necessário prever de terra
para absorver a quantidade de pessoas que vão existir ter até 2029.
• Admite-se um erro no slide dos Cenários que se refere a uma cidade sem assentamentos
humanos. Pretendia-se dizer sem assentamentos desordenados. Naturalmente que as
cidades são constituídas por assentamentos humanos. O que o plano pretende é, interromper
ou reduzir a ocorrência dos assentamentos desordenados que não estão consolidados.
Espera-se que este plano sirva de instrumento para reforçar a necessidade de se cumprir
com uma série de procedimentos para implantação destes mesmos assentamentos.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 215
Sobre as infraestruturas
• O Plano prevê uma série de acções com vista à melhoria da fraca acessibilidade que se verifica
na cidade. Um dos constrangimentos que foi levantado nas consultas públicas anteriores e
nas reuniões que tivemos com os sectores chaves, é a passagem da rota de carvão pelo
centro da Cidade. As longas composições dos comboios criam constrangimentos na
mobilidade da cidade para além das questões de poluição que se gera afectando a
componente ambiental. Portanto, alinhado com o que está estabelecido com o Projecto
Estratégias de Desenvolvimento económico do Corredor de Nacala, o Plano prevê- o desvio
da rota de carvão para o norte da Cidade, não necessariamente junto ao rio Monapo, o PEDEC
tem já uma proposta de traçado, contudo, também se prevê um estudo mais aprofundado
desta localização da rota do carvão. É uma localização que já está prevista no Projecto
Estratégias de Desenvolvimento Económico de corredor de Nacala, acima do rio Monapo. Esta
Estratégia estabelece algumas estratégias de desenvolvimento para os centros urbanos, ao
longo do corredor de Nacala, e que visam potenciar comercialmente, industrialmente, até
ao nível do sector agrícola, e atrair investimento externo.
216 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA
• Em relação às UOPGs em função das características funcionais, cabe referir que o já foi
apresentada numa proposta anterior, a configuração das unidades operativas de gestão em
função das características do uso do solo, contudo, foi uma solicitação do Município que se
fizesse coincidir as UOPGs em função dos Bairros, e foi seguida essa recomendação. Contudo,
está ainda em aberto para discussão, e poderá ser alterado se for entendido que se deve
trocar pelas das características funcionais. Como foi possível verificar, o que pretende neste
plano é criação de uma cintura verde ao redor da Cidade, dedicada à agricultura, que permita
a sustentabilidade económica e alimentar da Cidade. Então, seria viável criar uma UOPGs, só
para a área da agricultura, que tem uma característica de uso diferente. Existem zonas
industriais que estão definidas ao longo das principais vias, e que poderiam constituir uma
UOPGs diferente. E por fim em função das características de ocupação residencial de acordo
com as necessidades. Trata-se de uma proposta válida, e que já foi considerada, contudo,
foi seguida a recomendação apresentada pelo Município.
• O Plano foi realizado de acordo de acordo com a lei, com os guiões metodológicos de
elaboração de planos de estrutura urbana, e ainda com as recomendações que foram
emitidas pelo Ministério, e estabelece-se que planos de estrutura urbana tem uma vigência
legal de 10 anos. Contudo, há muitas propostas neste plano que podem ser consideradas ser
ambiciosas, e que poderão não ser implementadas durante os 10 anos. Assim, considera-se
que este plano ultrapassa este período de vigência, e pretende-se que durante estes 10 anos
sejam pelo menos reservadas as terras para as grandes infraestruturas que se propõem. Se
for possível garantir que, mesmo que estas infraestruturas não sejam realizadas nos
próximos 10 anos, mas que pelo menos esteja garantida a reserva destas áreas, para que
no futuro, quando houver investimento ou financiamento para a sua implementação, essa
área não esteja ocupada por outro tipo de uso.
• Em relação à implementação da rota de carvão em 10 anos – O município poderá não estar
preparado para executar, implementar o desvio da rota de carvão dentro dos 10 anos, mas
o importante é garantir que a reserva de espaço para a implementação desta infraestrutura
seja realizada dentro do tempo de vigência do plano. Se for garantida esta reserva de espaço,
pode-se considerar que Nampula está preparada para o futuro e para além dos 10 anos.
RELATORIO DE FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇOES TOMADAS PARA O PLANO 217
Depois das perguntas e respostas foram feitas as recomendações pelo consultor, que afirmou que foi
positiva a audiência, porque foram levantadas algumas questões que precisam de ser melhoradas no
plano. Do que foi falado existe alguma preocupação relativamente à capacidade de implementação
e de crescimento das infraestruturas, dizer que estão acauteladas no plano. Relativamente às
propostas de desvio da rota do carvão, são propostas que embora ambiciosas, vão melhorar bastante
a mobilidade da Cidade de Nampula, acreditando que a implementação destas principais operações,
vai potenciar Nampula, vai ajudar atrair mais investimento para a Cidade, vai ajudar a criar condições
para a produção industrial e agrícola. A equipa consultora acredita que este plano se for
implementado, se for monitorado, se for acompanhado terá efeitos bastante positivos para o
crescimento da Cidade e encerou a sua intervenção agradecendo a todos pela participação.
Encerramento:
Para encerrar a reunião, Sr. Vereador da Área de Saúde, Mulher e Acção Social, dirigiu-se aos
participantes e deu início ao encerramento do debate, agradecendo aos participantes que
conseguiram contribuir bastante e que este aspecto é positivo, mostrando que todos estão
comprometidos com desenvolvimento da Cidade. Agradeceu ao consultor, e pediu desculpas e
explicou que as questões colocadas e as recomendações dadas eram necessárias para o
enriquecimento do trabalho. Desejou que todos regressassem aos seus locais de trabalho ou
aposentos de boa saúde. Em seguida, os participantes foram para o Lanche.
Não havendo mais assuntos sobre versão preliminar do Plano de estrutura Urbana da Cidade de
Nampula, a Audiência Pública terminou quando eram onze horas, tendo sido elaborada a presente
Acta da segunda Audiência Pública sobre a Elaboração do Plano de Estrutura Urbana da Cidade de
Nampula.
______________________
Domingos Amaral Assuate
(Vereador da Área de Saúde, Mulher e Acção Social)
_______________________________
Alves Carlos Correia
(Vereador de Infraestrutura, Urbanização e meio Ambiente)
_______________________________
Aniceto António
(Director de Urbanização e Gestão de Terras)
218 PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE NAMPULA