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PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DO

REPÚBLICA DE ANGOLA BAILUNDO


GOVERNO PROVINCIAL DO HUAMBO

3º VOLUME - DEFINIÇÃO DE DIRECTRIZES

MARÇO DE 2012
REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO PROVINCIAL DO HUAMBO

GOVERNO PROVINCIAL DO HUAMBO

PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DO BAILUNDO

APRESENTAÇÃO

O Governo Provincial do Huambo, adjudicou a prestação de serviços relativa à elaboração do Plano


Director Municipal (PDM) do Bailundo, ao consórcio de empresas CENGA/AUSTRAL.

A elaboração do PDM irá assim dotar as administrações provincial e municipal, de um instrumento de


gestão territorial que regulamentará a ocupação dos solos urbanos e rurais compreendidos nos limites
do território do município do Bailundo, de acordo com o previsto na legislação em vigor,
nomeadamente na Lei do Ordenamento do Território e do Urbanismo (Lei n.º 3/04 de 25 de Junho), e
no Regulamento Geral dos Planos Territoriais, Urbanísticos e Rurais (Decreto n.º 2/06 de 23 de
Janeiro).

O Plano Director Municipal (PDM) é por definição o instrumento âncora para o processo de
ordenamento do território municipal e para o seu desenvolvimento económico e sociocultural.

Uma ambição tão vasta obriga à sistematização e faseamento dos estudos que conduzem à
elaboração da documentação final, de forma a permitir a participação e envolvimento das entidades
administrativas e dos diversos agentes da Sociedade.

No que respeita à organização do Plano, o mesmo encontra-se dividido em quatro volumes


correspondentes às quatro fases previstas para o desenvolvimento dos estudos:

• 1º Volume - Plano de Trabalhos e Recolha de Elementos - consiste num relatório com a


descrição das acções desenvolvidas no território no sentido de recolher e sistematizar
informação e na definição de um mapa de trabalhos e de uma equipa técnica que mostrem de
forma clara o faseamento e o encadeamento das tarefas a desenvolver.

• 2º Volume - Caracterização e Diagnóstico - estabelece a caracterização e diagnóstico do


território para as áreas temáticas de ambiente, solos, património cultural, população, rede de
equipamentos, socioeconomia, urbanismo e ordenamento do território, transportes e
mobilidade, abastecimento de água, águas residuais e resíduos sólidos e energia e
telecomunicações. A validação e consolidação dos estudos de caracterização e diagnóstico
preliminares, serão feitas através da realização de reuniões envolvendo a participação das
principais entidades Provinciais para cada área específica e que contarão igualmente com a
presença dos principais responsáveis municipais e comunais.

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• 3º Volume - Definição de Directrizes - define as directrizes que irão permitir estabelecer


as linhas orientadoras a considerar na concepção do PDM. Estas directrizes serão
desenvolvidas para as áreas específicas do urbanismo e ordenamento do território,
socioeconomia, transportes e mobilidade, abastecimento de água, águas residuais e resíduos
sólidos e energia e telecomunicações. A avaliação e aprovação das directrizes preliminares,
será feita através da realização de reuniões envolvendo a participação das principais entidades
Provinciais e dos responsáveis Municipais e Comunais. Por uma questão de maior
operacionalidade e objectividade optou-se por promover o processo participativo simultâneo
para as fases 2 e 3.

• 4º Volume - Plano Director Municipal - consiste na concepção do Plano, sendo nesta fase
desenvolvidas as plantas de ordenamento e condicionantes, o regulamento, o programa de
execução e o relatório descritivo e analítico de fundamentação das soluções propostas.
Também nesta fase se prevê uma concepção preliminar de Plano que será revista após a
apresentação da mesma no decorrer do processo participativo a promover. Paralelamente à
concepção do Plano serão programadas as acções de formação, definidas as listas de
participantes e preparados os respectivos conteúdos formativos.

O presente documento é referente ao 3º Volume - Definição de Directrizes do PDM do Bailundo.

A equipa técnica que desenvolve o PDM do Bailundo é a que consta na listagem abaixo indicada.

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Ficha Técnica

Cliente: Governo Provincial do Huambo

Título: Plano Director Municipal do Bailundo

Referência: E1076

Tipo: Plano Director Municipal

Versão: 01

Data de Emissão: Março de 2012

Registo das Alterações

Ordem da Versão Data Designação

Equipa de Trabalho

Coordenação Geral Direcção Técnica


Carlos Conceição Nuno Raposo

Urbanismo e Ordenamento do Território Ambiente


Ana Carla Nunes Ana Teresa Chinita
Ana Sofia Graça Andreia Ramos
Carlos Conceição
Socioeconomia
Luciana Lameirinhas António Oliveira das Neves
Luís Carvalho
Abastecimento de Água, Drenagem de Águas Residuais
Luís Paulino
e Resíduos Sólidos
Nuno Raposo
João Alves Guimarães
Sónia Pinto
Rui Quintas Marques
Estratégia e Desenvolvimento
Cartografia / Desenho/ SIG
Luís Carvalho
Alexandre Calabaça
Transportes e Mobilidade Ana Teresa Silva
Edgar Cuco
Nuno Ribeiro
Fernando Valério
Peças Escritas e Reprodução
Energia e Telecomunicações Cristina Ferreira
Fernando Ribeiro
Maria José Nunes

Responsável(is) pelo Estudo Direcção Técnica

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ÍNDICE DE TEXTO
1 O PAPEL DA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NO ÂMBITO DE UM PDM .........................................7
2 INSTRUMENTOS DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICA ..................................................................................9
3 QUADRO DE REFERÊNCIA...................................................................................................................13
3.1 DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO ............................................................................................................. 14
3.2 ESTRUTURA BASILAR DE ASSENTAMENTO ................................................................................................... 16
3.3 RECURSOS PATRIMONIAIS ..................................................................................................................... 20
3.4 TRANSPORTES ................................................................................................................................... 22
3.5 INFRA-ESTRUTURAS ............................................................................................................................ 28
4 FORMULAÇÃO DA VISÃO ESTRATÉGICA .............................................................................................37
4.1 METODOLOGIA DE FORMULAÇÃO DE OBJECTIVOS .......................................................................................... 37
4.2 A VISÃO E A CAPACIDADE DE INTERVENÇÃO ............................................................................................... 40
5 EXPRESSÃO TERRITORIAL DAS DIRECTRIZES....................................................................................47

QUADROS
QUADRO 3.1 - QUADRO SÍNTESE DOS FACTORES CRÍTICOS ...................................................................................... 36

FIGURAS
FIGURA 5.1 - BASES PARA O ORDENAMENTO, SEDE DE MUNICÍPIO .............................................................................. 48
FIGURA 5.2 - BASES PARA O ORDENAMENTO, SEDE DE COMUNA ................................................................................. 48
FIGURA 5.3 - BASES PARA O ORDENAMENTO, VILA RURAL (DE CONSOLIDAÇÃO). VILA RURAL QUE DEVERÁ SER DESENVOLVIDA
COM BASE NUM ASSENTAMENTO HUMANO JÁ EXISTENTE. ........................................................................................... 49

FIGURA 5.4 - BASES PARA O ORDENAMENTO, VILA RURAL (DE ESTRUTURAÇÃO). VILA RURAL QUE DEVERÁ SER DESENVOLVIDA
COM BASE NA CONVERGÊNCIA DE VÁRIOS ASSENTAMENTOS HUMANO JÁ EXISTENTES. ......................................................... 49

PLANTAS
PLANTA DE ENQUADRAMENTO ESTRATÉGICO - ÂMBITO REGIONAL

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1 O PAPEL DA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NO ÂMBITO DE UM


PDM
Um Plano Director Municipal (PDM) é - tem de ser - na sua radicalidade um instrumento operacional
que possibilite a implementação de uma correcta política de ordenamento do território no âmbito
territorial de um município. A própria enunciação da essência caracterizadora do PDM é crucial para
entender o seu posicionamento entre:

• a definição de uma estratégia de desenvolvimento que tem de ter necessariamente uma


emanção política, e que tem de ser determinada a montante da elaboração do PDM e a
execução das directrizes de planeamento, e que são aplicadas a jusante da elaboração do PDM;

• a consubstanciação de uma política de ordenamento do território que atravessa diversos


sectores, âmbitos, agentes e tempos cuja promoção compete, em primeira instância, às
autoridades nacionais e/ou regionais e a gestão quotidiana do plano que é, na esmagadora
maioria das situações, a verificação de normas especificas cuja boa aplicação assenta
essencialmente na mediação entre os serviços técnicos e a população.

Assim, este carácter “intermediário” do PDM implica que os seus promotores - o legitimo poder político
do município e/ou da região - tenham, simultaneamente:

• a capacidade de participar na concepção da estratégia de desenvolvimento e da visão para o


seu território que tem de ter necessariamente um horizonte temporal largo e a definição de
objectivos para que se consiga percepcionar o futuro para além dos circunstancialismos do
presente

• a capacidade de actuar de forma emergente, especifica e no âmbito da escassez do presente e


sempre de forma próxima do território e das populações.

É assim entendimento da equipa técnica que a concretização de uma consistente e benigna política de
planeamento do território tem de assentar sempre numa sólida base estratégica, para reduzir a
casualidade e/ou a sinuosidade dos processos de planeamento e de gestão territorial e de forma a
introduzir uma visão simultaneamente abrangente mas rigorosa, persistente mas consensual.

Neste sentido entende-se que no âmbito da realização de um PDM a estratégia de desenvolvimento


não se deve assumir como um domínio de trabalho autónomo e/ou parcelar mas deve-se assumir
antes de mais como uma espécie de lençol que cobre com os mesmos tons todas as vertentes e
facetas desse PDM. Assim esse “lençol unificador” deve ser o garante:

i) do cumprimento integral dos objectivos estratégicos e estruturantes do PDM tal como desde
logo enunciados na proposta técnica para a realização do Plano;

ii) da articulação entre as várias vertentes técnicas e os vários domínios de trabalho da equipa;

iii) da subordinação das questões específicas de cada um desses domínios aos desígnios
estruturantes do Plano.

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Articulação com as referências estratégicas: nacionais, regionais e sectoriais

Na esteira das considerações relativas ao papel “interno” da estratégia de desenvolvimento refira-se


que, quanto ao seu papel “externo”, este deve passar essencialmente pelos actos da mediação e da
convergência. Mediação e convergência entre as várias políticas e estratégias com âmbitos espaciais,
temporais e sectoriais distintas e que muitas vezes são contraditórias e geradoras de vazios,
sobreposições e indecisões, tudo fenómenos muito prejudiciais para a aplicação de uma correcta
política de ordenamento do território.

Neste sentido, e neste âmbito específico, o domínio da estratégia de desenvolvimento deve passar,
acima de tudo, pela capacidade de fazer convergir no território de intervenção todas as lógicas que já
estão antecipadas procurando fazer de “tradutor” dessas lógicas para as já mencionadas
especificidade e circunstâncias históricas do território e das suas gentes.

Dando assim corpo ao entendimento sobre o papel do PDM e da metodologia desde logo empreendida
esta fase do plano - da definição das directrizes - não é entendida como o fim do trajecto mas sim
como a base que irá “permitir estabelecer as linhas orientadoras a considerar na concepção do PDM”.

Esta base definidora integra três partes consequentes e articuladas:

• Numa primeira parte são identificados os instrumentos de referência estratégica que - a


montante - contribuíram para a definição de uma estratégia nacional/regional e/ou sectorial
sendo que as directrizes do PDM, por um lado devem articular-se com estes instrumentos de
referência mas, por outro lado, devem especificar e/ou aferir esses mesmos instrumentos tendo
em conta as particularidades do município em questão (ver ponto 2. Instrumentos de Referência
Estratégica);

• Numa segunda parte é apresentada uma síntese da situação existente dando-se conta, para
quase duas dezenas de vertentes sectoriais, quais os seus objectivos, quais os seus factores
críticos para o desenvolvimento, quais os aspectos mais marcantes da situação de referência,
quais os sinais e/ou tendências mais salientes e quais os (eventuais) projectos em curso e/ou já
previstos (ver ponto 3. O Quadro de Referência);

• Na terceira parte, verificados que foram os enquadramentos globais/nacionais e sectoriais e


percepcionados os aspectos mais relevantes do presente e do futuro próximo do município, é
então apresentada a visão estratégica para esse município tendo sempre presente que o
posicionamento e a essência do PDM obrigam que essa visão estratégica assente em dois pilares
inabaláveis: i) no respeito pelas directrizes estratégicas e políticas que, legitimamente, emanam
das lógicas nacionais/regionais; ii) numa dupla necessidade, a da expressão territorial da
estratégia e a da proximidade às populações das directrizes que resultem dessa estratégia (ver
ponto 4. A Formulação da Visão Estratégica);

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2 INSTRUMENTOS DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICA


As directrizes estratégicas do PDM informam o modelo de ordenamento e constituem uma etapa
crucial na transposição das políticas para o território. Decorrem em primeiro lugar das estratégias,
objectivos e projectos propostos pelos instrumentos elaborados pela administração no âmbito
nacional, regional ou sectorial, considerados vinculativos a este nível e como tal orientadores da acção
de âmbito municipal1.

Assumido a carácter vinculativo das determinações dos instrumentos consagrados politicamente note-
se que O PDM não deve ser o simples repositório, a um nível municipal, das determinações desses
instrumentos. Ao plano director cabem-lhe, neste domínio, duas tarefas essenciais:

1.º) Articular a diversidade de âmbitos, promotores, objectivos, recursos e horizontes dos vários
instrumentos de referência, articulação essa que tem de ser efectuada numa lógica de
convergência para o contexto municipal e

2.º) Especificar essa lógica de convergência às particularidades do território e das populações do


município empreendendo, caso se tal se demonstre como absolutamente necessário, à aferição
das determinações superiores para que se adequem ao contexto especifico, sempre sem colocar
em questão o espirito e a essência dos instrumentos a “aferir”;

Assim, para a elaboração do Quadro de Referência Estratégica, foram para já considerados e


consultados (salvo indicação em contrário) os seguintes instrumentos:

Instrumento central de referência estratégica

• Angola 2025: Estratégia de Longo Prazo - Revê os desafios significativos em Angola - tais como
o desenvolvimento humano, a fraca situação económica, a instabilidade institucional, a falta de
serviços de saúde e educação, desigualdade regional - e estabelece as opções estratégicas até
2025, de modo a levar a cabo o crescimento em vários sectores (não disponibilizado).

Instrumentos de referência estratégica nacional, regional e/ou sectorial

• GPH2008 - Plano Provincial de Desenvolvimento do Huambo 2009/2013 (documento de


referência basilar)

• GPH - Objectivos Globais - Governo do Huambo (sítio de internet)

• AIE2006 - Angola - Desenvolvimento de uma estratégia para a energia

• APRH - Plano Nacional Director de Irrigação de Angola. Uma síntese dos estudos

• GPH-DPCHT2010 - Plano Director de Turismo da Província do Huambo 2010-2019

• GPH-DPECT 2011 - Plano Provincial de Desenvolvimento da Educação 2010-2015

• GPH2003 - Plano Director da Indústria da Província do Huambo

1
Ver Caixa 1: Sobre a Informação disponível e as suas lacunas. No desenvolvimento do PDM não foi possível aceder a todas as
fontes de informação estratégica pelo que se considera este trabalho como a matriz conducente à consagração das directrizes na
fase final do Plano.

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• GPH2010 - Plano Director de Transportes e Logística da Província do Huambo

• MINEA2011 - Programa de Investimentos Públicos do Ministério da Energia e Águas até 2016

• MINUA2006 - Estratégia e Plano de Acção Nacionais para a Biodiversidade (NBSAP)

• MP2010 - Relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

• MS-GEPE 2008 - Plano de Desenvolvimento Sanitário da Província do Huambo 2009-2018

• RA2001 - Estratégia Integrada para a Melhoria do Sistema de Educação 2001-2015

• RA2008 - Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

• RA - Programa de Desenvolvimento e Promoção do Comércio Rural (Não disponibilizado)

Fontes de informação

• AIE - Agência Internacional de Energia;

• APRH - Associação Portuguesa de Recursos Hídricos;

• GPH - Governo da Província do Huambo;

• GPH- DPECT - Governo da Província do Huambo. Direcção Provincial de Educação, Ciência e


Tecnologia;

• GPH- DPCHT - Governo da Província do Huambo. Direcção Provincial do Comércio, Hotelaria e


Turismo;

• MINEA - Ministério da Energia e Águas;

• MINUA - Ministério do Urbanismo e Ambiente;

• MP - Ministério do Planeamento, RA - República de Angola;

• MS-GEPE - Ministério da Saúde. Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística.

Embora sem vínculo directo são considerados instrumentos de referência internacional, os


seguintes documentos:

• AfDB/OECD, 2008. African Economic Outlook.

• PNUD (Programme des Nations unies pour le développement) Rapport sur le développement
humain 2011. PNUD, 2011, New York. *

• The World Bank (2000). Cities in transition. World Bank urban and local government strategy.
The International Bank for Reconstruction and Development. Washington *

• World Economic Forum (2011).The Global Competitiveness Report 2010-2011. World Economic
Forum within the framework of the Centre for Global Competitiveness and Performance. Geneva

• UN-Habitat (2010). Urban trends: Wealth of cities, in State of the World’s Cities 2010/2011.
Bridging the Urban Divide, March 2010.

• UNFPA (2011). Estado de la población mundial 2011.

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A lista de instrumentos de referência de carácter internacional acima apresentada não se constitui


como um envelope fechado sendo antes, uma selecção exemplificativa (e necessariamente
conjuntural) de alguns dos documentos para se ter uma percepção mais alargada das condições do
presente e das expectativas de futuro de Angola. Estes documentos revelam genericamente que a
situação de partida da Angola é reconhecidamente débil em muitos aspectos, como não podia deixar
de ser depois de longas décadas de conflitos armados.

No entanto, tais documentos, apesar de registarem essas debilidades anunciam igualmente, e em


variadas vertentes, as possibilidades de Angola e/ou as recentes tendências positivas sendo todavia
de salientar que a percepção das sobejamente conhecidas potencialidades não deve esconder que
uma significativa melhoria de muitos dos indicadores comparativos no contexto internacional só se
tornará efectiva dentro de vários anos (ou mesmo décadas) e obrigará a uma grande persistência a
uma - boa - aplicação de muitos recursos. Note-se todavia que a percepção desta lógica comparativa
do pais é um excelente contributo para a determinação de um novo posicionamento de Angola no
panorama internacional.

Sobre a Informação disponível e as suas lacunas

De um modo geral, na actualidade, a geração, circulação, difusão e controle da informação é de tal


forma crucial nas sociedades contemporâneas que, numa lógica global, se denomina essas (novas)
sociedades como da informação, sendo que essa informação, nas suas várias vertentes e facetas, se
assume como a nova matéria-prima de referência da economia do futuro. E, reitere-se que esta
estrutura informacional - reconhecendo-se todavia a sua matriz ocidental - tem uma lógica global e
que se estende a todo o mundo.

Esta referência permite apontar duas notas introdutórias relevantes para o entendimento da
informação no âmbito deste trabalho:

i) Nessa nova estrutura económica (mas também social e cultural) Angola tem como objectivo
posicionar-se a médio prazo nessa sociedade de informação2 e esse objectivo deve ser
internalizado nos planos territoriais;

ii) Percepcionando-se a lógica estruturante da informação em todas as facetas da sociedade (e do


seu circuito desde a geração até ao seu controle) torna-se evidente que o seu papel em estudos
de planeamento é absolutamente crucial.

Tendo presentes estas duas noções importa afirmar que os trabalhos relativos à estratégia de
desenvolvimento a realizar no âmbito do PDM podem decorrer de forma consistente com o manancial
informativo desde já disponível e/ou disponibilizado. Reconhecendo-se que dada a natureza, as
especificidades e as circunstâncias históricas, sobejamente conhecidas, do território em estudo
existem lacunas óbvias quanto à actualidade, precisão e fiabilidade ou quanto à sofisticação,
abrangência e diversidade dessa informação disponível/disponibilizada, mas tais lacunas não são
impeditivas do desenvolvimento programado das tarefas previstas para este domínio de trabalho.

2
Angola An Emerging Digital Player elaborado em 2005 pela CNTI - Comissão Nacional das Tecnologias de Informação.

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Qualquer que seja o contexto na elaboração de um plano deseja-se ter sempre mais informação -
dados mais rigorosos, fiáveis amplos e actuais - para se ter o máximo de elementos possível para que
esse plano tenha o maior grau de precisão possível. Mas, o processo de planeamento não poderá ficar
refém das eventuais incapacidades de cumprir esse desejo nem esse processo poderá ficar paralisado
pelo receio da dúvida.

Deste modo assumem como certas as disposições e identificam-se seguidamente uma lista dos
documentos que, conjunturalmente, se consideram como referências para a realização dos trabalhos
no domínio da estratégia de desenvolvimento sendo certo que, essa listagem deverá ser enriquecida e
corrigida ao longo dos trabalhos do PDM e que alguns dos documentos listados constituem-se mais
como referências exemplificativas do tipo de informação a utilizar.

Por último refira-se que a principal fonte de informação a aplicar nestes estudos advirá dos contactos
directos entre a equipa e os agentes presentes no território e na percepção das diversas intenções,
anseios, vantagens, obstáculos, dificuldades e potencialidades do território e das gentes que o
habitam.

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3 QUADRO DE REFERÊNCIA
De acordo com a metodologia seguida, apresenta-se neste capitulo a síntese de formulação de
objectivos, factores críticos, aspectos essências da situação de referência, sinais/tendências mais
significativos e projectos em curso e/ou previstos organizada por temas. Com esta súmula de
orientações a equipa do PDM pretende construir um referencial estratégico local - que designamos de
quadro de referência estratégica - apresentado e discutido com a administração municipal e
provincial. O resultado final será a formulação dos objectivos específicos, monitorizáveis e
quantificáveis no horizonte de implementação do PDM e simultaneamente orientadores do modelo de
ordenamento, em termos de gestão e execução territorial sendo que essa especificação dos objectivos
aliada à sua quantificação e monitorização será devidamente apresentada na fase final do plano (no
4.º volume) num documento autónomo, o Programa de Execução do Plano

De forma a organizar, articular e sistematizar os diversos temas que informam o quadro de referência
estratégica esses mesmos temas forma agrupados em cinco dimensões, a saber:

• A dimensão do desenvolvimento económico que integra o tema genérico da estrutura


socioeconómica e os temas mais específicos relacionados com a indústria, a agricultura e o
turismo (ver ponto 3.1);

• A dimensão das estruturas basilares de assentamento humano que inclui o tema da


habitação (numa lógica de elemento radical de assentamento humano) e os temas relacionados
com a rede escolar e a rede hospitalar enquanto redes essenciais para a estruturação,
precisamente, do assentamento das populações (ver ponto 3.2);

• A dimensão dos recursos patrimoniais agrupando-se nesta dimensão tanto os recursos


naturais como os recursos culturais (essencialmente ligado a conjuntos e/ou elementos
construídos mas que podem passar por outras vertentes) sempre entendidos esses recursos
como sendo património memorial, social e económico das populações (ver ponto 3.3);

• A dimensão dos transportes enquanto aspecto essencial para o desenvolvimento social,


cultural e económico integrando desde o transporte rodoviário individual aos aspectos da
logística passando pelo transporte aéreo ou pelo transporte ferroviário ou o transporte
rodoviário de mercadorias (ver ponto 3.4);

• A dimensão das infra-estruturas, que tal como os transportes se constituem como um aspecto
crucial para atingir objectivos de dignificação das condições de vida das populações. Nesta
dimensão agrupam-se os temas as redes de abastecimento, água, energia eléctrica e
telecomunicações e as redes de drenagem, águas residuais e resíduos sólidos (ver ponto 3.5);

Como complemento ao quadro de referência e respectivas dimensões temáticas é apresentado em


anexo a Planta do Enquadramento Estratégico de Âmbito Regional, abrangendo a sub-região norte do
Huambo formada pelos Municípios de Londuinbali, Bailundo, Mungo e Cachiungo.

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3.1 DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

3.1.1 Estrutura Socioeconómica


Foram considerados 6 factores críticos globais sendo que 3 escapam a uma lógica regional e/ou
municipal e os outros 3 podem ser executados numa estratégia regional e/ou municipal.

• Factores Críticos de âmbito nacional: Sistema de Justiça e segurança interna; Política fiscal;
Regime de propriedade e de abertura à iniciativa privada;

• Factores Críticos de âmbito nacional em que a região/município tem capacidade de intervenção:


Sistema de Ensino; Administração Pública; Infra-estruturas de suporte.

Objectivos • Cumprir metas de plena escolaridade do ensino básico (6 anos).


• Abertura e consolidação de um sistema de ensino de formação profissional ligado à
estrutura económica.
• Extensão dos vários ramos da administração pública de forma a terem uma óptima
capacidade de intervenção na totalidade do território.
• Aplicação dessa capacidade a nível da regulação da actividade económica de tal forma que
permita o pleno desenvolvimento da iniciativa privada e da economia de mercado.
• Garantir boas ligações rodoviárias entre as sedes de município (objectivo 60 km/h).
• Garantir ligações satisfatórias entre as comunas.
• Pleno funcionamento da Linha Ferroviária de Benguela.

Factores Formação profissional (e adequação do capital humano a uma nova lógica produtiva)
críticos Capacitação da administração pública (ao nível regional e municipal mas também ao nível
sectorial).
Infra-estruturas de suporte (nomeadamente as de comunicações e as de abastecimento de
energia).

Situação de Lapso tremendo entre as necessidades de muitas vertentes económicas (nomeadamente ao


referência nível da indústria mas também da administração) e as capacitações formativas da população.
Situação frágil das várias estruturas (tanto a nível de extensão das suas capacidades como a
nível dos recursos humanos) da administração tendo em conta as especificidades da história
recente do território.
Situação ainda muito débil para responder de forma consistente às exigências de
robustecimento de (novas) actividades económicas (indústria ou turismo por exemplo) e que
impossibilitam o desenvolvimento de lógicas de distribuição e de mercado.

Sinais / Situação está a melhorar (mas cujos efeitos mais significativos podem ser tardios). População
Tendências escolar a aumentar de forma exponencial na última década.
Situação está a melhorar na medida em que o prolongamento do tempo de paz permite a
consolidação das várias instituições da administração pública e a emergência de estruturas da
sociedade civil.
Situação e melhorar paulatinamente e que se prevê que venha a ser significativamente
reforçada com investimentos da rede viária e na rede ferroviária.

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3.1.2 Indústria, Agricultura e Turismo

Objectivos • Apoiar (de imediato) os subsectores e produções virados para a transformação das
Plano Director da matérias-primas, em especial ao nível das Águas minerais (Alto Hama), derivados de fruta
Indústria da (bebidas, conservas, doces), Lacticínios e derivados, Moagens de farinhas em rama e
Província do espoadas, massas, bolachas e confeitos, farinhas lácteas, Industrialização do abacate (óleo
Huambo, 2003 e produtos de cosmética) e do vetiver (essências perfumes), Cerâmica vermelha (tijolos e
telhas) e Rede de abate, e os Subsectores e produções onde há tradição ou que são
relevantes no arranque do processo de reanimação económica e que também contribuem
Plano Director de para a substituição de importações (confecções, bicicletas, ferramentas, carpintarias,
Reindustrialização plásticos).
de Angola, 1995 • Apoiar a prazo os projectos que visem a criação de nichos de elevado valor acrescentado

Programa de ligados, nomeadamente: Agro indústria, Curtumes, couros e peles, Artigos de madeira,
Desenvolvimento carpintaria e mobiliário, Redes de armazenamento de produtos perecíveis e não perecíveis,

e Promoção do Produção de ultracongelados de frutas e legumes.

Comércio Rural • Apoiar o processo local de reindustrialização, com particular atenção para as indústrias do
sector primário, e com predominância para as actividades de mão-de-obra intensiva.
Plano Director de
Turismo da • Reduzir a dependência alimentar externa do país e contribuir para a comercialização

Província do estruturada e permanente dos excedentes da produção agrícola dos camponeses e

Huambo, 2008 pequenos agricultores.


• Elaborar Planos Específicos de Ordenamento Turístico para as Províncias prioritárias e criar
zonas legalmente definidas de “interesse turístico”.

Projectos Possíveis implantações de unidades industriais na zona das Águas Quentes (Alto Hama), e na
zona florestal da Bela Vista.
Implementação local dos sistemas de incentivos financeiros, designadamente através da
subvenção ao investimento produtivo, participação minoritária no capital social das PME e por
tempo limitado, concessão de avales, créditos bonificados às PME, Incentivos Fiscais e
Aduaneiros, Incentivos à instalação ou transferência de empresas para o pólo de
desenvolvimento industrial, e incentivos ao emprego.
Implementação local do Programa de Desenvolvimento e Promoção do Comércio Rural.
Projectos turísticos do Alto Hama - Ecoturismo e Termalismo, Valorização da Montanha de
Halavala e Túmulo dos Reis Ekui Kui II e Katiavala (Bailundo) e Recuperação e restauro das
pinturas rupestres das pedras de Pedras de Caninguili (Mungo).

Factores Fornecimento de energia eléctrica irregular e escasso.


críticos Mau estado de conservação da rede viária básica.
Abastecimento de água irregular e escasso.

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3.2 ESTRUTURA BASILAR DE ASSENTAMENTO

3.2.1 Habitação
A decisão Governamental de construir um milhão de casas para solucionar o problema da edificação
de habitação condigna para todos os angolanos constitui um dos grandes desígnios nacionais e é hoje
a principal referência em matéria de planeamento de habitação, tendo começado pela delimitação das
áreas de reserva fundiária. A distribuição sectorial proposta pelo Governo assenta nas seguintes
percentagens: Sector público (11,5 %), Iniciativa Privada (12 %), Cooperativas (8 %) e Auto-
construção (68,5 %).

O fornecimento de habitação condigna implica a disponibilização das redes de infra-estruturas básicas


(vias de acesso, abastecimento de água, saneamento e energia) sem as quais dificilmente se atingem
as condições mínimas de habitabilidade. Este aspecto constitui-se como uma das principais
dificuldades no propósito de alcançar os objectivos traçados.

Objectivos • Promover a construção de habitação social para aqueles que não tem condição
Plano do económica que lhes permita aceder a uma habitação condigna.
Governo da • Disponibilizar casas de baixa, média e alta renda nas reservas fundiárias, para
República para satisfazer todos os sectores da Sociedade.
Construção de • Promover a auto-construção através da disponibilização de projectos tipo e
um milhão de materiais de construção economicamente acessíveis (especialmente nas sedes
casas comunais).

Plano • Elaboração (e implantação) dos planos de urbanização e de loteamentos


Desenvolvimento urbanos;
da Província do • Reordenamento e requalificação dos bairros periféricos incluindo os focos no
Huambo 2009- interior dos bairros;
2013
• Definição das reservas fundiárias do estado;
• Criação e implementação de sistemas de concessão de loteamentos urbanos;
• Captar o sector privado para investir na construção de imobiliário habitacional
na província;
• Redefinição dos forais das sedes municipais.

Projectos O Governo lançou a empreitada de construção de 3 000 casas no Bailundo em


2011.
Planos de Urbanização das reserva fundiárias.

Factores A procura aumenta a um ritmo muito superior à actual capacidade de resposta.


críticos Dificuldades em satisfazer as imensas necessidades imediatas principalmente ao
nível das sedes Comunais onde a difícil acessibilidade dificulta em muito o
transporte de materiais.
A ausência de uma rede de energia eléctrica que abasteça a sede Municipal e a
partir desta todas as sedes Comunais.

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Situação de As pessoas vivem em casas sem condições mínimas de habitabilidade quer pela
referência ausência de condições de higiene quer pelas reduzidas dimensões que apresentam
em função dos agregados familiares que servem.
A maior parte dos bairros periféricos são focos de insalubridade devido à ausência
de planeamento e redes de saneamento.
Dificuldades em promover a auto-construção através da disponibilização de
projectos tipo e materiais de construção economicamente acessíveis
(especialmente nas sedes comunais).

Sinais / Êxodo rural acentuado, embora sem dados, tem conduzido à concentração da
Tendências população nas sedes administrativas, em especial na sede municipal e ao longo
das vias primárias, mantendo contudo as características de ocupação habitacional
rural.
Necessidade de delimitação de áreas de reserva habitacional, cuja delimitação é
guiada pelo IGCA especificamente para as sedes Municipais e Sedes Comunais.
Espera-se que a concretização do projecto de reabilitação das estradas secundárias
e da chegada da energia contribua para dar um forte impulso na construção de
habitação.

3.2.2 Saúde
Do ponto de vista sectorial salienta-se como Plano fundamental ao nível da Saúde, o “MS-GEPE 2008 -
Plano de Desenvolvimento Sanitário da Província do Huambo 2009-2018”. De acordo com este
instrumento, destaca-se como grande objectivo a Proposta de uma rede de equipamento de
Saúde hierarquizada. Esta hierarquização contempla os seguintes níveis da rede de equipamentos
de saúde:

• Regiões Sanitárias > Sistema Municipal > Áreas de Saúde (centralizadas numa unidade
sanitária de referência, Hospital Municipal ou Centro de Saúde de Referência ) > Unidades
Sanitárias de Primeiro Nível.

O referido Plano considera a criação de 3 Regiões Sanitárias, de acordo com a organização


apresentada de seguida:

• Região Sanitária Norte: Bailundo, Mungo e Londuimbali

• Região Sanitária do Huambo: Tchikala-Tcholohanga, Huambo e Cachiungo

• Região Sanitária Oeste: Ecunha, Ucuma, Tchinjenje, Longonjo e Cáala

Do Plano Sanitário salienta-se ainda que é determinada a Construção e Ampliação de


Equipamentos de Saúde (Hospitais, Centros de Saúde e Postos de Saúde).

Dos vários equipamentos propostos, salienta-se, pelo seu nível hierárquico, a Construção de um
Hospital Regional na sede do município do Bailundo, como unidade de referência da Região Sanitária
Norte.

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No âmbito do actual PDM, serão tidas em conta as regiões sanitárias e as áreas de saúde definidas no
Plano Sanitário, sendo proposto o ajustamento quanto às localizações das unidades sanitárias,
sobretudo de nível primário, permitindo assim garantir o aumento dos níveis de cobertura da rede. Ou
seja, serão propostos Postos de Saúde de forma a que estes se localizem em pontos equidistantes,
nas zonas de aldeias dispersas.

Objectivos • Estabelecer uma rede de equipamento de Saúde hierarquizada.


MS-GEPE 2008 - • Melhoria dos serviços de saúde e aumento dos níveis de cobertura, através da construção
Plano de e ampliação de Equipamentos (Hospitais, Centros de Saúde e Postos de Saúde)
Desenvolvimento • Reduzir distâncias para obtenção de assistência médica para menos de 5 Km.
Sanitário da
• Assegurar Postos de Saúde em pontos equidistantes, para as aldeias dispersas.
Província do
Huambo 2009- • Assegurar Postos de Saúde nos locais que permitam aumentar o nível de cobertura da

2018 rede de equipamentos de Saúde (locais com maior densidade populacional e zonas onde
seja possível cobrir o maior número de aldeias).

Projectos Construção de um Hospital Regional na sede do município do Bailundo, como unidade de


referência da Região Sanitária Norte.

Factores Dificuldade de acesso à Saúde atendendo à dispersão territorial e problemas ao nível de


críticos acessibilidades.
Falta de técnicos qualificados sobretudo nas zonas rurais, não havendo atractivos para a
fixação destes nestas regiões (falta de infra-estruturas, acessos e sobretudo habitação).
Dispersão territorial e problemas ao nível de acessibilidades.

Situação de De acordo com o levantamento de equipamentos efectuado no âmbito do presente Plano e


referência com a estimativa populacional, verifica-se, ao nível do município, a existência de um
equipamento de saúde por cada 10 300 habitantes (valor superior à média da Província).
Da análise de distância aos equipamentos de saúde efectuado no âmbito do presente Plano,
destaca-se que apenas 36% da população se encontra a menos de 30 min (modo rodoviário)
de equipamentos de saúde.
“Os municípios mais desfavorecidos, em termos de rede sanitária, são os mais populosos do
Norte da Província: Bailundo e Londuimbali. Largas áreas do Norte, mas também da zona
mais meridional da Província, não têm qualquer acesso a serviços públicos de saúde.”
“Aspecto que obstaculiza o acesso a escolarização, consiste na dispersão das aldeias, pelo
território da Província o que dificulta a planificação de construção de escolas.”
Ao nível da Província verifica-se, em 2009, um bom nível quanto à taxa bruta de admissão,
70% (iniciação) 87.2% (ensino primário). No entanto, a escolarização decresce para 62.3%
(ensino primário). Este facto resulta em grande parte das taxas de abandono que se registam
sobretudo nos municípios rurais, verificando-se taxas que atingem os 40 a 60% nos
municípios em estudo, sobretudo a partir da 4ª classe.

Sinais / Verifica-se uma preocupação por parte das administrações locais, na garantia de condições
Tendências mínimas para fixação de técnicos. São utilizados edifícios públicos existentes como
residências de carácter provisório;
A melhoria das condições de acesso à saúde e a construção de mais postos de saúde reflecte-
se como sendo uma das principais preocupações dos responsáveis das administrações locais.

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3.2.3 Educação
Ao nível dos instrumentos estratégicos no domínio da Educação destacam-se o GPH-DPECT 2011 -
Plano Provincial de Desenvolvimento da Educação 2010-2015 e o RA2001 - Estratégia Integrada para
a Melhoria do Sistema de Educação 2001-2015. Do Plano Provincial distingue-se que o “Objectivo
geral da política provincial consiste em oferecer a todas as crianças em idade de escolarização no
ensino primário um ensino de equidade.”

O Plano Provincial transpõe ainda, do Plano de Estratégia Nacional uma meta de “atingir uma taxa
bruta de admissão de 100% no 1º ano do ensino primário em 2015.” Considera-se desde já
importante mencionar que, no âmbito territorial do Plano Director em elaboração, não é realista
prever que a meta seja atingível num espaço temporal tão reduzido. Não obstante este facto, o
aumento da taxa de admissão considera-se como um objectivo fundamental na área da educação.

Os objectivos gerais referidos traduzem-se em objectivos específicos que se apresentam no quadro


seguinte, no entanto, refere-se que da análise dos Planos existentes considera-se como objectivo o
melhoramento dos níveis de ensino, sobretudo ao nível de cobertura da rede de equipamentos. Este
objectivo será cumprido com base na Construção de novas escolas e residências de professores, em
locais estratégicos que permitam alargar as áreas de influência da rede escolar, sobretudo nas zonas
rurais e mais recônditas.

Objectivos • Reduzir o número de turmas ao ar livre para 20%, como meta mínima até 2015.
Plano Provincial • Residências construídas para os professores colocados nas zonas rurais até 2015.
de • Rede escolar ampliada até às zonas mais recônditas.
Desenvolvimento
• Ter escolas em pontos equidistantes, para as aldeias dispersas.
da Educação
2010-2015 • Construir Centros/Internatos para beneficiar crianças oriundas de comunas pouco povoadas

(2011) e dispersas.
• Taxa Bruta de Escolarização na classe de iniciação por Município (meta 95% até 2015).
• Taxa bruta de Admissão na 1ª classe por município (meta 95% até 2015).
• Diminuir as taxas de abandono até a metade daqui a 2015, com um valor máximo de 10%
(a principal razão do abandono escolar resulta das elevadas distâncias às escolas,
nomeadamente nas zonas rurais).

Estratégia • Aumentar o acesso ao Ensino de Base.


integrada para a • A reconstrução e construção de infra-estruturas escolares, sobretudo nas províncias com
melhoria do fraca taxa de escolarização e que são as mais tocadas pela guerra (….).
sistema de
educação 2001-
2015

Projectos Construção de Magistério, com internato, no Município de Bailundo.

Factores Dificuldade de acesso à Educação a todas as crianças (sobretudo dos 5 aos 14 anos), a
críticos dispersão territorial e problemas ao nível de acessibilidades.
Falta de docentes sobretudo nas zonas rurais, não havendo atractivos para a fixação destes
nestas regiões (falta de infra-estruturas, acessos e sobretudo habitação).

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Situação de De acordo com o levantamento de equipamentos efectuado no âmbito do presente Plano e


referência com a estimativa populacional, verifica-se, ao nível do município, a existência de apenas uma
sala por cada 970 alunos.
Da análise de distância às escolas efectuado no âmbito do presente Plano, destaca-se que
apenas 27% da população se encontra a menos de 60 min a pé de uma escola definitiva.
“A situação actual caracteriza-se pela insuficiência de infra-estruturas escolares condignas,
pelo mau estado de conservação de algumas delas e pela reduzida capacidade de albergar
mais alunos, sobretudo no meio rural. Reiteramos que (ao nível da Província), em 2010, das
3.011 salas de aulas existentes, 1.087 são improvisadas, 857 são provisórias e 1.067, que
correspondem a 35,4%, são de construção definitiva.
As zonas mais recônditas do interior dos municípios carecem de infra-estruturas escolares e de
professores qualificados e em número satisfatório, pelo que, trabalham em capelinhas,
comités, jangos, debaixo de árvores e com insuficiências didáctico - pedagógicas.”

Sinais / Verifica-se uma preocupação por parte das administrações locais, na garantia de condições
Tendências mínimas para fixação de professores. São utilizados edifícios públicos existentes como
residências de carácter provisório para os professores.
A melhoria das condições de educação e o combate às elevadas taxas de abandono reflecte-se
como sendo uma das principais preocupações dos responsáveis das administrações locais.

3.3 RECURSOS PATRIMONIAIS

3.3.1 Recursos Naturais

Objectivos • Elaboração de um programa ecológico da Província, com prioridade para a sede da


Plano de Desenv Província;
da Província do • Reposição das Florestas devastadas e das cortinas florestais.
Huambo 2009-
2013

• Identificação, preservação e divulgação dos valores naturais do município;

Factores Desconhecimento dos valores locais a preservar, em termos ambientais;


críticos Impacto das praticas agrícolas tradicionais nos sistemas naturais;
Fraca capacidade de escoamento dos produtos e dificuldade de acesso de grande parte da
população aos mercados e lojas;

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Situação de Valores ecológicos relevantes, sendo notória a diversidade faunística, em especial ao nível dos
referência mamíferos.
Ausência de zonas de protecção ambiental e de estatutos legais de reserva de solos para
efeitos ecológicos, florestais ou agrícolas.
Aptidão agrícola, com condições favoráveis para a cultura do milho, feijão, batata, cereais,
fruteiras e café arábica entre outros;
Aptidão pecuária, com condições bastante favoráveis para o desenvolvimento da bovinicultura
de corte e, como já ocorreu no passado, leiteira;
A região não apresenta um coberto florestal natural com potencial de exploração económica
relevante. Contudo existem condições favoráveis para a plantação de pinheiro e eucalipto.

Sinais / Substituição progressiva de habitats naturais pela agricultura, derivada em parte de pratica
Tendências tradicional, com recurso ao fogo em extensão, concorrendo para o empobrecimento da
vegetação natural;
Incentivos à reorganização comunitária das praticas agrícolas.

Principais N.º de acções de extensão rural / aldeia, por aldeias-alvo incluídas nos programas de extensão
Indicadores de rural, numa primeira fase piloto, em função da sua proximidade às áreas sensíveis;
Monitorização N.º de agricultores abrangidos pelas acções de extensão rural / ano;
Percentagem da área ardida;
N.º de fogos destinados a desbravar terras agrícolas em áreas naturais, por ano;
Superfície de áreas/zonas propostas para conservação/superfície total do município (em
percentagem) e da província do Huambo (em hectares ou m² ou km²);
N.º de novas espécies de Flora identificadas / N.º de espécies de Flora existentes, por ano, nas
áreas delimitadas para conservação; (podem ser ainda desagregados por estratos de
vegetação herbácea, arbustiva, arbórea);

3.3.2 Património Cultural


No sector do Património Cultural não existem Planos Sectoriais aplicáveis ao âmbito do território em
análise. Contudo, existe, ao nível da Província do Huambo, uma listagem de 129 Monumentos e Sítios
inventariados pela Direcção Provincial da Cultura dos quais foram destacados aqueles que se localizam
no território Municipal e que serão considerados na elaboração do actual Plano Director Municipal.

Além dos sítios já identificados importa promover a salvaguarda de outros que pela sua singularidade
possam vir a constituir-se como património municipal.

Além do património material deve ser tido em conta o património imaterial que constitui uma
importante referência cultural na sedimentação dos conceitos de nacionalidade e consciência histórica
e cultural da população.

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Objectivos • Assegurar a criação de pelo menos um Museu Comunitário no Município.


Plano de • Inserir os elementos culturais na vida económica.
Desenvolvimento • Promover iniciativas que valorizem e desenvolvam a produção de artesanato.
Cultural (PDC)
• Desenvolvimento do turismo/cultural.
2009 - 2013
• Promover a salvaguarda e inventariação da totalidade do Património municipal nos próximos
3 anos.
• Assegurar que a totalidade dos monumentos e sítios já inventariados são inspeccionados
pelo Ministério da Cultura nos próximos 3 anos.
• Incluir todas as vertentes do património cultural na programação cultural da casa da cultura
do Bailundo cuja construção está quase concluída.

Projectos Nomear uma comissão responsável pela gestão da casa da cultura do Bailundo a constituir nos
próximos tempos. Comissão essa que deverá desenvolver esforços no sentido de recolher,
documentar e inventariar o futuro espólio etnográfico do Município.

Factores O avançado estado de degradação em que se encontram alguns monumentos e sítios de


críticos reconhecido interesse.
Dificuldades em cativar verbas para promover obras urgentes nos monumentos, atendendo às
imensas solicitações urgentes de sectores críticos para a vida das pessoas.

Situação de Na província apenas o forte Quissala está classificado a nível nacional embora existam 129
referência Monumentos e Sítios inventariados pela Direcção Provincial da Cultura.

Sinais / Verifica-se uma cada vez maior procura de referências culturais por parte da população
Tendências residente e turistas sendo que a região do Huambo assume papel preponderante em matéria
de referências culturais no panorama cultural do próprio País.
A casa da cultura do Bailundo já está construída e deverá abrir as suas portas em breve.

3.4 TRANSPORTES

3.4.1 Transporte Rodoviário


O programa de reabilitação das Infra-estruturas Rodoviárias que o Governo Central tem estado a
implementar através do INEA (Instituto Nacional de Estradas de Angola) e do GRN (Gabinete de
Recuperação Nacional) tem por objectivo o restabelecimento da rede viária do país, assegurando a
ligação de todas as sedes provinciais com Luanda. A província de Huambo encontra-se dentro dos
objectivos e tem vindo a ser beneficiada desde 2006 a um bom ritmo. No que diz respeito às vias
secundárias e terciárias, o andamento dos trabalhos não tem sido o desejável pelo que se tem de
continuar a apostar neste trabalho estrutural de recuperação das rodovias de modo a garantir uma
boa acessibilidade das populações do município.

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Objectivos • Pavimentação das vias primárias/secundárias.


Plano Provincial • Garantir ligações directas entre sedes municipais e entre estas e a rede viária.
de Médio Prazo • Garantir que toda a rede viária se encontra em condições de circulação / exploração,
2009-2013 - garantindo o acesso a todas as povoações com um mínimo de 2500 habitantes (valor a
Província do aferir).
Huambo
• Resolução de Pontos Negros de Sinistralidade.
• Criar condições para atendimento do aumento do tráfego de veículos com o objectivo de
possuir todas as estradas secundárias e terciárias circuláveis.

Projectos Implementação de um sistema de conservação e manutenção das vias principais;


Pavimentação de vias secundárias com maior fluxo de tráfego;
Recuperação da rede terciária no sentido de dar acessibilidade de toda a população à rede de
nível hierárquico superior;
Implementação do recenseamento de tráfego como base de apoio fundamental a um
planeamento de transportes eficaz;
Projecto de criação da rede de transportes públicos, intermunicipal e interprovincial em PPP
(objectivos gerais do Governo de Huambo)

Factores Populações isoladas e sem acesso devido à inexistência ou à degradação do mesmo


críticos Degradação rápida dos pavimentos devido ao excesso de carga dos veículos pesados associado
à falta de qualidade da construção/beneficiação
Sinistralidade Rodoviária.

Sinais / Aumento do número de utilizadores de transporte individual.


Tendências Degradação rápida dos pavimentos
Aumento da necessidade de mobilidade da população

Principais Taxa de sinistralidade (Acidentes/veic.km) e % de mortos no global dos acidentes rodoviários


Indicadores de % Extensão de vias asfaltadas, por nível hierárquico
Monitorização
% Extensão a necessitar de intervenção, por nível hierárquico
Extensão de vias asfaltadas / habitante
Tempo médio de acesso aos equipamentos (escola, emprego e saúde)
Taxa de motorização (n.º de veículos / 1000 habitantes)
Tráfego Médio Diário Anual na rede viária
Veic.km percorridos na rede viária / habitante
Velocidade média (Veículos ligeiros e transporte público)
Pax.km em veículo individual (duas rodas não motorizado, moto, veículo ligeiro)
Pax.km em transportes públicos

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3.4.2 Transporte Rodoviário Mercadorias


O Plano Director de Transportes e Logística prevê a construção de centros de distribuição e logística
no eixo Benguela - Huambo - Bié de modo a permitir uma estruturação do ordenamento do território
associada a uma gestão eficaz da cadeia logística, aproveitando a renovada linha do caminho-de-
ferro. O transporte rodoviário revela-se essencial na lógica intermodal do transporte de mercadorias
no sentido de flexibilizar (e viabilizar) o serviço de mercadorias a instalar no eixo ferroviário do CFB,
permitindo que o transporte seja efectuado em boas condições de/para os centros logísticos e
produtores/consumidores;

Objectivos • Pavimentação das vias primárias e secundárias que servem os principais corredores de
Plano Director de mercadorias (principalmente numa lógica intermodal articulada com o CFB).
Transportes e • Proporcionar condições para instalação de centros de distribuição e logística, com boa
Logística da acessibilidade.
Província do
Huambo (2010)

Projectos Plataforma logística em Alto - Hama de modo a organizar o conjunto de actividades comerciais
e industriais que se têm desenvolvido na localidade (junto ao limite Oeste do município);
Interface Rodoferroviário em Huambo
Conservação e manutenção das vias de acesso rodoviário de Huambo ao Bailundo, bem como
aos centros de produção e distribuição

Situação de Escassez de centros de logística e distribuição e rede viária com algumas deficiências ao nível
referência da conservação.
Centros logísticos desorganizados

Sinais / Um pouco por toda a província estão a ser construídos centros de logística e distribuição.
Tendências Aumento das necessidades logísticas derivadas da renovação e expansão ferroviária e de um
desejado aumento da produção industrial e agrícola.

Principais Tráfego Médio Diário Anual de Pesados de Mercadorias na rede viária


Indicadores de Velocidade média dos veículos comerciais;
Monitorização
% de pesados com excesso de carga;
Ton.km de carga transportada

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3.4.3 Transporte Ferroviário


É notório o esforço que o Governo de Angola tem feito na recuperação do Caminho de Ferro de
Benguela, estando previsto a construção de uma rede ferroviária internacional, ligando as três linhas
existentes: Caminho de Ferro de Benguela, Caminho de Ferro de Luanda e Caminho de Ferro de
Namibe). O plano Angofer prevê a estruturação dos eixos ferroviários, imprimindo-lhes uma lógica de
rede internacional com o prolongamento do CFB, CFL e CFN, com o aproveitamento dos ramais do
Dondo (CFL), do Cuima (CFB) e do Cuvango (CFM). Apresenta-se na figura seguinte as perspectivas
do governo para a estruturação da rede ferroviária.

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Apesar de não existir uma estação de caminho-de-ferro no município, a proximidade ao CFB faz com o
sistema de transportes seja influenciado pelo desempenho de toda a rede ferroviária, nomeadamente
pela ligação intermodal de pessoas e mercadorias através do transporte rodoviário.

Objectivos • Adequação de tarifas e horários.


• Proporcionar um serviço ferroviário de qualidade e fiabilidade, que permita um aumento de
capacidade de transporte de bens e pessoas.
• Criação de interfaces rodoferroviárias bem dimensionadas e com boa acessibilidade.
• Proporcionar uma ligação transversal e internacional (Portos - Fronteiras)
• Expansão da Rede Ferroviária, em Angola e estabelecimento de conexões às linhas
ferroviárias internacionais.

Projectos Projecto de Reabilitação e Desenvolvimento do Sistema Ferroviário Integrado de Angola


(Angoferro)

Factores Lentidão do processo de implementação, possíveis intervenções em zonas por desminar.


críticos

Situação de A linha ferroviária de Benguela está neste momento a ser recuperada, prevendo-se a chegada
referência a Kuito em Abril de 2012 e a ligação à fronteira do Luau até ao final de 2012;
A expansão da rede aguarda estudo de viabilidade técnica e projecto de execução.

Sinais / A renovação / reabilitação das linhas existentes está a provocar um aumento da procura deste
Tendências meio de transporte.
Criação de Interfaces Rodoferroviários permitirá potenciar o desenvolvimento regional e
inverter as tendências de êxodo populacional;
Entrada de capital estrangeiro (chinês) gerou estímulo à progressão das obras de renovação
das linhas existentes e pode catalisar desenvolvimento das fases de expansão.

Principais Extensão Linha / habitante


Indicadores de % Extensão a necessitar de intervenção
Monitorização
Pax.km / ano
Ton.km /ano
Velocidade comercial

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3.4.4 Transporte Aéreo


A posição geoestratégica de Huambo justificou a beneficiação do Aeroporto provincial, capacitando de
receber voos internacionais, funcionando como alternativa ao de Luanda em caso de emergência. O
Aeródromo do Bailundo permite assegurar o transporte de emergência (assistência médica,
evacuações, etc.), tendo sido reabilitado recentemente.

Objectivos • Fazer selecção da rede de aeródromos mais importantes e proceder à sua manutenção /
renovação, garantido a acessibilidade rodoviária.
• Reformulação da oferta (ligações, tarifas, horários, frota aérea), por forma a aumentar a
procura de passageiros e carga, viabilizando linhas economicamente sustentáveis.

Factores Sustentabilidade económica da rede de aeroportos e aeródromos.


críticos Reforço das ligações regionais e nacionais.
Potencialização do transporte de passageiros e carga, a nível regional e nacional.

Situação de Variedade de oferta de aeródromos de pequena dimensão (herança da importância


referência geoestratégica dos tempos do conflito armado).
O aeródromo do Bailundo foi restaurado recentemente.

Sinais / O aumento da fiabilidade de outras opções modais (ferroviária e rodoviária) está a retirar
Tendências importância aos meios de transporte aéreos.
Tentativa de reforço da actividade doméstica com um mínimo de três frequências semanais
para cada Província e pelo menos uma diária para as principais capitais (Relatório do MTGPE)

Principais % de pistas a necessitar de intervenção, por classe de infra-estrutura


Indicadores de N.º de voos / dia
Monitorização
Pax.km transportados
Ton.km transportada

3.4.5 Centros Logísticos


A entrada em operação do caminho-de-ferro de Benguela altera completamente o sistema logístico da
região, imprimindo-lhe uma lógica internacional após a sua ligação à República Democrática do Congo
e da Zâmbia. A província de Huambo apresenta-se numa situação privilegiada pois fica ligada ao Porto
do Lobito e à fronteira da RDC e Zâmbia, revelando-se um corredor excelente para a criação de
centros logísticos multimodais. A restrição de capacidade de armazenamento do Porto de Lobito
justifica a construção de um porto seco em Boas Águas, com benefícios para o desenvolvimento das
actividades produtivas na província e município em estudo.

Objectivos • Criar um parque industrial infraestruturado no Bailundo, potenciando a vocação industrial


pelos acesso directos à rede primária e a proximidade da plataforma logística do Alto Hama
e do grande centro de distribuição multimodal de Huambo

Projectos Parque industrial no Bailundo

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Situação de Falta de organização no aglomerado de actividades comerciais e industriais no centro urbano


referência do Bailundo
Falta de aproveitamento das vantagens de cada modo de transporte (intermodalidade)

Principais Área e taxa de ocupação de centros logísticos


Indicadores de N.º de empresas e empregados em centros logísticos
Monitorização
Volumes e custos de transporte das famílias logísticas mais importantes da região

3.5 INFRA-ESTRUTURAS

3.5.1 Abastecimento de Água


No sector do Abastecimento de Água e Saneamento não existem Planos Sectoriais aplicáveis ao
âmbito do território em análise. Existem, no entanto, ao nível nacional o Plano de Acção Estratégico
do Sector de Águas para o período 2004-2016 e o Programa “Água para Todos” cujos objectivos se
pretendem considerar na elaboração do actual Plano Director Municipal.

Objectivos • Aumentar a cobertura da população urbana para 67% e da população rural para 70%, no
Plano de Acção ano de 2016 (no Programa “Água para Todos” é indicado como objectivo 80% para a
Estratégico do população rural).
Sector de Águas • Reabilitar e ampliar os sistemas municipais com vista a aumentar a capacidade e diminuir
para o período as perdas para cerca de 25%; extensão de redes para áreas peri-urbanas.
2004-2016 • Para populações de áreas servidas por rede, disponibilizar pelo menos 70 l/hab./dia e para
as peri-urbanas 15 l/hab./dia (também são referidos 30 l/hab./dia).
• Construção de postos de venda de água para cisternas.
• Aumento de capacidade de distribuição ambulante de água; Deverão ser implementadas
acções que levem a baixar o preço de água vendida por camiões cisterna, através de um
maior número de pontos de venda de água tratada aos camiões e de outras acções que
façam reduzir os custos de venda a retalho.

• Garantir o fornecimento de água às populações com qualidade própria para consumo


humano, dotando as origens de água com instalações de tratamento adequadas, que
realizem as correcções necessárias às suas características físicas, químicas e
bacteriológicas.
• Melhorar a fiabilidade do fornecimento de água, assegurando a continuidade do serviço.
• Definir directrizes para fornecer água potável às populações, que assegurem uma
intervenção coerente e sustentável, do ponto de vista técnico, operacional e financeiro,
sem impactes negativos no meio ambiente.
• Privilegiar soluções simples e integradas que tecnicamente não requerem operação e
manutenção excessivamente qualificada.

Factores • Dispersão territorial.


críticos • Garantir a correcta protecção das captações de água em serviço, evitando a contaminação
da água captada por matéria orgânica e nitratos, provenientes da poluição urbana e da
utilização de fertilizantes para a prática agrícola, etc.

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Situação de • Ao nível nacional, nos centros urbanos, os sistemas de abastecimento quando existem
referência apresentam geralmente graves deficiências, com perdas nas redes de cerca de 50%. Estes
sistemas permitem consumos de cerca de 51 l/(hab.dia), sendo que a sua saturação não
admite a extensão das redes às zonas peri-urbanas, onde o consumo é de cerca de 5
l/(hab.dia). As referidas restrições deixam as populações muito distantes dos padrões de
consumo necessários, por um lado ao seu bem-estar e por outro ao desenvolvimento
socioeconómico e industrial. Para colmatar as necessidades de água, as populações
recorrem a pontos de água e camiões-cisternas (Adaptado de Plano de Acção Estratégico
do Sector de Águas para o período 2004-2016).
• Ao nível da qualidade da água, as falhas de manutenção e avarias frequentes dos sistemas
levam a que a água não seja tratada de forma adequada; nas zonas peri-urbanas recorre-
se ao mercado informal, onde a qualidade da água fornecida também é frequentemente de
baixa qualidade.
• O abastecimento de água em meio rural, é baseado fundamentalmente, em captações
convencionais (poços e furos), dotados de bombas manuais, complementadas com obras
de drenagem e protecção sanitária, para evitar a contaminação da água. Estes
equipamentos são escassos e grande parte da população rural consome a água que tiver
ao seu alcance, sem qualquer tratamento (Adaptado de Plano de Acção Estratégico do
Sector de Águas para o período 2004-2016).
• De acordo com os dados preliminares do IBEP (2008-2009), pode dizer-se que ao nível
nacional, 42,0% da população tem acesso a água potável, sendo que na área urbana essa
percentagem sobe para 57,9% e na área rural é de 22,8%. Relativamente à área rural e
conforme os dados actualizados a 31 de Julho de 2011 do “Programa Água para Todos”
esta percentagem situava-se em 43,9%.
• No Município do Bailundo, de uma forma geral os sistemas existentes são antigos e
carecem de obras de reabilitação e de aumento da capacidade de captação e adução,
assim como de ampliação das redes de abastecimento e implementação de sistemas de
tratamento. Verifica-se ainda uma inexistência de sistemas na maioria dos lugares, sendo
que somente as sedes administrativas (municipal e comunais) dispõem de serviço de
distribuição, o que se traduz numa cobertura de apenas 21% da população residente total
do Município. A maioria da população do município não é coberta por sistema de
abastecimento de água, 79%, nem com sistemas que possuem tratamento, 81%.

Sinais / • Está em implementação o Programa “Água para Todos”, ao nível da população rural.
Tendências

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Principais • Cobertura da população residente por sistema de abastecimento de água:


Indicadores de o Cobertura da população residente no Município por sistema de abastecimento de
Monitorização água (%);
o Cobertura da população residente em meio urbano por sistema de abastecimento
de água (%);
o Cobertura da população residente em meio rural por sistema de abastecimento de
água (%);
• Capitação de água disponibilizada:
o Capitação de água disponibilizada em meio urbano (l/hab·dia);
o Capitação de água disponibilizada em meio periurbano e rural (l/hab·dia);
• Perdas por sistema de abastecimento de água (%).

3.5.2 Saneamento de Águas Residuais


No sector de Saneamento de Águas Residuais não existem Planos Sectoriais aplicáveis ao âmbito do
território em análise. Existem, no entanto, ao nível nacional o Plano de Acção Estratégico do Sector de
Águas para o período 2004-2016 e o Programa “Água para Todos” cujos objectivos se pretendem
considerar na elaboração do actual Plano Director Municipal.

Objectivos • Construir sistemas de drenagem de águas residuais para as sedes municipais e construção
Plano de Acção de latrinas nas áreas peri-urbanas, para que se atinja a nível nacional uma cobertura de
Estratégico do 85% da população urbana e 65% da população rural até 2016.
Sector de Águas • As soluções tecnológicas a implementar deverão ser integradas (abastecimento de água e
para o período saneamento) e apropriadas (eficiência, padronização, complexidade de operação e
2004-2016 respectivos custos); ao nível rural e peri-urbano usar tecnologias simples, cuja operação e
(2004) manutenção possa ser feita pela própria comunidade.

• Garantia de serviço de saneamento de águas residuais às populações, com instalações de


tratamento adequadas, de modo a acautelar ou corrigir situações que potencialmente
ponham em risco a saúde pública ou que sejam danosas para o meio ambiente;
• Concepção de soluções integradas em vez de múltiplos sistemas, que normalmente
oneram os investimentos e encargos de exploração.

Factores • Dispersão territorial.


críticos • Urgência em aumentar a cobertura ao nível de abastecimento de água versus elevados
custos para implementação de sistemas de drenagem que sirvam todas as áreas com
abastecimento de água.
• Aumento e concentração populacional nas sedes municipais e consequente aumento dos
problemas de salubridade e saúde

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Situação de • Ao nível nacional, somente cerca de 59,6% da população tem acesso a instalações
referência sanitárias do tipo latrinas melhoradas ou tradicionais e latrinas públicas. Nas áreas
urbanas essa percentagem é superior, com 82,5%, enquanto nas áreas rurais é de 31,9%.
(MP2010-IBEP2008-2009). É de referir que estes dados não correspondem a um adequado
sistema de drenagem e tratamento de águas residuais.
• Falta de complementaridade entre o abastecimento de água e saneamento.
• Nas povoações do município em estudo não existem sistemas de drenagem de águas
residuais.

Sinais / A Direcção Provincial de Energia e Águas está actualmente a analisar o desenvolvimento de


Tendências estudos para implementação de sistemas de drenagem de águas residuais para as sedes dos
municípios. Ao nível dos restantes lugares não há projectos para construção deste tipo de
sistemas.

Principais • Cobertura da população residente por sistema de drenagem de águas residuais:


Indicadores de o Cobertura da população residente no Município por sistema de drenagem de
Monitorização águas residuais (%);
o Cobertura da população residente em meio urbano por sistema de drenagem de
águas residuais (%);
o Cobertura da população residente em meio rural por sistema de drenagem de
águas residuais (%);
• Cobertura da população residente por sistema de tratamento de águas residuais:
o Cobertura da população residente no Município por sistema de tratamento de
águas residuais (%);
o Cobertura da população residente em meio urbano por sistema de tratamento de
águas residuais (%);
o Cobertura da população residente em meio rural por sistema de tratamento de
águas residuais (%).

3.5.3 Resíduos Sólidos


A informação técnica disponível para caracterizar o sector dos Resíduos Sólidos é muito escassa,
sendo desejável que futuramente se proceda a campanhas de caracterização das principais tipologias
(resíduos urbanos, industriais e hospitalares), por forma a definir, com base num conhecimento da
situação actual e das previsões de evolução ao nível da produção de resíduos, as soluções de gestão e
tratamento de resíduos que melhor se adequam à realidade do município.

A hierarquização das opções de gestão de resíduos deve ser fundamentada por estudos técnicos,
assumindo neste domínio especial relevância o papel da CPLP na promoção de acções de cooperação e
intercâmbio de informação ao nível da gestão integrada de resíduos. Neste contexto destaca-se a
Declaração de Luanda, um documento que reafirma a importância de tomadas de decisão que
garantam a execução efectiva das prioridades de Plataforma de Cooperação da CPLP ao nível do sector
dos resíduos.

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Actualmente encontram-se em desenvolvimento planos estratégicos a nível nacional, designadamente


o Plano Nacional Estratégico e Integrado sobre Resíduos e o Plano Nacional de Resíduos Hospitalares,
estando prevista a sua conclusão para Março de 2012.

Salienta-se, contudo, a existência de um documento orientador, produzido no âmbito do Projecto


HAMSET (Projecto promovido pelo Banco Mundial para o controlo da Malária, Tuberculose e SIDA),
com vista à consolidação de um Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares.

Objectivos • Aumentar o nível de cobertura do serviço de recolha de resíduos sólidos urbanos.


• Dotar o município de infra-estruturas de armazenamento temporário ou de instalações de
tratamento e deposição final em unidades licenciadas para o efeito (a definir a nível dos
governos central e provincial).
• Implementação de uma estratégia de reciclagem de materiais.
• Sensibilizar e consciencializar a população, em geral, e os comerciantes e os jovens em
idade escolar, em particular, para a necessidade de uma gestão adequada dos resíduos,
por forma a minimizar os riscos para a saúde pública e ambiente.

Projectos • Reforço da distribuição de contentores comunitários e papeleiras, designadamente nas


zonas urbanas e peri-urbanas onde estes equipamentos se encontrem um número
insuficiente.
• Implementação de um sistema de recolha selectiva, através de ecopontos na sede
municipal do Bailundo, principalmente na zona central mais consolidada.
• Sessões de esclarecimento com enfoque para: os riscos de contaminação através dos
resíduos; as vantagens de efectuar uma separação dos resíduos na fonte, como forma de
aumentar o potencial de reciclagem dos materiais; as vantagens de preservar
determinados hábitos, como seja o aproveitamento de resíduos orgânicos na alimentação
dos animais.

Factores • Recursos Materiais.


críticos • Insuficiência de infra-estruturas de recolha.
• Destino final inadequado.
• Inexistência de sistemas que permitam a recolha selectiva.
• Escassa abrangência das acções de Sensibilização e Formação.

Situação de A recolha dos resíduos sólidos urbanos na sede municipal do Bailundo é efectuada diariamente,
referência pela empresa Etosha. Contudo, a insuficiência de contentores e de veículos adequados para a
recolha e compactação dos resíduos tem inviabilizado o aumento da cobertura da população.
Nas zonas periurbanas a recolha é escassa e nas zonas rurais inexistente.
Os resíduos sólidos urbanos do Bailundo são depositados sem qualquer tratamento, numa
lixeira, localizada a cerca de 3 km da sede do município. De acordo com o director executivo
da Eco-Huambo, os comerciantes das zonas urbanas continuam a depositar os seus resíduos
fora dos contentores.

Principais • Cobertura de lugares por sistema de recolha e transporte de RSU (%)


Indicadores de • Taxa de recolha de RSU ao nível do Município (%)
Monitorização
• Taxa de recolha de RSU ao nível dos lugares servidos (%)

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3.5.4 Energia Eléctrica

Objectivos • Criação de produção local de energia e sua distribuição local.


• Recurso a fontes de energia renováveis: eólica, solar, hídrica.
• Aumento do número de ligações domiciliares.
• No futuro, interligação dos sistemas isolados e a criação da rede local provincial e
integração na rede Nacional de Transporte.

Factores • Insuficiência de produção.


críticos • Insuficiência de infra-estruturas de distribuição.
• Fiabilidade dos serviços.

Situação de • Ao nível nacional, a taxa actual de electrificação é estimada em cerca de 33%, na maior
referência parte fornecida em áreas urbanas.
• Ao nível do Município, a capacidade de produção de energia não é satisfatória para a
população, recorrendo-se a geradores a gasóleo (com um reduzido horário de
funcionamento e fiabilidade limitada). A capacidade eléctrica instalada representa apenas
35% das necessidades totais do município (dados retirados do Programa de Intervenção
Municipal, 2009 - PIM, 2009). Tanto a iluminação pública como a domiciliária são ainda
precárias.
• Em termos de cobertura actual por sistemas de distribuição de energia, os lugares do
Bailundo servidos correspondem essencialmente à sede municipal e sedes comunais, sem
garantias de qualidade, com uma cobertura total de apenas 20% da população residente
total do Município.

Sinais / • Em termos de capacidade de produção de energia, existem perspectivas de melhoria a


Tendências curto prazo, com o arranque da barragem hidroeléctrica do Gove, na Caála, que passa a
fornecer energia às províncias do Huambo e Bié. Existe um plano de interligação entre
linhas de transporte eléctrico aos níveis inter-provinciais e intermunicipais, comunas e
povoações/ aldeias, que está a ser coordenado pela Direcção Nacional de Energia. Neste
âmbito, prevê-se que a linha Gove-Huambo comece a funcionar muito em breve, ainda no
primeiro semestre de 2012.
• Lançado o concurso em regime de BOT de pequenos aproveitamentos hidroeléctricos.
• Reabilitação e exploração das Redes MT/BT.

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3.5.5 Telecomunicações

Objectivos • Estabelecer directivas de criação de uma rede estruturada de Telecomunicações.

Factores • Insuficiência de infra-estruturas de Telecomunicações.


críticos • Qualidade dos serviços.
• Insuficiência de energia para alimentação de equipamentos.

Situação de • Em relação às telecomunicações, o estado de desenvolvimento destas redes encontra-se


referência ainda limitado, concentrando-se as infra-estruturas existentes na sede do município. São
compostas por algumas unidades de comunicação telefónica de rede fixa localizada em
estabelecimentos comerciais e está a ser implementado um sistema a partir de rede fixa
de telefone que permite a utilização de fax, telefone sem fios e internet.
• A televisão é difundida através de antenas de recepção; a radiodifusão existe mas não é
regular.
• Estado degradante em que se encontram os meios técnicos e respectivos imóveis.

Sinais / • Reabilitação e apetrechamento, desde extensão das linhas telefónicas, instalação do


Tendências sistema WIRELESS de telecomunicações e telégrafos para os correios nas sedes de
municípios, por parte das autoridades locais.

No âmbito de uma fase do PDM referente à definição de directrizes importa extrair do quadro de
referência - já em si mesmo uma síntese, um panorama geral da realidade presente e de um futuro
próximo - as principais conclusões ou notas mais salientes que contribuam essencialmente para o
desenho dessa directrizes, contributos esses que passam essencialmente por dois vectores: i) a
verificação das questões mais marcantes que podem inclinar, positiva ou negativamente, o futuro da
região e mais concretamente o futuro do sector norte da província do Huambo e do município em
particular; ii) a verificação do quadro de objectivos que permita perceber quais os caminhos que se
ambiciona trilhar, qual a visão de futuro que se pretende (esta segunda vertente é abordado no
ponto 4.1).

No que concerne à verificação das questões mais marcantes dois temas foram decisivos para a sua
configuração: a percepção dos registos efectuados nos 17 temas específicos quanto à situação de
referência e a percepção dos factores críticos marcados em cada um dessas quase duas dezenas de
temas.

Concentremo-nos então nos factores críticos uma vez que estes se assumem desde logo como uma
espécie de filtro das questões abordadas na situação de referência e anunciam de forma clara quais as
matérias que devem merecer uma atenção mais profunda por parte dos decisores e dos técnicos
envolvidos no processo de planeamento.

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No Quadro Síntese dos Factores Críticos (apresentado seguidamente neste relatório) procedeu-se ao
cruzamento entre as várias vertentes e os factores críticos registados de forma a percepcionar quais
são então aqueles que se assume como absolutamente relevantes, ou seja aqueles que são
referenciados de forma mais consistente e transversal pelas várias vertentes e pelas várias
dimensões.

Por um lado efectuou-se um trabalho prévio de alinhamento dos factores críticos que foram agrupados
em 3 blocos: o bloco do território que engloba os factores relacionadas com estruturas
eminentemente invariantes; o bloco da capacidade de intervenção que integra os factores
relacionados com questões imateriais e/ou de cariz económico-financeiro em que a expressão
territorial é transversal; por fim o bloco da extensão da estrutura de intervenção que inclui os factores
mais específicos e que têm uma expressão territorial mais precisa.

A incidência de cada um dos factores críticos relativamente a cada uma das vertentes foi então
classificada em 3 níveis:

• Factor crítico de veto, ou seja que tem uma relevância tal que a sua não correcta ponderação
compromete qualquer estratégia consistente de futuro para a vertente em questão (factores
identificados em primazia pelos vários especialistas);

• Factor crítico estruturante, ou seja tem uma relevância decisiva para o bom desempenho da
vertente em questão (factores identificados pelos vários especialistas ou que são
percepcionados pelo seu grau de semelhança com outros factores registados);

• Factor crítico de convergência, ou seja que tem uma relevância complementar para o bom
desempenho da vertente em questão uma vez que a sua ponderação se torna importante não
tanto per si mas numa lógica de articulação das várias vertentes e dos vários temas numa
estratégia integrada de desenvolvimento;

Note-se que os factores críticos patentes na Matriz resultam já de um primeiro filtro de convergência
entre as 17 vertentes abordadas uma vez que no total mais factores foram registados.

Tendo em conta o processo de construção dessa matriz verifica-se que quatro factores críticos se
revelam como absolutamente determinantes:

• A dispersão territorial;

• A sustentabilidade económica versus a urgência da intervenção;

• A qualidade de serviço das redes de infra-estruturas (englobando aqui os factores relativos ao


abastecimento de água e de energia eléctrica);

• O nível de serviço das acessibilidades e a extensão das redes viárias (incluindo aqui o factor
relativo ao estado de conservação da rede viária e da sinistralidade).

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Num segundo patamar, mas igualmente com grande expressão pode-se verificar a relevância dos
factores críticos relacionados com:

• A salvaguarda e valorização dos recursos naturais;

• A qualificação dos recursos humanos;

• A capacitação da administração pública;

Deste modo, e reconhecendo que esta selecção dos factores críticos predominantes é possivelmente
conjuntural mas metodológica e esforçadamente rigorosa, a internalização destes factores na
configuração da estratégia de desenvolvimento e no desenho da visão de futuro é necessária e
urgente.

Quadro 3.1 - Quadro Síntese dos Factores Críticos


 Factores Críticos mais relevantes
CAPACIDADE DE 
O TERRITÓRIO EXTENSÃO DA ESTRUTURA DE INTERVENÇÃO
INTERVENÇÃO económica versus urgência

Nível das Acessibilidades e

Qualidade dos serviços de


Qualificação dos Recursos

públicas (equipamentos e
Processo de desminagem

Sustentabilidade da rede
valorização dos recursos

Abastecimento de Água

Situação das estruturas


redes e infraestruturas
Administração Pública

viárias e sinistralidade
Fornecimento energia

Conservação das rede


produção de energia
Dispersão territorial

eléctrica e níveis de

extensão das redes


Sustentabilidade
A salvaguarda e

de aeródromos
Capacitação da

de intervenção

património)
Humanos
naturais

Dimensão Vertente

DESENVOLVIMENTO Estrutura Socioeconómica


ECONÓMICO Indústria, Agricultura e Turismo

Habitação (assentamento das pop.)


ESTRUTRA BASILAR DE
Saúde
ASSENTAMENTO
Educação

RECURSOS Património/Recursos Naturais


PATRIMONIAIS Património Cultural

Transporte Rodoviário Individual


Transporte Rodoviário Mercadorias
TRANSPORTES Transporte Ferroviário
Transporte Aéreo
Logística

Rede de Abastecimento de Água


Saneamento de Águas Residuais
INTRA-ESTRUTURAS Resíduos Sólidos
Energia Eléctrica
Telecomunicações

Factor crítico de veto (de relevância comprometedora para a vertente em questão)


Factor crítico estruturante (de relevância decisiva para o bom desempenho da vertente em questão)
Factor crítico de convergência (de relevância complementar para o bom desempenho da vertente em questão)

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4 FORMULAÇÃO DA VISÃO ESTRATÉGICA

4.1 METODOLOGIA DE FORMULAÇÃO DE OBJECTIVOS


Como ponto de partida para a definição das directrizes de planeamento, nesta etapa preliminar, foi
elaborada uma matriz de formulação estratégica com a finalidade de auxiliar a formulação dos
objectivos para os PDM.

Estes objectivos constituem para já o Quadro de Referência Estratégica e o seu aprofundamento


deve enquadrar-se o mais possível no âmbito de aplicação legal do PDM. A sua apresentação nesta
fase de elaboração dos PDM possibilita a validação de directrizes para o ordenamento do território e
permite validar a sua transposição para o território com a administração local e provincial.

Para efeitos de interpretação considera-se o âmbito regional, pelo que os objectivos serão, para já,
comuns e transversais aos municípios da província do Huambo, com excepção das orientações
estabelecidas para locais concretos do território municipal.

Considerando a informação disponível identificam-se 3 tipos de objectivos:

• Objectivos estruturantes: os que já estão definidos na generalidade pela Lei 02/2006 e que
orientam os demais;

• Objectivos gerais/sectoriais: os que decorrem de outros instrumentos ou planos, sectoriais ou


gerais e que podem ser aprofundados no contexto municipal;

• Objectivos específicos: Os que, com base na opinião técnica e política se afiguram mais
apropriados ao contexto local e, que deverão ser discutidos e aprovados com a finalização da
fase 3 do PDM.

Para cada objectivo seleccionado no quadro de referência estratégica, foi identificado o instrumento de
referência, os factores críticos para a sua concretizarão, a situação de referência, e os sinais e
tendências relacionados.

Assim, e com base no trabalho realizado no ponto anterior do Quadro de Referência que forneceu um
panorama geral mas especifico do presente e do futuro próximo, importa agora integrar esses vários
patamares e tipos de objectivos de forma a definir então quais os objectivos estratégicos internos ao
próprio PDM.

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Procedeu-se então ao cruzamento de três componentes:

i) Os objectivos globais e prioritários definidos em sede regional;

ii) Os desafios estratégicos que emergem dos próprios estudos do PDM;

iii) Os sinais/tendências (que foram sintetizados/agrupados) mais relevantes que resultam


igualmente dos estudos do PDM.

Esse cruzamento tem como propósito determinar a convergência entre os objectivos regionais, os
desafios estratégicos e os sinais/tendências para que de forma consistente se possam então definir os
objectivos estratégicos do PDM e que foram agrupados em dois patamares: os princípios da Visão e os
objectivos relacionados com a capacidade de implementar a visão.

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PLANO
Matriz de determinação dos desafios e dos objectivos estratégicos

DIRECTOR
MUNICIPAL
DESAFIOS ESTRATÉGICOS (1) OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS DO PDM
Reorganização das produções  Organização de estruturas de  Reabilitação de Reabilitação e/ ou melhoria da  Reabilitação e/ ou criação de 
primárias contribuindo para o comercialização (lojas rurais, infraestruturas económicas capacidade de infraestruturas  infraestruturas e equipamentos 
aumento da segurança logística de armazenamento e que contribuam para retomar/ de transporte e energia de sociais nos domínios da 
alimentar e proporcionando de transporte, …) criar alguma capacidade de apoio às actividades educação e da saúde com

DO
rendimento aos camponeses e transformação e conservação económicas internas e à localizações de centralidade A capacidade de 
produtores e base de de produtos primários atracção de fluxos de que possam contribuir para a
Os principios da Visão e
implementar a visão
acumulação às explorações investimentos e de visitantes melhoria das condições de
familiares agrícolas e (negócios e turismo) vida das populações
pequenas empresas

ARTICULAR A PRIORIDADE DAS Extensão da soberania por via 


Promoção do desenvolvimento humano e do bem- INFRAESTRUTURAS DE da consolidação da rede de 

BAILUNDO
estar das populações da Província do Huambo ESTRUTURAS DE equipamentos escolares e de 
INFRAESTRUTURAS BASILARES TRANSPORTE DE ENERGIA PARA A ESCOLA E O POSTO DE SAÚDE
(das mais fustigadas pela prolongada guerra); COMERCIALIZAÇÃO COMO saúde
COMO VEÍCULOS/SINAIS DA A SATISFAÇÃO DAS COMO ELEMENTOS BASILARES
CONVERGÊNCIA TOTAL E VEÍCULOS/SINAIS DE
DIGNIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES BÁSICAS DAS PARA O ASSENTAMENTO DAS
IMEDIATA DIGNIFICAÇÃO DAS Proporcionar condições de 
CONDIÇÕES DE VIDA DAS POPULAÇÕES COM A POPULAÇOES E PARA A

-
CONDIÇÕES DE VIDA DAS assentamento condignas às 
Combate consequente contra a pobreza e a fome; POPULAÇÕES NECESSIDADE DE EXTENSÃO DA SOBERANIA
POPULAÇÕES
SOFISTICAÇÃO PARA (NOVAS) populações respeitando a memória 
ACTIVIDADES ECONÓMICAS dos sítios e a relação dos habitantes 
Promoção dum desenvolvimento equitativo e com o território garantindo o acesso  Capacidade de criar 


sustentável, que assegure uma utilização inter- A SOFISTICAÇÃO DO SISTEMA das populações aos recursos  excedentes de produção que 
ESTRUTURA DE INFRAESTRUTURAS DE possibilitam o 
geracional dos recursos naturais e garanta uma INFRAESTRUTURAS BASILARES DE ENSINO E DO SISTEMA DE basilares para o seu assentamento: 
NECESSIDADE DE ARTICULAR A COMERCIALIZAÇÃO COMO TRANSPORTE DE ENERGIA desenvolvimento do comércio
repartição dos resultados COMO PRESENÇA SAÚDE COMO PILARES DA
INTENSIFICAÇÃO DE USO DOS CATALIZADOR DO COMO CONDIÇÃO ESSENCIAL água (para consumo humano e as 
INCOTORNÁVEL DO PROCESSO CONSOLIDAÇÃO DE UMA
RECURSOS E SALVAGUARDAR A CRESCIMENTOS ECONÓMICO E PARA A SUSTENTAÇÃO DE UMA actividades económicas) e terra fértil 
REPÚBLICA DE ANGOLA

Garantia de um ritmo elevado de crescimento DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL SOCIEDADE EQUITATIVA E


PERENIDADES DOS MESMOS DA DEMOCRATIZAÇÃO DA ESTRUTURA ECONÓMICA

OBJECTIVOS GLOBAIS (3)
económico nos próximos anos e de uma E CRESCIMENTO ECONÓMICO JUSTA MAS SIMULTANEAMENTE em simultâneo com a garantia de 
CAPACIDADE DE CONSUMO DIVERSIFICADA E COMPETITIVA
diversidade estrutural adequada e compatível com PUJANTE E COMPETITIVA equilíbrio entre a intensificação de 
a variedade dos recursos naturais da Província; uso e a valorização dos recursos

VOLUME
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ESTRUTURAS DE ARTICULAR AS (NOVAS) Capacidade de estender as 


Garantia de um desenvolvimento que preserve os
CONVERGÊNCIA A COMERCIALIZAÇÃO COMO INFRAESTRUTURAS BASILARES QUE ARTICULEM A SOFISTICAÇÃO TECNOLOGIAS LIGADAS À redes de infraestruturas 
valores culturais e tradicionais da sociedade
MÉDIO/LONGO PRAZO INSTRUMENTOS DE TECNOLÓGICA COM A MEMÓRIA SAÚDE E À EDUCAÇÃO COM AS catalisadoras de (novas) 
huambense

-
VALORIZAÇÃO DAS TRADIÇÕES TRADIÇÕES E A MEMÓRIA actividades 

Recuperação do máximo de infraestruturas físicas Situação e melhorar paulatinamente e que se prevê que venha a ser significativamente aprofundada na consolidação da rede de equipamentos colectivos
e de equipamentos sociais (nomedamente na rede escolar e hospitalar) e reforçada com investimentos da rede viária e na rede ferroviária

Estruturação e fomento da agricultura familiar e


empresarial, pela via das infraestruturas e de Situação está a melhorar mas cujos efeitos mais significativos podem ser tardios uma vez que essa recuperação está dependente da consolidação de SINAIS / 

DEFINIÇÃO
apoios selectivos diversos e recuperação de estruturas físicas (redes de infraestruturas e acessibilidades) e da estruturação da actividade comercial TENDÊNCIAS (2)
infraestruturas agrícolas

PRIORITÁRIOS (3)
Recuperação do máximo do parque industrial da
Província destruído durante a guerra e que Situação está a melhorar na medida em que o prolongamento do tempo de paz permite a consolidação das várias instituições da administração pública e a

DE
OBJECTIVOS OPERACIONAIS / 
apresente viabilidade económica e contextura no emergência de estruturas da sociedade civil indispensáveis para a consolidação de uma estrutura económica diversificada e competitiva
modelo de desenvolvimento a seguir.

Fontes:
(1) Defi ni dos pa ra a Di me ns ã o da Es trutura Económi ca do PDM
(2) Defi ni dos no Re la tóri o Pre li mi na r do PDM
(3) PDMP 2009-2013

DIRECTRIZES

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4.2 A VISÃO E A CAPACIDADE DE INTERVENÇÃO


Percepcionado que foi o panorama geral do município, verificados quais são os factores críticos
determinantes para o seu futuro e determinados quais os objectivos próprios do PDM, importa então
perceber qual a configuração da visão inerente à definição das directrizes do Plano. Para que essa
configuração seja mais facilmente apreendida optou-se pela apresentação de um conjunto de
esquemas que sucessivamente vão corporizando a visão:

Esquema síntese dos factores de constrangimento versus os caminhos da visão

OS CAMINHOS E OS CONSTRANGIMENTOS DA 
VISÃO

OS CAMINHOS DA VISÃO

APOSTA DIFERENCIADORA: BAILUNDO 
A elevada capacidade COMO PÓLO CULTURAL E URBANO DO 
de resistência às SECTOR NORTE DA PROVINCIA
adversidades

Vitalidade
demográfica, dada a
abundância de
recursos humanos

Recursos naturais com potencial energético Potencial agrícola e


(energia solar e hídrica); florestal

Localização géo-
espacial privilegiada

Programas de ajuda internacional –


Novos métodos e tecnologias aplicadas a
principalmente na área das infraestruturas
infraestruturas base na saúde e no ensino
de suporte económico

Recursos naturais e culturais com algum


potencial turístico

Estratégia consistente de desconcentração,


Existência de Programas públicos nacionais e
descentralização e reordenamento do
regionais de resposta a problemas-chave
território

Articulação do País (e
do Huambo) com a
sua diáspora

ÂMBITO / CAPACIDADE DE 
GLOBAL / NACIONAL REGIONAL / LOCAL
INTERVENÇÃO

Assimetrias regionais marcadas pela


crescente atractividade da capital da
Província e das províncias do Litoral

A interioridade e a
A centralização
dispersão territorial

Qualidades das infraestruturas


(especialmente ab. Água e energia eléctrica)

Nível de
Acessibilidade e
Extensão das redes
viárias

Desestruturação das
Abrandamento da Destruição de infraestruturas económicas e Intensificação de uso
actividades
economia global sociais dos recursos naturais
económicas

Alastramento das Qualificação dos


situações de pobreza recursos humanos

Sustentabilidade
económica versus
Situação humanitária
urgência de
intervenção

OS FACTORES DE CONSTRANGIMENTO

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Tendo como material essencial a percepção da situação de partida, os factores críticos para o
desenvolvimento e os objectivos estratégicos do PDM posicionam-se as questões mais relevantes para
o futuro do concelho obedecendo a uma matriz em que:

• Num dos eixos as questões são posicionadas tendo em conta a sua qualidade para informar o
futuro do concelho, classificando-se essas questões como factores de constrangimento (tanto
mais graves quanto mais abaixo se posicionarem relativamente ao eixo) ou como caminhos de
visão (tanto mais francos quanto mais acima se posicionarem relativamente ao eixo);

• Num outro eixo as questões são posicionadas tendo em conta o seu âmbito e/ou a capacidade
de intervenção sobre essas questões, classificando-as como de âmbito e/ou capacidade de
intervenção global/nacional quanto mais à esquerda se posicionarem em relação ao eixo e como
de âmbito e/ou capacidade de intervenção regional/local quanto mais à direita se posicionarem
em relação ao eixo considerado.

Dessa Matriz entre Visão e Capacidade de Intervenção percebe-se então qual o caminho que tem de
ser percorrido de forma a transformar constrangimentos em possibilidades e percebem-se quais os
agentes e/ou patamares de poder que têm de ser convocados para que essa transformação ocorra.
Um dos propósitos é percepcionar quais os factores cuja transformação está mais directamente
relacionada com a capacidade de acção a nível regional/local. Deste modo, os caminhos que podem
ser trilhados de forma autónoma assumem-se naturalmente como prioritários sobressaindo nesta
lógica a aposta diferenciadora do Bailundo que passaria pela afirmação do município do Bailundo, e da
sai sede em particular, como polo cultural e urbana do sector norte da província do Huambo.

Essa centralidade não tem como objectivo a determinação de qualquer catalogação administrativa
mas tem como propósito radical a assunção do Bailundo como uma cidade que, detendo uma memória
e um património cultural únicos no contexto da província e até a nível nacional, deve afirmar a sua
originalidade e aproveitar os recursos existentes (como por exemplo a conclusão para breve de um
centro cultural) para se assumir, ela própria, como o grande factor diferenciador do Município numa
nova lógica que se avizinha de competitividade territorial e urbana.

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Esquema de hierarquização da capacitação e respectiva expressão territorial

Assumindo os caminhos da visão e percepcionada qual a capacidade de intervenção para trilhar esses
caminhos importa desde logo tornar evidente qual a expressão territorial - e qual a tradução em
termos operacionais no PDM - desses caminhos.

Num primeiro patamar considera-se que o PDM deve responder a um desiderato basilar: permitir que
as populações possam assentar no território garantindo que a dignidade desse assentamento passa
pelo acesso a: uma casa, a água para consumo e para a actividade agrícola e terra para ser
trabalhada.

Reconhece-se que sendo estes princípios basilares para a consolidação de qualquer rede de
assentamento humano elas não são características por si só da corporização de uma rede urbana e de
centros urbanos. Tendo presente esse reconhecimento registe-se todavia que:

• Dadas as características do município considera-se que as esmagadoras maiorias das


aglomerações em que se verifica o assentamento das populações têm características
eminentemente rurais e como tal os princípios radicais de intervenção d PDM devem ter em
conta essa realidade;

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• A Cidade do Bailundo que em certa medida escapa à característica acima referenciada foi já
referenciada como um caso especial no contexto do município e com um factor diferenciador
que tem de ser tratado no PDM como efectivamente o é, como uma matéria diferente e
diferenciadora;

Internalizado que está esse primeiro patamar que deve ser indubitavelmente assegurado pelo PDM,
então isso implica que as regras para o assentamento humano se devem guiar não pela restrição de
uso e ocupação do solo mas pela possibilidade de que esse assentamento possa ocorrer na medida em
que a presença da água e da terra fértil se verifique. Assim sendo a estrutura de possibilidades de
assentamento, a disponibilidade do recurso água (e refira-se a extensão da energia eléctrica) e a
disponibilidade de terra fértil são os aspectos basilares em que se funda a elaboração da planta de
ordenamento do PDM e o respectivo regulamento.

Num segundo patamar de consolidação da estrutura de assentamento humano e de consistente


desenvolvimento social e económico foram considerados três elementos que evidenciam a extensão
da soberania e a capacidade de criar excedentes e de desenvolver outras actividades económicas: a
escola, o posto de saúde e o mercado. A rede que determina a distribuição espacial destes três
elementos é assim um dos aspectos essenciais a abordar na fase final do plano e em especial na
respectiva planta de ordenamento, em que devem ser incorporadas as questões relativas às
comunicações (especialmente as relacionadas com a rede viária) e à logística.

Conscientes das débeis condições de partida os objectivos do horizonte temporal deste PDM (10 anos
como “horizonte redondo”) devem sublinhar estes dois primeiros patamares não descurando todavia a
necessidade de prever num terceiro patamar em que se integram: a qualificação da rede
assentamento humano (nomeadamente com o preenchimento da rede de equipamentos) e a
sofisticação dos níveis de mobilidade, das infra-estruturas e dos serviços, qualificação essa que
permita o consistente desenvolvimento de actividades económicas também elas mais sofisticadas.

A progressiva caminhada nesses três patamares implica necessariamente uma intensificação de uso
dos recursos (principalmente os recursos naturais) pelo que a salvaguarda desses recursos (terra,
água, minérios, paisagem, património construído, etc.…) tem a sua expressão na planta de
condicionantes do PDM e obviamente a consequente correspondência a nível regulamentar.

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Esquema Orientador da base de partida à expressão territorial da estratégia

Por último apresenta-se um esquema que permite de forma muito sintética (e como tal por vezes
redutora) percepcionar qual o trajecto desde a situação de referência até aos princípios que
convergem para a assunção do factor diferenciador na definição da estratégia para o município
passando pela identificação da expressão territorial dos objectivos estratégicos do PDM e pelo
resultado especifico em termos dessa expressão territorial de cada um desses objectivos.

Convergência com o Factor local 
diferenciador: 
Objectivos estratégicos com  Resultado objectivado com expressão 
Situação de referência 
expressão territorial territorial 
Bailundo, capital do sector Norte 

ESTRUTURAS SOCIAIS E ECONÓMICAS EM Proporcionar condições de assentamento


UMA ESTRUTURA DE ASSENTAMENTO DAS
CONDIÇÕES MUITO DÉBEIS EM SIMULTÂNEO condignas às populações respeitando a BAILUNDO, CENTRO DE REDE URBANA DO NORTE DA
POPULAÇÕES BASEADA NA INTEGRALIDADE DO
COM A DESTRUTURAÇÃO DA ESTRUTURA DE memória dos sítios e a relação dos habitantes PROVINCÍA, A 2.ª CIDADE DA PROVINCIA DO HUAMBO
TERRITÓRIO
POVOAMENTO com o território

Garantir o acesso das populações aos recursos


DÉBIL CONDIÇÃO DAS REDES BÁSICAS DE "ÁGUA PARA TODOS" E "TERRA PARA TODOS" BAILUNDO, CENTRO ADMINISTRATIVO, DE
basilares para o seu assentamento: água (para
INFRAESTRUTURAS E DESESTRUTURAÇÃO DA (EM ARTICULAÇÃO COM A ESTRUTURA DE PLANEAMENTO E DE EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS
consumo humano e as actividades
ESTRUTURA PRODUTIVA DE BASE ASSENTAMENTO) PÚBLICAS
económicas) e terra fértil

DESESTRUTURAÇÃO DA ACTIVIDADE
REDE DE UNIDADES DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA,
AGRÍCOLA (SOBREPOSIÇÕA DA EMERGÊNCIA) Garantia de equilíbrio entre a intensificação BAILUNDO, CENTRO EMPRESARIAL DO SECTOR NORTE
PECUÁRIA E FLORESTAL (EM ARTICULAÇÃO COM
E FLORESTAL (PROCESSO DE de uso e a valorização dos recursos DA PROVINCIA DO HUAMBO
A ESTRUTURA DE ASSENTAMENTO)
DESFLORESTAÇÃO)

REDES DE EQUIPAMENTOS DE UTILIZAÇÃO BAILUNDO, SEDE DE ESTABELECIMENTOS DE ENSINO


Extensão da soberania por via da consolidação ESCOLA EM TODOS OS AGLOMERADOS E POSTO
COLECTIVA MUITO DÉBEIS EM TERMOS DE NÍVEL SECUNDÁRIO E TECNOLÓGICA E DE UNIDADE
da rede de equipamentos escolares e de saúde DE SAÚDE EM TODAS AS "VILAS RURAIS"
QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS HOSPITLAR DE CARÁCTER REGIONAL

FRACO NÍVEL DE ACESSIBILIDADES E Capacidade de criar excedentes de produção


REDE DE DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO BAILUNDO, CENTRO COMERCIAL E LOGÍSTICO DA
CONSEQUENTES DEBILIDADES NA REDE DE que possibilitam o desenvolvimento do
DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS E FLORESTAIS ACTIVIDADE ECONÓMICA DO MUNICIPIO
DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO comércio

REDE VIÁRIA E REDE ELÉCTRICA CONSISTENTE BAILUNDO, CENTRO ADMINISTRATIVO E


ACTVIDADE ECONÓMICA NA INDÚSTRIA, NOS Capacidade de estender as redes de
ENTRE TODAS AS "VILAS RURAIS" E REDE DE TECNOLÓGICO DAS DIVERSAS REDES E
SERVIÇOS E NO TURISMO MUITO INCIPIENTE infraestruturas catalisadoras de (novas)
EXPLORAÇÕES ENERGÉTICAS E DE INFRAESTRUTURAS DE SUPORTE À ACTIVIDADE
E PONTUAL actividades
EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS ECONÓMICA

Ressalta neste esquema a ênfase dado ao factor diferenciador: Bailundo, capital do sector norte da
província do Huambo. Reitere-se que esta enunciação é muito mais um lema, uma bandeira (mas que
tem expressão concreta também a nível territorial) do que uma reivindicação administrativa.

Nesta sub-região o Bailundo tem sem dúvida o papel de centro administrativo principal, equidistante
dos restantes municípios, com maior concentração de população e funções urbanas. Concentra
também os principais investimentos previstos no domínio da educação, nomeadamente a construção
de um magistério.

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Não se pretende com a assunção deste posicionamento da Cidade do Bailundo empreender qualquer
lógica de bairrismo mas é, antes de mais, o salientar de uma evidência que percorre os estudos deste
PDM: a de que os quatro municípios do norte da província - Bailundo, Londuimbali, Mungo e
Catchiungo3 - formam uma unidade territorial precisa sendo pois de referir, como conclusão a este
capítulo do PDM do Bailundo, que muitas das questões, muitos dos propósitos e certamente a
metodologia empreendida neste PDM é comum aos quatro municípios considerados.

De referir igualmente que nesta lógica intermunicipal o município do Bailundo tende a reforçar as suas
ligações com o município do Mungo e também com o município da Andulo que é um dos grandes
centros urbanos da vizinha província do Bié.

Considera-se que essa convergência não é só salutar como absolutamente necessária para, por um
lado compreender o passado, o presente destes territórios e das suas populações numa lógica mais
alargada e, por outro lado, para percepcionar que o(s) futuro(s) destes quatro municípios está
fortemente dependente das relações que estabelecerem entre si.

3
O Catchiungo, apesar de se estender de norte a sul da provincial tem uma distribuição populacional perfeitamente assimétrica,
concentrando a larga maioria da população na sede, que fica mais a norte, sendo que o território a sul tem uma distribuição
populacional dispersa e pouco densa.

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5 EXPRESSÃO TERRITORIAL DAS DIRECTRIZES


Como elemento complementar a este capítulo relativo às directrizes do PDM avançam-se desde já com
elementos exemplificativos da expressão territorial concreta e precisa dessas mesmas directrizes.
Neste sentido apresentam-se seguidamente um conjunto de peças que revelam os princípios que
devem ser seguidos na execução das peças finais e determinantes do plano: a planta de
condicionantes, o regulamento e especialmente a planta de ordenamento que é a peça, por
excelência, que evidencia e expressa a visão e as directrizes e a que se assume como o “rosto
positivo” de um PDM.

Na Figura 5.1 - Bases para o ordenamento, apresenta-se um extracto do território em que se


evidenciam as principais classes de uso.

• Os assentamentos, urbanos e rurais. Identificação da estrutura de assentamento das


populações não sendo intenção a demarcação exacta de um perímetro (associado ao uso
urbano) mas sim a percepção das dimensões e das relações entre os vários assentamentos.
Assim, esta estrutura de assentamento (como se poderá verificar nas explicações seguintes
acerca desta figura e nos exemplos concretos das Figuras 2, 3 e 4) assenta em três pilares:
presença/proximidade dos recursos terra fértil e água; extensão da rede de energia eléctrica;
extensão das redes basilares de equipamentos colectivos, a escola e o posto de saúde;

• A estrutura viária, sobre a qual assentam as linhas de abastecimento, sendo que respeitando
os critérios emanados das directrizes, a linha de abastecimento prioritária seria sempre a rede
de abastecimento de energia que se deveria estender necessariamente a todos os
assentamentos, ou, preferencialmente/prioritariamente, à sede de município, às sedes de
comuna e às previstas/propostas Vilas Rurais. Sendo que essa extensão da rede de energia é
crucial para a consolidação da rede de assentamentos humanos e para o desenvolvimento das
actividades económicas;

• As linhas de água e as zonas ribeirinhas, elemento essencial à estruturação (leia-se mesmo


sobrevivência) da rede de assentamentos humanos e crucial para a dignificação das condições
de vida das populações e à possibilidade de consolidar condições para o desenvolvimento de
actividades económicas basilares;

• Zonas agrícolas (densas e esparsas) cuja existência na proximidade dos assentamentos


humanos é determinante para assegurar a sobrevivência/desenvolvimento desses
assentamentos;

• Zonas florestais/naturais e zonas rochosas/montanha que se constituem como as


principais áreas afectas a recursos naturais/paisagísticos que podem eventualmente ter
aproveitamentos sob o ponto de vista económico (floresta de produção ou potencialização da
actividade turística)

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Figura 5.1 - Bases para o ordenamento, Sede de Município

Figura 5.2 - Bases para o ordenamento, Sede de Comuna

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Figura 5.3 - Bases para o ordenamento, Vila Rural (de consolidação). Vila Rural que deverá ser
desenvolvida com base num assentamento humano já existente.

Figura 5.4 - Bases para o ordenamento, Vila Rural (de estruturação). Vila Rural que deverá ser
desenvolvida com base na convergência de vários assentamentos humano já existentes.

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Cada uma destas figuras apresenta um extracto do território em que se evidencia o tipo de expressão
territorial das directrizes para os vários tipos de assentamento tendo em conta os três pilares já
identificados para a sua estruturação e que agora se reiteram: presença/proximidade de terra fértil e
de água (para consumo a para desenvolvimento da agricultura); extensão da rede de energia;
extensão da rede de escolas e de postos de saúde.

Para as sedes de município (e em menor grau para as sedes de comuna) estão registadas outros
níveis de sofisticação de usos urbanos tais como a identificação de reservas fundiárias, a localização
de equipamentos ou a demarcação de áreas para o desenvolvimento da actividade industrial.

Refira-se que estas figuras não são “envelopes fechados” mas são sim ilustrativas e exemplificativas
dos princípios de actuação a seguir na fase final do plano e servem essencialmente como elementos
para apreciação e discussão destes princípios e directrizes para que os elementos finais do plano
sejam o resultado da convergência de entendimentos e do consenso.

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