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FACULDADE DE ARQUITECTURA E PLANEAMENTO

FISICO

DISCIPLINA –

História da Arquitectura e das Artes


II
Por: Milton Novela e Nelzia Dias
Tema: A escultura e pintura nos séculos XV e
XVI.
Subtemas:

 A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello


a Miguel Ângelo.
 A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.
 O maneirismo na escultura e na pintura
europeias.
A escultura e pintura nos séculos XV e XVI

 Objectivos da aula:

 Compreender a historia da escultura e pintura nesse


período;
 Identificar as técnicas usadas e as temáticas
representadas;
 Conhecer os principais artistas desse período e as
respectivas obras.

por Rbernardo, 09.09


A escultura e pintura nos séculos XV e XVI

 A arte do séc. XV e XVI foi marcada por uma nova


estética e uma nova sensibilidade, que irradiaram
da Itália. O regresso aos clássicos e o regresso à
natureza inscreveram-se nos seus propósitos
fundamentais.
A escultura e pintura nos séculos XV e XVI

 Classicismo
 O ressurgimento da Antiguidade clássica influenciou
profundamente o mundo das formas. Os artistas do
Renascimento, tal como os humanistas,
manifestaram um tal repúdio pela estética medieval,
particularmente pela gótica, que consideravam
oposta à clássica.
A escultura e pintura nos séculos XV e XVI

 Só a arte dos antigos é que era harmoniosa,


proporcionada e bela, pois baseava-se em leis e
regras racionais.
A escultura e pintura nos séculos XV e XVI

 Aspectos de classicismo na arte do


Renascimento:

 A recuperação dos elementos arquitetónicos greco-


romanos, tal como a própria teoria clássica de ordem
arquitetónica.

 Adoção de temáticas e figuras da mitologia e da


história clássica
A escultura e pintura nos séculos XV e XVI

 O gosto pela representação do corpo humano com uma


plenitude. O nu ressurge glorificado, no Homem, a perfeição
divina das suas formas.

 O sentido de harmonia, simetria e ordem que transparece das


criações artísticas, verdadeiramente celebrador da excelência
humana. Ao fazer do Homem uma medida na arte, o
classicismo acabou por se tornar uma forma de humanismo

artístico.
A escultura e pintura nos séculos XV e XVI

 Naturalismo e capacidade técnica

 Um vivo sentido de captação do real animou os


artistas do Renascimento, que exprimiam um
verdadeiro prazer nas representações do ser
humano e nas reproduções da Natureza. Foi o
naturalismo na arte responsável pela descoberta de
duas importantes e revolucionárias técnicas:
A escultura e pintura nos séculos XV e XVI

 A perspetiva, conjunto de regras geométricas que


permitem reproduzir, numa superfície plana, objetos
e pessoas com aspeto tridimensional.

 A pintura a óleo, favorece a visualização do


detalhe e a obtenção de uma gama de cores rica
em tonalidades.
A escultura e pintura nos séculos XV e XVI

 A capacidade técnica dos artistas do renascimento


que os levou a produzir uma obra original,
superando os modelos da Antiguidade.
A escultura e pintura nos séculos XV e XVI

 Conscientes do seu valor, da sua cultura e


experiencia e dos seus múltiplos talentos, os
artistas não mais quiseram ser considerados
apenas bons artífices de uma oficina de arte.
A escultura e pintura nos séculos XV e XVI

 Por isso, recusaram a integração nas corporações


e, orgulhosamente, colocaram a sua assinatura nas
obras de arte. O artista do renascimento sentiu-
se um criador.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.

 Escultura Renascentista

 A escultura recuperou a grandeza e a preeminência


alcançadas na Antiguidade Clássica. Nelas se
inspiraram os escultores do Renascimento para
traçar os novos caminhos da sua arte.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.

 Ao deixar de estar subordinada ao enquadramento


arquitetónico, para onde a Idade Media a relegara, a
escultura ganhou agilidade e naturalidade. O corpo
nu readquiriu a dignidade perdida e a estátua
equestre voltou a triunfar na praça pública.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.

 Humanismo e naturalismo são, efetivamente, as


grandes características da escultura do
Renascimento. Os escultores interessaram-se pela
figura humana pelo indivíduo dotado de ossos,
músculos e personalidade.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.

 Foram excelentes no rigor anatómico e na


expressão fisionómica que produziram nas suas
obras. As formas rígidas da escultura medieval
deram lugar à espontaneidade e à ondulação das
linhas.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.

 O equilíbrio e a racionalidade marcaram a escultura


renascentista que mostrou um especial interesse
pela composição geométrica.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.

 O elevado aperfeiçoamento técnico de que os


escultores do Renascimento mostraram ser
capazes. Salientam-se os estudos de perspetiva,
baseados em rigorosos desenhos prévios, que
permitiram a proporção e o naturalismo da
escultura.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.

 Donatello

 Desenvolveu um estilo muito próprio com figuras


muito dramáticas e emocionais. A sua obra foi
decisiva para passar do estilo gótico para o estilo
clássico.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.

 Lorenzo Ghiberti

 Escultor e fundidor em metal italiano nascido em


Pelago, que conseguiu impor, sobre as influências
góticas, os novos postulados estéticos inspirados no
mundo clássico que caracterizariam a arte
renascentista.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.

 Bernardo Rossellino
 Foi um escultor, arquiteto e urbanista. Classicista
moderado e um dos grandes mestres da escultura
fúnebre e sua obra-prima é a Tumba de Leonardo
Bruni que inaugurou um novo tipo de monumento
funerário ao estabelecer um fino equilíbrio entre
escultura e arquitetura, figuração e decorativismo.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.
 Andrea del Verrocchio
 Um dos grandes escultores de baixo-relevo do século
XV cuja obra prima é o Cenotáfio do Cardeal Niccolò
Forteguerri. É um testemunho da composição de um
conjunto de efeito teatral, que antecipou as soluções
do Barroco, dinâmico nas cenas dos relevos e de
acabamento técnico impecável.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.

 Miguel Ângelo
 Um dos artistas mais célebres e influentes de toda a
arte ocidental. As suas obras, Pietà e o David, de
acabamento extraordinariamente fino se tornaram
ícones do Renascimento italiano, e estão entre as
obras mais afamadas da história da escultura do
ocidente.
A escultura nos séculos XV e XVI – de Donatello a
Miguel Ângelo.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 Pintura Renascentista

 É durante o renascimento que a pintura europeia


se promove e emancipa, adquirindo uma dignidade
e elevação sem precedentes.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 A pintura renascentista refletia a redescoberta


homem e do indivíduo, que foi uma imagem de
marca da cultura renascentista. O que mais vinca a
pintura do Renascimento é a sua originalidade e
criatividade.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.
 Pintura a óleo
 É realizada sobre a madeira ou tela. Teve grande
aceitação pela durabilidade e possibilidade de retoque
que conferia às obras de arte, e pela variedade de
matizes e de gradações de cor, que garantiam
representações pormenorizadas e efeitos de luz e de
sombra.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.
 Terceira dimensão

 A descoberta devido aos estudos sobre a perspetiva.


O campo de visão do observador é estruturado por
linhas que tendem a unificar-se no horizonte.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 Servindo-se do cruzamento de obliquas, de efeitos


de luz e cores, de aberturas rasgadas nos fundos
arquitectónicos, construindo assim um espaço
tridimensional, marcado pela profundidade, pelo
relevo e pelo volume das formas. Deste modo,
concretizaram a perspectiva linear.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 Geometrização
 Para a composição das cenas, os pintores
renascentistas adotaram formas geométricas, com
preferência pela piramidal, para composição das
cenas. Considera-se que perspetiva e geometria foram
os grandes fundamentos da composição artística no
Renascimento.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 As representações naturalistas
 As representações naturalistas enquadram-se no
movimento de descoberta da Natureza e de
valorização do real numa época de renovação de
hábitos e ideias, em que se despontava a conceção do
homem.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 Pintavam a expressividade dos rostos, os traços


fisiológicos. A grandeza dos retratos
renascentistas residiu na capacidade de exprimir
sentimentos e estados de alma e os traços da
personalidade.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 Ressaltavam também, a espontaneidade dos gestos e


a verosimilhança das vestes e dos cenários, que eram
de casas e paisagens da época, em lugar dos fundos
dourados das pinturas góticas.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 O corpo, de humano ou animal, eram pintados com


verdadeiro rigor anatómico.
 Quanto à variedade de rochas, plantas, rios, lagos,
montanhas e cidades, foram consequência de um
conhecimento experimental do mundo envolvente, que
permitiu fazer da paisagem um elemento essencial da
composição pictórica.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 Masaccio
 Seus afrescos são monumentos ao Humanismo e
introduzem uma plasticidade nunca antes vista na
pintura. Foi o primeiro grande pintor italiano e o
primeiro mestre da Renascença italiana. Foi um dos
primeiros a usar a perspectiva científica na pintura.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 Jan Van Eyck


 Apontam Van Eyck como o inventor da tinta à óleo,que
permitia a coloração ser suave e mais tempo para
compor os detalhes e matizar o quadro, permitindo
camadas transparentes e vidradas. A pintura de Jan
Van Eyck mostrou-se ainda mais paciente na
observação da natureza e no nível de detalhamento.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 Sandro Botticelli

 Tentou solucionar o problema com o realismo da


representação em perspectiva em que as figuras eram
dispostas de modo não convincente, o fundo não se
incorpora ao primeiro plano, não há um caminho entre
eles.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 Leonardo da Vinci
 Elevou a pintura à arte por excelência. No séc. XVI,
Leonardo da Vinci tornou-se um grande teórico da
perspectiva aérea. Para o efeito utilizava o sfumato,
gradação pequeníssima da luz, que nos permitiu ver
os objectos locais com maior nitidez, enquanto os mais
afastados se transformam em sombras azuladas.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 Rafael Santi
 Procurou obter sensações de profundidade sem
perturbar o equilíbrio do desenho. A obra de Rafael
realizou o que a geração mais antiga se esforçou para
conseguir: a perfeita e harmoniosa composição de
figuras movimentando-se livremente no espaço em
perspectiva.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.

 Miguel Ângelo
 Voltou-se para a escultura e a técnica antiga,
buscando a representação da beleza do corpo
humano em movimento, com todos os músculos e
tendões. • Buscava os movimentos e tensões do corpo
que muitos artistas hesitavam por acharem que
poderia não ser convincente.
A pintura nos séculos XV e XVI – de Masaccio a
Miguel Ângelo.
O maneirismo na escultura e na pintura europeias.

 MANEIRISMO

 Maneirismo: termo italino significando estilo,


elegância (manieira).
O maneirismo na escultura e na pintura europeias.

 As obras maneiristas costumam ser descritas como


artificiais e esquisitas; obras que divergiam dos
valores renascentistas em voga.
O maneirismo na escultura e na pintura europeias.

 Reação ao naturalismo; envolve exagero e um


estranhamento, principalmente na coloração (ex:
Laocoonte de El Greco, em que os tons ácidos e a
fantasmagoria da imagem se configuram pela
dramaticidade e frigidez do corpo esbranquiçado
pela luz que aparecem como mau agouro das
nuvens do céu;
O maneirismo na escultura e na pintura europeias.
O maneirismo na escultura e na pintura europeias.

 Um fervor espiritual é buscado na arte


maneirista.
O maneirismo na escultura e na pintura europeias.

 A principal característica do maneirismo não é ser


um estilo coerente e único, mas uma forma de
compreender o próprio estilo, como uma entidade
distinta e pessoal. Projeto intimo de cada artista;
pensamento que influenciou as obras barrocas que
o sucederam.

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