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UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE ENGENHARIA
LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL

Desenvolvimento Comunitário Aplicado à Engenharia Civil

Proposta Para Melhoria das Técnicas de Construção em Habitações feitas a Pau a Pique
Local de Estudo: Bairro Maringanha

4°Ano, Grupo 1

Docentes:
Isac Abdulgani Msc &
Eng.º Gabriel Mulauzi

Discentes:
César Joaquim Mário

Isaías Mateus Mário Cherene

Pemba, Novembro de 2021


ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4
2. OBJECTIVOS .................................................................................................................... 5
Geral ....................................................................................................................................... 5
Específicos ............................................................................................................................. 5
3. METODOLOGIAS ............................................................................................................ 5
4. PESQUISA DA LEGISLAÇÃO OU REGULAMENTOS QUE REGEM OS PLANOS
NO MUNICÍPIO DE PEMBA................................................................................................... 6
5. DADOS DEMOGRÁFICOS DA CIDADE E SUA DISTRIBUIÇÃO POR BAIRROS
(CENSO 2007) ........................................................................................................................... 6
6. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO DA CIDADE DE PEMBA ................................. 7
7. EXTENSÃO E PONTOS EXTREMOS............................................................................. 7
8. ESTUDO DO BAIRO DE MARINGANHA ..................................................................... 8
HISTORIAL DO BAIRO....................................................................................................... 8
9. Religião............................................................................................................................... 8
10. Comércio ......................................................................................................................... 8
11. Imobiliários ..................................................................................................................... 8
12. ANALISE SWOT OU FOFA DO BAIRRO MARINGANHA ..................................... 9
13. HABITAÇÃO ................................................................................................................. 9
14. TERRA PARA HABITAÇÃO ..................................................................................... 10
15. TIPOS DE HABITAÇÕES ........................................................................................... 12
16. PATOLOGIAS NAS HABITAÇÕES .......................................................................... 14
17. SANEAMENTO PÚBLICO ......................................................................................... 15
18. PROPOSTA PARA MELHORIA DAS HABITAÇÕES PAU A PIQUE ................... 16
19. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 18
20. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS ............................................................................ 19

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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1- Mapa da Cidade de Pemba, Fonte: Autor .................................................................. 7
Figura 2- Habitação em construção Fonte: Autor .................................................................... 11
Figura 3- Habitação em construção Fonte: Autor .................................................................... 11
Figura 4- Habitação em Pau a pique de um Deslocado-Fonte: Autor ..................................... 11
Figura 7- Vista Posterior. Fonte (Autores) .............................................................................. 17
Figura 5- Proposta de Habitação em pau a pique fundação em betão. Fonte (Autores) .......... 17
Figura 6- Vista Frontal da proposta. Fonte (Autores) .............................................................. 17
Figura 9- Vista Frontal. Fonte (Autores) ................................................................................. 17
Figura 10- Vista posterior 2 ..................................................................................................... 17
Figura 8- Vista Posterior(Cobertura em chapa de zinco)......................................................... 17

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1. INTRODUÇÃO
A habitação é um dos temas centrais quando se trata de desenvolvimento sustentável e
é parte fundamental das relações entre a sociedade e o meio ambiente.

Todo projecto quer público ou privado é necessário de um capital para que o projecto
seja implantado no terreno, A construção e a manutenção de habitações consomem enormes
quantidades de recursos naturais, como água, energia e materiais, enquanto produzem lixo e
poluição da água e do ar.

Neste trabalho iremos abordar alguns tipos de habitações e técnicas usadas para
melhorar as mesmas, no bairro de Maringanha.

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2. OBJECTIVOS
Geral
✓ Elaborar um Plano para Melhoria das Habitações tendo em vista a economia e
sustentabilidade das edificações no bairro de Maringanha.

Específicos
✓ Identificar os tipos de habitações do bairro de Maringanha;
✓ Identificar as principais patologias presentes nas edificações;
✓ Apresentar (como proposta) técnicas para melhoria das construções feitas em Alvenaria
e Pau a Pique

3. METODOLOGIAS
Para a realização do presente trabalho tivemos o auxílio de uma vasta gama de
instrumentos científicos, para a pesquisa e posterior elaboração do mesmo.

Recorreu-se também o uso de documentos relacionado as informações referentes a


descrição territorial do bairro (Maringanha) obtidos no município de Pemba e alguns
programas de referenciamento geográfico (QGIS, Google Earth,) e de desenho (AutoCAD e
ArchiCad ).

No âmbito da recolha de dados optou-se em manter uma relação directa com o


secretário e os residentes do bairro acima citado, no intuito de se fazer uma investigação
analítica referente ao bairro.

Na investigação analítica visitou-se o bairro para a observação da organização, em


termo de infraestruturas que nela existem e o posterior levantamentos dos problemas que
retardam o desenvolvimento dos bairros no que diz respeito as habitações, que por sua vez têm
um impacto no saneamento e vias de comunicações do bairro.

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4. PESQUISA DA LEGISLAÇÃO OU REGULAMENTOS QUE REGEM OS
PLANOS NO MUNICÍPIO DE PEMBA
O Município de Pemba tem como plano de legislação ou regulamento que são:

✓ Plano Estratégico de Desenvolvimento Municipal (PDM);


✓ Lei e Ordenamento territorial (LOT);
✓ Lei de terra e
✓ Plano especial de Ordenamento Territorial (PEOT).

5. DADOS DEMOGRÁFICOS DA CIDADE E SUA DISTRIBUIÇÃO POR


BAIRROS (CENSO 2007)
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, com suporte no recenseamento geral da
população de 2007, a população total da cidade em 2014 é estimada em 213148 habitantes,
sendo 49,58% mulheres.
O município de Pemba é composto por 11 unidades administrativas que correspondem a bairros
residenciais dos munícipes, designadamente: Alto Gingone, Cariacó, Cimento, Chuiba,
Eduardo Mondlane, Ingonane, Mahate, Muxara, Natite e Paquitequete e Maringanha.
O quadro a seguir mostra a distribuição do número total da população do município
pelas unidades de acordo com o Censo 2007.
Nr POPULAÇÃO EM Nr POPULAÇÃO
BAIRROS
2007 EM 2014
Alto Gingone 14 993 23 989
Cariacó 46 562 53 546
Cimento 4 304 7 532
Chuíba 4 238 7 417
Eduardo Mondlane 10 485 23 591
Maringanha 3 999 5 742
Ingonane 13 738 18 546
Mahate 5 400 12 150
Muxara 5 872 13 212
Natite 22 800 30 780
Paquitequete 13 314 16 643
Total 145 705 213 148

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6. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO DA CIDADE DE PEMBA
A Cidade de Pemba, situa-se na Costa Norte de Moçambique, é banhada pelo Oceano
Indico, cujas águas cristais e areias brancas das suas praias proporcionam lindas paisagens. A
área municipal, com superfície de 194km2 ocupa uma península que define a Baia de Pemba,
a terceira maior Baia do Mundo.

É limitada a Este pelo Oceano Índico, a Oeste e a Norte estende se a Baia de Pemba e
ao Sul pelo Distrito de Mecúfi, através do Posto Administrativo de Murrébuè e pelo Distrito
de Pemba Metuge, através da Localidade de Miézi.

7. EXTENSÃO E PONTOS EXTREMOS


O ponto extremo Norte localiza-se na latitude 12º 57’ 00.71″S e longitude 40º 30’ 15.31″E e o
ponto extremo Sul situa-se na latitude 13º 06’ 28.02″S e longitude 40º 29’ 38.54″E sendo a
extensão entre os pontos extremos Norte e Sul de 17.5 Km.
O extremo Ocidental fica na latitude 12º 57’ 48.68”S e longitude 40º 28’ 51.26”E enquanto o
Oriental situa-se na latitude 12º 58’ 19.34”S e longitude 40º 35’ 14.16”E com uma extensão
entre os dois pontos de 11.6 km (vide fig. 1).

Figura 1- Mapa da Cidade de Pemba, Fonte: Autor

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8. ESTUDO DO BAIRO DE MARINGANHA
HISTORIAL DO BAIRO
Não há informações muito detalhada de como surgiu o nome Maringanha, o que torna
mais breve o historial do mesmo. Depois de algumas pesquisas e entrevistas feitas aos
moradores e por fim o secretário do bairro confirmando a mesma “História” de como foi
apelidado o nome de Maringanha.

Segundo Ussene Fernando secretário do bairro diz que “antigamente existia um


governante do bairro ou seja um regulo da região com o nome de Omar Nganha, que era muito
conhecido por toda região, então as pessoas de outros bairros quando quisessem ir a região do
regulo diziam a macua que é uma língua local que “Quinrouwa Omar Nganha”, e em
homenagem ao regulo a região passou a se chamar de “Omaringanha’’ que em português é o
actual bairro de Maringanha até nos dias de hoje.

O bairro de Maringanha está dividido em duas Unidades A e B nomeadamente,


separadas pela avenida marginal, e que possui 15 quarteirões, onde a unidade A é a mais
habitada.

9. Religião
O Bairro de Maringanha abriga um vasto grupo étnico Macua, Maconde, etc. Que
segundo o secretário do bairro que 98% da população professa a religião Islâmica e ao e 2%
dos habitantes são cristãos, onde existem no bairro cerca de duas (2) Mesquitas e (1) Igreja.
No que concerne ao sector econômico das famílias que vivem no mesmo bairro, a sua
maioria vive do auto emprego como o comércio e o sector de imobiliários.

10. Comércio
No sector do comércio o bairro possui um mercearias ao longo das estrada principal
que liga todas as ruas. Para além da venda de produtos existem famílias que vivem apenas da
pesca, que não muito lucrativo visto que o bairro não apresenta um mercado que sirva como
um ponto forte para aderências dos compradores, e por falta de equipamentos que possam
conservar o pescado.

11. Imobiliários
Neste sector são feitas construções de casas para arrendar, e o maior factor do “sucesso”
desse tipo de negócio é o facto de Maringanha localizar-se muito próximo a Universidade Lúrio

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e algumas empresas que abrangem várias áreas, como a construção, logística, hotelaria, etc.
Tais como a Berry Juice, Bed rock, etc.

12. ANALISE SWOT OU FOFA DO BAIRRO MARINGANHA


Forças

✓ O bairro desfruta de uma parte costeira muito produtiva no que concerne as


actividades de hotelaria, lazer e pesca.

Oportunidades

✓ O bairro tem uma localização estratégia para acesso as melhores praias e resorts, e
futuras instituições de ensino e projecto de ajuda aos jovens.

Fraquezas

✓ Problema no abastecimento de água potável;


✓ Falta de drenagem;
✓ Deficiência do fornecimento da corrente elétrica;
✓ Falta de Locais pra deposição dos resíduos sólidos.

Ameaças

✓ Possíveis ataques de insurgentes; e


✓ Calamidade naturais (Ciclones)

13. HABITAÇÃO
Definição
A habitação constitui um espaço de construção e consolidação do desenvolvimento da
saúde. A família tem na habitação o seu principal espaço de sociabilidade, alterando-a para um
espaço essencial, veículo da construção e desenvolvimento da saúde da família que lá habita.

A habitação é entendida como a acção do habitat num espaço que envolve o elemento
físico da moradia, a qualidade ambiental do espaço construído, o seu exterior e as suas inter-
relações. (Abreu, 2014).

A habitação é um dos temas centrais quando se trata de desenvolvimento sustentável e


é parte fundamental das relações entre a sociedade e o meio ambiente. A construção e a
manutenção de habitações consomem enormes quantidades de recursos naturais, como água,
energia e materiais, enquanto produzem lixo e poluição da água e do ar (UN-HABITAT, 2012).
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(Holz, 2018) Afirma que:

O acesso à habitação adequada em Moçambique é um desafio considerável e a


pressão por uma moradia condigna será ainda maior com o grande aumento
populacional esperado, particularmente nos centros urbanos e inúmeras localidades.
Ao mesmo tempo em que este cenário apresenta desafios, é também uma
oportunidade de se promover moradias junto a meios de subsistência, de uma maneira
resiliente e alinhada a um desenvolvimento urbano sustentável. Esta visão holística é
especialmente importante tendo em consideração que a maior parte das casas em
Moçambique são construídas por seus próprios moradores.[...]

Ainda (Holz, 2018) relata que:

“Cidades e vilas em Moçambique revelam formas variadas de desenvolvimento urbano


e habitacional. A maioria dos grandes centros urbanos (p. ex. Maputo, Beira, Chimoio, Pemba)
giram em torno da antiga parte “formal” da cidade - às vezes chamada Bairro (ou Cidade)
Cimento, de onde se espalham novos assentamentos. A cidade formal é muitas vezes o legado
dos tempos coloniais e engloba uma grande parte das atividades comerciais, bem como o
estoque de habitação convencional, parte dele anteriormente administrado pela APIE”.

É notório que a definição de habitação em seu todo é vasto, assim como a vasta pobreza
que abrange o nosso país quer nas áreas metropolitanas assim como as rurais, onde apresentam
um nível de desenvolvimento habitacional lento, no que diz respeito em habitações.

14. TERRA PARA HABITAÇÃO


Em Moçambique, toda a terra é, em última instância, propriedade do Estado. Indivíduos
e empresas podem utilizá-la através de permissões para direito de uso e aproveitamento
(DUAT). Estes são distribuídos segundo solicitações ou distribuídos conforme novos
assentamentos são realizados. A sua cobrança é irregular, e o seu valor muitas vezes está
altamente desatualizado.

“A venda de qualquer terreno é feita de forma legal, passando a instancias que tornam
legal compra, então o valor da venda de um terreno de 20x30m2 por exemplo, depende da
localização e do vendedor, que ronda num intervalo de 100-200 mil meticais, e podendo ser
reduzido depois de conversações com o comprador” (Fernando, 2021)

Ainda (Fernando, 2021) diz que “o bairro de Maringanha possui muito espaço não
habitado e que não há conflitos frequentes de terra excepto um episódio com o quartel da
FADM e alguns moradores”.

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Para além dos conflitos de terra que apresenta um percentagem muito baixa,
proporcionando assim uma boa convivência entre os moradores. Existe um factor que cria um
novo problema no seio de toda província em particular a cidade de Pemba, isto é, os deslocados
provenientes das localidades afetadas com o terrorismo na zona norte do pais.

O bairro de Maringanha apresentou um crescimento populacional nos últimos anos,


principalmente ao ano de 2020, onde as acções dos terroristas teve muita abrangência o que fez
com que várias pessoas das cidades atacadas pelos terroristas deslocarem-se para locais mais
seguros deixando praticamente tudo pra trás, e o bairro de Maringanha não fugiu da situação.

Segundo (Fernando, 2021) nos últimos 12 meses o bairro recebeu cerca de 5,000 (Cinco
mil deslocados), provenientes de Moeda, Macomia, Palma e Mocimboa da Praia.

Os deslocados geralmente vivem em condições precárias, sem uma alimentação,


vestuário e habitação condigna.

Figura 4- Habitação em Pau a pique de um Deslocado- Figura 2- Habitação em construção


Fonte: Autor Fonte: Autor

A questão de habitações, alguns deslocados vivem em tendas feitas em materiais


precários, outros em tendas oferecidas por organizações de ajuda humanitária como a cáritas,
Seppa, Unicef, etc.

No processo de ingresso ao bairro todos os deslocados devem se fazer presente a sede


do bairro ou mesmo a casa do secretário onde por sua vez são alistados, para garantir uma
melhor estatística populacional do bairro.

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15. TIPOS DE HABITAÇÕES
Assim como existem várias definições de habitação, os tipo de habitações também são.
A seguir deixáramos alguns tipos de habitações mais comuns e serão detalhadas as que são
mais frequentes no bairro de Maringanha.

1. Oca;
2. Palafita;
3. Pau a Pique;
4. Alvenaria;
5. Edifícios; e
6. Pré-montadas;

As habitações mais comuns no bairro em estudo são as de Pau a Pique, Alvenaria e


Edifícios.

Habitações a Pau a Pique: elas são executadas com a técnica de entrelaçamento de


madeiras que formam vãos. Essas aberturas, posteriormente, são preenchidas com barro e
pedras. Que podem ser cobertas por chapas de zinco, cobertas por plásticos e por cima capim.

Em algumas habitações encontradas no bairro ao invés se aplicar o barro como material


principal para as envolventes, ou seja, para as paredes, é usado a argamassa como material que
preenche as aberturas nas paredes, veja fig. 7.

Habitações em Alvenaria: é um dos métodos mais usado nas casas moçambicanas.


São utilizados blocos (que geralmente são feitos de betão ou cerâmica), argamassa, entre outros
de acordo com a necessidade, a finalidade da obra e condições econômicas do proprietário da
obra. Ela consiste no assentamentos de blocos na vertical e horizontal de modo a garantir
segurança e conforto, veja fig. 4 e 5.

Este tipo de habitação é muito simples devido a disponibilidade da mão-de-obra e os


materiais usados no sistema construtivo, que geralmente são cobertas por chapas de zinco.

Edifícios: A definição mais simples de um edifício é uma construção formada por


vários pavimentos na posição vertical que pode ser usado para fins comerciais ou residenciais,
veja fig. 6. Geralmente o último piso do edifício são cobertas por lajes feita em betão armado,
telhas cerâmicas, lusa lite, chapas de zinco ou conjugado, isto é, cobertas por laje e chapas de
zinco ou lusa lite, ou telhas cerâmicas.

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Figura 3- Habitação feita a pau a pique coberto por plástico e
Figura 2- Habitação feita à Pau a Pique
capim

Figura 6- Edifícios coberto por laje Figura 5- Habitação em Alvenaria coberta por chapas de zinco

Figura 4- Habitação feito em alvenaria coberta por chapas Figura 7-Habitação feita em pau a pique revestido argamassa e
de zinco e laje. chapas de zinco

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16. PATOLOGIAS NAS HABITAÇÕES
Qualquer edifícios que está exposto aos agentes externos, após alguns tempo de vida
apresentam patologias, que podem ser expostas e causar um desconforto visual e insegurança
no mesmo local. No bairro de Maringanha podemos encontrar vários edifícios apresentando
patologias como: fissuras, manchas, corrosão das armaduras, e deterioração da estrutura de
betão armado, veja fig. 8 e 9.

Os problemas relacionados com a área de habitação do bairro de Maringanha são:

✓ Precariedade de casas construídas no bairro, com foco as famílias deslocadas vítima do


terrorismo que assola a nossa província de Cabo Delgado;
✓ A falta de estética arquitetónica na maior parte das habitações do bairro devido a
utilização de materiais não convencionais e se é convencional sem a conclusão total das
construções, excepto algumas que ao longo do tempo sofreram alterações e melhorias.

Visto que o bairro está localizado próximo da zona costeira, o que é um dos factores
que contribuem pra a corrosão das armaduras nos edifícios devido ao “sal” que por processo
naturais é transportado até a superfície dos edifícios, deste modo entrando nos poros do
concreto ou superfícies metálicas corrosíveis. Para além dos efeitos do mar ao aço, a baia de
Pemba sofreu no ano de 2019 um ciclone Keneth que até hoje o bairro carrega marcas do
mesmo.

Figura 8- Fissuras na estrutura, possível causas (Agentes externos, cargas que ela recebe, etc.)

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• Degradação das paredes feitas em argila
devido à presença de humidade.
• Corrosão das cobertura feitas em chapas de
zinco.
• Desgaste das estruturas feitas em madeira
devido a presença da humidade.

Figura 9- Patologias comuns em construções de


pau a pique

17. SANEAMENTO PÚBLICO


Destacou-se que o bairro tem problemas no saneamento público que são:

✓ Falta de sanitários públicos

Este problema agrava o fenómeno do “fecalismo a céu aberto” ao longo do mar, que é
visto como área livre, e tem sido o espaço mais preferido para a satisfação das necessidades
maiores e menores mais frequentes nas pequenas matas existentes próximas a praia.
✓ Falta de Drenagem

No período chuvoso as vias de acesso ao bairro ficam alagadas porque na sua execução
não foram prevista vala ou drenos pra as aguas pluviais, por consequência causando covas ao
longo das vias e criando mosquitos devido as aguas paradas podendo causar doenças tais como
a malária, cólera e outras doenças relacionadas a agentes biológicos presentes na agua turva.

✓ Falta da Rede de Coleta de Lixo


O bairro não possui um deposito previsto pelo município ou mesmo pelos
moradores, dificultando assim a deposição do lixo, causando mau cheiro e mau aspeto em
determinados pontos. Segundo (Alua, 2021) “os moradores criam seus próprios depósitos
de lixo e fazem o aterro do mesmo e em outras circunstâncias é feito a queima dos resíduos.

✓ Vias de Acesso ao Bairro de Maringanha

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Na atribuição dos DUATs o conselho municipal delimitou os espaços para a
habitação com os espaçamento mínimos para os acessos as estradas principais do bairro,
e separados por ruas. Ao longo dos anos os moradores têm ocupado mais as ruas
fazendo assim a redução da dimensão das mesmas.
(Fernando, 2021) diz que “quando a vedação de um morador estiver em
péssimas condições é necessário a regularização da mesma, podendo fazer melhorias
no quintal, e é nesse período oportuno que os moradores aproveitam para reduzir as
vias, aumentando assim o seu terreno, e como o bairro é vasto fica difícil fazer o
controle a tempo inteiro”.

18. PROPOSTA PARA MELHORIA DAS HABITAÇÕES PAU A PIQUE


Técnicas de Melhoramento dos edifícios de pau-a-pique dos edifícios de Pau a
pique

Apesar da maior parte da população de Maringanha estar a gozar de técnicas mais


avançadas na construção de edifícios de pau a pique, ainda existem algumas por implementar
e outras por melhorar.

Segundo USAID (s.d), algumas das técnicas a melhorar nas construções de Pau a pique
são:

✓ Alongamento de beiras para evitar o desmoronamento das paredes;


✓ No caso de falta de condições para fundação em betão armado, a escavação para as
estacas deve ser de 60 a 90 cm de profundidade;
✓ Aplicação de óleo queimado nas estacas para evitar a corrosão;
✓ Elevação do pavimento ate 30cm de altura para evitar a entrada de água das chuvas;
✓ Uso de diagonais nas estacas de forma a aumentar a resistência das paredes,

Para além destas técnicas mencionadas pela USAID, em 2014, Telli tornou público
ainda que as construções de Pau a pique podem ser melhoradas ainda pelas seguintes técnicas:

✓ Uso de fundação de em betão armado;


✓ Uso de pilares nos pontos estratégicos (cantos exteriores e interiores);

A proposta de Melhoria das habitações feitas a pau a pique e o ordenamento do bairro,


tem em conta princípios de sustentabilidade e valorização do espaço físico, assegurando a
transmissão as futuras gerações de um território e espaço edificado e devidamente ordenado, o

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princípio de igualdade no acesso à terra e aos recursos naturais, infraestruturas, serviços
públicos (BOLETIM DA REPÚBLICA, 2007).

1. Habitação feita em Pau a Pique com fundação em betão

Como proposta para a melhoria de habitações do bairro o grupo optou no uso de


construção de casas a à pau a pique com fundações em betão, ver imagens a seguir.

Figura 6- Proposta de Habitação em pau a pique fundação Figura 7- Vista Frontal da proposta. Fonte (Autores)
em betão. Fonte (Autores)

Figura 8- Vista Frontal. Fonte (Autores) Figura 5- Vista Posterior. Fonte (Autores)

Figura 9- Vista posterior 2 Figura 10- Vista Posterior(Cobertura em chapa de zinco)

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19. CONCLUSÃO
Chegado o fim deste trabalho cientifico, podemos concluir que o bairro de Maringanha
apresenta um nível de crescimento económico promissor que por sua vez influencia na
construções de futuras infraestruturas sustentáveis para os moradores.

O grupo conseguiu de forma satisfatória fazer a recolha de dados através dos meios
disponíveis, e através dos mesmos dados foi possível identificar os tipos de construções
presentes no bairro, que as mesmas apresentam algumas patologias que foram causadas pelos
efeitos externos que elas sofrem e pela mau uso das técnicas de construção, como por exemplo
a construção de casa de pau a pique, onde o seu tempo de vida útil é de em media 10 anos.

O método de construção de casas a pau a pique com a fundação em betão garantem


uma melhor durabilidade e conforto, que podem ser revestidas em argamassa, que é a proposta
viável e adotada pelo grupo em comparação com as habitações feitas a pau a pique com
fundações em estacas que lá existem.

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20. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS

Abreu, C. F. (2014). Habitação Saudável. O Ambiente Interior e a Saúde dos Ocupantes de


Edifícios de Habitação., 11-22.
Alua, M. (7 de Outubro de 2021). Rede de Colecta de Lixo. (C. Mário, & I. Cherene,
Entrevistadores)
Estatistica, Instituto Nacional de. (2007). Censo de 2007. Moçambique.
Fernando, U. (07 de Outubro de 2021). Tipos de Habitações. (C. J. Mário, & I. M. Cherene,
Entrevistadores)
Holz, E. (2018). Planeamento Urbano e Habitação. Em E. Holz, Perfil Do Sector De
Habitação de Moçambique (pp. 11, 72). Maputo: UN-Habitat.
Pemba, C. M. (2014). Plano Estratégico de Desenvolvimento 2014-2018 . Pemba.

Boletim da República. Lei de Ordenamento Territorial. Publicação 29.1ªsérie.Maputo.2007.

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PLANTAS BAIXAS ALÇADOS

AA
Fossa Séptica

WC
Quarto Quarto B
A
Alçado Frontal 1:100 Alçado Posterior 1:100
Dispensa

AA1 AA1

Cozinha Sala Varanda

AA
Planta Baixa 1:100 Alçado Lateral Direito 1:100 Alçado Lateral Esquerdo 1:100

7,80
CORTES
0,10 0,35 0,10 1,45 0,10 1,90 0,10 1,10 0,10 2,40 0,10 +3,245

0,45 1,55 2,34 0,65 2,81


AA

+3,245
+2,306 +3,031
Fossa Séptica
+2,111
0,29

+2,277
0,10

0,10
0,81
+1,511
0,80
1,15

WC
Quarto Quarto B
2,40
0,99
0,16

A
0,10

Dispensa
1,15

+0,200
1,58

+0,200
0,81

±0,000
0,10

±0,000
0,10
5,38

5,38
0,10
0,98

AA1 Corte 1:100


0,90

AA Corte 1:75
0,65

AA1 AA1
0,10

0,45
0,10

AA
2,68
0,72

Cozinha Sala Varanda Cobertura em Chapas6,20


IBR
1,60

Estrutura de cobertura em Madeira


0,99
0,90

0,34

1,55

1,25
0,10

0,18

0,10
AA

15%

1,46
2,61 0,99 1,08 0,99 0,93 1,20

0,10 1,90 0,10 4,40 0,10 1,10 0,10

7,80

0,88
AA1

Planta Baixa Cotada e Mobilada 1:100


15%

2,20
8,20

Estrutura de Cobertura 1:100


Planta de Cobertura 1:100

AA
Folha:
Projecto: Moradia Tipo 2, Feita a Pau a Pique
1/1
Docente: Isac Abdulgani, Msc
Escala:

Discentes: César J. Mário & Isaias M. Cherene 1:100, 1:75


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