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Invenções de guerra que você usa até hoje:

1. Café solúvel

A verdade é que o café solúvel foi criado bem antes, em 1853, mas só se
popularizou mesmo no meio da Guerra Civil americana, na década de 1860. Na
época, os soldados não tinham acesso a outro tipo de café e foram obrigados a
se adaptar ao pó que era comercialmente vendido como “essência de café”. Cada
soldado recebia, assim, um saquinho de café solúvel junto com suas rações
diárias.

2. Antibióticos

Uma das maiores descobertas da humanidade, no campo da medicina, com


certeza, foi a penicilina, que deu origem aos antibióticos e passou a salvar a vida
de centenas de pessoas. E, embora tenha sido descoberta em 1928, pelo
cientista escocês Sir Alexander Fleming, foi durante a Segunda Guerra Mundial,
em 1941, que os médicos descobriram o potencial da penicilina para tratar as
feridas dos soldados. Foi a partir daí que foram realizados experimentos para
descobrir os limites e vantagens dos antibióticos.
A aceitação do remédio foi tão grande que cerca de 400 milhões de unidades
de antibióticos foram produzidas em 1943. Já em 1945, foram 650 bilhões de
unidades por mês.

3. Embalsamento

Obviamente, o processo de embalsamento remonta ao Egito antigo, quando as


pessoas acreditavam que a mumificação fosse o elemento essencial para
preservar a alma para a próxima vida. Mas foi só depois da Guerra Civil
americana que os ocidentais passaram a fazer uso desse tipo de procedimento,
já que a maioria dos soldados morriam nos campos de batalha, longe de suas
casas.
Cirurgiões, como o ilustre Thomas Holmes, passaram a tentar o embalsamento
com inúmeros tipos de fluidos a fim de manter os cadáveres longe da
decomposição até que os corpos fossem entregues aos familiares. O próprio
Holmes, aliás, ficou conhecido por ter embalsamado mais de 4 mil soldados
falecidos.

4. Fita adesiva

Ao contrário das anteriores, esta sim foi uma das autênticas invenções de
guerra. A fita adesiva foi criada em 1943, por uma mulher chamada Vesta
Stoudt. Ela trabalhava em uma fábrica, durante a Segunda Guerra Mundial,
inspecionando o acondicionamento de munições.
Foi durante esse período que Stoudt percebeu o quanto as caixas de munições
eram trabalhosas para serem abertas devido à vedação e o quanto isso poderia
colocar os soldados em risco, nos campos de batalha. É por esse motivo (e
porque ela mesma tinha um filho soldado), que Stoudt criou a fita adesiva, que
vedava as caixas ao mesmo tempo que se soltavam com mais facilidade, quando
necessário.

5. Bancos de sangue

Antes da Primeira Guerra Mundial os médicos estudavam os vários tipos


sanguíneos, suas propriedades e formas alternativas de fazer as transfusões, já
que até 1915 isso só era possível de uma pessoa para outra, de forma direta e
instantânea. Mas, durante a guerra, as duras batalhas forçaram o campo da
hematologia a ter uma ação mais rápida e atuante para salvar a vida dos
soldados.
Nessa mesma época, por força da necessidade, vários médicos ao redor do
mundo descobriram de forma independente que adicionando citrato de sódio ao
sangue, ele poderia ser armazenado por dias fora do corpo do doador ou do
receptor. O médico Oswaldo Robertson foi um dos grandes destaques nesse
segmento e desenvolveu o primeiro banco de sangue no campo de batalha da
França, em 1917. Isso permitiu que vários homens tivessem as vidas poupadas
ao receber sangue.

6. Raio-X portátil

A máquina de raio-x portátil foi um dos grandes achados durante a Primeira


Guerra Mundial. Embora a tecnologia exista desde 1895, a possibilidade de
transportar um equipamento tão sofisticado só surgiu depois de muito
aperfeiçoamento. Na época, o raio-x portátil era carregado em caminhões da
Cruz Vermelha, para fazer o atendimento imediato dos soldados nos campos de
batalha.

7. Comida enlatada

As comidas enlatadas são uma das invenções de guerra que vieram para ficar.
Elas surgiram em 1795, devido às preocupações do imperador francês Napoleão
Bonaparte com a qualidade da alimentação de suas tropas. Na época, “Napô”
ofereceu um prêmio de 12 mil francos para qualquer pessoa que criasse uma
maneira confiável de conservar alimentos com segurança.
Embora, naquele tempo Nicolas Appert não tivesse mais de 15 anos, foi esse
jovem chef que desenvolveu o método de aquecimento, fervura e selagem da
comida em frascos de vidro hermeticamente fechados e ganhou o prêmio. Aliás,
o método usado hoje em dia para fazer os enlatados é o mesmo desde aquele
longínquo ano.
Feliz da vida, Napoleão (que nem sonhava em perder a Guerra), enviou
frascos e mais frascos de comida às suas tropas, nos campos de batalha.

8. Absorventes íntimos

Na verdade, os absorventes íntimos são uma das invenções de guerra mais


geniais da história. Eles foram desenvolvidos para os curativos dos soldados nos
campos de batalha, já que se tratavam de uma solução, prática, barata e
higiênica. Mas, por volta de 1920, as pessoas começaram a perceber o grande
potencial que esses curativos tinham para o universo feminino e, então, eles
passaram a ser vendidos como absorventes higiênicos descartáveis.

9. Sachês individuais de chá

Durante o período de guerra, os fornecedores tinham que se virar para inovar e


criar recursos para entregar mantimentos básicos às tropas, que fossem fáceis
de transportar e que atendessem às necessidades dos soldados. Diz a lenda, no
entanto, que os sachês individuais de chás, embora sejam invenções de guerra,
surgiram por acaso, depois de Thomas Sullivan, um importador de chá, teve a
ideia de enviar amostras de seus produtos aos clientes em pequenas bolsas de
seda. Encantadas, as pessoas usavam os saquinhos para preparar porções
individuais de chá direto nas xícaras.
O sucesso foi tão grande que os saquinhos de chá passaram também a atender
os soldados nos campos de batalha. E, no final da Guerra, foram os civis que
caíram nas graças e na facilidade dos sachês.

10. Chocolates M&Ms

Os incríveis chocolatinhos confeitados surgiram na década de 30, durante a


Guerra Civil Espanhola. Na época, o empresário americano Forrest Mars criou os
confeitos para impedir que o chocolate derreter e os soldados pudessem
consumi-lo nos campos de batalha para repor as energias.
Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, os M&M's voltaram a fazer
sucesso entre os soldados e foram inclusos na ração diária dos homem no campo
de

11. Forno de micro-ondas

Quem costuma esquentar achocolatado ou pão com queijo no micro-ondas


pode não imaginar, mas está usando um legítimo produto que surgiu graças à
engenharia militar. Durante o início da Guerra Fria, em 1945, o engenheiro
americano Percy Spencer trabalhava com a tecnologia de radares, mais
precisamente na construção de peças capazes de gerar ondas eletromagnéticas
(magnetrons). Durante as muitas horas dedicadas ao serviço, Spencer percebeu
que uma barra de chocolates em seu bolso havia derretido.
Não demorou muito para que o engenheiro chegasse à conclusão de que o
doce havia sido aquecido pelas micro-ondas. Depois disso, as pesquisas
prosseguiram e a pipoca foi o primeiro alimento a ser preparado no mundo com
a nova técnica. Saiba mais sobre o funcionamento desse equipamento no
infográfico animado que o Tecmundo publicou anteriormente.

12. GPS

Quem já acionou o GPS de um smartphone ou do próprio carro na hora de


encontrar um endereço também contou com uma tecnologia que deriva de
projetos criados com fins militares e para o uso em guerras. A implementação do
GPS é baseada, parcialmente, em sistemas de navegação via rádio, como o
LORAN ou o Decca Navigator, que foi usado na Segunda Guerra Mundial.
Antes restrito aos militares, o GPS está agora disponível no bolso de muitos
civis. Porém, como o sistema é de criação do Departamento de Defesa dos
Estados Unidos e atende tanto a militares quanto a civis, a prioridade no uso do
GPS é sempre das forças armadas daquele país. Por isso, outras nações têm
trabalhado no desenvolvimento de um projeto equivalente ao do GPS, com mais
precisão e, é claro, transparência de uso. Um desses projetos, por exemplo, é o
Galileu, sobre o qual já falamos no Tecmundo.

13. Câmeras digitais

Desde o fim da década de 50 que governos do mundo todo têm enviado


satélites espiões para a órbita terrestre. Sempre equipados com câmeras
potentes e capazes de capturar imagens de territórios inimigos, esses
equipamentos observam não apenas a posição de suas tropas, mas também o
desenvolvimento industrial de determinada região.
O problema é que, décadas atrás, a única forma de ter acesso a essas
imagens era por meio do filme fotográfico liberado pelo satélite periodicamente
na atmosfera terrestre. O processo de recuperação do filme era bastante
trabalhoso e, muitas vezes, resultava na perda das imagens.
Em 1976, a NASA colocou um fim nesse transtorno e lançou o satélite KH-1
“Kennan”, equipado com uma câmera óptico-elétrica capaz de transmitir as
imagens em formatos digitais. Os fundamentos dessa tecnologia estão presentes
até hoje nas câmeras digitais usadas por civis do mundo todo.

14. Controle de tráfego aéreo

Durante os primeiros dias de voo, os pilotos ficaram completamente isolados


do ambiente terrestre assim que decolaram. A única forma de comunicação com
pessoas no solo era por meio de gestos com bandeiras ou luzes. Porém, isso
mudou com a ajuda do Exército Americano, que instalou o primeiro rádio de
comunicação em duas vias em um avião durante a Primeira Guerra Mundial.
O desenvolvimento da nova solução começou em 1915, em San Diego, e por
volta de 1916 os técnicos conseguiram enviar uma mensagem via telégrafo sem
fio para alguém que estivesse a 225 quilômetros de distância. Em 1917, outro
marco: pela primeira vez a voz humana foi transmitida por um rádio instalado
em um avião para um operador no solo. Hoje, é impossível imaginar o mundo
sem esse tipo de tecnologia.

15. Produção em massa de antibióticos

Apesar de não ter sido inventada durante a Segunda Guerra Mundial, foi
durante esse trágico evento histórico que a penicilina passou a ser produzida em
massa pela primeira vez, com o objetivo de tratar milhões de pessoas de
doenças como a sífilis e a gonorreia, que faziam vítimas em batalhões do mundo
todo durante milhares de anos.
Além de usarmos a penicilina até hoje para o tratamento de diversos males,
ela também abriu as portas para outros medicamentos que se tornaram
essenciais para os soldados. Remédios para malária, por exemplo, foram
indispensáveis para a presença de combatentes norte-americanos no Pacífico
Sul.
Outros avanços médicos que ganharam mais força durante a Segunda Guerra
incluem a transfusão de sangue e a medicina aeroespacial, que possibilitou aos
pilotos voarem seguramente a altitudes elevadas e por um longo período de
tempo.

16. Serviço de ambulâncias

Durante o fim do século 15, o exército espanhol contava com um serviço que
demonstrava preocupação com a integridade física de seus soldados e que, hoje,
se tornou indispensável para nós: a ambulância. Apesar disso, o primeiro
registro de uso desse tipo de veículo se deu em 1487, pela rainha espanhola
Isabella I.
Graças a esse “diferencial”, o Exército Espanhol recebia a fama de tratar bem
seus soldados e atraía voluntários do continente todo. Mesmo assim, as
ambulâncias espanholas não buscavam seus soldados antes de as batalhas
cessarem, o que acabava causando muitas mortes.
Uma grande mudança no serviço de socorro médico se deu com as batalhas
lutadas pela França em 1793. Na ocasião, os veículos de duas ou quatro rodas
puxados por cavalos entravam no campo de batalha para atender os feridos e
fornecer os primeiros socorros.

17. Computadores
É claro que não poderíamos deixar de fora a máquina que possibilita a
existência de sites como o Tecmundo e o Baixaki. O primeiro computador
eletrônico do mundo, conhecido como ENIAC, começou a ser desenvolvido
durante a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos, mas só ficou pronto em
1946, durante a Guerra Fria. Utilizado basicamente para cálculos balísticos, esse
“cérebro gigante” — como a imprensa da época se referia a ele — foi peça
fundamental no desenvolvimento da bomba de hidrogênio, testada pelo país em
1952.
E se você está irritado com a lentidão ou tamanho exagerado do seu PC,
saiba que o ENIAC pesava 30 toneladas, ocupava um espaço de 167 metros
quadrados e realizava cerca de  5 mil operações por segundo. Para ter uma
ideia, um processador bastante antigo, como o Pentium de 150 MHz, era capaz
de realizar 150 milhões de somas por segundo.

18. Internet

Ainda durante a Guerra Fria, os Estados Unidos buscavam um meio de


comunicação  e de armazenamento de dados que fosse descentralizado, isto é,
que continuasse funcionando mesmo que parte dele tivesse sido bombardeada.
Assim, a ARPA, agência militar especialmente desenvolvida para a criação desse
projeto, financiou estudos e pesquisas acadêmicas que pudesse levar à criação
da ARPANET, como era chamada a nossa querida internet naquela época.
No início, o acesso a essa rede estava restrito para usos militares, sendo,
mais tarde, liberado também para o uso acadêmico. No Brasil, a internet já
possui mais de 20 anos de existência, sendo que a comercialização do serviço
para o público em geral só aconteceu em 1994. Desde então, temos trabalhado
e nos divertido diariamente com essa genuína invenção militar.

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