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TRANSPORTE AEROMÉDICO
CONTEXTUALIZANDO
O transporte aeromédico teve muitas dificuldades em sua evolução. Vários
pilotos perderam a vida durante as missões, pois não sabiam como seria o
comportamento de seus corpos em grandes altitudes. Se um piloto, em sua melhor
situação de saúde, já sofria com a altitude, os feridos na guerra, que apresentavam
muitas vezes grandes perdas volêmicas e(ou) hipotermias severas, por exemplo,
acabavam entrando em óbito antes do tempo devido à falta de conhecimento
sobre a fisiologia do corpo em grandes altitudes.
Fonte: <http://www.pilotopolicial.com.br/transporte-aeromedico-evolucao-e-historia/>.
Fonte: <http://www.pilotopolicial.com.br/transporte-aeromedico-evolucao-e-historia/>
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TEMA 2 – HISTÓRIA DA AVIAÇÃO NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914– 1918)
A história da aviação foi iniciada por Orville (1871–1948) e Wilbur Wright
(1867–1912), conhecidos como os irmãos inventores Wright. Em 1903, ambos
fizeram o primeiro voo contratado de um avião com motor (modelo Flyer), nos
Estados Unidos, percorrendo 259 metros. Em outubro de 1906, o mineiro Alberto
Santos Dumont (1873–1932) realizou, perante mais de mil expectadores, o
primeiro voo homologado da história da aviação, com o avião 14 BIS. A aeronave
tinha 50 CV e, em sete segundos, percorreu uma distância de 60 metros, a uma
distância de dois metros do solo.
Ao longo dos anos, houve grande evolução em relação à construção de
aeronaves, e, se por um lado, o número de estudos voltados ao desenvolvimento
dessas máquinas cresceu, de outro, os estudos voltados à medicina aeroespacial
não acompanharam o desenvolvimento das aeronaves. No entanto, 90% das
mortes dos pilotos eram atribuídas ao despreparo e ao desconhecimento da
fisiologia de voo (Ferrari, 2013). Isso motivou o surgimento da medicina
aeroespacial, ramo voltado ao estudo da fisiologia aeroespacial, com foco no
comportamento do corpo em grande altitude. Os estudos acerca da fisiologia de
voo contribuíram para o desenvolvimento de equipamentos para aeronaves, como
vestimentas adequadas para os pilotos e a tripulação.
Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, visto o grande número
de soldados feridos que precisavam de atendimento médico imediato, foram
realizadas algumas adaptações em determinadas aeronaves para realizar o
transporte de pacientes até os hospitais de campanha. Assim, foram projetadas
algumas aeronaves para realizar o transporte de feridos em avião monomotor,
com cabine sem pressurização e sistema de rede de oxigênio suplementar para o
paciente. A velocidade máxima dessas aeronaves era de 150 km/h, e os pacientes
encontravam-se em compartimentos situados à frente do piloto, o que os deixavam
vulneráveis a desenvolver hipotermia.
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Figura 4 – Transporte aéreo rudimentar de feridos na Primeira Guerra
Mundial (França, 1917)
Fonte: <http://www.pilotopolicial.com.br/transporte-aeromedico-evolucao-e-historia/>.
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Figura 6 – Avião utilizado na Segunda Guerra Mundial para remoção de
feridos
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Um estudioso que teve destaque na história da aviação foi o engenheiro
francês Louis Breguet (1880–1955), que iniciou o desenvolvimento da teoria das
aeronaves de asa rotativa, começando seus estudos em 1907 e concretizando a
sua criação em 1935, ao desenvolver um protótipo com rotor duplo.
Em 1939, o ucraniano Igor Sikorsky (1889–1972) desenvolveu o
helicóptero com rotor central e de cauda, modelo VS 300, que voou durante 1 hora,
32 minutos e 26 segundos. Desde então, os helicópteros começaram a ser usados
como aeronave de transporte, em virtude de sua configuração versátil, visto que
não necessitam de pistas e pousam verticalmente.
Figura 7 – Modelo de 1907 com assento central e quatro hélices
rotativas
Fonte: <http://www.pilotopolicial.com.br/transporte-aeromedico-evolucao-e-historia/>.
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A utilização de helicópteros como meio de transporte de feridos começou a
ocorrer durante a Guerra da Coreia (1950–1953), em que helicópteros de pequeno
porte monopilotados foram usados para transportar macas fechadas no lado esqui
protetor. Esse transporte era feito de modo rudimentar, em baixa altitude, o que
deixava a vítima mais propensa a desenvolver hipotermia. Além disso, não havia
um profissional de saúde para assistir os pacientes, o que levou à necessidade de
os pilotos também terem conhecimentos básicos sobre os procedimentos de
atendimento.
Figura 10 – Guerra da Coreia: ferido sendo carregado para ser
transportado por helicóptero
Fonte: <http://www.pilotopolicial.com.br/transporte-aeromedico-evolucao-e-historia/>
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Figura 12 – Coreia: modelo com maca lateral localizada fora da
aeronave
Fonte: <www.medicinaintensiva.com.br>.
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Figura 14 – Remoção atual em helicóptero: equipe multiprofissional e
UTI aérea com equipamentos de assistência
Fonte: <www.medicinaintensiva.com.br>.
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Essas aeronaves são selecionadas antes do voo, de acordo com a distância
de deslocamento, a estabilidade do paciente, os locais onde será de pouso, entre
outros fatores.
Atualmente, existem vários estudos em andamento para desenvolver
melhorias nesse tipo de transporte, seja na parte de aviação, na parte de materiais
e equipamento ou na capacitação da equipe de atendimento.
TEMA 5 – LEGISLAÇÕES
Atualmente, há legislações que citam o transporte aeromédico. O Conselho
Federal de Medicina (CRM) estabelece na Resolução n. 1.671/2003 que todos os
serviços de transporte de pacientes devem ser coordenados e regulados por um
médico presencial ou a distância. Vendo a inclusão do profissional enfermeiro no
transporte aeromédico, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), na
Resolução n. 389/2011, valida a certificação de pós-graduação lato sensu para
enfermeiro aeroespacial.
Recentemente tivemos a Resolução n. 551, de 26 de maio de 2017, do
COFEN, que “Normatiza a Atuação do Enfermeiro no atendimento Pré-hospitalar
Móvel e Intra-hospitalar em Aeronaves de Asa Fixa e Rotativa”, que institui no “Art.
3º. I – ser egresso de programa de pós-graduação latu sensu reconhecido pelo
Ministério da Educação (MEC) ou residência multidisciplinar relacionada a esta
área”. Isto mostra que o conselho de enfermagem está preocupado com o
atendimento ao paciente, exigindo assim, uma melhor formação e capacitação dos
profissionais envolvidos nesta atividade.
O Ministério da Saúde, preocupado com a evolução de determinados
setores da saúde, estabeleceu a Portaria n. 2.048/2002, que cita o transporte e
resgate aeromédico e descreve os diferentes tipos de serviço pré-hospitalar. O
transporte aeromédico é classificado como tipo E e deve ser tripulado por uma
equipe mínima de profissionais da saúde, com um médico e um enfermeiro, ambos
com capacitação para essas funções. Em 2012, o Ministério da Saúde descreveu
a Portaria n. 1.010, que redefine as diretrizes para a implantação do serviço de
atendimento móvel de urgência (SAMU 192) e descreve as atribuições do
aeromédico.
Dessa forma, esperamos que novas diretrizes, portarias, tecnologias e
novos estudos sejam desenvolvidos para que cada vez mais ocorra melhorias
nessa nova área, de modo a proporcionar mais qualidade de atendimento aos
pacientes.
FINALIZANDO
Tendo em vista o que foi estudado nesta aula, podemos observar que o
futuro promete novas tecnologias e evoluções. Assim, acreditamos que o
transporte aeromédico e a medicina aeroespacial ainda têm muito a evoluir, seja
na área da aviação, seja na área da medicina, em conjunto com os estudos que
são desenvolvidos por universidades e empresas mundo a fora.
Visto que no passado eram cometidos muitos erros, atualmente não
podemos repeti-los. Assim, devemos estabilizar os pacientes sempre antes de
decolarmos, observando qual a melhor maneira de transportá-los.
REFERÊNCIAS
JONES, D. R. Flying and Dying in WWI: British Aircrew Losses and the Origins of
U.S. Military Aviation Medicine. Aviat Space Environ Med., v. 79, n. 2, p.139-146,
Feb. 2008.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA – CFM. Resolução CFM nº 1.671/2003.
Diário Oficial da União, 29 jul. 2003. Disponível
em:
<http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/Res_1671.pdf>. Acesso em:
21 jun. 2017.