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Lidia Zuin
Dec 25, 2016 · 19 min read
Uma coisa é certa: já faz uns bons anos que não temos nos cinemas algum filme de
ficção científica que realmente faça as pessoas discutirem — talvez desde Matrix
(1999)? Isso talvez soe como “fale mal, mas fale de mim”, porém “Prometheus”, de
Ridley Scott, tem provocado, tanto na audiência média quanto especializada, uma
repulsa que tende a cair em lugares comuns. Estes insistem em apontar os problemas
de roteiro, o excesso de personagens coadjuvantes que não se aprofundam, a forte
referência à Bíblia ou à religião católica, a grande quantidade de perguntas deixadas
em aberto ou, ironicamente, que o filme é explícito demais, a ponto de se tornar óbvio
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(vide OmeleTV). Tudo isso para justificar e soltar o trocadilho de que “Prometheus e
não cumprius”.
O problema é que, em tese, estamos muito acostumados com filmes que oferecem
apenas uma bela imagem e uma divertida história — isto é, estamos nos satisfazendo
apenas com a camada de entretenimento que uma obra pode ter. Talvez o último
lançamento mainstream de filme sci-fi a propor uma trama mais rebuscada foi
Inception (2010), de Christopher Nolan, o qual também terminou em aberto e também
gerou polêmica por conta das influências de Satoshi Kon (Paprika, 2006) ou mesmo de
uma história em quadrinhos do Tio Patinhas. Disso, Prometheus também não escapa,
porque sua história é um grande aglomerado de referências múltiplas: narrativas
mitológicas, dilemas da cibernética, o binômio inconstante entre a racionalidade e
irracionalidade humana, a relação criador e criatura, registros arqueológicos, teorias
da conspiração, outros filmes de ficção científica e assim por diante.
A sexualidade no filme
Seria mais fácil, primeiro, tomar o filme a partir de seu discurso amplo, o qual já
recebeu interpretações desde o ponto de vista sexual até à questão mais metafísica. A
primeira indica que Prometheus traz uma virilidade que se encontra adormecida na
tetralogia Alien, cujo foco está na figura feminina de Ellen Ripley (Sigourney Weaver),
mas também na presença da rainha Alien, como visto em Aliens (James Cameron,
1986) e em Alien: Ressurection (Jean-Pierre Jeunet, 1997). No Alien (1979) de Ridley
Scott, o aspecto feminino é focado nas atitudes defensoras de Ripley que, mesmo
diante do inimigo, protege o gato Jones até o fim da obra — o felino, inclusive, retorna
em “Aliens”. Neste, a protagonista é novamente maternal ao “adotar” uma garotinha
como sua filha, também protegendo-a até os últimos momentos. Ela, no entanto, não
sobrevive à sequência, Alien³ (1992), de David Fincher. Aqui, a personagem feminina
se vê encurralada e ameaçada pela masculinidade de um presídio apenas para homens,
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a ponto de Ripley se abster de seus cabelos longos e de roupas que declarem seu
gênero. Mas, ainda assim, é ela quem, enfim, lidera a trupe de prisioneiros e, no fim,
descobre-se “mãe” de uma criatura que ela mata junto de si, em prol dos outros filhos
— a humanidade.
O formato fálico e vaginal do alienígena provindo da junção “minhoca” e gosma negra traz à tona a temática
erótica de H.R. Giger
A metafísica em “Prometheus”
É notável que Shaw carrega, em seu pescoço, um colar de cruz, do qual não quer se
livrar nem mesmo quando está em observação, na ala médica da nave. O acessório, no
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entanto, tem menos a ver com a sua simbologia cristã do que com o valor simbólico que
a personagem tem por ele. Logo no início de “Prometheus”, David (Michael
Fassbender) assiste aos sonhos de Shaw, nos quais ela se reencontra com o pai. Este
começa a lhe responder questões sobre céu e inferno, sobre o que há após a vida,
apesar de ele não saber como argumentar, senão que escolheu acreditar que há um
paraíso, já que não se sabe o que realmente há. Isto é, mostra-se que a personagem
escolhe ter essa fé, mesmo sabendo, com seu lado racional, de que não é possível
provar.
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algum ser maior que criou os humanos, mas ela não se contenta apenas com a idéia,
tanto que segue seu trabalho arqueológico e inclusive convence Peter Weyland de criar
uma missão para levá-la aos confins do universo, em busca dessa dúvida criada pela fé.
Não são só as religiões que pensam numa força criadora de tudo, mas a ciência
também busca entender isso, de outras maneiras. Na realidade, é impossível separar
totalmente a gnose da ciência, justamente porque seres humanos são uma mistura
desequilibrada e em constante turbulência de elementos racionais e irracionais. E é por
isso que Peter Weyland (Guy Pearce), mesmo sendo um dos maiores nomes da
cibernética, vai ao espaço para tentar encontrar o seu criador: ele não sabe quem é,
mas aposta na hipótese de Shaw. Isso, aliás, coincide com a expressão em inglês “meet
your maker”, que tanto significa literalmente encontrar seu criador quanto enfrentar a
própria morte — e Weyland não quer morrer. Por isso, ele permanece em repouso
durante a viagem inteira, porque reservou seus últimos instantes de vida para se
encontrar com o criador, o Engenheiro, imaginando que este, que lhe deu o dom da
vida, também pudesse lhe conceder a eternidade. O personagem, então, segue a
mesma linha de raciocínio emotiva do arquétipo representado por Shaw, enquanto sua
filha, Vickers, mantém-se fria e irracional, chegando a dizê-lo que todo rei tem seu
reinado, mas também tem sua queda — como se quisesse que o pai aceitasse a própria
morte. No entanto, quando ela mesma está de cara com o próprio fim, inevitavelmente
a racional Vickers grita um “não” que traduz o medo e o não aceitamento real da
morte. Tais características disfarçadas na personagem são traduzidas no
compartimento da nave onde Vickers se instala. Este é independente e pode ser
expelido da Prometheus, garantindo mais dois anos de vida à pessoa que o habitar.
Fora isso, quando o capitão Janek resolve jogar a Prometheus contra a nave alienígena,
ela foge desesperadamente da morte.
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No caso de Weyland, realmente seu fim acontece ao mesmo tempo em que ele encontra
o criador, que se mostra hostil diante da criatura. Essa atitude pode ser vislumbrada
desde a conversa entre David e Holloway (Logan Marshall-Green), pouco antes de o
andróide inserir a gosma negra na bebida do humano. A máquina, que não age senão
por ordens (expedidas por Weyland, através do capacete que David invariavelmente
veste), ainda faz um jogo de perguntas com Holloway, tentando encontrar nas brechas
da linguagem uma forma de também receber a autorização do cientista. Ao perguntar
o que Holloway faria pela sua empreitada em busca do criador, este responde que faria
qualquer coisa. E isso autoriza David a torná-lo cobaia dos experimentos de Weyland.
Lembrando que, em toda a tetralogia Alien, Ripley se põe contra essa ambição da
empresa. Aliás, em todos os filmes a atitude da Weyland é vista como prejudicial e
insana, já que a protagonista sabe que não há como lidar com os xenomorfos, que eles
são apenas máquinas de destruição e que não tem porque pesquisá-los — tanto que ela
chega a jogar, no segundo filme, uma bomba atômica sobre o planeta-berçário que é
vislumbrado em Alien e Aliens. Isto é, enquanto Alien é uma sequência de filmes que
visam à sobrevivência, Prometheus incorpora o mito do titã que rouba o fogo na
vontade de saber mais, de evoluir.
Mas, retornando às interações entre David e Holloway, é notável que o humano trata o
andróide com certo desdém, fazendo piadas de sua incapacidade de ter emoções ou
sentimentos, além de mencionar outras de suas limitações como ser artificial. O
andróide, no entanto, é cauteloso e entende a posição em que se encontra, mas ainda
assim provoca o cientista, fazendo-o pensar em analogia como seria o encontro entre
ele e seu criador, pensando na própria relação entre ele e David. Talvez os criadores
não fossem tão simpáticos com suas criaturas, como Holloway não é com David e como
o Engenheiro não foi com os humanos que encontrou. Talvez, quando perceberem que
suas criações já não são tão mais úteis ou não seguiram o caminho que previam, saem
de seu controle, os criadores tentarão eliminá-los (como nas distopias, por exemplo,
Matrix) — e, justamente, a nave que a tripulação de Prometheus encontra é uma
instalação militar que, por motivo desconhecido, não chegou a concluir seu objetivo: ir
à Terra para destruir os humanos.
Por que o criador faria isso? Não se sabe. E é esse o motivo que faz com que Shaw não
queira voltar à Terra, mas seguir em uma viagem com David, quem diz saber como
chegar ao planeta natal dos Engenheiros — porque a lua onde Prometheus aterrisa não
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é a origem dos Engenheiros, bem como não é o mesmo planetóide onde acontecem as
histórias de “Alien” e “Aliens”. Isso pode ser concluído conforme o Space Jockey
(aquela carapaça numa das alas da nave dos Engenheiros) de “Prometheus” não é o
mesmo de “Alien” — a diferença é visível e também lógica, já que a carapaça cresce
sobre o corpo do Engenheiro, transformando-se em sua armadura, e não
permanecendo fechada mesmo depois que ele sai e vai de encontro com Shaw, no
compartimento expelido da nave principal. Fora isso, a nave foi impedida de levantar
vôo em Prometheus, que se passa antes de Alien, portanto não teria como ela ter voado
para lá depois.
O fato é que muitas dessas dúvidas deixadas em aberto poderão ser respondidas na
seqüência que Ridley prevê para Prometheus. Em entrevista para o site Movies.com, o
diretor disse que o final, deixado em aberto, abre várias possibilidades e ele deseja
fazer uma continuação, na qual exploraria para onde Shaw vai, junto de David.
“Porque se lá é o Paraíso, então o Paraíso nunca pode ser o que você espera; é um lugar
que tem uma conotação de ser extremamente sinistro e ameaçador” — assim como os
próprios Engenheiros. Tanto quanto a busca pelo criador, o descobrimento do paraíso
também é uma alegoria que permeia a história da humanidade — nós que o digamos,
já que o Brasil era tido como o paraíso que os europeus descobriram. Mas, pior do que
ter encontrado os Engenheiros, seria ainda descobrir quem foi que os criou. Essa
questão é rapidamente levantada no filme, mas ela permanece tão em aberto na obra
quanto para nós. Contudo, em uma crítica publicada recentemente no io9, considera-
se a tendência suméria escolhida por Ridley para entender que, talvez, “quando nós
entendemos a extensão dos mitos que envolvem deuses com ajudantes divinos, fica a
pergunta se os Engenheiros foram meramente servos de algo maior” — isto é, esse
“criador dos criadores”.
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Existe ainda uma tendência daqueles que não gostaram de “Prometheus” em achar que
o filme é pretensioso, que todas essas questões levantadas nesta e em outras críticas à
obra deveriam aparecer no filme e não no desdobramento das interpretações feitas por
outrém. Mas se pegarmos filmes como 2001, Uma Odisséia no Espaço, por exemplo, não
conseguimos entender quase nada das cenas, como aquela dos macacos. Precisamos de
uma ajudinha para tentar desvendar a obra e isso não a torna obscura ou pretensiosa,
mas, justamente, uma obra de arte: porque provoca, instiga e se torna um meio de
reflexão e não algo a ser simplesmente consumido e descartado. Quantos
desdobramentos são possíveis de se imaginar a partir de filmes blockbuster? Quantas
reflexões filosóficas circundam tais produções, senão as que permanecem à sombra da
moralidade de rebanho, como diria Nietzsche?
Por que a Weyland contrataria um geólogo como o Fifield e um biólogo como o Millbourn?
Por que Fifield e Millburn (Rafe Spall) se perdem na nave dos Engenheiros, quando
decidem voltar à Prometheus?
Porque eles perderam contato com a Prometheus, depois da tempestade. Após Fifield
ter acionado as esferas que mapeavam o lugar em um mapa holográfico, apenas a nave
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Por que Millburn tenta tocar no alien que nasce da minhoca em contato com o líquido
negro?
Talvez porque, sendo biólogo, ou seja, tendo domínio e conhecimento sobre diversas
espécies, ele pensou que conseguiria domar o alienígena. Na verdade, se reparar bem,
ele trata o bicho como se fosse uma cobra, tentando domá-la pelo olhar para então
sabotá-la e tomá-la em mãos. Porém, quando ele faz isso, o alien se enrola em seu
braço.
Por que o alien que veio da Shaw parece um molusco, quando em Alien não se tem nada
parecido?
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Por que a tripulação tirou o capacete, se ainda poderia ocorrer risco de contaminação?
Boa pergunta, mas ela não aconteceu por vias aéreas, no fim das contas.
Talvez este holograma seja como uma gravação das câmeras de segurança que temos
hoje. Ele foi acionado pelo David, e aí começou a ser rodado o que havia acontecido
nos últimos instantes após a ocorrência que impediu que os Engenheiros erguessem
vôo rumo à Terra.
Por que o Engenheiro decapitado está indo de encontro com os vasos com a gosma negra, se
ela é capaz de matá-lo, como visto no começo do filme?
Não dá para saber exatamente o motivo, mas essa gosma seria talvez a arma química
que eles usariam contra os humanos. É também uma substância que também é danosa
a eles, assim como a bomba atômica, as granadas e os mísseis também são capazes de
matar aqueles que os disparam durante uma guerra.
Como que a Shaw, depois da cirurgia, ainda consegue fazer tudo o que faz?
Porque ela é a heroína e porque o filme também é de ação. Não tem porquê reclamar
disso, já que em praticamente todas as obras de ficção, vale lembrar, com heróis
protagonistas sempre há uma trajetória épica e super-humana por parte dessas
personagens. Se não extrapolam na força, extrapolam na coragem ou na sorte e por aí
vai… Pode ser um problema, mas é algo que já está disseminado no gênero.
Em uma conversa com a Shaw, ele comenta que ele estava naquela missão justamente
para não deixar as coisas saírem dos trilhos. E que ele faria qualquer coisa para impedir
que a humanidade sofresse com as conseqüências daquela missão. Portanto, sua
atitude suicida tem a mesma essência das atitudes de Ellen Ripley, nos outros filmes, e
os outros assistentes de vôo o seguem nessa empreitada, arrematando a passagem
mártir.
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Porque, como já dito, ele estava em repouso, economizando suas últimas forças para
poder se encontrar com o criador antes de morrer.
“Paraíso perdido”
A primeira cena do filme, na qual um Engenheiro bebe o líquido negro à beira de uma
cachoeira, tem a ver com os mitos antigos dos príncipes que serviam e então se
sacrificavam, de modo a fertilizar a terra com seus corpos. Contudo, essa cena ainda
remete aos anjos caídos presentes no poema “Paradise Lost”, do poeta inglês John
Milton. Vale dizer também que, antes de “Prometheus” receber esse nome, Ridley
pensou em chamá-lo Paradise, mas foi aconselhado de que esse título tornaria a
influência muito óbvia.
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William Blake
A figura dos Engenheiros lembra muito os seres sobrenaturais que aparecem nos
desenhos do poeta romântico e artista William Blake. Mais conhecido por suas imagens
(inclusive, ele ilustrou o “Paradise Lost” de Milton e o “Inferno” de Dante Alighieri),
estas são preenchidas por seres pálidos e muscolosos de aspecto celestial, além de
serpentes e bestas com tentáculos.
O livro Chariots of the Gods? Unsolved Mysteries of the Past (1968), de Erich von
Däniken, aborda justamente a idéia de que “astronautas ancestrais” trouxeram
tecnologia avançada e até mesmo vida à Terra. Dentre as afirmações feitas pelo autor
está a de que os milagres descritos na Bíblia e em outras religiões ancestrais (desde a
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Espectador compara o posicionamento dos corpos celestes no mapa estelar apontado em Prometheus com
a constelação de Orion
Pinturas rupestres
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Lawrence da Arábia
Este é o nome do filme que David vê no começo de Prometheus. A obra, dirigida por
David Lean em 1962, é uma das preferidas de Ridley Scott. Fascinado pelas imagens e
pelos diálogos, o andróide repete algumas citações ao longo do enredo, tais como “Não
há nada no deserto, e nenhum homem precisa de nada” (enquanto ele explora a nave
alienígena) ou então “Coisas grandes têm começos pequenos” ao examinar a gosma, já
na nave Prometheus. Essa mesma frase é também dita por Peter Weyland, uma vez que
tanto ele quanto o andróide têm ciência da natureza perigosa da biotecnologia com a
qual estão lidando. Fora isso, o fato de David ter tingido seu cabelo de loiro, por causa
de um dos personagens de Lawrence da Arábia, indica que ele não é uma máquina
comum, mas que está desenvolvendo uma personalidade complexa.
A cabeça gigantesca
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Essa escultura, encontrada numa espécie de santuário dos Engenheiros, é uma das
principais imagens de “Prometheus”. Representando tanto um deus quanto um rei
poderoso, a grande cabeça simboliza também o orgulho dessa raça alienígena. É
conhecido que várias civilizações antigas esculpiram gigantescas cabeças, como foi o
caso dos olmecas, egípcios e cambojamos, e mais recentemente os habitantes da Ilha
da Páscoa. Em Roma, a cabeça colossal do imperador Constantino está exposta no
Museu Capitoline — apesar de boa parte da escultura ter desaparecido. Além disso, a
cabeça representa um elemento totêmico de admiração, lembrando os apontamentos
de Freud sobre a temática.
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Enfim, são algumas formas de se pensar o filme, mas nada que realmente seja uma
verdade absoluta. Só fica aí um norteio para quem não entendeu ou para quem achou
que o filme é raso ou ilógico. Sobre os erros de lógica e de roteiro, lembrem-se que os
outros filmes da franquia possuem problemas ainda mais críticos, como o fim de
Aliens, quando a Ripley abre uma porta para o vácuo do espaço e tudo passa a ser
sugado — inclusive o alien, que se segura na perna da protagonista, a qual, ainda
assim, sobe a escada e se livra do xenomorfo.
No fim das contas, para terminar citando um artista curioso e polêmico, Douglas
Pearce (da banda Death in June), “toda arte, seja em forma de música, literatura,
pintura etc que se preze deve estar aberta à intepretação. (…) Esta é a natureza da arte
que desafia ou confronta o consumidor, ou o consumidor em potencial, a ter outra
interpretação”.
Referências
Ridley Scott fala da continuação e sai uma foto com um importante trecho deletado do
filme. Omelete.
WILLIAMS, David J. One theory that finally explains what’s going on in Prometheus.
io9
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