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CONFÚCIO AIRES MOURA
Governador do Estado de Rondônia

DANIEL PEREIRA
Vice-Governador do Estado de Rondônia

APARECIDA DE FÁTIMA GAVIOLI SOARES PEREIRA


Secretária de Estado da Educação

MÁRCIO ANTÔNIO FÉLIX RIBEIRO


Secretário Adjunto da Secretaria de Estado da Educação

MARIA ANGÉLICA DA SILVA AYRES HENRIQUE


Diretora Geral de Educação

MARCOS ANTÔNIO SHREDER DA SILVA


Gerente de Formação e Capacitação Técnica e Pedagógica

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ELABORAÇÃO:

SEDUC
Cesiane Camargo Maia - Supervisora Educacional.
Franciane de Oliveira Silva – Psicopedagoga.
Sonia Maria Roberto Freire - Orientadora Educacional.
Francelena Santos Arruda - Supervisora Educacional.
Equipe Multidisciplinar/SEDUC/RO.

POLÍCIA MILITAR
Cleudemir Holanda de Castro – TEN CEL PM
Coordenador Estadual do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à
Violência – PROERD/PMRO.
Telefone: 9956-2323 – 9300- 9405
E-mail: proerdrondonia@yahoo.com.br

MINISTÉRIO PÚBLICO DE RONDÔNIA


Drª Yara Travalon Viscardi – Promotora de Justiça.
Curadora da Infância e Juventude, Educação e Cidadania.
Diretora do Centro de Apoio Operacional da Cidadania - Vilhena - MP/RO.
E-mail: yara@mp.ro.gov.br

CONEDCA
Maria do Socorro Araújo de Almeida Tavares
Wanderluce da Silva Costa

DEAAI
Alessandra Paraguassu - Delegada de Polícia
Gardênia Felício Cruz - Delegada Adjunta

SEPOAD
Tereza Sabino

ACTRON
Rosilene Maria da Silva - Presidente

REVISÃO E CONTRIBUIÇÕES:
Equipe Núcleo do Programa Saúde na Escola – NPSE
Mª Inês Alves Fernandes – Coordenadora Estadual do NPSE
Carla Vanesa Ramos da Silva – Pedagoga
Juceli da Costa Santos – Psicóloga
Laís Reis de Castro – Psicóloga
Mª Madalena Roca Vargas - Ambientalista
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SUMÁRIO

1 - Apresentação........................................................................................... 10
2 - Introdução............................................................................................... 11
3 - O Papel do Estado................................................................................... 12
4 - O Papel da Escola ................................................................................... 13
5 - O Papel da Equipe Gestora na Escola .................................................... 14
5.1 – O papel do Gestor de Escola Pública............................................. 15
5.2 - O papel do Supervisor Escolar ....................................................... 16
5.3 - O papel do Orientador Educacional ............................................... 17
5.4 - O papel do Psicólogo Educacional ................................................. 18
6 - Papel do Professor .................................................................................. 19
7 - Papel do Aluno........................................................................................ 20
8 - Papel da Família ..................................................................................... 21
9 - Resgatando Valores................................................................................. 22
10 - As Redes de Atendimento..................................................................... 23
11 - Atos de indisciplina praticados por alunos no ambiente escolar ......... 25
11.1 - O que são atos indisciplinares?..................................................... 25
11.2 - Aluno (a) (criança ou adolescente) que apresenta um desvio de con-
duta que caracterize indisciplina escolar: ............................................... 25
12 - Atos infracionais praticados por crianças no ambiente escolar ........... 26
12.1 - O que são Atos Infracionais?........................................................ 26
12.2 - Atos Infracionais praticados por Crianças no ambiente escolar... 27
12.3 - O que fazer quando uma criança pratica um ato infracional? ...... 27
12.4 - Não cabimento de registro de boletim de ocorrência junto à autori
dade policial, nos casos de ato infracional praticado por criança........... 28
12.5 - Aluno (a) criança que tenha praticado ato infracional no ambiente
escolar: .................................................................................................... 28

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13 - Atos infracionais praticados por adolescentes no ambiente escolar ..... 29
13.1 - Aluno (a) Adolescente que tenha praticado ato infracional no am-
biente escolar: ......................................................................................... 30
13.2 - Medidas Socioeducativas previstas para adolescentes em confito
com a lei.................................................................................................. 32
14 - Crianças e adolescentes vitimados ....................................................... 33
14.1 - Responsabilidades dos educadores............................................... 34
14.2 - Aluno (a) Vitimizado (a): Criança ou adolescente vitimizados que
sofreram algum tipo de lesão corporal, abuso sexual, maus tratos ou que
tenham seus direitos violados: ................................................................ 36
15 - Crimes e Contravenções Penais mais comuns praticados no Ambiente
Escolar.......................................................................................................... 38
15.1 - O que são Crimes e Contravenções? ............................................ 38
15.2 - Crimes que mais ocorrem no ambiente escolar:........................... 39
15.3 – Contravenções penais que mais se vericam em escolas: ........... 42
15.4 - Aluno (a) Adulto (a) maior de 18 anos de idade, que tenha pratica-
do crime ou contravenção penal em fagrante delito no ambiente escolar: . 43
16 - Servidor (a) público (a) que tenha praticado no exercício da função, infra-
ção administrativa no ambiente escolar: ...................................................... 44
17 - Perguntas e respostas sobre segurança nas escolas............................... 46
17.1 - O que é o Perímetro Escolar de Segurança?................................. 46
17.2 - O que fazer se a escola perceber a existência dessas atividades
dentro do Perímetro Escolar de Segurança? ........................................... 47
17.3 - Quais são as responsabilidades da escola em relação aos alunos,
quando estes estão em suas dependências?............................................. 47
17.4 - A escola é responsável pelo aluno durante seu trajeto de casa para a
escola e vice-versa? ................................................................................ 48
17.5 - Nos casos em que a escola dispensa os alunos antes do horário
formal de término das aulas, existe responsabilidade? ........................... 48

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17.6 - Se ocorrer um acidente com os estudantes, o professor pode ser
responsabilizado?.................................................................................... 48
17.7 - O que azer com os alunos que tem, reiteradamente, altas injustif
cadas?...................................................................................................... 49
17.8 - Na falta dos pais, quem pode representar os interesses do aluno?
................................................................................................................ 49
17.9 - Os pais ou os responsáveis têm acesso irrestrito às dependências da
escola?..................................................................................................... 49
17.10 - O que fazer se um aluno, pai ou responsável difamar, injuriar ou
caluniar um colega, um professor ou a escola? ...................................... 50
17.11 - Como garantir que os pais ou responsáveis conheçam as normas
escolares, principalmente aquelas relacionadas às condutas dos alunos?
................................................................................................................ 50
17.12 - Quais medidas disciplinares podem ser adotadas pela escola junto
ao aluno? ................................................................................................. 51
17.13 - Por que a equipe escolar deve sempre registrar as ocorrências
escolares nos sistemas apropriados? ....................................................... 51
17.14 - A polícia pode entrar na escola? ................................................. 52
17.15 - O que fazer se a escola receber ameaça de bomba? ................... 52
17.16 - Pode haver vigilância e monitoramento na escola?.................... 52
17.17 - O que azer se um aluno agredir verbal ou fsicamente um colega
ou servidor? ............................................................................................ 52
17.18 - O que fazer se for detectado um aluno com drogas na escola? .. 53
17.19 - O que fazer se um aluno se apresentar alcoolizado nas aulas?... 53
17.20 - Como lidar com os casos de bullying na escola? ....................... 54
17.21 - O que fazer se um aluno depredar o patrimônio escolar? .......... 55
17.22 - O que fazer diante de uma situação de furto ou roubo praticado
por alunos?.............................................................................................. 56
17.23 - O que fazer se for detectado um aluno armado na escola?......... 56

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17.24 - O que fazer se a escola tomar conhecimento de abuso sexual
envolvendo alunos crianças e/ou adolescentes? ..................................... 56
17.25 - O que fazer diante da denúncia de assédio sexual praticado por
aluno contra servidor?............................................................................. 57
17.26 - O que fazer se a escola perceber que um aluno sofre maus-tratos?
................................................................................................................ 57
17.27 - Por que se deve registrar boletim de Ocorrência Policial quando
forem constatados ilícitos na escola?...................................................... 57
17.28 - O que é noticação? ................................................................... 58
17.29 - Por que alguns educadores, mesmo sabendo ser obrigação legal,
não noticam às autoridades as suspeitas ou ocorrências de violência,
em especial a violência sexual? .............................................................. 58
17.30 - A polícia pode requerer a direção informações sobre alunos e
relatório dos fatos e ou cópia do registro dos fatos?............................... 59
18 - Atribuições dos órgãos de segurança e de Garantias dos Direitos da Crian-
ça e do adolescente (Vitimizados e/ou em confito com a Lei).................... 59
18.1. - Vara da Infância e da Juventude. ................................................. 59
18.2. - Ministério Público – Promotoria de Justiça da Infância e da Juven-
tude. ........................................................................................................ 60
18.3. - Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente –
CONEDCA. ............................................................................................ 60
18.4. - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente –
CMDCA.................................................................................................. 60
18.5. - Conselho Tutelar.......................................................................... 61
18.6. - Distrito Policial ou Delegacia de Polícia..................................... 61
18.7. - Defensoria Pública....................................................................... 61
18.8. - Centro de Referência Especializado de Assistência Social –
CREAS. .................................................................................................. 61
18.9. - Centro de Referência de Assistência Social – CRAS.................. 62
18.10. - Polícia Militar ........................................................................... 62
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18.11. - Polícia Civil . ............................................................................. 63
18.12. - Poder Judiciário - Vara da Infância e da Juventude .................. 63
19 -Violência doméstica e familiar ............................................................. 63
19.1 - O que é violência de gênero?........................................................ 64
19.2 - O que é violência doméstica e familiar contra a mulher?. ........... 64
19.3 - Por que acontece a violência contra as mulheres?........................ 65
19.3.1 - Como identifcar uma relação violenta?. ................................... 65
19.4 - De olho nos dados da violência:................................................... 66
19.5 – A Lei Maria da Penha - Lei 11.340/2006?. .................................. 66
19.6 - Identifcando as ormas de violência doméstica e amiliar contra a
mulher . ................................................................................................... 68
19.7 - Como denunciar? – A Lei Maria da Penha - Lei 11.340/2006. .... 69
19.7.1 - Como denunciar?....................................................................... 69
20 - Reerências bibliográfcas..................................................................... 72

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1 - Apresentação

A Secretaria de Estado da Educação apresenta às escolas


públicas estaduais do Estado de Rondônia o Manual de Convivência
Escolar, um documento que é resultado de ampla discussão que
considerou as necessidades das escolas frente aos casos de violência
presentes no ambiente escolar, bem como a necessidade de
conhecerem os procedimentos a serem tomados em cada situação.
A violência vem se tornando cada vez mais recorrente nas
escolas; profissionais que lidam diretamente com crianças e
adolescentes, nem sempre estão preparados para lidar com as diversas
formas de violência cometidas por elas e contra elas. Combater a
violência que muitas vezes começa dentro de casa e em locais que
deveriam proteger e socializar as pessoas é uma tarefa que somente
poderá ser cumprida pela mobilização de uma rede de proteção
integral em que a escola se destaca como possuidora de
responsabilidade social.
A construção deste Manual é fruto da parceria entre a
Secretaria de Estado da Educação e a Polícia Militar do Estado de
Rondônia com a participação de diversos órgãos voltados à proteção
da criança e do adolescente. Esta parceria permitiu conhecer o trabalho
de instituições que prestam assistência e proteção à criança e ao
adolescente no Estado, viabilizando o fortalecimento das ações
voltadas ao enfrentamento da violência escolar.
Esperamos que este Manual seja um instrumento didático de
apoio aos profissionais da educação, sociedade e família, e subsídio
para atuar no enfrentamento da violência contra criança e adolescente.

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2 - Introdução

Este guia tem por objetivo orientar os servidores públicos da rede


Estadual de Ensino da Secretaria de Estado da Educação – SEDUC de
Rondônia, quanto aos procedimentos que podem ser adotados em atos
indisciplinares, infracionais, contravenções e crimes ocorridos no âm-
bito escolar e perímetro escolar.
O papel da família, do Estado e da escola é o de promover uma edu-
cação de qualidade, harmoniosa e preventiva nas situações confituosas
no ambiente escolar e seu entorno através do diálogo, buscando o en-
tendimento na convivência com os alunos.
Conceitos e denições oram abordados com temas vivenciados no
cotidiano escolar, redes de atendimentos constituídas por atores e orga-
nismos governamentais e não governamentais.
Este Manual apresenta fuxogramas de como proceder nos casos de
atos de indisciplina, atos infracionais, contravenções penais e crimes
praticados no ambiente escolar, onde são descritos os caminhos a ser
seguidos na resolução dos problemas apresentados no dia a dia nas es-
colas, elenca perguntas e respostas sobre o contexto da violência nas es-
colas, bem como, as atribuições dos órgãos de segurança e de garantias
dos direitos da criança e dos adolescentes vitimados e/ou em confito
com a Lei.
Estas orientações foram elaboradas por diversas instituições que com-
põe a rede de atendimento a criança e ao adolescente em Rondônia dentre
elas: Secretaria de Estado da Educação – SEDUC, Polícia Militar- PM,
Delegacia Especializada de Apuração de Atos Infracionais - DEAAI, Su-
perintendência Estadual de Políticas sobre Drogas - SEPOAD, Associa-
ção dos Conselheiros Tutelares de Rondônia - ACTRON, Delegacia da
Mulher - DM e Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adoles-
cente- CONEDCA.

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3 - O Papel do Estado

A vida é o bem maior que o ser humano possui, pois sem


garantir o direito a ela com dignidade, não há que se falar em outros
direitos. Com base nessa premissa, todos têm direito à vida,
principalmente, de vivê-la em sua plenitude. Nesse sentido, Benevides
(2000), afirma “é com a vida assegurada que se poderá exercer a
dignidade humana e, consequentemente, os direitos dela decorrentes,
pois os princípios do direito à vida pautam-se no que promulga a
Constituição Federal do Brasil de 1988, artigo 5º caput, que assegura
a todos os brasileiros a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade.”
A Constituição preceitua, ainda, no artigo 227, que:

É dever da família, da sociedade e do


Estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

Por força do preceito acima é que o art. 70 do ECA, dispõe a


todos a obrigação de agir diante de quaisquer situações que possam
ameaçar ou violar os direitos da criança e do adolescente. Vale ressaltar
que a omissão, a violação de direitos também gera responsabilização
do omitente.
Como destaca o artigo 227 da Constituição a família é a
instituição primeira a ser atribuído o dever de cuidar da criança e do
adolescente e garantir a aplicabilidade dos direitos inerentes aos
infanto-juvenis e ainda essa responsabilidade é compartilhada com

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sociedade civil e o Estado, onde se insere a instituição escola que tem
papel fundamental na formação do conhecimento, de valores humanos
e oportunidades de exercício de cidadania.
A norma legal atribui ao Estado a corresponsabilidade,
juntamente com a sociedade civil e a família de garantir o sistema de
proteção integral a criança e ao adolescente, considerando que são
pessoas em desenvolvimento nos aspectos físicos, emocionais e
intelectuais.

4 - O Papel da Escola
A Educação é um direito social previsto na Constituição
Federal e dever do Estado e da família, que deverá ser promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, objetivando o pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho.
A escola tem o papel de formar cidadãos capazes de pensar e
ter autonomia para tomar decisões, é um ambiente constituído por
pessoas com diferentes formas de pensar e agir e como todo ambiente
que abriga a coletividade em muitas situações, as regras da boa
convivência deixam de ser respeitadas e surgem os conflitos.
A indisciplina na escola, a falta de limites, o desrespeito com
os pares, as ocorrências de atos de violência e vandalismo são queixas
recorrentes que se multiplicam entre pais, professores e gestores
escolares. Esse fenômeno precisa ser visto não somente sob a ótica dos
efeitos, mas também ser identificado pela equipe gestora da escola a
gênese do problema gerador de tais atos, a fim de se traçar linhas de
ações pedagógicas fecundas no projeto educativo da escola. A partir
de então, a escola será capaz de sair do circuito da culpabilização e
passar a intervir, verdadeiramente, na formação ética da criança e do
adolescente.
A educação é considerada o primeiro ato de prevenção.
Ferreira (1986) declara que o conceito de prevenção é "vir antes,
avisar; preparar; impedir que se realize; antecipar uma informação;

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alertar sobre algo; preparar alguém/algo para evitar alguma coisa.
Ainda segundo o autor (1986), o termo prevenir tem o significado de
― preparar: chegar antes de; dispor de maneira que evite (dano, mal);
impedir que se realize. (apud CZRESMIA e FREITAS, 2003). A
prevenção, focada na violência na escola, significa evitar ou
impossibilitar a ocorrência deste fenômeno.
A escola, assim, tem uma função importante na prevenção,
não somente por ser um local onde crianças, adolescentes e jovens
passam grande parte do seu tempo, mas também por ser o período
escolar um importante momento de desenvolvimento humano.
Somadas a estas características, configura-se, também, como espaço
em que há socialização e convivência coletiva. Assim, é comum o
surgimento de conflitos, inerentes a todos os grupos humanos. Não se
aceita, entretanto, que estes conflitos se resolvam ou se desenvolvam
com desrespeito, falta de tolerância à diversidade de gênero, às etnias,
às religiões, às culturas, com preconceito, com manifestações de
violência, de relações de poder, enfim, evidenciando-se, neste
contexto, a prática da violação dos direitos humanos.
A educação e a prevenção permitem resolver situações
conflituosas pelo diálogo, buscando entendimentos para a convivência
com as diferenças de forma positiva. É primordial destacar que a
integração dessas ações deve estar centrada nos direitos humanos com
foco na valorização da vida e no reconhecimento do direito à vida.

5 - O Papel da Equipe Gestora na Escola


A Equipe Gestora (Gestor, Supervisor, Orientador, Psicólogo
e Psicopedagogo) deve, a partir de um trabalho integrado, buscar
meios eficazes para conduzir os atos de violência dentro do ambiente
escolar, atuando cada profissional, quando solicitado, não só dentro da
sua esfera de competência, mas colaborar com o seu conhecimento na
resolução dos problemas apresentados na escola.

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5.1 – O Papel do Gestor de Escola Pública
O papel do gestor acredita-se ser o mais relevante do ponto
de vista da estratégia e da política educacional de um sistema de
ensino.
Extremamente importante é o papel do gestor de Escola
pública. A despeito das adversidades, inerentes ou não ao cargo que
ocupa, a figura do gestor está diretamente ligada à transparência das
ações educacionais e sociais da comunidade onde está inserida a
escola.

"...pela própria natureza


integradora da sua função, o diretor
ocupa um lugar especialmente
importante e imprescindível". (Prof.
Antônio Joaquim Severino (PUC-SP. in
Revista Ideias, n° 12, FDE).

Devido a sua função operacional, tudo converge e diverge em


relação à figura da direção, que enfrenta pressão no cotidiano escolar,
tanto do sistema de ensino quanto da própria sociedade. Porém,
mesmo diante das pressões, torna-se imprescindível a tomada de
decisões. As mesmas devem estar embasadas na legislação, no
equilíbrio, na coerência e no bom senso.
A existência de ambiguidades, conflitos e consensos na vida
diária da escola exige uma gestão coletiva na busca das soluções das
demandas educacionais, profissionais e sociais. O gestor deve facilitar
a interação dos grupos componentes do universo escolar, tendo como
objetivo a construção coletiva do projeto pedagógico, da cidadania, da
ampla e consciente participação da comunidade e do pleno significado
de direitos e deveres individuais e de cada segmento.
O momento atual com todos os seus problemas, não permite
hesitações e tampouco aventuras. Devendo o diretor, sempre que

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necessário, na dúvida, recorrer à Coordenadoria Regional de
Educação, antes de tomar qualquer atitude que possa violar direitos e
deveres. Como servidor, o diretor, no dia a dia, atende pais, alunos,
professores e servidores de apoio da escola, e demais órgãos
superiores, instituições auxiliares da escola, do bairro, das igrejas, do
município e, enfim, do entorno escolar. Tem ainda como papel
informar a população local do seu direito de ver atendidas suas
necessidades individuais e coletivas.
O Diretor deve ser um facilitador de interação, um mediador
de conflitos e consensos, enfim, um articulador educacional com
funções operacionais generalizadas no âmbito da escola. E, como
líder, deve, inclusive, delegar competências e designar comissões nas
várias tarefas que envolvem o contexto escolar. Com isso, os afazeres
e o controle das diversas ações escolares estarão distribuídos pelo
coletivo escolar.

5.2 - O Papel do Supervisor Escolar


A partir do processo de democratização da escola, evidencia-
se o paradoxo inclusão/exclusão quando os sistemas de ensino
universalizam o acesso, mas continuam excluindo indivíduos e grupos
considerados fora dos padrões homogeneizados da escola. Neste
contexto, compreender e caracterizar a função de supervisora no
processo educacional não ocorre de forma independente ou neutra.
Essa função decorre do sistema social, econômico e político e está
relacionada a todos dos determinantes que configuram a realidade da
comunidade escolar (gestores, professores, pais e alunos) ou por eles
condicionada.
Com tantas mudanças nas relações conflituosas que ocorrem
na sociedade, houve mudança no perfil do supervisor educacional. As
atribuições que ele deve cumprir mudaram de acordo com as novas
políticas educacionais, que buscam se adequar aos novos princípios da
educação: de liberdade e solidariedade. Com esse enfoque estamos

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preparando alunos para ser cidadãos, aptos para viver solidariamente
com seus pares e para atuar no mundo do trabalho.
A prática cotidiana do Supervisor deve estar voltada para o
Projeto Político Pedagógico. O supervisor comprometido com a
melhoria das condições de trabalho proporciona momentos de reflexão
do fazer na escola e realiza o acompanhamento sistemático no trabalho
do cotidiano escolar, ressaltando a importância do Supervisor
Educacional ao longo dos tempos, através da análise da prática
supervisora, das teorias relacionadas à evolução da Supervisão
Educacional.

5.3 - O papel do Orientador Educacional


O papel do Orientador Educacional é atuar como um
educador, investigando e colaborando conforme as necessidades do
grupo, ser um líder que reconhece e aceita as diferenças entre as
pessoas, consegue vê-las em sua totalidade, ser facilitador, oferecer
um ambiente estimulador e confiável.
A Orientação educacional precisa buscar os meios
necessários para que a escola cumpra seu papel de ensinar/educar,
sempre com base em seu projeto político-pedagógico, promovendo as
condições básicas para formação da cidadania dos alunos.
O orientador é aquele que discute as questões da cultura
escolar promovendo meio/estratégias para que sua realidade não se
cristalize em verdades intransponíveis, mas se articule com prováveis
verdades vividas no dia-a-dia da organização escolar.
O Orientador Educacional é um profissional de grande
importância na escola, pois, é ele que vai articular/orientar e clarificar
as contradições e confrontos, e nesse meio, buscar ajudar o aluno a
compreender as redes de relações que na sociedade se estabelecem.
No âmbito escolar o orientador que trabalha com o aluno
agressivo, deve compreendê-lo em seu contexto social e familiar, pois
a sociedade atual vivencia uma crise de valores e é primordial que se

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trabalhe com este aluno, partindo de sua autoestima, conduzindo-o a
uma reflexão sobre si e sobre seu papel dentro da comunidade e da
escola, levando-o a reconhecer seus sentimentos e emoções
incentivando-o na busca de um mundo mais tolerante e menos
agressivo.

5.4- O papel do Psicólogo Educacional


O papel da/o psicóloga/o educacional como agente de
mudança está em colaborar na mobilização para esta mudança e
questionar juntamente com a equipe técnica pedagógica os fatores
culturais, sociais e econômicos da comunidade escolar com a
finalidade de pensar juntos sua realidade, organização, funcionamento
e relações mantidas com outras instituições, bem como as
comunicações interpessoais estabelecidas no meio escolar. Cabe ao
psicóloga/o elaborar em conjunto com os demais segmentos dentro do
ambiente escolar, projetos de prevenção às violências que ocorrem no
interior e entorno da instituição, tendo papel preponderante nas
propostas de intervenção com o objetivo de minimizar as
problemáticas que afetam direta e indiretamente todos os atores do
processo educacional, possibilitando discussão de estratégias para
melhoria da convivência de todos os integrantes da escola, tendo
sempre um olhar para o aluno em sua individualidade e subjetividade.
A atuação do psicólogo escolar frente aos casos de
Indisciplina, Atos Infracionais, Medidas Socioeducativas e Crimes
praticados no ambiente escolar está na assistência ao planejamento e
na adoção de medidas preventivas. Onde este profissional atua em um
campo de ação específico que não é didático e nem especificamente
psicológico, mas onde estas duas ordens de ações estão presentes,
atuando de forma preventiva e terapêutica, para compreender os
fatores de risco que podem desencadear e/ou ampliar a
indisciplina/violência no ambiente comunitário e escolar. Num olhar
preventivo, pode desempenhar uma prática envolvendo a preparação
permanente de profissionais da educação e de pais no tocante a saber

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lidar com o grupo de vulnerabilidade para indisciplina/violência.
Elaborar, em parceria com a equipe técnica pedagógica das escolas,
projetos que visem o resgate de valores humanos, tanto para os
servidores, quanto para os alunos; a participação e envolvimento da
família na escola; a preparação teórico/vivencial dos professores e
demais funcionários das escolas referente às problemáticas
vivenciadas. Buscar parcerias com entidades e instituições, como
Secretaria de Saúde e Centros de Referência em Assistência Social-
CRAS, com o intuito de contribuir com a melhoria das situações
vivenciadas, tanto da equipe escolar, alunado e família.

6 - Papel do Professor
“...o professor também deve
intervir para proteger o aluno mais
fraco.” (Içami Tiba)

No que tange à prevenção da violência o professor precisa


tomar atitudes, dentro de sala de aula o professor é o referencial. Para
Içami Tiba “quando o professor não toma nenhuma atitude, os
estudantes podem interpretar o fato como aprovação e a situação tende
a se agravar. Além disso, esperar que o frágil aluno reaja por conta
própria, que enfrente uma gangue sozinho, é sonhar acordado. Numa
convivência com a tal gangue, o professor pode estar rejeitando a
fraqueza daquele aluno e usando a turma para fazer com que o menino
se torne mais corajoso, “vire homem”. A proteção do professor
prejudica menos o aluno frágil do que o fato de deixá-lo exposto a
agressões desnecessárias na escola.
Com frequência, o aluno indefeso possui distúrbios (ou
diferenças) de comportamento: isolamento, choro fácil, dificuldade de
reagir à provocação, maneirismos, deficiências ou anormalidades
físicas, auditivas, visuais, de fala. Pode ser rejeitado, também, em
virtude da cor de sua pele, de sua etnia ou religião. Sobretudo nesses
casos, os professores devem aproveitar a oportunidade para ensinar os

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alunos sobre respeito humano como ingrediente indispensável à
convivência universal.
Nem sempre o estudante frágil é assim em casa,
principalmente por dois motivos: na família ele está bastante
protegido e todos se adaptam ao seu jeito de ser. Para diminuir o
sofrimento na adaptação escolar, é muito importante que os pais e o
filho sejam orientados psicologicamente.”

7- Papel do Aluno
“O jovem tem a ilusão de poder vencer
na vida sem estudar. A vida vai lhe
comprovar que isso não é tão possível
quanto se imagina. Pena que ele
descubra essa verdade somente depois
que deixar a escola.” (Içami Tiba).

Ao aluno cabe exercer a cidadania, usufruindo de seus


direitos e cumprindo seus deveres. Os direitos e deveres do cidadão
estão previstos na Constituição do Brasil, principalmente no Título II,
Capítulo I (Dos direitos e deveres individuais e coletivos).
Os direitos e deveres estão vinculados, quando um cumpre
suas obrigações, permite que o outro exercite seus direitos. Vemos
que o aluno precisa se manter informado, dos seus direitos, dos seus
deveres e dos preceitos que regem nossa convivência cotidiana, a
exemplo da Constituição Federal e o regimento escolar, a fim de
exercer sua cidadania.
Quando praticamos a cidadania, conhecendo nossos direitos
e deveres, dificilmente invadiremos o espaço do outro ou
desrespeitaremos o direito do próximo, o que por consequência
poderia advir atitudes violentas. Já a falta de regras e normas de
convivência num ambiente deixa-o vulnerável à prática de atitudes
conflituosas.

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Naomi Bolton fala da personalidade pró-ativa, onde “todos
os atributos positivos em um aluno derivam da proatividade. Os
alunos proativos mostram iniciativa e agem para atingir seus
objetivos. Esses alunos resolvem problemas e
tomam decisões para seu caminho educacional. Eles geralmente
se voltam para o empreendedorismo e vão bem em
cursos online onde precisam aceitar a responsabilidade por seu
aprendizado. Eles são, geralmente, autossuficientes e respeitam
prazos, não se distraem facilmente e podem trabalhar com
orientações limitadas. Eles também demonstram uma maior
percepção da qualidade de seu aprendizado.

8 - Papel da Família
“Os pais e a escola devem ter princípios
muito próximos para o benefício do
filho/aluno.” (Içami Tiba)

A escritora Tânia Zagury em seu livro Escola sem conflitos


revela que por mais de dois séculos, família e escola viveram uma
verdadeira lua-de-mel. O que a escola pensava era o que os pais
pensavam. A família endossava e confirmava toda e qualquer
determinação da escola. Com isso, para as crianças, existia uma
identificação e homogeneidade em relação às figuras de autoridade —
no caso, pais e professores. Diz que atualmente essa relação vem
sofrendo modificações, já não existe tanta harmonia e confiança entre
pais e educadores, "parece que os primeiros estão todo o tempo com
um pé atrás, supervisionando o que a escola faz, desconfiando de
professores, diretores e equipes pedagógicas", escreve a autora.
Segundo o filósofo Cortella é preciso lembrar que a
escolarização, dever da escola, é uma parte da educação, que é tarefa
da família.

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A família tem por dever e direito participar do processo de
ensino/aprendizagem do aluno, participar de reuniões pedagógicas,
acompanhar o desenvolvimento do filho, assistir a apresentações de
trabalhos quando convidada, participar de eventos comemorativos, ir
à escola buscar informações e comparecer sempre que solicitada.
É importante compreender que se a escola solicita o
comparecimento do responsável é porque ela é atuante e está
acompanhando o aluno, e isto é positivo.
Vale informar que os responsáveis têm amparo legal para
acompanhar a vida escolar do aluno. Caso o responsável necessite
estar presente na escola, ele pode justificar a ausência do trabalho para
não ter o dia descontado. Neste caso, ele precisará comprovar o
comparecimento à escola, conforme legislação vigente.

9 - Resgatando valores
Antes de falarmos em formas de lidar com as violências
manifestas, precisamos pensar como evitarmos ou minimizarmos os
conflitos nas relações interpessoais, pois a violência instalada vem,
antes de tudo, da falta de uma cultura de relações humanas
harmoniosas. Quando as relações humanas de uma instituição são
determinadas por regras claras de convivência, muitas atitudes
violentas podem ser evitadas; talvez até surjam divergências de ideias,
de opiniões, mas nada que o diálogo e o respeito à opinião alheia não
possam resolver sem precisar entrar em conflito.
Para Jussara de Barros, alguns valores podem ser
considerados como principais para a formação da cidadania, como:

- Cooperação: onde o aluno percebe que a troca de conhecimentos e


a sua participação são fundamentais para a concretização de uma
atividade;
- Sinceridade: quando buscamos confiança nos outros, mas
principalmente quando exercemos nossa própria sinceridade, estando
certos ou não em nossas ações;

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- Perdão: perdoar é não guardar ressentimento contra ninguém, é se
livrar das amarras impostas pelo rancor;
- Respeito: princípio básico para receber respeito. Quem não
desenvolve o hábito de respeitar os outros, acaba não sendo respeitado;
- Diálogo: para resolver impasses, divergências de opiniões, nada
melhor que o diálogo, a conversa de qualidade que coloca os pingos
nos “is”. Conversar, trocar ideias e buscar explicações sem acusar o
outro é uma forma de se livrar dos embaraços;
- Solidariedade: essa é a palavra que vincula afetivamente entre as
pessoas. Ser solidário é uma grande virtude, o sujeito demonstra sua
preocupação com o outro, ajudando a construir uma sociedade mais
justa;
- Não agredir: violência gera violência, isso todo mundo sabe,
portanto não se deve agredir ninguém com palavras e muito menos
fisicamente;
- Bondade: esta é uma forma de demonstrar respeito ao seu
semelhante. Ser bondoso e atencioso com as pessoas só faz com que
receba bondade dos outros. Bem diz o ditado “quem com ferro fere,
com ferro será ferido”, ou seja, a pessoa que causa o sofrimento do
outro, receberá o mesmo tratamento.

10 - As Redes de Atendimento
Rede de Proteção de Crianças e Adolescentes: é o conjunto
social constituído por atores e organismos governamentais e não
governamentais articulados e construídos com o objetivo de garantir
os direitos gerais ou específicos de uma parcela da população infanto-
juvenil.

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Fluxograma 1 - Rede de Proteção de Crianças e Adolescentes.

CRAS DEFENSO
BM RIA
CREAS
PÚBLICA JIJ

CAPS AD CT DENARC
CMDCA

PM

MP
CAPS I
CONEDCA

ESCOLA
DEAAI
CF
SEAS
CONEN

DP DPCA

HOSPITAIS
COMAD

UPAS SAMU

Verificando-se a impossibilidade de mediar e solucionar o


conflito no âmbito da escola, será necessário realizar o
encaminhamento às instâncias competentes, que são:
 O Conselho Tutelar, que possui a incumbência de
atender às crianças e adolescentes nos casos de ação ou omissão da
sociedade ou do Estado, por falta, omissão ou abuso dos pais ou
responsáveis, ou ainda, em razão de sua conduta;
 Os serviços públicos nas áreas de saúde nos casos de
sua competência;
 O Ministério Público, no caso de ocorrência de fato que
constitua infração administrativa ou penal, contra os direitos da
criança ou adolescente;
 Os programas de assistência social, em caráter
supletivo, e, ainda, serviços especiais de prevenção e atendimento
médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos,
exploração e abuso.

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11 - Atos de indisciplina praticados por alunos no ambiente
escolar

11.1 - O que são atos indisciplinares?


São todos os atos praticados pelos alunos em desacordo
com o regimento escolar ou código de disciplina escolar. Assim, todos
os crimes e atos infracionais são também atos indisciplinares, como
outros a serem definidos pela Comunidade Escolar. Tais atos e suas
penalidades devem ser registrados pela direção da escola, após o
procedimento administrativo simplificado de apuração da infração
disciplinar.

11.2 - Aluno (a) (criança ou adolescente) que apresenta um


desvio de conduta que caracterize indisciplina escolar:

Fluxograma 2 - Como proceder nos casos de INDISCIPLINA


ESCOLAR

2 – SERVIÇO DE
1 - PROFESSOR (A) ORIENTAÇÃO
ESCOLAR

4- REGISTRO EM
3 - DIREÇÃO DA
LIVRO PRÓPRIO
ESCOLA
DA ESCOLA

5 - ADVERTÊNCIA 6 - ADVERTÊNCIA
ORAL ESCRITA

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Passo a Passo:
 1º Passo: Professor (a) - Encaminhar o aluno (a) ao
Serviço de Orientação Escolar (SOE);
 2º Passo: Serviço de Orientação Escolar - Não
solucionado o conflito, encaminhar o Aluno (a) a Direção da Escola;
 3º Passo: Direção da Escola – Comunicar o fato aos
Pais ou responsáveis pelo aluno (a), fazer o registro no livro de
ocorrências da escola;
 4º Passo: Livro de Registro de Ocorrências - A
Escola deverá abrir um livro próprio para o registro de todas as
ocorrências tratadas.
A prática de atos infracionais ou de indisciplina não pode
resultar na aplicação, por parte das autoridades escolares, de sanções
que impeçam o exercício do direito fundamental à educação por parte
das crianças ou adolescentes acusados. Estes deverão ser submetidos,
pelos órgãos competentes, a uma completa avaliação sob o ponto de
vista pedagógico e psicológico, de modo a apurar as necessidades
especiais que porventura apresentem. Posteriormente deverão ser
encaminhados aos programas de orientação, apoio, acompanhamento
e tratamento adequados à sua peculiar condição (conforme art. 100, da
Lei n. 8.069/90);
 5º Passo: Advertência Oral – Sanção aplicada pela
direção da escola, ao (a) aluno (a) que tenha praticado infração
disciplinar de acordo com o previsto no regimento interno da escola;
 6º Passo: Advertência Escrita - Sanção aplicada pela
direção da escola, ao aluno (a) que tenha praticado infração disciplinar
de acordo com o previsto no regimento interno da escola.

12 - Atos infracionais praticados por crianças no ambiente escolar

12.1 - O que são Atos Infracionais?


Atos infracionais são as condutas praticadas por crianças

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ou adolescentes descritas nas legislações penais como crimes ou
contravenções. Nesse ponto, a definição é prevista na lei, precisamente
no art. 103 do ECA.
Ato infracional é todo crime ou contravenção penal
praticados por criança ou adolescente, dentro ou fora das escolas.
Aqui, diferentemente do ato de indisciplina, não existe a
regulamentação territorial ou funcional do ambiente escolar. O ato
infracional ocorre em qualquer lugar no território nacional, inclusive
dentro das escolas, fato que exige tratamento diferenciado das
instituições de ensino.

Observação:
 Criança: Considera-se criança toda pessoa até 12
(doze) anos de idade incompletos.
 Adolescente: Considera-se adolescente toda
pessoa entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos de idade
incompletos.

12.2 - Atos Infracionais praticados por crianças no ambiente


escolar
Caso o praticante do ato infracional seja criança, pessoa
com até 12 anos, incompletos (art. 2º do ECA), a direção da escola
deverá conduzir o (a) infrator(a) imediatamente ao Conselho Tutelar,
por força do art. 101 e 105 do ECA. O órgão público municipal
colegiado procederá à análise dos fatos e, em seguida, se demonstrada
à responsabilidade do infrator, aplicará à criança e à sua família, as
medidas de proteção previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente.

12.3 - O que fazer quando uma criança pratica um ato


infracional?
Quando uma criança pratica um ato infracional (art. 105),

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jamais, em hipótese alguma, ela deverá ser conduzida à Delegacia de
Polícia. O encaminhamento deve ser feito ao Conselho Tutelar.

12.4 - Não cabimento de registro de boletim de ocorrência


junto à autoridade policial, nos casos de ato infracional
praticado por criança.
A criança (pessoa até 12 anos incompletos), se praticar algum
ato infracional, será encaminhada ao Conselho Tutelar e estará sujeita
às medidas de proteção previstas no art. 101; o adolescente (entre 12
de 18 anos), ao praticar ato infracional, estará sujeito a processo
contraditório, com ampla defesa. Após o devido processo legal,
receberá ou não uma “sanção”, denominada medida socioeducativa,
prevista no art. 112, do ECA.

12.5 - Aluno (a) criança que tenha praticado ato infracional no


ambiente escolar:

Fluxograma 3 - Como proceder nos casos de atos infracionais


praticados por crianças no ambiente escolar.

2 - Orientação
1 – Comunicante
Escolar

4- Livro de Registro 3 - Direção da


de Ocorrências da
Escola Escola

6 - Conselho
5 - Pais Tutelar

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Passo a Passo:
 1º Passo: Comunicante - Encaminhar o aluno (a) ao
serviço de orientação escolar;
 2º Passo: Serviço de Orientação Escolar -
Identificado que o fato praticado pela criança caracteriza ato
infracional, encaminhar o aluno (a) a direção da escola;
 3º Passo: Direção da Escola – Comunicar o fato aos
pais ou responsáveis pelo aluno (a), acionar o Conselho Tutelar, fazer
o registro no livro de ocorrências da escola;
 4º Passo: Livro de Registro de Ocorrências - A
escola deverá registrar em livro próprio o ato infracional praticado pela
criança no ambiente escolar;
 5º Passo: Pais ou Responsáveis – Deverão comparecer
a escola e acompanhar todas as fases de apuração do ato infracional
praticado pela criança junto ao Conselho Tutelar;
 6º Passo: Conselho Tutelar – A direção da escola
deverá acionar o Conselho Tutelar para que ele faça o
acompanhamento do ato infracional praticado pela criança.

13 - Atos infracionais praticados por adolescentes no ambiente


escolar
O ato infracional, conduta descrita na lei como crime ou
contravenção penal, praticado por adolescente entre 12 e 18 anos no
interior da escola, deve ser analisado pela direção com base em sua
gravidade, a fim de que seja realizado o encaminhamento correto.
Verificados os casos de prática de ato infracional no
ambiente escolar independente da gravidade do fato corrido, devem
estes ser levados ao conhecimento da autoridade policial, para que esta
providencie a elaboração do Boletim de Ocorrência e a requisição dos
laudos necessários à comprovação da materialidade do fato.

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13.1 - Aluno (a) Adolescente que tenha praticado ato
infracional no ambiente escolar:

Fluxograma 4 - Como proceder nos casos de atos infracionais


praticados por adolescentes no ambiente escolar

Passo a Passo:
 1º Passo: Comunicante - Encaminhar o aluno (a) que
tenha praticado ato infracional ao serviço de orientação escolar;
 2º Passo: serviço de orientação escolar – verificado
que o fato praticado pelo aluno (a) adolescente caracteriza ato
infracional, deverá encaminhar o aluno (a) à direção da escola;
 3º Passo: direção da escola – Comunicar o fato aos
pais ou responsáveis pelo aluno (a), acionar a Polícia Militar e fazer o

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registro no livro de ocorrências da escola;
A direção da escola deverá observar que nem todo ato
infracional requer o apoio da Polícia Militar. A direção da escola, de
preferência com os pais, podem se dirigir à Delegacia de Polícia Civil
para fins de registro da ocorrência. Na falta dos pais ou responsáveis,
a direção da escola deverá acionar o Conselho Tutelar, que
representará a família;
 4º Passo: Pais ou responsáveis – Ao ser acionado pela
direção da escola, deverá fazer se presente na escola, bem como,
acompanhar o registro e apuração da violação de direitos praticados
contra a criança e/ou adolescente junto a Delegacia de Polícia
especializada. Na falta dos pais ou responsáveis legais, por não terem
sido localizados, acionar o Conselho Tutelar, que representará a
família;
Conforme a gravidade de conduta deverá ser avaliada a
necessidade de apresentação imediata na delegacia, podendo o ato ser
informado posteriormente via ofício com o encaminhamento de
relatório do setor competente da escola e os dados do aluno envolvido,
não excluindo a necessidade da aplicação das medidas administrativas
cabíveis, a exemplificar o crime de injúria, neste caso a delegacia
efetuará o registro de ocorrência de ofício.
 5º Passo: Livro de registro de ocorrências - A escola
deverá registrar o ato infracional praticado pelo (a) adolescente no
livro de registro de ocorrências da escola.
 6º Passo: Polícia Militar – Os Policiais Militares
deverão encaminhar o (a) aluno (a) infrator, se necessário,
primeiramente ao hospital ou a Unidade de Pronto Atendimento –
UPA, caso encontre-se lesionado, posteriormente registrar a
ocorrência na Delegacia Especializada de Apuração de Atos
Infracionais – DEAAI ou Central de Flagrante (capital), caso não haja
delegacia especializada, encaminhar o adolescente a Delegacia de
Polícia da área. (interior do Estado).

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Em casos mais graves praticados pelos adolescentes, o
Policial Militar irá registrar a ocorrência na Delegacia de Polícia da
Infância e Juventude que entregará o adolescente aos pais sob
compromisso de apresentação ao Promotor de Justiça.
 7º Passo: Hospital ou Unidades de Pronto
Atendimento - Atenderá o (a) aluno (a) adolescente que se encontra
lesionado ou necessite de atendimento médico;
 8º Passo: Delegacia Especializada de Apuração de
Atos Infracionais – DEAAI – Central de Flagrantes e Delegacias
de Polícias – Deverá registrar todos os casos de atos infracionais
praticados por adolescentes, posteriormente encaminhar o
procedimento de apuração de ato infracional ao Ministério Público;
 9º Passo: Ministério Público - Promoverá o início do
processo para apuração da prática de atos infracionais, mediante a
representação.
13.2 - Medidas Socioeducativas previstas para adolescentes em
conflito com a lei
Conforme o Estatuto da criança e do adolescente – ECA,
no seu Art. 112, verificada a prática de ato infracional, a autoridade
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semiliberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a
sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da
infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será
admitida a prestação de trabalho forçado.

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§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência
mental receberão tratamento individual e especializado, em local
adequado às suas condições.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99
e 100.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II
a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria
e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos
termos do art. 127.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre
que houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.

14 - Crianças e adolescentes vitimados


O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº
8069, de 13/07/1990 - ECA) modificou a leitura da sociedade sobre a
situação jurídico social destas pessoas em desenvolvimento. Sabe-se
que a simples determinação legislativa não tem o condão de modificar
a consciência da coletividade, mas a partir do ECA crianças e
adolescentes são sujeitos de direito.
Cabe aos profissionais diretamente envolvidos com eles
ter olhos e ouvidos aguçados. O Estatuto da Criança e do Adolescente
- ECA, quando define os crimes em espécie e as infrações
administrativas exige, de todos os profissionais, consciência dos
direitos das crianças e dos adolescentes, principalmente dos
educadores, cujas responsabilidades frente a estas pessoas especiais
podem permitir o questionamento das atitudes dos próprios pais ou
responsáveis.
A legislação federal deixa clara a obrigação e a
abrangência do sujeito ativo: todos nós.

"Art. 18. É dever de todos velar


pela dignidade da criança e do
adolescente, pondo-os a salvo de

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qualquer tratamento desumano,
violento, aterrorizante, vexatório
ou constrangedor." (ECA).

Esses direitos ao longo da evolução social têm ganhado


uma enorme amplitude, já que se faz necessário a proteção desses seres
humanos hipossuficientes que não detém a capacidade para se
defender sozinho. Hoje esta proteção é trabalho conjunto da sociedade
e resultado do conhecimento e do adequado atendimento à sua saúde
física e mental.

Art. 245. Deixar o médico, professor ou


responsável por estabelecimento de atenção à
saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou
creche, de comunicar à autoridade competente
os casos de que tenha conhecimento,
envolvendo suspeita ou confirmação de maus-
tratos contra criança ou adolescente:
Pena - multa de três a vinte salários de
referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência. (ECA)

14.1 - Responsabilidades dos educadores


Os educadores, além dos familiares, são os adultos que
possuem maior possibilidade de verificarem quaisquer modificações
no estado físico e psicológico das crianças e dos adolescentes, tendo
em vista a proximidade e o convívio diário.
É obrigação da Escola e do educador, após tomar
conhecimento da possível ocorrência de abuso ou agressão, comunicar
à autoridade competente. Cabe à direção do estabelecimento de ensino
nos termos do art. 56 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

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"Art. 56 – Os dirigentes de estabelecimentos de
ensino fundamental comunicarão ao Conselho
Tutelar os casos de:
I – maus tratos envolvendo seus alunos;..."

A comunicação de fatos ou suspeitas deve ser feita ao


Conselho Tutelar, do exato teor do que for relatado pela criança e ou
adolescente. Não pode ser considerada divulgação o relato de qualquer
circunstância ou fato relacionado à informação prestada – nos exatos
termos que impõe o dever funcional e o Estatuto da Criança e do
Adolescente – ao Conselho Tutelar.
A Escola e o seu dirigente não podem deixar de comunicar
ao órgão competente para que este busque apurar o fato. A
comunicação não fere qualquer direito do aluno ou de seus familiares,
ao contrário, exerce um dever adstrito ao direito de proteção da pessoa
em peculiar estado de desenvolvimento. Há o exercício de um dever,
ao qual está vinculado de forma direta em face de sua atividade
profissional.
Hélio de Oliveira Santos, 2002, p. 738, ao comentar o art.
245 do ECA ratifica a necessidade de comunicação dizendo:

"Aos profissionais elencados na lei cabe à notificação


da suspeita de verificação do ato abusivo a um órgão de
proteção à criança e ao adolescente, imediatamente ou
o mais rápido possível, por telefone, preparando, a
seguir, um breve relatório a ser encaminhado. A
ausência de um telefonema imediato ou notificação por
escrito estará sujeita à punição penal e administrativa
prevista. Tal notificação não significa um
procedimento civil ou criminal, a ser iniciado contra o
suspeito pelo ato abusivo. Há necessidade de pronta
verificação do ato e sua veracidade, por profissionais
técnicos da área de proteção à criança, podendo a

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mesma ser submetida a exames médico-legais, por
decisão da Justiça. A notificação telefônica ou por
escrito será individual, não podendo ser impedida por
supervisores, administradores ou donos de
estabelecimento."
A autoridade competente para realizar a verificação da
veracidade dos fatos é o Conselho Tutelar, pois este órgão poderá
requisitar serviços adequados para buscar a verdade e proteger a
criança e o adolescente, podendo determinar a realização do
tratamento adequado.

14.2 - Aluno (a) Vitimizado (a): Criança ou adolescente


vitimizados que sofreram algum tipo de lesão corporal, abuso
sexual, maus tratos ou que tenham seus direitos violados:

Fluxograma 5 - Como proceder nos casos de CRIANÇAS E


ADOLESCENTES VITIMIZADOS

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Passo a passo:
 1º Passo - Comunicante: Após tomar conhecimento ou
identificado quaisquer violações de direitos da criança e do
adolescente, deverá encaminhar o aluno (a) ao serviço de Orientação
Escolar.
Os educadores, além dos familiares, são os adultos que
possuem maior possibilidade de verificarem quaisquer modificações
no estado físico e psicológico de crianças e de adolescentes, tendo em
vista a proximidade e o convívio diário.
 2º Passo - Serviço de Orientação Escolar: Após ouvir
o relato da criança ou adolescente vitimizado, encaminhar o caso para
a Direção da Escola;
 3º Passo - Direção da Escola: Direção da Escola
deverá acionar os pais ou responsáveis pela criança e ou adolescente e
cientificá-los do fato ocorrido com o aluno (a). Caso confirmado o
abuso ou a violação de direitos, acionar o Conselho Tutelar e a Polícia
Militar para fins de registro da ocorrência na Delegacia de Polícia.
É obrigação da Escola e do educador, após tomar
conhecimento de possível ocorrência de abuso ou agressão, comunicar
à autoridade competente. A Escola e o seu dirigente não podem deixar
de comunicar ao órgão competente para que este busque apurar o fato.
A comunicação de fatos ou suspeitas deve ser feita ao Conselho
Tutelar, do exato teor do que for relatado pela criança e ou adolescente.
 4º Passo - Pais ou Responsável: Ao ser acionado pela
direção da escola, deverá se apresentar na escola, bem como,
acompanhar o registro e apuração da violação de direitos praticados
contra a criança e/ou adolescente junto a Delegacia de Polícia
especializada. Na falta dos pais ou responsáveis legais, por não terem
sido localizados, acionar o Conselho Tutelar, que representará a
família;
 5º Passo - Conselho Tutelar: O Conselho Tutelar
deverá, após tomar conhecimento do fato ocorrido, encaminhar a

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família e a criança e ou adolescente para um serviço de atendimento
onde pessoas com competência técnica podem buscar a verdade, sem
causar mais traumas, e aplicar outras medidas de proteção adequadas
ao caso, inclusive encaminhar o caso ao MP para que se peça a
aplicação de outras medidas de sua atribuição, tais como o
acolhimento institucional da criança e/ou adolescente.
 6º Passo - Polícia Militar: Caso a criança ou
adolescente vitimizado necessite de atendimento médico, devera ser
conduzida a Unidade de Pronto Atendimento - UPA ou Hospital. Em
seguida, faz-se o registro da ocorrência na Delegacia Especializada de
Proteção a Criança e ao Adolescente – DEPCA ou na Delegacia de
Polícia da área;
 7º Passo - Unidade de Pronto Atendimento – As
Unidade de Pronto Atendimento, Postos de Saúde ou Hospitais,
deverão priorizar o atendimento da criança ou adolescente vitimizado
(a);
 8 º Passo - Delegacia de Proteção da Criança e do
Adolescente/DPCA ou DP: Em se tratando de crime ou ato infracional
cometido contra criança ou adolescente, ou seja, que tenha como vítima
criança ou adolescente, e cuja circunstância exija maior cuidado para
que não se agravem as consequências emocionais ou psicológicas na
vítima, deve-se comunicar o fato à Delegacia de Proteção à Criança e
ao Adolescente – DPCA, que certamente irá ouvir a vítima da forma
mais adequada, com o suporte de psicólogos e profissional treinados.
Esse procedimento deve ser adotado, por exemplo, quando se tratar de
crimes sexuais contra criança ou adolescente.

15 - Crimes e Contravenções Penais mais comuns praticados no


Ambiente Escolar

15.1 - O que são Crimes e Contravenções?


• Crimes são condutas ilícitas descritas nas legislações

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penais como tais e praticadas por pessoas que possuem ao menos 18
anos de idade.
• Contravenções são ilícitos menos graves que os crimes.
Para ambos os ilícitos (crimes e contravenções), a legislação indica
quais são as penas aplicáveis em caso de condenação.
Pessoa com idade de 18 anos ou mais é considerada maior
para efeitos penais. Conforme já exposto, os ilícitos compreendem
crimes, contravenções e atos infracionais. Os atos infracionais são os
crimes e contravenções cometidos por crianças e adolescentes.

15.2 - Crimes que mais ocorrem no ambiente escolar:


a) Dano - Artigo 163, do Código Penal:
“Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia”.
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Exemplos: Um aluno que danifica um orelhão, quebrando-o.
Observação: Em se tratando de escolas públicas, o patrimônio será da
União, Estado ou Município. Assim, o crime será de dano qualificado,
cuja pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
b) Pichação - Artigo 65, da Lei nº 9.605/98:
“Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou
monumento urbano”.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
c) Porte de Arma - Artigo 14, Lei 10.826/03:
“Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter,
empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar.”
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
d) Uso de entorpecentes - Art. 28 da Lei 11. 343/06.
“Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido

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às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo.
e) Tráfico de entorpecentes - Art. 33 da Lei 11.343/06:
“Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,
vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar.”
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
f) Ameaça - Art. 147 do Código Penal.
“Ameaçar alguém por palavras escritas ou gesto ou qualquer outro
meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave”.
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
g) Lesão Corporal - Art. 129 do Código Penal.
“Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem”:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
h) Rixa - Art. 137 do Código Penal.
“Participar de rixa, salvo para separar os contendores”.
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa.
Observação: Rixa é a luta entre três ou mais pessoas, com violências
físicas recíprocas.
i) Estupro - Art. 213. da Lei nº 12.015.
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique
outro ato libidinoso.”
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a
vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

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§ 2o Se da conduta resulta morte:
“Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.” (NR)
j) Crimes sexuais contra vulnerável - Art. 218. da Lei nº 12.015.
“ Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de
outrem.”
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
k) Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração
sexual. - Art. 228. da Lei nº 12.015.
“Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de
exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a
abandone.”
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado,
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da
vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado,
proteção ou vigilância:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
l) Difamação - Artigo 139 do Código Penal:
“Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação”.
Pena – detenção, de 03 (meses) a 01 (ano), e multa.
Exemplo: Imputar, atribuir, a alguém de fato ofensivo a sua reputação,
seja o fato falso ou verdadeiro.
m) Injúria - Artigo 140 do Código Penal:
“Injuriar alguém ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro”.
Pena – detenção, de 01 (um) a 06 (seis) meses, ou multa.
Exemplos: ofender, falar mal, utilizar palavras depreciativas.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que por sua
natureza ou pelo meio empregado, se consideram aviltantes:
Pena – detenção, de 03 (três) meses a um 01 (ano), e multa, além da
pena correspondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça,
cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora
de deficiência:

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Pena – reclusão, de 01 (um ano) a 03 (três) anos, e multa.
n) Constrangimento Ilegal - Artigo 146 do Código Penal.
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois
de haver lhe reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não
manda.”
Pena – detenção, de 03 (três) meses a 01 (um) ano, ou multa.

15.3 – Contravenções penais que mais se verificam em escolas:


a) Perturbação do trabalho ou do sossego alheios
“Perturbar alguém, o trabalho ou sossego alheios.” - Art. 42 da Lei
nº 3688/41.
I - com gritaria ou algazarra;
II – (...)
III - abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV – (......)
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.
“Importunar alguém, em lugar público, de modo ofensivo ao pudor”.
- Art. 61 da Lei nº 3688/41.
b) Embriaguez:
“Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que
cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia”.
Art. 62 da Lei de Contravenções Penais.
c) Omissão de comunicação de crime:
“Deixar de comunicar à autoridade competente: - Crime de ação
pública que teve conhecimento no exercício de função pública, desde
que a ação penal não dependa de representação.” Art. 66 da Lei de
Contravenções Penais.

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15.4 - Aluno (a) Adulto (a) maior de 18 anos de idade, que tenha
praticado crime ou contravenção penal em flagrante delito no
ambiente escolar:

Fluxograma 6 – Como proceder nos casos de CRIMES


PRATICADOS POR ALUNOS (A) ADULTOS
(A) no Ambiente Escolar.

2 – Serviço de 3 - Direção da
1 – Comunicante Orientação Escola
Escolar (SOE)

6 - Livro de
5 - Central de 4 - Polícia Registro de
Flagrantes/DP Militar Ocorrências da
Escola

7 - Gabinete
da SEDUC

Passo a Passo
 1º Passo - Comunicante: Qualquer pessoa que
presenciar ou tomar conhecimento da prática de ilícito penal no
ambiente escolar, deverá comunicar o fato imediatamente ao Serviço
de Orientação Escolar ou à Direção da Escola;
 2º Passo - Serviço de Orientação Escolar: Após ouvir
o relato do comunicante, encaminhar o caso para a Direção da Escola;

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 3º Passo - Direção da Escola: A direção da escola
deverá acionar a Polícia Militar para realizar o registro da Ocorrência
junto a Central de Flagrantes (capital) ou Delegacia de Polícia (interior
do Estado);
 4º Passo - Polícia Militar: - Deverá prender o aluno (a)
que tenha praticado crime ou contravenção penal em flagrante delito
no ambiente escolar, arrolar testemunhas e conduzir as partes
envolvidas para a Central de Flagrantes (capital) ou Delegacia de
Polícia (interior do Estado);
 5º Passo - Central de Flagrantes ou Delegacia de
Polícia: Depois de ouvidas as partes envolvidas no crime ou
contravenção praticada no ambiente escolar, darão início ao Inquérito
Policial ou Termo Circunstanciado, para as infrações penais de menor
potencial ofensivo, tal como definido na Lei nº 9.099/95;
 6º Passo - Registro no Livro de Ocorrências da
Escola – A Direção da Escola deverá registrar o fato ocorrido no Livro
de Ocorrências da Escola e informar ao Gabinete da SEDUC através
de Ofício, contendo em anexo, o relatório com todos os dados do crime
ou contravenção praticado no ambiente escolar, bem como, a cópia do
Boletim de Ocorrência da Central de Flagrantes (capital) ou da
Delegacia de Polícia;
 7º Passo - Gabinete da SEDUC: O Gabinete da
SEDUC, depois de receber a comunicação do crime ou contravenção
praticada no ambiente escolar tomará todas as medidas administrativas
e/ou judiciais que o caso requer.

16 - Servidor (a) público (a) que tenha praticado no exercício da


função, infração administrativa no ambiente escolar:

Fluxograma 7 - Como proceder nos casos de infração


administrativa praticadas pelo (a) servidor (a)
público (a) no ambiente escolar.

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2 - Direção da
1 - Comunicante
Escola

4 - Gabinete da 3 – Coordenadoria
SEDUC Regional de
Educação - CRE

5 – Comissão de
6 - Corregedoria
Tomada de Conta
Geral de
Especial e
Administração SEAD
Sindicância - CTCE

Passo a Passo
 1º Passo - Comunicante: Qualquer pessoa que
presenciar ou tomar conhecimento da prática de infração
administrativa no ambiente escolar por parte de Servidor (a) Público,
deverá comunicar o fato imediatamente à direção da escola;
 2º Passo - Direção da Escola: A Direção da Escola
deverá comunicar através de ofício a Coordenadoria Regional de
Educação - CRE, a infração administrativa praticada pelo (a) servidor
(a) público (a) no ambiente escolar, contendo todas as informações
sobre o fato ocorrido;
 3º Passo – Coordenadoria Regional de Educação –
CRE/SEDUC: A CRE depois de receber a denúncia por parte da
direção da escola, a encaminhará através de ofício para o Gabinete da
Secretaria de Estado de Educação – SEDUC;

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 4º Passo – Gabinete da SEDUC: O Gabinete da
Secretaria de Estado da Educação – SEDUC por sua vez, depois de
receber a denúncia, a encaminhará para a Comissão de Tomada de
Conta Especial e Sindicância – CTCE/SEDUC, e dependendo da
gravidade do fato apurado, a SEDUC encaminhará para a Secretaria
de Estado da Administração – SEAD toda a documentação referente a
infração Administrativa praticado (a) pelo (a) servidor (a) público (a)
no ambiente escolar, para fins de abertura de Processo Administrativo;
 5º Passo – Comissão de Tomada de Conta Especial
e Sindicância – CTCE/SEDUC: A Comissão de Tomada de Conta
Especial e Sindicância – CTCE/SEDUC instaurará uma sindicância
administrativa com o objetivo de apurar a gravidade da infração
administrativa praticada pelo (a) servidor (a) público (a), e conclusos
os autos de sindicância administrativa, relatará a Corregedoria Geral
da SEAD sobre as sanções administrativas que o caso requer;
 6º Passo – Corregedoria Geral da SEAD: Recebida a
denúncia por parte da SEDUC/RO, informando sobre a prática de
infração administrativa pelo (a) servidor (a) publico (a) no ambiente
escolar, será instaurado o Processo Administrativo, objetivando apurar
as denúncias encaminhadas pela da Secretaria de Estado da Educação
– SEDUC, que aplicará as sanções administrativas previstas em lei;

17 - Perguntas e respostas sobre segurança nas escolas

17.1 - O que é o Perímetro Escolar de Segurança?


O Perímetro Escolar de Segurança compreende toda a área
contígua aos estabelecimentos e ensino da rede pública e particular.
Nos municípios onde não houver regra oficial estabelecida, o
Perímetro Escolar de Segurança abrangerá uma faixa de 100 (cem)
metros de extensão a partir dos portões de acesso de estudantes na área
em que se situa o estabelecimento de ensino.
Dentro da área do Perímetro Escolar de Segurança, de

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acordo com o código de posturas do município, o poder público deve
disciplinar a instalação de vendedores ambulantes e de
estabelecimentos, regulares ou informais, que comercializem bebidas
alcoólicas, cigarros, fogos de artifício, combustíveis, medicamentos,
animais e quaisquer tipos de jogos, em especial os jogos eletrônicos.

17.2 - O que fazer se a escola perceber a existência dessas


atividades dentro do Perímetro Escolar de Segurança?
A escola deverá buscar informações junto à Prefeitura
Municipal sobre a existência de regulamentação própria acerca do
Perímetro Escolar de Segurança. Se houver proibição municipal
expressa a essas atividades, a direção deverá notificar o órgão de
fiscalização da Prefeitura.
Caso não haja regulamentação municipal sobre o
Perímetro Escolar de Segurança ou, mesmo havendo, se tais atividades
estiverem causando transtorno ao ambiente escolar ou estimulando
comportamentos de risco no entorno da escola, como jogos ou
embriaguez, a Polícia Militar (190) deverá ser acionada.

17.3 - Quais são as responsabilidades da escola em relação aos


alunos, quando estes estão em suas dependências?
Cabe à escola proteger os estudantes durante seu período
de permanência nos prédios escolares e em horário de aula. Essa
responsabilidade sobre os alunos abrange igualmente o caso das
atividades complementares, regulares ou extraordinárias, dentro ou
fora da escola (recreação, excursões, visitas monitoradas, grupos de
estudo, oficinas culturais e artísticas, jogos ou campeonatos
esportivos, laboratórios, etc.). A responsabilidade da escola se estende
aos danos que um aluno cause a terceiros, mas, neste caso, a escola
pode entrar com uma ação de regresso para que a família do aluno que
causou danos faça o ressarcimento à escola.
Não há responsabilidade da instituição educacional para
com os alunos fora das dependências da escola, terminado o seu turno

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de aulas. Neste caso, se os estudantes estiverem dentro do Perímetro
Escolar de Segurança, a responsabilidade pela sua proteção é do
policiamento escolar e dos órgãos de segurança pública.

17.4 - A escola é responsável pelo aluno durante seu trajeto de


casa para a escola e vice-versa?
Essa responsabilidade existe apenas se os alunos estiverem
em veículo oferecido pela escola ou por terceiros, em seu nome. Não
há responsabilidade da instituição educacional no caso do uso de
transporte próprio, público ou a pé.

17.5 - Nos casos em que a escola dispensa os alunos antes do


horário formal de término das aulas, existe responsabilidade?
A escola deve procurar conhecer e observar a rotina de
organização e as condições da família no processo de recepção e
entrega da criança e/ou adolescente nas atividades escolares. Se a
criança e/ou adolescente é deixado (a) no estabelecimento de ensino
por seus pais ou responsáveis, a responsabilidade da escola cessa
quando lhes for entregue o aluno ao término das aulas ou das
atividades complementares.
Se o aluno vai sozinho à escola e retorna sozinho à sua
casa, a responsabilidade da instituição educacional cessa quando soa
o sinal de saída e o aluno deixa o prédio escolar.
Contudo, quando houver a previsão de dispensa dos alunos antes do
horário regular de término das aulas, a escola deverá cientificar
formalmente os pais ou responsáveis, com a devida antecedência,
observada a rotina de chegada e saída dos alunos.

17.6 - Se ocorrer um acidente com os estudantes, o professor


pode ser responsabilizado?
Em todos os acidentes que envolverem estudantes durante
as atividades escolares, regulares ou ocasionais, a direção da escola ou
a Secretaria da Educação, conforme os casos devem instaurar os

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procedimentos apuratórios previstos na legislação. No caso da escola
pública, se comprovada à culpabilidade do professor ou de qualquer
outro membro da equipe escolar ou mesmo de terceiros que tenham
agido em seu nome, cabe ao Estado responder pelas ações ou omissões
que resultaram no acidente. A responsabilidade, ou não, do professor
será apurada em sindicâncias e processos disciplinares internos da
Administração, e, caso comprovada, a Secretaria da Educação tomará
as medidas cabíveis.

17.7 - O que fazer com os alunos que tem, reiteradamente,


faltas injustificadas?
É exigência legal que, para sua aprovação, ao final do ano
letivo, o aluno tenha comprovadamente frequentado um mínimo de
75% das aulas. Caso a direção da escola perceba que o aluno falta com
frequência sem as devidas justificativas, deve convocar os pais ou
responsáveis para averiguar a causa das ausências e buscar soluções e
encaminhamentos para sanar o problema.
Caso não consiga sensibilizar os pais ou responsáveis, a
questão do absenteísmo passa a configurar negligência com a criança
ou o adolescente, e é dever da direção escolar oficiar o Conselho
Tutelar, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.

17.8 - Na falta dos pais, quem pode representar os interesses do


aluno?
Na ausência dos pais, o aluno poderá ser representado por
um irmão ou irmã maior de 18 anos de idade, tias, tios, avós, avôs
maternos ou paternos como seus responsáveis e, na ausência de seus
familiares diretos, por alguém que seja titular de sua guarda ou tutela,
conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.

17.9 - Os pais ou os responsáveis têm acesso irrestrito às


dependências da escola?
Como todos os locais públicos, a escola é aberta, mas há

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regras que devem ser cumpridas para garantir a segurança de todos, a
integridade dos prédios e equipamentos escolares e a tranquilidade
para o desenvolvimento adequado das atividades de ensino e
aprendizagem.
Toda vez que alguém desejar entrar em uma escola
pública, deve dirigir-se à secretaria escolar, apresentar-se e explicar
suas intenções, para que a direção da escola possa se manifestar quanto
à autorização em cada um dos casos.
Ressalta-se que é dever e direito dos pais e/ou
responsáveis participarem do processo pedagógico e conhecer a rotina
escolar (Art. 53 do ECA).

17.10 - O que fazer se um aluno, pai ou responsável difamar,


injuriar ou caluniar um colega, um professor ou a escola?
Quem quer que atente contra a honra de alunos,
professores, funcionários e pais, ou colabore na divulgação de
informações inverídicas no intuito de prejudicar pessoas ou
instituições por quaisquer meios (inclusive virtuais), devem responder
pelos seus atos perante o Poder Judiciário, seja ou não menor de 18
anos de idade. Sendo passíveis de registro de ocorrência, por serem
crime contra a honra, previsto no código penal: calúnia (artigo 138,
Difamação artigo 139, injúria artigo 140).

17.11 - Como garantir que os pais ou responsáveis conheçam


as normas escolares, principalmente aquelas relacionadas às
condutas dos alunos?
A escola deve distribuir aos alunos o Regimento Escolar e
as Normas de Conduta Escolar, preferencialmente no momento da
matrícula, solicitando aos pais ou responsáveis que atestem seu
recebimento.

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17.12 - Quais medidas disciplinares podem ser adotadas pela
escola junto ao aluno?
As medidas disciplinares são aquelas previstas nas normas
gerais de conduta escolar e no regimento escolar, que devem ser
divulgados por todos os meios disponíveis e permanecer à disposição
de todos nas dependências da escola para consulta e reprodução,
sempre que solicitado.
Todas as medidas disciplinares devem ser aplicadas de
modo a privilegiar o sentido pedagógico da sanção, o reforço das
condutas positivas e a compreensão da necessidade de contenção dos
comportamentos indevidos para preservar a segurança de todos no
ambiente escolar.

17.13 - Por que a equipe escolar deve sempre registrar as


ocorrências escolares nos sistemas apropriados?
As informações contidas nos registros de ocorrência
escolar respaldarão a direção com relação às ocorrências que
envolvem alunos, professores e servidores da instituição educacional
e subsidiarão a apuração dos fatos nos âmbitos administrativo e penal.
Dessa forma, todas as informações devem ser registradas
com cuidado e atenção, de modo a refletir exatamente o ocorrido: a
descrição dos fatos, a identificação das pessoas envolvidas (quando
possível), os danos eventualmente observados, os encaminhamentos
às instâncias competentes e as providências tomadas para a solução do
caso.
Ressalta-se que o registro de ocorrências escolares nos
sistemas da Secretaria da Educação não substitui a lavratura de
Boletim de Ocorrência no Distrito Policial ou a comunicação às
autoridades administrativas, nem o encaminhamento aos serviços de
proteção da criança e do adolescente, conforme previsto em lei.

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17.14 - A polícia pode entrar na escola?
Sim. Em casos de flagrante delito, perseguição ou grave
perturbação da ordem, a polícia pode entrar na escola sem prévia
autorização, porém a direção da escola deve ser comunicada. Nas
situações cotidianas, a polícia poderá entrar na escola sempre que
acionada ou autorizada pela direção.
Caso a polícia necessite realizar buscas por armas, drogas
e similares junto às pessoas sob responsabilidade da instituição
educacional ou decida investigar os ambientes da escola, cabe à
direção designar responsáveis para acompanhar a ação policial.

17.15 - O que fazer se a escola receber ameaça de bomba?


A direção deve acionar imediatamente a Polícia Militar
(190) e, após a apuração dos fatos, a ocorrência deve ser registrada no
Distrito Policial mais próximo. O fato também deve ser registrado nos
sistemas de registro de ocorrências escolares da Secretaria da
Educação.

17.16 - Pode haver vigilância e monitoramento na escola?


Sim, para proteger os alunos, a equipe escolar e a
comunidade, bem como para evitar ameaças e atentados contra a
integridade do patrimônio público, como atos de vandalismo e demais
agressões que possam prejudicar a tranquilidade e o bom andamento
das atividades escolares.

17.17 - O que fazer se um aluno agredir verbal ou fisicamente


um colega ou servidor?
Primeiramente, cabe à instituição educacional, por meio
de seu corpo técnico, mediar à situação de agressão de modo a garantir
a integridade física e emocional dos envolvidos.
A violência não deve ser tolerada no ambiente escolar e,
embora nem sempre seja possível evitá-la, cabe à escola e aos pais ou
responsáveis agirem na sua contenção, privilegiando o diálogo e
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promovendo oportunidades de solucionar conflitos de forma pacífica
e construtiva. No mais, deverão ser tomadas as providências cabíveis
como explicado neste manual (Vide fluxograma de folhas). Trabalhar
nos Círculos Restaurativos nº 24, 29 e 33).

17.18 - O que fazer se for detectado um aluno com drogas na


escola?
O uso de drogas e seu tráfico são crimes (artigos 28 e 33
da Lei Federal nº 11.343/06). Independente da idade do aluno, a
Polícia Militar (190) deverá ser acionada, para que sejam tomadas as
providências cabíveis. A ocorrência também deve ser registrada nos
sistemas da Secretaria da Educação.
Os pais e responsáveis devem ser convocados à escola
para ciência dos fatos e discussão sobre as formas de enfrentamento
da questão, a ser tratada também no Conselho de Escola. Se o aluno
for menor de 18 anos de idade, a direção da escola deverá encaminhar
ofício ao Conselho Tutelar relatando o fato ocorrido, para que seja
providenciado o encaminhamento à rede socioassistencial adequada,
acompanhado dos pais ou responsáveis. No mais, deverão ser tomadas
as providências cabíveis como explicado neste manual (Vide
fluxograma de folhas nº 24, 29 e 33).

17.19 - O que fazer se um aluno se apresentar alcoolizado nas


aulas?
O álcool é uma droga lícita, mas sua comercialização para
pessoas menores de 18 anos de idade é proibida. A embriaguez é
contravenção penal, prevista no artigo 62 da Lei Federal nº 3.688/41.
Ao identificar um estudante embriagado, a direção da escola deve
comunicar aos pais ou responsáveis e, caso o aluno esteja fora de
controle, a Polícia Militar (190) deve ser acionada.
Em qualquer situação, se o estudante for menor de 18 anos
de idade, o Conselho Tutelar deve ser notificado para que sejam
tomadas as providências necessárias, inclusive encaminhamentos para

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tratamento, sempre com acompanhamento dos pais ou responsáveis.

17.20 - Como lidar com os casos de bullying na escola?


O bullying é uma ação abusiva de uma pessoa ou grupo mais
forte para um indivíduo mais fraco que não consegue se defender. Nos
casos de violência entre alunos reconhecidos como bullying, Içami
Tiba sugere 4 frentes: Com as testemunhas – estimular a denúncia
saudável, explicando que o silencioso é conivente e cúmplice do
agressor. Garantir proteção e sigilo às testemunhas, que permanecerão
no anonimato, aceitando seus telefonemas, e-mails, MSN, bilhetes ou
pessoalmente as indicações dos agressores. Com as vítimas,
mantendo-as sob vigilância “secreta” sob a atenção de todos os adultos
da escola e adolescentes voluntários neste ato de civilidade no
enfrentamento ao bullying. É perda de tempo esperar que as vítimas
venham a reclamar dos seus agressores. É também uma conivência e
cumplicidade com o agressor. Com os agressores, é necessário aplicar
o princípio das consequências que são medidas tomadas pelas
autoridades educacionais que favoreçam a educação. O simples
castigo não educa. O agressor identificado deve fazer trabalhos
comunitários dentro da escola, como auxiliar em algum setor que
tenha que atender às necessidades das pessoas. Pode ser numa
biblioteca, na cantina da escola, enfermaria ou setor equivalente etc.
No lugar de agredir a vítima, ele deverá cuidar dela. Quem queima
mendigos deve trabalhar com queimados, fazendo-lhes curativos e não
ir simplesmente para a cadeia. Isso deve ser feito durante o recreio ou
intervalo, usando o uniforme usual do setor. Integração entre escola e
pais, tanto do agressor quanto da vítima: quanto mais se conhece as
pessoas, mais elas se envolvem e menos coragem têm para fazer mal
umas às outras. Mudanças destes alunos para outras escolas não são
indicadas. Todos aprenderão na correção dos erros praticados e não
através dos erros cometidos. Como medidas efetivas há o Grupo de
Enfrentamento ao Bullying Escolar (GEBE), tendo em sua
composição 01 gestor, 01 técnico, 01 professor, 01 pai/responsável e

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01 estudante, que orienta a escola à participação nas sessões de estudo
mensal e incluir no Regimento Interno da Escola ações de
enfrentamento a temática e tornar de conhecimento público para a
comunidade escolar todas as leis e portaria estaduais e federais que
regem o programa de prevenção ao bullying, bem como lidar com a
violência segundo a visão sistêmica, como prevê o Projeto Justiça
Restaurativa. Trabalhando os Círculos Restaurativos.
Justiça Restaurativa: É uma prática de resolução de
conflitos voluntária, baseada em procedimento estruturado de
consenso entre o autor e receptador de atos violentos e demais
membros da comunidade afetados por esses danos. Visa reparar os
danos causados aos indivíduos e a sociedade; redireciona o foco do
culpado e da violação das leis para reparação de danos, atendimento
de necessidades e envolvimento da comunidade no processo. Utiliza a
intervenção de um terceiro facilitador, que apenas conduz o processo
para ajudá-los a ponderar e decidir o que desejam fazer sobre a questão
ou problema que estão enfrentando. Garante os direitos humanos e a
dignidade de todos. Como dito anteriormente, por meio de processos
voluntários e colaborativos – denominados “círculos restaurativos”;
“círculos de paz” e “encontros, conferências e reuniões restaurativas”
– conduzidos por pessoas capacitadas em técnicas de comunicação não
violenta, diálogos, mediação e negociação, a vítima, o transgressor e a
comunidade se reúnem, expressam a forma como foram atingidos pelo
ato danoso e o que seria necessário para restaurar a relação esgarçada
e evitar a reincidência.

17.21 - O que fazer se um aluno depredar o patrimônio


escolar?
Depredar patrimônio público é crime (Artigo 163 do
Código Penal) e é considerado ato infracional caso o autor seja menor
de 18 anos de idade. A direção da escola deve convocar os pais ou
responsáveis e, a depender da gravidade da ocorrência, acionar a

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Polícia Militar (190) e comunicar ao Conselho Tutelar para que o caso
seja acompanhado em todas as instâncias. No mais, deverão ser
tomadas as providências cabíveis como explicado neste manual (Vide
fluxograma de folhas nº 29 a 33). Trabalhar nos Círculos
Restaurativos.

17.22 - O que fazer diante de uma situação de furto ou roubo


praticado por alunos?
A direção da escola deve solicitar a presença da Polícia
Militar (190) para que sejam tomadas as devidas providências e
convocar imediatamente os pais dos alunos envolvidos. Se forem
menores de 18 anos de idade, a escola deverá também comunicar ao
Conselho Tutelar. A direção deve efetuar o registro da ocorrência nos
sistemas da Secretaria da Educação No mais, deverão ser tomadas as
providências cabíveis como explicado neste manual (Vide fluxograma
de folhas nº 29 e 33).

17.23 - O que fazer se for detectado um aluno armado na


escola?
A direção deverá acionar a Polícia Militar (190) no
momento em que tomar conhecimento do fato. Não se deve em
hipótese alguma tentar desarmá-lo, o que pode criar riscos para os
presentes na escola. Os pais ou responsáveis devem ser comunicados
e a ocorrência deve ser registrada nos sistemas da Secretaria da
Educação. No mais, deverão ser tomadas as providências cabíveis
como explicado neste manual (Vide fluxograma de folhas nº 29 e 33).

17.24 - O que fazer se a escola tomar conhecimento de abuso


sexual envolvendo alunos crianças e/ou adolescentes?
O abuso sexual cometido contra crianças e adolescentes,
consumado ou tentado, é crime previsto no Código Penal e devem ser
punidos tanto quem o pratica, quanto quem o estimula, permite ou
facilita. A direção da escolar deve comunicar ao Conselho Tutelar,

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para apuração dos fatos e amparo à vítima, e orientar os pais ou
responsáveis a registrar Boletim de Ocorrência no Distrito Policial.

17.25 - O que fazer diante da denúncia de assédio sexual


praticado por aluno contra servidor?
Assédio sexual é crime contra a liberdade sexual. Ele está
tipificado no art. 216-A do código penal: constranger alguém com o
intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência
inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
Neste caso, a direção deve comunicar ao Conselho
Tutelar, se menor de 18 anos de idade, e notificar os pais ou
responsáveis pelo aluno. A vítima deverá registrar Boletim de
Ocorrência no Distrito Policial mais próximo.

17.26 - O que fazer se a escola perceber que um aluno sofre


maus-tratos?
O crime de maus-tratos está previsto no Art. 136 do
Código Penal. O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei Estadual
nº 10.498/00 determinam que se a vítima for menor de 18 anos de
idade, a comunicação dos fatos às autoridades competentes é
obrigatória. Ao perceber que um aluno é vítima de maus-tratos, a
direção da escola deverá necessariamente comunicar ao Conselho
Tutelar.

17.27 - Por que se deve registrar boletim de Ocorrência Policial


quando forem constatados ilícitos na escola?
Atos infracionais, contravenções e crimes devem ser
apurados pelas autoridades competentes para que haja a
responsabilização dos culpados. As investigações criminais e o
julgamento não são funções da escola, mas a direção deve tomar as
medidas administrativas cabíveis, de acordo com as Normas Gerais de
Convivência Escolar, o Regimento Escolar e a legislação aplicável aos

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servidores, quando for o caso. As apurações e sanções decorrentes dos
registros diminuem a sensação de impunidade e contribuem para inibir
novos casos de violência no âmbito da escola.
No caso de violência contra a criança ou o adolescente, o
registro do Boletim de Ocorrência pode contribuir para interromper o
ciclo da violência contra as vítimas.

17.28 - O que é notificação?


Notificar é informar os órgãos competentes sobre um
crime/contravenção/ato infracional. A legislação determina que todo
cidadão, ao tomar conhecimento de qualquer tipo de violação de
direitos da criança e do adolescente, deve notificar os órgãos
competentes. Professores e demais profissionais da escola têm a
obrigação legal de fazê-lo, conforme estabelece o Estatuto da Criança
e do Adolescente – ECA.

17.29 - Por que alguns educadores, mesmo sabendo ser


obrigação legal, não notificam às autoridades as suspeitas ou
ocorrências de violência, em especial a violência sexual?

Existem diversas causas que explicam essa omissão:

Falta de percepção das situações de abuso: muitos


educadores não estão orientados para a identificação dos sinais de
abuso. Alguns chegam a suspeitar, mas não sabem como abordar a
criança, como fazer a denúncia ou mesmo a quem recorrer.
Falta de confiança na palavra da suposta vítima: por
serem crianças e adolescentes, as falas são por vezes consideradas
fantasiosas e inverídicas, carecendo de subsídios que ofereçam
segurança às ações protetivas dos educadores.
Resistência psicológica e emocional: alguns educadores
vivenciaram situações idênticas e, inconscientemente, resistem

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relembrar.
Medo de se envolver em complicações: muitos
educadores e autoridades escolares têm medo de complicações com as
famílias da criança ou com o agressor. A escola pode pedir proteção
policial em casos de ameaça.
Falta de credibilidade na polícia e na justiça: algumas
pessoas não acreditam na eficiência do registro da ocorrência como
forma de proteger a criança e na ação da Justiça em punir o agressor.
Não notificar um crime cria um círculo vicioso que retroalimenta a
própria tese da não notificação, gerando impunidade. É preciso
quebrar este círculo.

17.30 - A polícia pode requerer a direção informações sobre


alunos e relatório dos fatos e ou cópia do registro dos fatos?
Sim, a autoridade policial, representada pelos agentes de polícia e
escrivães, mediante ofício, pode requisitar informações de alunos e
cópia de documentos – relatórios e registros de ocorrências, para
instrução do apuratório.

18 - Atribuições dos órgãos de segurança e de Garantias dos


Direitos da Criança e do adolescente (Vitimizados e/ou em conflito
com a Lei)

18.1. - Vara da Infância e da Juventude.


À Vara da Infância e da Juventude compete prestar
assistência jurídica à criança e ao adolescente e o cumprimento do
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. Compete ao Juiz da Vara
da Infância e da Juventude processar e julgar causas previstas no ECA
e na legislação complementar, inclusive as relativas a infrações penais
cometidas por crianças e adolescentes. Também lhe compete cuidar de
questões cíveis em geral concernentes a soluções de situações
irregulares em que se encontra a criança ou o adolescente interessado.

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18.2. - Ministério Público – Promotoria de Justiça da Infância
e da Juventude.
O Ministério Público atua como advogado da sociedade e
é uma instituição independente dos três poderes da República. Possui
várias áreas de atuação, encarregando-se de defender os interesses
sociais dos incapazes e dos ausentes de justiça. Na Promotoria de
Justiça da Infância e da Juventude o trabalho é desenvolvido por
Promotores e Procuradores de Justiça.
Os Promotores de Justiça da Promotoria da Infância e
Juventude têm atribuição para atuar nas causas cíveis (garantia de
direitos fundamentais da criança e do adolescente, guarda, tutela,
adoção, direito à profissionalização etc.) e de atos infracionais
cometidos por crianças e adolescentes.

18.3. - Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do


Adolescente – CONEDCA.
O CONEDCA é instância colegiada de caráter
deliberativo, formulador e normalizador da política pública de
atendimento aos direitos da criança e do adolescente, controlador das
ações e gestor do FUNEDCA, fixando critérios para a aplicação dos
recursos. Conta com participação igualmente proporcional de
representantes do governo e da sociedade civil organizada, por meio
de Organizações não Governamentais (ONGs) e instituições sociais.
Presta apoio aos Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente e
gere o Fundo Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente
(FUNEDCA).

18.4. - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do


Adolescente – CMDCA.
Os CMDCAs foram criados em atendimento ao art. 88 do
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA para deliberar e
acompanhar as políticas públicas em prol das crianças e dos

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adolescentes em âmbito municipal.

18.5. - Conselho Tutelar.


O Conselho Tutelar é um órgão público municipal de
caráter autônomo e permanente, existente em todo o Estado, cuja
função é zelar pelos direitos da infância e da juventude, conforme os
princípios estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente –
ECA.

18.6. - Distrito Policial ou Delegacia de Polícia.


O Distrito Policial tem por competência: Fiscalizar,
investigar, instaurar inquéritos, inclusive nos casos de infração penal
praticada contra crianças e adolescentes; receber jovens que
cometeram atos infracionais, coordenar inquéritos policiais, inclusive
os referentes a crimes praticados contra crianças e adolescentes; e
prestar informações ao Conselho Tutelar quando solicitadas.

18.7. - Defensoria Pública.


A Defensoria Pública é uma instituição pública estadual,
composta por advogados públicos que prestam serviços jurídicos
gratuitos para as pessoas carentes que não podem contratar advogados.
Atua em todas as áreas do direito.

18.8. - Centro de Referência Especializado de Assistência


Social – CREAS.
O Centro de Referência Especializado de Assistência
Social (CREAS), integrante do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS), constitui-se numa unidade pública estatal, responsável pela
oferta de atenções especializadas de apoio, orientação e
acompanhamento a indivíduos e famílias com um ou mais de seus
membros em situação de ameaça ou violação de direitos.

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18.9. - Centro de Referência de Assistência Social – CRAS
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é a
porta de entrada da assistência social. Trata-se de uma unidade pública
estatal, de base municipal, localizada em áreas com maiores índices de
vulnerabilidade e risco social. Destina-se à prestação de serviços e
programas sócio assistenciais de proteção social básica às famílias e
indivíduos, à articulação desses serviços no seu território de
abrangência, e à atuação intersetorial na perspectiva de potencializar a
proteção social. O CRAS desenvolve ações de:
 Atenção a famílias vulnerabilizadas pela pobreza;
 Atenção a crianças, adolescente e jovem provenientes
de famílias de baixa renda, excluídas das políticas sociais básicas de
educação, saúde, lazer, esporte e cultura;
 Atenção a indivíduos vulnerabilizados pelas condições
próprias do ciclo de vida, predominantemente crianças de 0 a 7 anos e
idosos acima de 60 anos;
 Atenção a indivíduos em condições de desvantagem
pessoal resultantes de deficiência ou de incapacidade que limitam ou
impedem o desempenho de uma atividade considerada normal para
sua idade e sexo, face ao contexto sociocultural no qual se insere;
 Atenção a grupos ou indivíduos fragilizados econômica
e socialmente em vias de estar em situação de risco pessoal ou social.

18.10. - Polícia Militar


A função das Policias Militares dos Estados e do Distrito
Federal, está tipificada no art.144, §5º da Constituição Federal:

"§ 5º - às polícias militares cabem


a polícia ostensiva e a preservação
da ordem pública; aos corpos de
bombeiros militares, além das
atribuições definidas em lei,

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incumbe a execução de atividades
de defesa civil."

18.11. - Polícia Civil


É um órgão encarregado da segurança pública, com
atribuições para investigar os delitos cometidos, necessitando a
comunicação das infrações infringidas. Cabe às Delegacias de Polícia
coordenar as investigações dos atos contrários à lei que lhes são
noticiados.
Na Delegacia de Polícia mais próxima devem ser
registradas as ocorrências de crimes, contravenções penais e atos
infracionais ocorridos no interior da escola e/ou nas suas adjacências.

18.12. - Poder Judiciário - Vara da Infância e da Juventude


Compete ao Juiz da Infância e Juventude processar e julgar
causas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente e na
legislação complementar, inclusive as relativas a atos infracionais
cometidos por menores de 18 (dezoito) anos, além de questões cíveis,
como adoção e guarda, inclusive as pertinentes a registros públicos,
desde que concernentes a soluções de situações irregulares em que se
encontra a criança e o adolescente interessado.

19 -Violência doméstica e familiar


Abordar a temática dos direitos da mulher divulgando os
preceitos legais é uma contribuição que trazemos para o entendimento
e combate aos crimes previstos na Lei n.º 11.340/2006 (Lei Maria da
Penha), prevenção e repressão à violência doméstica e familiar
praticados contra a mulher.
Temos a certeza de que as informações contidas, neste manual
são necessárias para a sensibilização, formação, conscientização e a
exigência de respeito aos Direitos Humanos das Mulheres que
continuam a ser o desafio contra todas as formas de violência. Nesse
sentido, o espaço escolar é privilegiado para o debate e sensibilização.

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Aqui propomos orientar e esclarecer alguns conceitos e
responder indagações que julgamos importantes na Defesa dos
Direitos da mulher.

19.1 - O que é violência de gênero?


“Qualquer ato ou conduta baseada no Gênero1, que cause
morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher,
tanto na esfera pública como na esfera privada”2.

19-2 - O que é violência doméstica e familiar contra a mulher?


De acordo com a Lei 11.340 – Lei Maria da Penha - “Violência
doméstica e familiar contra a mulher é qualquer ação ou omissão
baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
I- No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o
espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem
vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II- No âmbito da família, compreendida como a comunidade
formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;
III- Em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.
Em seu Art. 6° A Violência doméstica e familiar contra a
mulher constitui uma das formas de violação dos direitos
humanos.

1 Gênero -
2 Esta é a definição da Convenção de Belém do Pará – Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, adotada pela OEA em 1994. A
Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos (Viena, 1993) reconheceu
formalmente a violência contra as mulheres como uma violação dos direitos humanos.

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19.3 - Por que acontece a violência contra as mulheres?
A Violência acontece em nossa sociedade porque muitas
pessoas ainda acham que o melhor jeito de resolver um conflito é
através da violência. Que os homens são mais fortes e superiores que
às mulheres. Que os homens têm mais direitos que as mulheres. É
assim que, muitas vezes os maridos, namorados, pais, irmãos, chefes
e outros homens acham que tem o direito de impor suas vontades às
mulheres. Embora muitas vezes o álcool, drogas ilícitas e ciúmes
sejam apontados como fatores que desencadeiam a violência contra a
mulher, na raiz de tudo esta a maneira como a sociedade dá mais valor
ao papel masculino, o que por sua vez se reflete na forma de educar os
meninos e as meninas.

19.3.1 - Como identificar uma relação violenta?


Perceber que está vivendo uma relação violenta já é um
grande passo para a mulher começar a preservar sua dignidade e
segurança. Para muitas mulheres, os insultos, a brutalidade, a
subordinação cotidiana ao homem é um fato comum, pois aprenderam
a se resignar e a sofrer como suas mães e avós. Você pode identificar
se está sofrendo violência doméstica de muitas formas. Para ajudá-la
sugerimos alguns indicadores:
 Você tem medo do homem com quem vive?
 Você não sente segurança em sua própria casa?
 Além de você, seus filhos também são espancados?
 Você se sente cansada de ser humilhada publicamente?
 A sua vontade de ação fica restrita pelo medo?
 O seu companheiro passa a usar formas violentas para lhe
obrigar a manter relações sexuais?
 As atitudes do seu companheiro são tão drásticas que você
sente que da “próxima vez” pode morrer?
 Você começa a sentir no próprio corpo os efeitos da violência
e do medo, através de dores de cabeça constantes, úlcera,

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rigidez, depressão e mesmo hematomas resultantes de
espancamentos, entre outros?
 Você sente que a única saída é matá-lo ou se matar?
19.4 - De olho nos dados da violência:
 A Organização Mundial de Saúde (OMS) relata que quase
metade das mulheres assassinadas são mortas pelos maridos ou
namorados, atual ou ex. e que em alguns países, até 69% das
mulheres relatam terem sido agredidas fisicamente.3
 Segundo relatório da anistia internacional 1(um) bilhão de
mulheres já foram espancadas ou estupradas no mundo.
(Fonte: portal da violência contra a mulher)4
 As Delegacias Especializadas de Atendimento a mulher
(DEAMs) demonstram que 70% dos incidentes acontecem
dentro de casa e que o agressor é o próprio marido ou
companheiro.

19.5 – A Lei Maria da Penha - Lei 11.340/2006?


As mulheres brasileiras podem comemorar um grande avanço
na luta pelo fim da violência doméstica e familiar com a aprovação da
Lei 11.340, de 07 de agosto de 2006 – Lei Maria da Penha, que
homenageia uma mulher incansável, militante dos direitos das
mulheres. Ela lutou 20 anos para ver o ex-marido Marco Antonio
Herredia condenado. Por duas vezes, no ano de 83, foi vítima de
atentados de homicídio. O primeiro com arma de fogo atingiu a
medula, deixou-a paraplégica. E depois por choque e afogamento. O
caso foi encaminhado para a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos que responsabilizou o Brasil por negligência e omissão em

3 - Fonte: OMS, informe mundial sobre violência e saúde 2002 - Dado disponível em:
http://www.who.int/violence_injury_prevention/ ou http://copodeleite.rits.org.br/apc-aa-
patriciagalvao/home/index.shtml.
4 - Dado disponível em HTTP://copodeleite.rits.org.br/apc

apatriciagalvao/home/índex.shtml.

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relação à violência doméstica. Somente em 2003, o ex-marido de
Maria da Penha foi preso e ficou apenas dois anos na cadeia.
A Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha – cria mecanismos
para coibir e prevenir esse tipo de violência. Porém, é com sua
vigilância e controle social que estaremos garantindo que esta seja
respeitada em sua totalidade. Dentre as inovações, destacamos:
 Tipifica e define a violência doméstica e familiar contra a
mulher.
 Estabelece as formas da violência doméstica contra a mulher
como: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
 Determina que a violência doméstica contra a mulher
independa de sua orientação sexual.
 Determina que a mulher somente possa renunciar a denúncia
perante o juiz.
 Permite a autoridade policial (delegado, polícia militar ou
civil) prender o agressor em flagrante sempre que houver
qualquer das formas de violência doméstica contra a mulher.
 A autoridade policial (delegado, polícia militar ou civil)
registra o boletim de ocorrência e instaura o inquérito policial
(composto pelos depoimentos da vítima, do agressor, das
testemunhas e de provas documentais e periciais).
 A autoridade policial (delegado, polícia militar ou civil) remete
o inquérito policial (composto pelos depoimentos da vítima, do
agressor, das testemunhas e de provas documentais e periciais)
ao Ministério Público.
 A autoridade policial (delegado, polícia militar ou civil) pode
requerer ao juiz, em 48h, que seja concedida diversas medidas
protetivas de urgência para a mulher em situação de violência.
 A autoridade policial (delegado, polícia militar ou civil)
solicita ao juiz a decretação da prisão preventiva com base na
nova lei que altera o código de processo penal.

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19.6 - Identificando as formas de violência doméstica e familiar
contra a mulher
São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre
outras (artigo 7.º da Lei 11.340):
Violência física: Entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal, ou seja, quando seu companheiro,
esposo, pai, irmão, homem do seu convívio lhe empurra, dá tapas,
morde, corta, queima, cospe ou detém você contra sua vontade.
Violência psicológica: Entendida como qualquer conduta que lhe
cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar
ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões,
mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto,
chantagem, ridicularizarão, exploração e limitação do direito de ir e
vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação.
Violência sexual: Entendida como qualquer conduta que a constranja
a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada,
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que
a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação,
chantagem, suborno ou manipulação, ou que limite ou anule o
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. Quando seu
companheiro, esposo, pai, irmão, homem/mulher do seu convívio
familiar ou afetivo.
Violência patrimonial: Entendida como qualquer conduta que
configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus
objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores
e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer
suas necessidades.

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Violência moral: Entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria, que são crimes contra a honra previstos
no código penal:
 Calunia (Art.138) – Caluniar alguém, imputando-lhe
falsamente fato definitivo como crime. Assim, dizer que
alguém cometeu um fato considerado crime, sem que isto tenha
sido verdade é calunia. Por exemplos: chamar a mulher de
ladra, sem ter provas.
 Difamação (Art.139) – Difamar alguém, imputando-lhe
ofensivo à sua reputação. Desta forma, falar mal de alguém,
dizendo que seu comportamento não é correto; ofender a
reputação de alguém, com críticas mentirosas é considerado
crime de difamação. Um exemplo é dizer em público que a
mulher é “safada” ou “piranha”.
 Injúria (Art.140) – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a
dignidade e o decoro.

19.7 - Por onde começar? Denuncie! Denunciar ajuda a prevenir.

19.7.1 - Como denunciar?


Para registrar a ocorrência na Delegacia, é importante contar
tudo em detalhes.
Na delegacia, todas as informações que forem fornecidas,
serão registradas no Boletim de Ocorrência (BO).

Atenção! Caso você tenha seus Direitos desrespeitados, seja mal


atendida em um dos órgãos que desenvolve Políticas Públicas para
Mulher Vítima de Violência, não esqueça que você tem o direito de
denunciar. Procure um Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher
em seu município, Ministério Público ou Ligue 180.

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Lista de abreviaturas e siglas

 BM – Bombeiro Militar;
 CAPS - Centro de Atenção Psicossocial;
 CAPS AD - Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas;
 CAPS I – Centro de Atenção Psicossocial Infantil;
 CF – Central de Flagrantes;
 CMDCA – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente;
 CONEDCA – Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do
Adolescente;
 CONEN – Conselho Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas;
 CRAS- Centro de Referência de Assistência Social;
 CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência
Social;
 CT – Conselho Tutelar;
 DEAAI - Delegacia Especializada em Apuração de Atos
Infracionais;
 DENARC - Departamento de Narcóticos;
 DEPCA – Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao
Adolescente;
 DP – Delegacia de Polícia;
 ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente;

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 JIJ – Juizado da Infância e da Juventude;
 MP – Ministério Público;
 PM – Polícia Militar;
 SAMU – Serviço Médico de Urgência.
 SEAS – Secretaria de Estado de Assistência Social;
 SEPOAD – Superintendência de Estado de Políticas Sobre Drogas;
 UPA – Unidade de Pronto Atendimento;

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20 - Referências bibliográficas

ABRAMOVAY, M. e RUA, M. das G. Violências nas Escolas.


Brasília: Unesco, 2002
ABRAMOVAY, M. et al. Cotidiano nas Escolas: entre violências.
Brasília: Unesco, 2006.
AMARAl, l. O. “Violência e Crime, Sociedade e Estado”.
Disponível em: http://jus2.uol.com.br/ doutrina/texto.asp?id=945
(acesso em 17/10/2008).
ASSIS, Simone Gonçalves de; CONSTANTINO Patrícia; AVANCI
Joviana Quintes
BRASIL Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário
Oficial da União, Brasilia, DF,13 julho 1990.
BRASIL. Aprender a Viver Juntos: será que fracassamos?
Brasília: UNESCO, IBI, 2003.
BRASIL. Convenção sobre os Direitos da Criança. <Disponível em:
http://www.onu-brasil.org.br/doc_ crianca.php>. Acesso em
17/10/2013.
BRASIL: UNESCO, Consed, 2001.Constituição da República
Federativa do Brasil. Brasília: 1988.
BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Dispõe
sobre o Código Penal brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 07 dez. 1940.

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BRASIL. Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941. Lei das
Contravenções Penais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 out.
1941.
BRASIL. Ética e Cidadania: construindo valores na escola e na
sociedade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos,
Ministério da Educação,SEB,SETEC, SEED.
BRASIL. Ética e Cidadania: construindo valores na escola e na
sociedade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos,
Ministério da Educação, SEB, SETEC, SEED, 2003.
BRASIL. Lei nº 10.224, de 15 de maio de 2001. Altera o Decreto-Lei
nº 2.848, de7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para dispor sobre
o crime de assédio sexual e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 16 maio 2001
BRASIL. Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre
registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o
Sistema Nacional de Armas - Sinarm define crimes e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 dez 2003.
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