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ESTUDO DIRIGIDO II - 2022

Nome: Aline de Paula Silva

I- Considerando a técnica do uso terapêutico do desenho, pintura e similares, responda:


1- Como Jung concebe a expressão artística via desenho, pintura e similares?
R: Para Jung, a expressão artística se dá através da criatividade como impulso
(instinto), de forma surpreendente e imprevisível, surge na consciência como forma
de suportar o processo criativo.

2- Em quais situações clínicas são interessantes o uso dos desenhos e outras expressões
artísticas?
R: Pode ser utilizado quando nada é produzido na análise; se o indivíduo estiver
fortemente envolvido em emoção, para que se tenha uma melhor noção do que está
ocorrendo em seu interior; se a análise chega num platô, para que se tenha melhor
noção do que ocorre no interior do sujeito; quando ocorrem muitos sonhos com
muito material arquetípico, tendo como objetivo reduzir a pressão das imagens sobre
o ego.

3- Explique a objetivação como recurso psicoterápico.


R: O desenho pode ser utilizado como uma objetivação de uma situação interior e
estabelecer um diálogo entre a pessoa e o conteúdo interno projetado no desenho.
Tendo como objetivo estabelecer um diálogo entre a pessoa e o conteúdo interno
projetado no desenho.

4- Como lidar à luz da Psicologia Analítica com os símbolos produzidos pelo paciente
nos desenhos e pinturas?
R: O desenho feito pelo paciente canaliza energia psíquica, tem efeito catártico,
atualiza aspectos inconscientes e cristaliza conteúdos caóticos. Portanto é preciso ver
sentido na imagem e no que ela acrescenta à vida psíquica do indivíduo. Há alguns
aspectos necessários parra levar-se em consideração:

• O desenho não deve ser interpretado se não se conhecer a história pessoal


do indivíduo, e sem conhecer a situação egóica (compensação);
• Nem sempre se interpreta as imagens para deixar que o processo expressivo
continue – o efeito da imagem;
• Em outras situações é preciso interpretar para dar um “chão” e ajudar o
indivíduo a reter a imagem na consciência;
• Quando a imagem emerge ela inflaciona o ego, fica atuando por trás, pois não
está consciente e integrada, daí, a importância de se interpretar;
• Para se interpretar um desenho é preciso ter uma hipótese sobre a pessoa
(sobre os processos interiores dela), que pode ser confirmada ou refutada;
• A hipótese é geralmente formulada em alguma característica central do
desenho.

II- Considerando a técnica da Imaginação Ativa, responda:

5- Quais os fundamentos/princípios da técnica?


R: Seus fundamentos se consistem em:
• Uma maneira dialética particular de lidar com o inconsciente;
• Os efeitos benéficos que ocorrem quando tentamos objetivar conteúdos
inconscientes no estado desperto e relacionar conscientemente com eles;
• Na objetivação que pode vir através do relato escrito, através da pintura,
escultura.

6- Cite e descreva os 5 passos de aplicação da Imaginação Ativa (IA) (segundo Von Franz,
2004):

a- Esvaziar a nossa consciência do ego.


R: Nos liberta do fluxo de pensamentos do ego; é um processo não muito simples
para a maioria das pessoas; pode ocorrer certa esterilidade ou ausência de quaisquer
ideias; os exercícios de ioga e meditação contribuem para superar esse ponto.

b- Deixar que uma imagem de fantasia oriunda do inconsciente flua para o campo da
percepção interior.
R: A imagem é escolhida, passando a concentrar nela; deve-se cuidar para não
concentrar demais engessando a imagem, congelando-a; se não se concentrar bem
as imagens pode se modificar rápido demais e um “filme interno” acelerado se inicia.

c- Conferir uma forma à imagem de fantasia interiormente percebida seja objetivada. R:


Seja relatando-a por escrito, (ou pela pintura, escultura, dançando-a, etc.); os erros
dessa fase podem ser a ênfase exagerada à elaboração estética do conteúdo a
fantasia transformando-a em obra de arte, negligenciando seu significado, pode ser
que a pessoa faça o oposto. Ela rapidamente faz um esboço do conteúdo e
imediatamente entra na questão do significado. Nessa 3ª fase, fornecemos ao
inconsciente uma maneira de se expressar, provocando grande alívio, mas ainda não
é a verdadeira imaginação ativa.

d- Fase decisiva de confrontação moral com o material produzido.


R: É preciso um confronto real e sincero por parte do ego com as imagens, diálogo
com analista, reflexões, associações, amplificações simbólicas pessoais e coletivas e
objetivação em outras formas.

e- Aplicar na vida cotidiana o que se aprendeu com Imaginação Ativa.


R: Aplicar na vida cotidiana o que se aprendeu com imaginação ativa; consequência
ética.

7- A Imaginação Ativa pode ser aplicada em qualquer pessoa? Sim? Não? Por quê?
R: Sim, porque a imaginação ativa é uma chave na mão de qualquer pessoa, onde
possibilita que o paciente tenha total autonomia do analista, Jung assumiu que a
aceitação dessa técnica e a sua prática como um critério que poderia determinar se o
analisando estava disposto a assumir a responsabilidade por si mesmo.

III- Considerando a técnica do Sand Play responda da às seguintes questões:


8- Cite 4 fundamentos da técnica?
R: A técnica do Sand Play tem como fundamentos: 1) baseia-se nos fundamentos do
conceito original de compensação e autorregulação de Jung; 2) Possibilita
experiências regressivas acessando aspectos primitivos; 3) Contato com o nível
arquetípico mais profundo; 4) as perdidas; → Descobre imagens renovadoras - meio
de auto-conhecimento.

9- Como são os passos para a aplicação da técnica?


R: Consiste no uso de uma caixa contendo areia, com dimensões de 49 cm de largura 72
cm de comprimento 7 cm de profundidade, no qual o paciente pode colocar miniaturas,
ou manipular e molhar a areia, criando cenários dentro de um espaço “livre e protegido”,
proporcionado pelo relacionamento terapêutico e pela continência da caixa.

10- Como deve ser feito o entendimento dos cenários?


R: O entendimento é realizado entre cliente e terapeuta, quando se considera temas
pessoais, culturais e arquetípicos, de preferência em uma ou mais séries. Todas as
colocações são aceitas como possibilidade de entendimento, diminuindo a crítica
racional, cujo objetivo é a aceitação plena da expressão, das imagens interiores do
cliente.

IV- No caso Isaac - Paixão e morte de um homem – descrito pela Dra. Nise da Silveira,
responda à questão abaixo:
11- Qual foi a causa principal da crise do paciente?

R: A causa principal aparentemente é o rompimento com a esposa após três meses de


casamento, no qual a mesma fora acusada por muitos de infidelidade, pois marca o início das
manifestações de perturbações emocionais.

12- O paciente trabalhou criativamente uma importante temática de sua vida. As pinturas
e desenhos relacionados às árvores, representam a elaboração simbólica de que tema de sua
vida?

R: No término da fase narrativa de Isaac sobre seu histórico pessoal, sua energia
psíquica flui para uma linha definida e inconsciente, dando forma às imagens simbólicas. Dessa
forma surgem, então, as árvores, como representação do relacionamento com a mãe. A árvore
como o simbolismo e em relação com a mãe tem o significado de protetora e nutridora,
contudo, pode sufocar o desenvolvimento das plantas. Tendo a árvore o símbolo do processo
psíquico de individuação, também pode simbolizar um esforço instintivo para esse processo.

13- Faça uma relação entre a criatividade, arte e saúde mental.

V- No caso clínico de psicossomática: Caso Clínico: “A resignada: quando as células se


revoltam” (Ramos, 1994).

14- Quais as relações simbólicas do complexo paterno e o melanoma; e do complexo


materno e o cisto na mama?

R: No complexo paterno e melanoma, o complexo paterno está associado à sombra da menina


abandonada, as pintas espalhadas pelo corpo, as quais associava ao pai. Associou a extração
do melanoma a cortar a ligação com o pai, ao rompimento do vínculo com ele e com isso
sentiu-se aliviado, contudo, enfrentou o medo de perdê-lo. O melanoma era o cisto na relação
paterna, trazendo o pai rejeitador.
No complexo materno e o cisto na mama o surgimento do cisto fez com que sua dor emocional
diminuísse, no entanto, após alguns sonhos houve uma rejeição de cirurgias ou cortes, oriundos
do medo veio à tona e uma necessidade de carinho. As intensidades psíquicas dos sonhos
aumentaram, fazendo com que a paciente trouxesse uma significação, como se as células de
seu corpo estivessem se revoltando contra ela mesma, como se o inimigo fizesse parte dela
mesma, uma associação profunda com o vínculo materno (mãe- mama); esta associação foi
feita com a sensação de destruição, relacionando simbolicamente com a Grande Mãe e o cisto
da relação materna, o qual “barrava a passagem” do seu relacionamento com o feminino-
materno.

14- Como a analista trabalhou os símbolos manifestos no corpo da paciente?

R: A análise nas primeiras sessões se resumiu em acolher o sofrimento da paciente.


Posteriormente iniciou-se o processo de tornar a perspectiva da paciente positiva, uma vez
que a mesma continha ideações suicidas.

Ao longo do processo, trabalhou-se o simbolismo e a resignificação dos conteúdos.


Tendo a paciente muitos sonhos carregados de conteúdo psíquico, com interpretações
simbólicas identificadas pela analista e trabalhadas para a associação da paciente ao seu
processo.

VI- No tema Psicologia Analítica e Psicossomática (Ramos, 1994):

15- Explique a relação da teoria dos complexos psicológicos com os sintomas


psicossomáticas:

R: Os complexos se relacionam com a psicossomática em seu dinamismo, tendo uma


parte consciente e outra inconsciente e trazendo a base somática em uma constituição de
ambas. A simbolização se dá pela somatização no corpo e para Jung, tanto as neuroses como
as psicoses têm seus sintomas somáticos ou psíquicos originados dos complexos, as bases
tanto do ego como dos complexos se dão através do corpo e ambos possuem seu teor
emocional baseados em sensações sinestésicas, compreendido na totalidade das sensações
que se originam dos órgãos corporais. Sendo assim, o ego se origina do arquétipo do Self,
sendo base para o psíquico e o somático.

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