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Pavimentação
Nivelamento na Pavimentação
O brasileiro se acostumou de tal forma com a péssima qualidade do pavimento que, em uma palestra
que fizemos sobre Reciclagem de Asfalto, nos foi perguntado se existe algum sistema para regularizar
o asfalto durante a pavimentação. Sim, os sistemas eletrônicos de nivelamento existem há décadas e
são largamente utilizados em todo o mundo.
Há duas referências a serem seguidas para regularizar um pavimento: uma longitudinal e uma trans-
versal. A referência longitudinal segue o percurso de avanço da pavimentadora. A referência transver-
sal representa o nível em corte da via, que através de um simples sensor de inclinação determina o
caimento da nova camada. No entanto, precisa estar em conjunto com uma referência longitudinal para
que esta inclinação transversal tenha regularidade com o avanço da execução da pavimentação.
Para a referência longitudinal, as opções de sistemas eletrônicos de nivelamento são divididas basica-
mente em dois grupos: por contato físico ou por sensor ultrassônico.
Contato físico: o mais comum são os esquis. Um conjunto mecânico que desliza sobre o solo e retrans-
mite a mesa compactadora uma média compensada das irregularidades. Ou seja, quanto maior for a
área de contato junto ao solo, maior será a compensação das irregularidades. Comercialmente, existem
os esquis pequenos de 30 centímetros até os maiores com cerca de 6 metros.
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Por contato físico, também há a opção de instalar cabo tensionado junto a estacas. Um apalpador faz
a leitura deste cabo, que deve ser posicionado por uma equipe de topografia de maneira tensionada,
com suporte em estacas posicionadas preferencialmente de 5 em 5 metros, e com o correto nivela-
mento longitudinal.
Este sistema é indicado em obras como aeroportos, onde é exigido altíssima precisão na regularidade
do pavimento. É sugerido também para locais onde não haja uma referência externa como uma faixa
de asfalto já existente ou calçadas.
Sensor ultrassônico: Há também a opção de um sistema sem contato físico, através de um sensor
ultrassônico. Com cinco feixes emissores, o sensor faz um cálculo da média da regularidade do pavi-
mento e a transmite para a mesa compactadora da pavimentadora de asfalto.
Este tipo de sensor é bastante prático em obras onde a camada de base é muito granular, impossibili-
tando um esqui mecânico de deslizar. Por ter menor precisão que o sistema por contato, o ideal é a
colocação de um duplo sensor nestes casos.
Em obras de recuperação viária é uma ótima opção também, pois o sensor copia a faixa já existente,
seguindo a média de regularidade desta camada.
Já para a referência transversal, que determinará a inclinação da pista, esta é realizada através de um
sensor transversal Slope, que é posicionado na parte central da máquina e protegido contra vibrações.
O sistema de nivelamento verifica a inclinação natural já existente, e através de um ajuste nos valores
podemos determinar o caimento em % (porcentagem) para o lado direito ou lado esquerdo do equipa-
mento. Por exemplo, mesmo que uma camada de base tenha caimento natural para o lado direito
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enquanto o projeto determina que a camada asfáltica tenha caimento para o lado esquerdo, o sistema
de nivelamento transversal corrige este fator durante a aplicação do asfalto.
No entanto, para que haja eficácia na utilização do sensor transversal, é preciso que este esteja em
combinação com um sensor longitudinal. Mesmo que a inclinação seja corrigida, não haverá regulari-
dade se a pavimentadora estiver se locomovendo sobre um solo ondulado sem realizar a correção
longitudinal de avanço.A limitação do sensor de inclinação é de 6 metros de largura e aproximadamente
10% de caimento.
Todos estes sistemas são relativamente simples e de fácil uso. Depois de um treinamento rápido a
equipe de pavimentação está apta a operá-los. O custos destes sensores custam menos de 3% do
valor da máquina. Todos os parâmetros de operação e funcionamento são acionados através de um
painel auxiliar localizado na mesa compactadora.
Se houvesse vontade política de melhorar a qualidade das obras viárias no Brasil, o uso destes siste-
mas seria obrigatório em qualquer tipo de obra de pavimentação asfáltica, desde uma pequena rua até
rodovias de grande porte. Infelizmente, o que mais vemos nas cidades pelo país são ruas com pavi-
mento totalmente irregular, sem proporcionar conforto e a segurança necessária.
Cuidados na Pavimentação
Serviços de construção, manutenção e reabilitação viária, este último também conhecido como reca-
peamento ou recapagem, são essenciais para melhorar a qualidade de vida da população. No entanto,
precisam ser realizadas da maneira correta.
É preciso repensar a forma com quem as obras de pavimentação e recapeamento são realizadas em
todo o Brasil. É imprescindível que o serviço seja de qualidade, tanto no projeto quanto na execução.
Muitos cuidados precisam ser tomados em todas as etapas construtivas. Selecionei alguns problemas
que vivenciei como engenheiro de aplicação e que são bastante comuns em obras de pavimentação
pelo Brasil:
1. Compactação de base: etapa em que omissões e falta de cuidados são frequentes e notórios. Uma
compactação mal executada pode resultar em afundamentos que danificam as camadas acima. A ca-
pacidade de suporte precisa ser adequada à carga que será recebida.
Na execução, os erros comuns são compactar com excesso de umidade e a sobrecompactação, co-
nhecida também como supercompactação, que é o excesso de passadas do rolo compactador.
Isto faz com que o solo, quando já está compactado e com todos os quase todos os seus vazios já
preenchidos, sofra o processo de descompactação pela continuidade do impacto do cilindro vibratório.
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2. Produção do concreto asfáltico: o material asfáltico produzido precisa ser homogêneo e com os
agregados totalmente cobertos pelo ligante asfáltico (CAP). Os cuidados precisam ser tomados desde
a alimentação dos agregados. Estes devem estar com pouca umidade, pois o excesso diminui a pro-
dução da usina. O agregado com umidade acima do tolerado também afeta a mistura com o ligante
asfáltico (CAP), resultando em massa de má qualidade, apresentando bolhas oriundas da evaporação
que provocam o surgimento de cavidades internas. O sistema de dosagem da usina precisa também
ser extremamente preciso para que não haja distorções no traço da mistura. Recomenda-se que o
sistema de secagem e mistura da usina de asfalto seja o mais eficiente possível.
4. Falta de nivelamento na pavimentação: queixa mais comum da população e dos leigos em pavimen-
tação em geral. Quem nunca trafegou por uma rua totalmente desnivelada ou cheia de ondulações que
provocam desconforto e perigo para os condutores? Geralmente ocorrem por má-execução da pavi-
mentação. As pavimentadoras (vibroacabadoras) de asfalto possuem sistemas de nivelamento de sim-
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ples uso e baixo custo. Porque não são utilizadas? Porque não se exige, principalmente em pavimen-
tação urbana, cujos serviços são na maior parte das vezes realizados “na coxa” e com fiscalização
deficiente.
Abaixo, um exemplo de sistema de nivelamento utilizado. O esqui mecânico faz a cópia da referência
na pista já pavimentada e automaticamente mantém a mesa compactadora com os mesmos parâme-
tros de inclinação.
A contratação de consultoria especializada para o correto dimensionamento pode evitar futuros retra-
balhos e desperdício de verba pública. Em grandes cidades, o ideal é que vias de tráfego pesado
intenso, corredores de ônibus e sistemas de BRT sejam de pavimentos de concreto, de grande durabi-
lidade e maior vida útil.
6. Compactação asfáltica: é a etapa em que muitos erros de aplicação ocorrem. São tantos e inúmeros
os erros cometidos que irei escrever um tópico a parte. Entre os principais, o acionamento do sistema
vibratório do cilindro na junta da faixa quente com a faixa fria, ocasionando quebra dos agregados do
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asfalto já frio. A foto abaixo mostra como fica um pavimento asfáltico com agregados da mistura tritu-
rados do lado esquerdo da junta entre as faixas pavimentadas.
O controle da temperatura do asfalto é muito importante, pois não deve ser utilizada a compactação
vibratória com temperatura inferior a 100°C. Se a temperatura estiver próxima, o recomendado é que
se passe somente o rolo de pneus.
Um erro comum é pavimentar uma nova camada sobre o asfalto degragado. As trincas e rachaduras
se propagam para a nova camada, cuja vida útil acaba sendo bastante encurtada.
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As empresas do setor de pavimentação investem milhões em maquinários para a execução das obras,
mas continuam cometendo falhas na hora de selecionar e treinar os operadores. Os resultados são
prejuízos financeiros, atrasos de cronograma e comprometimento da qualidade da obra.
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Rolos Compactadores de Solos: é a etapa em que geralmente há menos cuidado em relação ao traba-
lho. É também onde os operadores recebem a primeira oportunidade de operar um equipamento, sendo
a porta de entrada para galgar posições em equipamentos mais complexos.
Entre os erros mais comuns, o principal é a falta de controle no número de passadas. A presença de
um encarregado de terraplenagem e de um engenheiro de obra para orientar e supervisionar é funda-
mental. O excesso de passadas, conhecido também como sobrecompactação ou supercompactação,
além de gerar a descompactação do solo pode também danificar fisicamente o rolo. Quando o solo
atinge sua densidade máxima, todo o impacto que o rolo vibratório executa sobre o solo acaba retor-
nando ao próprio equipamento. Um rolo de 11 toneladas chega a mais de 30.000 kgf de impacto dinâ-
mico durante o modo vibratório. Se o solo já está com sua compactação máxima atingida, todo este
impacto retorna ao cilindro.
Rolos Compactadores de Asfalto: assim como nos rolos de solos, muitas vezes operadores sem expe-
riência e treinamento são colocados para esta função. Na etapa de compactação asfáltica, com rolos
lisos duplo tandem e rolos de pneus, a responsabilidade do operador é maior ainda em função de que
esta etapa representa a finalização e o acabamento final da pavimentação. Erros cometidos podem
comprometer todas as etapas anteriores, por mais bem feitas que tenham sido executadas.
A falha mais comum é executar uma junta asfáltica no modo vibratório. A mistura asfáltica a quente é
compactada junto a uma faixa asfáltica já fria.
Ao passar o cilindro liso no modo vibratório sobre a parte fria, o impacto gera a quebra de agregados a
o surgimento das primeiras fissuras no pavimento. Sobre a sequência recomendada para compactação
de camadas asfálticas,clique aqui.
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Ter um comportamento suave com a máquina é pré-requisito básico, evitando impactos e solavancos.
Velocidades de execução variam conforme o modelo e porte da fresadora, e devem ser obedecidos.
Acionamentos principais e modo de operar também variam conforme o modelo, que se dividem entre
máquinas de pneus de pequeno porte com descarga traseira ou máquinas de esteiras de grande porte
e descarga frontal.
Evitar a colisão do cilindro fresador com obstáculos existentes também é responsabilidade do operador.
Auxiliares devem ajudar a evitar estas colisões ao verificar a condição da pista. É muito comum em
cidades do Brasil tampões de ferro que foram tapados com asfalto. Por esta razão é altamente reco-
mendado utilizar detectores de metal. Um cilindro ao colidir contra um obstáculo pode ter os bits e até
mesmo os porta-bits seriamente danificados.
A colisão da esteira de descarga com o caminhão de coleta de material também é muito comum. O
operador deve estar atento para alertar o motorista do caminhão, em caso de fresadoras com descarga
traseira onde o caminhão necessita se locomover em marcha a ré.
A limpeza diária é necessária. O cilindro sujo reduz a produtividade da máquina, limitando o transporte
do material fresado. O porta-bit sujo pode emperrar o livre giro do bit, provocando seu desgaste pre-
coce. O bit com giro livre sofre um desgaste homogêneo, enquanto o bit emperrado desgasta rapida-
mente o lado que está em contato com o material da camada que está sendo fresada.
Pavimentadora de Asfalto:
Etapa muito importante da pavimentação, onde deve haver o máximo de cuidado com o material asfál-
tico recebido durante a sua aplicação na pista. Ao contrário dos demais equipamentos, não basta ape-
nas um único operador. É necessário também um auxiliar que trabalhe na mesa compactadora e um
encarregado de pavimentação para supervisionar o serviço.
A pavimentadora, ou vibroacabadora, tem uma série de funções e acionamentos básicos que precisam
ser aprendidas pelo seu operador. Portanto, a escolha para a função precisa ser bem acertada. Ideal é
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que seja um profissional já com experiência na função. Para os novatos, é essencial que haja treina-
mento prévio e acompanhamento de um profissional mais experiente.
O fluxo de recebimento e aplicação deve ser o mais constante possível. Embora dependa da logística
de recebimento de material asfáltico por caminhões, o operador deve evitar ao máximo as paradas
durante a execução. O operador precisa garantir que a locomoção esteja avançando em linha reta e
que o fluxo de material alimente continuamente a mesa, enquanto o auxiliar e o encarregado controlam
a mesa compactadora em relação a espessura e largura de pavimentação.
Segregação de material pode ocorrer se o silo frontal de recebimento não alimentar de maneira correta
a correia transportadora. Se houver acúmulo de material na parede do silo, o material pode resfriar e
posteriormente segregar, afetando assim a qualidade da pavimentação.
Recicladoras de Asfalto:
Em estabilização de solos, o controle da umidade é muito importante. Indicado por um laboratorista que
analisa o solo da obra, o operador deve controlar a quantidade de água adicionada. A velocidade de
avanço precisa ser ajustada, o que varia de acordo com a característica do material e de sua umidade.
É preciso estar atento a obstáculos como pedras e pedaços de madeira.
Em reciclagem de pavimentos asfálticos é preciso ter os mesmos cuidados que os operadores de fre-
sadoras. Em aplicações mais complexas, com o uso de espuma de asfalto, é obrigatório ter o treina-
mento para a execução das funções de acionamento do processo de formação de espuma através de
uma barra espargidora especial.
Usinas de Asfalto:
Por ser um equipamento complexo, formado por conjuntos mecânicos e eletrônicos, a Usina de Asfalto
exige o controle de inúmeros processos simultaneamente. Desde a entrada dos agregados, controle e
seleção de umidade, funcionamento e controle dos subsistemas de dosagem e secagem dos agrega-
dos, mistura dos agregados com o ligante asfáltico, filtragem dos gases, controle de temperatura, es-
tocagem de combustível e ligante asfáltico, etc.
A correta proporção entre agregados e o ligante asfáltico é vital para a qualidade final do produto.
Portanto, todo o processo de produção de misturas asfálticas precisa ter um controle adequado. Qual-
quer alteração mínima na dosagem implica na descaracterização de todas as propriedades volumétri-
cas e mecânicas previstas no projeto de determinada mistura asfáltica. A interrupção constante da
produção também afeta a qualidade final do produto.
Cabe ao operador ter o treinamento e a qualificação necessária para exercer o controle de todo o
processo de produção. Embora as usinas tenham sido modernizadas, com controle através de uma
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tela interativa que mostra de maneira dinâmica todos os processos, a preparação através de treina-
mentos é fundamental para interpretar os dados, manter constante a produção e saber agir quando
algum alerta é emitido.
Um dos temas que mais tem sido debatido junto às concessionárias de rodovias é a correção do IRI
(International Roughness Index – Índice de irregularidade longitudinal). A forma como muitas rodovias
foram construídas resultaram em valores de IRI e QI (Quociente de Irregularidade) muito altos. Não é
preciso utilizar instrumentos modernos para verificação, basta circular de carro e perceber as ondula-
ções e desníveis no trajeto.
O principal fator para que tenhamos rodovias com tantos desníveis e irregularidade longitudinal é o não
uso de sistemas de nivelamento eletrônico das vibroacabadoras de asfalto (pavimentadoras), o que
resulta em uma cópia das eventuais irregularidades da base. No Brasil também não há a cultura de
aplicar camadas granulares de base com o uso de vibroacabadoras, que podem também atender a
esta aplicação utilizando também o nivelamento eletrônico. Na grande maioria das obras as camadas
granulares são espalhadas com o uso de motoniveladoras, o que exige muita perícia do operador para
acertar espessura e regularidade.
Em uma estrada com desníveis é preciso verificar as condições existentes para estabelecer um plano
de ação. Dependendo do nível de irregularidade é possível corrigir apenas com a fresagem e recapeio.
No caso de valores menores de IRI seria possível uma correção superficial com fresagem fina e micro-
fresagem utilizando sistema de nivelamento eletrônico de corte na fresadora.
As mesas compactadoras da vibroacabadora por sua natureza já são autonivelantes. Desde a primeira
patente na década de 1930, as mesas são conectadas ao chassi do equipamento por braços laterais e
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cilindros hidráulicos, o que permite com que a mesa flutue sobre o material asfáltico durante a pavi-
mentação. Ocorre um equilíbrio de forças que mantém uma espessura constante mesmo quando há
pequenas irregularidades na base. Porém este equilíbrio deixa de existir quando ocorrem paradas do
equipamento ou quando o ângulo de ataque da mesa não está correto. Estes fatores sujeitos à falha
humana resultam em erros de aplicação.
O sistema de nivelamento eletrônico pode ser utilizado devido à fixação lateral da mesa com chassi, o
que permite movimentações independentes de subidas e descidas. O princípio de funcionamento é
simples. Trata-se de um sensor, conectado a um acessório, que faz a leitura de uma referência externa,
que pode ser uma calçada, um meio-fio ou uma faixa de rodovia. Por mais que haja irregularidades na
pista, a movimentação da mesa seguirá a leitura desta referência externa. Em uma obra que exija alta
qualidade e precisão, como pistas de aeroportos, é utilizado um sensor de contato a um fio-guia insta-
lado por uma equipe de topografia Dessa forma, a pavimentação é executada com precisão máxima
em relação à regularidade longitudinal e ao ângulo de caimento para escoamento de água da chuva.
Entre as opções mais utilizadas no nivelamento há os esquis de contato, que fazem a leitura da camada
de base. Quanto maior o esqui, melhor a compensação das irregularidades. Há opções a partir de 30
cm, chegando a 6 m de comprimento. Outra opção também são os sensores ultrassônicos, sem con-
tato. É possível instalar mais de um sensor, aumentando assim o comprimento de medição, calculando
uma média das irregularidades. No exterior são utilizados também sensores a laser em obras que exi-
gem regularidade milimétrica, tais como aeroportos e autódromos.
A mesa compactadora de uma pavimentadora de asfalto tem princípio autonivelante, porém não é o
suficiente para compensar irregularidades de maior porte.
Quanto maior o comprimento de leitura longitudinal, melhor será a compensação das irregularidades.
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As fresadoras também podem ser dotadas com o sistema eletrônico automático de corte. Porém é
preciso entender conceitos de modelos de fresadoras antes de adotar esta solução.
As fresadoras mais utilizadas no Brasil são máquinas de pequeno porte, com 1,0 metro de largura de
corte e locomoção sobre pneus. Para manter uma regularidade no corte o ideal é utilizar fresadoras
com locomoção sobre esteiras, muito menos sensível às possíveis irregularidades existentes na super-
fície. Alguns modelos mais modernos já possuem um sistema que mantem o cilindro sempre paralelo
à superfície. Porém com irregularidades maiores este sistema pode não ser suficiente. É preciso utilizar
também um sistema de nivelamento eletrônico.
Sistema hidráulico das fresadoras de esteiras mantem o tambor paralelo à superfície. Para correção
de maiores irregularidades é utilizado sistema de leitura por sensores e cálculo da média das irregula-
ridades.
Depende da situação existente. Pequenas irregularidades podem ser corrigidas com o uso do modelo
correto de fresadora dotada de sistema de nivelamento eletrônico. Aplicação com o uso de tambor de
microfresagem pode eliminar a necessidade de um novo recapeio, como vimos em um artigo publicado
aqui em setembro de 2017.
Irregularidades maiores exigem a correção tanto na fresagem quanto na aplicação de uma nova ca-
mada asfáltica de CBUQ com a vibroacabadora, com ambos os equipamentos utilizando o sistema de
nivelamento eletrônico. Já grandes irregularidades exigirão fresagens mais profundas e uma recons-
trução da camada intermediária de base.
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De qualquer maneira é preciso disseminar o bom uso e as corretas práticas de utilização dos sistemas
de nivelamento eletrônico na pavimentação.
O tema Reciclagem de Asfalto vem despertando o interesse e a atenção de muitos envolvidos em obras
rodoviárias no Brasil. No entanto, ainda há um grande desconhecimento sobre suas aplicações e téc-
nicas.
O que é a reciclagem de asfalto? Onde se aplica? Quais as vantagens técnicas e econômicas? Quais
são os ganhos ambientais a partir do reaproveitamento de material asfáltico deteriorado?
A reciclagem asfáltica consiste na reutilização total dos materiais existentes em pavimentos danificados
no processo de reabilitação da estrada, sem que haja a necessidade de importar novos agregados.
Uma das grandes vantagens é justamente reaproveitar 100% do material e ainda poder reforça-lo com
agentes estabilizadores tais como cal, cimento, emulsão ou espuma de asfalto.
Não há apenas uma única forma de reciclar o asfalto. Consideramos a reciclagem de pavimentos divi-
dida em três métodos: a frio (sem necessidade de aquecimento), ou reciclagem a quente (processo
com aquecimento). No método a frio, o processo pode ser subdividido em execução In Situ (no local)
ou execução em uma usina especial de reciclagem a frio.
Tanto a reciclagem a quente em usinas de asfalto quanto a reciclagem a frio em usinas especiais já
foram explicadas aqui no blog quanto aos seus respectivos detalhes técnicos, vantagens e aplicações.
Enquanto a reciclagem a frio no local foi abordado apenas aspectos técnicos do equipamento que a
executa, a máquina recicladora.
O método mais comum e amplamente utilizado em todo o mundo é a Reciclagem a Frio In Situ (no
local). Este processo requer a utilização de um equipamento específico, a Recicladora de Asfalto, que
possui um cilindro especial para corte e trituração não somente da camada asfáltica como também para
a camada de base granular abaixo.
O cilindro é dotado de dentes de corte especiais composto por aço e ponta de tungstênio de alta resis-
tência. Desta forma, o pavimento danificado é cortado, triturado e, com o giro contínuo em sentido
ascendente do cilindro, o material é misturado e homogeneizado. Tudo executado em uma passada
única da Recicladora, assegurando altíssimos índices de produtividade.
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A recuperação através de reciclagem a frio In Situ nem sempre exige a adição de agentes estabiliza-
dores para a melhoria das propriedades do material reciclado. O reprocessamento é utilizado quando
o material existente já atende aos requisitos de resistência. Isto geralmente em estradas que apresen-
tam baixo volume de trânsito.
Quando a deterioração da via é causada por uma camada de base abaixo que tenha deficiência gra-
nulométrica ou plasticidade ruim, pode ser espalhado um novo material tal como brita graduada sobre
a camada para que a Recicladora incorpore junto ao pavimento reciclado triturado.
É preciso analisar o tipo de material de base antes de utilizar esta técnica. Por exemplo, em bases com
argila muito úmida, é preciso que haja duas passadas da Recicladora. A primeira para pulverizar o
material e proporcionar a secagem do solo coesivo com alta umidade. Após a compactação deste ma-
terial, já mais seco, ocorre a mistura com o novo material adicionado em uma segunda passada da
Recicladora.
Agentes Estabilizadores
A escolha do agente estabilizador mais eficaz para determinada aplicação depende de vários fatores
tais como o preço local, a disponibilidade do insumo e o tipo de material que compõe o pavimento
existente.
No Brasil a aplicação mais comum é a reciclagem com adição de cimento. Em geral, é utilizado entre
1% e 3% de cimento em relação ao volume trabalhado, dependendo do tipo de material existente e de
sua capacidade de carga. A taxa de aplicação deve ser adicionada por um equipamento espargidor
específico, para que haja acuracidade na quantidade adicionada.
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Já a aplicação de emulsão asfáltica ou espuma de asfalto ocorre dentro da recicladora de asfalto, que
deve ser configurada com uma barra especial de espargimento dentro de sua caixa de reciclagem. A
barra especial possui bicos espargidores dotados de um dispositivo especial que provoca o processo
de espumação asfáltica ao dosar água, ar e o ligante asfáltico. Há um aumento no volume em mais de
15 vezes e uma fina película asfáltica encobre o material reciclado, garantindo a aderência interna e
evitando que a camada fique “solta”. O que é favorável para uma maior vida útil do pavimento.
Equipamentos Auxiliares
Os equipamentos que fazem parte do processo de execução da reciclagem a frio in situ compõem o
que é chamado de trem de reciclagem (ou comboio de reciclagem). Estes equipamentos são os rolos
compactadores, a motoniveladora e o espargidor de cimento. A frente da recicladora, um caminhão
pipa abastece de forma contínua a máquina, sendo empurrada pela mesma através de uma barra es-
pecial.
Após a passagem da recicladora, um rolo executa a compactação inicial. Se o material reciclado for
predominantemente granular, este rolo deve ser de cilindro liso. Se a reciclagem atingir camadas de
base com material coesivo (argiloso), o cilindro deve ser do tipo corrugado (pata).
As três fotos abaixo mostram a reciclagem a frio com adição de cimento em uma rodovia deteriorada.
Com profundidade de 15 centímetros cortando asfalto e uma camada de base predominantemente
argilosa (coesiva), misturada com o cimento e formando uma nova e mais resistente camada interme-
diária de base.
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Quando há aplicação da reciclagem utilizando cimento é recomendado que se utilize o espargidor es-
pecial, já citado anteriormente, para que ocorra a taxa correta de despejo de material sobre o pavi-
mento. Estudos indicam que o maior custo em uma obra de reciclagem é justamente o cimento. Além
da questão econômica, a adição em dose errada pode ser prejudicial. O excesso de cimento deixa a
camada com excesso de rigidez, com tendência a formação de trincas e fissuras que comprometem a
vida útil do pavimento. Já a dosagem em menor quantidade que o especificado pode ser insuficiente
para que haja a resistência adequada.
Finalização
Vantagens da Técnica
·Pode ser executado durante períodos de tempo incertos, com sol ou chuva (desde que não seja em
excesso);
·Pela largura dos equipamentos existentes (2,0 m a 2,5 m de largura), é possível trabalhar em uma
faixa de rolagem apenas, liberando as demais para que o trânsito não seja totalmente interrompido.
Aplicações
O processo de reciclagem é uma ótima solução técnica e econômica para a melhoria de ruas sem
pavimentação, de chão batido, que causam muitos problemas aos usuários. Na época de seca a pas-
sagem dos veículos provoca nuvens de pó, enquanto na época de chuva estas vias tornam-se muitas
vezes intransitáveis.
Para manter uma qualidade mínima de rodagem é preciso realizar a manutenção dos agregados que
a cobrem e também o seu nivelamento. A utilização da Recicladora mistura novamente o material exis-
tente, tornando o mesmo mais homogêneo, podendo ser adicionado britas e outros materiais para que
haja uma melhor trafegabilidade.
O asfalto sofre um processo natural de envelhecimento que resulta em sua destruição gradativa. O
pavimento degradado pode ser reabilitado reciclando uma camada fina, embora o mais comum seja a
remoção da camada através da fresagem e a pavimentação de uma nova camada.
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Para melhorar a curva granulométrica do material asfáltico reciclado, aumentar a sua capacidade de
suporte e assegurar uma boa compactação, pode ser necessário espalhar uma camada de pó de pedra
sobre a superfície do pavimento antes da passagem da Recicladora. A vantagem é que não há remoção
de materiais, pois os mesmos são corrigidos no próprio local.
As Recicladoras são máquinas robustas com capacidade de reciclar grossas camadas de asfalto e de
base. O processo completo pode ser realizado em uma única passada, mas dependendo da consistên-
cia forte da camada existente é necessário passar duas vezes. A primeira para triturar e pulverizar o
material, para que na sequência haja a correta homogeneidade granulométrica da camada.
Em reciclagens profundas há pouca ou nenhuma necessidade de adicionar material. Uma camada com
alto grau de degradação pode ser completamente recuperada. A máquina em uma só passada fortalece
o material ao corrigir granulometricamente a sua consistência, transformando em uma nova camada
de base que está apta a suportar os esforços oriundos do tráfego.
Camada asfáltica e a camada de base granular abaixo podem ser tratadas e transformadas em uma
nova e única camada. Se há um alto grau de degradação em ambas as camadas, o uso da reciclagem
a frio é sem dúvida o melhor método para a recuperação das mesmas.
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