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O assunto o qual vou abordar agora é muito delicado para muitos da estrutura
religiosa cristã (catolicismo e protestantismo). Para muitos, divergir nesta
questão é uma blasfêmia terrível. Mas, para aqueles a quem, de fato se
destina este estudo, é mais um artigo que servirá de despertamento,
conduzindo-os a retirar de sua vida mais um "engano de satanás" que ousa
deturpar aquilo que Cristo de fato quis nos ensinar. E esse engano só não foi
revelado há muito mais tempo pela igreja, caro leitor, porque estava
soterrado sob liturgias e rituais provenientes da religiosidade pagã-romana.
O ritual de comer um pão físico e beber o vinho (suco de uva) foi, de certa
forma, introduzido pelo catolicismo de Constantino, copiando de um possível
ritual ao deus chamado “Mitra”. Não vou me aprofundar no contexto histórico
agora, iremos apenas focar no que Cristo verdadeiramente nos ensinou, sem
a intromissão de ensinos impostores do passado.
Enquanto você ler o estudo, você pode perceber que o texto de I Coríntios
11:23 em diante, não foi usado. Mas este texto será explicado ao final deste
artigo.
O PÃO
Ele não é um pão físico (pão de forma, pão sovado, bisnaga da padaria). O
pão que Ele nos fala é espiritual, ou seja, Ele mesmo! No dia da páscoa, Ele
apenas usa o pão e o vinho para servir como simbolismo didático no
momento, Ele usou elementos materiais para mostrar aquilo que era
espiritual, e nunca para ser um ritual, como é feito hoje! Isso precisa ficar
MUITO claro, por isso estou repetindo.
“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste
pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne,
que eu darei pela vida do mundo.” (João 6:51)
Devemos nos alimentar do verdadeiro Pão que é espiritual, e não físico. Veja
novamente neste versículo:
“Eu sou o pão da vida.” (João 6:48) – Jesus é o verdadeiro Pão espiritual, e
não um pão feito de farinha de trigo.
Certamente não é um ritual da qual Ele pede para que façamos. Veja os
textos:
O CÁLICE
Vamos ler o texto por inteiro, e não somente a parte que é lida na liturgia!
“Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos
ajuntais, não para melhor, mas para pior. Porque, antes de tudo,
ouço que quando vos ajuntais na igreja há entre vós dissensões;
e em parte o creio. E até importa que haja entre vós facções,
para que os aprovados se tornem manifestos entre vós. De sorte
que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do
Senhor; porque quando comeis, cada um toma antes de outrem
a sua própria ceia; e assim um fica com fome e outro se
embriaga. Não tendes porventura casas onde comer e beber?
Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada
têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo. Porque
eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor
Jesus, na noite em que foi traído, tomou pão; e, havendo dado
graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei
isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de
cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu
sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória
de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e
beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até
que ele venha. De modo que qualquer que comer do pão, ou
beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo
e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo,
e assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem come e
bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não
discernir o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos
fracos e enfermos, e muitos que dormem. Mas, se nós nos
julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados; quando,
porém, somos julgados pelo Senhor, somos corrigidos, para não
sermos condenados com o mundo. Portanto, meus irmãos,
quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros. Se
algum tiver fome, coma em casa, a fim de que não vos reunais
para condenação vossa. E as demais coisas eu as ordenarei
quando for.” (1ª Coríntios 11:17-34)
Por causa das inúmeras repetições da liturgia da qual o líder lê este texto,
muitos até o sabem “decorado” sintomatizando uma idolatria pelo texto. Mas
nesta parte da carta à Igreja de Corinto, Paulo estava os orientando com
muita simplicidade, não querendo lhes ordenar uma liturgia ritualística. Paulo
expõe a esta Igreja da seguinte forma:
Por isso, Paulo cita a passagem da páscoa feita antes da morte do Messias,
da qual Ele ensina qual é a verdadeira refeição, que é comer e beber dEle.
Para que com isso, anunciar a morte de Jesus.
Paulo também nunca quis transmitir o ensino de uma liturgia ritualística. Mas
ele ensinava que, se somos o Corpo de Cristo, e o Messias “se partiu” por
nós, devemos fazer como Ele, O Seu Corpo – a Igreja, também deve ser
partida pelo próximo, através da pregação da Palavra, participando do seu
cálice: dos seus sofrimentos, sua renúncia e seu modo de viver.
Por causa daqueles erros apontados por Paulo, A igreja de Corinto não sabia
discernir o Corpo de Jesus, pois apenas comiam para si, e comiam para sua
própria condenação, pois estavam em pecado. Por isso estavam
espiritualmente fracos e doentes, e muitos dormiam na fé.
Truncando a Ceia
Quando acabou a ceia completa, ficando apenas o pão e o cálice? Durante o
século I e a primeira parte do II, os primeiros cristãos descreviam a Santa
Ceia como a “festa do amor”.24[24] Naquele tempo eles tomavam o pão e o
cálice dentro do contexto de uma ceia festiva. Mas por volta do tempo de
Tertuliano (160-225), houve um início de separação do pão e do cálice da
Ceia. Pelo fim do século II, a separação foi completa. 25[25]
Alguns eruditos têm arrazoado que os cristãos eliminaram a ceia porque eles
não queriam que a Eucaristia fosse profanada pela participação de incrédulos.
26[26] Em parte isso pode ser verdade. Mas é mais provável que a crescente
influência do ritual religioso pagão removeu o gostoso ambiente caseiro, não
religioso, de uma ceia na sala de uma casa. 27[27] Já pelo século IV a festa
do amor foi “proibida” entre os cristãos! 28[28]
A mesa do altar onde o pão e cálice eram colocados chegou a ser vista como
um altar onde a vítima [do sacrifício] era oferecida.32[32] A Ceia deixou de
ser um evento comunitário. Em vez disso virou um ritual sacerdotal
presenciado a distancia. Ao longo dos séculos IV e V houve um crescente
sentido de medo e pavor associado com a mesa onde se celebrava a
Eucaristia.33[33] Chegou a ser um ritual sombrio. A alegria que antes
acompanhava a Ceia desaparecera completamente.34[34]
O fato da Ceia do Senhor chegar a ser um ritual sagrado fez com que esta
exigisse uma pessoa sagrada para ministrá-la.37[37] É aí que entra o
sacerdote para oferecer o sacrifício da Missa. 38[38] Acreditava-se que ele
tinha o poder de pedir a Deus que descesse do céu e tomasse residência em
um pedacinho de pão. 39[39]
CONCLUSÃO
Olhe pra mim! Este ritual de comer pão físico e beber suco como ritual
NÃO consta nas Sagradas Escrituras! E nunca devia existir. Este rito
foi introduzido por homens que supostamente entenderam tudo de
forma errônea, ou até, quem sabe, usando de má intenção. O comer
e beber Dele deve ser espiritual! Uma atitude diária em nossa vida!
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Referências Bibliográficas
21[21] Veja Rethinking the Wineskin, Capítulo 2; Eric Svendsen, The Table of the Lord (Atlanta:
NTRF, 1996); F.F. Bruce, First and Second Coríntios, NCB (London: Oliphant, 1971), p. 110;
James F. White, The Worldliness of Worship(New York: Oxford University Press, 1967), p. 85;
William Barclay, The Lord’s Supper(Philadelphia: WestministerPress, 1967), pp.100-107; I.
Howard Marshall, Last Supper
and Lord’s Supper(Eerdmans, 1980); Vernard Eller, In Place of Sacraments (Eerdmans, 1972),
pp. 9-15.
22[22] “Ao longo do período do NT a Ceia do Senhor era uma refeição real compartilhada nas casas de cristãos” (John Drane);
“Nos primeiros dias a Ceia do Senhor aconteceu no curso de uma refeição comunal. Todos traziam a comida que podiam e depois
a compartilhavam conjuntamente” (Donald Guthrie); “Em Corinto a sagrada comunhão não era simplesmente uma refeição
simbólica como
fazemos, mas uma refeição real. Além disso, parece claro que era uma refeição em que cada participante trazia comida” (Leon
Morris).
23[23] The Lord’s Supper, pp. 102-103. A Ceia do Senhor foi certa feita uma função “secular”, mas eventualmente virou dever
25[25] The Shape of the Liturgy, p. 23;Early Christians Speak, pp. 82-84, 96-97, 127-130. Nos século I e início do século II, A Ceia
do Senhor parece ter sido celebrada pela noite como uma refeição. Fontes do século II mostram que era celebrada apenas aos
domingos. No Didache, a Eucaristia é mostrada como sendo tomada com a refeição do Ágape(festa do amor). Veja também J.G.
27[27] Sobre as influências pagãs envolvendo a Missa Cristã, veja o ensaio de Edmon Bishop, The Genius of the Roman Rite; Mgr.
L. Duchesne, Christian Worship: Its Origin and Evolution(New York: Society for Promoting Christian Knowledge, 1912), pp. 86-
227; Josef A. Jungmann, S.J., The Early Liturgy: To the Time of Gregory the Great(Notre Dame: Notre Dame Press, 1959), p. 123,
130-144, 291-292; M.A. Smith, From Christ to Constantine (Downer’s Grove: InterVarsity Press, 1973), p. 173; Will Durant, Caesar
to Christ(New York: Simon & Schuster, 1950), pp. 599-600, 618-619, 671-672.
28[28] Foi proibida pelo Concílio de Cartago em 397 d.C.. The Lord’s Supper, p. 60; Charles Hodge, 1 Coríntios, p. 219; R.C.H.
31[31] Tad W. Guzie, Jesus and the Eucharist(New York: Paulist Press, 1974), p. 120.
32[32] Ibid.
33[33] Escritores como Clemente de Alexandria, Tertuliano, e Hippolytus (início do século III) começaram a usar uma linguagem
que geralmente fala da presença de Cristo no pão e no vinho. Mas nenhuma tentativa foi feita naquele primeiro momento para
questionar este realismo físico que “transformava” o pão e o vinho em carne e sangue. Posteriormente, alguns escritores orientais
(Cyril, Sarapion, Athanasius) apresentaram uma oração para o Espírito Santo transformar o pão e o vinho em corpo e sangue. Mas
foi Ambrósio de Milão (fim do século IV) que fixou um poder consagratório pela recitação das palavras da instituição. Às palavras
“Este é o meu corpo” (do latim em meum de corpo de hocest) foram atribuídas o poder de transformar o pão e o vinho (Josef
Jungmann, The Mass of the Roman Rite, New York: Benziger, 1951, pp. 52, 203-204; Gregory Dix, The Shape of the Liturgy,
London: Dacre Press, pp. 239, 240-245). Incidentalmente, o latim começou a ser utilizado no Norte da África no início do século
I e esparramou-se lentamente através de Roma até tornar-se comum ao final do século III (Bard Thompson, Liturgies of the
34[34] Isto se reflete também na arte Cristã. Não há nenhum semblante melancólico de Jesus antes do século IV (Private Email
from Graydon Snyder, 10/12/2001; Veja também his book Ante Pacem).
36[36] Isto aconteceu no século IX. Antes disto era o ato de tomar a Eucaristia que se considerava sagrado. Mas em 830 d.C., um
homem chamado Radbert escreveu o primeiro tratado abordando a Eucaristia focando diretamente o pão e o vinho. Todos os
escritores cristãos antes de Radbert descreveram o que os cristãos faziam quando tomavam o pão e o vinho, ou seja, o ato de tomar
os elementos. Radbert foi o primeiro a focar exclusivamente os elementos pão e vinho que eram colocados na mesa do altar (Jesus
37[37] James D.G. Dunn, New Testament Theology in Dialogue (Westminister Press, 1987), pp. 125-135.
39[39] Richard Hanson, Christian Priesthood Examined(Guildford and London: Lutterworth Press, 1979), p. 80.
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