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Introdução ao Livro de

ECLESIASTES
Marcelo Berti
©Fonte São Paulo

O material aqui disponibilizado acompanha a série de


mensagens do livro de Eclesiastes oferecido pela Igreja
Batista Fonte São Paulo e seu conteúdo pertence ao autor.
A distribuição desse material é livre desde que se
mantenha no formato apresentado nesse documento.
Para tudo há uma ocasião certa;
há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu
Eclesiastes 3:1
QUESTÕES INTRODUTÓRIAS
A. TÍTULO DO LIVRO

I. Observações Textuais

O título do livro provém do primeiro verso desse livro: “As


palavras do mestre, filho de Davi, rei em Jerusalém” (1:1). O
termo hebraico traduzido na NVI por mestre é ‫הֶלֶת‬%
(Qohelet), um particípio feminino derivado da mesma raiz de
‫( 'הָל‬Qahal), um substantivo que descreve uma assembléia;
(HALOT, 1080). Eventualmente particípios femininos em
hebraico podem ser usados como descrição de ocupação; por
exemplo ‫( סֹפֶ(ת‬Soferet) é aquele que escreve o livro (‫סֵפֶר‬-
sefer), e por isso é chamado de escriba; (Muraoka, §89b);
normalmente substantivos masculinos são usados para isso.
Nesse caso, ‫הֶלֶת‬% (Qohelet) é aquele que faz parte da
assembléia ‫( 'הָל‬Qahal), aquele que participa ou fala na
assembléia (Gesenius §122r); a terminação do termo sugere
intensidade: o grande homem da assembléia; (Muraoka,
§89b)

II. Tradução do Termo

O termo ‫הֶלֶת‬% (Qohelet) foi traduzido de dois modos para


o Grego: (1) Símaco, o ebionita, traduziu o termo por
παροιμιαστής (paroimiastës), um autor de provérbios (LSJ,
1342; Sopholes, 860); Eusébio (VI, 564) e Basílio (II, 816 D.
III) usam esse termo em referência a ‫הֶלֶת‬% (Qohelet); (2) Já
o texto tradicional da LXX traduz o termo como
ἐκκλησιαστής (ecclesiastes), um membro da ἐκκλεσία
(ecclesía), da assembléia, congregação (cf. Pl.Grg.452e,
Ap.25a, Arist.Pol.1275a26); Em Latim o termo foi apenas
transliterado do grego para Ecclesiastes, de onde o título em
português foi posteriormente adotado.

III. Entendimento do Termo

O termo ‫הֶלֶת‬% (Qohelet) está sendo usado como um


título, como o uso do artigo em 12:8 parece reforçar:
‫הֶלֶת‬./ַ‫( ה‬Haqohelet); dois entendimentos são possíveis nesse
caso:

(1)Pregador/Professor: A tradução do termo para o


Grego na LXX, parece sugerir a esfera da ocupação da
qual o título se refere, como o termo hebraico também
parece sugerir; aquele que reúne [pessoas] parece ser
uma possível tradução para o termo. As funções de
professor (12:9) e pastor (12:11) do povo atribuídas a
‫הֶלֶת‬% (Qohelet) parecem justificar a tradução do termo
para pregador em português; nesse sentido, ‫הֶלֶת‬%
(Qohelet) é aquele que reúne pessoas para ensinar/
pastorear.

“As traduções tradicionais do nome/título são "o Pregador" e "o


Professor", e estão equivocadas. Ambas as traduções assumem que o
autor do livro está dirigindo-se a um grupo que ele montou. Aqueles
que acreditam que o grupo é religioso na orientação traduzem
"Pregador", uma interpretação certamente encorajada pela tradução
grega, que está relacionada com a palavra do Novo Testamento para
"igreja" (ekklēsia). Outros, no entanto, afirmam com razão que a
Qohelet é muito não-tradicional para se localizar em um ambiente
religioso e, assim, acreditam que o grupo que ele reuniu é um tipo de
sala de aula; eles traduzem assim "Professor". Essa abordagem
também tem suas falhas fatais” – Tremper Longman, The Book of
Ecclesiastes, 1
(2) Sábio: O fato de ‫הֶלֶת‬% (Qohelet) ter sido apresentado
como alguém que ensinou ‫ַעַת‬2 (da’at- conhecimento), no
contexto do livro parece evidente que ele ensinou a
sabedoria. Além disso,o termo ‫הֶלֶת‬% (Qohelet) não é
usado em nenhum lugar no AT para descrever funções
religiosas. Por isso, parece justo entender ‫הֶלֶת‬% (Qohelet)
como um sábio, alguém que reúne conhecimento e divide
sua sabedoria;

“A identificação de Qohelet como um sábio provavelmente indica que


Qohelet ensinou sabedoria às pessoas e o conteúdo da sabedoria
registrada em Eclesiastes é marcada pela ausência de referências aos
principais princípios religiosos do antigo Israel. Essas considerações
destacam a inadequação de uma interpretação religiosa para o título.”–
M. A. Shields, “Qohelet,” Dictionary of the Old Testament: Wisdom,
Poetry & Writings, 635

B. AUTORIA E DATA

I. Visão Tradicional

O autor é identificado como ‫הֶלֶת‬% (Qohelet), filho de


Davi, rei em Jerusalém, que seria ninguém menos que o
próprio Salomão, que reúne o povo (cf. 1Re 8; dedicação do
templo). De fato, Salomão era rei em Jerusalém, filho de
Davi; soma-se a isso, o fato de que muitos dos exemplos
apresentados no livro se referem a Salomão. Sendo assim,
Salomão, já idoso, escreveria o livro contando suas histórias e
frustrações depois de ter conseguido tudo o que a vida pode
oferecer’.

(1)Suporte no Judaísmo Tradicional: R. Shimon ben


Menasiah afirma: Eclesiastes não contamina as mãos
porque é sabedoria de Salomão (b. Meg. 7A). Em várias
ocasiões Eclesiastes é citado e atribuído a Salomão (b.
Shabb. 30A). O Targum Aramaico também assume a
autoria Salomônica. O Midrash Ecclesiastes Rabbah
também presume a autoria de Salomão;

(2)Suporte no Cristianismo Histórico: Orígenes


defendia que o Sábio era Salomão. Jerônimo e Gergório
de Nissa também defendiam a autoria salomônica, mas
entenderiam que o nome grego do livro apontava para
igreja em ultima análise. Evagrius entendia que a Cristo,
como o verdadeiro conhecimento e sabedoria, era o autor
final do livro;

(3) Suporte Canônico: O conteúdo do livro parece refletir


a vida, experiência e frustração de alguém da estatura de
Salomão. Os paralelos entre Eclesiastes e o texto que
conta a história de Salomão reforçam esse a autoria de
Salomão:

(a)Sabedoria inigualável (Ec. 1:16//1Re 3:12)


(b)Tesouros inigualáveis (Ec 2:4-10//1Re 4:27-32)
(c) Riqueza sem paralelo (Ec 2:4-10//1Re 7:1-8)
(d)Servos numerosos (Ec 2:4-10//1Re 9:17-19)
(e)Projetos arquitetônicos (Ec 2:4-10//1Re 10:14-29)
(f) Atividade literária intensa (Ec 12:9//1Re 4:32)
(g)Mulheres em profusão (Ec 2:8, 7:28//1Re 11:3)

“As semelhanças entre Salomão e Qohelet são muitas e,


legitimamente explicadas, apontam para o filho de Davi como o mais
provável autor do livro” – Carlos Osvaldo Pinto, Foco e
Desenvolvimento do Antigo Testamento, 558.
II. Visão Radical

Baseado em estudos da linguagem de Eclesiastes


(vocabulário e sintaxe), muitos autores tem atribuído uma
data pós-exílica (Seow), enquanto outros uma data anterior a
revolta dos Macabeus (Crenshaw, Lauha); a razão é que o
texto assemelha-se mais com o Aramaico pós-exílico do que
com o Hebraico pré-exílico. Além disso, baseado em estudos
comparativos, muitos autores tem encontrado muitas
influências helênicas no livro (Dahood). Considerando esses
elementos, esses autores colocam o livro em algum lugar do
segundo ou terceiro século antes de Cristo.

“Se o livro de Qohelet for de origem salomônica, então não existe


história da linguagem Hebraica” – F. Delitzsch, Proverbs, Ecclesiastes,
Song of Solomon, 190.

III. Dificuldade da Visão Tradicional

(1)Qohelet parece se colocar no fim de uma longa


sucessão de reis. Observe o texto de Ec 1:16: ‫ִי‬5ְ‫סַפ‬.‫ה‬
‫ָלִָם‬89‫ֶר־הָיָה לְפָנַי עַל־יְר‬8ֲ‫ָל־א‬A ‫( חָכְמָה עַל‬hosaphti hokhmah
al kol-asher-hayah lephanai al-yerushalam):

(a)Tradução ARA: “sobrepujei em sabedoria a todos os


que existiram antes de mim em Jerusalém”; NVI:
“ultrapassei em sabedoria todos os que governaram
Jerusalém antes de mim”. Qohelet usa uma expressão
similar para se descrever como rei sobre Israel
(‫אֵל‬EְFִ‫ עַל־י‬- al-yishrael)
(b)Essa expressão é usada frequentemente no AT para
descrever o reinado de alguém sobre Israel (cf. Jz 9:22;
1Sm 13:1; 14:47; 15:1, 17, 26, 35; 16:1; et al);

(c) Interpretação: Se essa interpretação é correta,


Qohelet olha para trás em uma longa sucessão de
monarcas;

(2) Qohelet parece escrever seu livro quando já não era


mais rei em Israel: ‫אֵל‬EְFִ‫הֶלֶת הָיִיתִי מֶלְֶ עַל־י‬% ‫'( אֲנִי‬ani
qoheleth hayithi melekh ‘al-yisra'el - 1:12):

(a)Tradução: ARA: Eu, o pregador, fui rei sobre Israel;


NVI: Eu, o mestre, fui rei de Israel;

(b)Interpretação: Se essa interpretação é correta,


dificilmente Qohelet é o Salomão dos livros históricos,
porque não houve ocasião na vida real de Salomão na
qual ele não teria sido rei;

(3)Salomão temo o costume de assumir as obras que


escreve:

(a) Em Provérbios Salomão usa o seu nome pessoal, e


não um título em auto-descrição (‫מֹה‬Jְ8 ‫ְלֵי‬8ִ‫ מ‬- mishlei
shelomoh; cf. Pr 1.1; 10:1; 25:1);

(b)Em Cantares Salomão faz o mesmo (‫ים‬K‫ִי‬Lַ‫ִיר ה‬8


‫מֹה‬Jְ8ִ‫ֶר ל‬8ֲ‫ א‬- shir hashirim asher lishlomoh; cf. 1:1);
(c) O uso de um título incomum e virtualmente
desconhecido não assemelha-se com a prática de
Salomão;

(4)A existência de duas vozes no livro:


(a) As passagens centrais do livro estão na primeira
pessoa do singular;
(b) A introdução (1:1) e o epílogo (12:9-14) estão na
terceira pessoa do singular;

(5)Três teorias tentam explicar esse fenômeno:

(a)Autoria Múltipla: Qohelet seria o autor das partes


centrais do livro e um editor posterior teria criado a
estrutura do livro adicionando a introdução (1:1) e o
primeiro epílogo (12:9-11); posteriormente um terceiro
editor teria inserido o epílogo final (12:12-14) (como
um corretivo ortodoxo);

(b)Autoria Composta: Qohelet seria o autor das partes


centrais do livro, e um segundo sábio teria feito a
introdução (1:1) e o epílogo do livro (12:9-14);
(Longman, Shephard)

(c) Autoria Simples: Um sábio seria o autor do livro


como um todo, e teria criado Qohelet como uma
persona literária (Fox);

“Hoje, poucos estudiosos ainda mantêm a autoria salomônica para o


Eclesiastes. Provavelmente a posição maioritária durante grande parte
do século passado foi que um sábio israelita escreveu o livro como um
tratado de sabedoria cética, pessimista e adotou uma personalidade
salomônica para dar-lhe uma medida de autoridade” – Jerry
Shepherd, Ecclesiastes, 257.
“Este personagem, pelo menos nos dois primeiros capítulos, é
retratado como um rei cuja aparência é retirada da imagem bíblica de
Salomão. Para fins do exercício intelectual que Qohelet oferece, o
autor quer que concebamos a sabedoria, o poder e a prosperidade da
personalidade Salomônica em quantidade e qualidade - pelo menos
em 1: 2-2: 26 - sem necessariamente tentar nos fazer acreditar que
Qohelet realmente teria sido Salomão ou para dar ao livro completa
autoridade salomônica” – Michael Fox, Ecclesiastes, x.

IV. Superando as Dificuldade da Visão Tradicional

(1)Qohelet parece se colocar no fim de uma longa


sucessão de reis:

(a) Ainda que a tradução da ARA (“e sobrepujei em


sabedoria a todos os que existiram antes de mim”)
esteja provavelmente equivocada, a ideia de governo
sobre Israel é exclusiva de reis é equivocada;

(b)Vale lembrar que além dos juízes, Saul, Davi e


Absalão reinaram antes de Salomão;

(c) É possível que a linguagem de Qohelet seja


hiperbólica;

(2)Qohelet parece escrever seu livro quando já não era


mais rei em Israel ‫אֵל‬EְFִ‫הֶלֶת הָיִיתִי מֶלְֶ עַל־י‬% ‫'( אֲנִי‬ani
qoheleth hayithi melekh ‘al-yisra’el; 1:12):

(a) O estudo linguístico da língua hebraica tem


demonstrado que o Perfeito Hebraico tem sentido
perfectivo;

(b)Desse modo, a tradução poderia ser “Eu, o Qohelet,


tenho sido rei sobre Israel”
(c) Nesse caso, o autor ainda seria rei e, com isso, não
existira conflito entre o verso e a vida de Salomão;

(3)Salomão tem o costume de assumir as obras que


escreve:

(a) Ao que o registro da escritura nos faz pensar,


Salomão escreveu muito mais do que o que temos nos
livros canônicos;

(b)É possível que ele tenha usado títulos em


autoidentificação;

(c) Além disso, o fato que o autor tenha escolhido um


título para se descreve, não implica necessariamente
em uma personagem literária criada pelo autor;

(4)A existência de duas vozes no livro:

(a) As teoria de autoria múltipla são interessantes e


lidam bem com a evidência; entretanto, a mudança de
voz verbal não implica necessariamente em múltiplos
autores; (cf. Fox);

(b)A ideia da personagem literária, também lida com a


evidência de modo adequado, mas, novamente, a
similaridade entre Qohelet e Salomão não é
necessariamente artística; ela poderia ser histórica;

(c) Além disso, não é incomum na literatura


autobiográfica se encontrar trechos em terceira pessoa;
V. Data

(1)Se Qohelet é uma criação literária e artística, o livro foi


provavelmente escrito no período pós-exílico;

(2)Se Salomão escreveu o livro, ele não pode ser datado


em outra data senão no Séc. 10 a.C.

C. ESTRUTURA LITERÁRIA

I. Considerações Iniciais

O livro de Eclesiastes é um livro extremamente complexo,


a ponto de alguns comentaristas sugerirem que o livro é
desprovido de estrutura literária (Eissfeldt). Esse ceticismo
não é generalizado, de modo que vários comentaristas
encontram 6 grandes divisões para o livro: (1) Introdução
(1:1-12); (2) Primeira Seção (1:13-2:26); (3) Segunda Seção
(3:1-5:20); (4) Terceira Seção (6:1-8:15); (5) Quarta Seção
(8:16-12:7); (6) Epílogo (12:8-12)’.

A.G. Wright propõe uma excelentes observações sobre a


estrutura do livro:

(1)A chave estrutural da primeira metade do livro é a


expressão “Tudo é vaidade e correr atras do vento”
(1:12-6:9);
(2)O segundo maior marcador de estrutura encontra-se
nas expressões “não descobre”, “quem pode descobrir”
(6:10-11:6)

(3)O terceiro marcador de estrutra seria a expressão “não


se sabe” (9:1-12:14);

II. Proposta

(1)Título do Livro: 1:1


(2)Hipótese Inicial: Os esforços do homem são
desprovidos de significado em um mundo que não lhe
oferece realização pessoal (1:2-11)
(a)Tema Inicial: O homem não encontra proveito ou
propósito na vida (1:2-3)
(b)Razão Inicial: O homem não tem qualquer
contribuição aparente para um mundo repetitivo e
cansativo (1:4-11)
(i) O homem vive em um mundo de ciclos cansativos
(1:4-8)
(ii)O homem não oferece qualquer contribuição nova
a vida (1:9-10)
(iii)O homem não alcançará memória duradoura
(1:11)

(3)Primeira Investigação: A busca Empírica de Qohelet


por significado demonstra que o homem não pode extrair
proveito da vida a não ser que a desfrute sob o temor de
Deus (1:12-2:26)
(a)Introdução: A busca multifacetada empreendida
por Qohelet, sob a direção da sabedoria, resultou em
frustração (1:12-18)
(b)Primeira Busca: A Frustração do Prazer (2:1-11)
(c) Segunda Busca: A Frustração da Sabedoria
(2:12-17)
(d)Terceira Busca: A Frustração do Trabalho (2:18-23)
(e)Conclusão Provisória: Carpe Diem (2:24-26)

(4)Segunda Investigação: A busca de Qohelet por


significado passa a considerar a Soberania Divina e sua
perspectiva sobre a vida e conclui que desfrutar das coisas
boas da vida é a melhor alternativa para a frustração com
a vida num mundo moralmente distorcido (3:1-22);

(a)Introdução: A Soberania Divina é Determinativa e


Télica (v.1);
(b)Primeira Demonstração: Tensões da Vida (vv.2-9)
(c) Segunda Demonstração: A Soberania Divina
(vv.10-17)
(d)Terceira Demonstração: Insuficiência Humana
(vv.18-21)
(e)Conclusão Provisória: Carpe Diem (v.22; cf. vv.12,
13)

(5)Terceira Investigação: A busca de Qohelet por


significado passa a considerar os Problemas Sociais e
conclui que nenhum proveito pode ser obtido na vida
além de desfrutar das coisas boas da vida (4:1-5:20);

(a)Primeira Demonstração: Opressões Sociais (4:1-3)


(b)Segunda Demonstração: Trabalho (4:4-12)
(c) Terceira Demonstração: Sucessão Política
(4:13-16)
(d)Quarta Demonstração: Religião Insincera (5:1-7)
(e)Quinta Demonstração: Corrupção e Ambição
(5:8-17)
(f) Conclusão Provisória: Carpe Diem (5:18-20);

(6)Quarta Investigação: A busca de Qohelet por


significado passa a considerar as muitas insuficiências da
vida e da humanidade, considerando a importância da
sabedoria e do temor, e conclui que nada é melhor do que
aproveitar a vida (6:1-8:15);

(a)Primeira Consideração: Insuficiência da Riqueza


(6:1-6);
(b)Segunda Consideração: Insuficiência do Trabalho
(6:7-12)
(c) Terceira Consideração: Importância da Sabedoria
(7:1-12)
(d)Quarta Consideração: Importância do Temor
(7:13-24)
(e)Quinta Consideração: Insuficiência da Humanidade
(7:24-8:14)
(f) Conclusão Provisória: Carpe Diem (8:15);

(7)Síntese e Conselhos para vida: Após apresentar suas


seis investigações, Qohelet agora passa a considerar de
modo sintético elementos de sua pesquisa para então
oferecer conselhos para a vida (8:16-11:6);

(a)Síntese das Investigações: O Fracasso da


Investigação (8:16-9:6)
(b)Primeiro Conselho: Aproveite a Vida (9:7-10)
(c) Segundo Conselho: Use a Sabedoria (9:11-18)
(d)Terceiro Conselho: Evite a Insensatez (10:1-11)
(e)Quarto Conselho: Cuide das Palavras (10:12-14)
(f) Quinto Conselho: Cuide do Trabalho (10:15-20)
(g)Sexto Conselho: Planeje para Velhice (11:1-6)

(h)Conselhos Finais: A vida e longa o suficiente para se


aproveitar dela adequadamente, por isso, aproveite a vida
(11:7-10; 12:1-8);
(a)Primeiro Conselho: Brevidade da Vida (11:7-10)
(b)Segundo Conselho: A Iminência da Velhice e Morte
(12:1-8)

(i) Conclusão: A vida deve ser desfrutada de modo


responsável sob o temor de Deus (12:9-14)
(a)Nota Biográfica: Qohelet e sua Missão (12:9-11)
(b)Conselho Final: Viva Bem! (12:12-14)

“Todo esforço humano é desprovido de significado se a vida não for


vivida como uma dádiva a ser desfrutada sob o temor de Deus, não
como um enigma a ser resolvido” – Carlos Osvaldo Pinto, Foco e
Desenvolvimento do Antigo Testamento, 571.

D. PROPÓSITO E SIGNIFICADO

I. Propósito Didático

Qohelet era um professor da sabedoria que entendeu que


deveria dividir com seus pupilos os benefícios conceituais e
práticos da sabedoria que ele teria colecionado durante a
vida. Como um bom professor, Qohelet apresentou aos seus
alunos uma alternativa saudável para vida a partir do seus
muitos fracassos pessoais. Qohelet nos ensina que a vida
guiada hedonismo será sempre desprovida de significado. Ele
também sintetizou o substrato essencial da vida cheia de
significado.

“Estimular o temor do Senhor como a chave para uma vida significativa


em um mundo que é, em tudo o mais, desprovido de significado” –
Carlos Osvaldo Pinto, Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamento,
566.

II. Propósito Apologético

Qohelet tenta convencer seus leitores da inadequação de


qualquer cosmovisão debaixo do sol. O hedonismo com todas
as suas alegrias superficiais não transcende a frivolidade da
humanidade. O empirismo com todas as suas insaciáveis
satisfações não transcende a fatalidade da vida. O
materialismo com todas a suas conquistas temporais não
transcende ao tempo e não afeta a eternidade. Sem Deus, a
vida não tem sentido, as conquistas não tem valor, o prazer é
sensabor e as sensações etéreas.

“O propósito de Eclesiastes era convencer pessoas da inutilidade de


qualquer visão de mundo que não se ascenda para além do horizonte
da própria humanidade” – Gleason Archer Jr., A Survey of Old
Testament Introduction, 525.
III. Significado

O Significado de Eclesiastes pode ser entendido da


perspectiva de três marcas do seu pensamento:

(1)A Busca pela Felicidade:

(a)Qohelet buscou encontrar uma atividade ou


princípio que lhe daria alegria que duraria por toda
vida;

(b)Quando colocou a sabedoria (1:12-18) e o prazer


(2:1-11) diante da efemeridade da vida, ele concluiu
que esta privava a vida de sua alegria;

(c) Essa conclusão o levou a dizer: “Vaidade, tudo é


vaidade!” em um tom de latente pessimismo;

(b)O Entendimento da Soberania e Providência Divina:

(a)A vida e destino do homem são determinados por


Deus, que administra os afazeres humanos (2:26; 3:14;
7:13-14; 8:16-9:1; 11:5);

(b)Os planos de Deus, de acordo com Qohelet, era a


capacidade de aproveitar a vida como uma dádiva
divina;

(c) A efemeridade da vida e a inevitabilidade da morte


deve levar homens e mulheres a aproveitarem a vida
tanto quanto possível, como uma dádiva divina (2:24;
cf. 3:13, 22; 5:18; 8:15; 9:7-9; 11:7-10);
(c) A definição do Carpe Diem Piedoso:

(a)A busca pela felicidade da perspectiva da soberania


divina exige um modelo de vida que evite excessos e
valorize a moderação;

(b)Como a vida é uma dádiva divina, é mandatório que


ela seja aproveitada ao máximo de modo responsável;

(c) Embarcar num hedonismo pragmaticamente ateu


leva a uma vida de desapontamentos, frustrações,
vaidades e a completa falta de sentido;

(d)Até mesmo a religião existe moderação: nem


santarrão nem devasso (7:15-25); a verdadeira
experiência da fé evita a aparência da santidade e
permanência no mal;

(e)O substrato do carpe diem piedoso é: Tema a Deus


(5:7; 12:13)

“A filosofia e vida de Qohelet era marcada pela moderação na religião,


bem como na política e conduta pessoal. Ele andava a fina linha entre
o desespero e a arrogância, sendo balizado pelo temor a Deus” – C.
Hassel Bullock, An Introduction to the Old Testament Poetic Books,
216.
E. CANONICIDADE

I. Evidências do Judaísmo Primitivo

Apesar do conteúdo controvertido, o livro de Eclesiastes


recebe antigo suporte para sua aceitação no canon das
escrituras. Livros apócrifos do período intertestamental o
citam como escritura (cf. Ben Sirach; Sabedoria de Salomão).
As disputas rabínicas usam Qohelet como escritura (cf.
Disputas entre Shammai e Hillel). Eclesiastes foi recebido
como literatura canônica em Jamia (90d.C).

II. Evidências do Cristianismo Primitivo

Eclesiastes não é diretamente citado em nenhum lugar no


NT, mas é aludido em Rom 8:20: “Porquanto a criação ficou
sujeita à vaidade” (ματαιότης mataiótës é o termo usado
para traduzir ‫ הֲבֵל‬havel em Eclesiastes). O Pastor de Hermas
cita Ec 12:13; Justino Mártir faz alusão a 12:7; Clemente de
Alexandria cita 1:16-18 por nome; Tertuliano cita 3:1 várias
vezes; Origenes faz extensivo uso do livro. O triunfo de
Eclesiastes como escritura entre os judeus parece ter
influenciado os cristãos primitivos a o adotarem com o
mesmo status das escrituras sagradas.
F. TEOLOGIA

I. Introdução

Eclesiastes lida com os problemas da vida, e a principal


tese do livro envolve uma crise em dupla tensão:

(1)Falta de Sentido na Vida:

(a)Da perspectiva do Qohelet, a vida não tem


benefícios;

(b)O homem é incapaz de descobrir valor e significado


da vida;

(c) O homem não consegue aproveitar a vida com


satisfação porque não pode descobrir o significado e o
valor da vida;

(2)Presença Misteriosa de Deus:

(a)Da perspectiva do Qohelet, somente Deus poderia


oferecer a revelação necessária para se aproveitar a
vida;

(b)Apesar de ter algum conhecimento sobre o


significado da vida e do sábio controle soberano de
Deus sobre ela, o Qohelet é incapaz de lidar com essa
tensão;
(c) De um lado, existe a inabilidade humana para lidar
com os problemas da vida; do outro, Deus, que poderia
explicar e resolver essa tensão, manteve escondido as
condições para se aproveitar a vida;

(3)Proposta de Qohelet:

(a)Exorta o leitor a tirar o maior proveito de uma


situação ruim com a dupla recomendação de temer a
Deus e de desfrutar a vida fútil ao máximo;

(b)Embora a exortação de Qoheleth possa parecer


apresentar uma "solução" para o problema, ela
realmente funciona como uma "resposta" a um
problema não resolvido;

(c) O dilema continua: O homem não consegue resolver


o problema da falta de proveito da vida e de sua
insignificância, e Deus também não lhe dará a solução;

(d)Assim, o homem deve se contentar em viver com


essa tensão, fazendo o melhor de uma situação
carcomida;

II. Vaidade: Tese Central

A tese central do livro é que tudo é vaidade! (‫ הֲבֵל‬hebel -


inutilidade, fútil). Esse lema abre (1:2) e fecha (12:8) o livro,
fazendo do mesmo um inclusio. Com poucas excessões (2:24–
26; 3:14–15; 11:9–12:1, 9), tudo é ‫( הֲבֵל‬hebel); no livro
‫( הֲבֵל‬hebel) acontece 38x. O Sentido de ‫( ֲהבֵל‬hebel): A raiz de
‫( ֲהבֵל‬hebel) é usado de dois modos no AT:
(1)Literal: usado em referência ao vento, a respiração
transitória do homem, o vapor evanescente (Is 57:13; Sl
62:10; 144: 4; Pr. 21: 6; Jó 7:16). Nesse sentido, muitas
vezes é sinônimo de "respiração" ou "vento" (Ec1:14; Is
57:13; Jr 10:14);

(2)Metafórico:

(a)Descrição daquilo que não tem substância (Jr 10:15;


16:19; 51:18), que é inútil (Sl 78:33; Pr 13:11), sem
valor (2Re 17:15; Jr 2: 5; 10: 3), sem sentido (Pr 21:
6);

(b)Descrição daquilo que é transitório e fugaz (Pr


31:30; Ec 6:12; 7:15; 9: 9; 11:10; Jó 7:16);

(c) Descrição daquilo que é obscuro, difícil de entender,


enigmático (Ec 11:10);

III. Definindo Vaidade

(1)Tudo é ‫( ֲהבֵל‬hebel):

(a)Em 7 ocasiões ‫ֹל‬A (col - tudo) funciona como o


sujeito de ‫( הֲבֵל‬hebel); o uso de ‫ֹל‬A (col - tudo) não
precisa ser entendido de modo absoluto, no sentido de
que nada há no mundo que não seja ‫( הֲבֵל‬hebel);

(b)O termo ‫ֹל‬A (col - tudo) é frequentemente usado


como uma sinédoque (geral para específico), e desse
modo é contextualmente limitado ao tema da ocasião;
(c) Desse modo, a soberania divina não é fútil (3:1-4:3),
termer a Deus não é fútil (2:26; 3:14-15; 11:9-12:1, 9,
13-14) e aproveitar a vida não é fútil (2:24-26;
11:9-10);

(d)No contexto de 1:3-15, tudo é vaidade se refere a


tudo o que se faz sem Deus (debaixo do sol, 29x;
debaixo do céu, 3x; e sobre a terra, 4x)

(2)A busca pela Felicidade é ‫( ֲהבֵל‬hebel):

(a)Da perspectiva do Qohelet, o prazer (‫ִמְחָה‬F -


simhah) é normalmente apresentado de modo positivo
(8:15; 9:7);

(b)Desse modo, o prazer não tem ligação com a


imoralidade, ou com aspectos ilícitos da sexualidade;

(c) Mas a vida dedicada ao prazer é ‫( הֲבֵל‬hebel);

(3)O Trabalho é ‫( ֲהבֵל‬hebel):

(a)Usado 22x vezes em Eclesiastes, ‫עָמַל‬ (amal -


trabalho) é um termo significativo no livro;

(b)‫( עָמַל‬amal) pode descrever o trabalho de modo


neutro (2:10), ou de modo negativo (4:8);

(c) Mas a vida dedicada ao ‫( עָמַל‬amal) é ‫( הֲבֵל‬hebel),


porque no que diz respeito à sua capacidade de
produzir resultados duradouros, o trabalho não tem
qualquer benefício;
(4)A Riqueza é ‫( ֲהבֵל‬hebel):

(a)Qohelet afirma que a riqueza (‫ֶר‬8ֹ‫ ע‬- osher) e


tesouros (‫ נֶכֶס‬- nekes) do homem que não é habilitado
por Deus para dela desfrutar é fútil e vazia (6:2);

(b)O amor o dinheiro (‫ֶסֶף‬A - kesef) e a riqueza (‫ן‬.‫הָמ‬


-hamon) e os benefícios deles (‫אָה‬9‫ְב‬5 - tivuah), é fútil
e vazio (5:9[10]);

(c) A busca pela aquisição de bens materiais também é


fútil e sem sentido (6:7-9)

(5)A Tolice é ‫( ֲהבֵל‬hebel):

(a)Qohelet sabe que a repreensão dos sábios é melhor


que a canção dos tolos (7:5);

(b)Também reconhece que o riso do tolo, ainda que


bem vivido, é vazio e fútil (7:6);

(c) Os espinhos queimam de modo brilhante, fazendo


um estridente som ao crepitar, mas tal beleza é curta e
passageira;

(d)O riso do tolo consiste em barulho, volatidade e


transiência, e isso é vazio e fútil;

(6)A Sabedoria é ‫( ֲהבֵל‬hebel):

(a)Qohelet afirma que a busca pela sabedoria é inútil;


não existe ganho nessa empreitada (2:15);
(b)É verdade que a sabedoria é mais desejável que a
tolice (2:13), mas do ponto de vista da morte, qual é a
vantagem da sabedoria (2:14);

(c) Tanto o sábio como o tolo tem o mesmo destino na


morte, e diante a inevitabilidade da morte os ganhos
presentes da morte se desfazem;

(d)Em última análise, a própria sabedoria não tem


valor;

(7)A Retidão Moral é ‫( ֲהבֵל‬hebel):

(a)A honra mortuária atribuída a homens que


praticaram a injustiça diante do homens torna a busca
pela retidão moral fútil (8:10);

(b)Diante da inevitabilidade da morte, Qohelet


descobriu que os ímpios recebiam em suas mortes
aquilo que era devido aos santos (8:14);

(c) Essa reversão de destino é enigmática para Qohelet;

IV. Síntese Antropológica de Qohelet

(1)O Ser humano é Limitado:

(a)Diante da inevitabilidade da morte, não existe valor


duradouro em nenhuma das buscas humanas debaixo
do sol;
(b)Não há nada que se ganhe nesse mundo que
transcenda a barreira da morte;

(c) Não há nada que o homem possa fazer para


ultrapassar tal obstáculo;

(2)O poder do Ser humano é Limitado:

(a)O trabalho do homem em última análise não


conquista nada (1:3-11);

(b)O homem é incapaz alterar o curso da vida (1:15);

(c) O homem não pode alterar as ações divinas (3:14);

(d)O homem não pode prevalecer contra a onipotente


soberania de Deus (6:10);

(e)O homem é incapaz de alterar sua condição podre


(7:13);

(f) O poder do homem sobre suas circunstâncias é


limitado (8:8);

(g)A habilidade do homem não pode garantir


resultados (9:11);

(h)O pouco poder que tem lhe esvai com a idade


(12:1-7);
(3)O conhecimento do Ser humano é Limitado:

(a)Ninguém sabe o caráter do seu sucessor (2:19);

(b)Ninguém pode compreender o trabalho de Deus


(3:11; 8:17; 11:5);

(c) Ninguém pode discernir seu destino a partir da


observação (3:21-22);

(d)Ninguém pode descobrir o futuro (6:12; 7:14);

(e)Ninguém pode obter sabedoria suficiente (7:24);

(f) Ninguém pode conhecer o futuro (8:7; 10:14);

(g)Ninguém pode discernir a disposição divina pela


observação (9:1);

(h)Ninguém pode prever quando calamidades


ocorrerão (9:12; 11:2);

(i) Ninguém pode prever o sucesso (11:6)

V. A Crise Existencial Qohelet sobre Deus

(1)A Pessoa de Deus está Oculta (4:17-5:6):

(a)Aquele que quer adorar a Deus deve, de acordo com


a antiga religião hebraica, aproximar-se de Deus na sua
casa (cf. 2Sm 12:20; Is 37:1);
(b)O adorador deve refrear suas palavras diante de
Deus, como se Deus não estive disponível para ele;

(c) Existe uma abismal separação entre Deus (céus) e o


homem (terra), o que faz com que o homem seja
incapaz de superar tal separação;

(d)A comunicação entre Deus e os homens tem apenas


um lado: o homem fala (cuidadosamente); não existe
uma comunicação de Deus para o homem;

(2)O Trabalho de Deus está Oculto (3:18; 7:13-14;


8:17; 11:5):

(a)Diante de suas inabilidades humanas e da


excelsitude da divindade, Qohelet não consegue
compreender o trabalho de Deus;

(b)O homem não pode mudar o trabalho de Deus


(7:13);

(c) O homem não pode encontrar o trabalho de Deus


(8:17);

(d)O homem não consegue entender o trabalho de


Deus (11:5);

(e)Ainda que Qohelet saiba que Deus está ativo no


mundo, ele não consegue dizer como ou porque.

(3)A Justiça de Deus está Oculta (3:16-17; 8:11-13;


9:1-2; 11:9; 12:14):
(a)Em suas observações sobre a vida, Qohelet não
consegue encontrar evidências da justiça de Deus;

(b)Ele não pode garantir se alguém irá experimentar a


justiça divina e vida, mas ele garante que ela é certa
ainda que tarde;

(c) Ainda assim, a justiça de Deus não provê qualquer


ajuda na solução das crises da vida; a crise é real e
sempre presente; a justiça de Deus não;

VI. A Resposta de Qohelet

(1)Submissão a Deus e à Sua Revelação:

(a)A primeira recomendação de Qohelet é viver


debaixo do temor do Senhor (3:14; 5:6[7]; 7:15-18;
8:12-13; 12:1, 13);

(b)O temor do Senhor inclui elementos morais


(comportamento ético), culticos (adoração correta) e
legais (obediência a lei) (3:14; 12:13);

(c) O homem que é submisso a Deus evitará os


extremos da justiça própria e autosuficiente, bem como
sua natureza caída (7:20), de modo que não seja
levado a ruína moral e espiritual (7:15-18);

(d)A dupla recomendação do fim do livro é


fundamental para se viver bem a vida diante da crise
existencial e seus dilemas: tema a Deus e obedeça os
seus mandamentos;

(2)Aproveite a Vida:

(a)Comer e beber e aproveitar do trabalho é uma


dádiva divina (2:24; 5:18);

(b)Não há nada melhor do que viver uma vida alegre e


fazer o bem durante a vida (3:12);

(c) Não há nada melhor do que se alegrar com o


trabalho (3:22);

(d)É Deus quem dá tanto a riqueza como o poder para


aproveitar dessa riqueza (5:19);

(e)Não há nada melhor do que comer, beber e se alegar


(8:15);

(f) Aproveite a vida: coma teu pão, beba teu vinho com
o coração alegre (9:7); viva uma vida pura (9:8) e
aproveite a vida com a mulher que você ama (9:9);

(g)Viva uma vida feliz e alegre; faça o que tiver


vontade, sempre se lembrando do juízo divino
(11:7-10);

(3)Faça Bom Uso da Sabedoria:


(a)A sabedoria é limitada (2:15; 6:8; 7:16; 8:17), mas
de forma nenhuma ela deve ser abandonada durante a
vida;

(b)A sabedoria é essencial (7:11-12, 19; 9:17-18) para


uma vida feliz

VII. Conclusão de Qohelet

(1)É fundamental reconhecer que nenhuma das três


recomendações de Qoheleth resolve adequadamente a
crise da vida: lidam com quem tem a crise, mas não com a
própria crise;

(2)As três áreas dizem respeito à atitude do homem. Eles


exigem mudanças internas, não iluminação externa para
explicar as incongruências da vida;

(3)Em última análise, o homem deve admitir que ele é


muito limitado para realmente resolver a crise da vida;

(4)Ele não deve negar valor à vida; Em vez disso, ele deve
admitir que seu valor final está escondido em Deus;

(5)O homem é deixado com um benefício existencial,


porém, real, em submeter-se a Deus, desfrutando seus
dons e sendo sábio;

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