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30/03/2019

Cobre e suas ligas

Cobre e suas ligas


Produzido principalmente em países como Estados Unidos, a antiga União Soviética, Zâmbia,
Chile, Canadá, Zaire, Peru, África do Sul, Austrália, Japão, Filipinas, China, Iugoslávia,
Finlândia e Espanha, o cobre tem uma variedade de usos e aplicações.

Países de relevância econômica, tais como China, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Coréia
do Sul, Itália, Rússia e França estão entre os principais usuários deste metal, cujo consumo
anual chegou a mais de 22 milhões de toneladas em 2005.

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Cobre e suas ligas


O progresso tecnológico e científico da humanidade fez com que o consumo de cobre fosse
vinte vezes mais alto no último quarto de século que no primeiro, o que mostra a enorme
aplicabilidade e variabilidade de um metal que apresenta frequentemente novos usos e
aplicações.

A participação do cobre na conservação de recursos, na redução de resíduos, na eficiência


energética, na diminuição dos efeitos nas mudanças climáticas, na reciclagem e no aumento
dos ciclos de vida de diversos produtos faz deste metal uma peça-chave no desenvolvimento
econômico da humanidade.

Cobre e suas ligas


Encontrado em minerais como:
 cuprita (óxido de cobre, Cu2O)
 malaquita (carbonato básico de cobre)
 calcopirita (sulfeto de cobre e ferro, CuFeS2, o mais importante)
 bornita (sulfeto de cobre e ferro, monométrico)
 calcosita (sulfeto de cobre, Cu2S)
 covelita (sulfeto de cobre com mica).
Sulfetos são os minerais mais usados, em geral extraídos em minas abertas.

Cobre é um dos poucos metais


que podem ser encontrados na
forma nativa, mas a ocorrência é
rara

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O cobre tem um papel fundamental nas indústrias do transporte, na eletrônica, na construção, na
agricultura, na energia, na saúde e nas novas tecnologias. Tem ainda atuação importante na exploração
mineral, na produção de ligas, na fabricação de utensílios de cozinha, de equipamentos químicos e
farmacêuticos, de moedas e de dispositivos anticoncepcionais intra-uterinos, entre muitas outras
aplicações

Cobre e suas ligas


Principais características

• Sistema cristalino: CFC


• Não apresenta transição dúctil frágil podendo ser utilizado para alguns serviços em baixas
temperaturas (criogenia)
• Densidade: 8,96 g/cm3
• Temperatura de fusão: 1083oC
• Altas condutividades térmica e elétrica
• Boa resistência à oxidação, exceto em ácidos oxidantes (ex.: HNO3) e em meios contendo
aminas e amônia.

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Principais características

Condutividade térmica (W/m.K) Condutividade elétrica (106.Ohm-1.cm-1)


Aço: 51,9 Ferro: 0,0933
Alumínio: 150 -220 Cobre: 0,59600
Cobre: 120 - 388 Alumínio: 0,37700

Cobre e suas ligas


Principais características

• O cobre é diamagnético
• Possui cor vermelha característica, e as cores de suas ligas são bastante atraentes, podendo
variar desde o vermelho do metal puro ao dourado, amarelo e branco (alpacas).
• Módulo de elasticidade E = 120GPa
• O cobre apresenta excelente comportamento no trabalho a quente (550°C a 750°C) e a frio.
No trabalho a frio, recozimentos intermediários na faixa de 500 a 600°C podem ser
necessários quando grandes deformações forem impostas.

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Principais características

• O cobre apresenta excelente comportamento no trabalho a quente (550°C a 750°C) e a frio.


No trabalho a frio, recozimentos intermediários na faixa de 500°C a 600°C podem ser
necessários quando grandes deformações forem impostas.
• Pequenos teores de impurezas ou elementos de liga no cobre comercialmente puro
costumam reduzir as condutividades térmica e elétrica e aumentar a dureza.

Cobre e suas ligas


Principais ligas de cobre

• Cobre puro
• Latões – Cu-Zn
• Bronzes – Cu-Sn
• Bronzes de alumínio
• Bronzes de berílio – Cu-Be
• Cuproníqueis – Cu-Ni
• Alpacas – Cu-Zn-Ni

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Principais ligas de cobre


conformadas
mecanicamente

Cobre e suas ligas

Principais ligas de cobre


ligas fundidas

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Cobre comercialmente puro
Cobre eletrolítico (ETP)

Esta é a forma comercial mais barata, sendo usado para produção de arames, fios, barras ou chapas.
Possui um teor residual de 0,02 a 0,07% de oxigênio, que se combina na forma de óxido cuproso (Cu20).
Um teor de aproximadamente 0,05% pode significar cerca de 12% do eutético Cu-Cu2O. As partículas de
Cu2O são duras e conferem fragilidade, pois se localizam nos contornos de grão. O envoltório eutético
não chega a ser contínuo nos teores de oxigênio do cobre eletrolítico e pode ser destruido e alinhado no
trabalho mecânico a quente, o que minimiza o efeito fragilizante.

Cobre e suas ligas


Cobre comercialmente puro
Cobre eletrolítico (ETP)

Cuidado especial deve ser tomado nos tratamentos térmicos e nas operações de soldagem. O cobre
eletrolítico não pode ser aquecido acima de 370oC em atmosferas redutoras, especialmente ricas em H2,
sob o risco de se tornar “gaseado”. Ocorre a absorção de hidrogênio pelo calor, reagindo com o Cu2O
para formar vapor d’água:
Cu2O + 2H  2Cu + H2O
O vapor d’água assim formado pode exercer grandes pressões internas que são a causa da fragilização,
pois provocam a perda de coesão entre os grãos.

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Cobre comercialmente puro
Cobre eletrolítico (ETP)

O comportamento do cobre eletrolítico em trabalho a frio


é excelente e a recristalização pode se dar em
temperaturas no intervalo de 200oC a 325oC,
dependendo do grau de encruamento.
A condutividade térmica é boa e considerada como
padrão: 100% IACS.

Cobre e suas ligas


Cobre comercialmente puro
Cobre isento de oxigênio de alta condutividade (OFHC)

Após o refino eletrolítico esta qualidade de cobre recebe ainda um refino adicional por fusão e
solidificação em atmosfera redutora de CO e N2 que impede a entrada de oxigênio. O teor de cobre varia
de 99,95% a 99,99%. Assim, o material se torna mais puro e caro, podendo apresentar condutividade
elétrica ligeiramente superior ao ETP (101%IACS).
Por ser praticamente isento de oxigênio, o OFHC não contém as partículas de óxido cuproso e é imune à
fragilização pelo aquecimento em atmosferas redutoras. Por outro lado, este material não deve ser
aquecido em atmosferas oxidantes, pois dessa forma pode absorver oxigênio.

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Cobre comercialmente puro
Cobre fosforizado

É também uma forma relativamente pura de cobre, cuja desoxidação foi feita com fósforo e, dessa forma,
contém teores residuais deste elemento em porcentagens de 0,04% a 0,005%. Há dois tipos de cobre
fosforizado:
1o) DHP (Deoxidized high phosphorus), com fósforo variando entre 0,015 e 0,04%.
2o) DLP (Deoxidized Low phosphorus), com teor máximo de P igual a 0,012%.

Cobre e suas ligas


Cobre comercialmente puro
Cobre fosforizado

A presença do fósforo acarreta uma drástica diminuição da condutividade elétrica e térmica. No cobre
DHP a condutividade elétrica varia de 75 a 86% IACS. O cobre DLP apresenta propriedades semelhantes
ao cobre eletrolítico, porém com uma condutividade elétrica um pouco inferior.

O cobre fosforizado, especialmente o DHP, é resistente à fragilização em altas temperaturas em


atmosferas redutoras, sendo recomendado para aplicações em peças a serem soldadas por fusão em
chama redutora e para resistir a ação de gases redutores em altas temperaturas durante o serviço.

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Cobre comercialmente puro
Cobre com prata

Esta qualidade pode conter de 0,024% a 0,1% de prata em solução sólida, intencionalmente adicionada,
ou residual, pois alguns minérios de cobre contém um certo teor de prata. A prata pode elevar a
temperatura de recristalização do cobre em até 140°C, que, dessa forma, pode ser usado no estado
encruado até aproximadamente 320 a 350°C, dependendo do grau de encruamento. Assim, o cobre
ligado com prata pode ser utilizado em componentes endurecidos por encruamento que devem suportar
mais altas temperaturas, como em equipamentos para estanhagem, peças sujeitas a vapor super-
aquecido, etc.

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Cobre comercialmente puro
Cobre arseniacal

É uma forma de cobre eletrolítico ou fosforizado, contendo de 0,04 a 0,045% de arsênio. A adição deste
elemento visa modificar algumas características:
• aumento da resistência por solução sólida;
• maior resistência à corrosão punctiforme;
• resistência à oxidação em altas temperaturas, menor formação de casca de óxido, menor tendência ao
descascamento;
• maior temperatura de amolescimento por recristalização (efeito semelhante ao da prata).
Por outro lado, o arsênio causa grande perda de condutividade elétrica.

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Cobre comercialmente puro
Cobre de usinagem fácil

São formas comerciais com pequenas adições de Pb (até 1%), ou Te (até 0,5%) ou Se (até 0,6%). Esses
elementos não se dissolvem no cobre, e formam partículas que agem como “quebra-cavacos”. O chumbo
fica disperso na matriz metálica e o telúrio e o selênio formam Cu2Te e Cu2Se, respectivamente. Essas
partículas, por terem mais baixo ponto de fusão, conferem fragilidade à quente ao cobre de usinagem
fácil.

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Latões – ligas Cu-Zn
Principais fases do diagrama:

 - Solução sólida substitucional primária, CFC, com boa ductilidade a


frio, com solubilidade máxima de 39% a 456oC e 35% a 200oC.
 - Intermetálico (CuZn), solução sólida CCC desordenada, estável
acima de 456-468oC, de boa ductlidade a quente.
’ – Solução sólida ordenada, de boa condutividade, dura e frágil no
trabalho a frio.
 - Intermetálico complexo (Cu5Zn8), CCC, muito duro.

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Latões – ligas Cu-Zn
Principais fases do diagrama:

Baseado no diagrama de fases Cu-Zn, o limite de solubilidade do zinco


no cobre é de 39% a cerca de 456oC, mas é reduzido a cerca de 35% na
temperatura ambiente. Os latões podem ser, então divididos em dois
grupos:
- Latões  ou monofásicos (até cerca de 35%Zn) e
- Latões  +  ou bifásicos (acima de 35% Zn, geralmente baseados na
proporção Cu-Zn de 60:40)

Cobre e suas ligas


Latões – ligas Cu-Zn

Efeitos da adição de Zinco no Cobre

-Aumenta a resistência mecânica e o alongamento até 30%Zn

O endurecimento por solução sólida pelo Zn


não é tão intenso quanto o do Sn ou Sb, mas
graças a sua elevada solubilidade, é possível
adicionar mais Zn e produzir um considerável
efeito até cerca de 35%.

- O cobre abaixa a energia de falha de empilhamento da liga. Isso provoca


alguns efeitos importantes no comportamento mecânico e no arranjo das
discordâncias durante a deformação plástica.

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Latões – ligas Cu-Zn

Latões Monofásicos (latões )

• Efeitos do Zn quando adicionado ao cobre nos latões monofásicos (repetindo):


- Endurecimento por solução sólida;
- Aumento da ductilidade a frio até 30%Zn;
- Abaixa da energia de falha de empilhamento;

• Os latões de mais alto Zn (>15%) são susceptíveis à corrosão sob tensão, principalmente em
meios contendo amônia e aminas. O encruamento aumenta ainda mais a susceptibilidade a
este tipo de falha.

Cobre e suas ligas


Latões – ligas Cu-Zn

Latões Monofásicos (latões )

• Os latões de alto zinco são também susceptíveis à dezincificação, tipo de corrosão seletiva
que dissolve preferencialmente o Zn e deixa um resíduo poroso rico em cobre.

• Ao contrário dos latões bifásicos, os latões monofásicos possuem boa trabalhabilidade a frio e
baixa trabalhabilidade a quente.

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Latões – ligas Cu-Zn

Latões Monofásicos (latões )

Dezincificação em latão de alto Zn

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Latões – ligas Cu-Zn

Latões Monofásicos (latões )


CST em latão de alto Zn

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Latões – ligas Cu-Zn

Latões Monofásicos Ligados

A adição de 1%Sn ao latão 70-30 melhora a sua resistência à corrosão em água do mar. Foi
posteriormente descoberto que a adição de 0,04%. As pode melhorar a resistência a dezincificação.
Adições de alumínio também melhoram a resistência à oxidação pela formação de uma camada externa
de óxido.

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Latões – ligas Cu-Zn

Latões Monofásicos Ligados


Número Composição LE LR Along. Resistência à
(CDA) (% em peso) (M Pa) (MPa) (%)* corrosão**
210 95Cu-5Zn 69 – 400 235 - 441 45 – 4 B–E
220 90Cu-10Zn 69 – 428 255 – 497 50 – 3 B–E
226 87,5Cu-12,5Zn 76 – 428 269 – 669 46 – 3 B–E
230 85Cu-15Zn 69 – 435 269 – 725 55 – 3 B–E
240 80Cu-20Zn 83 – 449 290 – 862 55 – 3 F–E
260 70Cu-30Zn 76 – 449 304 – 897 66 – 3 F–E
270 65Cu-35Zn 97 – 428 317 – 893 65 - 3 F–E
443,444,445 71Cu, 28Zn-1Sn 124 – 152 331 – 379 65 – 60 B–E
667 10Cu-28,8Zn-1,2Mn 83 – 638 316 – 690 60 – 2 F–E
687 77,5Cu-20,5Zn-2Al-0,1As 186 414 55 B–E

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Latões – ligas Cu-Zn

Latões Monofásicos Ligados

- Com o aumento do teor de Zn acima do limite de solubilidade surge a fase , que confere ductilidade em
altas temperaturas.
- Em baixas temperaturas, entretanto, a fase ’ confere baixa ductilidade a frio.

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Latões – ligas Cu-Zn

Latões bifásicos (+)


- ’ surge por uma reação de ordenação da fase , a cerca de 460°C. O processo de ordenação, que
começa a partir de núcleos já existentes na fase , prossegue através da troca de posições atômicas. Dois
núcleos (ou domínios) que crescem e se encontram formam contornos de domínios anti-fase. O grau de
ordenação dos domínios (S) pode variar de 0 (desordenado) a 1 (ordenado). A têmpera a partir do campo 
(~800-820°C) não suprime por completo a ordenação, mas provoca a diminuição do tamanho dos domínios
e, consequentemente, o aumento da área dos contornos de domínios. Esse fato provoca um aumento de
dureza em relação ao material resfriado lentamente. A têmpera a partir do campo  também suprime total
ou parcialmente a formação da fase . Um tratamento térmico posterior na faixa de 250 a 450°C pode
provocar um ganho adicional de resistência mecânica devido ao aumento do grau de ordenação e à
formação de fase ’ dispersa. Notadamente, um tratamento na faixa de 300-350°C após a têmpera fornece
o nível mais alto de dureza na liga 60Cu-40Zn (cerca de 125-130HBN).

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Latões – ligas Cu-Zn

Latões bifásicos (+)

Número Composição LE LR Along. Resistência à


(CDA) (% em peso) (M Pa) (MPa) (%)* corrosão**
280 60Cu-40Zn 145 - 380 373 – 510 52 - 10 F–E
464 a 467 60Cu-39,25-0Zn-0,75Sn 173 – 607 379 – 607 50 – 17 F–E
674 58,5Cu-36,5Zn-1,2Al-2,8Mn-1Sn 234 – 380 483 – 634 28 – 20 F–E
675 58.5Cu-39Zn-1.4Fe-1Sn-0,1Mn 207 – 414 448 - 579 33 – 19 F–E

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Bronzes de Al

• Apesar do elevado limite de solubilidade no Cu (9,4% na Tamb.), o Al é capaz de provocar um


considerável aumento de resistência por solução sólida.
• Ligas com teores de Al superiores a 9,4% devem experimentar a reação eutetóide descrita
no diagrama de fases +2, muito semelhante à reação perlitica dos aços.
• Por outro lado, o resfriamento rápido a partir do campo β pode provocar uma transformação
martensítica (β’). Esta martensita tem estrutura HC ordenada, e sua temperatura MS é
cerca de 380oC.

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Bronzes – ligas Cu-Sn

Os bronzes de Sn geralmente são desoxidados com fósforo, que


permanece como elemento residual da composição desses
materiais (até cerca de 0,1%). O fósforo também melhora a
fundibilidade e pode provocar endurecimento pela formação de
Cu3P. Os bronzes tradicionais de estanho são por vezes
chamados de “bronzes fosforosos” por este motivo.

Cobre e suas ligas


Bronzes – ligas Cu-Sn

O estanho tem grande efeito de endurecimento por solução sólida


no cobre, conforme mostrado na figura ao lado. Dessa forma, os
bronzes de estanho possuem propriedades desejáveis como a
alta resistência mecânica, resistência ao desgaste e melhor
resistência à corrosão do que os latões, inclusive em água do mar.

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Bronzes – ligas Cu-Sn

O diagrama de fases Cu-Sn mostra que a


solubilidade do estanho decresce
marcadamente com a queda da temperatura.
Entretanto, abaixo dos 350oC a taxa de
precipitação da fase  é muito lenta, e os
bronzes trabalhados com teor de Sn igual ou
inferior a 10% são essencialmente
monofásicos

Cobre e suas ligas


Bronzes – ligas Cu-Sn

Os bronzes trabalhados contém até cerca de


10%Sn, geralmente apresentando melhor
resistência mecânica e melhor resistência à
corrosão do que os latões.
Bronzes fundidos podem conter mais Sn (até
cerca de 16%), se tornando uma boa opção de
material para desgaste e anti-fricção.

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Bronzes – ligas Cu-Sn

Número Composição LE LR Along. Resistência à


(CDA) (% em peso) (M Pa) (MPa) (%)* corrosão**
505 98,75Cu-1,25Sn (traços de P) 97 – 345 276 – 545 48 – 4 B–E
510 95Cu-5Sn (traços de P) 131 – 550 324 – 966 64 – 2 B–E
511 95,6Cu-4,2Sn-0,2P 345 – 550 317 – 711 48 – 2 B–E
521 92Cu-8Sn (traços de P) 166 – 550 380 - 966 70 – 2 B–E
524 90Cu-10Sn (traços de P) 193 455 70 – 3 B–E

Cobre e suas ligas


Bronzes de Be

Os bronzes de berílio contém de 0,6 a 2% de berílio, com adições de cobalto entre 0,2% e 2,5%. Essas
ligas são endurecíveis por precipitação, podendo atingir limites de resistência da ordem de 1480MPa. São
as ligas comerciais de cobre que podem alcançar a mais alta resistência mecânica, embora sejam de
elevado custo devido às adições de Be e Co. As aplicações destas ligas são em ferramentas de alta
dureza e que não produzem fagulhas, tal como requerido em indústrias químicas. A alta resistência à
corrosão fadiga torna este material propício para aplicação em molas, engrenagens, diafragmas e
válvulas. Ligas Cu-Be são também usadas em contactos elétricos e moldes para a indústria de plásticos.
As ligas Cu-Be contendo até 2% de berílio são solubilizadas a cerca de 800oC e resfriadas rapidamente
em água. O envelhecimento é geralmente realizado na faixa de 100oC a 350oC, dependendo das
propriedades desejadas.

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Ligas Cu-Ni

• Excelente resistência à corrosão – aplicações em ambiente marinho (tubulação de incêndio em


plataformas, plantas de de-salinização)

• Cu-10Ni, Cu-20Ni, Cu-30Ni – quanto maior o teor de Ni, maior a resistência à corrosão por pites e a
resistência mecânica.

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Ligas Cu-Ni

Microestrutura bruta de fusão

Microestrutura do material trabalhado

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AULA 11

METALURGIA DOS
NÃO FERROSOS

TITÂNIO E SUAS LIGAS

Titânio e suas ligas


Na crosta terrestre, é o nono elemento mais abundante. Está quase sempre presente em
rochas ígneas e em seus sedimentos. Alguns minerais:
• rutílio (óxido de titânio)
• ilmenita (titanato ferroso, TiFeO3)
• Titanita ou esfênio (silicato de titânio e cálcio).

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Titânio e suas ligas


• Metal de baixa densidade (ρAl < ρTi < ρFe) cerca de 60% da densidade do ferro.

Titânio e suas ligas


• Limite de resistência equivalente ao de aços. martensíticos de menor resistência. Limites
de escoamentos entre 500 MPa e 1100 MPa.
• Pode ser usado em temperaturas entre 540°C e 600 °C.

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Titânio e suas ligas


• O Titânio é muito resistente à corrosão. Sua resistência à corrosão é melhor que a do aço
inoxidável na maioria dos ambientes.
• Muito boa biocompatibilidade no corpo humano.
• O titânio é imune aos fluídos corpóreos contendo cloretos e pH tendendo para o ácido.

Titânio e suas ligas


• Ti forma película passiva de TiO2 que torna as ligas nobres se considerarmos a escala de
nobreza prática.
• Utilização em reatores químicos e implantes cirúrgicos.

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Titânio e suas ligas


• Pode ser forjado ou trabalhado por técnicas convencionais.
• Apresenta boas propriedades de fundição.
• Metalurgia do pó.
• Boa soldabilidade.
• Usinabilidade muito difícil, requer técnicas especiais de usinagem.

Titânio e suas ligas


• As excelentes propriedades mecânicas, alta resistência a corrosão e a temperaturas altas
em serviço, faz do titânio uma material para aplicações Críticas ficando ao lado das
superligas
• O alto custo do processamento do metal ainda limita seu uso. O custo da extração até
obtenção do Ti metálico e o custo para processamento do material até o produto final são
altos.

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Titânio e suas ligas

Titânio e suas ligas


Ti comercialmente puro

Vantagens em relação as ligas de Ti :


• Maior resistência a corrosão e a erosão;
• O filme de óxido formado pelo contato com o ar na temperatura ambiente
é muito mais fino e condutivo;
• A superfície muito dura, quando polida limita a adesão de substâncias e
outros materiais;

Desvantagens em relação as ligas de Ti :


• Possuem menor resistência em serviço

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Titânio e suas ligas


Ti comercialmente puro

A adição de uma pequena quantidade do metal paládio (0,2%), não afeta em


nada as propriedades mecânicas do material, mas resulta em sensível
alteração na resistência à corrosão, pela ação do paládio na superfície do
titânio em contato com o meio corrosivo. Possui excelentes resistências em
processo químicos.

Titânio e suas ligas


Transformação de fase

Titânio sofre transformação de fase a 882 °C passando de fase β (CCC) estável em alta
temperatura para fase α (HCP) estável em baixa temperatura.

A temperatura de transformação pode ser aumentada ou diminuída pela adição de


elementos de liga.

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Titânio e suas ligas


Transformação de fase

Duas temperaturas são importantes:


– Alfa, abaixo da qual a liga é totalmente alfa
– Beta, acima da qual a liga é totalmente beta
– Entre as duas temperaturas as ligas são (α+β)

Titânio e suas ligas


Transformação de fase

As ligas de titânio podem ser classificadas em quatro classes de acordo com a sua
microestrutura:

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Titânio e suas ligas


Transformação de fase

As ligas de titânio podem ser classificadas em quatro classes de acordo com a sua
microestrutura:

Titânio e suas ligas


Transformação de fase

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Transformação de fase

Efeito dos elementos de liga nos diagramas de equilíbrio Ti-X

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Transformação de fase

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Titânio e suas ligas


Transformação de fase

A transformação de fase pode ocorrer por:

• Difusão (quando o resfriamento é lento)

• Mecanismo Martensítico (resfriamento rápido com pouca mobilidade


atômica).

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Transformação de fase

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Questões

As ligas de titânio alfa são empregadas na construção aeronáutica por apresentarem boa
resistência mecânica, baixo peso e boa resistência à corrosão, aliadas a processamento
relativamente fácil. As propriedades mecânicas podem ainda ser melhoradas pela aplicação de
tratamentos como a têmpera e o envelhecimento.

a) Certo
b) Errado

Questões - Resposta

As ligas de titânio alfa são empregadas na construção aeronáutica por apresentarem boa
resistência mecânica, baixo peso e boa resistência à corrosão, aliadas a processamento
relativamente fácil. As propriedades mecânicas podem ainda ser melhoradas pela aplicação de
tratamentos como a têmpera e o envelhecimento.

a) Certo
b) Errado

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Questões
Como se denomina toda uma série de ligas metálicas que tem como base o cobre e o estanho?

a) Aço
b) Nitinol
c) Wídia
d) Bronze
e) Latão

Questões - Resposta
Como se denomina toda uma série de ligas metálicas que tem como base o cobre e o estanho?

a) Aço
b) Nitinol
c) Wídia
d) Bronze
e) Latão

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30/03/2019

Questões
O bronze é a liga metálica mais antiga empregada pela Humanidade. Essa liga é formada por
a) cobre e zinco.
b) cobre e estanho.
c) estanho e zinco.
d) estanho e chumbo.
e) zinco e chumbo.

Questões - Resposta
O bronze é a liga metálica mais antiga empregada pela Humanidade. Essa liga é formada por
a) cobre e zinco.
b) cobre e estanho.
c) estanho e zinco.
d) estanho e chumbo.
e) zinco e chumbo.

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30/03/2019

Questões
Sobre as ligas de cobre, que é um metal de alta densidade e elevada resistência à corrosão,
analise as assertivas abaixo.

1) O latão é uma liga de cobre e estanho (Cu-Sn).


2) O Bronze é uma liga de cobre e zinco (Cu-Zn).
3) O metal monel é uma liga de níquel e cobre (Ni- Cu).
4) Superligas a base de níquel apresentam boas propriedades mecânicas a elevadas
temperaturas e são utilizadas na fabricação de palhetas de turbina a gás.

Estão corretas, apenas:

a) 3 e 4.
b) 2 e 3.
c) 2 e 4.
d) 1 e 2.
e) 1 e 3.

Questões – Resposta
Sobre as ligas de cobre, que é um metal de alta densidade e elevada resistência à corrosão,
analise as assertivas abaixo.

1) O latão é uma liga de cobre e estanho (Cu-Sn).


2) O Bronze é uma liga de cobre e zinco (Cu-Zn).
3) O metal monel é uma liga de níquel e cobre (Ni- Cu).
4) Superligas a base de níquel apresentam boas propriedades mecânicas a elevadas
temperaturas e são utilizadas na fabricação de palhetas de turbina a gás.

Estão corretas, apenas:

a) 3 e 4.
b) 2 e 3.
c) 2 e 4.
d) 1 e 2.
e) 1 e 3.

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