Deus escolhe o eleito incondicionalmente ou baseado em Sua pré-

ciência? Como Deus escolheu os eleitos?

http://www.youtube.com/watch?v=lQos6RPo8vo

Pr. Marcos Granconato, Igreja Batista Redenção.

Site da Igreja: http://igrejaredencao.org.br/ ou

http://www.sermonaudio.com/source_detail.asp?sourceid=igrejaredencao

Calvinismo e Arminianismo: dois sistemas teológicos que tentam explicar a

relação entre a soberania de Deus e a responsabilidade humana em relação à
salvação.

O Calvinismo recebeu este nome por causa de John Calvin (1509-1564), um

teólogo francês que aprofundou a doutrina criada por Martinho Lutero. [John
Calvin é também chamado de João Calvino].

O Arminianismo recebeu este nome por causa de Jacobus Arminius (1560-

1609), teólogo holandes. [Jacobus Arminius é também chamado de Jacó ou
Jacob Armínio].

Cânones do Sínodo de Dort, uma reunião do séc. XVII em que se firmaram

cinco principais pontos do calvinismo em oposição aos cinco pontos
arminianistas.

Deus escolhe soberanamente os eleitos baseado somente na sua soberania,

no seu poder de escolha e que a Escritura não revela nenhum critério inicial pra
que Deus escolhesse quem vai ser salvo.

1. Teoria do Calvinismo:

a) O calvinista defende a depravação total, ou seja, segundo Calvin, cada

aspecto da humanidade está contaminado pelo pecado e por isso os seres
humanos são incapazes de vir a Deus por iniciativa própria. [A depravação total
não erradica a humanidade do indivíduo, pois este tem a imagem e
semelhança de Deus].

b) o calvinista defende a eleição incondicional: Deus elege pessoas para a

salvação baseado inteiramente em sua vontade e não em nada que seja
inerente à pessoa.
2. Teoria do Arminianismo:

a) O arminiano defende a depravação parcial, ou seja, segundo Armínius, cada

aspecto da humanidade está contaminado pelo pecado, mas não ao ponto de
fazer com que os seres humanos sejam incapazes de colocar sua fé em Deus
por iniciativa própria.

b) O arminiano defende a eleição condicional: Deus elege pessoas para a

salvação baseado em sua pré-ciência.

Exemplo de pessoas agindo de forma errada, sendo responsáveis pelo seu

erro e, ainda assim, o texto diz que Deus determinou que assim o fosse.
“Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se
ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de
Israel [Herodes e Pôncio Pilatos e outros são responsáveis por conspiraram
contra Jesus]; para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham
anteriormente determinado que se havia de fazer [soberania de Deus]” – At
4.27,28. O texto mostra a responsabilidade humana sendo conjugada com a
soberania de Deus que determina o que vai acontecer.

PERGUNTAS:

1. Se a Bíblia diz que Deus não faz acepção de pessoas, como Ele escolhe
alguns para a salvação e outros para a condenação? Ele é injusto?

Quando diz que Deus não faz acepção de pessoas, está dizendo que Ele não
faz distinção entre rico e pobre, judeu e gentio, homem e mulher, senhor e
escravo, mas Ele escolhe sim alguns para a salvação (para manifestar nesses
a sua graça e amor), enquanto outros para a condenação (para manifestar
neles a sua ira). Louvado seja Deus pela sua graça e pela sua ira! [Não é de
Sua vontade que todos se salvem]. A Teologia construída a partir da nossa
visão humana não aceita essa afirmação de que Deus escolhe quem ele quer
para salvação e para perdição; aos nossos olhos isso é injusto. Paulo prevê
essa questão e Deus responde com uma pergunta “quem é você pra me
questionar?”, veja: “Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De
maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me
compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois,
isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se
compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para
em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a
terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-
me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à
sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a
coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o
oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e
outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a
conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira,
preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas
da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou” –
Rm 9:14-23. “E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos
aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Ninguém
pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer [ninguém, por conta
própria, consegue ir à Jesus se Deus não querer]; e eu o ressuscitarei no
último dia. E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por
meu Pai não lhe for concedido” – Jo 6.39,44,65. Deus decide abrir o coração
de uma só pessoa – Lídia – que estava entre tantas outras para que ela
pudesse ser salva pela pregação: “E uma certa mulher, chamada Lídia,
vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o
Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia” – At
16:14.

2. Se Deus salva com base na fé prevista (como diz os arminianistas), por

que Ele não salvou as cidades de Tiro e Sidom? [Pergunta retórica;
pergunta de um calvinista]. Jesus previu que as cidades de Tiro e Sidom teriam
se arrependido caso elas tivessem vistos os milagres e as obras dEle, ou seja,
Ele previu a fé dessas cidades, no entanto, elas não foram salvas, veja: “Ai de
ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os
prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com
saco e com cinza” – Mt 11.21.

3. O ser humano pode resistir a graça de Deus? Pode resistir a salvação?

Sim, pois diante do convite da graça, podemos dizer “não”, ou seja, é possível
resistir. Mas, nos eleitos, essa resistência é temporária; nos eleitos acontece
uma ação de quebrantamento de Deus no coração da pessoa que pode levar
anos e décadas pra pessoa aceitá-Lo por completo, mas, no fim, é sempre
eficaz. O Senhor Jesus tem um trabalho de convencimento através do Espírito
Santo e é por isso que oramos pela conversão de alguém. É um trabalho de
convencimento doce de persuasão e nunca é imposto na “marra”. “E, quando
ele vier, convencerá o mundo [homens que vivem no mundo] do pecado, e da
justiça e do juízo” – Jo 16.8. O Espírito Santo chama o pecador (Rm 8), que
pode resistir por um tempo, depois convence-o (Jo 16.8), justifica-o (Rm 8) e,
então, ele aguarda a sua glorificação. À exemplo do apóstolo Paulo que resistiu
por um período a graça de Deus: “E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz
que me falava, e em língua hebraica dizia: Saulo, Saulo, por que me
persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões” – At 26:14.

4. A Bíblia diz que Deus é quem concede a fé (Fp 1.19; Hb 12.2; Ef 2.8). Se
Deus é quem concede a “graça”, a “fé” e o “crer”, por que Ele tinha que
prever quem iria crer se Ele é o autor disso tudo? [Pergunta retórica;
pergunta de um calvinista].

As referências são: Fp 1.29: “Porque a vós vos foi concedido, em relação a

Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele”; Hb 12:2:
“Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe
estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à
destra do trono de Deus”; Ef 2.8: “Porque pela graça sois salvos, por meio da
fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. Todos esses exemplos falam da fé
salvadora, mas obviamente existem outros tipos de fé. A fé salvadora é uma
dádiva sobrenatural de Deus, porque ela transforma o coração da pessoa;
ninguém pode desenvolver essa fé com base no seu intelecto, como também
não pode responder à mensagem com base no seu intelecto e aí cooperar com
Deus na tranformação de sua vida e salvação pessoal. A salvação pertence ao
Senhor, é obra dEle. Pra crer em Jesus ou pra ir até Ele não tem cooperação
humana, pois todo o trabalho vem de Deus (Jo 6.44). Não somos os
originadores da fé; Jesus é o único autor da fé, e não você e Jesus.

54.32 min. (procurar o texto grande de Paulo em romanos)

A palavra “todos” ou “o mundo inteiro” que encontrados em diversos textos

bíblicos (I Tm 2.1-4; II Pe 3.9; Ez 3.11-19) não significam cada ser humano da
terra.