Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Proliferação
Celular
Manual do Aluno
Módulo 3
4º período
2022-2
20
Prof. Ms. Alberto Barella Netto
Reitor
21
CORPO DOCENTE
22
SUMÁRIO
23
INTRODUÇÃO
Veja o seu corpo como uma enorme comunidade: células especializadas em revestimento,
sustentação, defesa, reprodução e produção de substâncias com funções internas e externas ao
organismo.
Perceba a enorme complexidade do equilíbrio exigido para que a estrutura total seja
preservada durante mais de 80 anos, resistindo ao fluxo incessante de matéria e energia que o
percorre, e permanecendo relativamente estável.
Câncer é um termo genérico usado para designar um grande grupo de doenças que pode
afetar diferentes partes do organismo. Apesar da sua diversidade, o câncer apresenta
características comuns: células cancerígenas (ou tumorais) apresentam desregulação nos
mecanismos de controle do crescimento e proliferação, permitindo a formação de um agregado
de células anormais (tumor). Este descontrole normalmente está associado a alterações no
material genético das células, o DNA, podendo levar à desregulação da expressão de genes, os
quais contêm informações para a síntese de proteínas. Desta forma, as alterações podem ser
passadas para células filhas através da divisão celular gerando várias células anormais que
24
formarão o tumor. As principais causas do câncer estão relacionadas à exposição a
agentes externos, os chamados carcinógenos. Eles podem ser de origem física (como os raios
ultravioleta da radiação solar), química (como os componentes do cigarro de tabaco) ou biológica
(como a infecção de certos vírus). Durante o desenvolvimento do tumor, vários eventos celulares
podem ser desregulados. Dentre eles podemos citar o aumento do crescimento e proliferação,
uma maior resistência ao mecanismo de morte celular e maior suscetibilidade à instabilidade
genômica e mutações, possibilitando as células tumorais acumular alterações em seu DNA. Esta
desregulação é um reflexo principalmente de alterações na atividade ou expressão das proteínas
constituintes das vias de sinalização celular, cujo entendimento é um passo primordial para o
desenvolvimento de metodologias terapêuticas e de diagnóstico para esta doença.
Vejamos agora o indivíduo como um todo, em sua família e na sociedade, seja a criança, o
adulto ou o idoso, a mover e comover todo o seu círculo de convivência, a mobilizar esforços no
sentido de curá-lo ou de minimizar seus sofrimentos. Acolhendo-o e suprindo suas necessidades.
25
OBJETIVOS GERAIS
Descrever o ciclo celular normal e seus pontos de controle, suas alterações, o seu
significado na formação de neoplasias e as consequências desta doença para o ser humano.
26
ÁRVORE TEMÁTICA
27
CRONOGRAMA
DATA HORÁRIO ATIVIDADE
02/11/2022 FINADOS
14/11/2022 RECESSO
OBS.: Datas e horários sujeitos a alterações conforme necessidade da Coordenação e Corpo Docente
28
PROBLEMA 1 - “BARRIGA EMPEDRADA”
Durante o café, o professor contou a João Carlos o caso da Sra. Nogueira, de 55 anos,
hipertensa grau I, obesa (IMC 32), tabagista, com dor há 4 meses em fossa ilíaca esquerda
contínua, às vezes em pontada, associada a anorexia e astenia. Estava alimentando-se de sopas
e massas leves desde o início do quadro e percebeu alteração do hábito intestinal para
obstipação e fezes em fita, às vezes com pequena quantidade de sangue vivo. Teve perda de 10
Kg (pesava 90 Kg) em 6 meses. Seu pai havia falecido há 15 anos por “tumor no intestino”. Tinha
sido admitida na emergência com dor e distensão abdominal, vômitos fecaloides e ausência de
eliminação de fezes e flatos há 48 horas. A equipe da clínica cirúrgica realizou laparotomia
exploradora de urgência, detectando a causa da obstrução intestinal: tumor em sigmoide. Foi
realizado cirurgia de Hartmann e biópsia de lesões suspeitas em fígado. O AP mostrou
adenocarcinoma túbulo-papilífero grau II penetrando até serosa do cólon sigmóide, 4 linfonodos
comprometidos por neoplasia (de 20 analisados) e biópsia hepática apresentando
adenocarcinoma metastático. Foi solicitado o bloco de parafina do tumor para pesquisa de
mutação dos genes K-ras/N-ras.
Antes da alta completou alguns exames que mostravam Hb: 9,6 (VCM 64), CEA: 56,3
(normal até 6,5) e as TC de tórax e abdome detectaram massa de 5x4 cm em segmentos II e III
do fígado. João Carlos se interessou pelo caso e acompanhou também a consulta com o
oncologista clínico, que disse tratar-se de paciente em estadio IV (T3 N2 M1) e que, além de
quimioterapia citotóxica (FOLFIRI), receberia um anticorpo monoclonal (Cetuximabe).
INSTRUÇÃO: Você acha que esse tumor da Sra. Nogueira poderia ter sido detectado
precocemente? O que você sabe sobre o câncer colorretal e as síndromes hereditárias
associadas? Qual é o resultado da pesquisa de mutação nos genes K-ras e N-ras que
permitiu o uso de cetuximabe?
29
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
COTTI, G.C.C. e col. Genética do câncer colorretal. Ver Med (São Paulo), 2000 abr./dez.;79(2/4):45-64.
VALADAO, M; CASTROLS. Câncer colo-retal hereditário. Rev. Col. Bras. Cir., v. 34, n. 3, p. 193-200, 2007
. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
69912007000300011&lng=en&nrm=iso>. Access on 21Oct.2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-
69912007000300011.
GOLDMAN e AUSIELLO. Cecil medicina – 23ª edição
INCA. Caderno de Procedimentos e cuidados especiais. (Disponível em:
http://www.inca.gov.br/enfermagem/docs/cap8.pdf )
LEITE CAVG ET AL. Receptores tirosina-quinase: implicações terapêuticas no câncer. Revista Brasileira de
Oncologia Clínica. 2012; 8 (29).
PINHO MSL, ROSSI BM – As proteínas envolvidas na carcinogênese colorretal (IV). Ver bras Coloproct, 1998; l8(4):
278 – 282.
SBOC. Manual de Condutas 2011. Revista da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. Gráfica e Editora O
Lutador, 2011.
TOWSEND, C. Sabiston – textbook of surgery. The biological basis of modern surgical prective. V. 1. 19ª Edição.
Saunders Elsievier, 2012.
VIEIRA, F.M.A.C., Di Sena V.O. Câncer colorretal metastático: papel atual dos anticorpos monoclonais e a
individualização de seu uso. ABCD Arq Bras Cir Dig 2009;22(1):45-9.
www.nccn.org.
30
PROBLEMA 2 – “NA SALA DE EMERGÊNCIA”
João Carlos estava muito animado esta manhã de sábado. Iria acompanhar o professor
Antônio em um plantão de pronto-socorro. Eram quase 13h, e já haviam atendido inúmeros casos
interessantes, mas um deixara João Carlos intrigado. Era o Felipe, que havia chegado há cerca
de 2 horas com febre de 39°C. Não havia outras queixas, exceto alopécia, e o exame físico era
normal. Ele trazia um relatório de seu médico assistente que dizia:
Foi fechado diagnóstico de LMA com t(8;21)(q22;q22) e realizado tratamento de indução com
esquema 7+3 (AraC + Daunorrubicina), tendo recebido alta no D8.
Dr. Antonio solicitou novo hemograma, bioquímica, hemocultura, EAS e urocultura, além de
radiografia de tórax. Na hora, João Carlos achou muito exagerado, mas agora que Felipe voltava
com os exames, entendeu como o caso era grave. Ele estava dispneico, com PA: 50x30 mmHg,
31
FC = 130 bpm, sudorese profusa e os exames mostravam Hb = 8,9, Leucócitos = 100,
Plaquetas = 25mil. Dr Antônio iniciou hidratação vigorosa e Felipe foi encaminhado
imediatamente para a UTI onde recebeu transfusão de glóbulos vermelhos filtrado e irradiado e
iniciou antibioticoterapia.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
Chama-se empírica a antibioticoterapia
(disponível em: http://cid.oxfordjournals.org/content/52/4/e56.full.pdf+html ) usada sem que se saiba
BRASIL et al. Sistematização do com certeza
atendimento o agente
primário da infecção
de pacientes -iniciar
com neutropenia febril:na neutropenia
revisão de literatura.febril
Arq -
Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São
antibiotico de amplo espectroPaulo 2006; 51(2):57-62 (disponível em:
http://www.fcmsantacasasp.edu.br/images/Arquivos_medicos/2006/51_2/vlm51n2_5.pdf )
FIGUEIREDO MS, KERBAUY J, LOURENÇO DM. Hematologia – Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar
UNIFESP-EPM. Manole, 2011.
FREIFELD AG ET AL. IDSA GUIDELINE: Clinical Practice Guideline for the Use of Antimicrobial Agents in
Neutropenic Patients with Cancer: 2010 Update by the Infectious Diseases Society of America. CID 2011:52
SBP: Diretrizes para o manejo inicial da neutropenia febril, após quimioterapia, em crianças e adolescentes com
câncer, 2018. Disponível :https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Oncologia_-_20942d-
Diretrizes_manejo_inicial_neutropenia_febril_pos_quimio__003_.pdf
Site do Laboratório Fleury, Imunofenotipagens em doenças hematológicas:
http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/manuais/manual-hematologia/Pages/imunofenotipagem-
dasneoplasias-hematologicas.aspx
SWERDLOW SH et al. WHO classification of Tumors of Haematopoietic and Lymphoid Tissue: IARC: Lyon 2017
Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient Management of Fever and Neutropenia in Adults Treated for
Malignancy: America Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America Clinical Practice
Guideline Update. J Clin Oncol 2018; 36:1443. (no drive)
VILLAFUERTE-GUTIERREZ P ET AL Treatment of Febrile Neutropenia and Prophylaxis in Hematologic
Malignancies: A Critical Review and Update. Advances in Hematology. Volume 2014 Disponível em:
http://www.hindawi.com/journals/ah/2014/986938/
ZAGO MA, FALCAO RP, PASQUINI R. Tratado de Hematologia. Atheneu, 2014.
João Carlos foi, essa semana, para o ambulatório de oncologia, onde presenciou a consulta
da paciente M.R.S., 40 anos. Ela estava em acompanhamento de câncer de mama diagnosticado
aos 33 anos. Informava que havia perdido a mãe por câncer de mama e que sua irmã apresentou
suspeita de câncer de mama no ano anterior, aos 34 anos. Há 07 anos M.R.S. tinha detectado
um nódulo em mama esquerda de cerca de 2,5 cm. Nenhum linfonodo foi detectado ao exame
físico, USG ou MMG. Feito biópsia. Conclusão do anatomopatológico: carcinoma ductal infiltrante
grau histológico II. O laudo da imunohistoquímica mostrava receptores de estrógenos positivos
em 90% das células, receptores de progesterona positivos em 90% das células, oncoproteína c-
erb2 (HER 2) positivo 3+, Ki-67 de 25%.
Agora, M.R.S. procurou atendimento médico porque estava apresentando há dois meses
dor na coluna de forte intensidade. A cintilografia óssea mostrou lesão em L4, L5 e costelas,
sugerindo metástáses óssea. O restante dos exames de estadiamento estavam normais. Foi
recomendado tratamento paliativo com quimioterapia associada a inibidor de osteólise.
33
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
35
SWERDLOW SH. ET AL. The updated WHO classification of hematological malignancies. The 2016
revision of the World Health Organization classification of lymphoid neoplasms. Blood. 2016; 127(20):2375-2390
TOWSEND, C. Sabiston – textbook of surgery. The biological basis of modern surgical prective. V. 1. 19ª Edição.
Saunders Elsievier, 2012.
VIEIRA, F.M.A.C., Di Sena V.O. Câncer colorretal metastático: papel atual dos anticorpos monoclonais e a
individualização de seu uso. ABCD Arq Bras Cir Dig 2009;22(1):45-9.
VILLAFUERTE-GUTIERREZ P ET AL Treatment of Febrile Neutropenia and Prophylaxis in Hematologic
Malignancies: A Critical Review and Update. Advances in Hematology. Volume 2014 Disponível em:
http://www.hindawi.com/journals/ah/2014/986938/
ZAGO MA, FALCAO RP, PASQUINI R. Tratado de Hematologia. Atheneu, 2014.
ZILBERSTEIN, b. et all. Consenso Brasileiro sobre o Câncer Gástrico: Diretrizes para o Câncer Gástrico no Brasil.
ABCD Arq Bras Cir Dig 2013;26(1):2-6. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/abcd/v26n1/02.pdf
Sites recomendados:
Site do INCA - Instituto Nacional do Câncer
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home
www.inca.gov.br/bvscontrolecancer/publicacoes/edicao/Estimativa_2016.pdf
Site da American Cancer Association: www.cancer.org
Site da cure4kids: acesso gratuito, mas precisa cadastrar e ser autorizado.
Site da SOBOPE: Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica
Site do Centers fos Disease Control and Prevention - CDC: www.cdc.gov
Site do Laboratório Fleury, artigo sobre Imunofenotipagens em doenças hematológicas:
http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/manuais/manual-hematologia/Pages/imunofenotipagem-das-
neoplasias-hematologicas.aspx
Site do Manual de oncologia clínica do Brasil – MOC: https://mocbrasil.com
Site do MOC. https://mocbrasil.com
Site do NCCN (National Comprehensive Cancer Network: www.NCCN.org
Site Oncologia ginecológica (Dr Glauco Baiocchi Neto) - www.oncologiaginecologica.com.br
Site UpToDate - http://www.uptodate.com/pt/home
36