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Biologia

Manual do Professor
VOLUME 3
Sumário

FRENTE A

UNIDADE 1
Genética: primeira lei de Mendel.............................................................................................3
Capítulo 1 – Introdução à Genética..................................................................................................................................... 3
Capítulo 2 – Experimentos de Mendel: primeira lei da herança................................................................................ 5

UNIDADE 2
Variações da primeira lei de Mendel.......................................................................................7
Capítulo 3 – Variações da primeira lei de Mendel.......................................................................................................... 7
Capítulo 4 – Grupos sanguíneos.......................................................................................................................................... 9

UNIDADE 3
Genética: segunda lei de Mendel......................................................................................... 11
Capítulo 5 – Segunda lei de Mendel................................................................................................................................ 11
Capítulo 6 – Interação gênica............................................................................................................................................. 13

UNIDADE 4
Hereditariedade, cromossomos sexuais e biotecnologia................................................. 15
Capítulo 7 – Genoma humano e cromossomos sexuais........................................................................................... 15
Capítulo 8 – Mutações gênicas e cromossômicas...................................................................................................... 17
Capítulo 9 – Biotecnologia.................................................................................................................................................. 19

FRENTE B

UNIDADE 1
Embriologia............................................................................................................................. 21
Capítulo 1 – Tipos de ovos e segmentação.................................................................................................................. 21
Capítulo 2 – Desenvolvimento e anexos embrionários............................................................................................. 23
Capítulo 3 – Células-tronco e clonagem......................................................................................................................... 26

UNIDADE 2
Histologia animal I.................................................................................................................. 28
Capítulo 4 – Tecido epitelial................................................................................................................................................ 28
Capítulo 5 – Tecido conjuntivo........................................................................................................................................... 31

UNIDADE 3
Histologia animal II................................................................................................................. 34
Capítulo 6 – Tecido nervoso............................................................................................................................................... 34
Capítulo 7 – Tecido muscular.............................................................................................................................................. 37
FRENTE A

1
UNIDADE
Genética: primeira lei de Mendel

Nesta unidade, serão trabalhados os conceitos básicos da Genética e os experimentos


que deram o pontapé inicial para o desenvolvimento desse ramo da Biologia. A imagem de
abertura promove uma reflexão sobre as características que são transmitidas ao longo das
gerações. As perguntas que abrem a unidade são estratégias que contribuem para o levanta-
mento do conhecimento prévio dos estudantes sobre Genética.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura da unidade:
ɒ Como a Genética pode contribuir em nosso dia a dia?
A Genética contribui para o desenvolvimento das áreas da Saúde e da Medicina com o
aprimoramento e a criação de medicamentos, a compreensão de doenças e o aconselha-
mento genético; também é importante para a Ecologia e a agricultura, entre outras razões,
pela aplicação do melhoramento genético.
ɒ Por que Mendel optou por utilizar ervilhas em seus experimentos?
As ervilhas mostram-se um excelente organismo-modelo em razão de suas características
favoráveis para o uso em experimentos, como curto ciclo de reprodução e produção de
muitos descendentes.
ɒ De que modo se relacionam os genes e o DNA?
Os genes são as unidades hereditárias compostas de sequências de nucleotídeos e res-
ponsáveis pela determinação das características dos organismos. Portanto, os genes com-
põem o DNA.

Capítulo 1 − Introdução à Genética


A imagem de abertura do capítulo insere os estudantes no contexto da Genética, o qual
exige a compreensão da relação entre o DNA e os genes. Com base no texto de abertura,
é possível explorar as aplicações e a importância que esse ramo da Biologia apresenta para
a sociedade. As perguntas que seguem esse texto poderão ser respondidas ao longo das
aulas. São reflexões que contribuem para desenvolver nos estudantes o pensamento cien-
tífico e possibilitam o levantamento de conhecimentos prévios.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ Quais descobertas foram de fundamental importância para o desenvolvimento da Genética?
Conhecer a natureza química do DNA e compreender os processos de divisão celular foi
fundamental para o desenvolvimento da Genética.
ɒ Como pode ser representada cada característica genética ao longo das gerações?
A representação das características ao longo das gerações é feita por meio de heredogramas.
ɒ Como o ambiente pode influenciar a determinação das características dos organismos?
O ambiente atua junto do genótipo para a definição do fenótipo apresentado por um
indivíduo.

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Abordagem teórica
Antes de apresentar os conceitos básicos da Genética, a teoria possibilita percorrer com os estudantes os
passos que levaram ao surgimento dessa área do conhecimento. É importante que a turma identifique que há
muito tempo já se questionava sobre a transmissão de características entre as gerações.
Ao apresentar as teorias e os pesquisadores que contribuíram em cada uma delas, evite aprofundar na
vida e nas descobertas de Gregor Mendel, pois o trabalho e a contribuição desse pesquisador serão apre-
sentados no capítulo seguinte.
Para dar continuidade, os conceitos que serão apresentados exigem a retomada de alguns conhecimen-
tos, como a molécula de DNA e os processos envolvidos na meiose. Portanto, verifique o conhecimento dos
estudantes acerca desses conteúdos antes de prosseguir.
Em seguida, podem ser apresentados os conceitos de genótipo e fenótipo, dominância e recessividade
e os padrões de herança.
Tais definições serão importantes para abordar a construção dos heredogramas. Nesse tópico, são men-
cionados alguns exemplos, contudo se recomenda que, durante a aula, outras situações sejam expostas, de-
safiando a turma a construir os heredogramas.
Ao abordar o tópico “Herança dominante ligada ao X”, o intuito não é aprofundar as características que
respeitam esse padrão de herança, pois esse assunto será estudado nos capítulos seguintes. É importante,
sobretudo, que se destaquem alguns padrões que podem ser observados a partir de heredogramas e trazem
algum indicativo sobre o tipo de herança representado.
Retome a importância da aplicação da Matemática para o desenvolvimento da Genética e – a fim de fa-
cilitar a relação entre Genética e probabilidade – apresente as regras da multiplicação e da adição tanto da
perspectiva usada na Matemática – lançamento de dados e moedas – quanto em situações de aplicação na
própria Genética.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Tra-
ta-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do con-
teúdo estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares, proporcio-
nando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.

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Capítulo 2 – Experimentos de Mendel:
primeira lei da herança
Para entender Genética, é preciso resgatar o contexto que possibilitou o surgimento dessa
área de conhecimento dentro da Biologia. Em vista disso, a apresentação cuidadosa daquele
que é considerado o “pai da Genética” – isto é, Gregor Mendel – faz-se necessária, bem como
o detalhamento de seus experimentos e de suas conclusões.
Com a imagem de abertura desse capítulo, pode-se apresentar um organismo-modelo
usado em pesquisas que fora, especialmente, a escolha de Mendel. As perguntas que abrem
o capítulo são estratégias que contribuem para o levantamento do conhecimento prévio dos
estudantes sobre as atividades experimentais realizadas em Genética.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ O que é herança monogênica?
Herança monogênica é definida pela presença de apenas um gene na determinação de uma
característica.
ɒ O que são organismos-modelo?
Organismos-modelo apresentam características favoráveis para sua utilização em experimen-
tos, como facilidade de manuseio, ciclo reprodutivo curto e geração de muitos descendentes.
ɒ Qual é a diferença entre proporção genotípica e proporção fenotípica?
Proporção genotípica faz referência às possibilidades de combinação entre os alelos de um
dado gene, enquanto a proporção fenotípica considera a manifestação da característica.

Abordagem teórica
Além de conhecer os experimentos, é fundamental que os estudantes conheçam quem foi
Gregor Mendel. A apresentação de mais detalhes sobre o pesquisador o aproxima da realidade
dos estudantes, e isso pode contribuir em sua formação.
Recomenda-se que o experimento seja apresentado etapa por etapa, começando pela
importância da escolha do organismo-modelo e, em seguida, dando início à metodologia.
Nesse ponto, é válido retomar o método científico e, assim, mostrar a correlação entre os
conteúdos, por exemplo, com uma atividade em sala de aula que apresente aos estudantes
uma situação em que elaboram hipóteses a fim de explicar os resultados previamente apre-
sentados. Nesse caso, faça a mediação da discussão e retome as hipóteses apresentadas
para que sejam refutadas ou aceitas.
Para a compreensão dos resultados, retome os princípios da meiose. Do mesmo modo, as
noções de probabilidade deverão ser exploradas para a compreensão das frequências en-
contradas por Mendel em seu trabalho. Além disso, dê atenção à probabilidade condicional,
assunto recorrente em questões de exames vestibulares.
Para finalizar, apresente a aplicação da primeira lei de Mendel em características presen-
tes nos seres humanos. Assim, o conteúdo se torna mais próximo dos estudantes. Durante a
explicação, busque trabalhar com eles o boxe “Questão resolvida” e, se necessário, forneça
alguns subsídios teóricos. Na medida do possível, outros exemplos também podem ser apre-
sentados à turma.

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Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios das se-
ções “Consolidando saberes” e “No Enem é assim”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compre-
ensão e a retomada do conteúdo estudado. Além disso, essas seções apresentam atividades recentes de
diversos vestibulares, proporcionando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais
universidades do nosso país.

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FRENTE A

2
UNIDADE
Variações da primeira lei de
Mendel

A fotografia do artista René Maltête, intitulada “Rua francesa retrô”, em tradução livre, traz
uma forma divertida para iniciar a apresentação dos padrões de herança distintos propostos
por Gregor Mendel ao desenvolver a lei da segregação, atualmente conhecida como primeira
lei de Mendel. As perguntas que abrem a unidade são estratégias que contribuem para o levan-
tamento do conhecimento prévio dos estudantes sobre as variações da primeira lei de Mendel.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura da unidade:
ɒ Explique o padrão de herança que está representado pela camiseta das pessoas.
A análise da imagem revela que o fenótipo “listra horizontal” do pai e o “listra vertical” da
mãe são, ambos, manifestados em seu descendente, que então revela um fenótipo “xadrez”
em consequência da expressão simultânea das informações de seus genitores.
ɒ Dê um exemplo de organismo em que seja evidente um padrão de herança como o da
imagem.
Esse mesmo padrão pode ser observado na coloração das pétalas de muitas variedades
de flores e na pelagem de animais.
ɒ Você consegue citar vantagens da existência de padrões de herança diversificados?
Não seguir apenas o padrão de dominância e recessividade possibilita maior variedade de
fenótipos a serem produzidos e até mesmo, em alguns casos, aumenta as combinações
possíveis de genótipos para determinado gene.

Capítulo 3 – Variações da primeira lei de Mendel


Nesse capítulo, serão estudadas as principais variações de padrão de heranças que alguns
genes podem apresentar e resultam na alteração da proporção fenotípica, até então estabe-
lecida por Mendel como 3:1. As questões a serem respondidas em seguida possibilitam definir
o grau de conhecimento prévio dos estudantes sobre o assunto e retomar alguns conceitos
iniciais.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ É possível que existam mais alelos (acima de dois) para um mesmo gene? Por quê?
Em alguns genes, é possível a existência de mais do que dois alelos. Essas variedades são
produzidas por alterações na sequência de nucleotídeos (mutações).
ɒ Qual é a consequência para um indivíduo se alelos letais estiverem presentes no genótipo?
Como o próprio nome faz referência, alelos letais são responsáveis por ocasionar o óbito
do indivíduo quando presentes, antes ou após o nascimento.
ɒ O que são fenótipos intermediários?
Fenótipo intermediário é uma característica que se manifesta de forma diferente daquela
presente nos genitores.

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Abordagem teórica
Recomenda-se fazer uma breve retomada dos conceitos apresentados na unidade anterior e rever as
principais características da primeira lei de Mendel, como as proporções fenotípicas e genotípicas, bem como
a diferenciação entre os termos “genótipo” e “fenótipo”.
Feito isso, dois novos termos podem ser apresentados: “penetrância” e “expressividade”. É importante
que os estudantes compreendam a diferença entre essas duas condições no fenótipo de um indivíduo.
Ao abordar os exemplos ao longo do capítulo, é importante construir com os estudantes os heredogramas
representando os cruzamentos que foram realizados. É um bom momento para que também pratiquem a
construção e a interpretação do quadro de Punnett, considerando os fenótipos e os genótipos para concluir
as proporções que caracterizam cada um deles.
Especificamente sobre os alelos múltiplos, evite aprofundar nesta aula os sistemas sanguíneos, pois eles
serão abordados no próximo capítulo, com o estudo dos grupos sanguíneos.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-a com a turma como uma atividade de sistemati-
zação dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do con-
teúdo estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares, proporcio-
nando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.

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Capítulo 4 – Grupos sanguíneos
Os grupos sanguíneos serão apresentados nesse capítulo. Além do padrão genético
dessas características, serão trabalhadas a técnica para a determinação do tipo sanguíneo
e a importância das transfusões sanguíneas. As perguntas que abrem o capítulo são estra-
tégias que contribuem para o levantamento do conhecimento prévio dos estudantes sobre
os grupos sanguíneos.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ Você sabe qual é o seu tipo sanguíneo?
Resposta pessoal.
ɒ Como você explicaria a alguém o que é uma transfusão sanguínea?
É um procedimento que consiste na aplicação do sangue de uma pessoa em outro indiví-
duo, desde que eles apresentem compatibilidade.
ɒ Com base no termo “eritroblastose fetal”, o que pode ser inferido?
O termo “eritroblastose” faz referência aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos),
especificamente aos eritroblastos, que são células ainda indiferenciadas. O termo “fetal”
faz referência ao acometimento do feto.

Abordagem teórica
Antes de iniciar a apresentação dos grupos sanguíneos, apresente à turma as pesquisas e
os experimentos que acarretaram essa descoberta. Nesse ponto, podem ser discutidos prin-
cípios éticos sobre as experimentações e os resultados obtidos.
É importante informar aos estudantes que existem outros sistemas sanguíneos, além dos três
principais que serão abordados nesse capítulo – sistemas ABO, Rh e MN. À medida que se cons-
troem os conhecimentos sobre a compatibilidade entre os indivíduos, é possível discutir questões
a respeito de transplantes de medula óssea e de órgãos sólidos, já que os aglutinogênios desses
sistemas sanguíneos não se restringem, muitas vezes, apenas à superfície das hemácias.
É necessário ter cautela ao tratar desse assunto em sala de aula, já que muitos exemplos
pessoais dos estudantes poderão ser expostos por eles mesmos. Assim, é preciso estar pre-
parado para evitar exposições e situações constrangedoras. Certifique-se, portanto, com a
coordenação e a direção de sua escola, se algum estudante é adotado ou tem como pais afe-
tivos outros indivíduos que não sejam seus genitores biológicos e não tenha ciência disso. Ter
a relação familiar exposta na frente dos colegas ou mesmo descobrir a adoção no momento
da aula pode ter inúmeras consequências para o estudante, a família e o professor.
Ao trabalhar os sistemas sanguíneos, recomenda-se fazer desenhos e quadros na lousa ou
usar materiais digitais que criem condições para que os estudantes identifiquem as diferenças
entre os tipos sanguíneos, além de diferenças entre os padrões de herança apresentados
pelos alelos envolvidos na determinação de cada sistema.
Se julgar interessante, comente o fenótipo Bombaim, desencadeado pela homozigose
recessiva do gene H, o qual determina a expressão da enzima H, relacionada à formação dos
antígenos A e B. Nesse momento, evite comentar que essa interação entre genes é chamada
de epistasia, pois esse conceito será melhor apresentado em capítulos futuros.

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Ao abordar as transfusões sanguíneas, apresente esse procedimento e explique a importância dessa
ferramenta que salva vidas. Busque conscientizar os estudantes sobre ser um doador de sangue, indique os
pré-requisitos para se doar sangue e estimule-os a acessar o site do hemocentro de sua cidade para escla-
recer mais dúvidas ou saber sobre postos de coletas.
No entanto, vale lembrar que algumas crenças religiosas recusam as transfusões sanguíneas. Assim, con-
duza a discussão de modo que todas as opiniões sejam respeitadas.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios das
seções “Consolidando saberes” e “No Enem é assim”. Ressalte que essa tarefa é importante para a com-
preensão e a retomada do conteúdo estudado. Além disso, essas seções apresentam atividades recentes
de diversos vestibulares, proporcionando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas princi-
pais universidades do nosso país.

10 BIOLOGIA - FRENTE A / Manual do Professor


FRENTE A

3
UNIDADE
Genética: segunda lei de Mendel

Os trabalhos de Mendel foram de grande relevância para a ampliação do campo da Genética


e contribuíram para o aprimoramento de tecnologias que permitiram a consolidação da socie-
dade atual garantindo, por exemplo, a compreensão de como gerar variedades de organismos
que agrupem características economicamente mais vantajosas.
Do tempo em que foram descritos os postulados de Gregor Mendel aos dias atuais, muitos
complementos aos seus princípios foram feitos por vários outros pesquisadores que assim
definiram a Genética pós-mendeliana. As perguntas que abrem a unidade são estratégias que
contribuem para o levantamento do conhecimento prévio dos estudantes.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura da unidade:
ɒ Que fenômeno característico da meiose pode garantir a ocorrência de variabilidade gené-
tica nos gametas?
O crossing-over, processo de troca de fragmentos entre cromátides de cromossomos
homológos.
ɒ Como você explicaria a distribuição independente dos alelos?
Na meiose, ocorre a separação dos cromossomos homólogos. Tais eventos possibilitam
que os alelos se distribuam para a formação de gametas. Dizemos que a distribuição dos
alelos de duas características é independente quando os genes delas estão em cromos-
somos diferentes.
ɒ Apesar das vantagens, quais seriam os pontos negativos da manipulação das característi-
cas nas espécies?
Um dos pontos negativos seria a redução da variabilidade genética.

Capítulo 5 – Segunda lei de Mendel


Nesse capítulo, serão abordadas outras contribuições de Gregor Mendel à Genética, quan-
do se estuda duas ou mais características simultaneamente. Além disso, será explorado outro
padrão de herança, quando os genes não se segregam de maneira independente, por esta-
rem ligados (situação conhecida como ligação gênica ou linkage).
As perguntas que abrem o capítulo são estratégias que contribuem para o levantamento
do conhecimento prévio dos estudantes sobre o assunto.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ O que se entende por ligação gênica?
Ligação gênica é uma condição na qual os genes analisados se encontram no mesmo
cromossomo.
ɒ Qual a importância em se determinar as regiões em que os genes se encontram nos cro-
mossomos?
Conhecendo onde se dispõem os genes nos cromossomos, é possível, por exemplo, apri-
morar técnicas de melhoramento genético e de tratamento de muitas doenças de causas
genéticas.

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ɒ Como você explicaria o que é um cruzamento-teste?
O cruzamento-teste é usado para investigar o genótipo desconhecido de dado indivíduo. Ele pode ser
feito, por exemplo, cruzando esse indivíduo com outro homozigoto recessivo para as características ana-
lisadas.

Abordagem teórica
Antes de dar continuidade aos experimentos realizados por Mendel, faça uma breve retomada sobre os
cruzamentos e as características de um organismo-modelo e então apresente a segunda lei evidenciando
pontos que a diferenciem da primeira, a lei da segregação. Nessa diferenciação, é muito importante usar
esquemas representativos da meiose que ajudem o estudante a identificar a disposição dos genes nos cro-
mossomos e como esses cromossomos se distribuem durante as fases da divisão celular, produzindo as
diferentes combinações de alelos nos gametas.
Depois de demonstrados os novos cruzamentos realizados por Mendel, sugere-se apresentar à turma
as duas opções para se chegar aos resultados: (1) usando um único quadro de Punnett com os gametas já
contendo as combinações de alelos, ou (2) usando quadros de Punnett menores, para cada característica se-
paradamente, e aplicando as regras da multiplicação e da soma conforme necessário. É importante ressaltar
aos estudantes que, em geral, as duas opções são válidas para responder a alguma questão que envolva
mais de um gene, mostrando-lhes que alguns caminhos economizam tempo na resolução do exercício; tudo
depende do que é pedido.
Uma vez determinadas as proporções genotípicas e, principalmente, fenotípicas obtidas a partir do cruza-
mento entre di-híbridos, compare-as com as resultantes da aplicação da primeira lei e, assim como Mendel
percebeu, leve os estudantes a enxergar duas vezes a proporção 3:1 construindo a proporção fenotípica da
segunda lei. Caso julgue necessário, além da realização da questão resolvida proposta, pode-se trazer outras
questões para que os estudantes treinem, ainda em aula, a aplicação dos novos conceitos.
Seguindo a ideia de que os estudantes podem comparar os padrões de herança que estão sendo apre-
sentados, ao introduzir a Genética pós-mendeliana, faça-os enxergar a necessidade de que mais de um gene
esteja presente em um mesmo cromossomo. É possível apresentar a existência de cerca de 19 mil genes na
espécie humana, em que há apenas 23 pares de cromossomos, ou então levantar a questão: Quantas carac-
terísticas determinam um ser humano?
Ao conceituar e apresentar a ligação gênica, construa novamente o esquema simplificado da meiose e
reforce que o crossing-over é extremamente importante na geração de variabilidade genética. Depois, apre-
sente como se calcula a frequência com a qual ocorre esse fenômeno a partir de resultados de cruzamentos
e discuta a relação dessa taxa com a distância dos genes.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do con-
teúdo estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares, proporcio-
nando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.

12 BIOLOGIA - FRENTE A / Manual do Professor


Capítulo 6 – Interação gênica
Nesse capítulo, para dar continuidade aos estudos que envolvem a segunda lei de Mendel
e a participação de mais genes, serão abordadas outras relações além daquelas que a segre-
gação independente pode apresentar. As perguntas que seguem o texto de abertura, as quais
serão respondidas no decorrer das aulas, contribuem para despertar nos estudantes as bases
para a investigação científica, bem como favorecem a articulação dos conhecimentos prévios
relacionados aos conceitos que serão construídos no decorrer do capítulo.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ Como o ambiente influencia os fenótipos ao longo da evolução biológica?
De acordo com a teoria neodarwinista, o ambiente seleciona indivíduos com características
favoráveis à sobrevivência e à reprodução em determinadas condições. Assim, o ambiente
seleciona determinados fenótipos ao longo da evolução biológica.
ɒ Qual é o papel dos genes na herança quantitativa?
Os genes com herança quantitativa são chamados poligenes e podem sofrer segregação
independente. Assim, os alelos podem contribuir de modo diferente no fenótipo: os efeti-
vos ou aditivos influenciam a determinação da classe fenotípica e os não efetivos ou não
aditivos não exercem modificação no fenótipo.
ɒ Qual é a diferença entre interações alélicas e interações gênicas?
Enquanto as interações alélicas tratam dos padrões de herança entre as variações de cada
gene (ou seja, em um mesmo locus gênico), as interações gênicas são as relações que
diferentes genes estabelecem, definindo, em conjunto, determinada característica.

Abordagem teórica
Seguindo a mesma estratégia didática adotada para os capítulos anteriores que abordaram
os temas da Genética, a apresentação das interações gênicas prioriza a análise contextualizada
de situações-problema. Trata-se de uma importante estratégia porque se acredita que, ao reco-
nhecer e identificar as particularidades de cada assunto, podem ser evitadas confusões entre
os temas estudados. Ao apresentar aos estudantes o que são interações gênicas, exponha a
diferenciação quanto à pleiotropia e estabeleça uma comparação com a segunda lei de Mendel,
principalmente no que diz respeito às proporções alcançadas nos cruzamentos. Proponha aos
estudantes a seguinte reflexão: em casos de interação gênica, a proporção 9:3:3:1 poderá ser
modificada? Não forneça resposta, pois isso será tratado no decorrer das aulas.
Outro ponto importante a ser exposto ainda no início do capítulo é a diferença entre as
características qualitativas – como cor, forma, textura – e as quantitativas – ou seja, todas
aquelas que podem ser mensuradas, como peso, tamanho, intensidade de coloração etc. Para
isso, retome com a turma todos os padrões de herança que foram estudados até o momento,
como a dominância e a recessividade, características da primeira lei de Mendel, bem como
todas as variações.
Os tipos de interação gênica começam a ser apresentados pelas interações não epistáti-
cas ou herança complementar. Assim, apresente as variações das nomenclaturas para ajudar
os estudantes a identificar o que caracteriza cada tipo de herança, pois essa estratégia, muitas
vezes, facilita o momento de defini-las. Nesse tópico, o exemplo clássico da herança da forma
da crista dos galináceos é usado para explicar as particularidades dessa interação e é um
modelo recorrente apresentado em muitos vestibulares.

13 BIOLOGIA - FRENTE A / Manual do Professor


Na abordagem sobre as interações epistáticas, ou epistasia, novos exemplos são oferecidos, a fim de
apresentar as situações mais recorrentes nos exercícios. Assim, incentive a análise de cruzamentos e a elabo-
ração dos quadros de Punnett para caracterizar e diferenciar as epistasias recessiva e dominante. O conceito
de via metabólica já foi apresentado durante a abordagem das enzimas, então, nesse tópico, apresente aos
estudantes o conceito sob o ponto de vista genético, quanto à manifestação de fenótipos relacionados à
produção ou não das enzimas envolvidas.
Finalmente, explique os exemplos que envolvem a herança quantitativa. Nesse momento, muitas das curiosi-
dades dos estudantes sobre a genética humana começam a ser, dentro do possível, respondidas, por exemplo,
a questão da determinação da cor dos olhos. Vale ressaltar que, neste livro, não será aprofundado o exemplo da
cor de pele que foi apresentado na abertura do capítulo, na qual foi mostrada a beleza e a imensa variedade da
espécie humana. No entanto, explique à turma que essa e outras características ocorrem por causa do fluxo gênico
existente entre pessoas com diferentes características. Ressalte que, por esse motivo, do ponto de vista genético,
a espécie humana não pode ser diferenciada em raças em seu conceito biológico, visto que não há isolamento
reprodutivo ou geográfico entre as populações. É importante desconstruir as ideias pejorativas e mostrar que, com
base em estudos científicos, as inúmeras características presentes na espécie humana nos tornam únicos e não
permitem que sejamos arranjados em grupos preconcebidos.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios das
seções “Consolidando saberes” e “No Enem é assim”. Ressalte que essa tarefa é importante para a com-
preensão e a retomada do conteúdo estudado. Além disso, essas seções apresentam atividades recentes
de diversos vestibulares, proporcionando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas princi-
pais universidades do país.

Para saber mais

ɒ Um arco-íris em você, Jerry Carvalho Borges. Ciência Hoje, 2007. Disponível em: http://cienciahoje.
org.br/coluna/um-arco-iris-em-voce/. Acesso em: 3 nov. 2022.
ɒ Genética da cor do olho, Sally Robertson. News Medical Life Sciences, 2019. Disponível em: https://
www.news-medical.net/health/Genetics-of-Eye-Color.aspx. Acesso em: 3 nov. 2022.

14 BIOLOGIA - FRENTE A / Manual do Professor


FRENTE A

4
UNIDADE
Hereditariedade, cromossomos
sexuais e biotecnologia

Atualmente, o domínio da genética tem ampliado o conhecimento acerca da espécie hu-


mana, de outros seres vivos e dos vírus. Esses estudos possibilitam traçar perfis gênicos de
cada indivíduo em dada população.
Nesta unidade, serão abordados temas que complementam o conteúdo da Genética e es-
tão presentes em nosso cotidiano. O texto que abre a unidade é um trecho de um artigo que
conta um pouco do histórico do Projeto Genoma Humano. Para incentivar a participação dos
estudantes, após a leitura do texto, faça as perguntas que o sucedem. Ainda que não tenham
estudado o assunto, eles apresentam conhecimentos prévios que podem ser explorados nes-
se momento.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura da unidade:
ɒ Além dos genes, existem outras diferenças cromossômicas entre os indivíduos de uma
mesma espécie?
Sim. Alguns erros no processo de divisão celular podem ocasionar alterações no número
de cromossomos presentes nas células-filhas resultantes.
ɒ O que se pode saber a partir da análise dos cromossomos de um indivíduo?
A análise de cariótipo, ou seja, o conjunto de cromossomos de um indivíduo, possibilita
identificar os cromossomos sexuais, bem como o número e a organização dos demais
cromossomos.
ɒ Quais implicações a ampliação do conhecimento sobre os genes humanos pode trazer
para nossa sociedade?
Entre as inúmeras vantagens destacam-se a identificação de novos distúrbios e doenças de
causa genética, bem como auxiliar no diagnóstico daqueles já conhecidos. Também propicia
identificar algumas sequências genéticas que podem produzir proteínas defeituosas ou que
não as produzem. No entanto, os riscos que envolvem a manipulação cromossômica são ain-
da desconhecidos, pois suspeita-se de que, em longo prazo, a manipulação indiscriminada
possa interferir na seleção natural e, consequentemente, na sobrevivência da espécie.

Capítulo 7 – Genoma humano e cromossomos


sexuais
Nesse capítulo, são apresentadas especificidades sobre o genoma humano e discute-se
como o sexo biológico é determinado em algumas outras espécies. Além disso, heranças re-
lacionadas aos cromossomos sexuais serão abordadas. As perguntas que seguem o texto de
abertura serão respondidas no decorrer das aulas. No entanto, essa conversa inicial contribui
para despertar nos estudantes as bases para a investigação científica, bem como favorece a
articulação dos conhecimentos prévios relacionados aos conceitos que serão construídos no
decorrer do capítulo.

15 BIOLOGIA - FRENTE A / Manual do Professor


Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ O que você conhece sobre o Projeto Genoma Humano?
Resposta pessoal. Os textos apresentados na abertura da unidade e do capítulo são trechos de um artigo
que descreve esse projeto. Espera-se que os estudantes mencionem que o Projeto Genoma Humano
buscou determinar as sequências de nucleotídeos presentes na espécie humana.
ɒ A determinação do sexo biológico ocorre da mesma forma em todas as espécies?
Não. Para algumas espécies, os cromossomos sexuais estão diretamente relacionados na determinação
do sexo biológico; para outras, o sexo pode ser definido por influência de fatores não cromossômicos,
como alguns fatores ambientais.
ɒ Quais fatores podem influenciar a frequência de alelos de uma população?
Alguns fatores que podem alterar as frequências alélicas em uma população são: mutação, migração,
variações acidentais diversas e seleção natural.

Abordagem teórica
Inicie a apresentação conceitual retomando a definição de cariótipo e apresente como a análise dos
cromossomos é realizada. Verifique se os estudantes apresentam dificuldades para identificar se os cromos-
somos estão ou não duplicados. Permita que realizem a contagem do número de moléculas presentes e
identifiquem o sexo biológico do exemplar analisado.
A apresentação dos sistemas de determinação sexual não deve se restringir à espécie humana. Explore o
sistema XY de modo mais detalhado e, se necessário, faça uma breve retomada de conceitos fundamentais
da meiose, como o emparelhamento dos cromossomos durante a prófase I.
As consequências fenotípicas decorrentes da inativação de um dos cromossomos X presentes nas fêmeas
podem ser abordadas, trazendo como exemplo a pelagem de gatas domésticas. Contudo, apresente também
o exemplo que pode ocorrer na espécie humana; esclareça que, em casos de daltonismo, uma mulher hetero-
zigótica pode ter visão normal em um dos olhos e daltonismo em outro.
Uma vez exibidos os sistemas, conduza a apresentação dos conceitos relacionados a heranças que este-
jam relacionadas aos cromossomos sexuais. Apenas heranças relacionadas ao sistema XY são apresentadas.
Ao abordar o daltonismo, procure saber se algum dos estudantes apresenta tal condição e atente para as
reações da turma, prevenindo possíveis atitudes que podem envolver bullying.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do con-
teúdo estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares, proporcio-
nando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.

16 BIOLOGIA - FRENTE A / Manual do Professor


Capítulo 8 – Mutações gênicas e cromossômicas
Nesse capítulo, são apresentados os principais tipos de mutação que podem ocorrer no
material genético dos seres vivos e dos vírus. Também são abordadas algumas síndromes
causadas por alterações cromossômicas.
As perguntas que seguem o texto de abertura serão respondidas no decorrer das aulas.
No entanto, essa conversa inicial contribui para despertar nos estudantes as bases para a
investigação científica, bem como favorece a articulação dos conhecimentos prévios relacio-
nados aos conceitos que serão construídos no decorrer do capítulo.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ O que se entende por mutação?
Resposta pessoal. Em geral, mutações podem ser caracterizadas como alterações no
material genético.
ɒ Em qual(is) processo(s) celular(es) as mutações podem ocorrer?
As mutações podem ocorrer durante a replicação, a transcrição ou a tradução.
ɒ Qual é a importância das mutações para as espécies?
As mutações proporcionam variabilidade genética entre os indivíduos.

Abordagem teórica
Nesse capítulo, é esperado que os estudantes identifiquem quais fatores estão potencial-
mente relacionados à ocorrência de mutações e em quais tipos celulares elas podem estar
presentes. Para dar início, conceitue o termo “mutação” e retome as principais ideias da teoria
moderna da evolução biológica; essa estratégia didática possibilita que os estudantes relacio-
nem a importância das mutações durante o processo evolutivo das espécies.
Entre as mutações cromossômicas, são apresentadas as características das euploidias e
aneuploidias. É importante que, além de saber diferenciá-las, os estudantes associem o surgi-
mento de cada variedade aos processos de disjunção cromossômica característicos das divi-
sões celulares. Por essa razão, dê especial atenção à averiguação do nível de conhecimento
da turma sobre mitose e meiose. Se julgar conveniente e necessário, retome os conceitos
gerais da divisão celular.
Durante a abordagem das síndromes cromossômicas características do ser humano, aten-
te para possíveis posturas e/ou opiniões que possam indicar preconceitos. Ressalte para a
turma que todos devem ser tratados com respeito e esclareça que atualmente muitos termos
têm sido substituídos ou inutilizados na Ciência, já que podem induzir a ideias ou interpreta-
ções pejorativas.
Ao abordar as mutações gênicas, é interessante que os estudantes se recordem da carac-
terística degenerada do código genético. Se considerar conveniente, utilize a tabela do códi-
go genético; essa estratégia pode auxiliá-los na identificação das consequências da alteração
de um único nucleotídeo no material genético.

17 BIOLOGIA - FRENTE A / Manual do Professor


Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do con-
teúdo estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares, proporcio-
nando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.

18 BIOLOGIA - FRENTE A / Manual do Professor


Capítulo 9 – Biotecnologia
Nesse capítulo, serão explorados o conceito de biotecnologia e alguns exemplos de técni-
cas que têm enorme potencial de aplicação nos dias atuais. Também serão discutidos alguns
aspectos éticos relacionados à aplicação de recursos biotecnológicos.
O assunto biotecnologia é recorrente nas provas do Enem e em vestibulares. Ele pode
aparecer em diferentes contextos; por exemplo, pode vir apresentado por meio de alguma
técnica de engenharia genética que esteja com ampla divulgação na mídia, como a modifica-
ção dos mosquitos Aedes aegypti e a produção de insulina humana e de outros compostos
de importância médica. As questões também podem ressaltar a importância dessas tecno-
logias e sua aplicação na área da saúde. Esse assunto também pode aparecer associado a
conceitos da Biologia, como o código genético e o genoma. É fundamental que os estudantes
conheçam a diferença entre ambos: um organismo geneticamente modificado sofre alteração
em seu genoma, e não no código genético, que é universal. Outro assunto muito associado
à biotecnologia é a síntese proteica. Para que um gene de interesse se manifeste, ele preci-
sa ser transcrito e traduzido. É importante que os estudantes identifiquem o que são esses
processos e onde eles ocorrem nas células. Além disso, é comum a ocorrência de atividades
que envolvem a técnica da transgenia, como ela é realizada, e por que são utilizadas bactérias
e seus plasmídeos. Esse capítulo tem o intuito de apresentar esses conceitos e preparar os
estudantes para as provas.
O texto de abertura contextualiza brevemente a biotecnologia. As perguntas que o sucedem,
as quais serão respondidas no decorrer das aulas, contribuem para despertar nos estudantes as
bases para a investigação científica, bem como favorecem a articulação dos conhecimentos pré-
vios relacionados aos conceitos que serão construídos no decorrer do capítulo.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ Quais conceitos da Biologia foram imprescindíveis para o desenvolvimento da biotecnologia?
Os estudos em Genética, bem como o conhecimento sobre a natureza do material genético
e da citologia foram essenciais para o desenvolvimento da biotecnologia.
ɒ De que forma a biotecnologia está presente no seu dia a dia?
Resposta pessoal. O emprego da biotecnologia pode ser identificado em alimentos, medi-
camentos e procedimentos médicos.
ɒ Você conhece alguma técnica empregada na biotecnologia?
Resposta pessoal. Podem ser mencionados clonagem, transgênicos e terapia gênica.

Abordagem teórica
Ao iniciar a aula, é importante avaliar o grau de conhecimento prévio da turma sobre o
assunto. Para despertar o interesse dos estudantes, incentive a busca por manchetes de re-
portagens/notícias em jornais da imprensa e científicos. Essa estratégia também pode ser
aproveitada para mostrar a numerosa produção científica que envolve os princípios biotec-
nológicos. Por meio dessa atividade, muitos termos novos provavelmente serão encontrados,
como “engenharia genética”, “manipulação gênica” e “DNA recombinante”. Assim, no decorrer
do capítulo, eles serão explicados e contextualizados. Explore em detalhes o conceito do DNA
recombinante, já que se trata da principal técnica envolvida na biotecnologia.

19 BIOLOGIA - FRENTE A / Manual do Professor


As técnicas de clonagem e o uso de células-tronco foram relevantes para o avanço da biotecnologia, além
de terem sido aplicadas em experimentos que podem ser usados em conjunto com o DNA recombinante.
Chame os estudantes para uma reflexão sobre as diferentes possibilidades de combinação entre as técnicas
disponíveis atualmente e sobre os efeitos e as possíveis aplicações delas.
Entre as atuais aplicações das técnicas que foram apresentadas no capítulo, priorize a terapia gênica, com
seus mais variados usos. Durante a apresentação de transgênicos, diferencie-os de organismos genetica-
mente modificados (OGM).
Para dar continuidade, explique a importância da identificação dos perfis genéticos e das aplicações da
técnica de DNA fingerprint na área de criminologia.
Além de apresentar tudo o que a pesquisa científica produziu até os dias atuais e avaliar as respectivas
aplicações, é importante discutir com os estudantes a importância da ética em nossos atos, sejam pessoais,
sejam profissionais. Para isso, prepare previamente a turma para o debate proposto no boxe “Discussão em
sala”. Além dos trechos disponíveis nele, utilize, como material de apoio, o artigo sobre bioética:
ɒ Delineando fronteiras: reflexão sobre os limites éticos para a aplicação de tecnologias genéticas, Denis
Barbosa Cacique. Revista Bioética (Impr.), v. 20, n. 1, p. 60-70, 2012. Disponível em: https://revistabioetica.
cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/603/737. Acesso em: 3 nov. 2022.

Finalmente, tenha como principal objetivo promover a curiosidade dos estudantes e incentive-os a conhe-
cer mais sobre as pesquisas biotecnológicas, reconhecendo quão importante elas são para o progresso da
nossa sociedade.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios das
seções “Consolidando saberes” e “No Enem é assim”. Ressalte que essa tarefa é importante para a com-
preensão e a retomada do conteúdo estudado. Além disso, essas seções apresentam atividades recentes
de diversos vestibulares, proporcionando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas princi-
pais universidades do país.

Referências bibliográficas
BENJAMIN, A. P. Genética: um enfoque conceitual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
FUTUYMA, D. J. Biologia evolutiva. 3. ed. Ribeirão Preto: Funpec, 2009.
GRIFFITHS, A. J. F. et al. Introdução à genética. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

20 BIOLOGIA - FRENTE A / Manual do Professor


FRENTE B

1
UNIDADE
Embriologia

Nesta unidade, serão abordados os seguintes conceitos fundamentais da Embriologia: a


estrutura dos gametas, os fenômenos envolvidos na fecundação, os tipos de ovos, as fases do
desenvolvimento embrionário, o destino dos folhetos germinativos, a formação de gêmeos, as
células-tronco, a clonagem de mamíferos e os anexos embrionários.
A imagem de abertura da unidade mostra um embrião humano com sete semanas e bus-
ca inserir os estudantes no contexto do assunto que será estudado a partir desse momento.
As questões que seguem o texto de abertura incentivam o pensamento científico e possibi-
litam o levantamento de conhecimentos prévios.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura da unidade:
ɒ O que é fertilização in vitro?
A fertilização in vitro é uma técnica de reprodução assistida em que os ovócitos secun-
dários e os espermatozoides são retirados do organismo e manipulados em um meio de
cultura (in vitro) que reproduz as mesmas características ambientais da tuba uterina para
que ocorra a fertilização.
ɒ Em quais locais do organismo as células-tronco podem ser encontradas?
Células-tronco embrionárias são encontradas nos embriões nas fases de mórula e de blas-
tocisto. Células-tronco somáticas (adultas) estão presentes em diversas partes do corpo,
como cordão umbilical, medula óssea, fígado, pele e intestino.
ɒ Como pode ser feita a clonagem de um mamífero adulto?
O núcleo de uma célula somática de um mamífero adulto é retirado e, em seguida, inserido
em uma célula germinativa, ou seja, no ovócito de uma fêmea da mesma espécie, cujo nú-
cleo foi retirado. Após a introdução do núcleo da célula somática, o óvulo recebe estímulos
para se dividir e iniciar o desenvolvimento de um embrião que será um clone do animal
adulto doador da célula somática.

Capítulo 1 – Tipos de ovos e segmentação


Nesse capítulo, serão apresentados os gametas masculinos e femininos dos animais, bem
como as principais estruturas neles existentes e como elas participam do processo de fertiliza-
ção. Além disso, serão apresentados os principais tipos de ovo e o tipo de segmentação que
ocorre em cada um deles.
A imagem de abertura do capítulo mostra uma técnica de fertilização in vitro conhecida
como injeção intracitoplasmática de espermatozoide no ovócito II. Ela busca inserir os es-
tudantes no contexto do assunto que será abordado. As questões que seguem o texto de
abertura possibilitam o levantamento de conhecimentos prévios da turma.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ Em que local do corpo da mulher ocorre normalmente a fecundação?
A fecundação ocorre na tuba uterina.

21 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


ɒ Que regiões existem em um espermatozoide humano?
Além da cabeça, um espermatozoide apresenta a peça intermediária que inclui em seu interior as mitocôn-
drias e o centríolo, e a cauda, onde se encontra o flagelo responsável pela locomoção.
ɒ Por que os gametas femininos são, geralmente, maiores que os masculinos?
Os gametas femininos são, geralmente, maiores do que os masculinos porque acumulam substâncias
nutritivas utilizadas na nutrição do embrião durante o desenvolvimento embrionário. Além disso, o gameta
masculino é menor e com formato e estruturas que possibilitam o deslocamento até o gameta feminino.

Abordagem teórica
Esta aula pode ser iniciada com uma breve introdução à Embriologia. Apresente o texto de abertura da
unidade para que os estudantes identifiquem que as técnicas recentes da Biologia, como clonagem de ma-
míferos e células-tronco, são resultantes de trabalhos científicos na área da Embriologia.
Para dar continuidade, apresente as células reprodutivas dos animais: os gametas. Inicie a explicação pelo
gameta masculino, o espermatozoide, indicando as regiões dele (cabeça, peça intermediária e cauda) e as
principais estruturas existentes em cada uma delas.
Em seguida, apresente o gameta feminino, destacando as estruturas existentes em um ovócito II humano.
Ressalte que nos mamíferos placentários, diferentemente do que ocorre em outras espécies, não ocorre libe-
ração de óvulos no dia da ovulação, mas são liberadas as células precursoras, denominadas ovócitos II, que
terminam a diferenciação em óvulo após a fecundaçao.
Para explicar o mecanismo de fecundação, é importante apresentar inicialmente aos estudantes a diferen-
ça entre fecundação externa e interna, citando os ouriços e o ser humano como exemplo de cada uma delas.
Em seguida, utilize a fecundação humana como modelo para indicar a participação das estruturas existentes
nos gametas para o sucesso do processo. É importante ressaltar que essa área acumula muito conhecimento
novo e conceitos antigos, como “apenas a cabeça do espermatozoide é que entra no ovócito” ou “o primeiro
espermatozoide que chega ao ovócito o fecunda”, precisam ser atualizados entre os estudantes.
A aula pode ser finalizada com os principais tipos de ovo existentes nos animais. Indique como o vitelo in-
fluencia a classificação dos ovos e as divisões celulares realizadas pelo zigoto. Nesse momento, é importante
apresentar aos estudantes o conceito de segmentação e os diferentes tipos de segmentação que ocorrem
em cada tipo de ovo.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do con-
teúdo estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares, proporcio-
nando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.

22 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


Capítulo 2 – Desenvolvimento e anexos
embrionários
Nesse capítulo, serão apresentadas as principais etapas e fases do desenvolvimento em-
brionário dos animais, utilizando o anfioxo como modelo didático. Também serão apresenta-
dos os anexos embrionários existentes nos embriões de vertebrados e as funções que cada
uma dessas estruturas desempenha durante o desenvolvimento embrionário. Por fim, serão
abordadas as características do desenvolvimento embrionário humano, os processos relacio-
nados com a formação de gêmeos monozigóticos (idênticos) e dizigóticos (fraternos).
A imagem de abertura do capítulo mostra um embrião humano na fase de mórula e busca
inserir os estudantes no contexto do assunto que será estudado a partir desse momento no
capítulo. As questões que seguem o texto de abertura, as quais serão respondidas ao longo
da aula, contribuem para instigar o pensamento científico e permitir o levantamento de conhe-
cimentos prévios dos estudantes.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ O que são células totipotentes?
São células que se diferenciam e podem formar qualquer tipo celular existente no corpo
adulto.
ɒ A espécie humana apresenta desenvolvimento direto ou indireto?
O ser humano apresenta desenvolvimento direto, pois não existe estágio larval.
ɒ Qual fase do desenvolvimento embrionário ocorre logo após a fase de mórula?
Após a fase de mórula, ocorre o acúmulo de líquidos no interior da célula, e inicia-se a fase
de blástula.

Abordagem teórica
Esta aula pode ser iniciada com uma breve apresentação dos cordados para que os
estudantes entendam a importância da escolha do anfioxo como modelo didático para
o estudo do desenvolvimento embrionário animal. Em seguida, pode-se indicar as princi-
pais etapas e fases do desenvolvimento embrionário do anfioxo.
A aula deve seguir com a descrição da segmentação. Utilize o desenvolvimento embrioná-
rio do anfioxo para indicar aos estudantes as principais alterações que ocorrem entre as fases
de zigoto, mórula e blástula. Pode ser conveniente revisar os diferentes tipos de segmentação
existentes nos animais.
Na sequência, apresente aos estudantes as alterações que ocorrem com o embrião ao
longo da gastrulação. Pode ser interessante utilizar o esquema do corte longitudinal da gás-
trula do anfioxo para indicar as principais estruturas existentes nessa fase do desenvolvimento
embrionário. Pode-se utilizar o boxe “Fique ligado!” para mostrar aos estudantes as diferenças
existentes entre protostômios e deuterostômios, com relação ao destino do blastóporo.
A aula deve seguir com o estudo da organogênese, com destaque para a origem do tubo
neural e da notocorda. O esquema do corte transversal da fase de nêurula do anfioxo pode
ser interessante para indicar as principais estruturas existentes nessa fase do desenvolvimen-
to embrionário.
Espera-se que os estudantes percebam a relação existente entre algumas condições pa-
tológicas humanas e as falhas ocorridas ao longo do desenvolvimento embrionário humano.
A anencefalia e a espinha bífida, por exemplo, são condições patológicas causadas por fa-
lhas no fechamento do tubo neural. Além disso, espera-se que reconheçam a importância do
estudo do desenvolvimento embrionário para determinar as causas de algumas condições
patológicas humanas.

23 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


Indique aos estudantes os principais órgãos e tecidos formados a partir do desenvolvimento dos folhetos
germinativos (ectoderme, mesoderme e endoderme). O boxe “Fique ligado!” pode ser utilizado para indicar a
diferença entre animais diblásticos e triblásticos, com relação à presença de folhetos germinativos.
Na sequência, indique aos estudantes a diferença existente entre animais acelomados, pseudoceloma-
dos e celomados, com relação à presença de cavidades corporais. Nesse momento, é importante mostrar a
diferença existente entre animais enterocelomados e esquizocelomados com relação à formação do celoma.
Dando continuidade ao conteúdo, apresente à turma as diferenças existentes entre animais ovíparos,
ovovivíparos e vivíparos, quanto ao local de desenvolvimento dos embriões. Logo após, indique o conceito
de desenvolvimento direto e indireto nos animais.
Inicie a apresentação dos anexos embrionários com uma breve revisão sobre os principais grupos de ver-
tebrados, destacando o tipo de reprodução de cada um deles. Em seguida, exponha os nomes dos principais
anexos embrionários existentes nos embriões de répteis e mamíferos e utilize a ilustração presente no livro
para evidenciar a relação de parentesco existente entre os animais desses dois grupos.
Para dar continuidade, descreva a estrutura e a função de cada um dos anexos embrionários, iniciando
pelo saco vitelínico. Explique à turma que, em alguns vertebrados, essa estrutura é mais desenvolvida que
em outros grupos. Para facilitar a compreensão, relacione o desenvolvimento do saco vitelínico com o tipo de
reprodução dos animais que a apresentam.
Ao descrever a estrutura e a função do alantoide, aproveite para explicar as outras adaptações nos ovos
calcários dos répteis que possibilitaram o desenvolvimento embrionário no ambiente terrestre. Para dar con-
tinuidade, explique a importância do âmnio para o desenvolvimento dos embriões dos vertebrados ovíparos
e vivíparos. Em seguida, apresente a estrutura e a função do cório, explicando que, nos animais ovíparos,
essa estrutura se une ao alantoide, formando o alantocório. Finalize comentando sobre a estrutura e a função
da placenta e do cordão umbilical existentes nos embriões de mamíferos placentários. Ressalte que outros
animais, como peixes e répteis, também apresentam, durante o desenvolvimento embrionário, uma estrutura
semelhante à placenta; essa característica é um exemplo de convergência adaptativa entre esses animais.
A aula segue com o estudo do desenvolvimento embrionário humano. Destaque os locais do sistema ge-
nital feminino em que ocorrem a ovulação, a fecundação, a segmentação e a nidação, bem como a importân-
cia da placenta para o desenvolvimento embrionário humano. Com o uso do boxe “Fique ligado!”, é possível
destacar as principais estruturas existentes no blastocisto humano, pois esse conhecimento será importante
para o próximo capítulo sobre células-tronco.
Termine a aula com o estudo dos processos envolvidos na formação de gêmeos monozigóticos e dizi-
góticos. Explique primeiro a formação de gêmeos fraternos, destacando aos estudantes que a semelhança
genética entre eles é a mesma que entre irmãos que não são gêmeos. Na sequência, indique os principais
fenômenos envolvidos na formação de gêmeos dizigóticos, com destaque para o fato de que eles são gene-
ticamente iguais.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do con-
teúdo estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares, proporcio-
nando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.

24 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


Para saber mais

ɒ Como se faz um ser humano, Salvador Nogueira. Pesquisa Fapesp, ed. 174, 2010.
O texto traz informações sobre a pesquisa realizada no Instituto de Física, da Universidade Federal
da Bahia, pela Dra. Viviane Galvão, que tentou abordar o desenvolvimento humano de um ponto de
vista não muito comum na biologia: como se as células humanas fossem uma rede de computado-
res. Para esse fim, foi levantado um catálogo com os tipos celulares humanos em diversos estágios
de desenvolvimento. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/como-se-faz-um-ser-humano/.
Acesso em: 3 nov. 2022.
ɒ Modularity map of the network of human cell differentiation. Proceedings of the National Academy
of Science, Viviane Galvão et al., v. 107, n. 13, p. 5750-5755, 30 mar. 2010.
Artigo detalhado sobre a criação do Network of human cell differentiation (NHCD), desenvolvido
pela Dra. Viviane Galvão do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia, a partir dados
sobre os diversos tipos celulares e suas etapas de diferenciação desde o zigoto até o ser humano
já desenvolvido. A organização modular e hierárquica entre os tecidos e órgãos é mostrada em
escalas variadas. Disponível em: www.pnas.org/content/107/13/5750. Acesso em: 3 nov. 2022.
ɒ Placenta é mais sensível ao ataque do zika no primeiro trimestre da gestação, Marcos Pivetta. Pes-
quisa Fapesp, 13 fev. 2017. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/2017/02/13/placenta-
e-mais-sensivel-ao-ataque-do-zika-no-primeiro-trimestre-da-gestacao/. Acesso em: 3 nov. 2022.

25 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


Capítulo 3 – Células-tronco e clonagem
Nesse capítulo, serão apresentadas as características e as potencia­lidades das células-tronco
embrionárias e somáticas, bem como as técnicas avançadas de produção de células-tronco indu-
zidas (iPSCs – do inglês induced pluripotent stem cells) e a aplicação da clonagem terapêutica.
Além disso, serão abordadas as técnicas envolvidas na produção de clones de plantas – por meio
da cultura de células – e de animais adultos por meio de transferência nuclear – a mesma técnica
utilizada para a criação da ovelha Dolly.
A abertura do capítulo traz uma eletromicrografia de varredura de células-tronco dispostas
na superfície de uma agulha e propõe a leitura do texto sobre uma pesquisa que envolveu
a produção de organoides hepáticos por meio de células-tronco pluripotentes induzidas. Es-
sas estratégias buscam inserir os estudantes no contexto do assunto que será estudado. As
perguntas que abrem o capítulo serão respondidas no decorrer das aulas. No entanto, elas
contribuem para despertar nos estudantes as bases para a investigação científica, bem como
favorecem a articulação dos conhecimentos prévios relacionados aos conceitos que serão
construídos durante a abordagem do capítulo.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ O que significa pluripotência?
A pluripotência é a capacidade das células-tronco embrionárias se diferenciarem em todos
os tipos celulares do organismo adulto.
ɒ Por que as células-tronco podem ser utilizadas na medicina regenerativa?
As células-tronco podem se diferenciar, transformando-se em novas células componentes
dos tecidos e regenerando órgãos lesionados.
ɒ Cite uma consequência negativa para o organismo que poderia ocorrer a partir da utiliza-
ção de células-tronco.
Quando as células-tronco embrionárias são aplicadas no organismo adulto para a rege-
neração de tecidos humanos, pode ocorrer incompatibilidade imunológica no organismo
receptor. Além disso, existem estudos que identificaram que alguns tipos de célula-tronco
podem se transformar em células cancerígenas.

Abordagem teórica
Para dar início ao capítulo, apresente as características gerais das células-tronco e explique
o uso potencial dessas células para fins terapêuticos. Em seguida, mostre aos estudantes a
classificação das células-tronco de acordo com a localização e a capacidade de diferenciação.
Dando continuidade, caracterize as células-tronco embrionárias, indicando as fases do de-
senvolvimento embrionário em que elas podem ser encontradas e as diferenças existentes
entre as células-tronco embrionárias totipotentes e pluripotentes. Nesse momento, proponha
a leitura do tópico que aborda as células-tronco pluripotentes induzidas, explicando que se
trata de uma das técnicas mais avançadas de obtenção de células­-tronco, pois não requer
utilização de embriões humanos. Em seguida, aborde com a turma o tópico que trata das
células-tronco somáticas, indicando os locais do corpo humano em que essas células estão
localizadas. Ressalte que essas células são multipotentes, ou seja, formam apenas alguns
tecidos do organismo. Esclareça que o uso de células-tronco também pode trazer alguns
efeitos negativos, como a incompatibilidade do organismo receptor. Além disso, estudos indi-
caram que algumas células-tronco podem se transformar em um tecido diferente do espera-
do. Outros experimentos indicaram que as células-tronco também podem se transformar em
células cancerígenas.

26 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


Durante a comparação do uso de células-tronco embrionárias versus somáticas, apresente a clonagem
terapêutica como uma alternativa para evitar a rejeição pelo sistema imunitário.
Esse tema pode ser finalizado com o debate proposto no boxe “Discussão em sala”, que levanta as ques-
tões éticas que envolvem o uso de células-tronco embrionárias. Uma sugestão é organizar a turma em uma
roda de debate para que os estudantes exponham argumentos favoráveis ou contrários à utilização dessas
células em pesquisas científicas. Faça a mediação dos argumentos, tornando a discussão cordial e proveitosa.
Após o estudo das células-tronco, desenvolva com a turma o conceito de clonagem, indicando exemplos
desse processo que pode ser aplicado em diferentes organismos. Em seguida, explique as técnicas moder-
nas envolvidas na clonagem de plantas adultas por meio da cultura de células vegetais. Para dar continuida-
de, ressalte a técnica de clonagem de animais por transferência nuclear que gerou a ovelha Dolly no ano de
1996. Nesse momento, apresente à turma os benefícios e os problemas associados à produção de clones
de animais adultos por meio dessa técnica.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas juntamente aos estudan-
tes. Trata-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desen-
volvidos durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de
sistematização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do con-
teúdo estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares, proporcio-
nando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.

Para saber mais

ɒ Células-tronco de câncer: um nova abordagem do desenvolvimento tumoral, Natália Cristina Ciufa


Kobayashi e Samuel Marcos Ribeiro de Noronha. Rev. Assoc. Med. Bras. [on-line], v. 61, n. 1, p. 86-93,
2015. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-42302015000100021
&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 3 nov. 2022.
ɒ Biologia de Campbell, Jane B. Reece et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
ɒ Vida: a ciência da Biologia, David Sadava et al. Porto Alegre: Artmed, 2009.
ɒ A polêmica da utilização de células-tronco embrionárias com fins terapêuticos, Carlos Augusto
Takeuchi e Uenis Tannuri. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 52, n. 2, mar./abr. 2006. Disponí-
vel em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302006000200001. Acesso em:
3 nov. 2022.

Referências bibliográficas
GILBERT, S. F. Biologia do desenvolvimento. 5. ed. Ribeirão Preto: Funpec, 2003.
MONTANARI, T. Embriologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas [recurso eletrônico]. Disponível em: http://
professor.ufrgs.br/tatianamontanari/files/livroembrio2013.pdf. Acesso em: 3 nov. 2022.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Clínica. 9. ed. São Paulo: Elsevier, 2012.
SCHOENWOLF, G. C. et al. Larsen Embriologia Humana. 5. ed. São Paulo: Elsevier, 2016.

27 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


FRENTE B

2
UNIDADE
Histologia animal l

Nesta unidade, serão abordadas as principais características e funções do tecido epitelial


e dos diferentes tipos de tecido conjuntivo: tecido conjuntivo propriamente dito, tecido adipo-
so, tecido cartilaginoso, tecido ósseo, tecido hematopoiético e sanguíneo. Além disso, serão
apresentados os principais tecidos e as principais estruturas existentes na pele humana.
A abertura da unidade mostra uma fotomicrografia de um corte transversal de um osso hu-
mano. Essa estratégia busca inserir os estudantes no contexto do assunto que será estudado
nesta unidade. O texto que abre a unidade explica e caracteriza a histologia. Para incentivar a
participação dos estudantes, após a leitura do texto, faça as perguntas que o sucedem. Ainda
que não tenham estudado o assunto, eles apresentam conhecimentos prévios que podem ser
explorados nesse momento.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura da unidade:
ɒ Quais são os quatro tipos diferentes de tecido existentes no corpo humano?
Tecido epitelial, conjuntivo (também chamado conectivo), muscular e nervoso.
ɒ Por que a pele humana é considerada um exemplo de órgão, e não de tecido humano?
A pele humana é um órgão, pois é formada por diferentes tipos de tecido: epitelial, conjun-
tivo, muscular e nervoso.
ɒ Além de colágeno, que outra molécula inorgânica é componente principal da matriz óssea?
A matriz óssea é formada, principalmente, por fosfato de cálcio (hidroxiapatita).

Capítulo 4 – Tecido epitelial


Nesse capítulo, serão apresentadas as principais características das células epiteliais, bem
como os critérios que são utilizados para classificar os diferentes tipos de epitélio humano.
Também são detalhadas as regiões/camadas da pele humana, bem como as principais células
e estruturas que as compõem e contribuem para as diversas funções exercidas pela pele no
organismo.
A abertura do capítulo mostra uma menina com protetor solar tomando sol na praia, e o
texto que acompanha a imagem introduz as características da pele e a importância dos cui-
dados que devemos ter para nos proteger dos raios UVB. Essas estratégias buscam inserir os
estudantes no contexto do assunto que será estudado no capítulo. As perguntas que seguem
o texto de abertura serão respondidas no decorrer das aulas. No entanto, essa conversa inicial
contribui para despertar na turma as bases para a investigação científica, bem como favorece
a articulação dos conhecimentos prévios relacionados aos conceitos que serão construídos no
decorrer do capítulo.

28 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ Cite uma característica do tecido epitelial.
Presença de células justapostas, pouca matriz extracelular e avascular.
ɒ Qual é a diferença entre glândulas endócrinas e exócrinas?
Glândulas endócrinas liberam a secreção no interior dos vasos sanguíneos; glândulas exócrinas liberam a
secreção para o exterior do corpo ou o interior de um órgão cavitário por meio de um ducto.
ɒ O que são anexos epidérmicos? Cite alguns exemplos.
São estruturas associadas à epiderme que desempenham funções específicas. Alguns exemplos são: as
unhas, os pelos, as glândulas sebáceas e as sudoríferas.

Abordagem teórica
Inicie o capítulo com uma breve apresentação dos diferentes tipos de tecido existentes nos animais.
Explique aos estudantes o conceito de tecido, exemplificando os seres vivos pluricelulares que apresentam
diferentes tipos. Faça a análise mediada da ilustração presente no livro para identificarem a localização de
cada tipo de tecido do organismo humano. Em seguida, realize coletivamente a leitura do boxe “Fique ligado!”
que caracteriza a matriz extracelular, ou substância intercelular.
Para dar continuidade, apresente as características das células do tecido epitelial humano. Em seguida,
exponha a classificação dos epitélios humanos de acordo com a forma e o número de camadas celulares.
Utilize a ilustração presente no livro para que os estudantes possam identificar as diferenças. Nesse momen-
to, destaque a importância das especializações celulares, como cílios e microvilosidades, e esclareça que
essas diferenciações são fundamentais no desempenho das funções realizadas por determinados epitélios
humanos, como o presente na traqueia e no intestino. Se julgar conveniente, comente que as células de re-
vestimento interno das tubas uterinas são ciliadas. O movimento desses cílios possibilita a movimentação do
gameta feminino até a tuba, facilitando o encontro com o espermatozoide. A movimentação dos cílios possi-
bilita a chegada do embrião ao útero, onde se dará o restante do desenvolvimento embrionário.
Durante a abordagem dos epitélios glandulares, explique as principais diferenças entre as glândulas en-
dócrinas, exócrinas e mistas, com relação à eliminação da secreção. Nesse momento, ressalte a diferença
entre a secreção endócrina (hormônios) e exócrina (suco pancreático) do pâncreas. Caso considere interes-
sante, comente que as glândulas sudoríferas, por exemplo, eliminam o suor para o exterior do organismo,
enquanto as glândulas salivares liberam a saliva no interior da cavidade bucal. Já as glândulas mamárias são
responsáveis pela produção do leite. Mencione que, nos mamíferos, as glândulas sebáceas produzem uma
substância oleaginosa, denominada sebo, que impermeabiliza e lubrifica a pele e os pelos. Esclareça que
as glândulas lacrimais secretam as lágrimas e que esse fluido é importante para proteção e lubrificação da
córnea, bem como desempenha uma ação antimicrobiana.
Utilize o boxe “Fique ligado!” para explicar a relação existente entre a presença de queratina e a conquista
definitiva do ambiente terrestre pelos vertebrados. Assim, comente que a impermeabilização da pele, deter-
minada pela queratina, permitiu que répteis e mamíferos ocupassem ambientes mais secos e possibilitou o
aumento da diversidade no ambiente terrestre.
As principais funções, as regiões, os tecidos e os anexos existentes na pele humana são o próximo tópico
que será estudado. Para iniciar a caracterização da pele, indique as principais regiões (ou camadas) nela exis-
tentes: epiderme e derme. É importante destacar para a turma que a hipoderme, mesmo estando em contato
com a derme, não faz parte da pele humana. Se julgar conveniente, pode ser comentado que a tinta da tatua-
gem não sai da pele com o passar do tempo porque é depositada na sua camada mais profunda, a derme,
sendo absorvida por células presentes nesse tecido que ficam ali para sempre. Comente que, se fosse de-
positada na epiderme, a tinta sairia conforme as células mais superficiais fossem se descamando. Como há
infiltração do objeto na epiderme, pode haver um processo inflamatório desencadeado por macrófagos.

29 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


Ao abordar a epiderme, apresente as camadas germinativa e córnea, destacando as funções exercidas
por cada uma delas. Ressalte o papel dos melanócitos e da melanina existente na pele humana, mencionando
os benefícios e os malefícios da exposição ao sol. Para isso, esclareça que os raios solares são importantes
para o metabolismo humano, já que estimulam a produção de vitamina D na pele. Comente que a vitamina D,
também chamada de calciferol, estimula a absorção de cálcio e fósforo no intestino, realizando a manutenção
dos ossos. Vale ressaltar que a ausência dessa vitamina em crianças pode causar raquitismo e, em adultos,
o enfraquecimento dos ossos. Chame a atenção para a exposição excessiva aos raios solares, ressaltando
que essa atitude pode trazer prejuízos ao organismo, já que promove o envelhecimento precoce e aumenta
o risco de desenvolver câncer de pele, o mais comum na espécie humana. Destaque o horário de exposição
ao sol não recomendado por dermatologistas – das 10 às 16 horas, período de maior incidência de radiação
ultravioleta (a mais prejudicial para a pele). Reforce a importância de se usar filtros solares, principalmente se a
exposição prolongada ao sol for inevitável.
Ao finalizar a abordagem teórica do capítulo, explique os diferentes anexos epidérmicos e as funções
exercidas por eles no metabolismo humano, com destaque para unhas, pelos, glândulas sebáceas e glân-
dulas sudoríferas. Caso deseje trazer um exemplo contextualizado, comente como são formados os cravos
e as espinhas na pele humana. Para isso, esclareça que, durante a adolescência, ocorre aumento da oleo-
sidade da pele, fenômeno decorrente da intensificação da produção dos hormônios sexuais que estimulam
as glândulas sebáceas. No entanto, o excesso de sebo produzido pode entupir os poros da pele, compos-
tos do folículo piloso (pelo) e da glândula sebácea, formando os cravos. Em seguida, comente que pode
ocorrer a proliferação de bactérias nos poros obstruídos, causando inflamação e formação de espinhas, ou
acnes. Ressalte que o rosto é uma região rica em glândulas sebáceas, por isso é a região do corpo mais
comumente atingida pelos cravos e pelas espinhas. Finalmente, comente sobre a importância de se con-
sultar um dermatologista para fazer o tratamento mais adequado.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes.
Trata-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvol-
vidos durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de
sistematização dos assuntos abordados durante as aulas.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do con-
teúdo estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares, proporcio-
nando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.

Para saber mais

ɒ Histologia básica, L. C. Junqueira e J. Carneiro. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
ɒ Biologia de Campbell, Jane B. Reece et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
ɒ Vida: a ciência da Biologia, David Sadava et al. Porto Alegre: Artmed, 2009.

30 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


Capítulo 5 – Tecido conjuntivo
Nesse capítulo, são apresentadas as principais características morfológicas e funcionais
dos diferentes tipos de tecido conjuntivo (ou conectivos) humanos: tecido conjuntivo propria-
mente dito (frouxo e denso), tecido adiposo, tecido cartilaginoso, tecido ósseo, tecido hemato-
poiético e tecido sanguíneo (sangue).
A abertura do capítulo apresenta uma imagem dos elementos figurados do sangue huma-
no colorida digitalmente. O texto traz uma breve introdução sobre tecido conjuntivo e iden-
tifica cada elemento mostrado na eletromicrografia. Essas estratégias buscam inserir os es-
tudantes no contexto do assunto que será estudado. As perguntas que seguem o texto de
abertura serão respondidas no decorrer das aulas. No entanto, essa conversa inicial contribui
para despertar neles as bases para a investigação científica, bem como favorece a articulação
dos conhecimentos prévios relacionados aos conceitos que serão construídos no decorrer da
abordagem do capítulo.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ O que é matriz extracelular, também conhecida como substância intercelular?
Conforme abordado no capítulo anterior, a matriz extracelular ou substância intercelular ca-
racteriza o material produzido pelas células de um tecido. Trata-se de um componente de
apoio mecânico das células e de um meio de transporte de substâncias, como nutrientes,
secreções e resíduos do metabolismo celular. A matriz interage com as células do tecido, e
juntas funcionam de maneira coordenada, realizando suas respectivas funções.
ɒ Quais são as principais funções desempenhadas pelos elementos figurados do sangue?
Hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos): transporte de oxigênio; leucócitos (glóbulos
brancos): defesa imunológica; plaquetas: coagulação sanguínea.
ɒ Além do sangue e do tecido hematopoiético, que outros tipos de tecido conjuntivo formam
o corpo humano?
Tecido conjuntivo propriamente dito, tecido adiposo, tecido cartilaginoso e tecido ósseo.

Abordagem teórica
Inicie o capítulo apresentando o tecido conjuntivo. Durante a apresentação, chame a aten-
ção dos estudantes para os componentes da matriz extracelular e apresente brevemente os
diferentes tipos de tecido conjuntivo existentes no corpo humano.
Para dar continuidade, discuta as características do tecido conjuntivo propriamente dito.
Durante a abordagem desse tópico, ressalte o papel das fibras proteicas – elásticas, coláge-
nas e reticulares – para a diferenciação do tecido conjuntivo propriamente dito entre frouxo e
denso. Além disso, destaque as funções realizadas pelas principais células existentes nesse
tecido, como fibroblastos, macrófagos, células mesenquimatosas, plasmócitos e mastócitos.
Ao realizar, com a turma, o estudo do tecido adiposo, destaque as principais funções de-
sempenhadas por ele no corpo humano. É importante que os estudantes identifiquem a di-
ferença entre a gordura marrom e a branca, bem como a relação entre o hormônio leptina
(produzido pelo tecido adiposo) e a obesidade.
Durante a abordagem do tecido cartilaginoso, explique a função desempenhada nesse
tecido pelos condroblastos e condrócitos. Após o estudo do tecido cartilaginoso, seria inte-
ressante abordar o tecido ósseo, pois facilita a comparação da consistência e da composi-
ção da matriz extracelular existente neles. É importante que a turma identifique as funções
desempenhadas pelos osteoblastos, pelos osteoclastos e pelos osteócitos na manutenção
e na reciclagem da matriz óssea.

31 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


Antes de apresentar o sangue humano, recomenda-se trabalhar com a turma a caracterização do tecido
hematopoiético, já que este produz os elementos figurados sanguíneos. É fundamental destacar a diferença
entre medula óssea vermelha e medula óssea amarela, bem como a localização de ambas no corpo humano.
Finalmente, encerre a abordagem teórica do capítulo com o estudo do tecido sanguíneo; para isso, neste
livro, abordaremos o sangue humano. Explique a importância da centrifugação do sangue para a observação
das duas partes que o constitui: o plasma sanguíneo e os elementos figurados sanguíneos. No estudo do san-
gue, é importante destacar as principais moléculas existentes no plasma sanguíneo, principalmente as pro-
teínas, as principais funções desempenhadas pelos diferentes elementos figurados sanguíneos (hemácias,
leucócitos e plaquetas) e o mecanismo envolvido no processo de coagulação sanguínea. Se julgar pertinente,
pode-se abordar a relação existente entre o vírus HIV, a queda da imunidade e a aids (síndrome da imunodefi-
ciência adquirida). É importante explicar à turma que nem todos os pacientes HIV soropositivos desenvolvem
a aids, ou seja, a síndrome só ocorre quando o número de linfócitos no sangue está muito abaixo dos valores
de referência, possibilitando o surgimento das infecções oportunistas que caracterizam a condição.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

Leitura extra

Cientistas descobrem como produzir sangue artificial em escala industrial


Com certeza, existem mais pessoas precisando de doações de sangue do que pessoas doando sangue.
É um sonho médico ter sangue artificial sempre à mão, mas a realidade tem sido – até agora – muito
diferente.
Quando a ideia surgiu, os pesquisadores fizeram de tudo para torná-la possível. Enquanto consegui-
mos de fato produzir glóbulos vermelhos em laboratório, a técnica atual, que utiliza células-tronco, ape-
nas gera um pequeno número deles, na melhor das hipóteses.
Agora, cientistas britânicos da Universidade de Bristol parecem ter encontrado a solução: eles desen-
volveram um procedimento que pode eficazmente produzir um número ilimitado de glóbulos vermelhos.
O truque é criar glóbulos prematuros “imortalizados” que você pode cultivar tanto quanto desejar,
tornando a produção em massa uma possibilidade verdadeira.
O maior desafio é traduzir a técnica para a fabricação comercial.
Os cientistas já criaram alguns litros de sangue em laboratório, mas há uma grande diferença entre
isso e os enormes volumes necessários para atender até mesmo um único hospital.
Embora o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido esteja planejando testar sangue artificial este
ano, a nova técnica não estará envolvida.
Mesmo que o novo método estivesse pronto para o mundo real, no entanto, qualquer produção em
massa provavelmente se concentraria em pessoas com tipos de sangue raros que nem sempre podem
contar com doações.
Mesmo esse esforço limitado, porém, faria uma enorme diferença – uma diferença de vida ou morte.
Hospitais sempre precisam de um fornecimento consistente de sangue raro.
ROMANZOTI, N. Cientistas descobrem como produzir sangue artificial em escala industrial. Hypescience, 29 mar. 2017. Disponível em: https://
hypescience.com/ja-podemos-produzir-sangue-artificial-em-escala-industrial/. Acesso em: 3 nov. 2022.

32 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios das
seções “Consolidando saberes” e “No Enem é assim”. Ressalte que essa tarefa é importante para a com-
preensão e a retomada do conteúdo estudado. Além disso, essas seções apresentam atividades recentes
de diversos vestibulares, proporcionando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas princi-
pais universidades do país.

Para saber mais

ɒ Mass-produced artificial blood is now a real possibility, Jon Fingas. Engadget, 27 mar. 2017.
Disponível em: www.engadget.com/2017/03/27/mass-produced-artificial-blood-breakthrough/. Acesso
em: 3 nov. 2022.
ɒ Histologia básica, L. C. Junqueira e J. Carneiro. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
ɒ Biologia de Campbell, Jane B. Reece et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015
ɒ Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia, Gerard Tortora e Bryan Derrickson. 10. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2017.

33 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


FRENTE B

3
UNIDADE
Histologia animal II

Nesta unidade, serão abordadas as principais características morfológicas e funcionais do


tecido nervoso e do tecido muscular. Além disso, será apresentado o mecanismo fisiológico
envolvido na formação e na propagação dos impulsos nervosos nas sinapses nervosas, bem
como os processos envolvidos na contração muscular.
A abertura da unidade mostra uma fotomicrografia de neurônio motor conectado a célu-
las musculares com as quais ele se comunica. Essa imagem busca inserir os estudantes no
contexto do assunto que será estudado. O texto que abre a unidade introduz brevemente os
elementos envolvidos na contração muscular. Para incentivar a participação de todos, após a
leitura do texto, faça as perguntas que o sucedem. Ainda que não tenham estudado o assunto,
eles apresentam conhecimentos prévios que podem ser explorados nesse momento.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura da unidade:
ɒ Qual é a diferença fisiológica entre um neurônio sensitivo e um neurônio motor?
Neurônio sensitivo é responsável pela transmissão do impulso nervoso dos órgãos senso-
riais ao sistema nervoso central. Neurônio motor é responsável pela transmissão do impul-
so nervoso do sistema nervoso central para uma célula efetora, como a célula muscular.
ɒ De que forma os neurônios se comunicam com as células musculares?
Nas proximidades da célula muscular, o axônio do neurônio motor não apresenta bainha de
mielina e forma uma região conhecida como placa motora ou junção neuromuscular. Entre a
membrana plasmática do neurônio motor e a membrana plasmática da célula muscular exis-
tem fendas sinápticas, espaços em que ocorre a liberação do neurotransmissor acetilcolina.
ɒ Por que atletas velocistas apresentam maior quantidade de fibras musculares brancas em
seus músculos?
As fibras musculares brancas são pobres em mitocôndrias e mioglobina, mas realizam con-
tração rápida e anaeróbica, mais eficientes para essa modalidade esportiva.

Capítulo 6 – Tecido nervoso


Nesse capítulo, serão apresentadas as principais características estruturais e funcionais
das células do tecido nervoso (neurônios e gliócitos), bem como as estruturas e os elementos
envolvidos na formação e na propagação dos impulsos nervosos nas sinapses.
A abertura do capítulo mostra uma representação esquemática do tecido nervoso de
uma pessoa com Alzheimer. O texto da abertura do capítulo apresenta brevemente os avan-
ços na pesquisa sobre o Alzheimer. As perguntas que o seguem serão respondidas no
decorrer das aulas. No entanto, essa conversa inicial contribui para despertar nos estu-
dantes as bases para a investigação científica, bem como favorece a articulação de seus
conhecimentos prévios relacionados aos conceitos que serão construídos no decorrer da
abordagem do capítulo.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ Qual é a função dos neurônios, células afetadas pela doença de Alzheimer?
Os neurônios recepcionam, conduzem e transmitem os impulsos nervosos.

34 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


ɒ Além dos neurônios, quais tipos celulares existem no tecido nervoso?
Existem os gliócitos, que podem ser classificados em astrócitos, micróglia, oligodendrócitos, neurolemó-
citos e células ependimárias.
ɒ Como ocorre a transmissão do impulso nervoso entre neurônios?
Quando um impulso nervoso chega às terminações axônicas, ocorre liberação de neurotransmissores na
fenda sináptica que estimulam a formação de um potencial de ação nos dendritos do neurônio seguinte.
Dessa forma, ocorre a transmissão do impulso nervoso de um neurônio para outro.

Abordagem teórica
Para iniciar o capítulo, apresente brevemente os componentes do sistema nervoso central e periférico hu-
mano. Em seguida, diferencie os dois tipos celulares existentes no tecido nervoso: os neurônios e os gliócitos.
Para dar continuidade à apresentação das características morfológicas dos neurônios, principais células
do tecido nervoso, ressalte a diferença morfológica e fisiológica entre as três partes características dos neurô-
nios: os dendritos, o corpo celular e o axônio. Além disso, explique aos estudantes a estrutura e a importância
do estrato mielínico para o aumento da eficiência e da velocidade de condução dos impulsos nervosos nas
fibras nervosas.
Para explicar o potencial de repouso e o potencial de ação, apresente à turma a membrana plasmática
de um neurônio. Nesse momento, faça uma rápida revisão sobre a bomba de sódio e potássio, destacando a
importância desse mecanismo para a manutenção do potencial de repouso. Utilize o boxe “Em Física vemos
que...” para que a turma compreenda a relação entre a velocidade de propagação dos impulsos nervosos, a
primeira lei de Ohm e a condução saltatória nos neurônios mielinizados.
Dando sequência ao estudo do impulso nervoso, explique as sinapses nervosas, para que a turma reco-
nheça o mecanismo de transmissão do impulso de um neurônio para outro. Para isso, utilize como modelo
didático a sinapse química, destacando o papel das vesículas sinápticas, da fenda sináptica, dos neurotrans-
missores e dos receptores da membrana pós-sináptica para o sucesso na transmissão do impulso de um
neurônio para outra célula.
Mostre a relação existente entre Biologia, Química e Física na transmissão dos impulsos nervosos (corren-
tes elétricas). A presença de altas concentrações de lipídeos (moléculas apolares) impermeabiliza os axônios,
pois os lipídeos são péssimos condutores de eletricidade. Dessa forma, regiões ricas em lipídeos, como os
estratos mielínicos, são excelentes isolantes elétricos que aumentam a velocidade e a eficiência na condução
dos impulsos nervosos.
O capítulo pode ser finalizado com o estudo dos diferentes tipos de gliócitos existentes no tecido nervoso
humano, com destaque especial para as funções desempenhadas no sistema nervoso humano por astrócitos,
células ependimárias, micróglias, neurolemócitos e oligodendrócitos.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

35 BIOLOGIA - FRENTE B / Manual do Professor


Leitura extra

Cientistas finalmente criam neurônios artificiais


Uma equipe internacional liderada por pesquisadores da Universidade de Bath (Inglaterra) realizou
um feito inédito: conseguiu reproduzir a atividade biológica de neurônios usando chips de silicone.
E o que é ainda melhor: esses “neurônios artificias” requerem apenas 140 nanoWatts para funcionar,
o que é um bilionésimo da energia necessária a microprocessadores utilizados em outros estudos.
Os chips têm inúmeras potenciais aplicações médicas, especialmente para curar doenças crônicas
como o Alzheimer, nas quais os neurônios não funcionam adequadamente.
Também podem servir para restaurar a função em casos nos quais as células pararam de funcionar
totalmente, como lesões na medula espinhal.
Por fim, também poderiam tratar condições como insuficiência cardíaca. Nesse caso, alguns neurô-
nios na base do cérebro não trabalham adequadamente, de forma que não enviam os sinais corretos
para o coração, que por sua vez não bombeia tão forte quanto deveria.
Criar os chips não foi nada fácil. Neurônios se comportam de maneira semelhante a circuitos elétri-
cos, mas de forma muito menos previsível.
Assim, os pesquisadores tiveram que fazer cálculos e criar modelos para tentar elucidar como neurô-
nios específicos respondiam a certos estímulos elétricos.
E essas respostas não eram lineares; por exemplo, quando um sinal se torna duas vezes mais forte,
isso não significa necessariamente que vai liberar uma reação duas vezes maior.
Ao projetar os chips de silicone, os pesquisadores tentaram imitar a resposta dos neurônios a uma
variedade de estímulos. E conseguiram replicar com sucesso a dinâmica dos neurônios respiratórios e do
hipocampo em ratos.
ROMANZOTI, Natasha. Cientistas finalmente criam neurônios artificiais. HypeScience, 5 dez. 2019. Disponível em:
https://hypescience.com/cientistas-finalmente-criam-neuronios-artificiais/. Acesso em: 3 nov. 2022.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios das
seções “Consolidando saberes” e “No Enem é assim”. Ressalte que essa tarefa é importante para a com-
preensão e a retomada do conteúdo estudado. Além disso, essas seções apresentam atividades recentes
de diversos vestibulares, proporcionando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas princi-
pais universidades do país.

Para saber mais

ɒ Optimal solid state neurons, Kamal Abu-Hassan. Nature Communications, n. 10, 2019. Disponível em:
www.nature.com/articles/s41467-019-13177-3??utm_medium=affiliate&utm_source=commission_
junction&utm_campaign=3_nsn6445_deeplink_PID9172052&utm_content=deeplink. Acesso em:
3 nov. 2022.
ɒ Histologia básica, L. C. Junqueira e J. Carneiro. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
ɒ Biologia de Campbell. Jane B. Reece et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
ɒ Vida: a ciência da Biologia, David Sadava et al. Porto Alegre: Artmed, 2009.

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Capítulo 7 – Tecido muscular
Nesse capítulo, serão apresentadas as principais características estruturais e funcionais
das células dos seguintes tecidos musculares: estriado esquelético, estriado cardíaco e não
estriado (liso). Além disso, serão apresentadas as diferenças existentes entre as fibras mus-
culares lentas e as rápidas, bem como o mecanismo envolvido no processo de contração do
músculo estriado esquelético.
A abertura do capítulo mostra o jamaicano Usain Bolt comemorando a vitória na final da
prova dos 100 metros rasos, realizada na Alemanha em 2009. O texto de abertura ressalta a
importância dos resultados obtidos por meio de pesquisa científica, pois fornecem subsídios
para o estabelecimento de técnicas de treinamento eficientes para que os atletas alcancem
excelentes resultados nas principais competições. Essas estratégias buscam inserir os estu-
dantes no contexto do assunto que será abordado no capítulo. As perguntas que seguem o
texto de abertura serão respondidas no decorrer das aulas. No entanto, essa conversa inicial
contribui para despertar na turma as bases para a investigação científica, bem como favorece
a articulação dos conhecimentos prévios relacionados aos conceitos que serão construídos
no decorrer da abordagem do capítulo.
Sugestões de respostas para as perguntas de abertura do capítulo:
ɒ A prova de 100 metros rasos é um exemplo de atividade aeróbica ou anaeróbica?
É um exemplo de atividade anaeróbica, já que não utiliza o gás oxigênio para a produção
de energia durante a realização da prova. A energia utilizada nessa modalidade esportiva
vem dos estoques de ATP e fosfocreatina já existentes nas fibras musculares.
ɒ Quais são as fibras esqueléticas (lentas ou rápidas) mais abundantes nos músculos de um
maratonista?
Um maratonista apresenta maior proporção de fibras vermelhas (lentas).
ɒ Além dos músculos esqueléticos, quais tipos de músculo existem no corpo humano?
O corpo humano apresenta músculos lisos (ou não estriados), encontrados nos órgãos
do sistema digestório e na parede dos vasos sanguíneos, e músculo estriado cardíaco,
encontrado no coração.

Abordagem teórica
Inicie o capítulo com uma breve apresentação dos três tipos de tecido muscular existentes
no corpo humano: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso (ou não estriado). Em seguida,
apresente as características morfológicas e fisiológicas do tecido muscular estriado esque-
lético. Nesse momento, destaque a importância da mioglobina para as células musculares e
chame a atenção para as estruturas componentes das miofibrilas e dos miômeros, unidades
de contração muscular. As ilustrações presentes no livro ajudam os estudantes a identificar as
estruturas que compõem o tecido muscular estriado esquelético.
Para dar continuidade ao estudo do tecido muscular, apresente, de modo comparado, as
principais diferenças entre o tecido muscular estriado cardíaco e o tecido muscular liso. Para isso,
incentive os estudantes a relacionar o formato das células, o número de núcleos por célula, a
presença de estrias transversais, a presença de discos intercalares e o processo de contra-
ção. Para este último, explique as estruturas existentes na placa motora e como elas atuam
na transmissão do impulso nervoso do neurônio motor para a fibra muscular. Vale ressaltar as
fontes de energia utilizadas, considerando que elas são disponibilizadas de modo sequencial
para que o fornecimento de energia seja contínuo e condizente com a atividade realizada.

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O capítulo pode ser finalizado com o estudo das fibras musculares lentas e rápidas, existentes na muscula-
tura estriada esquelética. É importante que a turma identifique como a proporção dessas fibras afeta o desem-
penho dos atletas em diferentes modalidades esportivas, como a corrida de 100 metros rasos e a maratona.

Aplicando conhecimentos

A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.

Leitura extra

Cientistas descobrem como nossos músculos aumentam


Como qualquer fisiculturista pode comprovar, os músculos crescem quando fazemos mais exercícios e
musculação. Agora, uma nova pesquisa explica como as células musculares transformam os exercícios de
levantamento de peso e outras atividades físicas em mais massa muscular.
O segredo está na química produzida pelas células musculares durante atividades como levantamen-
to de peso, quando sinais de células-tronco musculares se multiplicam e assumem a carga.
Uma substância, chamada de fator de resposta ao soro sanguíneo (SRF, na sigla em inglês), aciona as
células-tronco musculares para que se proliferem e se transformem em fibras musculares. Mais fibras
musculares significam maiores músculos e mais força.
As descobertas podem levar a novas formas de combater a atrofia muscular associada à idade e
doenças, de acordo com cientistas franceses. Esse sinal de fibra muscular controla o comportamento
das células-tronco e o crescimento muscular.
Usando ratos que foram geneticamente modificados, com falta de SRF nos músculos, pesquisadores des-
cobriram que sem a substância, o sobrecarregamento dos músculos não impulsiona o crescimento deles.
D’ORNELAS, Stephanie. Cientistas descobrem como nossos músculos aumentam. HypeScience, 5 jan. 2012. Disponível em:
https://hypescience.com/como-nossos-musculos-aumentam/. Acesso em: 3 nov. 2022.

CONSOLIDANDO SABERES

Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar, como atividade extraclasse, os exercícios das
seções “Consolidando saberes” e “No Enem é assim”. Ressalte que essa tarefa é importante para a com-
preensão e a retomada do conteúdo estudado. Além disso, essas seções apresentam atividades recentes
de diversos vestibulares, proporcionando aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas princi-
pais universidades do país.

Para saber mais

ɒ Histologia básica, L. C. Junqueira e J. Carneiro. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
ɒ Why work makes muscles grow, Stephanie Papas. Live Science, 3 jan. 2012. Disponível em:
www.livescience.com/17709-exercise-muscles-grow.html?utm_source=feedburner&utm_
medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+Livesciencecom+%28LiveScience.com+Science+Head
line+Feed%29&utm_content=Google+Reader. Acesso em: 3 nov. 2022.
ɒ Biologia de Campbell, Jane B. Reece et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.

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