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O JUÍZ VS O PRINCIPIO DO IN DUBIO PRO REO

Falemos um pouco deste princípio, não na perspetiva que aprendemos nas universidades ou
nos manuais de processo penal. A nossa ideia prende-se em captar a atenção dos aplicadores
do direito mormente os magistrados judiciais e do MºPº.

O princípio vem na nossa óptica sendo reduzido, não tida nem achada pelos aplicadores.
Sendo encarada de forma seca, superficial e sem a profundidade que se exige nas decisões,
quando sabe-se que o julgador deve assegurar a certeza e segurança jurídica enquanto parte
intimamente ligada a estabilidade do tecido social.

A nosso ver este principio deve ser visto como um direito do arguido e uma garantia judiciaria,
enquanto vermos o arguido como o mais franco dos sujeitos processuais, pois devemos ter a
noção que o arguido muitas vezes não tem a seu serviços os meios que o estado (MºPº) dispõe
no que em matéria de investigação e produção de provas dizem respeito, que por regra produz
provas para condenar e quase nunca para absolver e quando o faz neste ultimo o faz sem
querer, por alguma desatenção ou ignorância do que poderia a ser no fórum judicial. O arguido
regra geral não tem meios humanos, financeiros tecnológicos para produzir provas a seu favor
em pé de igualdade a quem compete acusar, por essa razão o arguido é um mau produtor de
provas ou quase que não as produz, sendo que este não esta obrigado a verdade, porem por
uma questão natural ainda que homem não queira acaba indo atras dessa verdade, por razoes
de varia ordem, por exemplo evitar que venha a ser preso, desmascarar quem os calunia...

É necessário que o julgador ao deparar no caso concreto um resquício sinal de dúvida na prova
carreada nos autos e produzida, não deva condenar, pois tem de ter em conta que o arguido
muitas das vezes está aí esperado apenas que a justiça divina em carne no julgador que ai
diante dele se apresentar, para ver o que está escondido por de trás do cenário montado pela
acusação, por não tem meios para por conta própria perseguir a verdade e de o revelar

O juiz deve obedecer aos princípios e garantias constitucionais que existem com escopo de
preservar o indivíduo acusado face a falibilidade do acusado na gestão probatória penal,
contrariamente ao acusador.

Mesmo em casos difíceis de interpretar (hard cases), mesmo diante do conflito aparente de
normas, mesmo com jurisprudência não uniforme, ainda que diante de um déficit cognitivo do
julgador dado a complexidade do caso, nada disso pode ser obstáculo à concretização da
garantia do in dubio pro reo.

As decisões não devem passar de meras justificações teóricas para justificar um determinado
resultado, sem que seja revelada e demonstrada, através da necessária explicitação, os efeitos
que os meios de prova provocaram na convicção do julgador, de modo a reflecti-los na decisão
condenando ou absolvendo.

Na dúvida absolver sempre!

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