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EDITAL DE CHAMADA PÚBLICA FAPESC N° 43/2021 – APOIO AO PROGRAMA GENTE
CATARINA
1 – Dados pessoais
Nome: Beatriz Demboski Búrigo
E-mail: beademboskiburigo@gmail.com
Telefone: (48) 999361149
Título do Projeto: Programa Gente Catarina
Muitos dos fatores determinantes elencados na cartilha do programa Gente Catarina junto
das complexidades locais de cada região, somam-se como causa dos problemas que
diminuem o IDH: mortalidade infantil, morte prematura, evasão escolar, falta de emprego e de
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renda. As violações de direitos e violências constituem-se e relacionam-se com questões
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sociais e com as diversas políticas públicas, como por exemplo: acesso à saúde, à educação
e ao desenvolvimento social e econômico dos territórios.
A principal ação da SDS dentro do Programa Gente Catarina são as visitas técnicas
aos municípios para reconhecimento da realidade dos territórios, dos Serviços
Socioassistenciais e dos Conselhos Tutelares. Os municípios incluídos no Programa Gente
Catarina foram divididos em quatro regiões: Serra Catarinense, Alto Vale do Itajaí, Região do
Contestado e Oeste Catarinense; e em etapas dentro de cada região.
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foram feitos para evidenciar as características das violências e violações de direitos nos
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municípios. Também se executa o diagnóstico dos serviços responsáveis pelo atendimento
das violências e violações de direitos.
Além disso a bolsista ainda trabalhou em outros projetos da SDS dentro do Programa
Gente Catarina, na elaboração, coordenação e/ou desenvolvimento destes projetos:
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5 – Produção gerada pelo projeto, com a participação do bolsista (Entregáveis) do
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Plano de Trabalho do bolsista (Breve descrição das Atividades complementares,
produção técnica e artística/cultural, eventos científicos, publicações, tecnologias
desenvolvidas, produção passível de Propriedade Intelectual)
- Construção dos instrumentos de orientação para visitas técnicas aos municípios: roteiro
para a Assistência Social e roteiro para os Conselhos Tutelares; (04/2022)
- Relatório da ação de reuniões remotas com Associação de Municípios e técnicos da
Assistência Social e Conselho Tutelar; (05/2022)
- Relatório de visita aos 5 primeiros municípios da Região do Contestado; (06/2022)
- Relatório Operacional da primeira semana de atividades (17/01/2022);
- Criação do Projeto de Diagnóstico das Violências e Violações de Direitos nos territórios do
Programa Gente Catarina (26/01/2022);
- Relatório da Ordem Administrativa 001-2022 (baseado nas Regiões da Serra Catarinense
e Alto Vale do Itajaí) (07/02/2022);
- Relatório Parcial referente as políticas públicas na esfera federal, estadual e municipal,
voltadas às mulheres, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, tráfico de
pessoas, trabalho escravo, moradia e conflitos urbanos (01/04/2022);
- Relatório Diagnóstico sobre Violência Letal no municípios do Programa Gente Catarina
nos anos 2019, 2020 e 2021 (04/05/2022 – 31/05/2022).
- Construção do painel de monitoramento de denúncias do Disque 100, Violência contra
mulheres em SC, Violência contra crianças e adolescentes em SC e Violência letal em SC.
- Levantamento sobre políticas públicas existentes e direitos da Juventude para elaboração
de Plano de Governo.
- Relatórios técnicos municipais das visitas técnicas a 45 municípios visitados.
- Edital de Pesquisa da FAPESC para compreender os territórios a partir de falas de
crianças e adolescentes.
- Proposta de Lei para reordenar o Conselho Tutelar de Urupema.
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“regionais” - como a educação e a saúde - fez com que as intervenções nos municípios
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fossem mais morosas em comparação com as outras secretarias. Em função disso, foi
ainda mais relevante a importância do trabalho das especialistas FAPESC que
caminharam junto à SDS durante todo ano de execução do Gente Catarina.
Praticamente a maioria dos municípios receberam muito bem a ideia das visitas e
reconheceram a importância desse olhar sobre os territórios, resultando na aproximação
entre estado e município. Foram construtivas as parcerias firmadas entre a SDS e as
Associações de Municípios e os gestores e serviços socioassistenciais, bem como com
outros atores do Sistema de Garantia de Direitos das Crianças e Adolescentes (saúde,
educação, etc).
Uma das principais propostas apresentadas foi de propor ações dialógicas, onde em
conjunto com os municípios foi possível verificar os nós, as potências e os desafios dos
programas e políticas públicas municipais. Dessa maneira, o estado assumiu seu papel de
articulador na compreensão das ações conjuntas entre estrutura estadual e municipal.
Dentre as dificuldades enfrentadas, podemos citar a falta de comunicação para articular a
rede de Assistência Social, problemas com questões materiais (falta de computador,
celular, internet), mas também questões de esforço conjunto para efetivar essa
articulação.
A maior parte dos municípios integrantes do Gente Catarina são de pequeno porte e
muitos não possuem o equipamento do Centro de Referência Especializado de
Assistência Social/CREAS, que é responsável por oferecer apoio e orientação às famílias
e indivíduos em situação de risco pessoal e/ou social por violação de direitos. Dentro
desta configuração, os casos de média e alta complexidade ficam prejudicados em seu
atendimento, ficando ao encargo da equipe do Centro de Referência de Assistência
Social/CRAS ou da equipe de Proteção Social Especial na gestão.
As visitas oportunizaram o reconhecimento da importância do fortalecimento dos espaços
coletivos de controle social das políticas públicas, como os Conselhos Municipais dos
Direitos das Crianças do Conselho Municipal de Assistência Social. Identificou-se que
estes espaços de gestão da política pública a partir da participação da sociedade civil
organizada está enfraquecida e sem reconhecimento de sua vital importância.
Não diferente deste contexto, encontra-se o Conselho Tutelar. Criado a partir do Estatuto
da Criança e do Adolescente com a promessa de zelar pelos direitos das crianças e
adolescentes, hoje configura-se nos territórios visitados um serviço sem vida e sem
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propósito. A grande maioria dos Conselhos Tutelares não têm estrutura física e
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organizacional para cumprir o que lhe foi destinado legalmente.
Os municípios reconhecem a necessidade de ações continuadas de capacitação, porém
percebe-se que as capacitações oferecidas e realizadas não estão impactando os serviços
em relação a sua melhoria. Outro fator importante é a desarticulação do Sistema de
Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes dos municípios. Apresentaram-se
inúmeras dificuldades de terem como metodologia o trabalho articulado e intersetorial.
Lembrando que o Gente Catarina não pretendeu levar soluções prontas, mas sim
compreender junto dos municípios o que pode estar acontecendo em relação ao IDH e
quais possíveis encaminhamentos e soluções para o enfrentamento das dificuldades
vividas. Com a aproximação com os municípios foi possível constatar uma distância
preocupante entre o Estado e os municípios, questão esta que devemos nos debruçar
com responsabilidade e comprometimento.
Esta gama de subsídios para o trabalho da SDS foi sistematizada e organizada a partir do
trabalho das especialistas, que tiveram e têm um papel essencial nas produções de
conhecimentos, realizações de pesquisas e análise de dados contribuindo sobremaneira
para que as ações desenvolvidas nesta primeira fase pudessem ter seus resultados
alcançados e para embasar a continuidade do trabalho.
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De forma sistemática, as bolsistas especialistas da SDS devem continuar trabalhando no
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Programa Gente Catarina nos seguintes eixos:
Falta de dados
Assistência Social
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Necessidade da SDS ter uma equipe ou estrutura regional para atender os municípios, ou
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então uma equipe que viaje constantemente para os municípios (interlocução, assistência,
capacitação, assessoria).
Trabalho infantil
Muitas vezes, apesar da vontade da assistência social do município de fazer ações nas
escolas, professores não querem expor os casos de violência e comumente não sabem quais
são as soluções para essas violências.
Nos municípios pequenos, as pessoas não querem denunciar abusos para não perder
vínculos e se indispor com pessoas conhecidas.
Técnicos das mais diversas políticas (assistência social, saúde, educação) lidam com
políticas da criança e do adolescente sem nem conhecer as leis pertinentes.
Gravidez precoce
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Conselho Tutelar
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Estruturas físicas precárias, a estrutura deveria ter condições básicas para o
funcionamento do serviço;
Falta de capacitação;
Falta de monitoramento dos casos;
Faltam diagnósticos e indicadores nos municípios;
APOIA é o único indicador de violações de direitos que os conselheiros usam, sendo que
esse uso ainda é bastante frágil;
Conselheiros têm interesses políticos e agem conforme camaradagem, não querem
denunciar os amigos;
Os conselheiros tutelares não têm uma identidade, cada município faz como quer, de
formas precárias;
Falta de indicadores de violência para saber o que está acontecendo nos municípios;
Conselho Tutelar deve zelar pela criança e adolescente até que a violação de direito cesse.
Não só encaminhar, mas também acompanhar o processo;
Enfrentam dificuldades de articulação da rede;
Necessidade de reestruturação dos conselhos, participação e articulação da rede. As
pessoas não compreendem o funcionamento dos conselhos;
Conselhos Tutelares não estão fortalecidos.
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8 – Desempenho do bolsista*: (Comentar sobre o desempenho do bolsista no decorrer
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do projeto)
A bolsista especialista vem atuando de forma muito eficaz na condução das ações da SDS
junto ao Programa Gente Catarina. Vem apresentando e implantando práticas de pesquisas,
tecnologia e inovação contribuindo na construção de instrumentos de orientação, consultoria
em pesquisa e projetos e coleta e análise de dados. Sua atuação está sendo determinante
para a perfeita condução do Programa.
A equipe da SDS trabalhou incessantemente para o êxito das ações propostas, mesmo com
uma equipe bastante restrita em comparação a outras Secretarias integrantes do Programa.
Dessa forma, foi ainda mais relevante a importância do trabalho das especialistas FAPESC
que caminharam junto à SDS durante todo ano de execução do Gente Catarina.
A gama de subsídios para o trabalho da SDS foi sistematizada e organizada a partir do
trabalho das especialistas, que possuem um papel essencial nas produções de
conhecimentos, realizações de pesquisas e análise de dados contribuindo sobremaneira
para as ações desenvolvidas na primeira fase do Programa. O trabalho das especialistas
FAPESC ainda pode alcançar muitos resultados na continuidade das ações da SDS no
âmbito do Gente Catarina.
* A ser preenchido pelo Coordenador ou Supervisor
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Bolsista: Beatriz Demboski Búrigo
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Coordenadora: Renata Roseli Sagas da Silva
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Supervisora: Renata Roseli Sagas da Silva
Florianópolis, 03/01/2022
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