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Docente:
Dr. Miguel Bento
Discentes:
Cledimira Tavares nº 23550
Luís João Utiar n° 2204
Beja 2023
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA
Docente:
Discentes:
Beja, 2023
Índice
1. Introdução ............................................................................................................ 1
2. A questão da transferência de competências no domínio da ação social,
do Estado central para os municípios ............................................................. 2
2.1 Competências a transferir ......................................................................... 3
Para a realização do mesmo foi avançada uma investigação quantitativa com base
na análise documental. O trabalho é composto por uma breve introdução, seguido de
um desenvolvimento com foco na apresentação das possíveis vantagens deste
processo para o combate à pobreza e exclusão social em Portugal, e uma conclusão.
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Enquadramento
Portugal registou uma redução muito significativa das desigualdades entre 2016 e
2019, impulsionada por uma criação de emprego sem precedentes e um reforço
significativo dos apoios sociais e dos serviços públicos. Não obstante os progressos
verificados, com a saída entre 2015 e 2020 de 700 mil pessoas do risco de pobreza
e exclusão social, ainda permaneciam nessa condição, em 2020, cerca de 2 milhões
de pessoas. (Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, 2021).
A descentralização começou com lei nº75/2013, de 12 de setembro estabelece o
regime jurídico das autarquias locais, aprova o estatuto das entidades intermunicipais,
estabelece o regime jurídico da transferência de competência do estado para as
entidades intermunicipais e aprova o regime jurídico do associativismo autárquico.
No reconhecimento de que as autarquias locais são a estrutura fundamental para a
gestão de serviços públicos numa dimensão de proximidade, a Lei n.º 50/2018, de 16
de agosto estabelece o quadro da transferência de competências para as autarquias
locais e para as entidades intermunicipais, em consagração do princípio da
subsidiariedade e numa lógica de descentralização administrativa como base da
Reforma do Estado (Relatório dos EPNA, 2022).
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social. Observa-se o reforço desta transferência através do Decreto-Lei n.º55/2020
de 12 de agosto, que passa a caber aos órgãos dos municípios as seguintes
competências:
1.1 – Competências a transferir
O Serviço Social revela ser um importante recurso das autarquias na criação das
políticas sociais locais, na medida em que o Assistente Social, ao conhecer o território
e intervir mais próximo dos cidadãos, pode propor programas de desenvolvimento
local, adequados aos interesses da população. maior intervenção do Poder Local e,
em particular, das Câmaras Municipais, em favor das populações locais e no processo
de desenvolvimento local. Trata-se de uma descentralização do Poder Central para o
Poder Local, através da transferência de atribuições e competências, como é o caso
da Ação Social. (Ribeiro 2011)
Áreas já transferidas
• Conforto habitacional para pessoas idosas- programa que vigorou entre 2009- 2012;
• O CLDS, sublinhando que a 4ª geração mantém as regras atuais;
• O Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social, onde se insere o atendimento
geral e o atendimento RSI;
• A coordenação dos Núcleos Locais do RSI.
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2. Vantagens/desvantagens do processo relativamente às problemáticas
da pobreza e da exclusão social em Portugal
Vantagens
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permitir flexibilidade e sobretudo inovação na ação social, que advém da
experiência das autarquias e das equipas envolvidas e da capacidade de dar
respostas sociais mais adequadas;
● Permite inovações e aprofunda a intervenção social, e isto só é possível
pela grande proximidade entre a autarquia e a instituição;
● Melhora a capacidade de resposta dos municípios, no caso concreto do
Diagnóstico Social, é isso que melhora a nossa política, nos idosos, nos jovens,
na habitação social e em conjunto com outros projetos existentes no terreno
das diversas organizações;
Desvantagem/Riscos
● Recursos financeiros e humanos insuficiente alocados às novas
competências transferidas e a maior pressão por resultados e respostas a que
o poder local fica sujeito. Os recursos são claramente desfasados da
abrangência do problema e do apoio a que os municípios ficam vinculados. Foi
questionada a decisão de subvenção financeira e de afetação de recursos
humanos sublinhando a inadequação de alguns aspetos do processo face à
dimensão diferenciada dos municípios e a sua diferenciação sócia territorial
(dispersão geográfica, acessibilidades);
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● Poderá criar desigualdade territorial - Isto principalmente quando ligada ao
aspeto financeiro, visto que há discrepâncias (democracia, estrutura social)
entre as autarquias bem como variedade problemas sociais,
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3. Notas Conclusivas
A transferência de competência para as autarquias implica muito mais que o combate
à pobreza local é mais abrangente é também um processo administrativo moroso e
burocrático que potencia diferenças na prestação do serviço público. Assinala como
algumas das mais visíveis vantagens a maior autonomia, poupança de recursos
humanos e financeiros, experiência das autarquias e das equipas envolvidas e da
capacidade de dar respostas sociais, adaptação das estratégias à realidade local e
regional, como desvantagens assinala a dificuldade em adaptar as políticas públicas
nacionais e até globais as necessidades locais e a falta de recursos financeiros. Se
não houver uma uniformização dos procedimentos pode haver tensão nos municípios,
neste processo de transferência de competências há um risco de quebra de equidade
(equidade regional). Passar o poder de decisão para os municípios, pode criar
instabilidade, incerteza e imprevisibilidade entre o Estado e as entidades sociais,
envolvidas em todo o processo, entretanto a mudança não assegura
necessariamente o progresso, mas o progresso implacavelmente requer a mudança
(Henry S. Commager), por esta razão o grupo considera necessário e importante o
processo da transferência de competência, bem como a própria modernização do
Estado.
Segundo (Carvalho 2020) Ao longo dos anos, a Administração Pública foi alvo de
diversas reformas administrativas que proporcionaram alterações no seu modo de
funcionamento. A todas as mudanças proporcionadas pelas reformas dá-se o nome
de modernização, cujo maior impacto se sentiu com a introdução do New Public
Management visto ter implementado técnicas e instrumentos do setor privado no setor
públic. A modernização é essencial para uma AP mais eficiente, próxima do cidadão,
moderna, tecnológica e inovadora. Concluímos aludindo à indispensável necessidade
de ter reformas administrativas, como forma de dar respostas a problemas
persistentes na sociedade, como é o caso da pobreza e exclusão social.
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4. Bibliografia e outras fontes
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