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Preâmbulo
As instituições de ensino superior públicas são pessoas colectivas de direito público, podendo, porém
revestir também a forma de fundações públicas com regime de direito privado, atento o disposto no nº 1
do artigo 9º da Lei nº 62/2007, de 10 de Setembro.
Neste enquadramento, e com fundamento na norma habilitante do artigo 129º do Regime Jurídico das
Instituições de Ensino Superior, a Universidade do Porto foi instituída pelo Estado como fundação pública
com regime de direito privado, atento o disposto no nº 1 do artigo 1º do Decreto-Lei nº 96/2009, de 27 de
Abril.
As fundações regem-se pelo direito privado, nomeadamente no que respeita à sua gestão financeira,
patrimonial e de pessoal, sem prejuízo da aplicação dos princípios constitucionais respeitantes à
Administração Pública, nomeadamente a prossecução do interesse público, bem como os princípios da
igualdade, da imparcialidade, da justiça e da proporcionalidade, atento o disposto nos números 1 e 2 do
artigo 134º do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior.
Assim, e no âmbito da gestão de recursos humanos, a Universidade pode criar carreiras próprias para o
seu pessoal, no presente Regulamento para o pessoal não docente e não investigador, respeitando
genericamente, quando apropriado, uma aproximação no elenco de categorias e habilitações
académicas, em relação às que vigoram para o referido pessoal dos demais estabelecimentos de ensino
superior público, atento o disposto no nº 3 do artigo 134º da Lei nº 62/2007, de 10 de Setembro.
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TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1º
Objecto
Artigo 2º
Âmbito
Estas normas abrangem a contratação, pela UP ou por qualquer das suas entidades constituintes dotada
de autonomia administrativa e financeira, de:
a) Pessoal em regime de contrato de trabalho por tempo indeterminado;
b) Pessoal com contrato de trabalho a termo resolutivo certo ou incerto;
c) Pessoal com contrato de trabalho em comissão de serviço, nos termos dos artigos nº 161º a 164º do
Código do Trabalho.
Artigo 3º
Contratos de trabalho
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Artigo 4º
Modalidades Contratuais
Artigo 5º
1- No caso de celebração de contrato de trabalho a termo resolutivo certo ou incerto, para além da forma
prevista no artigo 3.º, serão obrigatoriamente indicados os seguintes elementos:
a) Indicação do termo estipulado e do respectivo motivo justificativo;
b) Data da cessação do contrato, no caso de ser a termo certo
2- Para efeitos da alínea a) do n.º 1, o motivo justificativo do termo, tem de ser redigido com menção
expressa dos factos que o suportam, estabelecendo-se inequivocamente a relação entre a justificação
invocada e o termo estipulado, não bastando a mera referência aos números ou alíneas do art. 140º do
Código do Trabalho.
3- A renovação do contrato de trabalho a termo certo está sujeita à verificação da sua admissibilidade,
nos termos previstos para a sua celebração, bem como a iguais requisitos de forma no caso de se
estipular período diferente.
4- O contrato de trabalho a termo certo, pode ser renovado até três vezes e a sua duração total, não
pode exceder três anos, com excepção das situações especiais previstas nas alíneas a) e b) do número
1 do artigo 148º do Código do Trabalho.
5- A duração do contrato de trabalho a termo incerto não pode ser superior a seis anos.
6- O contrato de trabalho a termo incerto caduca quando, prevendo-se a ocorrência do termo, a entidade
contratante comunique a cessação do mesmo ao trabalhador, com a antecedência mínima de 7, 30 ou 60
dias conforme o contrato tenha durado até 6 meses, de 6 meses a 2 anos ou por período superior.
Artigo 6º
No caso da necessidade temporária que justificou a celebração do contrato a termo, se transformar numa
necessidade permanente expressamente reconhecida pelo dirigente máximo da entidade contratante e
caso se enquadre na alínea a) do artigo 8º, o contrato de trabalho a termo poderá converter-se em
contrato por tempo indeterminado, não carecendo dos formalismos previstos no artigo 9º.
Artigo 7º
Cedência ocasional
Artigo 8º
Artigo 9º
Selecção e Recrutamento
1 – A celebração de contratos de trabalho será precedida de um processo de selecção que obedeça aos
seguintes princípios:
a) Publicitação da oferta de emprego;
b) Garantia de igualdade de condições e oportunidades;
c) Decisão de contratação fundamentada em princípios objectivos de selecção.
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2 – A oferta de emprego será publicitada por aviso publicado em jornal de circulação nacional e via
internet na página da entidade contratante. O anúncio em jornal deve conter apenas as informações
gerais relativas ao processo de recrutamento, remetendo para a página da internet onde devem constar
os requisitos gerais essenciais e demais informações consideradas pertinentes para a apresentação de
candidaturas.
Artigo 10º
Requisitos
2 – Poderão ser fixados também requisitos especiais, relacionados com a especificidade das funções a
desempenhar e o perfil requerido para o exercício de determinados cargos.
Artigo 11º
Métodos de Selecção
1 – Os métodos de selecção a utilizar serão previamente definidos com respeito pelos princípios gerais
enunciados.
2 – A aplicação dos métodos de selecção pode ser entregue a empresa especializada em recrutamento
e selecção de pessoal.
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Artigo 12º
Deveres do Empregador
Na vigência da relação laboral, o empregador está sujeito aos deveres consagrados pelos artigos 106.º e
127.º do Código do Trabalho.
Artigo 13º
Deveres do Trabalhador
Sem prejuízo de outras obrigações, o trabalhador, está sujeito aos deveres impostos pelo artigo 128ª do
Código do Trabalho e demais normas e regulamentos internos aplicáveis.
Artigo 14º
Prestação de Trabalho
Artigo 15º
1- As mudanças de categoria e alterações salariais regem-se por regulamento próprio aprovado pelo
Conselho de Gestão da UP.
2- Os trabalhadores contratados por tempo indeterminado, bem como os contratados a termo por
períodos superiores a seis meses, estão sujeitos a avaliação de desempenho nos termos de
regulamento a aprovar pelo Conselho de Gestão da UP.
Artigo 16º
Funções
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2 – O trabalhador pode, para além das funções correspondentes à actividade para que foi contratado,
desempenhar também as funções que lhe sejam afins ou funcionalmente ligadas, para as quais tenha
qualificação adequada e que não impliquem desvalorização profissional.
3 – Aos trabalhadores são ainda aplicáveis as normas que regulam a mobilidade funcional, podendo o
empregador, quando o interesse da entidade o exija, encarregar o trabalhador de exercer
temporariamente funções não compreendidas na actividade contratada, desde que tal não implique
modificação substancial da posição do trabalhador, nos termos do artigo 120º do Código do Trabalho.
Artigo 17º
1 - Por acordo escrito entre o dirigente máximo da entidade contratante e o trabalhador, pode este ser
isento de horário de trabalho nos termos, condições e efeitos previstos nos artigos 218.º e 219º do
Código do Trabalho.
2 - A isenção de horário de trabalho termina com a cessação da situação que lhe deu origem, bem como
por decisão fundamentada do dirigente máximo, quer por iniciativa própria quer a pedido do trabalhador,
com a antecedência mínima de quinze dias.
3- O trabalhador isento de horário de trabalho tem direito a uma remuneração específica, nos termos do
disposto no artigo 265º do Código do Trabalho.
Artigo 18º
2- O regime de tempo completo prolongado apenas pode ser atribuído a um número reduzido de
trabalhadores nos vários domínios que necessitem deste tipo de intervenção, por despacho do dirigente
máximo da entidade em que o colaborador presta serviço, por solicitação do respectivo superior
hierárquico.
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4- Este regime poderá se retirado com fundamento em deficiente cumprimento das obrigações do
trabalhador; se houver modificação na sua situação funcional ou se cessarem as necessidades que o
determinaram.
Artigo 19º
3 - Os trabalhadores têm também direito a subsídio de refeição de valor igual ao fixado para os
trabalhadores com contrato de trabalho em funções públicas, sendo as condições de atribuição idênticas
às estabelecidas para estes trabalhadores.
5 - As retribuições devidas aos trabalhadores em regime de tempo parcial serão calculadas na proporção
do respectivo período normal de trabalho semanal.
TÍTULO II
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Artigo20º
Pluralidade de Empregadores
1 - A UP e qualquer das suas entidades constituintes podem celebrar contratos de trabalho em que o
trabalhador se obriga a prestar actividade a mais do que uma entidade empregadora, quando existam
estruturas organizativas comuns e/ou serviços partilhados que impliquem a prestação de trabalho
subordinado a mais de uma entidade.
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2 - Os contratos assim celebrados, estão sujeitos a forma escrita e, para além das restantes formalidades
exigidas para os demais contratos, devem ainda conter:
a) Identificação de todos os empregadores;
b) Identificação do empregador que representa os demais no cumprimento dos deveres e exercício dos
direitos emergentes do contrato de trabalho.
Artigo 21º
2 - Nos contratos a que se refere o número anterior, considera-se cumprida a observância dos princípios
gerais, em matéria de recrutamento e selecção, aquando do respectivo ingresso em funções públicas,
pelo que o recrutamento será efectuado por escolha, em função do mérito.
3- A alteração do vínculo contratual, nos termos dos números anteriores, garante a antiguidade do
trabalhador e afasta o período experimental.
Artigo 22º
O período normal de trabalho não pode exceder oito horas por dia nem quarenta horas por semana.
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Artigo 23º
Regime de adaptabilidade
1 – A UP e qualquer das suas entidades constituintes e os trabalhadores podem, mediante acordo e sem
prejuízo do preceituado no Código do Trabalho sobre a matéria, definir o período normal de trabalho em
termos médios, observado o disposto nos números seguintes.
2 – O acordo a que se refere o número anterior pode ser celebrado mediante proposta por escrito, do
empregador, presumindo-se a aceitação por parte do trabalhador que a ela não se oponha, também por
escrito, no prazo de 14 dias seguintes ao conhecimento da mesma, aí incluídos os períodos a que se
refere o n.º 2 do artigo 217º do Código de Trabalho.
3 – O período normal de trabalho diário pode ser aumentado até ao máximo de duas horas, sem que a
duração do trabalho semanal exceda cinquenta horas, não se contando para este limite o trabalho
suplementar prestado por motivo de força maior.
4 – Nas semanas em que a duração do trabalho seja inferior a quarenta horas, a redução diária não pode
ser superior a duas horas, podendo as partes acordar na redução da semana de trabalho em dias ou
meios-dias, sem prejuízo do direito ao subsídio de refeição.
5 – O regime previsto nos números anteriores mantém-se até ao termo do período de referência em
execução à data da entrada em vigor de instrumento de regulamentação colectiva de trabalho que incida
sobre a matéria.
6 – Será ainda observado o disposto no Código do Trabalho sobre os períodos de referência.
Artigo 24º
Horário de Trabalho
Os horários de trabalho serão definidos pelo regulamento autónomo a que se refere o artigo 14.º.
TÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Artigo 25º
Reclassificação
Enquanto o regulamento próprio referido no art. 15º, a aprovar pelo conselho de Gestão da UP, não se
encontrar em vigor, sempre que um trabalhador mude de funções por conveniência do serviço,
desempenhando funções inerentes a categoria superior e satisfazendo os requisitos mínimo de acesso
referentes a essa categoria, poderá ser reclassificado em nova categoria ou carreira, mediante proposta
devidamente fundamentada pelo responsável do serviço, com parecer favorável do responsável máximo
da entidade contratante e homologada pelo Reitor da UP.
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Artigo 26º
Os montantes correspondentes às posições salariais constantes do Anexo - III, bem como o valor do
subsídio de refeição, são revistos anualmente, na mesma percentagem que as remunerações dos
trabalhadores em regime de contrato de trabalho em funções públicas, sem necessidade de quaisquer
formalidades.
Artigo 27º
Casos omissos
Em tudo o que não estiver expressamente previsto no presente regulamento, aplicam-se as disposições
legais constantes no Código do Trabalho.
Artigo 28ª
Norma revogatória
Artigo 29º
Entrada em Vigor
O presente regulamento entra em vigor no dia seguinte à data da sua publicação no Diário da República.
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ANEXO I
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ANEXO II
POSIÇÕES REMUNERATÓRIAS
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7º 8º 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª
CARREIRAS CATEGORIAS
Técnico Superior 11-A 15-A 19-A 23-A 27-A 31-A 35-A 39-A 42-A 45-A 48-A 51-A 54-A 57-A
Técnico Superior
Estagiário a)
Assistente Técnico 5-A 7-A 8-A 9-A 10-A 11-A 12-A 13-A 14-A 15-A 16-A 17-A
Encarregado Geral
Operacional 12-A 14-A 15-A 16-A
Assistente Operacional
Encarregado Operacional 8-A 9-A 10-A 11-A 12-A 13-A 14-A
Assistente Operacional 1-A 2-A 3-A 4-A 5-A 6-A 7-A 8-A 9-A 10-A 11-A 12-A
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ANEXO III
Artigo 106.º
Dever de informação
Artigo 120.º
Mobilidade funcional
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6 — O disposto nos números anteriores pode ser afastado por instrumento de regulamentação colectiva
de trabalho.
7 — Constitui contra -ordenação grave a violação do disposto nos n.os 1, 3 ou 4.
Artigo 127.º
Deveres do empregador
Artigo 128.º
Deveres do trabalhador
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f) Guardar lealdade ao empregador, nomeadamente não negociando por conta própria ou alheia em
concorrência com ele, nem divulgando informações referentes à sua organização, métodos de produção
ou negócios;
g) Velar pela conservação e boa utilização de bens relacionados com o trabalho que lhe forem confiados
pelo empregador;
h) Promover ou executar os actos tendentes à melhoria da produtividade da empresa;
i) Cooperar para a melhoria da segurança e saúde no trabalho, nomeadamente por intermédio dos
representantes dos trabalhadores eleitos para esse fim;
j) Cumprir as prescrições sobre segurança e saúde no trabalho que decorram de lei ou instrumento de
regulamentação colectiva de trabalho.
2 — O dever de obediência respeita tanto a ordens ou instruções do empregador como de superior
hierárquico do trabalhador, dentro dos poderes que por aquele lhe forem atribuídos.
Artigo 140.º
Admissibilidade de contrato de trabalho a termo resolutivo
1 — O contrato de trabalho a termo resolutivo só pode ser celebrado para satisfação de necessidade
temporária da empresa e pelo período estritamente necessário à satisfação dessa necessidade.
2 — Considera -se, nomeadamente, necessidade temporária da empresa:
a) Substituição directa ou indirecta de trabalhador ausente ou que, por qualquer motivo, se encontre
temporariamente impedido de trabalhar;
b) Substituição directa ou indirecta de trabalhador em relação ao qual esteja pendente em juízo acção de
apreciação da licitude de despedimento;
c) Substituição directa ou indirecta de trabalhador em situação de licença sem retribuição;
d) Substituição de trabalhador a tempo completo que passe a prestar trabalho a tempo parcial por
período determinado;
e) Actividade sazonal ou outra cujo ciclo anual de produção apresente irregularidades decorrentes da
natureza estrutural do respectivo mercado, incluindo o abastecimento de matéria -prima;
f) Acréscimo excepcional de actividade da empresa;
g) Execução de tarefa ocasional ou serviço determinado precisamente definido e não duradouro;
h) Execução de obra, projecto ou outra actividade definida e temporária, incluindo a execução, direcção
ou fiscalização de trabalhos de construção civil, obras públicas, montagens e reparações industriais, em
regime de empreitada ou em administração directa, bem como os respectivos projectos ou outra
actividade complementar de controlo e acompanhamento.
3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, só pode ser celebrado contrato de trabalho a termo incerto em
situação referida em qualquer das alíneas a) a c) ou e) a h) do número anterior.
4 — Além das situações previstas no n.º 1, pode ser celebrado contrato de trabalho a termo certo para:
a) Lançamento de nova actividade de duração incerta, bem como início de laboração de empresa ou de
estabelecimento pertencente a empresa com menos de 750 trabalhadores;
b) Contratação de trabalhador à procura de primeiro emprego, em situação de desemprego de longa
duração ou noutra prevista em legislação especial de política de emprego.
5 — Cabe ao empregador a prova dos factos que justificam a celebração de contrato de trabalho a termo.
6 — Constitui contra -ordenação muito grave a violação do disposto em qualquer dos n.os 1 a 4.
Artigo 148.º
Duração de contrato de trabalho a termo
1 — O contrato de trabalho a termo certo pode ser renovado até três vezes e a sua duração não pode
exceder:
a) 18 meses, quando se tratar de pessoa à procura de primeiro emprego;
b) Dois anos, nos demais casos previstos no n.º 4 do artigo 140.º;
c) Três anos, nos restantes casos.
2 — O contrato de trabalho a termo certo só pode ser celebrado por prazo inferior a seis meses em
situação prevista em qualquer das alíneas a) a g) do n.º 2 do artigo 140.º, não podendo a duração ser
inferior à prevista para a tarefa ou serviço a realizar.
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3 — Em caso de violação do disposto na primeira parte do número anterior, o contrato considera -se
celebrado pelo prazo de seis meses desde que corresponda à satisfação de necessidades temporárias
da empresa.
4 — A duração do contrato de trabalho a termo incerto não pode ser superior a seis anos.
5 — É incluída no cômputo do limite referido na alínea c) do n.º 1 a duração de contratos de trabalho a
termo ou de trabalho temporário cuja execução se concretiza no mesmo posto de trabalho, bem como de
contrato de prestação de serviço para o mesmo objecto, entre o trabalhador e o mesmo empregador ou
sociedades que com este se encontrem em relação de domínio ou de grupo ou mantenham estruturas
organizativas comuns.
Artigo 161.º
Objecto da comissão de serviço
Pode ser exercido em comissão de serviço cargo de administração ou equivalente, de direcção ou chefia
directamente dependente da administração ou de director –geral ou equivalente, funções de secretariado
pessoal de titular de qualquer desses cargos, ou ainda, desde que instrumento de regulamentação
colectiva de trabalho o preveja, funções cuja natureza também suponha especial relação de confiança
em relação a titular daqueles cargos.
Artigo 162.º
Regime de contrato de trabalho em comissão de serviço
Artigo 163.º
Cessação de comissão de serviço
1 — Qualquer das partes pode pôr termo à comissão de serviço, mediante aviso prévio por escrito, com a
antecedência mínima de 30 ou 60 dias, consoante aquela tenha durado, respectivamente, até dois anos
ou período superior.
2 — A falta de aviso prévio não obsta à cessação da comissão de serviço, constituindo a parte faltosa na
obrigação de indemnizar a contraparte nos termos do artigo 401.º
Artigo 164.º
Efeitos da cessação da comissão de serviço
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1 — Cessando a comissão de serviço, o trabalhador tem direito:
a) Caso se mantenha ao serviço da empresa, a exercer a actividade desempenhada antes da comissão
de serviço, ou a correspondente à categoria a que tenha sido promovido ou, ainda, a actividade prevista
no acordo a que se refere a alínea c) ou d) do n.º 3 do artigo 162.º;
b) A resolver o contrato de trabalho nos 30 dias seguintes à decisão do empregador que ponha termo à
comissão de serviço, com direito a indemnização calculada nos termos do artigo 366.º;
c) Tendo sido admitido para trabalhar em comissão de serviço e esta cesse por iniciativa do empregador
que não corresponda a despedimento por facto imputável ao trabalhador, a indemnização calculada nos
termos do artigo 366.º
2 — Os prazos previstos no artigo anterior e o valor da indemnização a que se referem as alíneas b) e c)
do n.º 1 podem ser aumentados por instrumento de regulamentação colectiva de trabalho ou contrato de
trabalho.
3 — Constitui contra -ordenação grave a violação do disposto no n.º 1.
Artigo 217.º
Alteração de horário de trabalho
Artigo 218.º
Condições de isenção de horário de trabalho
1 — Por acordo escrito, pode ser isento de horário de trabalho o trabalhador que se encontre numa das
seguintes situações:
a) Exercício de cargo de administração ou direcção, ou de funções de confiança, fiscalização ou apoio a
titular desses cargos;
b) Execução de trabalhos preparatórios ou complementares que, pela sua natureza, só possam ser
efectuados fora dos limites do horário de trabalho;
c) Teletrabalho e outros casos de exercício regular de actividade fora do estabelecimento, sem controlo
imediato por superior hierárquico.
2 — O instrumento de regulamentação colectiva de trabalho pode prever outras situações de
admissibilidade de isenção de horário de trabalho.
3 — O acordo referido no n.º 1 deve ser enviado ao serviço com competência inspectiva do ministério
responsável pela área laboral.
4 — Constitui contra -ordenação leve a violação do disposto no número anterior.
Artigo 219.º
Modalidades e efeitos de isenção de horário de trabalho
1 — As partes podem acordar numa das seguintes modalidades de isenção de horário de trabalho:
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a) Não sujeição aos limites máximos do período normal de trabalho;
b) Possibilidade de determinado aumento do período normal de trabalho, por dia ou por semana;
c) Observância do período normal de trabalho acordado.
2 — Na falta de estipulação das partes, aplica -se o disposto na alínea a) do número anterior.
3 — A isenção não prejudica o direito a dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar, a feriado
ou a descanso diário.
4 — Constitui contra -ordenação grave a violação do disposto no número anterior.
Artigo 265.º
Retribuição por isenção de horário de trabalho
1 — O trabalhador isento de horário de trabalho tem direito a retribuição específica, estabelecida por
instrumento de regulamentação colectiva de trabalho ou, na falta deste, não inferior a:
a) Uma hora de trabalho suplementar por dia;
b) Duas horas de trabalho suplementar por semana, quando se trate de regime de isenção de horário
com observância do período normal de trabalho.
2 — O trabalhador que exerça cargo de administração ou de direcção pode renunciar à retribuição
referida no número anterior.
3 — Constitui contra -ordenação grave a violação do disposto no n.º 1.
Artigo 288.º
Noção de cedência ocasional de trabalhador
Artigo 289.º
Admissibilidade de cedência ocasional
Artigo 290.º
Acordo de cedência ocasional de trabalhador
1 — A cedência ocasional de trabalhador depende de acordo entre cedente e cessionário, sujeito a forma
escrita, que deve conter:
a) Identificação, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
b) Identificação do trabalhador cedido;
c) Indicação da actividade a prestar pelo trabalhador;
d) Indicação da data de início e da duração da cedência;
e) Declaração de concordância do trabalhador.
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2 — Em caso de cessação do acordo de cedência ocasional, de extinção da entidade cessionária ou de
cessação da actividade para que foi cedido, o trabalhador regressa ao serviço do cedente, mantendo os
direitos que tinha antes da cedência, cuja duração conta para efeitos de antiguidade.
3 — Constitui contra -ordenação grave a violação do disposto na alínea e) do n.º 1 ou no n.º 2 e constitui
contra--ordenação leve a violação de qualquer dos demais preceitos do n.º 1.
Artigo 291.º
Regime de prestação de trabalho de trabalhador cedido
Artigo 292.º
Consequência de recurso ilícito a cedência
ou de irregularidade do acordo
1 — A cedência ocasional de trabalhador fora das condições em que é admissível, ou a falta do acordo
nos termos do n.º 1 do artigo 290.º confere ao trabalhador cedido o direito de optar pela permanência ao
serviço do cessionário em regime de contrato de trabalho sem termo.
2 — O direito previsto no número anterior pode ser exercido até ao termo da cedência, mediante
comunicação ao cedente e ao cessionário por carta registada com aviso de recepção.
Artigo 293.º
Enquadramento de trabalhador cedido
1 — O trabalhador cedido não é considerado para efeito da determinação das obrigações do cessionário
que tenham em conta o número de trabalhadores empregados, excepto no que respeita à organização
dos serviços de segurança e saúde no trabalho.
2 — O cessionário deve comunicar à comissão de trabalhadores o início da utilização de trabalhador em
regime de cedência ocasional, no prazo de cinco dias úteis.
3 — Constitui contra -ordenação leve a violação do disposto no número anterior
Nota: Na base da redacção do artigo 17º (tempo prolongado completo), está o Decreto-Lei nº 97/2001
de 26 de Março (artigos 19º e 20º), que regula as carreiras de informática.
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