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UNIVERSIDADE CATÒLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE GESTÃO DE RECURSOS MINERAIS E MINERALOGIA

4oAno:
1o teste
Período: Laboral.
Duração: 2 horas

Elaborado pelo Docente Assistente; Vilanculos Laita

Disciplina: Direito do Trabalho

1. Produção de Documento.
a) Um contrato de trabalho por tempo indeterminado para um trabalhador
com nível básico de formação e com período probatório. 6 V

NB: Na produção do presente contrato o estudante pode cometer alguns


erros, no entanto, um erro não pode ser cometido sob pena de todo o
contrato ser avaliado como incorrecto no âmbito dos interesses
empresarias.

CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO POR TEMPO INDETERMINADO


Entre
VILANCULOS LAITA ADVOGADOS, LDA, Pessoa Colectiva de Direito Privado,
sita na Cidade de Tete, inscrito sob NUIT 400765788 e Contribuinte n.º
C994561344, neste acto representada pelo Sr. NELSON VILANCULOS LAITA,
na qualidade de Administrador da Empresa com poderes para o acto, em diante
designado por Entidade Empregadora.
E

DOMINGOS ADANY, maior, solteiro, natural da Cidade de Tete, de nacionalidade


moçambicana, titular do Bilhete de Identidade n.° 0010010518786 Q, emitido a
03/05/2020, pela Direcção Nacional de Identificação Civil da Cidade de Tete e
válido até 03/05/2025, residente na Cidade de Tete, Bairro Francisco Manyanga,
titular do NUIT 161131200, doravante designado por Trabalhador.

As partes acima identificadas têm, entre si, ajustado e acertado o presente


Contrato Individual de Trabalho, o qual, para além das disposições legais
vigentes, se regerá pelas cláusulas seguintes:

Cláusula Primeira
(Objecto do Contrato)
O presente contrato tem como objecto a prestação da actividade de Técnico
Básico de Manutenção por parte do Trabalhador, sob autoridade e direcção da
Entidade Empregadora, actividade essa que deverá ser exercida de acordo com
as directrizes do empregador, sem prejuízo de, nos termos da Lei do Trabalho
em vigor.
Cláusula Segunda
(Duração e Período Probatório)
1. O presente trabalho é celebrado por tempo indeterminado.
2. O presente contrato é celebrado por período probatório de 90 (noventa) dias,
nos termos do disposto nos artigos 46º e alínea a) do número 1 do 47º da
Lei do Trabalho, e tem o seu início no dia 03 de Maio de 2022.
3. Durante o período probatório, qualquer uma das partes poderá rescindir o
presente contrato, mediante simples comunicação dirigida à outra, não
havendo lugar a qualquer indemnização.

Cláusula Terceira
(Local e Jornada de Trabalho)
1. O Trabalhador deverá desempenhar as suas funções nas instalações de
Serviço da Entidade Empregadora, sita na cidade da Tete ou em qualquer
outro local em que o Empregador venha a exercer a sua actividade, sem
prejuízo da obrigatoriedade de realizar todas as deslocações que se
mostrarem necessárias ao exercício das suas funções.
2. O Trabalhador ficou ciente da essencialidade da condição prevista no
número precedente, aceitando-a sem reservas, pelo que se obriga a acatar
todas e quaisquer futuras alterações do seu local de trabalho.
3. A jornada de trabalho compreende o período semanal que vai de segunda a
sexta-feira, praticando-se o seguinte horário:
a) De segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas, com meia hora de pausa
para o almoço;
4. O Trabalhador obriga-se a cumprir, sempre que necessário, horário
diferente do estabelecido nos termos do número precedente, aceitando
desde já e expressamente essa alteração, caso se mostre necessário, por
motivos imperiosos de trabalho.

Cláusula Quarta
(Direitos e Obrigações do Trabalhador)
1. São direitos do Trabalhador, entre os demais previstos na Lei de Trabalho,
receber a sua remuneração integral e pontualmente.
2. Constituem obrigações do Trabalhador, entre as demais previstas na lei:
a) Executar, por tempo inteiro e em regime de exclusividade, as tarefas
objecto do presente contrato, com a máxima diligência, eficiência, zelo,
correcção e elevado sentido de responsabilidade, de acordo com os
padrões requeridos para a sua função e pela sua qualificação
profissional, procurando sempre salvaguardar os interesses da Entidade
Empregadora;
b) Não aceitar, em benefício próprio, qualquer comissão comercial,
desconto ou pagamento similar relacionados com os serviços ou
obrigações assumidas no âmbito do presente contrato;
c) Ser assíduo e cumprir o horário de trabalho que lhe for estabelecido pelo
Empregador;
d) Respeitar a legislação em vigor na República de Moçambique e os
regulamentos internos do Empregador.
3. Durante a vigência do presente contrato, é vedado o Trabalhador celebrar
contratos de trabalho, de prestação de serviços ou, de qualquer forma,
relacionar-se profissionalmente com outras entidades, sem autorização prévia e
por escrito do Empregador.
Cláusula Quinta

(Obrigações do Empregador)
Constituem obrigações do Empregador, entre as demais previstas na lei:
a) Promover todas as diligências para que os meios de trabalho sejam colocados
à disposição do Trabalhador, para que este possa executar as tarefas objecto
do presente contrato com a qualidade requerida;
b) Efectuar pontual e integralmente os pagamentos da remuneração a favor do
Trabalhador;
Cláusula Sexta
(Remuneração)
1. O Trabalhador auferirá uma remuneração de 10.850.00 Mts (Dez mil e
Oitocentos e Cinquenta Meticais) mensal ilíquida.
2. A remuneração será paga até ao dia 01 de cada mês, por emissão de cheque
bancário, por vale postal, deposito ou por transferência bancária, da qual
serão deduzidas as contribuições legais.

Cláusula Sétima
(Dever de Sigilo e Confidencialidade)
1. No exercício da sua actividade o Trabalhador terá acesso a conhecimentos
de extrema confidencialidade de âmbito diverso, relacionados com as
actividades da empresa, seus membros e terceiros com ela relacionadas,
pelo que se obriga a manter sigilo e não divulgar a terceiros, durante ou
depois da vigência do presente contrato, quaisquer informações sigilosas,
documentos, dados técnicos ou comerciais, quaisquer detalhes sobre a
organização, negócios, projectos, pareceres, relatórios, estudos, listagens,
produtos, contratos, registos informáticos, dados sobre colaboradores ou
qualquer outra informação ou segredo relacionados com o Empregador ou
terceiros com os quais este mantenha relações, obtidos ou elaborados no
âmbito do exercício da sua actividade nos termos do presente contrato.
Cláusula Oitava
(Resolução de Conflitos)
1. A Entidade Empregadora e o Trabalhador deverão procurar resolver
amigavelmente os conflitos emergentes da interpretação e execução do
presente contrato.
2. Na falta de solução amigável, a Entidade Empregadora e o Trabalhador
poderão recorrer ao foro judicial, indicando-se como foro competente o do
Tribunal Judicial da Província de Tete, com expressa renúncia a qualquer
outro.

Feito em dois originais de igual valor e conteúdo, em Tete, a 13 de Maio de


2021.

A Entidade Empregadora

______________________________________

O Trabalhador

________________________________________

Tete, aos 2 de Maio de 2022


2. Princípios do Direito do Trabalho e Contrato a
Prazo
a) A UCM contratou novos docentes, contudo, as vagas foram anunciadas
aos familiares dos trabalhadores desta nobre Universidade, que
informaram aos seus amigos e familiares das vagas. A quem diga que a
UCM, procedeu conforme, contudo, a quem diga que o princípio da não
descriminação foi violado. Esgrima o seu posicionamento face a situação,
sem deixar de servir de bases legais. 2 V
R// Nesta hipótese foi violado o Princípio do Direito ao Trabalho que estabelece
que o trabalhador tem direito ao trabalho, a igualdade de oportunidade e
tratamento em relação ao acesso ao emprego, formação e capacitação
profissionais e as condições de trabalho. Tendo a UCM anunciadas as vagas de
emprego aos familiares dos trabalhadores sem publicação nos meios de
comunicação ou nos seus estabelecimentos, não houve aqui uma igualdade de
oportunidade e tratamento em relação ao acesso ao emprego.

b) Em que situações as empresas podem contratar trabalhadores a prazo,


sem justificar. 2 V
R// Nos termos do n.º 3 do artigo 42º da LT, as pequenas e médias empresas
podem livremente celebrar contratos a prazo certo, nos primeiros dez anos da
sua actividade.
3. Fontes do direito do Trabalho
a) Por que razão os regulamentos internos de trabalho e os códigos de boa
conduta não são fonte do Direito do Trabalho. 2 V
R// Os regulamentos internos de trabalho e os códigos de boa conduta não são
fonte do Direito do Trabalho porque não passa de um conjunto de regras
disciplinadoras do funcionamento de uma empresa ou de estabelecimento e não
regula directamente ou indirectamente a relação jus-laboral, mas sim, regula o
funcionamento normal da pessoa jurídica do empregador, por isso que, o
legislado no n.º 2 do artigo 14 da LT, as afastam como fontes de Direito laboral.
c) As normas assentes nos Instrumentos de Regulamentação Colectiva de
Trabalho sobrepõe - se e as normas assentes na Lei do Trabalho. Que
fundamentos a própria Lei do Trabalho teceu para tamanha negação das
regras elementares do Direito Constituído e da Ordem Jurídica
Estabelecida, que determina que a regulamentação do comportamento
humano e sociedade deve obedecer aos comandos das normas
heterónomas e não das normas autónomas. 2 V

R// A que entender primeiro que as normas autónomas são aquelas criadas pelos
próprios sujeitos da relação jurídica laboral, ou seja, quando as partes da relação
jurídico-laboral auto regulamentam os seus interesses, resultando de tal acto,
normas que vão ser usadas no Direito de Trabalho. São exemplos destas fontes,
as convenções de trabalho, a regulamentação de organizações de trabalho, ao
passo que, as normas heterónomas do Direito do Trabalho são aquelas criadas
pelos órgãos Estatais ou seja, resultam da regulamentação ou produção
legislativa interna por parte dos órgãos de soberania do Estado. São exemplos
destas fontes, a Lei de Trabalho, a Constituição da Republica, etc. Portanto, em
termos de hierarquia das fontes do Direito de Trabalho, o legislador deu a
primazia as normas heterónomas, visto que o n.º 1, artigo 16º da LT, estabelece
que as fontes de direito superiores prevalecem sempre sobre as fontes
hierarquicamente inferiores, no concreto, as Leis são fontes superiores ao
instrumentos de regulamentação colectiva e ainda do contrato de trabalho. Por
outra, o legislador permite com que as normas heteronomas que não são
imperativas possam afastadas por instrumentos de regulamentação colectiva de
trabalho e por contratos de trabalho, nas circunstâncias em que as normas
autónomas estabelecem condições mais favoráveis para o trabalhador, conforme
se extrai do n.º 1 do artigo 17º.

4. Processo Disciplinar

a) Produza uma nota de culpa com todo rigor, contra um trabalhador que é
acusado de ter comparecido no seu posto de trabalho embriagado e
que na mesma ocasião faltou respeitou ao seu superior hierárquico em
decorrência do seu alto estado de embriagues. 6 V
NOTA DE CULPA
Processo Disciplinar n.º 03/2022

A VILANCULOS LAITA ADVOGADOS, LDA, Pessoa Colectiva de Direito


Privado, sita na Cidade de Tete, inscrito sob NUIT 400765788 e Contribuinte n.º
C994561344, neste acto representada pelo Sr. NELSON VILANCULOS LAITA,
na qualidade de Administrador da Empresa com poderes para o acto, em diante
designado por Entidade Empregadora, instaura o presente processo disciplinar
contra o Trabalhador DOMINGOS ADANY, maior, solteiro, natural da Cidade de
Tete, de nacionalidade moçambicana, doravante designado por Trabalhador
Arguido, ao abrigo do artigo 62º da Lei do Trabalho, com fundamentos
referenciados, e que constituem o articulado da presente NOTA DE CULPA,
onde constam os fundamentos da acusação, as normas violadas pelo Trabalhador
Arguido.

Dos Factos
I.
Entre a Entidade empregadora e o Trabalhador arguido, encontra-se em vigor
um contrato de trabalho a tempo indeterminado, através do qual o trabalhador
arguido desempenha as funções de Técnico Básico de Manutenção.
II.
O arguido no exercício das suas funções tem sob sua responsabilidade realizar
as tarefas que lhe são incumbidas com zelo e diligencia.
III.
Sucede que, o Trabalhador arguido fez-se ao posto de trabalho do dia 25 de
abril do presente ano, pelas 6:33 horas, onde feito submetido ao teste de
alcoolemia como habitualmente tem sendo feito, antes de qualquer trabalhador
iniciar a sua jornada laboral.
IV.
Apos realizado o teste, denotou-se que o Trabalhador arguido testou positivo ao
teor de alcoolémia acusando positivo no quantitativo de 0.23.
V.
Ora, inconformado com resultado do teste o trabalhador arguido requisitou um
teste de alcoolemia sanguíneo, no qual, voltou a testar positivo, já no
quantitativo de 0.21 de nível de álcool, no entanto, pelo estado embriaguez que o
trabalhador arguido apresentava, começo a proferir insultos ao seu superior
hierárquico que o submeteu ao teste de alcoolemia.
DO DIREITO
Com os factos acima expostos, o trabalhador arguido violou os deveres legais e
regulamentares, como o de prestar o trabalho com zelo e diligência; e respeitar
e tratar com correcção e lealdade os superiores hierárquicos, patentes nas
alíneas b) e c) do artigo 58º da Lei do Trabalho.
VI.
A violação destes deveres consubstancia-se nas infracções disciplinares de falta
de respeito aos superiores hierárquicos, no local de trabalho e a embriaguez ou
o estado de drogado no posto ou local de trabalho, nos termos das alíneas e) e
m) do n.º 1 do artigo 66º da Lei de Trabalho.
VII.
A conduta do trabalhador arguido configura-se numa violação grave dos deveres
laborais e com isto, numa infracção disciplinar grave e passível de processo
disciplinar nos termos dos números 1 e 5 do artigo 64º da Lei do Trabalho.

Notifique-se o Trabalhador Arguido e o Sindicato da presente nota de culpa para


ulteriores termos processuais do Presente Processo Disciplinar, nos termos do
artigo 67º da Lei do Trabalho.

Junta-se ao presente processo resultados do teste de alcoolemia sanguíneo.


O Instrutor
__________________________
O Arguido
__________________________
Tete aos 10 de Maio de 2022
Recebi a nota de Culpa, em ____ / ______________ / _______.

Fim

“É muito melhor perceber um defeito em si mesmo, do que dezenas no outro,


pois o seu defeito você pode mudar” Autor desconhecido.

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