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CODIGO DE TRABALHO

Artigo 112.º
Duração do período experimental

1 - No contrato de trabalho por tempo indeterminado, o período experimental tem a


seguinte duração:
a) 90 dias para a generalidade dos trabalhadores;
b) 180 dias para trabalhadores que:
i) Exerçam cargos de complexidade técnica, elevado grau de responsabilidade ou que
pressuponham uma especial qualificação;
ii) Desempenhem funções de confiança;
iii) Estejam à procura de primeiro emprego e desempregados de longa duração;
c) 240 dias para trabalhador que exerça cargo de direcção ou quadro superior.

2 - No contrato de trabalho a termo, o período experimental tem a seguinte duração:


a) 30 dias em caso de contrato com duração igual ou superior a seis meses;
b) 15 dias em caso de contrato a termo certo com duração inferior a seis meses ou de
contrato a termo incerto cuja duração previsível não ultrapasse aquele limite.

3 - No contrato em comissão de serviço, a existência de período experimental depende de


estipulação expressa no acordo, não podendo exceder 180 dias.

4 - O período experimental, de acordo com qualquer dos números anteriores, é reduzido


ou excluído, consoante a duração de anterior contrato a termo para a mesma atividade, de
contrato de trabalho temporário executado no mesmo posto de trabalho, de contrato de
prestação de serviços para o mesmo objeto, ou ainda de estágio profissional para a
mesma atividade, tenha sido inferior ou igual ou superior à duração daquele, desde que
em qualquer dos casos sejam celebrados pelo mesmo empregador.

5 - O período experimental previsto na subalínea iii) da alínea b) do n.º 1 é reduzido ou


excluído consoante a duração de anterior contrato de trabalho a termo, celebrado com
empregador diferente, tenha sido igual ou superior a 90 dias.

6 - O período experimental é reduzido ou excluído consoante a duração do estágio


profissional com avaliação positiva, para a mesma atividade e empregador diferente,
tenha sido igual ou superior a 90 dias, nos últimos 12 meses.

7 - A duração do período experimental pode ser reduzida por instrumento de


regulamentação colectiva de trabalho ou por acordo escrito entre partes.

8 - A antiguidade do trabalhador conta-se desde o início do período experimental.


Denúncia do contrato durante o período experimental

1 - Durante o período experimental, salvo acordo escrito em contrário, qualquer das


partes pode denunciar o contrato sem aviso prévio e invocação de justa causa, nem direito
a indemnização.
2 - Tendo o período experimental durado mais de 60 dias, a denúncia do contrato
por parte do empregador depende de aviso prévio de sete dias.
3 - Tendo o período experimental durado mais de 120 dias, a denúncia do contrato por
parte do empregador depende de aviso prévio de 30 dias.
4 - O não cumprimento, total ou parcial, do período de aviso prévio previsto nos n.os
2 e 3 determina o pagamento da retribuição correspondente ao aviso prévio em
falta.
5 - O empregador deve comunicar, no prazo de cinco dias úteis a contar da data da
denúncia, à entidade com competência na área da igualdade de oportunidades entre
homens e mulheres a denúncia do contrato de trabalho durante o período experimental
sempre que estiver em causa uma trabalhadora grávida, puérpera ou lactante ou um
trabalhador no gozo de licença parental, bem como no caso de trabalhador cuidador.
6 - O empregador deve comunicar ao serviço com competência inspetiva do ministério
responsável pela área laboral, mediante formulário eletrónico, a denúncia de contrato
durante o período experimental relativamente aos trabalhadores abrangidos na subalínea
iii) da alínea b) do n.º 1 do artigo 112.º, nos 15 dias posteriores à denúncia do contrato de
trabalho.
7 - É ilícita a denúncia que constitua abuso do direito, a apreciar nos termos gerais.
8 - O caráter abusivo da denúncia só pode ser declarado pelos tribunais judiciais,
aplicando-se à denúncia abusiva os efeitos previstos nos n.os 1 e 3 do artigo 389.º e nos
artigos 390.º, 391.º e 392.º, com as necessárias adaptações.
9 - Constitui contraordenação grave a violação do disposto nos n.os 5 e 6.

Renovação de contrato de trabalho a termo certo


1 - As partes podem acordar que o contrato de trabalho a termo certo não fica sujeito a
renovação.
2 - Na ausência de estipulação a que se refere o número anterior e de declaração de
qualquer das partes que o faça cessar, o contrato renova-se no final do termo, por igual
período se outro não for acordado pelas partes.
3 - A renovação do contrato está sujeita à verificação da sua admissibilidade, nos termos
previstos para a sua celebração, bem como a iguais requisitos de forma no caso de se
estipular período diferente.
4 - O contrato de trabalho a termo certo pode ser renovado até três vezes e a duração total
das renovações não pode exceder a do período inicial daquele.
5 - Considera-se como único contrato aquele que seja objecto de renovação.
Artigo 170.º-A
Segurança e saúde no trabalho
1 - É vedada a prática de teletrabalho em atividades que impliquem o uso ou contacto
com substâncias e materiais perigosos para a saúde ou a integridade física do trabalhador,
exceto se efetuados em instalações certificadas para o efeito.
2 - O empregador organiza em moldes específicos e adequados, com respeito pela
privacidade do trabalhador, os meios necessários ao cumprimento das suas
responsabilidades em matéria de saúde e segurança no trabalho, nomeadamente
cumprindo as medidas previstas no Decreto-Lei n.º 349/93, de 1 de outubro, que transpõe
para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 90/270/CEE, do Conselho, de 29 de maio,
relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes ao trabalho com
equipamentos dotados de visor.
3 - No quadro da responsabilidade a que se refere o número anterior, o empregador
promove a realização de exames de saúde no trabalho antes da implementação do
teletrabalho e, posteriormente, exames anuais para avaliação da aptidão física e psíquica
do trabalhador para o exercício da atividade, a repercussão desta e das condições em que
é prestada na sua saúde, assim como das medidas preventivas que se mostrem adequadas.
4 - O trabalhador faculta o acesso ao local onde presta trabalho aos profissionais
designados pelo empregador que, nos termos da lei, têm a seu cargo a avaliação e o
controlo das condições de segurança e saúde no trabalho, em período previamente
acordado, entre as 9 e as 19 horas, dentro do horário de trabalho.
5 - O regime legal de reparação dos acidentes de trabalho e doenças profissionais aplica-
se às situações de teletrabalho, considerando-se local de trabalho o local escolhido pelo
trabalhador para exercer habitualmente a sua atividade e tempo de trabalho todo aquele
em que, comprovadamente, esteja a prestar o seu trabalho ao empregador.
6 - Constitui contraordenação muito grave imputável ao empregador a violação do
disposto neste artigo.

Casos especiais de duração do período de férias


1 - No ano da admissão, o trabalhador tem direito a dois dias úteis de férias por cada mês
de duração do contrato, até 20 dias, cujo gozo pode ter lugar após seis meses completos
de execução do contrato.
2 - No caso de o ano civil terminar antes de decorrido o prazo referido no número
anterior, as férias são gozadas até 30 de Junho do ano subsequente.
3 - Da aplicação do disposto nos números anteriores não pode resultar o gozo, no mesmo
ano civil, de mais de 30 dias úteis de férias, sem prejuízo do disposto em instrumento de
regulamentação colectiva de trabalho.
4 - No caso de a duração do contrato de trabalho ser inferior a seis meses, o
trabalhador tem direito a dois dias úteis de férias por cada mês completo de duração
do contrato, contando-se para o efeito todos os dias seguidos ou interpolados de
prestação de trabalho.
5 - As férias referidas no número anterior são gozadas imediatamente antes da cessação
do contrato, salvo acordo das partes.
6 - No ano de cessação de impedimento prolongado iniciado em ano anterior, o
trabalhador tem direito a férias nos termos dos n.os 1 e 2.
7 - Constitui contra-ordenação grave a violação do disposto nos n.os 1, 4, 5 ou 6.

Cessação de contrato de trabalho por acordo


1 - O empregador e o trabalhador podem fazer cessar o contrato de trabalho por acordo.
2 - O acordo de revogação deve constar de documento assinado por ambas as partes,
ficando cada uma com um exemplar.
3 - O documento deve mencionar expressamente a data de celebração do acordo e a do
início da produção dos respetivos efeitos, bem como o prazo legal para o exercício do
direito de fazer cessar o acordo de revogação.
4 - As partes podem, simultaneamente, acordar outros efeitos, dentro dos limites da lei.
5 - Se, no acordo ou conjuntamente com este, as partes estabelecerem uma compensação
pecuniária global para o trabalhador, presume-se que esta inclui os créditos vencidos à
data da cessação do contrato ou exigíveis em virtude desta.
6 - Constitui contra-ordenação leve a violação do disposto nos n.os 2 ou 3.

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