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BRASÍLIA

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou na noite deste sábado (21), nas redes
sociais, que o agora ex-comandante do Exército Júlio Cesar de Arruda adotou uma
postura de "insubordinação inadmissível" diante dos ataques à democracia.

"O presidente Lula atuou mais uma vez com firmeza para garantir a Constituição
Federal e as prerrogativas de comandante das Forças Armadas. O comportamento do
ex-comandante do Exército caracterizou insubordinação inadmissível perante ameaças à
democracia e de partidarização da Força", afirmou Gleisi na internet.

A presidente do PT Gleisi Hoffmann, durante cerimônia de encerramento dos


grupos de trabalho da transição de governo, em dezembro - Pedro Ladeira-
13.dez.2022/Folhapress
A troca no Exército, a principal das três Forças Armadas, ocorreu em meio a uma crise
de confiança aberta após os ataques do dia 8 de janeiro, em Brasília.

Segundo auxiliares do presidente, a decisão foi tomada porque Arruda não demonstrou
disposição de tomar providências imediatas para reduzir as desconfianças de Lula em
relação a militares do Exército após a invasão do Palácio do Planalto e das sedes do STF
(Supremo Tribunal Federal) e do Congresso.

"A democracia rejeita qualquer tutela sobre os poderes civis que emanam do voto
popular. Crise haveria se o presidente Lula não tivesse atuado em defesa da
Constituição", completou Gleisi.

Carregando post do Twitter


Arruda relutou em expor o Comando Militar do Planalto, que no mínimo falhou no dia
8. Ele também estava no comando da Força quando o Exército impediu que a Polícia
Militar realizasse prisões de vândalos ainda no dia 8 de janeiro, no acampamento
golpista em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.
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De acordo com relatos de aliados de Lula e generais ouvidos pela Folha, a gota d'água
para exoneração foi Arruda ter resistido ao pedido de Múcio para que o tenente-coronel
Mauro Cid fosse retirado do comando de um batalhão do Exército em Goiânia (GO).

Cid foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e, como a Folha revelou, entrou na
mira da Polícia Federal após serem identificadas transações suspeitas no gabinete do
mandatário. O militar está nos EUA com o ex-presidente.

Na sexta-feira (20), após o portal Metrópoles também noticiar as investigações contra


Cid, Lula ordenou a Múcio que o tenente-coronel fosse retirado da função de comando.
O ministro da Defesa conversou com Arruda durante a noite e ele, segundo relatos,
resistiu à ordem.

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