Martinho Lutero, um monge agostiniano, em 1517 afixou suas 95 teses contra a Igreja Católica na porta da catedral de Wittenberg, dando início à Reforma Protestante. Em 1521, Lutero se recusou a renegar suas ideias perante a Igreja oficial em Worms, arriscando sua vida. A coragem de Lutero imprimiu o espírito da Reforma, que trouxe transformações no mundo como o Estado secular e contribuições para a educação, arte e ciência.
Descrição original:
Artigo para a Revista Veja
Título original
Martinho Lutero e os 505 anos da Reforma Protestante
Martinho Lutero, um monge agostiniano, em 1517 afixou suas 95 teses contra a Igreja Católica na porta da catedral de Wittenberg, dando início à Reforma Protestante. Em 1521, Lutero se recusou a renegar suas ideias perante a Igreja oficial em Worms, arriscando sua vida. A coragem de Lutero imprimiu o espírito da Reforma, que trouxe transformações no mundo como o Estado secular e contribuições para a educação, arte e ciência.
Martinho Lutero, um monge agostiniano, em 1517 afixou suas 95 teses contra a Igreja Católica na porta da catedral de Wittenberg, dando início à Reforma Protestante. Em 1521, Lutero se recusou a renegar suas ideias perante a Igreja oficial em Worms, arriscando sua vida. A coragem de Lutero imprimiu o espírito da Reforma, que trouxe transformações no mundo como o Estado secular e contribuições para a educação, arte e ciência.
Martinho Lutero e os 505 anos da Reforma Protestante
Teólogo Rodolfo Capler relembra a história do monge agostiniano responsável
pelo evento religioso que revolucionou o mundo
Manipulação, imoralidade, instrumentalização da fé, fome, peste, pânico e medo
da morte. Essas e outras coisas marcavam a Europa do século XVI. Foi neste contexto assombroso que o monge agostiniano Martinho Lutero se levantou em 17 de outubro de 1517 e afixou suas 95 teses contra o Papa Leão X, na porta da catedral de Wittenberg, dando início a um debate acadêmico que culminou na Reforma Protestante. Em 1521, com o movimento da Reforma em curso, Lutero foi levado à cidade de Worms e diante da cúpula religiosa oficial, foi intimado a renegar as suas teses, entre outros escritos que contestavam a postura da Igreja. Correndo risco de morte, protestou diante de todos: “A menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou por uma razão clara, sou limitado as Escrituras que citei e por minha consciência cativa à Palavra de Deus. [...] Não posso agir de outra forma: esta é a minha posição. Que Deus me ajude. Amém”. A coragem de Lutero imprimiu o espírito da Reforma Protestante. Com a intrepidez de poucos, o jovem monge queimou a bula papal Exsurge Domini e chamou o Papa Leão X de “anticristo”. As ideias de Lutero e dos reformadores e reformadoras que ao seu lado estiveram, produziram inúmeras transformações no mundo da época. Com a ênfase na dignidade da pessoa humana e na liberdade de consciência do indivíduo, o movimento da Reforma fortaleceu o ideal do Estado secular e contribuiu para mudanças nas artes, cultura, política, educação, economia e ciência, estabelecendo o nascimento do chamado mundo moderno. O crescimento da política regional, a fundação do sistema de educação pública, a elevação do status da mulher, a minoração do tráfico humano e da prostituição, o banimento da queima de hereges nas fogueiras, o desencorajamento do genocídio de deficientes e do sacrifício de crianças – lutas que persistem até hoje - foram conquistas da Reforma. Embora haja pouco reconhecimento da sociedade contemporânea sobre o legado protestante, os seus contributos estão aí; todos desfrutamos de suas conquistas humanitárias. Neste 31 de outubro, dia em que se comemora 505 anos deste evento que revolucionou o mundo, relembrar os seus feitos é imprescindível para que não se perca de vista os valores que norteiam a civilização ocidental. Rodolfo Capler é teólogo, autor de “Geração Selfie’ e pesquisador do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP