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BELÉM
2019
TATIANE MIRANDA RABELO
BELÉM
2019
TATIANE MIRANDA RABELO
Área de concentração:
Data da apresentação:
Resultado: ______________________
BANCA EXAMINADORA:
Prof.
Universidade Cidade de São Paulo ______________________________________
Prof.
Universidade Cidade de São Paulo ______________________________________
Aos meus amados pais e a Deus que é digno
de toda honra.
AGRADECIMENTOS
Albert Einstein
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RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 35 - Sobreposição....................................................................................................................... 38
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14
1.3 Questionamentos............................................................................................................... 14
2 CONCEITOS BÁSICOS..................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivo
Auxiliar o construtor na identificação descontinuidades em soldadas de maneira que
possa distinguir quando a descontinuidade se torna um defeito através de critérios de
aceitação normatizados, conhecer as principais causas e consequentemente usar esse
conhecimento como forma de prevenção.
1.2 Delimitações
Os critérios de aceitação e principais causas de descontinuidades serão apresentados
com enfoque nos processos de soldagem com eletrodo revestido e soldagem MIG/MAG.
1.3 Questionamentos
Quais as características das descontinuidades?
Como identifica-las?
Quais as principais causas e medidas de prevenção?
2 CONCEITOS BÁSICOS
2.1 Aço
Para Walter Pfeil 1984, Aço é uma liga de ferro e carbono com outros elementos
adicionais como silício, manganês, fósforo, enxofre, etc.
Chiaverini (1986), citado em Silva 2001, define como: “Liga de ferro-carbono
contendo geralmente entre 0,008% e 2,11% de carbono, além de certos elementos residuais,
resultantes do processo de fabricação.”
Valdir (2012) cita que os aços-carbono são aqueles que não contêm elementos de liga,
podendo ainda, ser divididos em baixo, médio e alto carbono, sendo os de baixo carbono (C ≤
0,30%), os mais adequados à construção civil. Destacam-se:
- ASTM-A36 - o aço mais utilizado na fabricação de perfis soldados (chapas com t ≥
4,57 mm), especificado pela American Society for Testing and Materials;
- NBR 6648/CG-26 - aço, especificado pela ABNT, utilizado na fabricação de perfis
soldados e que mais se assemelha ao anterior;
- ASTM A572/Gr50 - aço utilizado na fabricação de perfis laminados
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- NBR 7007/MR-250 - aço para fabricação de perfis laminados, que mais se assemelha
ao ASTM A-36;
- ASTM-A570 - o aço mais utilizado na fabricação de perfis formados a frio (chapas
com t ≤ 5,84 mm);
- NBR 6650/CF-26 - aço, especificado pela ABNT, utilizado na fabricação de perfis
estruturais formados a frio que mais se assemelha ao anterior.
Em seu estudo Valdir (2012) apresenta ainda os seguintes valores de resistência ao
escoamento (fy) e de resistência a ruptura (fu)
2.2 Ligações
De acordo com Ribeiro citado por Eduardo Castro (1999), ligações é o termo utilizado
para definir os detalhes construtivos que promovem a união de partes entre si, ou sua união
com elementos externos, normalmente as fundações. É um arranjo estrutural capaz de
transmitir esforços entre os elementos estruturais, esforços resultantes das reações da estrutura
com o peso próprio, sobrecarga e ações variáveis.
2.3 Solda
Conforme publicação do SENAI – ES em 1996, a solda pode ser definida como uma
união de peças metálicas, cujas superfícies se tornaram plásticas ou liquefeitas, por ação de
calor ou de pressão, ou mesmo de ambos. Poderá ou não ser empregado metal de adição para
se executar efetivamente a união.
Neris (2019) classifica os processos de soldagem conforme o quadro a seguir:
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Neste estudo vamos nos limitar aos processos com eletrodo revestido na soldagem
manual e MIG/MAG na soldagem semi-automática.
Segundo Castro (1999) este processo é o que pode apresentar o maior numero de
defeitos devido o processo ser geralmente manual, sendo de grande importância a habilidade
do soldador. Ressalta ainda, a importância da avaliação do inspetor devido a grande variedade
de metais que podem ser utilizados tanto como metais base como metais de adição, o que
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requer do inspetor uma grande familiaridade das especificações de cada uma dessas
combinações.
A publicação classifica esse tipo de soldagem como um processo muito flexível que
proporciona soldagens de qualidade com grande produtividade, principalmente quando
comparado com processos manuais como eletrodos revestidos.
2.3.3 Descontinuidade
2.3.4 Defeito
Defeito significa uma descontinuidade que, por sua natureza, tipo, dimensões,
localização ou efeito acumulado, torna a peça imprópria para uso por não satisfazer os
requisitos mínimos de aceitação da norma ou especificação aplicável. (Luca 2014).
Podemos definir descontinuidade como sendo uma interrupção das estruturas típicas
de uma junta soldada, no que se refere à homogeneidade de características físicas, mecânicas
ou metalúrgicas. De acordo com as exigências de qualidade da junta soldada, uma
descontinuidade pode ser considerada um defeito, exigindo ações corretivas. (Neris 2019)
3.1 Trincas
Classificadas como as mais graves das descontinuidades as trincas são produzidas pela
ruptura local do material e podem ocorrer durante o processo de soldagem, tratamento térmico
posterior, ou se a junta for submetida a um esforço variável, vibração excessiva, ou em
contato com um ambiente corrosivo durante o período inicial de trabalho (Castro, 1999).
Para Castro (1999) este tipo de descontinuidade ocorre quando o metal base, não
suportando tensões elevadas, geradas pela contração da solda, na direção da espessura, trinca-
se em forma de degraus situados em planos paralelos à direção de laminação e enfatiza que é
muito comum em juntas “T”, nas soldas de filete, onde temos uma chapa fina soldada sobre
outra mais grossa.
Neris classifica esse tipo de trinca como as localizada na cratera do cordão de solda,
podendo ser: longitudinal (a), transversal (b) ou em estrela (c).
Segundo Castro 1999, esse tipo de trinca se inicia na margem da solda, geralmente
localizada na zona afetada termicamente. É formado devido à fissuração a frio um
determinado tempo após a execução da solda, e não podem ser detectadas por uma inspeção
realizada imediatamente após a operação de soldagem. Ocorrem geralmente enquanto há
hidrogênio retido na solda.
Para Neris (2019) a trica na raiz se inicia na raiz da solda, podendo estar localizada: na
zona fundida (a); ou na zona termicamente afetada (b).
Este termo é usado para descrever partículas de óxido e outros sólidos não-metálicos
aprisionados entre passes de solda ou entre a solda e o metal de base. Em vários processos de
soldagem, uma escória é formada por materiais pouco solúveis no metal fundido e que tendem
a sobrenadar na superfície da poça de fusão devido à sua menor densidade. Uma manipulação
inadequada do eletrodo durante a soldagem pode fazer com que parte da escória escoe a frente
da poça de fusão aprisionando-a sob o cordão. Adicionalmente, na soldagem com vários
passes, parte da escória depositada com um passe pode ser inadequadamente removida e não
ser refundida pelo passe seguinte ficando aprisionada sob este passe. Diversos fatores podem
dificultar a remoção da escória, incluindo, a formação de um cordão irregular ou o uso de um
chanfro muito fechado. Este tipo de descontinuidade aparece, em geral, com uma forma
alongada em radiografias. Inclusões de escória podem agir como concentradores de tensão
favorecendo a iniciação de trincas (Luca 2014).
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Luca (2014) cita a inclusão de tungstênio que pode ocorrer na soldagem GTA W caso
o eletrodo toque a peça ou a poça de fusão, ocorrendo a transferência de partículas de
tungstênio para a solda.
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Formação de vazio não arredondado com a maior dimensão paralela ao eixo da solda,
podendo estar localizado na solda (a); ou na raiz da solda (b). Pode ser causado por excesso
de velocidade de soldagem (Neris 2019).
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3.6 Concavidade
Segundo Neris (2019) caracteriza-se pela reentrância na raiz da solda, podendo ser:
central, situada ao longo do centro de cordão (a); ou lateral, situada nas laterais do cordão (b).
Geralmente é causada por movimentação rápida do eletrodo.
Figura 17 - Concavidade
3.8 Mordedura
Figura 19 - Mordedura
Este termo refere-se à ausência de união por fusão entre passes adjacentes de solda ou
entre a solda e o metal de base. A falta de fusão é causada por um aquecimento inadequado do
material sendo soldado como resultado de uma manipulação inadequada do eletrodo, do uso
de uma energia de soldagem muito baixa, da soldagem em chanfros muito fechados ou,
mesmo, da falta de limpeza da junta. Esta descontinuidade é um concentrador de tensões
severo, podendo facilitar a iniciação de trincas, além de reduzir a seção efetiva da solda para
resistir a esforços mecânicos, Luca (2014).
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3.14 Embicamento
Figura 26 - Embicamento
A falta de penetração ocorre quando o metal de solda não atinge a raiz total das peças
soldadas, defeito delicado que deve ser evitado a todo custo, pois reduz a resistência da
ligação, além de propiciar o aparecimento de corrosão nesses locais. geralmente é causado por
baixa corrente de soldagem (amperagem), abertura excessiva da junta (raiz muito grande),
bitola de eletrodo muito grande para o tamanho do entalhe, arco muito longo e velocidade de
soldagem muito rápida (Jacob 2017).
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Para Neris 2019 trata-se de metal da zona fundida em excesso na raiz da solda.
3.17 Perfuração
Figura 29 - Perfuração
3.18 Porosidade
Luca (2014) cita que a porosidade é formada pela evolução de gases, na parte posterior
da poça de fusão, durante a solidificação da solda. Os poros têm usualmente um formato
esférico, embora poros alongados (porosidade vermiforme) possam ser formados, em geral,
associados com o hidrogênio. As principais causas operacionais da formação de porosidade
estão relacionadas com contaminações de sujeira, oxidação e umidade na superfície do metal
de base, de consumíveis de soldagem ou no equipamento de soldagem (como no sistema de
refrigeração e em roletes tracionadores de arames) ou por perturbações na proteção
(turbulência no gás proteção devido a uma vazão muito elevada ou a problemas no
equipamento ou por efeito de correntes de ar). Parâmetros inadequados de soldagem como
corrente excessiva e um arco muito longo podem, também, causar a formação de porosidade,
particularmente, na soldagem SMAW. Neste processo, estas condições favorecem a
degradação do revestimento ou o consumo excessivo de desoxidantes, propiciando a evolução
de CO na poça de fusão e a formação de porosidade. Quanto à sua distribuição na solda, a
porosidade pode ser dividida em: (a) uniformemente distribuída, (b) agrupada (associada, em
geral, com pontos de abertura ou de interrupção do arco) e (c) alinhada (que ocorre, em geral,
no passe de raiz).
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Figura 31 - Porosidade
Neris (2019) denomina como sendo o vazio alongado situado entre dendritas da zona
fundida.
Excesso de metal da zona fundida, localizado na face da solda. É causado por excesso
de material no acabamento (Neris 2019).
3.22 Respingos
Jacob (2017) cita como sendo um problema de ocorrência muito comum entre
soldadores iniciantes, pois ainda não dominam a sensibilidade da corrente (amperagem) da
máquina de solda. Se a amperagem estiver muito alta, podem aparecer pequenas esferas
chamadas respingos. A solução para esses casos então é abaixar a corrente até que se atinja o
ponto ideal de fusão do metal sem gerar respingos. Ele menciona também outros motivos para
a ocorrência dos respingos como: peça úmida ou enferrujada, eletrodo úmido, arco longo
demais, interferência magnética.
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Figura 34 - Respingos
3.23 Sobreposição
Figura 35 - Sobreposição
Figura 36 : Sobreposição
Com base nas principais normas citadas no trabalho de Neris 2019 temos os seguintes
critérios de aceitação de descontinuidades em solda:
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Samuel. Tipos de corte de peças metálicas; veja como escolher o mais
adequado. A voz da indústria 2019. Disponível em: https://avozdaindustria.com.br/gest-
o/tipos-de-corte-de-pe-met-licas-veja-como-escolher-o-mais-adequado
KOBE STEEL, Weld Imperfections and preventive measures. Livro publicado em 2015.
Disponível em: https://www.kobelco-welding.jp/portuguese/images/education-
center/pdf/Defect_5Ed.pdf