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Zé - Bom dia a todos, hoje eu e o meu colega Rui vamos falar um pouco

acerca do poema “Segue o teu destino” de Ricardo Reis.


Alguém consegue falar-nos algo que saibam em relação a Ricardo Reis
Rui – …

Zé - As suas primeiras obras foram publicadas em 1924, na revista


Athena, fundada por Fernando Pessoa. Mais tarde, entre 1927 e 1930,
foram publicadas oito odes na revista Presença, de Coimbra.
Zé - Ao longo de toda a poesia de Ricardo Reis, o sujeito poético usufrui
do uso ao Neoclassicismo, ou seja, precisão e rigor verbal com sintaxe
clássica latina, como é o exemplo das odes.
Rui - O Estoicismo … e à dor;

Zé – Ricardo Reis é um poeta clássico, de epicurismo triste, pois defende


o prazer do momento “carpe diem” como caminho para a felicidade
através da ataraxia, ou seja, conquista da felicidade com a ausência de
dor e com apenas uma certeza, a morte.
Rui – Paganismo…todas as coisas.

Zé - Sabias que foi Epicuro de Samos, um filósofo grego, que deu origem
ao epicurismo com o propósito de atingir uma felicidade caracterizada
pela ausência de dor, procurando na natureza os pilares para o seu
pensamento, o homem, que busca afastar-se da dor e aproximar-se do
prazer.
Rui – Epicuro…frustrações da vida.

Zé – Epicuro de Samos porque nasceu na ilha de Samos, uma ilha na


Grécia, localizada no leste do mar Egeu e separada da península da
Anatólia, na Turquia, pelo “Estreito de Mícala” com apenas 1 quilómetro
e 600 metros de largura
Rui - Demos início então à leitura analítica do poema…;
Rui: 1º/3º/5º estrofes
Zé: 2º/4º estrofes

Zé - Escrito em 1916 por Ricardo Reis, este poema retrata a situação


diária em que o ser humano questiona-se sobre o significado da vida
estando presente uma consciência do “eu” em que existe um destino
superior ao Homem manipulado pelos Deuses.
Rui - Esta composição…“carpe diem”.

Zé - Na estrutura externa podemos ver a existência de 5 estrofes, todas


quintilhas (5 versos); ausência de rima, ou seja, versos soltos,
normalmente curtos; e métrica irregular

Rui - presença de um tom…determinantes possessivos (“teu destino”, “tuas plantas”)

Zé - Na estrutura interna da primeira estrofe, o sujeito poético,


preocupado com o “tu”, compara o destino à vida e a todos os dias desta
e convida-nos a cuidar do nosso "jardim" interior, ou seja, a “Regar as
plantas” que está aqui como incentivo a amar a vida e tudo o que esta
nos oferece, até porque regar as plantas da vida é o propósito de quem
procura a felicidade, razão pela qual escolhemos esta imagem de plantas
a serem regadas. Nos últimos dois versos, “a sombra de árvores alheias.”
representa tudo o que é alheio à nossa vida como perguntas, problemas,
sofrimento… É também importante salientar que até podemos ver nesta
primeira quintilha a presença de Alberto Caeiro em “plantas”, “rosas” e
“árvores”, ou seja, do heterónimo bucólico da natureza, dado que
Ricardo Reis é o seu discípulo pelo paganismo.
Rui - Numa segunda estrofe…um estado de espírito do sujeito poético preocupado.

Zé - Na terceira quintilha podemos ver que quando o “eu” lírico nos diz
“Suave é viver só” e “Viver simplesmente” está a convencer-nos, a nós
leitores, a vivermos de forma mais simples e suave, sem dificuldades,
esquecendo coisas que não são consideradas importantes e sem
qualquer relevância, buscando uma satisfação em nós mesmos. “Deixa a
dor nas aras” significa esquecer toda a dor e viver consoante o nosso
destino, motivo pelo qual decidimos colocar esta imagem onde está
representado um homem no meio de silvas, ou seja, está a viver
consoante o destino, na mão da natureza, esquecendo até mesmo a dor
de ser “aleijado” pelas silvas.

Rui - Nesta estrofe…teoricamente impossível.


Zé - Por último, na quinta estrofe está aqui presente o paganismo e ao
referir “Imita o Olimpo/No teu coração” o sujeito poético, preocupado,
apela a que sejamos os nossos próprios deuses, donos dos nossos
próprios sentimentos e vontades, sem nos preocuparmos com o porquê
das coisas, só aceitar e acreditar que a vida vai melhorar e, assim,
alcançarmos a suposta felicidade. Ao referir “Os deuses são deuses
Porque não se pensam” o “eu” lírico indica-nos que os deuses são
superiores a nós, pois, contrariamente a nós, estes não se questionam
sobre a sua razão de ser, levando-nos a um inquietude e frustração, visto
não existir resposta para a nossa existência, sendo por essa mesma razão
uma metáfora. (Alguém consegue relacionar o que acabei de dizer á
imagem aqui colocada?) Ou seja, Zeus, pai de todos os deuses, está
sentado no seu trono como forma de se mostrar superior a qualquer
coisa ou a alguém e tal como disse á pouco, o sujeito poético refere
neste poema que os deuses são superiores à nossa espécie humana.

Zé - Para concluir, podemos ver que Ricardo Reis define este poema
como sendo uma seta. Indica-nos que uma menor procura de
conhecimentos leva a um menor sofrimento e que, consequentemente,
leva-nos a uma maior felicidade, tranquila e sem perturbações, ou seja,
através da ataraxia (desenhar seta no quadro).

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