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ORIENTADOR:
MARCELO AUGUSTO DOS SANTOS – 1º Ten
Cuiabá
2021
EDGAR MIQUELITO JÚNIOR – ST
GRUPO C
AVALIADO POR:
______________________________
2º Ten FLÁVIO BRAGA DE LIMA
Professor da Disciplina de Metodologia de Pesquisa Científica
______________________________________
1º Ten MARCELO AUGUSTO DOS SANTOS
Tutor: Grupo C
Cuiabá
2021
RESUMO
1. INTRODUÇÃO .………………………………………………………….…………………………………………… 8
5. CONCLUSÃO …………………….………………………………………..…………………….…………………… 29
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
“Descrevem as ações quando uma parte do corpo toca ou brinca com outra
parte do corpo. Ou pode ser que alguém mexa em um objeto como uma caneta,
botão, fios de cabelo ou joias. Isso pode ser devido ao relaxamento ou
nervosismo e é de uso limitado na análise do comportamento, a menos que
vejamos aumentos e diminuições que não podem ser explicados pela Narrativa,
Linha de Base ou Contexto”.
O mentiroso, por conhecer a verdade, ante o fato de ter que omiti-la, alterá-la ou
fabricar mentiras ao seu redor, sente alta carga cognitiva para lidar ao mesmo tempo com a
omissão da verdade, com o processo gerador da mentira e suas próprias emoções. Esse
aumento significativo na cognição permite que vazamentos inconscientes e involuntários da
verdade surjam em sinais não verbais (clusters) e incongruentes com o contexto, como
negações com a cabeça, auto-toques, movimentos de ombros (shrug), expressões faciais fora
de contexto, pela tentativa de supressão ou repressão das emoções experienciadas.
sistema límbico. Em 1937, em seus estudos o cientista James Papez relacionou as estruturas
do sistema nervoso central e as emoções ao perceber que essas estruturas eram conectadas
entre si formando um circuito fechado, conhecido como o Circuito de Papez (vide Ilustração
2.2.1, Apêndice C, p. 3). Conforme Favacho, Elma (2015), posteriormente o Circuito de
Papez foi reformulado, relacionando-se com a memória emocional enquanto outras estruturas
foram mais relacionadas as emoções como o tálamo que integra os sistemas sensorial e
motor, o hipotálamo que regula funções como sono, libido, apetite e temperatura corporal, o
hipocampo que é responsável pelo armazenamento da memória, o giro do cíngulo
responsável pelos controles visual, auditivo e alterações emocionais, o córtex pré-frontal que
mesmo não fazendo parte do sistema límbico possui conexões que estão diretamente ligadas a
amígdala e ao tálamo e a amígdala responsável pela percepção semiconsciente, padronização
de comportamentos apropriados a ocasião, relacionada a memória emocional e aos estados
emocionais do medo consoantes a resposta de “congelar”, “fugir” ou “lutar”, cumprindo o
papel principal na função límbica (vide Ilustração 2.2.2 e Ilustração 2.2.3, Apêndice C, p. 3).
Conforme Lansley, Cliff (2017, p. 40), foi estabelecida a Regra 3-2-7 de detecção
de conduta dissimulativa. Pela Regra 3-2-7 deve haver a ocorrência de pelo menos 3 (três)
pontos de interesse, em até 2 (dois) canais de comunicação diferentes, dentro do tempo
máximo de 7 (sete) segundos após um estímulo emocional para que se possa considerar uma
possível incongruência, sugestiva de conduta dissimulativa do entrevistado, conforme o
contexto.
possui sincronia de movimento, com toda a musculatura de sua prototipagem sendo acionada
ao mesmo tempo.
execução e falta de sincronia do gesto com a fala (direção apontada diverge do olhar ou há
atraso narrativo) nos gestos ilustradores, incongruentes com a narrativa e a linha de base.
O encéfalo, uma das estruturas mais complexas que existem, segundo esse
princípio, se forma através de dois processos distintos, a filogênese caracterizada pelo termo
que define as hipóteses para a evolução humana, comum a todo indivíduo e a ontogênese
caracterizada pelo processo biológico de desenvolvimento do individuo. Todas as pessoas
possuem vieses, os quais são responsáveis por suas decisões. Vieses não tem relação com
valores morais mas são impressos como se fossem, podendo determinar julgamentos acerca
de um fato, onde o que se observa acaba por ser contaminado pela opinião pessoal. Percebe-se
neste contexto, existir um fato concreto, passível de variadas perspectivas segundo as opiniões
enviesadas de cada observador.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.2. DA DISCUSSÃO
Ambos os métodos científicos, vistos separadamente, se mostraram conclusivos
em detecção das emoções e consequentemente, na mentira quando o que é narrado não
corresponde com os sinais emocionais vazados. Vistos pela perspectiva do trabalho em
conjunto, onde os conceitos do FACS e do SCAnR são mesclados, evidencia-se que podemos
chegar a uma taxa de acurácia em análise da emoção e da credibilidade maior do que 90%,
com o respectivo estudo e treinamento em FACS e SCAnR, efetivamente auxiliando o
entrevistador em seu parecer sobre o que o candidato realmente disse, além de sua expressão
verbal.
5. CONCLUSÃO
Pretendeu-se com este trabalho apresentar de forma sintética e objetiva a
relevância dos preceitos da linguagem corporal emocional, estruturados nas metodologias do
Sistema FACS e do Protocolo SCAnR, com fulcro na disseminação de conhecimento
científico, como método e meios necessários ao trabalho do entrevistador na observação,
análise e detecção de indícios de conduta dissimulativa, quando houver, em candidatos a
incorporação e admissão as fileiras do Exército Brasileiro, por ocasião das entrevistas nas
Comissões de Seleção de pessoal. Nesse ínterim, optou-se pela descrição sucinta da ampla
literatura científica existente, no condão de gerar o interesse ao assunto pelo público interno
na pesquisa, no aprimoramento pessoal e profissional e no desenvolvimento das habilidades
correlatas. Todo o referencial teórico em conjunto com a pesquisa de campo realizada atingiu
os objetivos propostos, cujo resultado obtido satisfaz os requisitos de objetividade, porém o
trabalho se mostrou extenso pelo porte necessário a abordagem de todos assuntos aos quais se
objetivou atingir.
O trabalho por si só não habilita o leitor a detectar conduta dissimulativa,
constituindo-se como material auxiliar, fazendo-se necessário amplo estudo da literatura e
treinamento prático que pode ser desenvolvido pela análise de trechos de vídeos com
conteúdo previamente conhecido pela mídia (exemplo: entrevistas do caso Nardoni) e
discussão em grupos de estudo sobre quais pistas da paralinguagem são encontradas, para que
se atinja um nível mínimo de 80% a 90% de acurácia e assertividade em detecção de conduta
dissimulativa. Este trabalho também não pretende extinguir a temática pois a ciência humana,
cuja evolução é constante, progride dia-a-dia, se revolucionando e se complementando.
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ESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADA
CURSO DE HABILITAÇÃO AO QUADRO AUXILIAR DE OFICIAIS
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Published by Research Nexus division of Network Information Research Corporation, Salt
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A B C D E
Tabela 2.3 – Relação entre a Escala de Evidência e Pontuações de Intensidade
Fonte: Facial Action Coding System. The Manual. Ekman, & Friesen & Hager, (2002).
Ilustração 2.3.2 – Macro expressão de raiva. Fonte: Anatomy of Facial Expression. Uldiz Zarins (2017).
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Obs: A emoção Medo pode influenciar o V1 tanto em aumentar o volume da voz quanto em diminuí-la
(perder a voz).
Tabela 2.4.1 – Escala de Mensuração de Volume Vocal (V1)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Malar, João Pedro. Uma Palavra que Buscamos Evitar. Jornalismo Júnior, 2019. Disponível
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em: 23 Dez 2020.
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1. Apresentação
estes entrevistadores erraram 54% de seus diagnósticos, não conseguindo identificar metade
das mentiras contadas no experimento.
Em comparação, entrevistadores treinados em FACS e SCAnR atingem média de
mais de 90% de assertividade, chegando a 96% (Paul Ekman), sendo efetivamente mais
precisos do que aparelhos destinados a detecção de conduta dissimulativa como o polígrafo,
que possui índice de assertividade máxima de até 86%. A discrepância de resultados obtidos
pelo técnico treinado em FACS e SCAn-R e o polígrafo ocorre porque o aparelho tende a
gerar falsos positivos, por não diferenciar sinais reais de dissimulação de possíveis alterações
psicofisiológicas ocasionadas por desconfortos fisiológicos, emoções como raiva e medo que
geram sensações como excitação e estresse, congruentes com o contexto por também serem
plausíveis de ocorrer em relatos verdadeiros, induzindo ao erro de diagnóstico.
Tecnicamente o polígrafo, pela definição de Alcântara (2015) é:
“O polígrafo, aparelho também conhecido como detector de mentiras é
composto por um conjunto de sensores que medem o ritmo da respiração, a
pressão sanguínea, os batimentos cardíacos e o suor na ponta dos dedos da
pessoa examinada. Seu funcionamento se baseia na teoria de que essas reações
do organismo se alteram quando se mente. Um teste de polígrafo também é
conhecido como um exame de detecção psicofisiológica de fraude”.
Alcântara, Jesseir C. – Juiz de Direito e Professor
Disponível em: Detector de mentiras vale como prova ? | Policia Civil do Estado
de GoiásPolicia Civil do Estado de Goiás .
As figuras 1.1, 1.2, 1.3, 1.4, 1.5, 1.6, 1.7, 1.8, 1.9 e 1.10 abaixo discriminam as
questões da pesquisa e seus respectivos percentuais de acerto:
Figura 1.1 – Percentual de acertos na Questão 1 Figura 1.2 – Percentual de acertos na Questão 2
Figura 1.3 – Percentual de acertos na Questão 3 Figura 1.4 – Percentual de acertos na Questão 4
5
Figura 1.5 – Percentual de acertos na Questão 5 Figura 1.6 – Percentual de acertos na Questão 6
Figura 1.7 – Percentual de acertos na Questão 7 Figura 1.8 – Percentual de acertos na Questão 8
Figura 1.9 – Percentual de acertos na Questão 9 Figura 1.10 – Percentual de acertos na Questão 10
Figura 4.3.1: Entendimento do assunto abordado Figura 4.3.2: Dificuldade de resolução das questões
Figura 4.3.4: Grau de interesse pessoal no assunto Figura 4.3.5: Grau de interesse pessoal no assunto
Figura 4.3.6: Estudos científicos realizados Figura 4.3.7: Interesse por novas perspectivas de interação
6. Conclusões da Pesquisa
Em resumo, a pesquisa se mostrou coerente com outras do mesmo tema
anteriormente apresentadas pelos artigos científicos citados, quanto a seu grau de dificuldade
em relação ao público-alvo (voluntários sem treinamento em FACS e SCAnR), quanto a
objetividade e aos resultados obtidos. A pesquisa de opinião demonstrou alto grau de
aceitação e interesse pelo tema por parte das pessoas que realizaram a pesquisa pela
relevância que o assunto encerra, demonstrado respectivamente nos gráficos das Figuras 1.14
e 1.15, onde 99% das pessoas demonstraram interesse pessoal em aprofundar conhecimentos
no tema e 87% das pessoas se sentiram incentivadas a estudar o tema pela forma como o
assunto foi abordado na pesquisa. Através do gráfico da Figura 1.17, 92% dos participantes
consideraram a relevância e o interesse por novas perspectivas nas interações com as outras
pessoas, pelo conhecimento de técnicas para melhor interpretação de sinais verbais e não
verbais no cotidiano.
Observa-se também a relação inversa entre o índice de entendimento do assunto e
sua aplicabilidade, o primeiro demonstrado no gráfico da Figura 1.12, onde 94% das pessoas
julgaram fácil o entendimento dos conceitos apresentados e a segunda, demonstrada no
gráfico da Figura 1.13, onde 60% das pessoas encontraram dificuldades em aplicar os
conceitos na prática, denotando que a falta de métodos de aplicação do conhecimento e a falta
de prática podem facilmente induzir a um erro de diagnóstico preciso, evidenciado na média
de pontuação geral da pesquisa onde 73% das pessoas (todas sem treinamento em FACS e
SCAnR) obtiveram de 1 (um) até 5 (cinco) pontos marcados, conforme o gráfico da Figura 1.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alcântara, Jessier C., - Detector de mentiras vale como prova?; Polícia Civil do Estado de
Goiás. Disponível em: Detector de mentiras vale como prova ? | Policia Civil do Estado de
GoiásPolicia Civil do Estado de Goiás . Acesso em 12 Nov 2020.
DePaulo, Bella M.; Bond, Charles F. Jr; Accuracy of Deceptions Judgments. Personality and
Social Psychology Review, (2006, p.214-234).
Ekman, Paul; O’Sullivan, M.; Frank M. G.; A Few Can Catch A Liar, American
Psychological Society, v. 10, n. 3, p. 265-Table 2. May. 1999.
Ekman, Paul et al., What the Face Revels; Oxford University Press, 2005.