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NOME: Tatiany Bartolomeu da Silva

CONTO: UM GÊNERO POPULAR


Os contos são narrativas concentradas e, por isso, geralmente
breves. Visando provocar determinado impacto ao leitor, o
contista destaca apenas o que é essencial para criar esse efeito.
Desse modo, a descrição dos personagens e as referências ao
espaço e ao tempo são reduzidas ao indispensável. No conto, a
narrativa traz um único tema central, sem apresentar tramas
paralelas.
Em geral, o conto apresenta uma situação inicial, que é
desestabilizada por um conflito, e a narrativa se dedicará a
contar o desenvolvimento disso e a sua solução, passando por
um momento de tenção máxima.
O modo de apresentar as ações particulariza o conto. Nele, os
elementos narrativos podem ser omitidos ou resumidos se não
estiverem diretamente relacionados ao efeito único e intenso
que se deseja reproduzir no leitor.
Algo interessante de destacar é que existe uma discussão sobre
o que seria um conto e qual seria sua estrutura. Muitos
estudiosos, entre eles vários contistas, procuram responder a
essa questão, sem sucesso.
Para que se tenha melhor entendimento do que é conto,
passarei a seguir informações de como escrever um conto:
 1- Escreva uma situação inicial considerando as
informações essenciais para que o leitor contextualize a
narrativa no tempo e no espaço. Forneça lhe dados que o
permita criar em sua imaginação uma imagem dos
personagens.
 2- Na sequência da narrativa, inicie a complicações
mostrando o desequilíbrio da situação inicial. Procure
incluir falas dos personagens em discurso direto, indireto
ou indireto livre para obter uma contraposição entre
pontos de vista.
 3- Faça com que o desenvolvimento crie uma expectativa
no leitor. A tenção deve ser crescente até o clímax, seu
ponto máximo. Alterne o tempo cronológico e o psicológico
pois pode contribuir para que o conflito pareça mais denso.
 4- Produza um desfecho, que resolva coerentemente o
conflito.
 5- E por último, dê um título ao conto.
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Eis um exemplo de conto abaixo, perceba a utilização dos
pontos na criação de um conto citados acima:

Curso Superior (Marcelino Freire)

O meu medo é entrar na faculdade e tirar zero eu que


nunca fui bom de matemática fraco no inglês eu que nunca
gostei de química geografia e português o que é que eu
faço agora hein mãe não sei.
O meu medo é o preconceito e o professor ficar me
perguntando o tempo inteiro por que eu não passei por que
eu não passei porque eu não passei porque fiquei olhando
aquela loira gostosa o que é que eu faço se ela me der bola
hein mãe não sei.
O meu medo é a loira gostosa ficar grávida e eu não sei
como a senhora vai receber a loira gostosa lá em casa se a
senhora disse um dia que eu devia olhar bem para a minha
cara antes de chegar aqui com uma namorada hein mãe
não sei.
O meu medo também é do pai da loira gostosa e da mãe da
loira gostosa e do irmão da loira gostosa no dia em que a
loira gostosa me apresentar para a família como o homem
da sua vida será que é verdade será que isso é felicidade
hein mãe não sei.
O meu medo é a situação piorar e eu não conseguir
arranjar emprego nem de faxineiro nem de porteiro nem de
ajudante de pedreiro e o pessoal dizer que o governo já fez
o que pôde já pôde o que fez já deu a sua cota de
participação hein mãe não sei.

Uma coisa interessante de se articular é que no conto


acima, Marcelino Freire apresenta o tema de modo
inovador: nele, um estudante negro revela as questões que
o atingem quando o acesso ao curso superior se torna mais
próximo. O autor acaba optando por reduzir ao mínimo a
apresentação da ação – a rigor, nada acontece. Entretanto,
o conflito está posto e o desenvolvimento destacará as
inquietações crescentes do narrador-personagem,
confessadas no diálogo virtual com sua mãe. Cruzando as
características da narrativa com outras emprestadas do
gênero dramático e do lírico, Marcelino amplia as
possibilidades de seu conto.
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E por fim, como outros gêneros da ficção, o conto produziu
subgêneros: contos de terror, de amor, de humor, de ficção
científica, contos policiais, eróticos, psicológicos,
fantásticos e outros. Eles mantêm as características gerais
do gênero, mas desenvolveu em algumas delas com certeza
especificidades.
Fontes:
Páginas 209, 210, 211 e 220 do livro “Se liga na língua Literatura
Produção de texto Linguagem” capítulo 15

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