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O Conto, como o próprio nome já diz, é o ato de contar uma história, ou seja, narrar, em prosa,

uma pequena história com poucos personagens. Ao escrever, é necessário manter a concisão,
a precisão e a profundidade. O conto não pode ser uma simples narrativa, é preciso que o final
seja forte, produzindo uma euforia, uma excitação no leitor. Portanto, uma história curta e
emocionante, com um final que surpreenda o leitor.

A Crônica, por outro lado, utiliza-se de acontecimentos diários para compor a narrativa. O
Cronista acrescenta, aos fatos reais de sua narrativa, pitadas de ficção e fantasias, podendo,
em certos textos, acrescentar a crítica como ponto mais alto do texto.

Portanto, o Conto, por envolver um lado mais emocional, torna-se mais abstrato que a crônica,
na qual, os fatos e críticas são a sua maior expressão. No entanto, não pense que o Conto seja
pura fantasia, pois, é através dos fatos reais que o contista desenvolverá suas narrativas, mas
sem estar preso a elas. 😉

Bom, agora que já sabemos a diferença entre Contos e Crônicas, vamos às dicas de como
escrever um Conto.

8 Dicas para escrever um Conto

1. Escolha uma situação

A situação não precisa ser uma história completa, basta ser um acontecimento, como, por
exemplo: uma bola no telhado, uma batida de carro, uma pessoa acordando após um sonho.
Enfim, um momento no tempo; uma pintura. Esse será o início do teu conto, ou seja, a
narrativa começará a partir daquele evento.

2. Apresente o evento
Essa é uma das partes que eu mais gosto. É nesse momento que você começará a sair da
realidade para ficção, ou seja, é neste ponto que sua narrativa deixa de lado os fatos reais para
entrar numa realidade totalmente diferente do evento observado, onde ganhará um
personagem e um ambiente. Nesse momento, portanto, é a hora que você pode tudo!

2.1 Descreva o evento

A descrição ajuda tanto o leitor quanto o escritor. É através dela que você poderá dividir o
mesmo ambiente com o personagem e o leitor; é aquele momento mágico onde a tua
imaginação ganha asas e cria um mundo totalmente novo e inesperado. Assim, se o seu
momento for, por exemplo, uma batida de carro, descreva a batida e introduza o teu
personagem na situação.

Você pode querer ser detalhista, descrevendo os cacos de vidros, a gritaria, as sirenes das
ambulâncias, o alvoroço formado… Enfim, permitir que o leitor entre na tua imaginação.
Porém, não perca muitas linhas com isso; descreva o ambiente para que o seu leitor possa
entrar na história como um observador. Se a descrição for muito longa, pode ser que seu leitor
acabe desistindo da leitura antes do grande final.

2.2 Não descreva o evento

Apesar de gostar muito da descrição, para se iniciar o conto não é necessário o uso da
descrição. Utilize o evento somente para dar início à narrativa, deixando, caso queira, a
descrição para uma outra situação.

Assim, imagine que a batida ocorreu diante de uma barbearia e que o seu personagem
principal é o barbeiro ou o cliente que aguardava sua vez. Daí, devido à batida, o personagem
principal, ao sair para ver o que havia acontecido, não percebeu que seu celular havia caído
atrás do banco onde estava sentado. Então, por exemplo, seu conto poderia começar da
seguinte forma: Cláudio não teria como imaginar que aquela batida seria o início de um
péssimo dia…

3. Fuja do óbvio
Normalmente, sempre imaginamos o óbvio. Acredito que, ao ler o exemplo da batida, você
imaginou que o personagem principal seria um dos envolvidos no acidente, estou certo? Se
acertei, não se preocupe, isso é normal, aliás, esse exemplo foi proposital, justamente para
explicar esta terceira dica.

O evento só serve para iniciar a narrativa, pouco importa se o seu personagem é, ou não, um
dos envolvidos, o importante é que você não fique preso ao que 90% das pessoas pensariam.
Veja que a batida somente serviu para dar início ao exemplo, pois, o personagem não estava
envolvido diretamente com o evento. Aliás, uma batida de carro pode dar início a vários
contos! A quantidade de pessoas envolvidas indiretamente com a batida, dependendo da
cidade, pode chegar a mais 30. Portanto, não se deixe enganar pelo óbvio, lembre-se: o
momento da apresentação do evento é o mais interessante e divertido, onde TUDO pode
acontecer.

4. Desenvolvimento da narrativa

Agora que você já apresentou seu personagem, já situou ele no tempo e no espaço, vem a
parte que mais exige da sua imaginação, ou seja, a criação da narrativa, propriamente dita.
Nessa parte você deverá narrar os acontecimentos posteriores à situação inicial; portanto,
Cláudio (personagem de nosso exemplo) voltará para a barbearia, cortará o cabelo e seguirá a
sua vida, cuja narrativa caberá a você.

Ao dizer que a batida de carro seria o início de um péssimo dia, você já deixou o leitor curioso,
logo, os acontecimentos posteriores terão que caminhar para justificar o motivo da
curiosidade, isto é, o péssimo dia. Mantenha sempre a concisão e a precisão na narrativa. Por
exemplo, se o “péssimo dia” foi causado pela batida, Cláudio, ao esquecer o celular na
barbearia, não recebeu as ligações de sua esposa, uma mulher extremamente ciumenta, que
acabará sofrendo um acidente de carro porque teve uma crise de ciúmes quando não
conseguiu conversar com seu marido.

Veja que este poderia ser o final da sua narrativa, um final que seu leitor não imaginará com
tanta facilidade, pois, sendo uma mulher ciumenta, o óbvio seria a morte de algum
personagem. Logo, tendo nas mãos a cartada final, você deve conduzir o leitor durante todo o
trajeto até que, finalmente, ele chegue ao fatídico momento.

5. Use diálogos
Os diálogos são essenciais para apresentar o personagem. Com ele, você pode abusar de erros
gramaticais, caso queira demonstrar que o seu personagem não possui uma educação elevada;
pode demonstrar que o seu personagem é mais introspectivo, mais extrovertido, mais
brincalhão… Enfim, é uma forma de ajudar na elaboração do personagem, deixando a cargo do
leitor a criação psicológica do personagem, por exemplo. Você pode evitar a descrição direta
do personagem através dos diálogos. Portanto, não subestime os diálogos, eles são excelentes
ferramentas para quebrar a ligação entre o narrador e o personagem.

6. Anote suas ideias

Muitos acreditam que são inspirados por Deus e, portanto, não precisam de mais nada além
de um simples papel e caneta. Não acredite nisso! Apesar de existirem, esses casos são raros.
O trabalho de um escritor é 99% de pesquisa e 5% de inspiração, como diz o dito popular. Por
mais simples que possa parecer, escolher uma situação não garante a continuidade do conto,
causando-nos o tão preocupante “bloqueio mental” e suas consequências.

O maior problema ao escrever um Conto não está no início, nem no desenvolvimento, mas no
final, pois, se ele tem que surpreender de alguma forma o leitor, encontrar essa surpresa
poderá demorar bastante, causando desconforto ao escritor que, misturado com o bloqueio
causado pela insegurança, impedirá o desenvolvimento da história. Portanto, uma forma de
evitar essas “travadas” é manter as suas ideias sempre anotadas, mesmo as mais absurdas.
Um caderno cheio de ideias são práticos na hora de finalizar o conto, pois, muitas vezes, o final
de um determinado conto pode estar no começo de outro e vice-versa. Então, não deixe de
anotá-las! Além do mais, pode ser que outros contos estejam prontos para surgirem dessas
anotações. 😉

7. O Final

O final de um Conto deve trazer uma euforia, uma excitação. Não precisa ser rebuscado, basta
ser inesperado, algo que o leitor não estava esperando ou, pelo menos, que não fosse tão
óbvio, como, por exemplo, o final do nosso exemplo, onde a esposa de Claudio morre em um
acidente de carro, aliás, um final com a mesma situação que gerou toda a história. Essa
estrutura cativa o leitor, deixando ele pensativo e ávido para deixar seu comentário.
O Conto, como já dito, é o ato de narrar uma pequena história com poucos personagens,
mantendo sempre a concisão, a precisão e a profundidade. Por outro lado, a Crônica – do
grego chronos (tempo) – utiliza-se de acontecimentos diários para compor a narrativa. Marina
Cabral, especialista em Língua Portuguesa e Literatura, classifica a crônica da seguinte
maneira: lírica, humorística, crônica-ensaio, filosófica e jornalistica.

Lírica: o autor relata com nostalgia e sentimentalismo;

Humorística: o autor faz graça com o cotidiano;

Crônica-ensaio: o cronista, ironicamente, tece uma crítica ao que acontece nas relações sociais
e de poder;

Filosófica: o autor faz uma reflexão de um fato ou evento;

Jornalística: o autor apresenta aspectos particulares de notícias ou fatos; pode ser policial,
esportiva, política etc.

Ou seja, a crônica trata de um registro de fatos do cotidiano, onde o autor carregará esses
acontecimentos com uma carga pessoal, mostrando sua visão sobre aquele período de tempo.

6 Dicas para Escrever uma Crônica

1. A Escolha do Fato

Já que estamos trabalhando com a crônica, escolher um fato cotidiano e, de preferência, atual,
é de extrema importância. Esse fato pode ser escolhido em jornais, situações que você mesmo
tenha vivido ou presenciado, aliás, pode até ter acontecido com você.

O importante aqui, além de ser um fato cotidiano, é ter uma opinião formada sobre aquilo que
aconteceu, pois, assim, você poderá partir para qualquer uma das classificações fornecidas.

2. Personagens?
Por se tratar de um fato cotidiano, a crônica não exige a presença de personagens, exatamente
por levar ao leitor um ponto de vista do autor, a crônica, muitas vezes, perde essa concepção
de pessoa, tempo e espaço, sendo possível a sua leitura muito depois do fato ter acontecido.

Assim, ao escolher a crônica como um meio para expressão sua opinião, busque fugir de
personagens, foque nos acontecimentos e generalize as atitudes, caso seja esse o teu objetivo.

3. Evite Fantasiar

A crônica não é um conto. Portanto, nada de imaginar histórias que fogem ao fato escolhido.
Mantenha os pés no chão. Fantasiar é permitido, desde que você mantenha o fato em
destaque, utilizando a sua experiência para criar essa fantasia. Mas lembre-se: o fato é o
centro do texto, não a fantasia.

4. Sua opinião é importante

Na classificação fornecida por Mariana Cabral, vê-se que a crônica é focada na experiência e na
posição crítica do autor. Ou seja, é utilizar o fato para expressar sua opinião sobre o assunto.
Porém, evite fatos muito polêmicos, pois, ao invés de criar uma crônica, você poderá criar uma
crítica e gerar mais discussão do que reflexão.

5. Tamanho da Crônica

Esse é um grande problema. Por utilizar um fato cotidiano, a crônica tende a ser mais rápida e
curta, pois acaba utilizando os conhecimentos do leitor para completar o texto. Assim, não
exagerem nas descrições, argumentações e floreados. Seja direto, principalmente nos dias de
hoje, onde textos muito longos tendem a não atrair muitos leitores. No entanto, tudo
dependerá do seu público alvo.

Portanto, saiba para quem você está escrevendo e mantenha sempre a ideia de revisar o texto
e retirar passagens que não agreguem qualidade ao texto.

6. Terminei, e agora?

Agora que você já escolheu o fato, deu a sua opinião e manteve a crônica num tamanho
razoável, chegou a hora mais importante: Ler, reler e ler de novo.
Muitas vezes, ao escrevermos um texto, achamos que ele é uma obra de arte e queremos, o
mais rápido possível, passá-lo para os outros. Porém, no calor do momento, podemos deixar
alguma frase solta, erros de português e ideias desnecessárias. Logo, aqui que entrará a
revisão do texto, uma das partes mais importantes.

Deixe de lado o orgulho e faça as revisões necessárias, pois, por mais que você seja um
excelente escritor, você ainda pertence à raça humana e, como todos nós sabemos, errar faz
parte. Assim, revise e lembre-se que você pode sair perdendo sem essa última e preciosa dica.
😉

Crônica e tipos de crônica

Uma crônica é uma narração, segundo a ordem temporal. O termo é atribuído, por exemplo,
aos noticiários dos jornais, comentários literários ou científicos, que preenchem
periodicamente as páginas de um jornal.

Crônica é um gênero literário produzido essencialmente para ser veiculado na imprensa, seja
nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal. Quer dizer, ela é feita com uma
finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual
e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma
familiaridade entre o escritor e aqueles que o lêem.

A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Assim o fato de
ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas
outras nas próximas edições.

Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter,


o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto,
há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos
diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção e
fantasia, elementos que o texto essencialmente informativo não contém. Com base nisso,
pode-se dizer que a crônica situa-se entre o Jornalismo e a Literatura, e o cronista pode ser
considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia.

A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o
próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma
visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu
estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao
leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de
compreender os acontecimentos que o cercam. Geralmente, as crônicas apresentam
linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui
também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz
daquele que lê.

Em resumo, podemos determinar cinco pontos:


Narração histórica pela ordem do tempo em que se deram os fatos.

Seção ou artigo especial sobre literatura, assuntos científicos, esporte etc., em jornal ou outro
periódico.

Pequeno conto baseado em algo do cotidiano.

Normalmente possui uma crítica indireta.

Muitas vezes a crônica vem escrita em tom humorístico.

Tipos de Crônica

Crónica Descritiva

Ocorre quando uma crônica explora a caracterização de seres animados e inanimados em um


espaço, viva como uma pintura, precisa como uma fotografia ou dinâmica como um filme
publicado.

Crônica Narrativa

Tem por eixo uma história, o que a aproxima do conto. Pode ser narrado tanto na 1ª quanto na
3ª pessoa do singular. Texto lírico (poético, mesmo em prosa). Comprometido com fatos
cotidianos ("banais", comuns).

Crônica Dissertativa

Opinião explícita, com argumentos mais "sentimentalistas" do que "racionais" (em vez de
"segundo o IBGE a mortalidade infantil aumenta no Brasil", seria "vejo mais uma vez esses
pequenos seres não alimentarem sequer o corpo"). Exposto tanto na 1ª pessoa do singular
quanto na do plural.

Crônica Narrativo-Descritiva

É quando uma crônica explora a caracterização de seres, descrevendo-os. E, ao mesmo tempo


mostra fatos cotidianos ("banais", comuns) no qual pode ser narrado em 1ª ou na 3ª pessoa do
singular.

Crônica Humorística
Apresenta uma visão irônica ou cômica dos fatos apresentados.

Crônica Lírica

Linguagem poética e metafórica. Expressa o estado do espírito, as emoções do cronista diante


de um fato de uma pessoa ou fenômeno.No geral as emoções do escritor.

Crônica Poética

Apresenta versos poéticos em forma de crônica.

Crônica Jornalística

Apresentação de aspectos particulares de noticias ou fatos. Pode ser policial, esportiva, etc.

Crônica Histórica

Baseada em fatos reais, ou fatos históricos.

arço de 2010

Diferença entre Crônica e Conto

Crônica X Conto

Semana passada, duas alunas (de escolas diferentes, diga-se de passagem!) questionaram-me
sobre a diferença entre crônica e conto.

Na sala de aula, fiz a explicação da diferença básica, mas acabei pesquisando um pouco sobre
o assunto. E o resultado estou compartilhando aqui com vocês.

Espero que aproveitem!

crô.ni.ca
s. f. 1. Narração histórica, por ordem cronológica. 2. Seção ou coluna, de jornal ou revista,
consagradas a assuntos especiais.

con.to.1

s. m. 1. Narração falada ou escrita. 2. História ou historieta imaginadas. 3. Fábula. 4. Mentira


inventada para iludir indivíduos rústicos; engodo, embuste. — C.-do-vigário: embuste para
apanhar dinheiro das pessoas de boa-fé.

O Conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho),
ainda que contenha os mesmos componentes do romance. Entre suas principais
características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão
total – da qual falava Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904): o conto precisa causar um
efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade.

Crônica, é o único gênero literário produzido essencialmente para ser veiculado na imprensa,
seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal. Quer dizer, ela é feita com uma
finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual
e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma
familiaridade entre o escritor e aqueles que o lêem. A crônica é, primordialmente, um texto
escrito para ser publicado no jornal. Assim o fato de ser publicada no jornal já lhe determina
vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições.

Basicamente, o que diferencia o conto da crônica é a densidade poética.

O conto é pesado, a crônica é leve. O conto deve provocar e inquietar, a crônica deve entreter
e deleitar. A crônica é a prosa curta, amena e coloquial, com toques de malícia e humor, sobre
os fatos políticos da atualidade ou sobre os hábitos e costumes dos diversos segmentos
sociais. O conto é todo o resto, é toda a prosa curta que não é crônica.

No conto a história é completa e fechada como um ovo. É uma célula dramática, um só


conflito, uma só ação. A narrativa passiva de ampliar-se não é conto.
Poucas são as personagens em decorrência das unidades de ação, tempo e lugar. Ainda em
conseqüência das unidades que governam a estrutura do conto, as personagens tendem a ser
estáticas, porque as surpreende no instante climático de sua existência. O contista as imobiliza
no tempo, no espaço e na personalidade (apenas uma faceta de seu caráter).

A crônica é um gênero híbrido que oscila entre a literatura e o jornalismo, resultado da visão
pessoal, particular, subjetiva do cronista ante um fato qualquer, colhido no noticiário do jornal
ou no cotidiano. É uma produção curta, apressada (geralmente o cronista escreve para o jornal
alguns dias da semana, ou tem uma coluna diária), redigida numa linguagem
descompromissada, coloquial, muito próxima do leitor. Quase sempre explora a humor; mas
às vezes diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa – fiada. Noutras,
despretensiosamente faz poesia da coisa mais banal e insignificante.

E, finalmente, a crônica é o relato de um flash, de um breve momento do cotidiano de uma ou


mais personagens. O que diferencia a crônica do conto é o tempo, a apresentação da
personagem e o desfecho.

No conto, as ações transcorrem num tempo maior: dias, meses, até anos, o que não se dá na
crônica, que procura captar um lance curioso, um momento interessante, triste ou alegre. No
conto, a personagem é analisada e/ou caracterizada, há maior densidade dramática e
freqüentemente um conflito, resolvido em desfecho. Na crônica, geralmente não há desfecho,
esse fica para o leitor imaginar e, depois, tirar suas conclusões. Uma das finalidades da crônica
é justamente apresentar o fato, nu, seco e rápido, mas não concluí-lo. A possível tese fica a
meio caminho, sugerida, insinuada, para que o leitor reflita e chegue a ela por seus próprios
meios.

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Bom, pessoal, essa são as dicas que eu tinha pra hoje. Espero que elas possam ajudá-lo de
alguma forma. Lembrando que, se você possuir alguma outra matéria ou links que ajudarão os
novos escritores a alcançarem seus objetivos, os comentários estão aqui pra isso, também.

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