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Uma Storyline deve ter parágrafo único e, segundo Marcos Rey, em seu livro chamado
Roteirista Profissional, jamais deve exceder seis linhas. Ele deve descrever o inicio e o
desenvolvimento do conflito (plot). Também pode se estender até o final do conflito, mas isso
depende do uso que será dado a ele.
Um príncipe cujo pai, que era rei, foi assassinado por seu tio com o fim de usurpar a coroa.
Este crime conduziu o jovem príncipe a uma crise existencial, que terminou numa onda de mortes,
inclusive a sua própria.
No texto acima temos um leve desenho dos personagens essenciais, mas eles sequer têm
nomes, a história não tem uma época definida, tão pouco são mencionados os personagens
secundários. Mas o conflito está presente, a morte do pai, bem como o personagem principal, o
príncipe e seu antagonista, o tio. Sendo, normalmente, isto o essencial para se escrever um storyline.
Mas muitos roteiristas pulam o storyline como parte do desenvolvimento de um roteiro. Eles
vão da ideia diretamente para o argumento. Mesmo nesses casos, eles não se livrarão de escrever
um storyline. Mudarão a sua função e o momento em que ele será escrito, mas ele ainda terá de ser
escrito. Nestes casos, o storyline passa a ter sua função ligada ao marketing do roteiro. Afinal, o
objetivo de todo o roteiro é ser filmado e para isso alguém precisa comprar a ideia. Os interessados,
neste ramo, sempre começam pela leitura do storyline, um storyline interessante e atraente, tem
mais chances de sair da gaveta. Quando o storyline é escrito com este objetivo. Ele costuma ser
escrito após terminado o argumento ou mesmo o roteiro todo e o final costuma ser suprimido.
Assim, nosso storyline de Hamlet poderia ficar assim:
Um príncipe cujo pai, que era rei, foi assassinado por seu tio com o fim de usurpar a coroa.
Este crime conduziu o jovem príncipe a uma crise existencial, que terminou numa onda de mortes.
Alguns ainda defendem que o storyline, quando escrito para vender o roteiro, deve ser o
mais espetaculoso possível. Muito mais parecidos com as sinopses encontradas em jornais e sites
especializados do que com uma ferramenta para a produção de roteiros. Abaixo um exemplo de
storyline escrita por Rick Polito para o filme O Mágico de Oz, disponíveis o texto original em
inglês, bem como uma tradução livre:
"Transported to a surreal landscape, a young girl kills the first woman she meets and then
teams up with three complete strangers to kill again."
Transportada para uma terra surreal, uma garota mata a primeira mulher que encontra e
então reúne três completos estranhos para matar novamente.
1
Perceba que os mesmos elementos do storyline sobre Hamlet estão presentes aqui, bem
como as mesmas omissões. Inclusive do desfecho.
Nada impede que mais de um storyline seja escrito. Um usado para escrever o argumento e
outro para vender o filme.
Fonte: http://cineparanoia.blogspot.com.br/2009/04/roteiro-parte-3-storyline.html
Uma sotryline é bem-vinda quando você cria a sua estória, porque é a partir dela que você
vai perceber o que é pertinente ou não. E ela é bem-vinda no início da sua conversa com o produtor
para o qual você quer vender a estória. Uma storyline é bem-vinda durante a composição da sua
narrativa, porque é ser reportando a ela que você vai saber se está se afastando ou penetrando no
que quer narrar. E uma storyline é bem-vinda ao final desse processo todo, porque dá referência e
noção de unidade à garota da citação de Hitchcock ou a quem receba a sua narrativa. E é com ela
que a garota e todos os espectadores vão ser capazes de fazer propaganda boca a boca.
Se você não consegue resumir a sua estória numa storyline, ligue seus alarmes: você não
tem clareza quanto ao que, principalmente quer narrar.
Fonte: Roteiro de Cinema e Televisão. Flávio de Campos. Ed. Zahar. Pg. 106. 2010