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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 7
UNIDADE ÚNICA
IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES............................................................... 9
CAPÍTULO 1
IMAGENS E CRISE.................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
GERENCIAMENTO DA CRISE DE IMAGEM................................................................................ 16
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 33
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
A Crise de Imagem é uma das situações mais críticas para qualquer organização, haja vista que a
existência de muitas instituições está diretamente relacionada à sua imagem, e o mesmo podemos
dizer dos que precisam da credibilidade da opinião pública para terem sucesso em suas carreiras,
como, por exemplo, o caso das personalidades em geral.
Falaremos primeiro sobre imagem e, em seguida, sobre crises e seu gerenciamento, apresentando
alguns casos para discussão.
Objetivos
»» Saber diferenciar a imagem do conteúdo real.
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IMAGENS E
ESTRATÉGIAS PARA UNIDADE ÚNICA
O GERENCIAMENTO
DE CRISES
CAPÍTULO 1
Imagens e crise
.
Imagem e imaginação caminham juntas. A imagem é uma representação de algo. Pode ser
verdadeira ou não.
Antigamente, não existia a fotografia ou os recursos de filmagem e as pessoas eram retratadas por
pintores; alguns famosos, outros nem tanto. Reza a lenda que, dependendo da popularidade ou
de quanto era pago pela celebridade, o pintor poderia ressaltar as virtudes ou acentuar os defeitos
de cada um. Assim, teríamos celebridades que, apesar de estarem fora de qualquer padrão de
beleza, apareciam em telas, como dotados de belos traços. Podemos dizer que até hoje encontramos
exemplos desse tipo de modificação para melhorar a imagem, ou seja, para que as pessoas que
vejam o retrato e fiquem impressionadas com os atributos físicos de quem foi retratado.
Hoje, retratar celebridades por meio da pintura não é tão comum como a fotografia digital, que
permite diversos retoques mediante a utilização de vários softwares. A evolução tecnológica é tão
grande que a manipulação está ao alcance de todos que possuam conhecimentos de utilização desse
tipo de software. Há manuais diversos que funcionam como verdadeiros guias de utilização. Não é
raro, no entanto, encontrar essas celebridades na rua e ver uma grande diferença. Certa vez, uma
modelo teve sua imagem tão manipulada que nas fotos o seu umbigo havia sumido. Tudo isso para
que as pessoas possam ter uma imagem positiva delas.
Dizem que nunca há uma segunda oportunidade para causarmos uma primeira boa
impressão. Isso tem alguma relação com imagem? Com certeza. Queremos que as
pessoas percebam como somos, como pensamos, nosso estilo de vida; apenas por
meio da nossa forma de nos apresentarmos.
Quantas pessoas se conhecem na “balada” e acham que encontraram o amor de suas vidas,
apenas pela primeira impressão. Há códigos de etiqueta para quem vai se apresentar para uma
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UNIDADE ÚNICA │ IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES
entrevista de emprego, o que incluem a forma de se vestir: homens de terno azul marinho, camisa
branca e gravata vinho, nada de barbas, bigodes ou cabelos malcuidados; mulheres de tailleur
escuro, maquiagem comportada, nada de esmalte ou batom muito vermelho e bom-senso nas
joias. Já ouviram isso? Por que se vestir e comportar assim? Para causar uma boa impressão.
E o que é uma boa impressão? Uma imagem, ou seja, uma representação positiva de alguém
no “banco de dados” pessoal (olha a imagem aí de novo). Há um exercício utilizado quando se
está em aulas presenciais, como exemplo, é mostrada uma série de fotografias e pede-se para as
pessoas apontarem quem seriam aquelas mais confiáveis, aquelas com quem deixariam os filhos.
A maior parte das pessoas se deixa levar pela aparência e assim acontece em todas as aulas:
são selecionados ditadores, psicopatas, assassinos como os mais confiáveis e alguns pacifistas,
músicos, pintores como os mais “perigosos”.
Quem é melhor atendido em uma loja de joias? O homem bem-vestido de terno e gravata ou
o jovem de bermuda e chinelo? No entanto, o jovem pode ser um milionário e o homem bem-
vestido, um bandido.
O que está sendo discutido não é uma questão de certo e errado, mas “a vida como ela é”, como diria
o dramaturgo Nelson Rodrigues.
Por que as pessoas levam tanto em conta as aparências e suas imagens? Talvez, pela mesma razão
que escolhem produtos e comidas, pela aparência. No entanto, quantos frutos e plantas lindas são
venenosos?
Toda corporação precisa construir uma imagem. É por meio dessa representação que consumidores
são atraídos ou que a população se sente atendida, no caso das instituições públicas.
Essa imagem precisa passar credibilidade, confiança, garantia de bom e rápido atendimento, ter
o foco no usuário, honestidade, entre outras virtudes que são descritas nos valores das empresas
como parte do planejamento estratégico.
A imagem da empresa é um dos patrimônios mais importantes, pois basta a comprovação por
parte do usuário de que o anunciado não corresponde à realidade para que a corporação entre em
uma situação de crise.
Quando avaliamos alguém apenas pela aparência e depois descobrimos que trata-
-se de um mau-caráter, o que acontece com a representação mental (imagem) que
temos daquele indivíduo?
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IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES │ UNIDADE ÚNICA
Esse raciocínio pode ser extendido tanto para autoridades e personalidades como para corporações.
Suponhamos que uma celebridade que participa de programas e campanhas contra as drogas é
presa consumindo ou traficando tais substâncias. O que acontece com a imagem dela? Ou seja,
como passa a ser a representação mental que temos dessa pessoa? No mínimo que trata-se de
alguém contraditório ou até mesmo hipócrita.
E o político eleito para o parlamento que é pego em flagrante ou acusado com provas robustas
de corrupção? Como fica a imagem dele? E como o eleitor se sente ao ter escolhido como seu
representante, alguém com tal índole? Infelizmente, no Brasil, muitas pessoas não levam esses
aspectos em consideração ao exercerem seus votos, pois, com frequência, assiste-se a políticos com
várias acusações fortes sendo seguidamente reeleitos, em todos os níveis da administração pública.
Uma das conclusões mostra que o brasileiro não tem “memória curta” nas eleições, mas boa parte
dos eleitores é tolerante com a corrupção, carinhosamente chamada de “jeitinho brasileiro” ou
ainda aceita o antigo e vergonhoso pensamento do “rouba, mas faz”.
De qualquer forma, toda vez que surge uma acusação, a imagem do político ou da celebridade é no
mínimo arranhada e se não for devidamente trabalhada, é destruída.
Nas décadas de 1960 e 1970, um cantor fez muito sucesso em nosso país. Seu nome era Wilson
Simonal, ex-militar, começou a carreira cantando em eventos militares. Apresentava-se para plateias
lotadas e era um dos mais queridos cantores brasileiros. É memorável sua interpretação do sucesso
“Meu limão, meu limoeiro” <http://www.youtube.com/watch?v=qoBkkFTO-Xc>. Desconfiado que
estava sendo trapaceado por seu contador, contratou dois policias para dar uma “surra” nele. Como
os agentes eram da polícia política (DOPS) à época, Simonal foi apontado como informante do
regime militar e, a partir de uma denúncia, nunca comprovada, foi banido da carreira musical.
Nunca mais pôde cantar e quem tentasse tocar junto com ele também estaria banido. Morreu vítima
de complicações do alcoolismo, jurando inocência, no ostracismo. A imagem dele, ao ser colocada
em xeque, simplesmente foi destruída. Não houve julgamento formal, nem chance de defesa ou
mesmo anistia. A vida acabou para ele, apenas por uma crise de imagem.
Vejam esta homenagem que ele presta a Martin Luther King: <http://www.youtube.
com/watch?v=FH0Ws4Sw0ZE&feature=related>.
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UNIDADE ÚNICA │ IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES
No mundo das celebridades, encontra-se diversos outros exemplos onde a imagem do artista se
desmorona quando detalhes da vida pessoal são conhecidos. A cantora britânica Amy Winehouse
possuía uma voz maravilhosa e despontou como uma grande revelação. Infelizmente vieram
os abusos de álcool e drogas, “manchando” sua imagem e sendo motivo para caricaturas no
mundo inteiro.
Muitas empresas que utilizam celebridades para participarem de suas propagandas ou que
patrocinam atletas, diante de problemas de imagem com seus patrocinados ou artistas contratados,
imediatamente cancelam os contratos para que a crise de imagem dessas pessoas não seja transferida
para a empresa.
Por exemplo, uma celebridade que faça propaganda de roupas infantis seja preso envolvido em
pedofilia. O dano à imagem do artista já está feito, mas, sem dúvida, pode arrastar a empresa junto.
O jogador de futebol Gerson, que atuou nas Copas do Mundo de 1966 e 1970, pela Seleção Brasileira,
encerrou sua carreira esportiva em 1974, jogando pelo Fluminense. Em 1976, foi contratado para
promover os cigarros Vila Rica. Já seria estranho um ex-jogador de futebol fazendo propaganda
de cigarros, mas, naquela época, era charme. O grande problema surgiu com a fala do Gerson que
na propaganda sugeria: “Afinal eu gosto de levar vantagem em tudo. Leve vantagem você também.
Fume Vila Rica”. Por causa dessa frase, criou-se a chamada “Lei do Gerson” como sinônimo de
quem quer levar vantagem em qualquer coisa, espertalhão, trambiqueiro. A imagem do jogador
sofreu crise irrecuperável e o cigarro também.
Em maio de 2009 o ex-presidente sul-coreano Roh Moo-Hyun suicidou-se após se jogar de uma
montanha durante uma caminhada com um amigo. Ele havia sido eleito presidente para um mandato
de 5 anos (2003-2008) e deixou um bilhete para sua família em que lamentava ter causado muitos
problemas a muita gente. Estes problemas, provavelmente, se referiam às acusações de corrupção
em que estava envolvido. O ex-presidente era conhecido em seu país pela defesa das vítimas da
ditadura dos anos 1980 e sua eleição foi, em parte, devido a um programa de combate à corrupção
do qual fazia parte. O ex-governante era suspeito de ter recebido US$ 5 milhões de um empresário
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IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES │ UNIDADE ÚNICA
sul-coreano quando presidia o país. Este é um exemplo de como uma crise de imagem pode ter um
desfecho trágico.
Pode-se citar diversos outros casos envolvendo crises de imagem de celebridades e políticos e
também de corporações. Quando avalia-se estas questões, deve-se questionar:
Muitas vítimas de radiação, por ocasião do acidente com o Césio em Goiânia, até hoje não conseguem
estabelecer atividades de comércio e são discriminadas pela crença de que poderiam causar algum
dano à saúde da população, como se fossem fontes radioativas, o que é absurdo. Apenas quem
carrega ou tem em seu corpo algum elemento radioativo pode ser causa de radiação em outras
pessoas, o que não é o caso dessas pessoas que sofreram os efeitos da radiação. Elas têm de ocultar
seu passado, pela crise de imagem sofrida, ainda que não sejam celebridades.
Da mesma forma, uma pessoa que tenha sido injustamente acusada de um crime que não cometeu,
a exemplo do caso da Escola Base, que em São Paulo teve sua imagem seriamente comprometida.
»» A crise pode afetar a imagem dos acionistas ou dos dirigentes? De que forma?
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UNIDADE ÚNICA │ IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES
As perguntas são semelhantes, mas não as respostas que são fundamentais para o gerenciamento
da crise.
Em fevereiro de 2009, o chefe de polícia da cidade mexicana de Cancun foi preso por estar envolvido
com o rapto, a tortura e a morte do general da reserva do exército, Enrique Tello. O General Tello foi
uma das autoridades de maior patente assassinado na guerra do tráfico que ocorre naquele país. O
rapto ocorreu no dia seguinte após ele ter recebido o convite para integrar a força-tarefa de combate
ao tráfico de drogas.
Agora deve-se avaliar a seguinte conjuntura: Cancun é um dos destinos mais visitados no Golfo do
México, recebendo turistas do mundo inteiro, sobretudo, americanos. O México está passando por um
momento grave e difícil em relação ao narcotráfico e o governo tem trabalhado arduamente não apenas
para combater o tráfico, mas também para mostrar à opinião pública e à comunidade internacional
que está, de fato, engajado em prender e desmantelar os diversos cartéis de droga. Justamente em um
dos locais mais conhecidos e onde está boa parte, se não a maior, de turistas, o chefe de polícia é preso
por envolvimento em um crime bárbaro. Naturalmente o chefe de polícia terá sua imagem arruinada e
pouco se pode fazer para a reabilitação de sua imagem. O problema é que a credibilidade e a reputação
da polícia do México é seriamente atingida. A população, que já se via refém dos criminosos, passa
também a desconfiar dos policiais, o que é péssimo para a instituição. Em situações dessa natureza,
o policial deve ser imediatamente preso e, uma vez comprovada sua culpa, condenado e expulso
da corporação. A pena deve ser cumprida, sem regalias. As autoridades devem imediatamente ir à
público, condenar os atos praticados pelo policial-bandido e reafirmar que não concordarão com esse
tipo de comportamento, entre outras medidas.
Outro exemplo, é o dos padres pedófilos da Igreja Católica. Ao serem descobertos e não terem
recebido uma punição rigorosa e exemplar por parte da Igreja, arrastaram a crise pessoal para a
corporação, causando não apenas sérios prejuízos decorrentes de milionárias indenizações, como
também uma crise de imagem sem precedentes, provocando a evasão de milhares de fiéis, sobretudo
nos Estados Unidos. Era uma crise de imagem de pessoas que se transforma, também, em crise
corporativa.
Geralmente esse tipo de situação ocorre quando há uma crise corporativa e esta é mal-conduzida,
ou, dado o tamanho da crise, não consegue se recuperar e seus dirigentes acabam levando a culpa
(total ou parcial) pela crise da instituição, mesmo que injustamente.
Muitas empresas vão à falência por uma série de circunstâncias e não necessariamente por má
gestão, embora possa estar presente ou mesmo ser a causa em algumas situações. Invariavelmente,
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IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES │ UNIDADE ÚNICA
Esse é um dos riscos que alguns atores correm quando decidem se tornar garotos ou garotas-
propaganda de algumas instituições, principalmente quando permanecem tanto tempo na função
que passam a ter sua imagem vinculada à da corporação.
Neste capítulo foi visto que uma empresa de cigarros, por escolher mal seu slogan, provocou uma
crise de imagem irreparável para o Gerson, jogador de futebol encarregado de fazer a propaganda.
O que foi muito injusto, pois ele não estava emitindo sua opinião, mas apenas lendo o script de uma
peça publicitária.
Se um hospital por exemplo, é acusado de um escândalo, seja ele qual for, os profissionais que lá
trabalham passam a correr o risco de serem rejeitados, como se fossem responsáveis pelos fatos,
muitas vezes, em áreas completamente distintas.
Vejam o link abaixo que traz diversos casos comunicação social e crise: <http://www.
jforni.jor.br/forni/>.
Foi estudado o que representa a imagem e as crises de imagem. No próximo capítulo, estudaremos
como gerenciar as crises de imagem.
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CAPÍTULO 2
Gerenciamento da crise de imagem
Há diversas teorias e estratégias que podem ser aplicadas no gerenciamento de crise. Banks (2007)
apresenta algumas delas:
A opinião pública tende a ser mais condescendente com quem admite o erro e procura
soluções do que com quem tenta esconder fatos. Se a empresa demonstra preocupação
em de fato prevenir novos problemas, geralmente, consegue reverter a situação. É por
esta razão, e também para evitar processos, que muitas montadoras de veículos, ao
perceberem alguns erros de projeto ou mesmo peças que podem causar problemas,
propõem recalls – quando é feita a substituição do produto defeituoso, sem custos
para o consumidor. Quando houve a já debatida crise envolvendo o Tylenol, nos
Estados Unidos, a decisão da Johnson & Johnson agiu nesse sentido.
Não há, contudo, uma certeza ou garantia de que a estratégia irá funcionar. Na
indústria de medicamentos, por exemplo, um produto que prometa muitas coisas e
depois se mostre não apenas ineficaz, mas altamente perigoso, pode ser fatal para a
reputação da empresa.
Uma outra possibilidade seria a empresa assumir o erro, pedir desculpas e o perdão
de seus clientes no processo chamado de conciliação.
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IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES │ UNIDADE ÚNICA
Um exemplo desta teoria, poderia ser a de um restaurante que por muitos anos
foi famoso e especializado em um tipo de culinária. Diante da baixa frequência
de clientes, para não fechar, o dono resolve mudar o cardápio de forma radical,
mudando também o sistema de atendimento, o visual e até a culinária. Promove
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UNIDADE ÚNICA │ IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES
quase que uma troca de identidade do seu negócio, tentando com isso buscar
novos clientes. Se der certo ótimo, se não, provavelmente será irreversível um
fracasso, acrescido dos novos custos referentes às mudanças efetuadas.
O grande problema surge nas crises quando os profissionais de comunicação social necessitam
adotar uma comunicação simétrica com seus usuários e se o sistema utilizado normalmente é um
dos anteriores, as dificuldades são enormes.
No gerenciamento adequado das crises de imagem, alguns elementos são frequentemente observados
(REPPER,1992):
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IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES │ UNIDADE ÚNICA
»» são realizadas pesquisas para identificar quem são os clientes, seu perfil, como são
categorizados, priorizados, interesses, dentre outras características;
»» são desenvolvidos planos de relacionamento com os clientes com base na dupla via
simétrica, de forma a antecipar as crises e, quando existentes, minimizá-las.
Já foi mencionado sobre a opinião pública, mas segue mais um exemplo. É comum que algumas
empresas utilizem celebridades para fazerem propaganda de seus produtos. O Pelé, por muito
tempo, fazia propaganda de um complexo vitamínico; o Gerson, como já visto, de uma marca de
cigarros (que arruinou sua carreira nessa área), entre muitos outros. Muitos desses produtos estão
de alguma forma associados com a atividade pela qual a celebridade é conhecida, outras vezes não, e
até mesmo pode ser contraditória, como a do jogador Ronaldo, pela qual faz propagandas para uma
determinada marca de cerveja. Pode ser economicamente rentável para ele, mas em termos de crise
de imagem, em nada ajuda, muito pelo contrário.
A seleção se preparava para a Copa do Mundo de 2002, quando Keane se desentendeu com o técnico
Micky McCarthy na frente de toda a equipe. Keane teve um ataque de fúria e, de todas as formas,
desqualificou o treinador, como consequência, foi mandado embora da seleção. Ele era um jogador que
todos, sobretudo as crianças, adoravam, mas diante do seu comportamento passou a ser hostilizado.
Como o seu rosto estava estampado nos inúmeros posters da propaganda da 7UP, os cartazes foram
rasgados e a associação do jogador com a bebida foi inevitável, trazendo considerável prejuízo à Pepsi
e uma crise de imagem, que era do jogador, foi transferida para a empresa. Ao ser substituído por
outro jogador, o lema até então usado pela 7UP, “claramente insubsitituível”, tornou-se uma piada.
Como lição, é importante que ao escolher um “embaixador” do produto haja cautela e rigorosa
seleção. Uma pessoa que tenha um temperamento explosivo ou que é conhecido por seu mau humor
ou extravagância poderá se tornar um grande problema.
Roy Keane
Fonte: <www.guardian.co.uk>.
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UNIDADE ÚNICA │ IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES
Na prática, é importante que as informações sejam dadas de forma rápida, correta e sem dar
margens a equívocos ou rumores.
Considera-se, por exemplo, que uma empresa aérea que esteja iniciando suas operações no Brasil
tenha passado por uma zona de turbulência, em que um dos passageiros, por estar embriagado, se
recusou a colocar o cinto de segurança e em decorrência de sua atitude acabou caindo e se ferindo,
embora de forma leve. Ao analisar o fato, a empresa chegou à seguinte conclusão:
“O passageiro ferido no voo no XX, no trecho entre as cidades xxx e xxx, no último dia xxx, foi por
diversas vezes alertado da necessidade de utilização do cinto de segurança, pois a aeronave passava
por uma zona de turbulência. Apesar dos reiterados apelos dos comissários e da luz indicadora da
obrigatoriedade de uso do cinto, o passageiro mostrou-se reticente, agressivo, com claros sinais
de embriaguez. O fato foi testemunhado por todos os demais passageiros que se encontravam
sentados próximo ao ocorrido. A turbulência não foi muito forte, mas, dado o fato de o passageiro
estar de pé e alcoolizado, perdeu o equilíbrio. Os ferimentos foram leves e a tripulação prestou os
primeiros socorros.”
Uma vez que a empresa possa divulgar estas informações com rapidez e de tal forma a permitir a
contextualização do problema, tomando o cuidado de não identificar o passageiro publicamente,
dado seu estado de embriaguês, a população se sentiria tranquila e entenderia o problema com
maior facilidade. No entanto, dado o silêncio da companhia, poderíamos ter a seguinte notícia:
“Uma violenta turbulência ocorrida ontem à noite, envolvendo a empresa XXX, provocou o pânico
a bordo e ferimentos em um dos passageiros. Acidentes envolvendo turbulências, vêm-se repetindo
nos últimos meses, tendo, inclusive, provocado alguns acidentes de maiores proporções, como
a queda de uma aeronave que ia do Rio para Paris (já vinculando o episódio com o acidente da
Air France). Alguns passageiros que preparavam-se para embarcar na companhia XXX, ao serem
perguntados, na fila de check-in, se não tinham medo de voar, após este incidente mostraram-se
surpresos com a notícia e pelo menos um deles, o Sr. Vieira, resolveu desistir do voo. Fica a pergunta:
será que realmente é seguro voar?”
Perceberam como uma notícia pode deturpar completamente os fatos, pela simples falta de
informação correta, adequada e no tempo certo?
O comandante pediu então que os passageiros mudassem de lugar para redistribuir o peso dentro da
aeronave, mas 71 deles decidiram abandonar o avião por temer por sua segurança.
Uma porta-voz da Thomas Cook disse que o pedido para a mudança de lugares é um procedimento
padrão das companhias para garantir que o peso da carga e dos passageiros esteja bem-distribuído e
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IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES │ UNIDADE ÚNICA
afirmou que não havia riscos de segurança. Os passageiros questionaram ao piloto o que ocorreria se
a porta emperrada abrisse durante o voo, com o deslocamento das bagagens. O piloto não respondeu
e foi para a cabine, segundo informações dos passageiros.
Os jornalistas não procuram notícias falsas nem inventadas, mas notícias boas e verdadeiras, de
preferência que possam ser exclusivas. É fundamental, portanto, que as corporações atingidas
por crises forneçam essas informações, para evitar principalmente rumores e boatos, como visto
anteriormente.
Muitos empresários e autoridades se veem tentados a falar em off. Essa é uma prática complicada de
ser entendida e não deve ser encorajada. Se há algo a ser dito, então que o faça com a câmera ligada,
caso contrário, não diga nada além do que já foi dito. Alguma coisa tem de ser dita e não pode ser o
“nada a declarar”. Se há uma crise, algo deve ser declarado.
Fato igualmente cruel foi o episódio da doença do ex-Governador Mário Covas. Ao permitir que
a imprensa soubesse de sua doença, teve a coragem de expor um drama pessoal para a opinião
pública, mas não o direito da imprensa de agir com crueldade, desrespeito e de forma desumana,
como muitas vezes se viu. Em um desses episódios, um jornalista de uma rádio procurou um dos
médicos que assistia o Governador e conversou com ele como se já soubesse que havia câncer na
meninge. O médico não percebeu a armadilha e confirmou a informação, que foi dada em primeira
mão e transmitida para o Governador, ao vivo, em uma coletiva. O paciente ficou sabendo de sua
piora pela imprensa e não por seus médicos.
A Presidenta Dilma Roussef, quando Ministra da Casa Civil, também optou por revelar sua doença
para a imprensa por meio de uma entrevista coletiva. Quando se faz esta opção, pretende-se explicar
para a Nação que a autoridade está passando por um momento de fragilidade, mas que está disposta
a combater a doença e conta com uma equipe altamente especializada e competente para esta tarefa.
Ponto. Não há que entrar em detalhes de tratamento, de sinais ou sintomas. Mas, muitas vezes, as
perguntas de alguns jornalistas são muito cruéis e completamente desnecessárias. Qual o interesse
pode ter o cidadão em saber qual foi o sintoma apresentado ou qual é o prognóstico da doença, nos
21
UNIDADE ÚNICA │ IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES
termos como foi perguntado? É claramente um apelo ao drama. Por essa razão, o assessor de crises
deve pensar muito antes de convocar uma coletiva.
As entrevistas coletivas devem ter uma razão de ser. São feitas com o objetivo de divulgar a diversos órgãos
de informação, de forma simultânea, um fato de alta relevância. Relatado o fato, podem ser abertas
perguntas que sejam referentes ao que se pretende informar. Perguntas que fujam do tema não devem
ser respondidas. Imaginar uma situação como a acima descrita, em que, dependendo da pergunta, a
autoridade, já fragilizada, possa ter uma crise de choro ou de desespero não é improvável. Tanto não
é improvável as perguntas cruéis serem feitas, como também a possibilidade da reação emocional. As
coletivas nem sempre precisam da presença física da autoridade. No caso em referência, pretendia-
-se mostrar que ela estava bem, mas há uma série de situações em que isso não se faz necessário,
pelo contrário, pode causar mais danos do que soluções.
»» A mensagem deve ser clara, sucinta, objetiva e de preferência com menos de uma
página.
A recomendação é a mesma para hospitais ao emitir boletins. Aliás, com relação a boletins médicos,
há algumas considerações a serem feitas:
1. As informações relativas à doença do paciente, não importa quem seja, são sigilosas
e protegidas tanto pelo Código de Ética Médico como pela Constituição e pelos
Códigos Civil e Penal.
Constituição Federal:
[...]
Art. 5o
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IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES │ UNIDADE ÚNICA
[...]
Código Penal:
[...]
Art. 154 – Revelar alguém, sem justa causa, segredo de que tenha ciência, em
razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir
dano a outrem. Pena – detenção de 3 meses a 1 ano ou multa.
[...]
Código Civil:
[...]
Art. 144 – Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fatos a cujo respeito, por
estado ou profissão, deve guardar segredo.
[...]
[...]
[...]
[...]
[...]
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UNIDADE ÚNICA │ IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES
Os artigos 102 a 109 do Código de Ética Médica, contêm as vedações ao médico quanto à quebra do
sigilo médico.
[...]
[...]
A morte do paciente ou sua incapacidade civil não são razões que permitam a publicidade ou o
acesso ao seu prontuário por pessoas não autorizadas judicialmente.
Os prontuários médicos, em geral, devem permanecer em sigilo por, no mínimo, cem anos sob
guarda da instituição hospitalar.
Assim, apenas o paciente está autorizado a permitir o acesso e a divulgação de informações sobre
seu estado de saúde. Nem mesmo seus familiares podem dar esta autorização.
Quando investidos da função de assessor de comunicação em crise, que envolva problemas de saúde,
muito cuidado com essa premissa.
Se o paciente não tem condições de fornecer a autorização, o mais prudente é delegar à família a
função de falar em nome do paciente. Mas, afinal, a família pode ou não dar informações? A rigor,
não. Se o paciente sentir-se prejudicado poderia mover ação contra seus familiares, mas a família
normalmente sabe o que pode ou o que convém ser dito.
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IMAGENS E ESTRATÉGIAS PARA O GERENCIAMENTO DE CRISES │ UNIDADE ÚNICA
2. Não deve ser permitido que o paciente seja fotografado ou filmado em condições
humilhantes, degradantes ou que possam de alguma forma atingir a imagem
do paciente. Isso inclui imagens do paciente sendo examinado ou realizando
procedimentos, o que inclusive infringe o Código de Ética Médico.
No excelente livro de Mário Rosa (2004), “A Era do Escândalo”, no capítulo referente à doença do
governador Mário Covas, são apresentados alguns requisitos pelo médico David Uip que o assistiu e
acabou atuando também como porta-voz (para cada enunciado dado por aquele médico, faço meus
comentários pessoais sobre cada um):
1. Saber o que e para quem vai falar – não se pode conversar com a imprensa
sem saber o que vai ser falado. Os jornalistas são profissionais que conhecem o
que interessa ou não à opinião pública. Assim, como são leigos em Medicina – mas
poderia servir para qualquer área técnica – possuem uma série de dúvidas e pouco
tempo para saná-las. Se não conseguem conversar com os técnicos que estão gerando
a crise, acabam conversando com outros, que nem sempre tem a informação correta
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e falam em tese, mas termina resultando em um laudo quase que oficial. Assim,
para não ser “pego” de surpresa, sobretudo em uma entrevista ao vivo, os técnicos
devem saber o que querem, podem e devem falar. Diante da televisão, não há
muito espaço nem tempo para grandes explicações, aumentando a importância da
síntese. A vantagem dos boletins é que são escritos longe da pressão das perguntas,
podem ser revisados e seguem um padrão. Muitos técnicos diante dos “holofotes”
podem ter reações imprevisíveis, desde falarem o que não podem (questões éticas,
legais, administrativas), até simplesmente “congelarem” (não falarem nada). Outra
questão é saber para quem está falando. Trata-se de um jornalista de mídia séria ou
sensacionalista? O que está por trás de cada pergunta? É uma coletiva?
2. Saber traduzir a linguagem médica de forma que o jornalista não erre sem
querer – este não é um conselho apenas para médicos, mas para todos os técnicos.
Os chamados “economês”, “juridiquês”, nada mais são do que linguajares típicos das
profissões da área de Economia e de Ciência Jurídica. O mesmo ocorre na Medicina,
nem todos sabem o que significa prognóstico, nem a diferença entre morbidade e
mortalidade, ou epidemia e pandemia, entre muitos outros termos. Há necessidade
então de um didatismo ao explicar o que está acontecendo. É plenamente possível
a um técnico falar de tal forma que todos possam entender, sem ser arrogante. Os
jornalistas, se não possuem o adequado esclarecimento dos termos, o que permitirá
a contextualização do que se pretende informar, irão buscar as “traduções” na
internet, ou com amigos, o que nem sempre será a melhor opção. Como já foi dito,
os jornalistas, de forma geral, são profissionais sérios, compromissados com a ética,
e como parte de sua atividade devem buscar as melhores informações. Muitos erros
são cometidos de forma totalmente involuntária, daí a importância do técnico em
saber ajudar na divulgação da informação, para que esteja o mais próximo possível
da realidade.
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6. Prepare-se para ser questionado por outros colegas nos jornais – esta
é uma situação bastante comum para fatos médicos ou técnicos em geral que
envolvem celebridades, como artistas e autoridades. A questão, como já dissemos,
é sempre complicada quando o profissional deixa de falar em tese e passa a querer
analisar um caso no qual não participou diretamente do atendimento e desconhece
uma série de nuances e informações que fazem parte do quadro do paciente, além
de ser eticamente reprovável.
Foram tratadas questões relacionadas a gerenciamento de crises envolvendo a área técnica, como,
por exemplo, a área médica. As crises políticas enfatizam o seguinte.
Dos itens acima, apenas o item quatro será uma crise de imagem corporativa propriamente dita.
Os demais podem levar a uma crise de imagem pessoal e arrastar a instituição para a crise, em um
processo associativo.
O papel do profissional de Comunicação de Crise da corporação deve ser atuar em três fases nesse
processo.
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Não há cultura em nosso país para comitês de crise em instituições governamentais, sobretudo,
as essencialmente políticas. A regra geral tem sido de administrar a crise conforme aparece e do
jeito que der.
Só para recordarmos, o Comitê de Crise é um grupo formado com diferentes especialistas, com a
finalidade de prevenir, preparar-se, monitorar e atuar no gerenciamento de crises. A atuação do
comitê deve ser permanente. Em uma crise deflagrada, contudo, nem sempre atuará como Gabinete
de Crises, que normalmente exige pessoas com poder de decisão, mas, quando não o fizer, atuará
diretamente na assessoria das autoridades que estiverem atuando como gestoras da crise.
Faz parte de um comitê de crises atuar sobretudo de maneira próativa e não apenas defensiva.
Na área de Comunicação Social, a forma com que se trabalha ofensivamente se dá por meio da
contrapropaganda, que nada mais é do que uma medida de contrainteligência.
Esse é um outro problema das organizações públicas, pois creditam às atividades de inteligência e
contrainteligência um viés preconceituoso e pejorativo e deixam de utilizar suas ferramentas, que
são indispensáveis para qualquer organização. Na esfera privada, essas atividades têm recebido o
nome de inteligência competitiva.
»» áreas e instalações;
»» pessoal;
»» documentos e arquivos;
»» comunicações;
»» informática.
»» contrassabotagem;
»» contrapropaganda;
»» contraespionagem;
»» contraterrorismo.
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Não é função da ABIN, nem da Polícia Federal, ocupar-se da prevenção de crises em órgãos públicos
ou privados. Cada organização que cuide de suas crises.
Ao não atuar de forma preventiva e não possuir um monitoramento profissional das ações
potencialmente causadoras de crise, não há nenhuma surpresa quando ela surge.
Se um dirigente estatal ou um político é denunciado pela prática de algum ato criminoso, imoral,
que possa levar a instituição a uma crise de imagem, deve-se imediatamente iniciar o processo de
dissociação da instituição. Há mecanismos legais e administrativos para apuração dos fatos e, em
alguns casos, como nos inquéritos administrativos, o funcionário pode ser afastado de suas funções
até a conclusão do processo. Muita atenção deve ser dada ao denuncismo, que nada mais é do que
uma onda de denúncias vazias, com o único objetivo de prejudicar determinadas pessoas. O cuidado
deve ser grande, pois qualquer funcionário que não fosse atendido em suas solicitações poderia
valer-se de denúncias falsas ou vazias para afastar seu superior. No caso de políticos, diante de
provas robustas ou denúncias consistentes, deveria partir deles o pedido de afastamento, tal qual
ocorre em outros países.
A grande questão está nos seguintes pontos. Há necessidade de apuração rigorosa e isenta dos fatos
para evitar as injustiças. Denunciantes que hajam de má-fé devem ser exemplarmente punidos. Por
outro lado, os que de fato tenham agido com dolo devem responder pelos seus atos. A instituição,
no entanto, deve permanecer incólume. Como? Tendo seus atos administrativos transparentes,
demonstrando por meio de suas altas autoridades que as apurações estão sendo realizadas e, ao
mesmo tempo, deixar claro que trata-se de um fato praticado por determinada pessoa e não pela
instituição. Eventualmente, quando há várias pessoas envolvidas, a crise pode ser mais dramática.
É hora de reconhecer os erros publicamente e determinar a imediata apuração dos fatos.
Os políticos por sua vez, quando diante de crises de imagem, devem dar sua versão dos fatos
(“nada a declarar” é péssimo!) e quando for o caso, admitir o erro. Pedir desculpas publicamente
e, dependendo da gravidade do caso, afastar-se, ao menos, temporariamente. Quando a acusação
for infundada, no entanto, uma técnica ruim, sobretudo em campanhas políticas, é querer devolver
ao candidato oposto na mesma moeda. O melhor seria mostrar o quanto a denúncia é caluniosa. O
histórico de eleições nos últimos anos, no Brasil, tem mostrado que candidatos que se pautam em
apenas agredir e difamar os adversários políticos não têm obtido sucesso em suas campanhas.
<http://portalexame.abril.com.br/degustacao/secure/degustacao.do?COD_
SITE=35&COD_RECURSO=211&URL_RETORNO=http://portalexame.abril.com.br/
revista/exame/edicoes/0860/negocios/m0080301.html>
<http://www.jforni.jor.br/forni/>
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204.pdf >
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<http://www.ifcs.ufrj.br/eventos/PALESTRA_LUIZ%20EDUARDO%20SOARES_IFCS.
pdf>
<http://www.inpe.br/crs/geodesastres/imagens/artigos/Marcelino-etal_2006_
Mapa%20risco%20desastres%20naturais%20Santa%20Catarina.pdf>
<http://www.paho.org/spanish/dd/ped/home.htm>
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<http://www.inforel.org/>
Diplomacia e crise:
<http://ibri-rbpi.org/>
< h t t p : / / w w w. p o r t a l - r p. c o m . b r / b i b l i o t e c a v i r t u a l / r e l a c o e s p u b l i c a s /
administracaodecrises/0087.htm>
Comunicação e Crise:
<http://www.jforni.jor.br/forni/?q=node/168>
Crise Corporativa:
<http://estudio.typepad.com/blog/administrao_de_crise/index.html>
<https://www.defesa.gov.br/revista_juridica/entrevistas/RJMD5.pdf>
<http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/documents/CLAD/clad0047338.
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< h t t p : / / w w w. e n s i n o . e b . b r / 5 e n c o n t r o / d o c s / G e r e n c i a m C r i s e C e n a r
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<http://www.laadexpo.com/files/1a7f04f3b6e996da31e23da8f51a2ecb/c_
apresentacao_cunha_couto.pdf>
<http://www.planalto.gov.br/gsi/SAEI/paginas/gerenciamento%20de%20
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<http://www.karenfriedman.com/video/tv_detail.php?v_recid=8>
<http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI433281-EI294,00.html>
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RAY, Saly. Strategic Communication in Crisis Management: Lessons from the Airline
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